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Modelo de contestação c Reconvenção

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DO TRABALHO DA 87ª VARA DO 
TRABALHO DA DA CIDADE-ESTADO. 
 
 
 
Processo nº 003186-28.2018.5.00.0087 
 
 
 
 
A EMPRESA FOFOCALIZANDO LTDA. pessoa jurídica de direito privado, inscrita no 
CNPJ/MF, sob o n.º, (endereço eletrônico), com sede na (endereço completo), por seu 
Advogado abaixo assinado e regularmente constituído no instrumento procuratório em 
anexo, vem, com o devido respeito, apresentar, tempestivamente, CONTESTAÇÃO C/C 
RECONVENÇÃO com supedâneo no artigo 847 da Legislação Consolidada e artigo 343 
do Código de Processo Civil, em face de Reclamação Trabalhista ajuizada por LEO DIAS, já 
devidamente qualificado nos autos do processo com número indicado em epígrafe, o que faz 
nos termos a seguir: 
 
 
I. SINOPSE DA PRETENSÃO EXORDIAL 
O Reclamante ajuizou Reclamação Trabalhista requerendo a condenação da 
Reclamada ao pagamento de horas extraordinárias no importe de R$ 18.000,00 (dezoito mil 
reais), aduzindo que trabalhara além da jornada legalmente estabelecida. 
Contudo, Douto Julgador, o Reclamante foi contratado como Gerente de Loja, possuindo 
poderes de gestão, o que o exclui do controle de jornada. 
Por oportuno, cumpre a este contestante indicar que honrou devidamente com todas as 
obrigações decorrentes do contrato de trabalho outrora firmado com o Reclamante, cabendo 
ainda informar que as verbas resilitórias foram pagas, conforme comprovantes bancários que 
seguem anexos. 
Finalmente vem o peticionante relatar que o Reclamante, quando de sua dispensa e 
com ela inconformado, provocou danos ao equipamento D34KL e duas câmeras de vídeo 
monitoramento da área de vendas da empresa, o que foi presenciado por alguns empregados 
e clientes. O equipamento danificado é de propriedade do Reclamado, cujo reparo lhe exigiu o 
desembolso da importância de R$ 58.000,00 (cinquenta e oito mil reais). Ressalte-se que a 
referida situação foi objeto de registro na delegacia de polícia da área, cujo boletim de 
ocorrência segue colacionado aos presentes autos. 
Como se verificará Excelência, não há como prosperar a pretensão do Reclamante 
formulada na exordial, haja vista que se encontra em total desacordo com a realidade fática, 
consoante será demonstrado a seguir. 
II. DO MÉRITO 
Excelentíssimo Julgador, o Reclamante postulou o pagamento da importância de R$ 
18.000,00 (dezoito mil reais) aduzindo que seria relativa a horas extraordinárias de trabalho 
que, jamais poderiam ter sido realizadas, já que ele atuava na empregadora como gerente de 
loja, sem controle de jornada, tudo dentro da legalidade, conforme dispõe o Artigo 62, II da 
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), abaixo transcrito: 
Art.62 - Não são abrangidos pelo regime previsto neste capítulo: 
II - os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de gestão, aos 
quais se equiparam, para efeito do disposto neste artigo, os diretores e 
chefes de departamento ou filial. 
Como expresso no artigo retromencionado, não assiste razão o reclamante. Diante do 
exposto, requer este Contestante a improcedência do pedido formulado na exordial. 
III. DA RECONVENÇÃO 
a. Requisitos da Reconvenção 
MM Juiz, no caso ora em análise encontram-se presentes os requisitos da reconvenção, 
previstos no artigo 343 do Código de Processo Civil (CPC), que compreendem: a legitimidade 
ativa e passiva (as partes envolvidas no presente procedimento são as mesmas do pleito 
reconvencional) e a conexão (vez que o empregado não faz jus às horas extras pleiteadas, 
pleiteando direito indevido, buscando o peticionante o ressarcimento de danos dolosamente 
provocados pelo Reconvindo). Segue a transcrição do artigo 343, CPC: 
Art. 343. Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar 
pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da 
defesa. 
 Demonstrados os requisitos da Reconvenção, passa-se à pretensão reconvencional. 
b. Do Pedido Reconvencional 
No momento em que o Reconvindo foi informado de sua dispensa, reagiu de forma 
destemperada, vindo a danificar equipamento D34KL e duas câmeras de vídeo monitoramento 
da área de vendas da empresa, o que foi presenciado por testemunhas. Os equipamentos 
danificados são de propriedade do Reconvinte, cujo reparo lhe exigiu, conforme relatado, o 
desembolso da importância de 58.000,00 (cinquenta e oito mil reais), tudo comprovado por 
meio das notas fiscais que documentam esta providência. 
Encontram-se presentes os requisitos da responsabilidade civil, previsto nos artigos 186 
e 927 do Código Civil, que compreendem: culpa, dano e nexo. 
Artigo 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou 
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que 
exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
 
Artigo 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a 
outrem, fica obrigado a repará-lo. 
 É possível observar no caso em tela que a culpa se verifica pela prática do ato doloso 
que levou ao prejuízo do Reconvinte, o qual inclusive autoriza a sua dispensa por justa causa, 
à luz do disposto no artigo 482, “b”, CLT, abaixo mencionado: 
Art. 482 – Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo 
empregador: 
(...) 
b. incontinência de conduta ou mau procedimento. [grifo nosso]. 
O dano foi de R$ 58.000,00 (cinquenta e oito mil reais), devidamente comprovados. O 
nexo também está presente na medida em que o ato danoso decorreu de conduta ilícita 
praticada pelo ex-empregado. 
Diante do exposto, requer a condenação do Reclamante-Reconvindo ao pagamento de 
indenização por danos materiais (dano emergente) no importe de R$ 58.000,00 e honorários 
advocatícios sucumbenciais, sugerindo-se a proporção de 15%, nos termos do previsto no §5º 
do artigo 791-A, CLT: 
Art. 791-A – Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos 
honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) 
e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar da 
liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo 
possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa. 
(...) 
§ 5o São devidos honorários de sucumbência na reconvenção. 
 
 
Conhecedor do elevado senso de Justiça de Vossa Excelência, vem o Reconvinte 
requerer o reconhecimento do efetivo prejuízo pecuniário perpetrado e já demonstrado, para 
que se dê a condenação do Reconvindo. 
 
IV. DOS PEDIDOS 
Em face de todo o exposto, roga a Contestante que Vossa Excelência receba a presente 
Contestação para dar-lhe total procedência e ainda que: 
1) Julgue improcedente o pleito formulado quanto ao pagamento de horas extras no importe 
de R$ 18.000,00 (dezoito mil reais) por serem indevidas pelos fundamentos supra; 
2) Requer-se a condenação do Reclamante em custas processuais. 
Por fim, requer o deferimento da pretensão reconvencional, condenando o Reclamante-
Reconvindo ao pagamento de indenização por danos materiais (dano emergente) no importe 
de R$ 58.000,00 (cinquenta e oito mil reais), acrescido de juros e correção monetária, nem 
como sua condenação ao pagamento de honorários advocatícios, com base no §5º do artigo 
791-A,CLT. 
 
 Valor do pedido reconvencional: R$ 20.000,00 (vinte mil reais). 
 
Protesta provar o alegado pela admissão de todos os meios de prova em direito permitidos, 
notadamente, a exibição e juntada posterior de documentos, testemunhas e tudo o mais 
necessário para o bom exercício da ampla defesa. 
 
Termos em que, 
Pede e espera deferimento. 
 
Cidade, UF, [dia] de [mês] de [ano]. 
 
Advogado 
OAB nºProva Prática - Peça 
Quesito avaliado 
Faixa de 
Valores 
Atendimento 
ao Quesito 
1 Apresentação e estrutura textual (legibilidade, respeito às margens, 
paragrafação); correção gramatical (acentuação, grafia, morfossintaxe) 
 
0,00 a 2,00 
 
2.1 Adequação da peça – contestação 
 
0,00 a 1,00 
2.2 Membro de conselho fiscal de sindicato não representa ou atua na 
defesa de direitos da categoria 
 
0,00 a 0,40 
2.3 Membro de conselho fiscal restringe-se à fiscalização da gestão 
financeira do sindicato (art. 522, parágrafo 2.º, da CLT) 
 
0,00 a 0,30 
2.4 Membro de conselho fiscal não goza da estabilidade provisória 
prevista na CF, art. 8.º, VIII, e art. 543, § 3.º, da CLT 
 
0,00 a 1,00 
2.5 Jurisprudência do TST – OJ 365 SBDI 1 
 
0,00 a 0,30 
2.6 Alteração lícita, preserva a saúde do empregado; o trabalho à noite é, 
biologicamente, nocivo à saúde 
 
0,00 a 1,00 
2.7 Jurisprudência do TST – Súmula 265 
 
0,00 a 1,00 
3 Domínio do raciocínio jurídico (adequação da resposta ao problema; 
técnica profissional demonstrada; capacidade de interpretação e 
exposição) 
 
0,00 a 1,00

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