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Metodologia de Projeto Arquitetônico

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Metodologia do projeto arquitetônico
Método de definição volumétrica em arquitetura
O método a seguir é uma sugestão de forma de trabalhar bastante comum em projetos arquitetônicos. Cada 
aluno(a) poderá posteriormente modificar esse método de acordo com sua forma específica de trabalho. Este 
roteiro é preliminar e não substitui todo o processo completo de criação de projeto, pois há inúmeras variáveis 
e questões que comparecem na definição de estudo. No caso da legislação não foram considerados neste 
roteiro as inúmeras exceções previstas em legislação para a taxa de ocupação, o coeficiente de 
aproveitamento, recuos, gabaritos verticais, usos e demais elementos que compõem o projeto.
1. Escolha e análise do terreno:
Nesta etapa devem-se identificar as características topográficas do terreno, suas dimensões, o sistema viário 
no seu entorno, insolação, características dos vizinhos e a legislação pertinente. Neste método vamos 
precisar das seguintes informações (criadas pelo autor do projeto ou identificadas na análise do terreno):
a. Área total do terreno
b. Desenho correto do terreno (planimetria)
c. Topografia correta do terreno (altimetria)
d. Definição dos possíveis melhores acessos a partir do sistema viário (deve ser escolhido pelo autor do 
projeto)
e. Área construída máxima e mínima (se houver) permitida por lei. Comparar com o que o cliente está 
solicitando, para verificar possíveis discrepâncias.
d. Desenhar recuos no terreno
f. Identificar Taxa de Ocupação Máxima no terreno permitida por lei.
g. Verificar outras restrições impostas por legislação (usos, gabaritos de altura, etc.) que possam interferir no 
projeto.
A escolha do terreno foi desenvolvida no módulo 2 desta disciplina.
2. Partes que compõem o projeto
Volumetria (forma positiva) Deve levar em consideração o Coeficiente de Aproveitamento 
e ouros critérios formais definidos pelo autor do projeto
Composição (relação entre 
os volumes e forma 
negativa)
A distância e a posição entre as partes que compõem o 
projeto deve considerar a visibilidade da construção e os 
espaços entre elas
Implantação (localização 
dos volumes no terreno)
A situação dos edifícios no terreno define acessos, espaços 
livres e insolação. Deve considerar recuos e Taxa de 
Ocupação
3. Definição da volumetria
A partir da área máxima construída permitida no terreno e do uso proposto pelo cliente, o autor do projeto 
deve escolher uma linha de desenvolvimento formal. Essa linha de desenvolvimento pode ser referenciada 
por projetos existentes, por influência do cliente, ou por uma tentativa de criação autônoma, com critérios 
subjetivos. O importante é que a área construída total da volumetria dos elementos que farão parte da 
composição do projeto não ultrapasse a área total permitida do projeto, e a projeção desses mesmos 
elementos não ultrapasse a taxa de ocupação máxima. A seguir temos alguns exemplos de definição mais 
comuns de volumetria:
3.a. Volume a partir da área do pavimento-tipo
Nesse procedimento primeiro define-se a forma e o tamanho do pavimento-tipo. No caso de haver 
pavimentos-tipo com formas diferentes, o procedimento deve ser realizado para cada um deles, mas o cálculo 
para definir o número total de pavimentos é diferente.
3.b. Volume a partir do número total de pavimentos
Neste outro procedimento, o ponto de partida é o número total de pavimentos, considerando que não haverá 
pavimentos com formas diferentes.
3.c. Definição da quantidade de volumes a partir da área máxima construída permitida por lei
Este procedimento é preliminar e precisa ser complementado posteriormente com os procedimentos 3.a. ou 
3.b. ou outro que o autor considerar mais adequado.
3.d. Definição volumétrica por referência
Pesquisar edifícios existentes e usar projetos já feitos para criar outro projeto é uma das atividades mais 
antigas na arquitetura. A escolha pode ser feita através de uma seleção prévia dos projetos que melhor se 
adaptem às condições do novo projeto. Após isso é possível utilizar um dos procedimentos descritos acima 
para gerar a volumetria final. Para que este procedimento gere uma forma adequada é fundamental que a 
escolha do projeto a ser usado como referência possua algum aspecto formal que possa ser aplicado no 
projeto em desenvolvimento.
3.e. Volume com pavimentos-tipo de diferentes dimensões
Para definir um volume com pavimentos-tipo variados (2 ou mais deles) é possível começar de diferentes 
pontos de partida. Porém é fundamental que a somatória das áreas de cada grupo de pavimentos-tipo, como 
os que se pode ver nas figuras a seguir (área do pavimento-tipo em questão x número de pavimentos que irão 
ser propostos no prédio com aquela forma específica) não ultrapasse o coeficiente de aproveitamento 
máximo.
3.f. Volumes puros e volumetria clássica
Na história recente da arquitetura (dois últimos séculos) há várias linhas de desenvolvimento de volumetria de 
torres destinadas a usos como habitação, escritórios, hospitais, entre outros. Vamos destacar aqui duas 
vertentes de projeto, sem desejar escolhê-las como as melhores, mas sim como as mais comuns. A número 
1, também chamada de “miesiana” – devido ao arquiteto Ludwig Mies van der Rohe te-la usado com maestria 
e tornado-a em um padrão que foi reproduzido em larga escala – tem como característica principal a tentativa 
de caracterizar o corpo da torre como um elemento único, monolítico, puro, sem acréscimos que interfiram na 
leitura de sua geometria “perfeita”. No número 2 – que foi muito comum nas torres das metrópoles do final do 
século XIX – a proposta é dividir o corpo da torre em 3 partes (entablamento ou base, fuste, e coroamento). 
Essa disposição foi retomada por vários arquitetos no período chamado de pós-modernismo, por várias 
razões. Uma delas é que essa divisão corresponde “grosso modo” a uma setorização dos pavimentos 
principais de uma torre: a) base (é onde fica a entrada, portanto diferente de todos os demais pavimentos); b) 
fuste (onde há pavimentos, em geral, de mesmo tamanho e forma, e c)coroamento (local onde ficam diversos 
equipamentos necessários ao funcionamento de um edifício atualmente, como caixa d´água, máquinas de 
elevadores, heliponto, contra-pesos, torres de transmissão, etc.).
Exercício 1: 
Sobre os projetos colocados a seguir escolha a alternativa correta.
Banco Itaú América, São Paulo – 
SP. Autor: Rino Levi.
1962 (projeto)
Conjunto Nacional, São Paulo - SP. 
Autor: David Libeskind.
1955
A) 
Os projetos possuem tipologias completamente diferentes, ainda que pertençam ao movimentos moderno no 
Brasil e sejam contemporâneos.
B) 
A escala dos edifícios em relação à rua é a mesma. Ambos procuram ignorar a escala do pedestre 
constituindo um mundo à parte, privilegiando o volume arquitetônico.
C) 
Ambos os projetos baseiam-se em um mesmo modelo arquitetônico, caracterizado por um volume horizontal, 
que ocupa quase todo o terreno e um volume vertical, laminar, apoiado sobre o anterior.
D) 
A divisão funcional interna do edifício não tem relação direta com a dupla volumetria que caracteriza ambos 
os projetos, composta por um volume horizontal e um volume vertical, em forma de lâmina.
E) 
Os edifícios adotam modelos arquitetônicos diferentes, pois os acabamentos, as aberturas verticais e os 
quebra-sóis são completamente diferentes.
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Exercício 2: 
Em um terreno de 3.430 m² uma empresa está planejando implantar um edifício de escritórios com comércio 
no pavimento térreo. O zoneamento do local determina uma taxa de ocupação de 40% no máximo e um 
coeficiente de aproveitamento de, no máximo, 2 (dois). Considere o terreno praticamente plano. A partir 
desses dados indique a alternativa incorreta:
A) 
O edifício a ser construído pode ter uma área construída total de 6.840m².
B) 
O edifício habitacional poderá ocupar no terreno uma área de 1392 m².
C) 
Excluindo-se a área ocupada pelo edifício habitacional, o projeto poderá ter uma área livre de 2050 m².
D) 
O edifício habitacional pode ter 5 pavimentos de altura, no total.
E) 
Se a área construída total do edifício for de 6.600 m², e a área ocupada no terreno for de 1.100 m², o edifício 
poderá ter 6 (seis) pavimentos de altura total.
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Exercício 3: 
Um conjunto empresarial, com área comercial no pavimento térreo, feito por uma incorporadora e uma 
construtora, é formado por três edifícios idênticos separados entre si, e que não utilizaram todo o potencial 
construtivo permitido por lei no terreno. Por isso, os investidores do empreendimento decidiram construir mais 
alguns blocos de escritórios, no mesmo terreno. Os blocos novos serão idênticos aos existentes. Os 
responsáveis pelo projeto precisam saber quantos edifícios novos poderão ser realizados, dentro do que a 
legislação permite. Considere que: 1) cada um dos blocos existentes possui 5 pavimentos; 2) o terreno possui 
2.700 m²; 3) cada pavimento, incluindo o térreo, possui 4 escritórios prontos; 4) cada escritório possui uma 
área total construída de 45 m²; 5) a circulação coletiva possui 28 m² por pavimento, inclusive no pavimento 
térreo; 6) o coeficiente de aproveitamento máximo é 3,0 (três); 7) não há subsolos. Desconsidere beirais, 
sacadas, guarita, etc. Utilize somente os dados fornecidos para escolher a resposta. Escolha a alternativa 
que contém a quantidade de blocos novos que o projeto poderá inserir, no máximo, no terreno.
A) 
1 bloco novo.
B) 
2 blocos novos.
C) 
3 blocos novos.
D) 
4 blocos novos.
E) 
5 blocos novos.
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Exercício 4: 
Em um projeto para um estacionamento de um centro empresarial, foram apresentadas três alternativas de 
implantação para a mesma edificação. Todas as alternativas deverão ser avaliadas para verificar-se qual será 
escolhida para ser desenvolvida no projeto executivo. A seguir estão os cortes esquemáticos que mostram as 
principais características de cada uma das implantações propostas.
Todos os desenhos estão na mesma escala. A fundação não faz parte desta avaliação. A circulação vertical 
dos veículos será feita exclusivamente através de rampas. O estacionamento somente funcionará nos 
pavimentos em que estão desenhados automóveis. Considerando-se que as construções realizadas em 
subsolo são mais caras que as que são feitas acima do solo, escolha a alternativa que avalia corretamente 
cada uma das propostas.
1.
2.
3.
A) 
A alternativa 1 é mais econômica que a alternativa 2, no que se refere a estrutura, pois esta não aproveita 
totalmente as paredes verticais de contenção, visivelmente subutilizadas. O impacto da alternativa 1 na 
paisagem - no que se refere a visibilidade - é menor do que o da alternativa 3.
B) 
A alternativa 3, apesar de gerar maior impacto na paisagem, poderá ser utilizada para divulgar o 
empreendimento na paisagem urbana que há em sua volta. A alternativa 2 não é tão adequada quanto as 
alternativas 1 e 3 por não aproveitar a possibilidade de colocar no subsolo toda a construção.
C) 
A alternativa 2 poderá ter um acesso melhor resolvido, pois será necessária apenas uma rampa para acessar 
o pavimento mais alto, ao contrário das alternativas 1 e 3, em que um dos pavimentos terá de ser acessado 
através de 2 rampas no mínimo. A solução 3 gera uma movimentação de terra excessiva, em comparação às 
outras alternativas, para criar o seu aterro.
D) 
Todas as alternativas são qualificadas para resolver a implantação do estacionamento, desde que as paredes 
verticais de contenção de todas elas, no seu primeiro pavimento, possuam uma impermeabilização 
necessária no caso de incidência de lençol freático elevado e que atinja a construção.
E) 
A alternativa 3 é uma das mais econômicas no que se refere aos custos gerais da construção, apesar do seu 
maior impacto na paisagem. A alternativa 1 pode recriar o relevo pré-existente, utilizando para isso estruturas 
mais robustas e provavelmente mais onerosas do que as alternativas 2 e 3.
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