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Microeconomia - Unidade 1

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Prévia do material em texto

Microeconomia 
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Ms. Bruno Leonardo Silva Tardelli
Revisão Textual:
Profa. Ms. Luciene Oliveira da Costa Santos
Introdução à Economia e ao estudo microeconômico
5
• Introdução
• Conceito de Economia
• Sistemas Econômicos
• Tradeoff
• Custo de Oportunidade
• Funcionamento de uma e conomia de mercado: 
fluxos reais e monetários
• Teoria Microeconômica
• Divisão do estudo microeconômico
 · Nesta unidade, você terá a oportunidade de compreender conceitos básicos da 
economia para entendimento do assunto tratado na teoria microeconômica. 
Os principais conceitos da unidade são os de economia, sistemas econômicos, 
tradeoff, custo de oportunidade, bem como a exploração do fluxo circular da 
renda na economia. Além disso, são enumerados os principais tópicos de atuação 
da teoria microeconômica.
Nesta orientação de estudos, constam as informações gerais para direcionar a respeito das atividades 
a serem desempenhadas, até mesmo para que o estudo tenha o rendimento ideal. 
Siga os seguintes passos na ordem:
1) Em primeiro lugar, observe a representação visual da unidade. Na representação esquemática, 
você poderá ter uma visão geral dos conceitos que serão trabalhados nesta unidade
2) Em segundo lugar, no tópico de contextualização, é importante notar como as decisões dos 
consumidores, na prática, podem ser difíceis, justamente pelo fato de, implicitamente, poderem 
estar raciocinando de acordo com os conceitos que serão apresentados no material teórico.
3) Em terceiro lugar, ao longo do material teórico, busque aprender cada conceito abordado.
Além do material teórico, você terá acesso à apresentação de Power Point narrado sobre o texto.
4) Em quarto lugar, acompanhe a aula em vídeo ligada a esta unidade. Ela auxiliará em algum ponto 
específico que ainda tenha dúvida.
5) Em quinto lugar, realize a atividade de aprofundamento, que está no formato de fórum de 
discussão. Nesta atividade, você irá escrever um texto sobre a sua escolha de prato principal de 
um restaurante.
6) Em sexto lugar, na atividade de sistematização, irá responder o que será pedido, com o intuito de 
fixar o conteúdo. São 6 atividades autocorrigíveis pelo Blackboard.
7) Em sétimo lugar, verifique o material complementar da unidade.
Bons estudos!
Introdução à Economia e ao estudo 
microeconômico
6
Unidade: Introdução à Economia e ao estudo microeconômico
Contextualização
Leia a história a seguir para poder entender como as decisões dos consumidores podem 
ser difíceis:
O jovem Marcelo utiliza muito o smartphone e está interessado em adquirir um novo, pois 
o atual não atende mais às suas necessidades. Assim, ele realiza algumas buscas na internet e 
observa que dois modelos de interesse: o novo Via Láctea ou o novo Grape. Indeciso, Marcelo 
passou um mês analisando as vantagens e desvantagens de cada um e tentando analisar qual 
deles poderia trazer uma maior satisfação. A questão de Marcelo é que existem modelos 
melhores que os selecionados, mas são bem mais caros. Dessa forma, ele precisa decidir qual 
escolher, com base na restrição orçamentária que possui. Além disso, estava ciente que a 
escolha pelo Via Láctea implicaria não ter o Grape e vice-versa.
Por fim, após um mês de busca, o jovem opta por comprar o novo Grape.
Infelizmente, dias após o modelo chegar a sua casa, em uma discussão, o irmão mais novo 
de Marcelo se apropria do aparelho e o arremessa contra a parede. Marcelo chora, pois, após 
longa busca pelo melhor aparelho possível em relação ao dinheiro que possuía, seu sonho 
havia acabado.
7
Introdução
É notória a necessidade dos seres humanos de realizarem o maior número de tarefas no 
menor tempo possível. Um exemplo emblemático disso são as tecnologias implantadas pouco 
a pouco em smartphones e tablets, que causam grande expectativa em muitos consumidores. 
Uma explicação básica sobre tal euforia é que, cada vez mais, as pessoas têm nas mãos boa 
parte do que necessitam para reduzir o tempo empregado na resolução de problemas. 
Tanto na vida pessoal, quanto nas empresas, o uso da tecnologia tem auxiliado os indivíduos 
a realizarem o máximo de atividades em menor tempo. Nas empresas, por exemplo, o 
desenvolvimento tecnológico pode gerar redução de custos e aumento da competitividade. 
Outro fato interessante é a insistência das pessoas em racionalizar o consumo a partir de 
pesquisas de preço e qualidade de produtos, seja em supermercados, lojas de eletrodomésticos, 
ou concessionárias de veículos. As famílias e as empresas precisam tomar decisões em todo 
momento sobre as formas de racionalizá-lo. Para tal, devem refletir sobre elas, de modo a 
obterem o maior sucesso possível. Podemos dizer que esse é o “pontapé inicial” do estudo 
econômico tradicional. 
Em geral, a economia não aceita que os seres humanos sejam irracionais a ponto de 
escolherem o que seja pior para eles mesmos. Existiria, sim, o desejo nos indivíduos de obter 
o máximo de satisfação, considerando a limitação orçamentária de cada um. 
Para aprofundamento do que envolve esse “mundo” de decisões, nesta unidade, você 
estudará: 
• o conceito de economia; 
• as diferenças básicas entre os Sistemas Econômicos mais importantes; 
• os conceitos de Custo de Oportunidade e Tradeoff;
• o Funcionamento de uma economia de mercado, a partir dos fluxos reais e monetários; 
• a Introdução à Teoria Microeconômica e Divisão do Estudo Microeconômico.
8
Unidade: Introdução à Economia e ao estudo microeconômico
Conceito de Economia
A partir da introdução apresentada sobre as decisões que os indivíduos enfrentam, chegamos 
a um conceito de economia:
[...] a ciência social que estuda de que maneira a sociedade 
decide (escolhe) empregar recursos produtivos escassos 
na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre 
as várias pessoas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer as 
necessidades humanas 
(VACONCELLOS; GARCIA, 2010, p. 2-3).
Observe que conceitos importantes, e talvez obscuros até o presente momento, envolvem 
o trecho anterior. 
Em primeiro lugar, é importante ter em mente que as escolhas ou decisões estão sempre 
presentes na economia.
 Em segundo lugar, é importante que as escolhas referem-se aos recursos produtivos, 
que podem ser interpretados basicamente como fatores de produção. Estes, por sua vez, 
seriam o trabalho, a terra e o capital. Por exemplo, no caso de um produtor agrícola, existe 
a escolha de quantos trabalhadores devem ser contratados, a extensão da terra necessária e 
quanto de recursos financeiros, convertidos em vários itens, tal como o maquinário, deve ser 
empregado para viabilizar a plantio.
Em terceiro lugar, é importante atentar para o conceito de escassez, o qual indica que 
os fatores de produção disponíveis são limitados. Por exemplo, quando um produtor rural 
vai plantar qualquer tipo de cultura em sua terra, a cerca colocada ao redor da propriedade 
apresenta a limitação da terra que ele possui, de modo que, se quiser produzir num espaço maior, 
terá de adquirir a posse de mais terras. Outro exemplo seria o de que, como consumidoras, 
as famílias devem escolher apenas alguns tipos de produtos nos supermercados, lojas de 
eletrônicos, ou concessionárias de veículos; caso contrário, não terão dinheiro suficiente para 
a compra de tudo o que necessitam. O conceito de escassez, portanto, pode ser aplicado com 
o ditado popular “querer não é poder”.
Em quarto lugar, é importante o conceito de distribuição, pois, simplificadamente, insere a 
discussão de como a sociedade se organiza para dividir a terra disponível em um país, ou como 
o dinheiro é alocado entre os indivíduos da sociedade.
Em quinto lugar, é importante refletir que as necessidades humanas poderiam ser encaradas 
como a satisfação de qualquer desejohumano. Por exemplo, para algumas pessoas, o fato de 
manter o cabelo pintado pode ser uma necessidade humana, mas não é assim para outras. 
Portanto, as necessidades humanas não são os itens básicos que cada pessoa precisa para 
sobreviver, mas todos os desejos que ela possui. 
9
Sistemas Econômicos
A apresentação do conceito de sistema econômico, bem como o conceito dos principais 
sistemas, é necessária neste momento para que você possa entender como a maior parte dos 
países do mundo está organizada. Conforme as palavras de Vasconcellos e Garcia (2008), 
“um sistema econômico pode ser definido como a forma política, social e econômica pela qual 
está organizada uma sociedade”.
Dois sistemas predominantes no estudo econômico são o socialista (ou economia centralizada) 
e o capitalista (ou economia de mercado).
No sistema socialista, a sociedade se forma em torno de um planejador central (o governo), 
que decide todas as questões econômicas fundamentais. Por exemplo, sob esse sistema, o 
governo (Estado) mantém a propriedade das empresas, ou seja, é presente a propriedade 
pública dos meios de produção, em que o Estado define a produção e quantidade dos itens que 
julga serem necessários para os habitantes.
Por outro lado, há o sistema capitalista, que é predominante atualmente.
Conforme Hunt (1981), o capitalismo possuiria quatro características básicas:
• Trata a produção de maneira orientada para o mercado, ou seja, o que é produzido no 
sistema capitalista tem por finalidade ser vendido e não ser consumido pelo produtor. 
Por exemplo, um marceneiro, nesse sistema, não produz com o intuito de mudar o 
mobiliário da própria casa, mas sim com o interesse de vender.
• Ao contrário do sistema socialista, existe no capitalismo a propriedade privada dos meios 
de produção, ou seja, há uma parte da sociedade que é possuidora, por exemplo, de 
máquinas, ferramentas, matérias-primas, domínio da tecnologia e direito de produzir. 
• Existe uma parte da sociedade que tem, como único instrumento de trabalho, a própria 
força de trabalho e vende esta força ao produtor em troca de um salário.
• Sob o sistema capitalista, a maior parte da sociedade possui comportamento individualista, 
tem desejo de consumo e conquista financeira e, por fim, busca o melhor resultado 
possível em suas atividades (comportamento maximizador).
 Reflita
Se você pensar um pouco na sociedade atual, encontrará traços evidentes de 
uma sociedade em que o foco é a economia voltada para a produção e venda de 
mercadorias, com traços individualistas (tanto do lado das empresas quanto das 
famílias) e que busca extrair o máximo de lucro possível, no caso das empresas, 
que são as detentoras dos meios de produção. 
Alguns traços desse tipo de comportamento, por exemplo, são vistos na própria 
família, em que o consumismo é um traço forte.
10
Unidade: Introdução à Economia e ao estudo microeconômico
Tradeoff
A partir do reconhecimento de que você vive em uma sociedade capitalista, também se 
verifica que as escolhas de onde trabalhar, o que consumir, o que produzir, para quem produzir 
e quanto produzir são características das pessoas que vivem sob este sistema.
Quando falamos de escolhas a serem tomadas, uma parte das pessoas sente certo “frio na 
barriga”. A razão para isso é que, por exemplo, se houver dois caminhos para seguir, a escolha 
de um implica abandonar o outro. 
Essa experiência você adquire ao longo da vida, pois, no trabalho, na escolha de um 
aparelho eletrônico para comprar e até mesmo no seu curso de graduação, muitas decisões 
devem ter sido tomadas. 
Figura 1 – Os possíveis caminhos 
Fonte: Thinkstock/Getty Images
Dizemos que uma pessoa enfrenta um tradeoff quando precisa escolher algo desde que a 
escolha envolva a perda de outro elemento que também é desejado. Por exemplo, imagine 
que um estudante esteja optando entre realizar um curso de Arquitetura e Psicologia. Apesar 
do prazer de cursar ambos, o estudante talvez não tenha o tempo necessário para dedicar-se 
aos dois cursos e, então, teria de escolher um deles. Isso o coloca numa situação de tradeoff.
11
Custo de Oportunidade
Voltando à situação do estudante que deve escolher entre Arquitetura e Psicologia, a decisão 
pode passar, por exemplo, pela análise sobre a satisfação ao longo do curso (e na atuação 
profissional) e a possibilidade de crescimento da carreira no futuro.
Supondo que o estudante tenha que pagar o mesmo valor em ambos os cursos e demonstre 
a mesma expectativa de satisfação nos estudos e na atuação profissional, a decisão racional 
passa a depender da possibilidade de sucesso na carreira. Caso o estudante acredite que seu 
maior progresso profissional esteja ao realizar o curso de Arquitetura, mas escolha o curso 
de Psicologia, claramente, ele perceberá que existe uma oportunidade perdida. No estudo 
econômico, dizemos que há um custo de oportunidade. 
Figura 2 – O “cálculo” do custo de oportunidade
Fonte: Thinkstock/Getty Images
O custo de oportunidade seria “qualquer coisa que se tenha de abrir mão para obter algum 
item” (MANKIW, 2001, p. 6). Assim, o estudante deve avaliar se, ao cursar Arquitetura, 
quanto estará perdendo de ganhos futuros ao não fazer o curso de Psicologia. Ao mesmo 
tempo, deve se perguntar se, no caso de estudar Psicologia, quanto estará perdendo no futuro 
ao não realizar Arquitetura. Essa análise dirá ao estudante qual das perdas no enfrentamento 
do tradeoff será mais significativa. 
Outro exemplo poderia ser o de um estudante que está na universidade realizando um 
curso de Odontologia e é chamado por um amigo para se tornar sócio de um restaurante. 
Nesse caso, se decidir pela sociedade, o estudante terá de abandonar o curso de Odontologia 
em função da falta de tempo para aliar as duas atividades. Nessa circunstância, para a 
tomada de decisão, o estudante deve realizar a seguinte comparação: se decidir pela 
sociedade do restaurante, quanto perderá se deixar Odontologia? A seguir, outra pergunta 
deve ser feita: se continuar o curso, quanto perderá desistindo da sociedade? O estudante 
deverá, assim, decidir pela opção que gere o menor custo de oportunidade (ou seja, a 
menor perda relativa entre as opções).
12
Unidade: Introdução à Economia e ao estudo microeconômico
Funcionamento de uma economia de mercado: fluxos reais e 
monetários
O funcionamento de uma economia de mercado (ou capitalista) pode ser explicado por meio 
de fluxos circulares que mostram como bens ou serviços, fatores de produção, remuneração 
destes fatores de produção e o pagamento dos bens e serviços transitam na economia. 
Os fatores de produção são os recursos produtivos que foram comentados anteriormente. 
Basicamente, eles são representados por trabalho (a força de trabalho humana), capital e terra. 
A partir da combinação entre esses fatores, a produção de qualquer bem ou serviço – que são 
os produtos da economia – torna-se possível.
A remuneração dos fatores de produção representa o pagamento realizado a cada 
possuidor de cada fator. Assim, entre as remunerações existentes numa economia de mercado 
estão o salário, o juro, o aluguel e o lucro. A seguir, está listado o conceito de cada um deles, 
conforme Vasconcellos e Garcia (2008):
• Salário: remuneração do trabalhador (é o que recebe uma pessoa que trabalha).
• Juros: remuneração do capital (quando se empresta capital para alguém, deve-se pagar 
um valor a mais para esta que emprestou, além de devolver aquilo que foi emprestado; 
esse valor a mais é o juro).
• Aluguel: remuneração do proprietário da terra (quando alguém possui uma fazenda e 
aluga para alguém, esse recebe um aluguel). 
• Lucro: remuneração dos proprietários das empresas.
A partir desses conceitos, podemos iniciar o estudo de fluxos circulares da economia.
Supondo um país sem governo e sem contato com outrospaíses, existem dois tipos de 
fluxos circulares na economia (o fluxo real e o fluxo monetário); unidos formam um terceiro 
fluxo: o chamado fluxo da renda na economia.
Fluxo real da economia
O fluxo real da economia expressa a circulação de bens, serviços e fatores de produção e 
é representado pela figura 3.
Figura 3 – Fluxo real da economia
Mercado de Bens e Serviços
Mercado de Fatores de Produção
Empresas
Ofertas
Ofertas Demanda
Demanda
Famílias
Fonte: Adaptado de Vasconcellos e Garcia (2008)
13
Para entendimento do fluxo real, é necessário analisar os elementos que o constituem. 
Primeiro, observe que a figura 3 possui os itens famílias e empresas. As famílias constituem 
agentes econômicos que consomem (ou seja, que demandam) bens e serviços; as empresas 
representam as unidades produtoras de bens e serviços para serem consumidas pelas famílias. 
Assim, as empresas produzem para que as famílias possam consumir.
Segundo, veja que a figura 3 contém um mercado de bens e serviços e um mercado 
de fatores de produção. No mercado de bens e serviços, são definidos o que e o quanto as 
empresas pretendem produzir para seus consumidores. Por outro lado, no mercado de fatores 
de produção se definem os fatores de produção (trabalho, terra e capital) envolvidos em cada 
empresa para produzir os bens e serviços que as famílias demandam para serem consumidos.
Imagine que você quer comprar um sofá. Para confeccionar esse bem, 
foi preciso que um grupo de pessoas emprestasse sua força de trabalho 
para as empresas produtoras de sofá – para trabalharem serrando as 
madeiras e cortando tecidos, entre outros passos para a confecção do 
produto. Além disso, as fábricas precisariam de outro fator de produção, 
o capital, que seria adiantado para a compra de tecido, madeira e 
ferramentas necessárias.
Assim, se você deseja (demanda) um sofá, para que ele seja ofertado será 
necessário, inicialmente, o adiantamento dos fatores de produção para, 
na sequência, haver a entrega do sofá. Esse é o fluxo real da economia.
Em síntese
As famílias demandam bens e serviços para serem consumidos. Além disso, 
ofertam trabalho, terra e capital para as empresas produzirem e ofertarem os 
bens e serviços que desejam consumir.
14
Unidade: Introdução à Economia e ao estudo microeconômico
Fluxo monetário da economia
Para a formação completa dessa economia de mercado (ou capitalista) é preciso de mais 
um fluxo circular, o fluxo monetário da economia.
No fluxo monetário, gira apenas o dinheiro necessário para que o sofá chegue à sua casa. 
Como foi necessário trabalhadores e capital para que a empresa produzisse o bem, é necessário 
que a empresa pague os trabalhadores pelo serviço prestado e aos donos do capital pelo 
dinheiro emprestado. Assim, as empresas devem remunerar os trabalhadores com salário e 
os donos do capital com juros, conforme foi explicado anteriormente sobre remuneração 
dos fatores de produção. Além disso, você que comprou o sofá deve pagar algo por este 
produto, sendo que este algo representa o pagamento dos bens e serviços.
Figura 4 – Fluxo monetário da economia
Pagamento dos bens e serviços
Remuneração dos fatores de produção
EmpresasFamílias
Fonte: Adaptado de Vasconcellos e Garcia (2008)
Observe a figura 4. Ela contém os elementos básicos de um fluxo monetário. Estão 
representadas as famílias e as empresas, como antes, e o pagamento dos bens e serviços e a 
remuneração dos fatores de produção.
15
Fluxo de renda da economia
O fluxo de renda representa a junção dos dois fluxos anteriores (o real e o monetário). 
Figura 5 - Fluxo de renda da economia
Mercado de Bens e Serviços
Mercado de Fatores de Produção
Empresas
Ofertas de
bens e serviços
ReceitasDespesas
Pagamento dos
fatores de produção
Renda das
famílias
Oferta de FP
- Trabalho
- Capital
- terra
- ...
Demanda
de FP
Demanda de
bens e serviços
Famílias
Fluxos monetários
Fluxos reais
Fonte: Adaptado de Vasconcellos e Garcia (2008)
As famílias emprestam capital, terra e trabalho para as empresas poderem produzir os 
bens e serviços que as famílias querem consumir. Para que tal ocorra, as empresas devem 
pagar salários, juros, aluguéis para que as famílias queiram oferecer seus fatores de produção 
(salário, capital e terra). Além disso, as famílias devem pagar pelos bens e serviços oferecidos 
pelas empresas (Figura 5).
16
Unidade: Introdução à Economia e ao estudo microeconômico
Teoria Microeconômica
A economia pode ser dividida em duas partes: a microeconomia e a macroeconomia. 
A macroeconomia trata de temas como taxa de juros, desemprego, inflação e taxa de 
crescimento. Entretanto, o alvo de estudo introdutório desta unidade é a microeconomia (ou 
teoria microeconômica). 
A microeconomia aborda, conforme Pindyck e Rubinfeld (2010):
[...] o comportamento das unidades econômicas individuais. Tais 
unidades abrangem consumidores, trabalhadores, investidores, 
proprietários de terra, empresas – na realidade, quaisquer indivíduos 
ou entidades que tenham participação no funcionamento de 
nossa economia. A microeconomia explica como e por que essas 
unidades tomam decisões econômicas.
Nas palavras de Vasconcellos e Garcia (2008):
[...] a microeconomia, ou teoria dos preços, analisa a formação 
de preços no mercado, ou seja, como a empresa e o consumidor 
interagem e decidem qual preço e a quantidade de determinado 
bem ou serviço em mercados específicos.
Alertamos para o fato de que as questões analisadas pela microeconomia não são de uma 
empresa específica, mas são do mercado como um todo. Por exemplo, a microeconomia, ao 
tratar de empresas do setor alimentício, não trabalha com a formação de preços e quantidades 
a serem produzidas de uma empresa específica, mas do setor como um todo. A microeconomia 
trata da análise sobre toda a estrutura do mercado em questão, tentando entendê-la.
17
Divisão de estudo microeconômico
O estudo da microeconomia pode ser, basicamente, dividido em cinco tópicos, que são, 
conforme Vasconcellos e Garcia (2008):
1) análise da demanda;
2) análise da oferta;
3) análise das estruturas de mercado;
4) teoria do equilíbrio geral e bem-estar;
5) imperfeições (“falhas”) de mercado.
A análise da demanda busca entender como o consumidor realiza as decisões que podem 
trazer o máximo de satisfação, devido às restrições orçamentárias que as famílias possuem. A 
análise da demanda leva em consideração, principalmente, entre outros, a renda das famílias 
e os preços dos produtos, bem como suas alterações ao longo do tempo.
A análise da oferta visa compreender o comportamento das firmas (empresas) no mercado. 
O foco das firmas, assim como dos consumidores é sempre o mesmo: obter o melhor resultado 
possível em suas decisões. Se, por um lado, as famílias buscam a maior satisfação dos seus 
desejos de consumo, devido à renda que possuem e os preços dos produtos, por outro lado, as 
firmas visam obter o máximo de lucro possível. Para tal, as firmas vão levar em consideração 
a relação entre os custos e receitas de modo a possibilitar maximização do lucro.
Na análise das estruturas de mercado, é abordada a capacidade das empresas conseguirem 
ou não alterar os preços dos seus produtos e a quantidade a ser colocada no mercado para 
comercialização.
Ao contrário da análise da oferta e estruturas de mercado – que estudam apenas mercados 
isolados, por exemplo, somente o mercado do arroz, ou dos sofás, ou aéreo etc. –, a teoria do 
equilíbrio geral e bem-estar trabalha com as inter-relações dos mercados.
Por fim, o tópico de imperfeições de mercado analisa como os mercados podem ser 
melhorados em situações que não podem ser resolvidas apenas de acordo com as “regras do 
mundo capitalista”. Um exemplo disso seriam as externalidades negativascom o emblemático 
caso da poluição. Se, por um lado, para as empresas fabris, pode ser economicamente 
vantajoso arremessarem lixo industrial diretamente nos rios, por outro lado, muitas pessoas 
sofrem com a poluição da água.
A unidade Introdução à Economia e ao Estudo Microeconômico chega ao fim. Nesta 
unidade, foram abordados diversos conceitos econômicos básicos que são importantes para 
entendimento da teoria microeconômica, como as ideias de tradeoff e custo de oportunidade.
18
Unidade: Introdução à Economia e ao estudo microeconômico
Material Complementar
Sites:
Como material complementar, você pode acessar o link abaixo. O conteúdo aplica o 
conceito de custo de oportunidade no “mundo” dos investimentos e foi publicado pela 
revista digital InfoMoney, em 28/08/2013, com o título “Custos de Oportunidade: 
Vale a pena trocar de investimento?”. 
http://goo.gl/0hwLT8
19
Referências
HUNT, E.K. História do Pensamento Econômico. 7 ed. São Paulo: Campus, 1981. 
MANKIW, N. G. Introdução à Economia: Princípios de Micro e Macroeconomia. 2. ed. Rio 
de Janeiro: Campus, 2001.
PINDYCK, R. S.; RUBINFELD, D. L. Microeconomia. 6. ed. São Paulo: Pearson Education 
do Brasil, 2010.
VASCONCELLOS, M. A. S.; ENRIQUEZ GARCIA, M. Fundamentos de Economia. 4. ed. 
São Paulo: Saraiva, 2008.
20
Unidade: Introdução à Economia e ao estudo microeconômico
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