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TCC - ANÁLISE DA APLICABILIDADE DOS AGREGADOS RECICLADOS NA PRODUÇÃO DE CONCRETO E EM SEU ESTADO SOLTO

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KARINA ALVES ALVARENGA 
NAYARA GUALTER DA SILVA OLIVEIRA 
PEDRO TADEU FONTANA FIUZA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2018 
ANÁLISE DA APLICABILIDADE DOS AGREGADOS 
RECICLADOS NA PRODUÇÃO DE CONCRETO E 
EM SEU ESTADO SOLTO 
KARINA ALVES ALVARENGA 
NAYARA GUALTER DA SILVA OLIVEIRA 
PEDRO TADEU FONTANA FIUZA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Orientador: Prof.ª MSc. Daniele Maria Pilla Junqueira Cafange 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2018 
ANÁLISE DA APLICABILIDADE DOS AGREGADOS 
RECICLADOS NA PRODUÇÃO DE CONCRETO E 
EM SEU ESTADO SOLTO 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado como exigência parcial 
para a obtenção do título de Bacharel 
em Engenharia Civil da Universidade 
Anhembi Morumbi 
 
KARINA ALVES ALVARENGA 
NAYARA GUALTER DA SILVA OLIVEIRA 
PEDRO TADEU FONTANA FIUZA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado como exigência parcial 
para a obtenção do título de Bacharel em 
Engenharia Civil da Universidade 
Anhembi Morumbi. 
 
 
Trabalho____________ em: ____ de_______________de 2018. 
 
______________________________________________ 
Nome do Orientador 
 
______________________________________________ 
Nome do professor da banca 
 
 
 
ANÁLISE DA APLICABILIDADE DOS AGREGADOS 
RECICLADOS NA PRODUÇÃO DE CONCRETO E 
EM SEU ESTADO SOLTO 
Comentários:_________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Deus, pois sem ele nada seríamos. 
Aos nossos pais, por nos guiarem até aqui. 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Acima de todas as coisas, agradecemos a Deus, a Nossa Senhora Aparecida 
e ao Santo Expedito pela iluminação divina e ajuda espiritual nos momentos de 
dificuldade. 
Aos nossos pais pelo apoio, auxílio, paciência e por acreditarem em nosso 
sucesso. 
A nossa orientadora, Daniele Cafange, por todo o suporte, lições e pelas 
conversas motivadoras e carismáticas. Aos técnicos de laboratório da universidade 
Anhembi Morumbi, Roberto Mendonça, Miguel Jesus e a ex-estagiária Bruna Botoni 
por terem nos ajudado em nossas análises laboratoriais. 
Ao Rafael Di Falco Cossielo e Pedro Henrique Serapião, diretores e fundadores 
da Serello Ambiental, por terem fornecido os materiais para o desenvolvimento deste 
trabalho, pelo suporte e por todo o tempo que nos disponibilizaram para entrevistas e 
ensinamentos dos processos de reciclagem de agregados. Ao Paulo Bandina, da 
Construtora Bandina, por ter nos apresentado locais com alto índice de aplicabilidade 
dos agregados reciclados. 
A Ana Elisa Conz e Marília Domingues da equipe de Saúde, Segurança e Meio 
Ambiente da Eli Lilly do Brasil por terem apresentado e fornecido o contato da Serello 
Ambiental. 
A Celina Paro por revisar nosso trabalho com carinho e dedicação. 
E aos nossos amigos, por nos acompanharem em nosso processo de 
formação. 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
A construção civil busca alternativas tecnológicas e sustentáveis para a resolução de 
problemas como a geração de resíduos oriundos de reformas, construções e 
demolições. Os investimentos em estudos sobre a reciclagem destes resíduos para a 
fabricação de novos materiais, a sua classificação, separação e disposição correta 
objetivando a diminuição de impactos ambientais gerados pelo descarte indevido, são 
algumas das soluções possíveis para esta adversidade. O presente trabalho propõe-
se analisar e comparar as propriedades dos agregados reciclados graúdo e miúdo em 
relação aos convencionais, por intermédio da execução de estudo laboratorial 
mediante à moldagem de corpos de prova com substituição de 0, 25%, 50%, 75% e 
100% do agregado reciclado, sendo estes submetidos a ensaios de resistência à 
compressão e tração por compressão diametral. Conjuntamente, com a realização de 
visitas técnicas a usina de reciclagem de agregados e a um empreendimento para 
constatar suas aplicações. Os resultados apontam que é admissível e viável a 
utilização dos materiais reciclados, sendo que o concreto com a substituição de 50% 
apresentou bom desempenho no ensaio de absorção por capilaridade e propriedades 
mecânicas ponderadas para fins não estruturais. Além disso, estes materiais podem 
substituir o agregado convencional em diversas aplicações, diminuindo assim seu 
consumo exacerbado. 
 
Palavras-chave: agregado reciclado; concreto; aplicabilidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
Civil construction seeks technological and sustainable alternatives to solve problems 
such as the generation of waste from construction, refurbishment and demolition. 
Investments in studies on the recycling of these wastes for the manufacture of new 
materials, their classification, separation and correct disposal aiming at reducing the 
environmental impacts generated by the undue disposal, are some of the possible 
solutions for this adversity. The aim of the present work is to analyze and compare the 
properties of the recycled aggregates large and small in relation to the conventional 
ones, through the execution of laboratory study by molding test specimens with 
substitution of 0, 25%, 50%, 75% and 100% of the recycled aggregate, being these 
subjected to tests of resistance to compression and traction by diametral compression. 
In conjunction with the technical visits to the recycling plant of aggregates and a 
venture to verify their applications. The results indicate that the use of recycled 
materials is acceptable and feasible, and 50% replacement concrete presented good 
performance in the capillary absorption test and weighted mechanical properties for 
non-structural purposes. In addition, these materials can replace the conventional 
aggregate in several applications, thus reducing its exacerbated consumption. 
 
Keywords: recycled aggregate; concrete; applicability. 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 2.1 - Fluxograma - Estudo de campo ............................................................. 27 
Figura 2.2 - Fluxograma - Estudo laboratorial ........................................................... 28 
Figura 4.1 - Processo de controle de qualidade de uma usina de britagem .............. 42 
Figura 4.2 - Demolição do piso existente no terreno da obra do condomínio Villaggio 
Maia........................................................................................................................... 49 
Figura 4.3 - Usina de reciclagem implantada no canteiro da obra do condomínio 
Villaggio Maia ............................................................................................................ 49 
Figura 4.4 - Blocos produzidos a partir de RCD – Condomínio Villaggio Maia .......... 50 
Figura 4.5 - Condomínio Villaggio Maia finalizado .................................................... 50 
Figura 5.1 - Amostra de materiais reciclados fornecidos pela Serello Ambiental ...... 54 
Figura 5.2 – Pátio da usina de reciclagem Serello Ambiental ................................... 55 
Figura 5.3 - Frasco de Le Chatelier ........................................................................... 56 
Figura 5.4 - Ensaio de determinação de massa específica do Cimento Portland ..... 57 
Figura 5.5 - Ensaio de resistência à compressão dos corpos de prova de argamassa
 ..................................................................................................................................60 
Figura 5.6 - Determinação da massa específica do agregado miúdo - Frasco de 
Chapman ................................................................................................................... 61 
Figura 5.7 - Determinação da massa específica do agregado graúdo ...................... 63 
Figura 5.8 - Determinação da massa unitária do agregado graúdo .......................... 64 
Figura 5.9 - Determinação da umidade - Método do aquecimento ao fogo ............... 66 
Figura 5.10 - Determinação da umidade - Método de queima ao fogo...................... 67 
Figura 5.11 - Determinação da absorção do agregado miúdo .................................. 70 
Figura 5.12 - Determinação da absorção do agregado graúdo ................................. 70 
Figura 5.13 - Determinação da granulometria do agregado graúdo .......................... 71 
Figura 5.14 - Determinação da granulometria do agregado miúdo ........................... 72 
Figura 5.15 – Equipamentos utilizados para o ensaio de abatimento ....................... 75 
Figura 5.16 - Planta baixa do empreendimento Arboretum ....................................... 81 
Figura 5.17 - Calçada de passeio de bloquetes intertravados................................... 82 
Figura 5.18 - Pista de Cooper – Arboretum ............................................................... 82 
Figura 5.19 - Muro de contenção – Arboretum .......................................................... 83 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
 
Gráfico 4.1 - Quantificação de resíduos de uma obra convencional ......................... 36 
Gráfico 4.2 - Crescimento das empresas de RCD no Brasil...................................... 37 
Gráfico 4.3 - Distribuição das classes de resíduos .................................................... 38 
Gráfico 4.4 - Volume médio de agregado reciclado produzido por mês .................... 41 
Gráfico 4.5 - Concentração de usinas por estado brasileiro ...................................... 45 
 
LISTA DE QUADROS 
 
Quadro 3.1 - Materiais para realização de ensaios de caracterização do agregado 
miúdo – Convencional e reciclado ............................................................................. 29 
Quadro 3.2 - Ferramentas/equipamentos pertinentes aos ensaios de caracterização 
do agregado miúdo - Convencional e reciclado ........................................................ 30 
Quadro 3.3 - Materiais para realização de ensaios de caracterização do agregado 
graúdo - Convencional e reciclado ............................................................................ 31 
Quadro 3.4 - Ferramentas/equipamentos pertinentes aos ensaios de caracterização 
do agregado graúdo - Convencional e reciclado ....................................................... 31 
Quadro 3.5 - Materiais para realização de ensaios específicos do Cimento Portland
 .................................................................................................................................. 32 
Quadro 3.6 - Ferramentas/equipamentos pertinentes aos ensaios do Cimento Portland
 .................................................................................................................................. 32 
Quadro 3.7 - Materiais para realização de ensaios específicos do concreto – À base 
de agregado convencional e reciclado ...................................................................... 33 
Quadro 3.8 - Ferramentas/equipamentos pertinentes aos ensaios específicos do 
concreto - À base de agregado convencional e reciclado ......................................... 34 
Quadro 4.1 - Aplicações de agregado reciclado em vias de pavimentação .............. 46 
Quadro 4.2 - Tipos de agregados reciclados e suas aplicações ............................... 48 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 3.1 - Quantidade de corpos de prova moldados, idades de ruptura, proporção 
para dosagem de agregado reciclado e dimensões dos moldes cilíndricos .............. 34 
Tabela 5.1 - Dados para determinação da massa específica do Cimento Portland .. 57 
Tabela 5.2 - Quantidade de materiais produção dos corpos de prova de argamassa
 .................................................................................................................................. 58 
Tabela 5.3 – Resultado do ensaio de resistência á compressão dos CPs de argamassa 
- 28 dias..................................................................................................................... 59 
Tabela 5.4 - Determinação da massa específica da areia convencional ................... 61 
Tabela 5.5 - Determinação da massa específica da areia reciclada ......................... 62 
Tabela 5.6 - Determinação da massa específica da brita convencional .................... 63 
Tabela 5.7 - Determinação da massa específica da brita reciclada .......................... 63 
Tabela 5.8 - Determinação da massa unitária da brita convencional ........................ 64 
Tabela 5.9 - Determinação da massa unitária da brita reciclada ............................... 65 
Tabela 5.10 - Determinação da umidade da areia convencional pelo método do 
aquecimento ao fogo ................................................................................................. 66 
Tabela 5.11 - Determinação da umidade da areia reciclada pelo método do 
aquecimento ao fogo ................................................................................................. 67 
Tabela 5.12 - Determinação da umidade da areia convencional pelo método de 
queima ao fogo .......................................................................................................... 68 
Tabela 5.13 - Determinação da umidade da areia reciclada pelo método de queima ao 
fogo ........................................................................................................................... 68 
Tabela 5.14 - Determinação da absorção da areia convencional .............................. 69 
Tabela 5.15 - Determinação da absorção da areia reciclada .................................... 69 
Tabela 5.16 - Determinação da absorção da brita convencional ............................... 69 
Tabela 5.17 - Determinação da absorção da brita reciclada ..................................... 69 
Tabela 5.18 - Determinação da composição granulométrica do agregado miúdo 
convencional ............................................................................................................. 72 
Tabela 5.19 - Determinação da composição granulométrica do agregado miúdo 
reciclado .................................................................................................................... 73 
Tabela 5.20 - Determinação da composição granulométrica do agregado graúdo 
convencional ............................................................................................................. 73 
Tabela 5.21 - Determinação da composição granulométrica do agregado graúdo 
reciclado .................................................................................................................... 74 
Tabela 5.22 - Determinação da composição teste do concreto................................. 75 
Tabela 5.23 - Determinação da composição para o concreto com 100% de agregado 
convencional ............................................................................................................. 76 
Tabela 5.24 - Determinação da composição para o concreto com 25% de adição de 
agregado reciclado .................................................................................................... 77 
Tabela 5.25 - Determinação da composição para o concreto com 50% de adição de 
agregado reciclado ....................................................................................................77 
Tabela 5.26 - Determinação da composição para o concreto com 75% de adição de 
agregado reciclado .................................................................................................... 78 
Tabela 5.27 - Determinação da composição para o concreto com 100% de adição de 
agregado reciclado .................................................................................................... 78 
Tabela 6.1 - Resistência à compressão do concreto – 100% Convencional – 7 dias 
 .................................................................................................................................. 84 
Tabela 6.2 - Resistência à compressão do concreto – 100% Convencional – 28 dias
 .................................................................................................................................. 85 
Tabela 6.3 - Resistência à compressão do concreto – 100% Reciclado – 7 dias ..... 85 
Tabela 6.4 - Resistência à compressão do concreto – 100% Reciclado – 28 dias ... 86 
Tabela 6.5 - Resistência à compressão do concreto – 75% Reciclado – 7 dias ....... 86 
Tabela 6.6 - Resistência à compressão do concreto – 75% Reciclado – 28 dias ..... 87 
Tabela 6.7 - Resistência à compressão do concreto – 50% Reciclado – 7 dias ....... 87 
Tabela 6.8 - Resistência à compressão do concreto – 50% Reciclado – 28 dias ..... 88 
Tabela 6.9 - Resistência à compressão do concreto – 25% Reciclado – 7 dias ....... 88 
Tabela 6.10 - Resistência à compressão do concreto – 25% Reciclado – 28 dias ... 89 
Tabela 6.11 - Resistência à tração por compressão do concreto – 100% Convencional 
– 28 dias .................................................................................................................... 90 
Tabela 6.12 - Resistência à tração por compressão do concreto – 100% Reciclado – 
28 dias ....................................................................................................................... 91 
Tabela 6.13 - Resistência à tração por compressão do concreto – 75% Reciclado – 28 
dias ............................................................................................................................ 91 
Tabela 6.14 - Resistência à tração por compressão do concreto – 50% Reciclado – 28 
dias ............................................................................................................................ 92 
Tabela 6.15 - Resistência à tração por compressão do concreto – 25% Reciclado – 28 
dias ............................................................................................................................ 93 
Tabela 6.16 - Absorção por capilaridade – 100% Convencional ............................... 94 
Tabela 6.17 - Absorção por Capilaridade – 100% Reciclado .................................... 94 
Tabela 6.18 - Absorção por Capilaridade – 75% Reciclado ...................................... 94 
Tabela 6.19 - Absorção por Capilaridade – 50% Reciclado ...................................... 95 
Tabela 6.20 - Absorção por Capilaridade – 25% Reciclado ...................................... 95 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
A absorção 
a/c Relação água/cimento 
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas 
ABRECON 
Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da 
Construção Civil e Demolição 
Ac Área do cilindro 
AQUA Construção Sustentável 
BGS Brita Graduada Simples 
C Consumo de Cimento 
C1 Conferência 1 
Ca Consumo de Água 
CDF Certificado de Destinação Final 
CENTRO CAPE Centro de Capacitação e Apoio ao Empreendedor 
CETESB Companhia Ambiental do Estado de São Paulo 
Cg Consumo do Agregado Graúdo 
cm Centímetro 
Cm Consumo do Agregado Miúdo 
cm³ Centímetro Cúbico 
CO2 Dióxido de Carbono 
CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente 
CP Corpo de Prova 
CPII-E-32 Cimento Portland Composto por Escória 
CPs Corpos de Prova 
CSI Cement Sustainability Initiative 
CTR Controle de Transporte de Resíduos 
d Massa unitária 
EPIs Equipamento de Proteção Individual 
fc Tensão de Ruptura 
fcjm Resistência à Compressão Requerida do Concreto 
fck Resistência Característica do Concreto à Compressão 
fctm Resistência a Tração na Flexão 
FIBRA Federação das Indústrias do Distrito Federal 
g Grama 
g/cm³ Grama por Centímetro Cúbico 
GBC Green Building Council 
h Hora 
h Umidade do Agregado 
hm Altura Média do Corpo de Prova 
IPCC Intergovernmental Panel on Climate Change 
IPT Instituto de Pesquisas Tecnológicas 
kg Quilograma 
kgf Quilograma Força 
kgf/cm² Quilograma Força por Centímetro Quadrado 
kg/l Quilograma por Litro 
kg/m³ Quilograma por Metro Cúbico 
L Litro 
L/cp Litro por Corpo de Prova 
Lf Leitura Final 
LEED Leadership in Energy and Environmental Design 
Lo Leitura Inicial 
m Metro 
m Massa da Amostra Seca 
m² Metro Quadrado 
m³ Metro Cúbico 
Mcg Massa Unitária Compactada do Agregado Graúdo 
m³/mês Metro Cúbico por Mês 
MF Módulo de Finura 
Mh Massa do Agregado Úmido 
ml Mililitro 
mm Milímetros 
mm² Milímetro Quadrado 
Mo Massa do Agregado Seco 
MPa Mega Pascal 
ms Massa da amostra saturada 
N Newton 
NBR Norma Brasileira 
NM Normalização no Mercosul 
ρa Massa Específica da Água 
ρc Massa Específica do Cimento 
pgc Massa Específica do Agregado Graúdo Convencional 
pmc Massa Específica do Agregado Miúdo Convencional 
pgr Massa Específica do Agregado Graúdo Reciclado 
P1 Massa do Caixote Vazio 
P2 Massa do Caixote Cheio 
PIB Produto Interno Bruto 
Qm Carga Média 
RCC Resíduos de Construção Civil 
RCD Resíduos de Construção e Demolição 
Sd Desvio Padrão 
SINDUSCON Sindicato da Indústria da Construção Civil 
s Segundos 
SP São Paulo 
T Traço 
UFPR Universidade Federal do Paraná 
V Volume dos Grãos do Cimento 
Vc Volume Compactado da Brita 
Vcp Volume do Corpo de Prova 
Vm Volume do Agregado Miúdo 
LISTA DE SÍMBOLOS 
 
% Porcentagem 
± Mais ou Menos 
II Dois (Números Romanos) 
nº Número 
XXI Século vinte e um (Números Romanos) 
ɣ Massa específica 
Σ Somatória 
x Multiplicação 
π Pi 
σ1 Tensão 
< Maior que 
> Menor que 
Ø Diâmetro 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 21 
1.1 OBJETIVOS ................................................................................................... 22 
 Objetivo geral .............................................................................................. 22 
 Objetivos específicos .................................................................................. 23 
1.2 JUSTIFICATIVAS........................................................................................... 23 
1.3 ABRANGÊNCIA ............................................................................................. 24 
2 MÉTODOS DE TRABALHO .............................................................................. 25 
3 MATERIAIS E FERRAMENTAS ........................................................................ 29 
3.1 ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO DO AGREGADO MIÚDO...................... 29 
3.2 ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO DO AGREGADO GRAÚDO .................. 30 
3.3 ENSAIOS ESPECÍFICOS DO CIMENTO ....................................................... 32 
3.4 ENSAIOS DE RESISTÊNCIA DO CONCRETO ............................................. 33 
4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................. 35 
4.1 GERAÇÃO DE RESÍDUOS DE RCD E RCC ................................................. 35 
4.1.1 Histórico ......................................................................................................35 
4.1.2 Classificação dos resíduos e gerenciamento .............................................. 38 
4.1.3 Usinas de reciclagem .................................................................................. 41 
4.1.4 Vantagens e desvantagens de reciclagem de RCC e RCD ........................ 43 
4.1.5 Crescimento do mercado de agregados reciclados .................................... 44 
4.2 APLICABILIDADE DO AGREGADO RECICLADO SOLTO E NO 
CONCRETO .............................................................................................................. 45 
4.2.1 Agregado reciclado para pavimentação ...................................................... 45 
4.2.2 Agregados para fins não estruturais ........................................................... 46 
4.2.3 Projetos executados com concreto à base de agregados reciclados .......... 48 
4.3 A INFLUÊNCIA DOS AGREGADOS RECICLADOS NAS PROPRIEDADES 
DO CONCRETO ....................................................................................................... 50 
4.3.1 Estado fresco do concreto .......................................................................... 51 
4.3.2 Estado endurecido do concreto................................................................... 51 
5 ESTUDO DE CASO ........................................................................................... 53 
 ANÁLISE LABORATORIAL .......................................................................... 53 
5.1.1 Localização ................................................................................................. 53 
5.1.2 Coleta de dados e insumos ......................................................................... 53 
5.1.3 Caracterização dos materiais ...................................................................... 55 
5.1.3.1 Caracterização do cimento .................................................................. 55 
5.1.3.1.1 Determinação da massa específica do Cimento Portland .............. 56 
5.1.3.1.2 Resistência à compressão dos corpos de prova de argamassa aos 
28 dias ............................................................................................................ 58 
5.1.3.2 Caracterização dos agregados miúdo e graúdo convencionais e 
reciclados ........................................................................................................... 60 
5.1.3.2.1 Determinação da massa específica ................................................60 
5.1.3.2.2 Determinação da massa unitária .................................................... 64 
5.1.3.2.3 Determinação da umidade ..............................................................65 
5.1.3.2.4 Determinação da absorção .............................................................68 
5.1.3.2.5 Granulometria – Agregados convencional e reciclado ................... 70 
5.1.4 Ensaio do concreto ..................................................................................... 74 
5.1.4.1 Determinação da dosagem e ensaios do concreto no estado fresco 74 
5.1.4.2 Moldagem dos corpos de prova ...........................................................78 
5.1.4.3 Ensaios do concreto no estado endurecido ......................................... 79 
5.1.4.3.1 Ensaio de resistência à compressão .............................................. 79 
5.1.4.3.2 Ensaio de resistência à tração por compressão diametral ............. 80 
5.1.4.4 Ensaio de capilaridade .........................................................................80 
5.2 ESTUDO DE CAMPO .................................................................................... 80 
5.2.1 Localização ................................................................................................. 80 
5.2.2 Visita ao empreendimento .......................................................................... 81 
6 ANÁLISE DOS RESULTADOS ......................................................................... 84 
7 CONCLUSÃO .................................................................................................... 96 
8 RECOMENDAÇÕES .......................................................................................... 97 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 98 
APÊNDICE A – RELATÓRIOS DE ENSAIO DE RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO 
DOS CORPOS DE PROVA AOS 7 DIAS ............................................................... 104 
APÊNDICE B – RELATÓRIOS DE ENSAIO DE RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO 
DOS CORPOS DE PROVA AOS 28 DIAS ............................................................. 109 
APÊNDICE C – RELATÓRIOS DE ENSAIO DE RESISTÊNCIA À TRAÇÃO POR 
COMPRESSÃO DIAMETRAL DOS CORPOS DE PROVA AOS 28 DIAS ............ 114 
APÊNDICE D – ENTREVISTA ................................................................................ 119 
APÊNDICE E – MEMORIAL DE CÁLCULO – DOSAGEM DE MATERIAIS PARA 
CONCRETO ............................................................................................................ 122 
APÊNDICE F – RELATÓRIO FOTOGRÁFICO ...................................................... 139 
ANEXO A – RELATÓRIO DE ANÁLISE DE AMOSTRA COLETADA NO 
CANTEIRO DE OBRA – AREIA MISTA ................................................................. 146 
ANEXO B – RELATÓRIO DE ANÁLISE DE AMOSTRA COLETADA NO 
CANTEIRO DE OBRA – BRITA 1 .......................................................................... 147 
ANEXO C – FICHA TÉCNICA – ADITIVO MURAPLAST FK 320 .......................... 148 
21 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Em entrevista concedida à Figuerêdo (2017) do site Sistema Fibra, Cerqueira, 
assessor especial da Fibra, afirma que a construção civil brasileira vem apresentando 
crescimento significativo em relação aos últimos anos, tanto na área de obras quanto 
na inovação de tecnologias, sustentabilidade, habitação e mobilidade, representando 
6,2% do PIB na participação da economia nacional. 
Neste contexto, observa-se que o desenvolvimento do país ocorre 
proporcionalmente à geração de resíduos oriundos de reformas e construções e ao 
consumo exacerbado de recursos naturais para fabricação de materiais para estes 
fins, fator este que leva pesquisadores à preocupação da disposição de locais com a 
finalidade de aterro ou destinação de resíduos, bem como, da futura escassez de 
matérias primas. 
A partir deste princípio, buscam-se alternativas tecnológicas e sustentáveis 
para a resolução de ambos os problemas, a fim de previamente evitar que projetos e 
construções deixem de ser executados pela falta destes e, além de tudo, reduzir o 
impacto causado ao meio ambiente pelo consumo excessivo ou ineficiente dos 
recursos provenientes da natureza. 
Com isso, estudos apontam que a reciclagem de resíduos para a fabricação de 
novos materiais (agregados miúdo e graúdo reciclados), é atualmente uma das 
melhores possibilidades, em termos financeiros, operacionais e ambientais, a fim de 
evitar que catástrofes grandiosas ocorram. A aplicação desta técnica para fabricação 
de concreto é um ganho significativo quando se voltam os olhos para o meio ambiente 
e custos, ao se comparar com o índice de extração de recursos naturais para 
fabricação do concreto convencional. 
Esta técnica vem sendo empregada desde a construção das cidades do Império 
Romano. No entanto, somente em 1928 foram realizadas pesquisas aprofundadas 
quanto a utilização de entulho reciclado, e a primeira aplicação significativa e 
registrada ocorreu em meados de 1946, período pós Segunda Guerra Mundial, na 
reconstrução de cidades europeias, cuja demanda de matéria-prima era 
significativamente alta e devido à escassez de recursos naturais, fez-se necessário oaproveitamento dos escombros causados pela própria guerra (ABRECON, 2018). 
22 
 
Na Alemanha, França, Bélgica, Japão, Holanda e Estados Unidos, bem como 
em outros países desenvolvidos tecnologicamente, a reciclagem de entulho e 
resíduos cresce a cada ano. 
Esses resíduos, no Brasil, são comumente chamados de entulho, porém em 
linguagem mais técnica são denominados Resíduos da Construção e Demolição 
(RCD) e Resíduos da Construção Civil (RCC) que tem como definição todo resíduo 
gerado no processo construtivo, de reforma, escavação ou demolição. 
No país, ao início do século XXI, esse assunto começou a ganhar mais 
destaque com a aprovação da Resolução nº 307/2002 pelo CONAMA - Conselho 
Nacional do Meio Ambiente, a qual determina responsabilidades do gerador de RCD 
e RCC, bem como a classificação destes resíduos, onde organizações e companhias 
estudam a possibilidade da aplicação de concreto à base de agregados reciclados em 
obras de infraestrutura e pequeno porte. 
Contudo, a implantação deste método ainda é incipiente e enfrenta dificuldades 
devido à diversidade do controle e operação, tanto no quesito de que o material 
reciclado ainda não pode ser aplicado em obras estruturais, de acordo com a NBR 
15116 (ABNT, 2004), bem como com a implantação nas construções e seus canteiros 
de obras, onde não é previsto espaço para armazenamento e separação de resíduos 
e, também, pela falta de conhecimento da sociedade sobre a possibilidade de 
aplicação desta técnica. 
Diante disto, o presente trabalho analisa o concreto produzido com agregados 
reciclados comparado ao concreto com agregados convencionais, e, por fim, verifica 
as possibilidades de aplicação deste material em seu estado solto em diferentes 
etapas de diversos tipos de obras, respeitando normas vigentes no país. 
 
1.1 OBJETIVOS 
 
 Objetivo geral 
 
Este trabalho tem como objetivo analisar o agregado reciclado solto e comparar 
sua aplicação no concreto em relação ao concreto produzido com agregados 
convencionais. 
 
23 
 
 Objetivos específicos 
 
Visando a alcançar êxito na realização do objetivo geral desta pesquisa, se fez 
necessária a execução das etapas descritas a seguir: 
Caracterizar os agregados reciclados, a partir de ensaios de determinação 
granulométrica, massa específica, massa unitária, umidade e absorção de água; 
Comparar propriedades do concreto à base de agregados convencionais em 
relação ao concreto com agregados graúdo e miúdo reciclados (provenientes do 
método RCD e RCC), nas proporções de 0, 25%, 50%, 75% e 100%; 
Determinar a resistência do concreto produzido com agregados reciclados, a 
partir de ensaios de compressão e tração por compressão diametral, com a ruptura 
dos corpos de prova aos 7 e 28 dias e ensaio de abatimento do concreto pelo tronco 
de cone (slump test) por intermédio de traços pré-estabelecidos; 
Verificar a absorção de água dos agregados reciclados no concreto por 
intermédio do ensaio de capilaridade dos corpos de prova; 
Realizar visita em campo, a fim de analisar as possíveis aplicações dos 
agregados reciclados soltos; 
Especificar as principais etapas, de diversos tipos de obras, em que são 
possíveis a utilização dos agregados reciclados. 
 
1.2 JUSTIFICATIVAS 
 
Atualmente, ao redor do mundo, as pessoas têm se preocupado com o futuro 
da humanidade e dos recursos disponíveis no planeta Terra e, a partir disso são feitas 
diversas pesquisas visando ao reaproveitamento dos materiais já existentes, ao invés 
de apenas descartá-los. 
Segundo estudos realizados pela Associação Brasileira para Reciclagem de 
Resíduos da Construção Civil e Demolição (2016), a área da construção civil no Brasil 
desperdiça cerca de 8 bilhões de reais em materiais que poderiam ser reutilizados e 
destinados a outros fins. E, em um país com tantos recursos naturais, deveriam ser 
tomadas medidas mais eficazes para a preservação destes. 
Dentro do conceito de reciclagem e reutilização, a construção civil, área 
considerada uma das maiores responsáveis pelo descarte de entulho sem destinação 
24 
 
específica, focou em estudos em meios mais sustentáveis, a fim de levantar métodos 
para reaproveitamento consciente dos resíduos. 
Com o excesso de desperdício de matérias primas e a constante necessidade 
do novo e sustentável, tornou-se essencial a análise de agregados reciclados oriundos 
de RCD e RCC para que houvesse aumento tecnológico e maior empregabilidade 
destes, o que tornaria a área da construção civil menos prejudicial ao meio ambiente 
e o custo mais barateado que o atual. 
Caso este assunto não seja estudado, os resíduos gerados pela construção e 
demolição, assim como a degradação ambiental, se intensificarão de forma 
progressiva. Com isso, as empresas relacionadas à construção perdem a 
oportunidade de obterem resultados similares em relação à qualidade e com um custo 
menor, além de um benefício inestimável para o meio ambiente. 
 
1.3 ABRANGÊNCIA 
 
Este trabalho delimita-se à análise laboratorial das propriedades de agregados 
reciclados provenientes da construção civil e demolição, estudando, a partir do traço 
pré-definido e relações de proporção de materiais, sua resistência em relação ao 
concreto convencional e analisa a aplicação destes agregados, de forma solta, em 
diferentes etapas de distintos tipos de obra. 
Dentro deste contexto, não é escopo da pesquisa a análise de vida útil da 
construção que proverá o material estudado, bem como a durabilidade do concreto 
com agregados reciclados, a legislação relacionada à separação, ao uso e à 
manutenção dos materiais pela usina ou por outros fins, além dos custos dos resíduos 
processados e tratados. 
 
25 
 
2 MÉTODOS DE TRABALHO 
 
O presente estudo originou-se com o levantamento teórico em relação à 
utilização dos agregados reciclados soltos e aplicados no concreto, assim como suas 
propriedades físicas e mecânicas, por intermédio de artigos, teses, dissertações e 
normas técnicas relacionadas ao tema, com o intuito de fortificar a base de 
conhecimentos técnicos, a fim de delimitar a direção do estudo de caso. 
O desenvolvimento deste trabalho foi realizado a partir de agregados reciclados 
(areia média e brita 1) disponibilizados pela Serello Ambiental, localizada no eixo viário 
da Rodovia Anhanguera em Valinhos/SP. A empresa possui área com cerca de 
51.000 m² e amplo pátio destinado ao transbordo e triagem de materiais de descarte 
oriundos da construção civil e demolição, com capacidade de recebimento de 150 a 
200 caçambas, chegando a 1.000 toneladas de entulho por dia. 
Além de dispor de uma área para transbordo e triagem, a Serello Ambiental 
conta com um reservatório de 1,5 milhões de litros de água para coleta da chuva. A 
área do reservatório dispõe de barreiras vegetais para filtrar e reter a formação e 
propagação de partículas causadas pelo vento. 
Com os materiais coletados, análises laboratoriais foram realizadas ao longo 
do processo de pesquisa, com o propósito de determinar propriedades importantes 
para classificação dos agregados reciclados, a fim de estabelecer relações de 
proporções entre areia, cimento, pedra e água para o traço (fck 30 MPa e abatimento 
12 ± 2 cm) que definiu a resistência do concreto. 
A princípio, foi estabelecida a caracterização do agregado convencional para 
obtenção do traço de referência. Após, caracterizaram-se os agregados reciclados por 
meio dos ensaios de composição granulométrica, massa unitária para o agregado 
graúdo, massa específica e absorção de água para ambos os tipos de agregado, e 
ensaio de umidade para o agregado miúdo. 
Após a determinação das característicasdos agregados reciclados foram 
realizados cálculos para definir a dosagem do concreto e relação de proporção de 
materiais a partir do traço estabelecido. 
Baseado na dosagem, os materiais foram depositados em betoneiras para 
mistura e posterior colhimento da amostra. Com a intenção de analisar o concreto, a 
base de agregado reciclado, foram substituídos os agregados convencionais nas 
seguintes proporções: 0 (concreto de referência), 25%, 50%, 75% e 100%. 
26 
 
Diante do concreto ainda fluido, foi possível executar o ensaio de abatimento 
pelo tronco de cone (slump test), a fim de verificar sua trabalhabilidade. 
Posteriormente, corpos de provas foram moldados para a efetivação do ensaio 
de resistência à compressão, tração e absorção de água por capilaridade. Esses 
corpos de prova foram rompidos nos ensaios de compressão aos 7 e 28 dias e tração 
aos 28 dias, sendo dois CPs para cada idade de ruptura e porcentagem de 
substituição de agregado natural por agregado reciclado. Além de dois corpos de 
prova para cada porcentagem de substituição com o propósito de realizar o ensaio de 
capilaridade aos 28 dias. 
Com todos os testes efetuados, os resultados obtidos foram analisados para 
comparação entre concreto com agregados reciclados e convencionais. 
Além do estudo laboratorial, realizou-se um estudo em campo, onde um 
empreendimento que utilizou de agregado reciclado foi implantado, objetivando ao 
máximo não empregar agregados convencionais em locais onde seria possível a 
aplicação do material reciclado sem perda de propriedades. 
Esta visita ocorreu com o propósito de estudar a aplicabilidade do agregado 
reciclado solto em diversos tipos de obras e analisar o comportamento deste material 
em relação ao seu uso, podendo desta forma, efetuar a comparação com o agregado 
convencional, a fim de diminuir seu emprego infrene. 
O fluxograma com as etapas realizadas para o estudo de caso e o estudo 
laboratorial podem ser verificados conforme Figuras 2.1 e 2.2 a seguir, 
respectivamente. 
 
27 
 
Figura 2.1 - Fluxograma - Estudo de campo 
 
Fonte: Os autores, 2018 
 
28 
 
Figura 2.2 - Fluxograma - Estudo laboratorial 
 
Fonte: Os autores, 2018 
29 
 
3 MATERIAIS E FERRAMENTAS 
 
Para realização de ensaios laboratoriais para estudo e análise dos materiais da 
construção civil, bem como para outras áreas, foi necessário seguir os procedimentos 
estabelecidos em normas brasileiras regulamentadoras, a fim de se obter resultados 
coerentes e dentro dos parâmetros aceitáveis. 
Para tanto, nos tópicos a seguir, estão descritos os materiais e ferramentas que 
foram utilizados nos ensaios de caracterização dos agregados, aos específicos para 
o aglomerante e o concreto com e sem substituição de agregados reciclados. 
 
3.1 ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO DO AGREGADO MIÚDO 
 
Para a realização do ensaio de caracterização do agregado miúdo, tanto 
convencional quanto o reciclado, foram utilizados os materiais apresentados no 
Quadro 3.1 e as ferramentas e equipamentos no Quadro 3.2, seguindo as normas 
específicas de cada ensaio. 
 
Quadro 3.1 - Materiais para realização de ensaios de caracterização do agregado miúdo – 
Convencional e reciclado 
CARACTERIZAÇÃO DO AGREGADO MIÚDO 
Convencional - ABNT NBR 7211 
Reciclado - ABNT NBR 15116 
Ensaio 
Materiais 
Areia média Água Álcool 
Massa específica 
- X X 
ABNT NBR NM 52 
Absorção 
- X X 
ABNT NBR NM 30 
Umidade superficial Queima ao álcool X X 
ABNT NBR 9775 Aquecimento ao fogo X 
Granulometria 
 X 
ABNT NBR NM 248 
Fonte: Os autores, 2018 
 
 
30 
 
Quadro 3.2 - Ferramentas/equipamentos pertinentes aos ensaios de caracterização do 
agregado miúdo - Convencional e reciclado 
CARACTERIZAÇÃO DO AGREGADO MIÚDO 
Convencional - ABNT NBR 7211 
Reciclado - ABNT NBR 15116 
Ensaio 
Ferramentas/equipamentos 
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Massa específica 
- X X X X X 
ABNT NBR NM 52 
Absorção 
- X X X X 
ABNT NBR NM 30 
Umidade superficial Queima ao álcool X X X X X X X 
ABNT NBR 9775 Aquecimento ao fogo X X X X X X X 
Granulometria 
- X X X X X X X 
ABNT NBR NM 248 
* Balanças com diferentes resoluções e precisões para cada ensaio. 
* Peneiras com diferentes aberturas de vãos para cada ensaio. 
Fonte: Os autores, 2018 
 
3.2 ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO DO AGREGADO GRAÚDO 
 
Visando à obtenção dos resultados dos ensaios de caracterização do agregado 
graúdo com o propósito de estipular o traço para o concreto, fizeram-se necessárias 
a utilização dos materiais presentes no Quadro 3.3 a seguir e as ferramentas e 
equipamentos de acordo com o Quadro 3.4. 
 
31 
 
Quadro 3.3 - Materiais para realização de ensaios de caracterização do agregado graúdo - 
Convencional e reciclado 
CARACTERIZAÇÃO DO AGREGADO GRAÚDO 
Convencional - ABNT NBR 7211 
Reciclado - ABNT NBR 15116 
Ensaio 
Materiais 
Brita Água 
Massa específica 
X X 
ABNT NBR NM 53 
Massa unitária 
X 
ABNT NBR NM 45 
Absorção 
X X 
ABNT NBR NM 53 
Granulometria 
X 
ABNT NBR NM 248 
Fonte: Os autores, 2018 
 
Quadro 3.4 - Ferramentas/equipamentos pertinentes aos ensaios de caracterização do 
agregado graúdo - Convencional e reciclado 
CARACTERIZAÇÃO DO AGREGADO GRAÚDO 
Convencional - ABNT NBR 7211 
Reciclado - ABNT NBR 15116 
Ensaio 
Ferramentas/equipamentos 
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Massa específica 
X X X X X X 
ABNT NBR NM 53 
Massa unitária 
X X X X 
ABNT NBR NM 45 
Absorção 
X X X X 
ABNT NBR NM 53 
Granulometria 
X X X X X X 
ABNT NBR NM 248 
* Balanças com diferentes resoluções e precisões para cada ensaio. 
** Caixote de 20 L. 
*** Peneiras com diferentes aberturas de vãos para cada ensaio. 
Fonte: Os autores, 2018 
 
32 
 
3.3 ENSAIOS ESPECÍFICOS DO CIMENTO 
 
Com o intuito de se obter a resistência à compressão dos corpos de prova de 
argamassa, que é um dos fatores para determinação do traço do concreto, foram 
utilizados os materiais e ferramentas conforme os Quadros 3.5 e 3.6 abaixo, 
respectivamente.Quadro 3.5 - Materiais para realização de ensaios específicos do Cimento Portland 
CIMENTO PORTLAND 
Ensaio 
Ferramentas/equipamentos 
Cimento Água Querose Óleo 
Massa específica 
X X 
ABNT NBR 11605 
Resistência a compressão aos 28 dias 
X X X 
ABNT NBR NM 7215 
Fonte: Os autores, 2018 
 
Quadro 3.6 - Ferramentas/equipamentos pertinentes aos ensaios do Cimento Portland 
CIMENTO PORTLAND 
Ensaio 
Ferramentas/equipamentos 
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Massa específica 
X X X X X 
ABNT NBR 11605 
Resistência a compressão aos 28 dias 
 X X X X X X X 
ABNT NBR NM 7215 
* Balanças com diferentes resoluções e precisões para cada ensaio. 
Fonte: Os autores, 2018 
 
33 
 
3.4 ENSAIOS DE RESISTÊNCIA DO CONCRETO 
 
O ensaio de resistência do concreto com agregado reciclado, bem como com o 
agregado convencional, é realizado com o objetivo de obter resultados de resistência 
como forma comparativa entre as duas aplicações. 
Este ensaio é divido em dois métodos distintos, são eles: resistência à 
compressão e resistência à tração por compressão diametral. 
Desta forma, para sua realização são necessários os materiais, ferramentas e 
equipamentos, conforme apresentados nos Quadros 3.7 e 3.8 a seguir. 
Nota-se que na Tabela 3.1, são apresentadas as quantidades de corpos de 
prova moldados, idades de ruptura, proporção de dosagem de agregado reciclado e 
dimensões dos moldes cilíndricos. 
 
Quadro 3.7 - Materiais para realização de ensaios específicos do concreto – À base de 
agregado convencional e reciclado 
 RESISTÊNCIA DO CONCRETO 
 
Ensaio 
Materiais 
 
Concreto 
Óleo (agregado miúdo + 
agregado graúdo + água 
+ aglomerante + aditivo*) 
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Determinação da resistência à compressão 
X X 
ABNT NBR 7215 
Determinação da resistência à tração por 
compressão diametral de corpos de prova 
cilíndricos X X 
ABNT NBR 7222 
Absorção de água por capilaridade 
X X 
ABNT NBR 9779 
Determinação da consistência pelo abatimento do 
tronco do cone X X 
ABNT NBR NM 67 
 * Aditivo: Muraplast FK 320 
Fonte: Os autores, 2018 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
Quadro 3.8 - Ferramentas/equipamentos pertinentes aos ensaios específicos do concreto - À 
base de agregado convencional e reciclado 
 RESISTÊNCIA DO CONCRETO 
 
Ensaio 
Ferramentas/equipamentos 
 
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Resistência à compressão 
X X X X X X 
ABNT NBR 7215 
Resistência à tração por compressão 
diametral de corpos de prova cilíndricos X X X X X X 
ABNT NBR 7222 
Absorção de água por capilaridade 
X X X X X X 
ABNT NBR 9779 
 
* Balanças com diferentes resoluções e precisões para cada ensaio. 
** Moldes com dimensões específicas. 
Fonte: Os autores, 2018 
 
Tabela 3.1 - Quantidade de corpos de prova moldados, idades de ruptura, proporção para 
dosagem de agregado reciclado e dimensões dos moldes cilíndricos 
RESISTÊNCIA DO CONCRETO 
Ensaios 
Idade 
Proporções Dimensão CPs 7 dias 28 dias 
Corpos de prova 
Resistência à compressão 
ABNT NBR 7215 
2 2 0 
0,10 x 0,20 m 
2 2 25% 
2 2 50% 
2 2 75% 
2 2 100% 
Resistência à tração por compressão 
diametral de corpos de prova cilíndricos 
ABNT NBR 7222 
- 2 0 
0,15 x 0,30 m 
- 2 25% 
- 2 50% 
- 2 75% 
- 2 100% 
Absorção de água por capilaridade 
ABNT NBR 9779 
- 2 0 
0,10 x 0,20 m 
- 2 25% 
- 2 50% 
- 2 75% 
- 2 100% 
Total CPs 40 
Fonte: Os autores, 2018 
 
35 
 
4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
 
As pesquisas realizadas para o seguinte trabalho mostraram que, atualmente, 
a produção de concreto com agregado reciclado tem se tornado cada vez mais comum 
na construção civil em diversas partes do mundo, assim como a utilização desses 
agregados soltos para diversas finalidades. 
Muitos autores expõem suas ideias e estudos, a fim de auxiliar e incentivar a 
humanidade a tomar decisões ecologicamente corretas para que se possam preservar 
os escassos recursos naturais ainda existentes. 
Desta forma, e a partir da abordagem de alguns autores sobre o tema, a revisão 
bibliográfica é apresentada para maior entendimento do trabalho de pesquisa. 
 
4.1 GERAÇÃO DE RESÍDUOS DE RCD E RCC 
 
Este tópico aborda o histórico quanto à geração de resíduo no Brasil e no 
mundo, os primeiros estudos em relação ao aproveitamento desses resíduos para a 
produção de concreto com agregados reciclados, as formas de coleta desses 
agregados, o impacto ambiental causado pelo descarte indevido do RCD e RCC e as 
vantagens, desvantagens e dificuldades de reciclagem desses resíduos. Serão 
tratados também a classificação dos materiais, a sua disposição correta e as usinas 
existentes que trabalham para disponibilização de agregados reciclados. 
 
4.1.1 Histórico 
 
A geração de resíduo no Brasil e no mundo é um assunto que vem sendo 
estudado há tempos e, com isso, notou-se a necessidade de encontrar meios de 
reutilização desses materiais, uma vez que os recursos naturais estão cada vez mais 
escassos. 
Os primeiros indícios de utilização de RCD e RCC datam a época do Império 
Romano, porém somente ocorreram aplicações significativas após a Segunda Guerra 
Mundial, na reconstrução das cidades europeias, que haviam sido bombardeadas 
tanto pelos países do Eixo, quanto dos Aliados. Com seus edifícios destruídos, parte 
do entulho foi reaproveitado visando a atender à demanda de reconstrução da época 
(ABRECON, 2018). 
36 
 
A Alemanha, pioneira na utilização desses resíduos, iniciou as pesquisas após 
a Segunda Grande Guerra. A fomentação de leis de proibição da prática do uso de 
aterros para descarte de resíduos, que poderiam ser reutilizados, viabilizou o estudo 
e a aplicação destes materiais. No país, os reciclados são aplicados, sobretudo, nas 
estradas (JURAS, 2005). 
Em alguns países como Bélgica e Dinamarca, para se adaptarem à falta de 
agregados, foi preciso importar areia da Sibéria e entulho da Inglaterra para utilização 
no concreto. Nos Países Baixos estima-se que haja a reciclagem de 90% dos 
resíduos. Já no Japão, utiliza-se ⅔ do concreto de demolição em pavimentação de 
estradas, conforme citado por Silva (2016) para o site Deviante. 
Pesquisas estão sendo realizadas desde meados de 1986 para melhor 
utilização dos resíduos provenientes de RCD e RCC, no Brasil. Cidades como Belo 
Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Goiânia, Uberlândia, Salvador, Brasília e outras 
já tiveram experiências em pavimentação com RCD chegando a condições favoráveis 
deutilização (AGOYPYAN, BERNUCCI, et. al., 2006 apud PEREIRA e VIEIRA, 2013). 
Ao falar à revista digital AECweb, Careli (2014) cita que estruturas de concreto 
armado associadas à vedação de alvenaria com blocos de concreto ou cerâmico 
geram entre 0,10 e 0,15 m³ de resíduos da construção por metro quadrado de área 
construída. Desse volume, os resíduos são divididos em alvenaria, concreto, 
argamassas, cerâmicos, madeira, gesso, plásticos, papéis, metais, materiais 
perigosos e não reciclados, inclusive rejeitos. A porcentagem do volume de cada um 
desses materiais pode ser analisada no Gráfico 4.1 a seguir: 
 
Gráfico 4.1 - Quantificação de resíduos de uma obra convencional 
 
Fonte: Adaptado de Careli, 2014 
 
37 
 
Segundo o Jornal Nacional (2015), as obras no Brasil geram cerca de 84 
milhões de metros cúbicos de resíduos todos os anos e somente 17 milhões de metros 
cúbicos são reaproveitados. Esse material desperdiçado seria suficiente para a 
construção de quase 4 milhões de casas populares ou pavimentar 168 mil quilômetros 
de estradas. 
Com a grande geração de RCD e RCC foi necessário investimento de 
empresas para a coleta e aproveitamento deste material. Desta forma, conforme 
pesquisa setorial feita pela ABRECON (2015), o número de usinas de reciclagem no 
Brasil subiu de um crescimento de, no máximo, 3 para 10,6 novas usinas por ano após 
a resolução CONAMA Nº 307. Entretanto, entre 2008 e 2013 esta taxa de crescimento 
se estabilizou, tais dados estão apresentados no Gráfico 4.2. 
Atualmente há, pelo menos, 310 usinas instaladas no Brasil, com maior 
concentração em São Paulo. 
 
Gráfico 4.2 - Crescimento das empresas de RCD no Brasil 
 
Fonte: ABRECON, 2015 
 
Essas empresas são separadas em usinas fixas, que são construídas conforme 
a capacidade de tratamento do resíduo e precisam de preparação para o recebimento 
do material, e usinas móveis, que contam com um caminhão, uma britadeira e uma 
peneira rotatória. Essa usina pode ser alugada para posto-obra. 
 
38 
 
4.1.2 Classificação dos resíduos e gerenciamento 
 
Com a implantação da Resolução CONAMA nº 307, os resíduos da construção 
civil foram classificados, como forma de minimizar ou até mesmo acabar com os 
impactos ambientais gerados pelo descarte indevido destes. Essa classificação 
permite a separação e disposição correta dos materiais. 
Os materiais estão distribuídos entre as classes de resíduos de acordo com o 
que é apresentado no Gráfico 4.3 a seguir, conforme Melo (2014) apud Silva e Notaro 
(2015). 
 
Gráfico 4.3 - Distribuição das classes de resíduos 
 
Fonte: Adaptado de Silva e Notaro, 2015 
 
Segundo a Resolução CONAMA nº 307 (CONSELHO NACIONAL DO MEIO 
AMBIENTE, 2002), as classes de resíduos da construção civil podem ser definidas da 
seguinte forma: 
 
Classe A – são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais 
como: 
a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de 
outras obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem; 
b) de construção, demolição, reformas e reparos de edificações: 
componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), 
argamassa e concreto; 
c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em 
concreto (blocos, tubos, meios-fios) produzidas nos canteiros de obras; 
Classe B – são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como 
plásticos, papel, papelão, metais, vidros, madeiras embalagens vazias de 
tintas imobiliárias e gesso; 
39 
 
Classe C – são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas 
tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua 
reciclagem ou recuperação; 
Classe D – são resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais 
como tintas, solventes, óleos e outros ou qualquer contaminados ou 
prejudiciais à saúde oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas 
radiológicas, instalações industriais e outros, bem como telhas e demais 
objetos e materiais que contenham amianto ou outros produtos nocivos à a 
saúde. 
 
Essa resolução cita formas corretas da disposição dos resíduos de classe A em 
aterros, para que não ocorra contaminação do solo ou do material naquele local. 
Também é citada ao longo da resolução a forma que o resíduo deve ser encaminhado 
ao aterro, que deverá ser feito na forma de agregado. 
Porém, para que esse material seja encaminhado a um canteiro de reciclagem 
é necessário o seu recolhimento e separação de forma correta. 
Grande parte destes resíduos provenientes de obras e demolição é descartada 
de maneira irregular e os profissionais atuantes nestas encontram dificuldades para a 
separação dos resíduos e descarte adequado, apesar de que algumas alterações de 
projeto e planejamento poderiam auxiliar neste exercício. 
Para melhor gerenciamento desses resíduos existem projetos criados pela 
Caixa Econômica Federal, em parceria com o Governo Federal (2005), que informam 
as principais etapas que devem ser seguidas para o aproveitamento dos resíduos de 
construção e demolição. Estas etapas são: a caracterização dos resíduos, visando a 
identificar e quantificar esses materiais; a triagem, na qual ocorre a separação do 
resíduo, que pode ser feita no polo gerador ou nas usinas de destinação; o 
acondicionamento, que tem como objetivo a preparação do material para coleta, o 
transporte e, por último, a destinação. 
Ao escrever sobre a reciclagem de resíduos de construção e demolição, 
Miranda, Ângulo e Careli (2009) citam a importância da triagem, registro e 
identificação diferenciada dos materiais durante as obras, visando a avaliar os 
resultados de implantação do sistema de separação e gestão dos resíduos. É 
analisado que a triagem possibilita a redução do empolamento de RCD que ocorre 
devido à má organização dentro de caçambas estacionárias e a formação de vazios. 
Ainda no estudo, é citado que o cumprimento quanto à triagem, registro e 
identificação destes materiais podem auxiliar na diminuição, principalmente, do risco 
de autuação ambiental e do custo da obra com transporte e destinação. Ocorre ainda 
a diminuição de contaminação dos resíduos. 
40 
 
Muitas usinas de reciclagem possuem parcerias com transportadoras de 
resíduos de obras civis. Desta forma, após a triagem e separação deste material, é 
necessário o contato com empresas credenciadas pela CETESB, que possuam o 
Certificado de Transporte de Resíduos – CTR para o transporte e destinação correto 
desses materiais. 
Para a destinação correta dos resíduos é necessário seguir as instruções 
descritas na Resolução CONAMA n° 307/2002, conforme abaixo: 
 
Classe A – deverão ser reutilizados ou reciclados na forma de agregados ou 
encaminhados a aterro de resíduos Classe A de reservação de materiais para 
usos futuros; 
Classe B – deverão ser reutilizados, reciclados e encaminhados a áreas de 
armazenamento temporário, sendo dispostos de modo a permitir a sua 
utilização ou reciclagem futura; 
Classe C – deverão ser armazenados, transportados e destinados em 
conformidade com as normas técnicas específicas; 
Classe D – deverão ser armazenados, transportados e destinados em 
conformidade com as normas técnicas específicas. 
 
Após a destinação, em uma das etapas de gerenciamento, a empresa 
incumbida pelo recebimento dos resíduos é responsável pela preparação final do 
material reciclado para nova utilização. 
Algumas das usinas utilizam o próprio transportador que levou o material 
colhido para que este retorne com o material reciclado para entrega ao consumidor 
final, após a devida limpeza do caminhão, visando à não contaminação do agregado 
pronto. 
Com a pesquisa setorialrealizada pela ABRECON (2015) foi possível verificar 
o volume médio de agregado reciclado produzido pelas usinas brasileiras. Constatou-
se que a maioria das usinas do país, cerca de 52% produzem até 3.000 m³/mês, de 
acordo com o Gráfico 4.4. 
 
41 
 
Gráfico 4.4 - Volume médio de agregado reciclado produzido por mês 
 
Fonte: Adaptado de ABRECON, 2015 
 
A maioria das usinas possuem baixo número de produção de agregado 
reciclado em relação a quantidade de material que é desperdiçado por ano no Brasil. 
 
4.1.3 Usinas de reciclagem 
 
As usinas de reciclagem, dispostas no Brasil, consistem em receber e reciclar 
os resíduos da construção civil e demolição, com o propósito de fornecer agregados 
reciclados de volta ao ramo de sua origem. 
Uma usina há de ser concebida como referência em qualidade e 
sustentabilidade, sendo esta constituída por equipe técnica qualificada e ampla área 
de transbordo e triagem para recebimento do entulho. 
Além disso, segundo Estefano e Assis (1999), conforme citado por Nogueira, 
Campolina, Ribeiro, et al., (2012), para a qualidade no trabalho prestado, o local de 
reciclagem dos resíduos deve contar com administração local, guarita de entrada, 
cabine de comando, pátio de recepção com balança para pesagem do caminhão, 
calha de alimentação, correia transportadora, britador e pátio de estocagem. Até o 
cenário atual, está é a forma de usina mais comum encontrada. 
A empresa com esta finalidade, deve possuir para fins regulatórios, 
certificações com órgãos reconhecidos e qualificados, tais como: a Companhia 
Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), no caso da empresa estar localizada 
em São Paulo, Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção e 
42 
 
Demolição (ABRECON) e Green Building Council (GBC), responsável pela 
qualificação dos produtos e critérios de pontuação para obtenção de certificações 
como LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) e AQUA (Construção 
Sustentável). Além de possuir aptidão para emissão de documentos destinados ao 
transporte de resíduos, como por exemplo, o CTR (Controle de Transporte de 
Resíduos) e o CDF (Certificado de Destinação Final) como registro de destinação 
correta dos geradores. 
No pátio, o processo de britagem, normalmente é constituído por britadores 
(mandíbula de impacto), esteiras de coleta e controle de qualidade (ainda realizado 
por vias manuais e visuais), eletroímã para remoção de materiais ferrosos e imãs 
permanentes, de acordo com a Figura 4.1 a seguir. Algumas usinas possuem ainda, 
a reciclagem de cavaco de madeira, onde a linha de produção é composta por picador 
a tambor e eletroímã para remoção de materiais ferrosos. 
 
Figura 4.1 - Processo de controle de qualidade de uma usina de britagem 
 
Fonte: Adaptado de Serello Ambiental, 2017 
 
43 
 
4.1.4 Vantagens e desvantagens de reciclagem de RCC e RCD 
 
Com o aquecimento do mercado da construção civil, materiais provenientes de 
RCC e RCD são desperdiçados com maior frequência, causando uma grande 
repercussão negativa no mundo atual. 
Segundo Braga, para o Jornal Agora (2018), a Secretaria Municipal das 
Prefeituras Regionais mapeou cerca de 2.942 pontos de descarte irregular de 
materiais da construção civil em 2017, sendo que existem 100 ecopontos espalhados 
pela cidade de São Paulo. 
O impacto causado pela construção civil já começa com a extração nas jazidas 
dos materiais que são utilizados para a produção de concreto. Com a retirada 
improcedente de materiais como areia, brita e argila naturais está ocorrendo a 
diminuição das jazidas disponíveis para atendimento. Esse esgotamento faz com que 
esses materiais sejam transportados em distâncias muito grandes, aumentando assim 
os custos com transporte, consumo de energia e a geração de poluição (JOHN, 2000 
e SANTOS, 2015). 
Segundo o IPCC (2006) apud Santos (2015), o processo de produção do 
cimento tem sido apontado como um dos maiores geradores de impacto tanto 
ambiental, como social, uma vez que há consequência em comunidades próximas às 
áreas da fábrica. A CSI, de acordo com Rocha para Revista Prima (2014), publicou 
um estudo onde é mostrado que a indústria do cimento é responsável por cerca de 
3% das emissões mundiais de gases do efeito estufa e por aproximadamente 5% das 
emissões de CO2. 
Levando em consideração as pesquisas realizadas, é nítido que a extração dos 
materiais utilizados como agregados e a produção do cimento causam um grande 
impacto ambiental, o que ainda é agravado pelo desperdício de resíduos durante as 
obras. Resíduos esses que poderiam ser reaproveitados, colaborando com a 
diminuição dos problemas causados ao meio ambiente. 
Porém, existem vantagens e desvantagens em relação à reciclagem dos 
materiais provenientes de RCD e RCC. 
De acordo com Instituto Centro de Capacitação e Apoio ao Empreendedor 
(2013), as vantagens de se reciclar os resíduos da construção são muitas, dentre elas, 
citam-se: a economia nas compras de matérias-primas, uma vez que ocorrerá a 
substituição dos materiais convencionais pelo reciclado, sendo este mais barato que 
44 
 
o natural; a redução de custo de remoção dos resíduos e a diminuição da poluição 
gerada pelo entulho, enchentes e assoreamento de rios e córregos. 
Ainda é citado pelo Instituto Centro CAPE (2013) vantagens como: o menor 
custo no processo de reciclagem, uma vez que é exigido menor tecnologia, a não 
necessidade de separação dos materiais dos componentes minerais do entulho 
(tijolos, argamassas, materiais cerâmicos, areia, pedras etc.) e economia de energia 
na moagem deste. 
Por outro lado, existem as desvantagens de se recorrer ao material reciclado 
para confecção do concreto e uma delas é o fato de que ainda não foi possível obtê-
lo com a substituição em 100% do agregado convencional pelo reciclado para uso 
estrutural em grandes obras, uma vez que os componentes reciclados não 
apresentam resultados favoráveis de resistência para esse fim. 
O grande investimento inicial na implantação da gestão ambiental e a 
insuficiência de áreas para recebimento de RCD em regiões com maior produção 
desse material também é considerado desvantagem para a reciclagem (TONUS e 
MINOZZI, 2013). 
Conforme Oliveira e Carvalho (2015), a instabilidade no mercado para materiais 
reciclados é contada como um ponto negativo, visto que, rapidamente, sofre com 
alterações e oscilações de oferta e procura. 
Desta forma, antes da aplicação de resíduos reciclados em obras é necessário 
planejamento e estudo de viabilidade. 
 
4.1.5 Crescimento do mercado de agregados reciclados 
 
Entre junho de 2014 e setembro de 2015, foi realizada uma parceria entre a 
UFPR e a ABRECON, com o intuito de avaliar as necessidades para o crescimento 
do setor de usinas de reciclagem de RCD e RCC no Brasil. 
Através da ferramenta Survey Monkey (aplicativo para realização de 
pesquisas), foi elaborado um questionário com perguntas visando ao máximo ganho 
de informações sobre a reciclagem no país, obtendo-se no final, 105 respostas de 
diferentes empresas. Acredita-se que este número represente 33% de empresas 
interligadas direta ou indiretamente à reciclagem de resíduos (MIRANDA, TORRES, 
VOGT, et al, 2016) 
45 
 
O Gráfico 4.5, apresenta a concentração de usinas nos estados brasileiros para 
as 105 empresas que responderam o questionário, entretanto algumas usinas na 
Região Norte (Acre, Amazonas, por exemplo) não estão listadas. 
 
Gráfico 4.5 - Concentração de usinas por estado brasileiro 
 
Fonte: Miranda, Torres, Vogt, et al, 2016 
 
4.2 APLICABILIDADE DO AGREGADO RECICLADO SOLTO E NO CONCRETOMuitas são as pesquisas e estudos de viabilidade que visam à aplicação dos 
agregados reciclados em diversos ramos da construção civil. 
As usinas, propriamente ditas, ao disponibilizar os agregados tratados e 
reciclados para o mercado, apresentam em conjunto vasta lista de possíveis 
aplicações do material que será comprado. Tais aplicações, para serem usadas como 
propostas de implantação, são previamente analisadas laboratorialmente para que 
não haja risco de sua não efetividade. 
 
4.2.1 Agregado reciclado para pavimentação 
 
Atualmente, as implantações técnicas são dadas em rodovias, onde os 
agregados reciclados destinados às camadas adjacentes do pavimento apresentam 
menor custo de construção em comparação às executadas com brita graduada. 
46 
 
A NBR 15115 (ABNT, 2004) estabelece, em um de seus itens, os parâmetros 
para execução de camadas subjacentes (reforço de subleito, sub-base, base de 
pavimentos e revestimento primário) com agregado reciclado proveniente de 
construção civil. 
Leite (2001) e Zordan (2003), avaliaram a viabilidade técnica da utilização 
desses materiais em relação às propriedades mecânicas e concluíram que agregados 
reciclados podem sim ser utilizados na pavimentação de vias. 
De acordo com Leite (2008), em 1984, na zona oeste da cidade de São Paulo, 
foi construída a primeira via pavimentada com o RCD em sua camada de reforço de 
subleito. A construção, acompanhada pelo IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas 
do Estado de São Paulo), apresentou boa performance na época. 
Mesmo as pesquisas e a produção de agregados reciclados usados na 
pavimentação se intensificando nos últimos anos, o seu uso é relativamente pequeno 
devido a sua variabilidade (SILVA e NOTARO, 2015). 
O Quadro 4.1 apresenta algumas das aplicações de agregados reciclados em 
vias pavimentadas. 
 
Quadro 4.1 - Aplicações de agregado reciclado em vias de pavimentação 
 
Fonte: Morand, 2016 
 
4.2.2 Agregados para fins não estruturais 
 
Além de ser utilizado no concreto e pavimentação, o agregado reciclado solto 
é empregado também como objeto de decoração e paisagismo. Este material pode 
47 
 
ser disposto em qualquer ambiente, como por exemplo, jardim de inverno, pátios 
externos e internos, piso drenante de spa, entre outros. 
Atualmente, os elementos de alvenaria que podem ser fabricados com 
agregados reciclados são: tijolos de solo-cimento, blocos de concreto e pré-moldados. 
No entanto, devem-se tomar medidas preditivas para a não obtenção de resultados 
variáveis de acordo com o consumo excessivo de água do material reciclado utilizado. 
Os agregados podem ser aplicados como reforço de solo ou em estacas de 
compactação conforme citado por Junior (2010). 
O material ainda é usado em áreas como preenchimento de rasgos de paredes 
para tubulações hidráulicas e elétricas, chumbadores de caixas elétricas e tubulações, 
contrapiso de interiores de unidades habitacionais e argamassa. 
Na maioria das aplicações não estruturais, o agregado reciclado pode 
facilmente substituir o agregado convencional, gerando maior ganho em questão de 
custo e preservação do meio ambiente. 
O Quadro 4.2, descreve as características (dimensão dos grãos) dos 
agregados reciclados e suas aplicações. 
 
48 
 
Quadro 4.2 - Tipos de agregados reciclados e suas aplicações 
Material Ilustração Aplicação 
Dimensão 
dos grãos 
A
re
ia
 
 
Texturas finas em concretos e em calçadas, 
fabricação de pré-moldados, estabilizador de 
solo, argamassas de assentamento de alvenaria, 
contra piso, chapisco, solo cimento, blocos, 
assentamento de piso intertravado, tijolos de 
vedação e massa asfáltica. 
<4,8 mm 
P
e
d
ri
s
c
o
 
 
Fabricação de artefatos de concreto, lajes pré-
moldadas, manilhas, pisos intertravados e 
drenantes, drenos, tubos, blocos, bloquetes, 
paralelepípedos de concreto, calçadas, meio fio, 
cobertura de estacionamentos e pátios, 
chapiscos e acabamentos em geral. 
<9,5 mm 
B
ri
ta
 1
 
 
Confecção de massa asfáltica, fabricação de 
artefatos de concreto, como peças pré-moldadas 
de guias, bases e sub-bases de pavimentação, 
drenos, revestimentos de terrenos, pátios e 
áreas de estacionamentos e concreto não 
estrutural. 
<19,0 mm 
R
a
c
h
ã
o
 
 
Obras de pavimentação, formação de lastro de 
fundação e drenos, calçamentos de ruas, bases, 
muros de contenção, barreiras, encostas 
(gabião) e nivelamentos ferroviários. 
<22,0 mm 
B
ic
a
 c
o
rr
id
a
 
g
ro
s
s
a
 
 
Nivelamento de terrenos, valas, fundações, 
percolação de água, base, sub-base e subleito 
de pavimentação, melhoria e correção de 
estradas não pavimentadas, sob micro 
revestimentos em vias não pavimentadas, 
reforço para solo com pouca capacidade de 
suporte, aterramentos. 
>4,8 mm 
Fonte: Adaptado de Serello Ambiental, 2017 
 
4.2.3 Projetos executados com concreto à base de agregados reciclados 
 
Mesmo que o Brasil ainda não possua norma regulamentadora vigente que 
estabeleça parâmetros referentes à construção de edificações com agregados 
reciclados de forma estrutural, em 2004, na cidade de Guarulhos/SP, engenheiros 
civis depararam-se com um piso de concreto com o volume de 12.500 m³ de uma 
edificação existente, onde, para remanejamento do material, seriam necessárias 
1.200 viagens de caminhão. Por intermédio de estudos e análises para escolha do 
melhor caminho a seguir, a construtora optou pela instalação de equipamentos de 
reciclagem no próprio local. 
49 
 
A reconstrução do edifício (condomínio Villaggio Maia) teve um total de 100% 
de utilização de agregados reciclados, sendo estes utilizados para a construção de 
blocos de fundação e de concreto, muros, lajes e contramarco de janelas conforme 
Figuras 4.2, 4.3, 4.4 e 4.5. 
 
Figura 4.2 - Demolição do piso existente no terreno da obra do condomínio Villaggio Maia 
 
Fonte: Capello, 2006 
 
Figura 4.3 - Usina de reciclagem implantada no canteiro da obra do condomínio Villaggio Maia 
 
Fonte: Capello, 2006 
 
50 
 
Figura 4.4 - Blocos produzidos a partir de RCD – Condomínio Villaggio Maia 
 
Fonte: Capello, 2006 
 
Figura 4.5 - Condomínio Villaggio Maia finalizado 
 
Fonte: Capello, 2006 
 
4.3 A INFLUÊNCIA DOS AGREGADOS RECICLADOS NAS PROPRIEDADES 
DO CONCRETO 
 
Mediante à avaliação dos materiais complementares a esta pesquisa, os quais 
apresentam as alterações ou não dos agregados reciclados, quando na mistura de 
concreto, observa-se que, com base nos índices benéficos, maléficos ou sem 
modificação e suas propriedades para fins não estruturais, os equipamentos utilizados 
para realização da pasta, as dosagens de agregados reciclados, bem como, toda a 
51 
 
metodologia seguida para realização dos ensaios podem ou não vir a interferir nas 
propriedades do concreto, quando em comparação a resultados obtidos com a 
utilização de agregados convencionais. 
 
4.3.1 Estado fresco do concreto 
 
O concreto em seu estado fresco, é caracterizado pelo momento em que ocorre 
o início do tempo de pega do aglomerante, tendo como propriedades a consistência, 
a plasticidade, a exsudação e a trabalhabilidade e são definidas respectivamente 
como: 
• Consistência é o grau de fluidez do concreto em sua forma ainda líquida, 
possuindo influência quanto à mobilidade/mistura da pasta e ligação direta com 
o teor de água, quando em contato com materiais secos, especificamente, o 
cimento. O ponto de fluidez é adquirido quanto mais plástica for a consistência 
do concreto, pois mais facilmente a pasta escoará por entre as armaduras. A