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PÓS PSICOLOGIA 1

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Psicologia do Desenvolvimento 
e da Aprendizagem
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2/138
Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem
Autora: Tatiane Oliveira Zanfelici
Como citar este documento: ZANFELICI, Tatiane Oliveira. . Psicologia do Desenvolvimento 
e da Aprendizagem. Valinhos: 2014.
Sumário
Apresentação da Disciplina 03
Unidade 1: Desenvolvimento da Criança da Concepção ao Nascimento 04
Assista a suas aulas 29
Unidade 2: Marcos da Primeira Infância 39
Assista a suas aulas 65
Unidade 3: Marcos da Segunda Infância 74
Assista a suas aulas 99
Unidade 4: O olhar para o Desenvolvimento Psicomotor 109
Assista a suas aulas 130
2/138
3/138
Apresentação da Disciplina
O desenvolvimento humano compreende as evoluções que os indivíduos alcançam à medida 
que avançam em idade e ganhos comportamentais, físicos, de socialização, experiências 
e conhecimentos. Embora seja comum imaginar o desenvolvimento humano a partir 
do nascimento do bebê, a verdade é que ele se inicia ainda na concepção, pois desde 
esse momento os atributos principais dos seres já se encontram em origem e evolução, 
consolidando-se após o nascimento e apenas se encerrando quando acontece a morte do 
indivíduo.
 Nesta disciplina, você tomará contato com informações que visam discutir o surgimento 
desses potenciais e habilidades: a origem dos sistemas físicos, a evolução e os fenômenos 
relevantes ao desenvolvimento cognitivo, os marcos da infância, as principais teorias de 
desenvolvimento e aprendizagem, os ganhos e mudanças nos campos das relações sociais e 
das emoções, os fatores de risco e proteção, a influência de instituições significativas e o olhar 
para o desenvolvimento psicomotor. 
Além de manuais consagrados e artigos científicos de qualidade, este material foi 
produzido também sob consulta de documentos de agências brasileiras que prezam pelo 
desenvolvimento e saúde dos indivíduos, com o objetivo de retratar os referidos aspectos da 
infância contextualizados à realidade brasileira. Atividades adicionais, sugestões de sites e 
leituras e questões para reflexão são oferecidas ao término de cada leitura.
4/138
Unidade 1
Desenvolvimento da Criança da Concepção ao Nascimento
Objetivos
O corpo humano é uma “máquina” maravilhosa e programada para desenvolver-se e 
aprimorar-se ao longo do tempo em suas potencialidades. Atividades como ler ou digitar este 
texto, trabalhar, interagir com as pessoas e até mesmo a posição em que você está sentado, 
só são possíveis por meio do aperfeiçoamento de atributos que têm evoluído desde quando 
você era uma célula. Sim, desde que você era uma célula. Parece difícil de imaginar, mas esse 
é o marco inicial do desenvolvimento: a concepção, e não o nascimento, como é comum de 
se pensar. Para chegar a este momento, durante um processo que pode levar de cinco a 45 
minutos, milhares de espermatozoides acessaram a vagina, porém apenas entre 300 e 500 
conseguiram chegar ao local da fecundação. Dessas centenas de espermatozoides, apenas um 
conseguiu penetrar o óvulo e originar uma nova vida (RIBEIRO; CERQUEIRA; CERQUEIRA; SILVA, 
2013). 
Nesta aula, serão abordados tópicos de relevância ao desenvolvimento pré-natal dos seres 
humanos, desde a concepção em todas as suas etapas, até o nascimento por meio de diferentes 
tipos de parto.
Unidade 1 • Desenvolvimento da Criança da Concepção ao Nascimento5/138
Introdução
Desde a concepção, a herança 
genética interage com as influências 
ambientais a fim de caracterizar o 
bebê em desenvolvimento. O conjunto 
de características geneticamente 
herdadas é denominado genótipo, o 
qual se manifesta de maneira observável 
(fenótipo) (SHAFFER, 2005). Assim, 
essa compreensão de desenvolvimento 
humano admite que não só as qualidades 
biológicas, mas também as inerentes ao 
contexto em que ocorre o desenvolvimento 
humano cooperam para que esse processo 
esteja em evolução.
O período referente ao momento da 
concepção até o nascimento do bebê 
é denominado pré-natal e é sobre este 
período que a sua primeira aula enfocará 
suas discussões.
1. Etapas do Desenvolvimento 
Pré-natal
1.1 Período Germinativo
Durante essa fase, da fecundação até 
as duas primeiras semanas de idade 
gestacional, o zigoto divide-se, torna-se 
mais complexo e implanta-se nas paredes 
do útero. Além da divisão celular, serão 
formadas a placenta e as estruturas 
fundamentais para que a gestação ocorra. 
Durante esta etapa, estão em formação 
as bases dos órgãos corporais mais 
Unidade 1 • Desenvolvimento da Criança da Concepção ao Nascimento6/138
básicos para a sobrevivência, tais como o 
coração, os pulmões e o cérebro. O zigoto 
unicelular transforma-se em um embrião 
e, posteriormente, será um feto (Papalia; 
Olds; Feldman, 2006).
1.2 Período Embrionário
Esta etapa perdura das duas às oito 
primeiras semanas gestacionais e 
contempla a organogênese do embrião 
(BEE, 2011). Os órgãos e os sistemas 
corporais mais importantes – respiratório, 
digestivo e nervoso – evoluem 
rapidamente. Este é um momento 
sensível do desenvolvimento humano e 
a vulnerabilidade ambiental é bastante 
alta. Por esse motivo, são comuns as 
recomendações de cuidados ao primeiro 
trimestre da gestação, já que muitos 
embriões que passaram por problemas 
em sua formação não sobrevivem a este 
período (PAPALIA; OLDS; FELDMAN, 2006). 
1.3 Período Fetal
A fase fetal inicia-se aproximadamente 
às oito semanas de gestação e encerra-
se no momento do nascimento. O feto 
crescerá até vinte vezes o tamanho que 
possuía anteriormente e seus sistemas 
tornam-se cada vez mais complexos. Como 
a vulnerabilidade ao ambiente continua 
bastante alta, o feto ouve e responde a 
estímulos sensoriais, tais como a voz da 
mãe. Habilidades sensoriais de tato e 
Unidade 1 • Desenvolvimento da Criança da Concepção ao Nascimento7/138
audição já se desenvolvem desde o período 
fetal e o potencial para aprender e lembrar 
já estão presentes durante este período 
(PAPALIA; OLDS; FELDMAN, 2006).
Durante o período pré-natal, o 
desenvolvimento acontece seguindo 
dois princípios: o céfalo-caudal e o 
próximo-distal. O princípio céfalo-
caudal corresponde à sequência de 
desenvolvimento da cabeça para a parte 
inferior do tronco. A cabeça, o encéfalo e 
os olhos do embrião desenvolvem-se antes 
e são maiores em proporção que outros 
órgãos do corpo. O princípio próximo-
distal determina que o desenvolvimento 
ocorre da região central do corpo para as 
periféricas (Papalia; Olds; Feldman, 2006).
2. Fatores de Risco 
e Diagnósticos no 
Desenvolvimento Pré-natal
Alguns agentes podem causar efeitos 
negativos ao desenvolvimento pré-natal e 
ao nascimento. São eles:
Teratogênicos – são perigosos durante 
toda a gestação, mas especialmente 
durante o primeiro trimestre, trazendo 
problemas ao desenvolvimento e 
ocasionando defeitos congênitos. Alguns 
exemplos podem ser doenças (rubéola, 
toxoplasmose, sífilis, herpes genital e AIDS), 
drogas (talidomida, dietilestibestrol, álcool, 
nicotina e tabaco, maconha, cocaína e 
opiáceos) e perigos ambientais (radiação, 
chumbo e outras substâncias tóxicas) (BEE, 
Unidade 1 • Desenvolvimento da Criança da Concepção ao Nascimento8/138
2011; SHAFFER, 2005).
Nutrição – a má nutrição materna durante o período embrionário está relacionada ao 
nascimento prematuro do bebê. Bebês mal nutridos frequentemente são irritáveis e menos 
responsivos a estímulos (BEE, 2011; SHAFFER, 2005). A obesidade da mãe está relacionada a 
problemas na gestação e também a riscos ao momento do nascimento do bebê (Papalia; Olds; 
Feldman, 2006).
Estado emocional materno – mães emocionalmente estressadas apresentam mais 
possibilidades de riscos durante a gestação (SHAFFER, 2005). Ademais, segundo Papalia, Olds 
e Feldman (2006, p.131),“condições de trabalho exaustivas, fadiga ocupacional e horas de 
trabalho prolongadas podem estar associadas com maior risco de nascimento prematuro”.
Fenilalanina – o consumo da substância fenilalanina, presente em alimentos e produtos como 
os adoçantes sintéticos, deve ser desencorajado. A intoxicação pela fenilalanina pode favorecer 
o aparecimento de aborto espontâneo, microcefalia, baixo peso e doenças cardíacas, bem 
como atrasos no desenvolvimento infantil decorrentes da fenilcetonúria (BEE, 1995).
Idade – adolescentes e mulheres acima de 35 anos também podem apresentar mais riscos na 
gravidez quando não contam com acompanhamento adequado (BEE, 2011; SHAFFER, 2005). 
Gestantes mais velhas parecem mais propensas a complicações do parto e morte por diabetes, 
Unidade 1 • Desenvolvimento da Criança da Concepção ao Nascimento9/138
hipertensão ou hemorragia grave, contudo, 
pesquisas indicam que a gestação pode 
ser menos arriscada às mães mais velhas 
do que às muito jovens (Papalia; Olds: 
Feldman, 2006). 
Doenças maternas – o diabetes, a 
tuberculose e a sífilis podem causar 
problemas no desenvolvimento fetal, e a 
hipertensão, a gonorreia e o herpes genital 
podem influenciar negativamente o bebê 
ao nascer (Papalia; Olds; Feldman, 2006). 
Atividade física – a atividade física 
moderada parece não oferecer riscos 
às gestantes, porém as atividades 
mais intensas devem requerer mais 
cuidado, fazendo-se importante o 
acompanhamento médico (Papalia: Olds; 
Feldman, 2006). 
Alguns tipos de exames clínicos podem 
contribuir para o diagnóstico e o 
tratamento de possíveis problemas 
que aconteçam ainda durante o 
desenvolvimento pré-natal. Os mais 
comuns são as análises de amostras de 
sangue, ultrassonografias e amniocentese.
Os exames de sangue são rotineiros e 
podem ser utilizados para a detecção 
de anomalias fetais (PAPALIA; OLDS; 
FELDMAN, 2006), bem como problemas 
de saúde maternos, dos quais é possível 
citar: níveis de ferro, hepatite, AIDS, 
toxoplasmose, citomegalovírus, sífilis, 
rubéola e vírus do herpes. Também podem 
ser solicitadas aferições de hormônios da 
gestação e exames de fator RH sanguíneo.
A ultrassonografia, ultrassom ou ecografia, 
Unidade 1 • Desenvolvimento da Criança da Concepção ao Nascimento10/138
é um exame que usa ondas de som para 
criar uma imagem do bebê, bem como do 
útero, feto e placenta. Pode ser utilizado 
pra verificar o crescimento ou sexo do 
feto, bem como aferir anomalias (Papalia; 
Olds; Feldman, 2006). Os ultrassons em 
três ou quatro dimensões (3 e 4D) podem 
ser utilizados para a verificação de más-
formações nas extremidades e rosto.
A amniocentese é um exame no qual se 
retiram amostras do líquido amniótico 
que envolve o feto. É realizado mais 
frequentemente entre a 15ª e a 18ª 
semana gestacional e em mulheres acima 
de 35 anos. Por ser invasiva, é mais comum 
ser indicada em casos específicos, além 
de conseguir detectar o sexo do bebê 
e maturidade de seus pulmões. Alguns 
exemplos desses casos são: detecção 
de síndromes cromossômicas, espinha 
bífida, doenças relacionadas ao fator RH 
sanguíneo e a distrofia muscular (Papalia; 
Olds; Feldman, 2006). 
Outros exames menos comuns são: a 
amostragem das vilosidades coriônicas, 
exame em que porções de tecido das 
vilosidades da membrana que envolve o 
feto são analisadas para detectar más-
formações congênitas; embrioscopia, 
um procedimento em que um visor 
é introduzido no abdome da mulher 
para visualizar o embrião; diagnóstico 
genético de pré-implantação, no qual 
células embrionárias são analisadas in 
vitro para detectar defeitos genéticos 
antes da implantação uterina; exame de 
Unidade 1 • Desenvolvimento da Criança da Concepção ao Nascimento11/138
sangue fetal, no qual se extraem amostras 
de sangue do feto para sua avaliação 
(PAPALIA; OLDS; FELDMAN, 2006).
Também é importante que se realize 
a assistência pré-natal para que as 
mães e seus bebês possam contar com 
uma gestação saudável e que os riscos 
possam ser prevenidos ou remediados. 
No Brasil, toda mulher tem direito 
a acompanhamento ginecológico e 
obstetrício por meio do Sistema Único 
de Saúde (SUS) desde o momento da 
confirmação de sua gestação até o 
nascimento do bebê, atenção que inclui 
as visitas domiciliares pelos agentes de 
saúde e procedimentos humanizados no 
momento do parto (BRASIL, 2013).
Desde a criação da Rede Cegonha, em 
2011, um projeto de ampliação dos 
serviços de atenção à saúde da gestante, o 
SUS tem se proposto a aumentar o custeio 
dos exames da gestante em 100%. A partir 
de então, o programa Rede Cegonha se 
propõe a disponibilizar vale-transporte 
para viabilizar o comparecimento das 
gestantes às consultas do pré-natal, 
sendo que aquelas que realizam o 
acompanhamento completo ganham 
um vale táxi para a maternidade. A Rede 
Cegonha também propõem novos exames, 
como o teste rápido de gravidez e sífilis, o 
aumento de número de ultrassonografias. 
Para gestações de alto risco, o 
programa prevê novos exames, como a 
cardiotocografia, para aferir a frequência 
cardíaca do bebê, e eletrocardiograma, que 
Unidade 1 • Desenvolvimento da Criança da Concepção ao Nascimento12/138
indica alterações cardíacas na gestante 
(BRASIL, 2013).
Além do acompanhamento da saúde física 
da mãe e de seu bebê, a experiência da 
gestação traz mudanças socioemocionais 
que precisam ser consideradas dentro 
das particularidades de cada mãe e seu 
contexto de desenvolvimento. A maneira 
como a gestante vive estas mudanças 
repercute na constituição da maternidade 
(relação mãe-bebê, relações sociais 
familiares, de trabalho) (Piccinini; Gomes; 
De Nardi; Lopes, 2008).
Embora a literatura didaticamente 
generalize algumas características 
relativas a mães e bebês, dentro de um 
âmbito mais comum, é importante ratificar 
que as experiências de gestação são muito 
particulares, mesmo quando se discutem 
as diversas gestações de uma mesma mãe. 
Isto é, “não se trata de uma futura mãe, 
nem de um feto, mas de uma mãe e do seu 
bebê, e assim deve ser tratada a gestação” 
(Piccinini; Gomes; De Nardi; Lopes, 2008, 
p. 71). As vivências são individuais e 
contemplam desde as mudanças físicas até 
as relativas a sentimentos, expectativas 
e novos papéis sociais assumidos com a 
maternidade.
Essas expectativas, pensamentos e 
sentimentos com relação ao bebê ajudam 
a construir o vínculo entre pais e criança. 
Da mesma forma que a espera de um filho 
demanda preparativos materiais (como 
a aquisição de móveis e enxoval do bebê) 
e sociais (como a acomodação do filho 
Unidade 1 • Desenvolvimento da Criança da Concepção ao Nascimento13/138
à rotina da família), os preparativos do 
espaço psíquico da criança na dinâmica 
da vida de sua mãe e familiares é condição 
indispensável de ser meditada (Piccinini; 
Gomes; De Nardi; Lopes, 2008).
3. O Nascimento da Criança
Após os nove meses de gestação, é 
chegada a tão esperada hora do parto. 
Geralmente este momento acontece cerca 
de 266 dias após a concepção, quando o 
nascimento ocorre a termo. 
Há anos os pesquisadores têm discutido os 
diferentes tipos de parto e a influência da 
abordagem obstetrícia dos profissionais 
envolvidos no processo gestacional 
para o momento do nascimento do 
bebê. Brazelton (1994) foi um autor 
que argumentou a favor do adiamento 
ou minimização do uso da medicação 
indutora ao parto, discutindo que o ideal 
é reduzir a indicação dessas substâncias 
apenas à quantia estritamente necessária. 
O autor ainda posicionou-se a favor da 
presença das pessoas significativas para a 
mãe no momento do nascimento, como o 
pai da criança, bem como a assistência das 
doulas, que podem orientar e apoiar a mãe 
de forma instrumental e prática na hora do 
parto.
3.1 Partos
Parto NormalO parto normal é mais indicado que 
Unidade 1 • Desenvolvimento da Criança da Concepção ao Nascimento14/138
a cesariana, pois se trata de um 
procedimento mais seguro e que oferece 
menos riscos de infecção, hemorragia e 
prematuridade ao bebê. Nesse tipo de 
parto, o organismo da mãe consegue se 
preparar para o nascimento. A prolactina e 
ocitocina, hormônios fabricados durante o 
trabalho de parto, são muito importantes 
para ajudar a produção de leite (BRASIL, 
2013).
Mas para que realmente seja seguro, 
recomenda-se que o parto seja o mais 
natural possível. Isso significa promover um 
ambiente fisicamente confortante, manter 
a privacidade e a autonomia da gestante, 
e permitir que, dentro do possível, a mãe 
caminhe, ingira líquidos e sente-se em 
posições que se sinta bem (BRASIL, 2013).
O parto normal pode ser realizado em 
hospitais, maternidade ou na casa da 
gestante, se a gestação for de baixo risco. 
O importante é que envolva uma equipe 
capacitada, que pode abarcar médicos-
obstetras, obstetrizes, enfermeiros e 
doulas. Em muitas regiões brasileiras, as 
parteiras ainda são as pessoas que mais 
auxiliam as gestantes no momento do 
nascimento de seus bebês (BRASIL, 2013). 
Uso fórceps ou vácuo-extrator
Ambos são empregados nos momentos 
finais do parto normal quando acontecem 
situações de sofrimento ao bebê ou 
emergências, cada um com sua utilização 
específica (BRASIL, 2013). 
Unidade 1 • Desenvolvimento da Criança da Concepção ao Nascimento15/138
Partos na água
É utilizada uma banheira de água morna no 
parto, a fim de oferecer mais conforto. Esse 
processo não dispensa o apoio da equipe 
especializada, e não é recomendável 
caso o bebê seja prematuro ou pese mais 
que quatro quilos, ou caso a mãe tenha 
problemas de saúde como hipertensão, 
diabetes, HIV positivo, hepatite B e herpes 
genital (BRASIL, 2013). 
Partos de cócoras
A mulher fica de cócoras em um móvel 
específico ou em uma cadeira. Considera-
se que essa posição alivia as contrações e 
colabora para a saída do bebê, além de ser 
recomendável a qualquer gestante durante 
o parto (BRASIL, 2013).
Preparação para o parto
São programas desenvolvidos para 
minimizar o uso de drogas e promover o 
envolvimento ativo dos pais na hora do 
nascimento. Educam-se as gestantes 
sobre anatomia e fisiologia da reprodução, 
treinamento de boa forma física, 
respiração mais adequada para controlar 
as tensões do parto, técnicas de respiração 
e arquejar em sintonia com as contrações, 
concentrar-se em outras sensações além 
da dor, relaxar os músculos em resposta 
ao treinador (pai ou outro). O pai ou 
acompanhante também participa, sendo 
treinada e esclarecida sua participação 
no momento do parto. Conseguinte às 
informações sobre gestação e parto, a 
mulher assume um forte papel de decisão 
Unidade 1 • Desenvolvimento da Criança da Concepção ao Nascimento16/138
sobre qual a melhor maneira de organizar o nascimento dos filhos.
 Tabela 1.1 — Etapas do Parto.
 Etapa do Parto
Tempo Médio de 
Duração
Características
Primeira 12 a 24 horas
Chamado também de período de 
obliteração. Ocorre a dilatação 
do colo do útero (cérvix), por 
meio das contrações, que podem 
ocorrer em períodos entre oito e 
dez minutos e durar 30 segundos, 
a fim de possibilitar a passagem 
do bebê para o meio externo. Ao 
final, elas ficam mais frequentes e 
longas, podendo surgir a cada dois 
minutos e durar até 90 segundos.
Unidade 1 • Desenvolvimento da Criança da Concepção ao Nascimento17/138
Segunda Uma hora e meia
Inicia-se desde quando a cabeça 
do bebê começa a se deslocar pelo 
cérvix e passa pelo canal do parto, 
terminando quando a criança 
desloca-se da região abdominal 
materna e deixa totalmente o 
corpo da mãe.
Terceira Cinco a 30 minutos.
Contempla a saída da placenta e 
do restante do cordão umbilical.
Quarta
Primeiras horas pós-
parto
Atenção ao recém-nascido – 
limpeza do sangue e vérnix, testes 
e exames, aleitamento. Repouso e 
recuperação da mãe.
Fonte: Baseada nos textos de Bee (1995) e Papalia, Olds & Feldman (2006).
Cesárea
O parto cesariano é um procedimento cirúrgico (corte abdominal) indicado quando o 
Unidade 1 • Desenvolvimento da Criança da Concepção ao Nascimento18/138
parto oferece riscos à criança ou à 
mãe, ou quando o bebê precisa nascer 
emergencialmente. Segundo o Ministério 
da Saúde (BRASIL, 2011a), dados do 
relatório publicado apontam que o Brasil 
registrou em 2010 mais cesarianas do que 
partos normais. Em 2009 alcançava-se 
uma um percentual de 50% de cesarianas 
entre os partos, ao passo que, em 2010, 
esta taxa subiu para 52%. Os números são 
bastante superiores aos recomendados 
pela Organização Mundial da Saúde 
(OMS), a qual indica que os percentuais 
permaneçam em cerca de 15% de partos 
cesarianos. Na rede privada, o índice de 
cesarianas chega a 82% e na rede pública, 
37%. Ainda, há relatos de hospitais cujas 
taxas de cesarianas se aproximam de 100% 
(BRASIL, 2013). 
 
Para saber mais
OMS — órgão filiado à Organização das Nações 
Unidas (ONU) que envida esforços para o 
desenvolvimento da saúde em todos os países e 
povos do mundo.
Ademais, os partos cesarianos 
necessariamente são medicados, uma 
prática que parece negativa também 
para o bebê que está nascendo. Segundo 
Brazelton (1984), bebês de partos 
medicados podem ser mais sonolentos, 
menos responsivos a estímulos humanos e 
mais difíceis de estimular.
 Sabe-se que esse tipo de parto pode 
Unidade 1 • Desenvolvimento da Criança da Concepção ao Nascimento19/138
ser indispensável para assegurar a vida 
da mãe e do bebê em alguns casos, 
portanto, as muitas discussões acerca do 
parto cesariano no Brasil e ao redor do 
mundo relacionam-se à sua utilização 
indiscriminada.
Parto Humanizado 
 Mais do que mudanças no tratamento 
pessoal à gestante e no ambiente físico 
do nascimento da criança, o parto 
humanizado é um movimento alicerçado 
em recomendações da OMS visando ao 
protagonismo e à autonomia das decisões 
da gestante durante a gravidez (BENATTI, 
s/d). 
O site Amigas do Parto contém a versão 
nacional das referidas recomendações 
da OMS, que além de encorajar condutas 
importantes no atendimento ao parto, 
objetivam também a redução de iniciativas 
inadequadas e até violentas às gestantes, 
parturientes e bebês: 
• Apoio emocional à gestação e parto, 
além do físico.
• Aguardo do trabalho de parto 
espontâneo, evitando sua indução 
farmacológica ou o parto cesariano.
• Aguardo da ruptura da bolsa.
• Respeito ao ritmo natural do trabalho 
de parto, evitando utilização de 
ocitocina sintética.
• Liberdade para a escolha de uma 
Unidade 1 • Desenvolvimento da Criança da Concepção ao Nascimento20/138
posição mais confortável para o 
parto. 
• Substituição da anestesia por outros 
métodos de alívio da dor, podendo 
ser empregada a analgesia.
• Realização do parto na casa da 
gestante ou em casas de parto 
(gestantes de baixo risco), ou em 
salas adequadas do hospital.
• Episiotomia (cortes no períneo) são 
feitas apenas se indispensáveis.
• Não utilização de lavagens uterinas, 
raspagens de pelos púbicos, exame 
retal ou exames vaginais frequentes.
• Os cuidados ao recém-nascido são 
humanizados, sendo realizadas 
apenas as intervenções necessárias 
e priorizando o maior tempo possível 
de contato com a mãe.
Link
<www.amigasdoparto.com.br> Amigas 
do Parto é um site mantido por profissionais 
autônomas que há anos é referência para 
pessoas e profissionais interessados em 
assistência ao parto.
Ressalta-se que os partos humanizados 
não são sinônimos do parto normal, e sim 
um conjunto de novas condutas em torno 
deste tipo de parto e até das cesarianas,se 
as mesmas forem a única via recomendável 
Unidade 1 • Desenvolvimento da Criança da Concepção ao Nascimento21/138
de nascimento da criança.
4. O Bebê Neonato
Após o parto, alguns cuidados são 
necessários para o recém-nascido 
saudável. Acontece a limpeza do sangue 
e da vérnix caseosa, a desobstrução das 
vias aéreas e as primeiras avaliações do 
bebê: batimentos cardíacos, respiração, 
tônus muscular, cor e irritabilidade 
reflexa. A escala APGAR, que pontua a 
responsividade do bebê para a avaliação 
desses indicadores, pode variar de zero 
a 10, sendo 10 a melhor avaliação de 
vitalidade do recém-nascido. Também 
são aferidos o peso, o tamanho e a idade 
gestacional da criança (BRASIL, 2011b).
Outros exames realizados com o bebê 
neonato são: 
Teste do pezinho – realizado por meio da 
coleta de uma amostra de sangue do pé ou 
de uma veia, após alimentação do bebê e 
48 horas de vida; este exame é obrigatório 
e pode indicar a presença de doenças 
como a fenilcetonúria, o hipotireoidismo 
congênito, a fibrose cística e doenças 
sanguíneas, tais como a anemia falciforme.
Análise de tipagem sanguínea e fator RH – 
é realizada com base na amostra coletada 
para o teste do pezinho e é obrigatória. 
Triagem auditiva (ou teste da orelhinha) 
– obrigatório em hospitais públicos e 
normalmente oferecido nas instituições 
privadas, pode indicar a presença de 
Unidade 1 • Desenvolvimento da Criança da Concepção ao Nascimento22/138
deficiência auditiva precocemente. 
Reflexo Vermelho (teste do olhinho) 
– este último não é obrigatório, mas 
recomenda-se sua solicitação, pois é muito 
simples e pode prever a ocorrência de 
catarata nos bebês.
4.1 Problemas no Nascimento 
Nascimento a pré-termo
Alguns bebês podem nascer a pré-termo 
ou pequenos para idade. A OMS considera 
prematuro o parto ocorrente antes da 
37ª semana de gestação. Antes das 34 
semanas, muitos de seus órgãos não estão 
desenvolvidos, sendo necessários muitos 
cuidados. Algumas causas para tanto 
seriam: gestação adolescente, ruptura 
prematura da bolsa, gravidez de gêmeos, 
problemas de saúde da mãe, cesariana 
marcada com antecipação. Quando 
o nascimento acontece entre 34 e 37 
semanas de gestação, os maiores cuidados 
são para garantir que o bebê respire sem 
dificuldades (BRASIL, 2013). 
Os bebês prematuros são mais 
vulneráveis a dificuldades e complicações 
no desenvolvimento. Sendo assim, é 
importante observar se o nascimento 
precoce pode favorecer a ocorrência de 
problemas, tais como baixo peso natal, 
sistema imunológico não desenvolvido 
por completo (deixa o bebê vulnerável a 
infecções), reflexos pouco maduros para 
desempenhar funções como mamar, 
demandando alimentação intravenosa e 
Unidade 1 • Desenvolvimento da Criança da Concepção ao Nascimento23/138
manter o bebê aquecido. Costuma ser necessário que esses bebês permaneçam mais tempo 
que o normal no hospital e que demandem tratamentos específicos baseados em suplementos 
de ferro e glicose, utilização de incubadoras, bem como a estimulação precoce e o contato 
frequente com os pais (BRASIL, 2013).
Hipermaturação ou Nascimento a Pós-termo
Cerca de 7% das mulheres grávidas dão à luz entre duas a cinco semanas após o previsto para 
o nascimento. Este fato pode conduzir a riscos de danos cerebrais devido à anóxia e morte da 
criança, pois o bebê hipermaduro pode aspirar mecônio. Ao nascimento, a higiene da boca e 
da traqueia deve ser feita de maneira cuidadosa, a fim de evitar que o bebê aspire os fluidos 
mesmo após o parto (BRASIL, 2011b).
Unidade 1 • Desenvolvimento da Criança da Concepção ao Nascimento24/138
Glossário
A termo: parto ocorrente entre 37 e 42 semanas, tempo regular de manutenção de uma 
gestação. (PAPALIA; OLDS; FELDMAN, 2006). 
Questão
reflexão
?
para
25/138
Se você precisasse dar três recomendações a uma 
amiga gestante, quais seriam estas e por quê?
26/138
Considerações Finais 
 » O desenvolvimento pré-natal acontece em três etapas.
 » Existem fatores que podem oferecer riscos a uma gestação segura e podem 
estar relacionados ao ambiente, ao contexto de desenvolvimento materno, 
aos comportamentos e à saúde da mãe.
 » O pré-natal, o suporte informacional, os exames diagnósticos e os cuidados 
para escolha e execução do parto são formas de tentar assegurar uma 
gestação segura.
 » Os bebês que nascem a termo ou pós-termo requisitam ainda mais cuidados 
do que o neonato sadio.
Unidade 1 • Desenvolvimento da Criança da Concepção ao Nascimento27/138
Referências
AMIGAS do parto. Recomendações da Organização Mundial da Saúde no Atendimento ao Parto 
Normal. Disponível em: <http://www.amigasdoparto.com.br/oms.html>. Acesso em: 27 mar. 
2013.
BEE, H. A criança em desenvolvimento. Porto Alegre: Artmed, 2011.
BENATTI, L. Parto normal x humanizado: você sabe a diferença? Disponível em: <http://casamoara.
com.br/normal-x-humanizado-voce-sabe-mesmo-a-diferenca/#more-2588>. Acesso em: 27 
mar. 2013.
BRASIL. Ministério da Saúde. As cesarianas no Brasil: situação no ano de 2010, tendências e 
perspectivas. Relatório Saúde Brasil – 16. Brasília: Ministério da Saúde, 2011a.
BRASIL. Ministério da Saúde: Secretaria de Ações Programáticas e Estratégicas. Atenção à Saúde 
do Recém-Nascido: Guia para os Profissionais da Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2011b.
BRASIL. Maternidade. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/sobre/saude/maternidade/
parto>. Acesso em: 26 mar. 2013.
BRAZELTON, T.B. Momentos decisivos do desenvolvimento infantil. São Paulo: Martins Fontes, 
1994. (Originalmente publicado em 1992). 
Papalia, D. E.; Olds, S. W.; Feldman, R. D. Desenvolvimento Humano. Porto Alegre: Artmed, 2006.
Unidade 1 • Desenvolvimento da Criança da Concepção ao Nascimento28/138
Piccinini, C. A.; Gomes, A. G.; De Nardi, T.; Lopes, R. S. Gestação e constituição da maternidade. 
Psicologia em Estudo. 13 (1), 63-72, 2008.
Ribeiro, K. H.; Cerqueira, M. H. R.; Cerqueira e Silva, G. Fecundação.
SHAFFER, D. Psicologia do Desenvolvimento: Infância e Adolescência. São Paulo: Pioneira 
Thomson Learning, 2005.
Referências
29/138
Aula 1 - Tema: Da Concepção ao Nascimento – 
Bloco I
Disponível em: <//fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/
embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/2b7f-
c67b050ff8e660384788cf329ff9>.
Aula 1 - Tema: Fatores de Risco e 
Diagnósticos no Desenvolvimento 
Pré-Natal – Bloco II
Disponível em: <//fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/
embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/8ffe-
256b0a702af9fd7a291f9dc3a103>. 
Assista a suas aulas
30/138
Aula 1 - Tema: O Nascimento da Criança – Bloco 
III
Disponível em: <//fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/
embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/a7f2b7f-
c18ba043630ea48a9de3aede0>.
Aula 1 - Tema: O Bebê Neonato – Bloco IV
Disponível em: <//fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/
embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/e3a-
16667601a57a7a4d5a08c7faa3056>. 
Assista a suas aulas
31/138
1. Quais dos fatores a seguir não parece ser um fator de risco às gestações, 
segundo o texto?
Questão 1
a) Idade materna.
b) Nutrição materna.
c) Exposição ou consumo de teratogênicos.
d) Estado emocional da mãe. 
e) Idade paterna.
32/138
2. Há diferenças entre os partos normal e humanizado?
Questão 2
a) Sim, o parto normal é o tipo de parto recomendado pela OMS e pelo movimento favorável 
ao parto humanizado, mas o conceito de humanização é mais abrangente. 
b) Sim, o parto normal é o recomendado pela OMS, mas se ele for realizado em um ambiente 
mais aconchegante que o comum, pode ser chamado de humanizado.
c) Não, todos os partos normais podem ser chamados humanizados.
d) Não, contudo, o parto humanizado costuma sair mais caro.e) Dependerá da abordagem obstetrícia do profissional que acompanhará o parto.
33/138
Questão 3
3. Qual exame pode identificar no recém-nascido a presença de doenças 
como: fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, fibrose cística e anemia 
falciforme?
a) Reflexo Vermelho.
b) Orelhinha.
c) Pezinho. 
d) Urina. 
e) Ultrassonografia.
34/138
4. Robson é uma criança de dois anos que ainda não fala nada. Pertence 
a uma família de seis filhos e seus pais sempre trabalharam em turnos 
de revezamento em uma fábrica de baterias automotivas. Sua mãe é dia-
bética há muitos anos. Quem cuida de Robson é Laura, sua irmã de 16 
anos, que comentou com um agente de saúde que acha seu irmão dis-
traído demais.
Embora nesse momento esteja abstêmia, durante a gestação a mãe de 
Robson fez uso de álcool. Sabe-se que a criança nasceu a termo, com 
peso visto como normal, porém demorou a chorar após o parto e de-
mandou uso de oxigênio. 
Diante do caso apresentado, assinale qual item não corresponde a um 
fator de risco ao quadro de desenvolvimento de Robson:
Questão 4
35/138
Questão 4
a) Consumo de álcool durante a gestação.
b) Exposição a possíveis componentes da fábrica de baterias (exemplo, chumbo).
c) Diabetes materna.
d) Cuidados da irmã adolescente.
e) Possível anóxia ao nascimento.
36/138
5)_____________, _____________, ________________ e 
_________________ são exemplos de _____________________ e de-
vem ser evitados na gestação.
Questão 5
a) Café, refrigerantes à base de cola, nicotina, álcool; drogas.
b) Chá, carne vermelha, açúcar, derivados do leite; má nutrição.
c) Sexo, drogas, nicotina, álcool, teratogênicos.
d) Drogas, nicotina, álcool, radiação; teratogênicos. 
e) Drogas, nicotina, álcool, radiação; fenilanina.
37/138
Gabarito
1. Resposta: E
Não foram encontradas evidências 
registradas em literatura que a idade dos 
pais esteja associada a algum fator de risco 
às gestações.
2. Resposta: A
O movimento ligado à humanização incluiu 
outros fatores, como a adequação do 
ambiente, que não precisa estar restrito aos 
hospitais, a informação e autonomia das 
mães para o acompanhamento e escolha 
do parto, a não adoção de procedimentos 
desrespeitosos ou irrelevantes aos 
momentos do parto, entre outros.
3. Resposta: C
A coleta de sangue realizada no teste 
do pezinho é suficiente para analisar a 
existência das doenças citadas.
4. Resposta: D
Vistos de forma isolada, os cuidados 
dispensados pela irmã adolescente não 
necessariamente indicam uma situação de 
risco. Todos os demais fornecem sugestões 
de questões associadas a riscos em 
diferentes momentos do desenvolvimento 
de Robson.
38/138
Gabarito
5. Resposta: D
Teratogênicos são agentes ambientais 
ou substanciais que podem afetar 
negativamente o desenvolvimento do 
feto. Alguns exemplos mais comuns são as 
drogas, a nicotina, o álcool e a radiação.
39/138
Unidade 2
Marcos da Primeira Infância
Objetivos
O crescimento da criança amplia suas capacidades, comportamentos, atributos e 
oportunidades. Os primeiros anos de vida da criança fornecem importantes alicerces para seu 
desenvolvimento posterior. Nesta aula, serão apresentados conceitos de relevância para esta 
etapa do desenvolvimento das crianças, como os relativos à sua alimentação, estimulação, 
vínculos afetivos e primeiros aprendizados, bem como as conexões desses fatores com os 
progressos obtidos nos âmbitos de desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial.
Unidade 2 • Marcos da Primeira Infância40/138
Introdução
Muitas são as discussões sobre a etapa cronológica correspondente ao período humano da 
primeira infância. Segundo Aguiar, Nascimento e Baker (2007, p. 3): 
“(...) no Brasil, a primeira infância é geralmente definida como o período 
até os seis anos de idade. Porém, a Convenção sobre os Direitos da 
Criança (ONU) [...] propõe que a Primeira Infância seja caracterizada 
como o período abaixo dos oito anos, para que sejam abrangidas todas as 
crianças até o período de transição da pré-escola.”
Outros pesquisadores atuais da Psicologia do Desenvolvimento, inclusive os autores de 
manuais populares da área, tais como Papalia, Olds e Feldman (2006), definem a primeira 
infância como o período do nascimento até os três anos de idade, possivelmente pela relação 
dessa primeira etapa da vida com um desenvolvimento mais basal para as posteriores 
evoluções e aprendizagens humanas. Com fins de organização do material para este curso, esta 
será a definição de “primeira infância” adotada.
Unidade 2 • Marcos da Primeira Infância41/138
Seidl-de-Moura e Ribas (2012, p. 32) 
apontam que “são características únicas 
da infância humana: o longo período 
gestacional e a maturação lenta”, tanto no 
período pré-natal quanto posteriormente. 
O cérebro precisa continuar crescendo e se 
desenvolvendo até consolidar-se. Assim, 
“a gestação continua externamente, e 
um ambiente de cuidados é necessário” 
(SEIDL-DE-MOURA; RIBAS, 2012, p. 32). 
Complementando esta ideia, Aguiar, 
Nascimento e Baker (2007) declaram que, 
durante os primeiros 12 meses de idade, 
as crianças necessitam de cuidados, 
proteção, afeto e estimulação; até os 
primeiros três anos de vida seus marcos 
seriam o desenvolvimento motor, cognitivo 
e de autocontrole; dos três aos seis anos 
existe o aprimoramento da coordenação 
motora fina, desenvolvimento da 
sociabilidade e das funções de leitura e 
escrita, estabelecendo assim seu potencial 
intelectual. Assim, colocando as discussões 
de fases do desenvolvimento e idade 
cronológica à margem, o que parece certo 
é a importância dos primeiros anos de vida 
para o desenvolvimento físico, cognitivo 
e socioemocional de todos os seres 
humanos.
1. Desenvolvimento Físico 
Inicial 
1.1 O Neonato
O período correspondente às quatro 
Unidade 2 • Marcos da Primeira Infância42/138
primeiras semanas de vida do bebê é 
chamado de neonatal (PAPALIA; OLDS; 
FELDMAN, 2006). Estes são os primeiros 
momentos de contato do bebê com o meio 
externo e relacionam-se a novas mudanças 
no desenvolvimento do bebê nos campos 
biológico, cognitivo e socioemocional. 
Segundo Papalia, Olds e Feldman (2006), as 
experiências da criança nesses primeiros 
meses de vida são de extrema relevância, 
pois existem indícios científicos de que 
elas podem “moldar” o cérebro, uma 
vez que nesse período o córtex cerebral 
está crescendo e se organizando mais 
rapidamente. Este fenômeno é chamado 
de plasticidade. 
Muitos bebês nascem pesando em 
média 3,400 kg e medindo cerca de 50 
centímetros. No Brasil, compreende-se 
que bebês que nascem com peso inferior 
a 2,500 kg são característicos de baixo 
peso, demandando cuidados pré-natais 
específicos. Do período pós-natal até os 
 
Para saber mais
Córtex cerebral é a “Parte exterior do 
cérebro envolvida nos movimentos 
corporais voluntários, na percepção e nas 
funções intelectuais superiores, tais como 
aprendizagem, pensamento e fala.” (SHAFFER, 
2005, p. 633).
Unidade 2 • Marcos da Primeira Infância43/138
dois primeiros anos de idade, a velocidade 
do crescimento é elevada, declinando-
se lentamente entre dois e cinco anos 
de idade e tornando-se constante (em 
média, cinco a seis centímetros ao ano) 
até o estirão da puberdade (BRASIL, 2002). 
Papalia, Olds e Feldman (2006) apontam 
que logo nos primeiros dias os recém-
nascidos perdem mais ou menos 10% 
do seu peso natal e passam a recuperá-
lo entre o quinto e o 14º dia de vida. Do 
nascimento aos cinco meses, o peso 
de um bebê dobra e, no primeiro ano, 
pode triplicar em relação ao peso natal 
(SHAFFER, 2005). 
Logo após o nascimento, a lanugem (pelos 
pré-natais) e a camada protetora de 
vérnix (ou verniz) caseosa se desprendem 
(PAPALIA;OLDS; FELDMAN, 2006). Essa 
camada tem a função de proteger o 
bebê de macerações ainda dentro do 
útero e, após o parto, contribuiria para a 
regulação térmica do neonato. Ao nascer, 
a cabeça do neonato corresponde a cerca 
de um quarto do comprimento do corpo, 
e os ossos cranianos passam por um 
processo de modelamento temporário. 
Dessa forma, a cartilagem do nariz e as 
fontanelas (moleiras) começam a se fechar 
no primeiro mês de vida (SHAFFER, 2005), 
podendo demorar até cerca de 18 meses 
para completar esse processo. Os sistemas 
orgânicos circulatório, respiratório, 
gastrintestinal, termorregulador e nervoso 
central tendem a evoluir continuamente, 
pois já são independentes dos maternos 
Unidade 2 • Marcos da Primeira Infância44/138
(PAPALIA; OLDS; FELDMAN, 2006).
1.2 Comportamentos Reflexos 
Segundo Papalia, Olds e Feldman (2006), os 
comportamentos reflexos são controlados 
pelos mesmos atributos cerebrais 
responsáveis por processos involuntários 
como a respiração e a frequência cardíaca. 
Alguns surgem ainda na gestação, outros 
aparecem nos primeiros meses pós-natais. 
Os primeiros comportamentos reflexos 
possuem uma importante função na 
estimulação do desenvolvimento do 
sistema nervoso central e muscular logo 
no início da vida. Por exemplo: os reflexos 
adaptativos, como o de sucção e o de 
Moro, relacionam-se aos instintos de 
sobrevivência e proteção. Os reflexos 
posturais costumam aparecer quando 
os centros cerebrais já se tornam ativos, 
manifestando posturas de equilíbrio 
e reações a modificações na posição. 
Os reflexos locomotores, como os de 
marcha e natação, assemelham-se a 
comportamentos voluntários posteriores 
de andar e nadar (PAPALIA; OLDS; 
FELDMAN, 2006). Ademais, as capacidades 
motoras de tipo reflexo, além de trazerem 
indícios sobre a integridade física do bebê, 
também intermediam seus cuidados e sua 
relação materna, pois estão envolvidas 
em processos como os do toque, da 
amamentação, da estimulação (BRASIL, 
2002).
Os reflexos primitivos normalmente 
Unidade 2 • Marcos da Primeira Infância45/138
desaparecem em torno do primeiro ano de vida. “As respostas a estímulos evoluem dos reflexos 
generalizados, que envolvem todo o corpo, para ações voluntárias determinadas pelo córtex” 
(BRASIL, 2002, p. 83). Esse desaparecimento indica que o córtex cerebral está amadurecendo e 
se desenvolvendo normalmente, permitindo uma mudança do comportamento reflexo para o 
voluntário. Os reflexos podem ser divididos em três grupos, sintetizados na Tabela 2.1.
Tabela 2.1 — Reflexos humanos.
Grupo Reflexo
Idade média em que 
desaparecem
Manifestações que 
desaparecem
com a evolução, 
reaparecendo 
em condições 
patológicas.
Tônico cervical, reflexo de 
retificação corporal.
Um a dois meses.
Moro (reações com a cabeça, 
corpo e membros em 
respostas a estampidos ou 
sustos).
Quatro a seis meses.
Babinski (retorção das plantas 
dos pés do bebê quando 
tocadas).
Pode estar presente 
normalmente até os 
18 meses.
Unidade 2 • Marcos da Primeira Infância46/138
Reflexos que com a 
evolução 
tornam-se 
atividades 
voluntárias.
Preensão palmar (Darwiniano). Quatro meses.
Sucção. Nove meses.
Marcha. Quatro meses.
Natação. Quatro meses.
Manifestações que 
persistem por toda a 
vida.
Piscar, bocejar, tossir, 
ânsia de vômito, espirrar e 
reflexo pupilar (têm função 
protetora).
Não desaparecem.
Reflexos cutâneos 
abdominais.
Fonte: baseada nos escritos de Papalia, Olds e Feldman (2006) e no documento da Secretaria de Saúde brasileira (BRASIL, 2002).
1.3 Habilidades Sensoriais Iniciais
De acordo com Bee (2011), algumas capacidades sensoriais estão presentes desde antes do 
nascimento, ainda que rudimentarmente, enquanto outras seriam desenvolvidas logo após 
esse marco. 
Unidade 2 • Marcos da Primeira Infância47/138
O tato é o sistema sensório mais maduro 
nos primeiros meses de vida. Com 32 
semanas de gestação, todo o corpo é 
sensível ao toque e esta sensibilidade 
tende a aumentar nos cinco primeiros 
dias após o nascimento (PAPALIA; OLDS; 
FELDMAN, 2006). Já a visão, embora 
presente desde o nascimento, inclusive 
associada à capacidade de reconhecer 
cores, só será aprimorada em termos de 
acuidade visual após alguns meses de vida 
(BEE, 2011).
Sobre a capacidade olfativa e a distinção 
de odores, Seidl-de-Moura e Ribas (2012) 
discutem que bebês com cerca de três 
dias de vida já reconhecem as mães com 
base no cheiro delas. A gustação aponta a 
preferência inicial das crianças por sabores 
adocicados e a rejeição por alimentos com 
gosto ruim (PAPALIA; OLDS; FELDMAN, 
2006). Quando se oferece água com ou 
sem açúcar para um bebê, percebe-se 
que eles sugam os líquidos de formas 
diferentes, discriminando os sabores 
(Seidl-de-Moura; Ribas, 2012).
A audição começa no quinto mês de 
gestação, indicando a capacidade do 
reconhecimento de vozes. A literatura 
científica evidencia que bebês com menos 
de três dias são capazes de reconhecer 
a voz materna, sendo a sensibilidade às 
diferenças auditivas um possível primeiro 
indicador de habilidades cognitivas 
(PAPALIA; OLDS; FELDMAN, 2006). Devido 
à sensibilidade do bebê aos sons internos 
e externos ao corpo da mãe na gestação, 
Unidade 2 • Marcos da Primeira Infância48/138
autores afirmam que o bebê possivelmente 
já nasce habituado a alguns sons, como 
por exemplo, mães que residem próximas 
a aeroportos, cujos bebês não estranham 
os barulhos dos aviões ao nascer (Seidl-de-
Moura; Ribas, 2012). As mesmas autoras 
apresentam também argumentações que 
apontam a preferência do bebê pela fala 
humana em comparação a outros sons. 
1.4 Sono
O padrão de sono de cada bebê é diferente. 
Quando recém-nascidos, podem dormir 
cerca de 16 horas diárias a princípio, 
ficando um pouco mais despertos por volta 
dos três meses. Após o primeiro ano de 
idade, mais da metade do seu sono pode 
ocorrer à noite (BEE, 2011).
Ao se tornarem mais despertas, as crianças 
se desenvolvem de acordo com seus 
próprios padrões individuais, suscitando 
reações nos adultos que gerarão novas 
respostas nas crianças. Dessa maneira, 
as rotinas de sono e vigília poderão ser 
adaptadas de acordo com as rotinas da 
vida cotidiana dos pais ou cuidadores.
1.5 Nutrição
Até os seis meses, aproximadamente, o 
leite materno deve ser alimento exclusivo 
do bebê. A UNICEF argumenta que o 
aleitamento materno exclusivo até o sexto 
mês de vida pode evitar, anualmente, 1,3 
milhão de mortes de crianças menores 
Unidade 2 • Marcos da Primeira Infância49/138
de cinco anos. Os bebês até os seis meses 
não precisam nem mesmo de água. Após 
esta idade e até os dois anos de idade, 
recomenda-se que a amamentação seja 
mantida (BRASIL, 2007). Porém, é possível 
que sejam inseridos novos alimentos na 
sua rotina, como papinhas de legumes e 
frutas.
Há indicadores de que a amamentação 
exclusiva pode contribuir para um melhor 
desenvolvimento de dentição e maxilar; 
bem como proteger contra diarreias, 
alergias, infecções respiratórias e otite. 
Além disso, bebês que se alimentam 
apenas de leite materno nos primeiros 
meses de vida podem apresentar melhor 
acuidade visual e desenvolvimento 
neurológico. A amamentação 
é instrumento poderoso para o 
fortalecimento do vínculo emocional entre 
mãe e bebê (BRASIL, 2007).
A UNICEF (BRASIL, 2007) aponta ainda que 
alguns outros benefícios podem ser obtidos 
pelas nutrizes, tais como o favorecimento 
da regeneração do tamanho do útero 
ao normal. Algumas mães não podem 
Link
A UNICEF <www.unicef.org.br> tem bons 
materiais informativos, bem como cartilhas 
sobre aspectos importantes do desenvolvimento 
infantil.
Unidade 2 • Marcos da Primeira Infância50/138amamentar os filhos temporariamente, 
como as que se encontram com doenças 
infecciosas ou lesões mamárias, ou 
definitivamente, como as que possuem 
doenças graves ou debilitantes, 
usuárias de álcool ou drogas (tóxicas ou 
medicamentosas), mulheres infectadas 
pela AIDS (PORTUGAL, 2008). Outras 
podem necessitar de avaliação médica 
para amamentar, como as mulheres que 
utilizam certos medicamentos, e em 
alguns casos, portadoras de implantes de 
silicone ou mulheres que passaram por 
algum tratamento ou cirurgia plástica 
mamária. Em outros casos, o bebê pode 
estar muito doente (por exemplo, crianças 
com fenilcetonúria ou galactosemia) 
(PORTUGAL, 2008), sendo possível em 
algumas situações que se retire o leite 
materno com acessórios específicos 
(bombas de ordenha) para que o bebê se 
alimente. 
 
Para saber mais
Galactosemia é uma doença metabólica que se 
caracteriza por dificuldades de conversão da 
galactose, um componente encontrado no leite, 
em glicose.
2. Desenvolvimento Cognitivo 
Fazem parte do Desenvolvimento Cognitivo 
dos indivíduos as questões relativas ao 
desenvolvimento dos comportamentos 
inteligentes: a memória, a linguagem e 
Unidade 2 • Marcos da Primeira Infância51/138
a comunicação, ao aprendizado de leis e 
lógica, aos números, padrões e formas, aos 
potenciais e habilidades, o processamento 
das habilidades sensoriais. Para ser 
considerado inteligente, o comportamento 
deve ser orientado para a meta, isto é, 
consciente e não acidental, e adaptativo 
em relação às circunstâncias (PAPALIA; 
OLDS; FELDMAN, 2006).
São três as teorias mais tradicionais 
responsáveis pela grande parte de 
estudos sobre desenvolvimento cognitivo: 
abordagem behaviorista (aprendizagem), 
psicométrica (inteligência quantitativa) e 
piagetiana (ou sociocognitiva) (PAPALIA; 
OLDS; FELDMAN, 2006).
Para a abordagem behaviorista, os 
comportamentos mudam em resposta à 
experiência. A maturação neurológica, 
sensória e motora é indispensável para 
esse processo, o qual Papalia, Olds 
e Feldman (2006) conceituam como 
mecânica da aprendizagem, bem como 
o ambiente e a estimulação recebidas 
pelas crianças. Para esta abordagem 
de inteligência, existem dois conceitos 
importantes, o condicionamento clássico 
e o condicionamento operante (PAPALIA; 
OLDS; FELDMAN, 2006). 
 A abordagem psicométrica está 
relacionada ao estudo da inteligência 
e outros processos cognitivos, como 
constructos que podem ser acessíveis 
por meio de instrumentos de medida. 
A inteligência seria um traço ou um 
conjunto deles, nos quais os indivíduos se 
Unidade 2 • Marcos da Primeira Infância52/138
diferenciam (SHAFFER, 2005). Um exemplo 
são as avaliações de inteligência humana, 
como as comparações de faixas etárias 
(quociente de inteligência – QI), análises do 
processamento de informações envolvido 
nos processos inteligentes e diferentes 
tipos de talentos e inteligências (SHAFFER, 
2005).
A abordagem piagetiana, proposta por 
Jean Piaget (1896-1980), interessou-
se particularmente por estudar como as 
crianças estruturavam seus processos de 
pensamento. Piaget argumentava que as 
crianças são agentes ativos no processo 
de desenvolvimento e gradualmente 
construíam esquemas cognitivos, 
padrões mentais ou físicos que estão 
constantemente mudando à medida que 
interagem com o mundo (RODRIGUES; 
SILVA; PARIZ; TRICHES, 2003). 
Entre outros teóricos do desenvolvimento 
humano, também remonta Piaget 
a divisão do desenvolvimento por 
estágios. Os estágios seriam um conjunto 
estruturado em equilíbrio, invariantes e 
universais, influenciado por aprendizados 
prévios e fornecendo preparação para 
os próximos. Os estágios são divididos 
e denominados em períodos de idade, 
quais sejam: Sensório-motor (zero a dois 
anos), Pré-operatório (dois a sete anos), 
Operações Concretas (sete a 12 anos) e 
Operações Formais (a partir dos 12 anos) 
(RODRIGUES; SILVA; PARIZ; TRICHES, 
2003). Especificamente quanto ao período 
sensório-motor, o mais contemplado 
Unidade 2 • Marcos da Primeira Infância53/138
em termos de anos da primeira infância, 
os autores relatam que esta etapa se 
caracterizaria pela inteligência prática, 
não lógica e as ações reflexas. Os bebês 
aprendem sobre si mesmos e seus 
mundos por meio do desenvolvimento 
de sua própria aprendizagem de sentidos 
(sensório) e movimento (motor). Assim, de 
bebês respondentes a reflexos tornam-se 
crianças orientadas a metas.
Piaget propôs que a constituição dos 
estágios do desenvolvimento humano 
se dividiria em diferentes momentos: 
Adaptação (ajustamento a novas 
realidades e informações), Assimilação 
(incorporação de informações a uma 
estrutura cognitiva já disponível), 
Acomodação (mudanças em uma 
estrutura cognitiva para incluir novas 
informações) e Equilibração (tentativa 
de equilibrar os elementos cognitivos em 
suas características interiores e exteriores) 
(PAPALIA; OLDS; FELDMAN, 2006).
Outro autor que contribuiu para os avanços 
dos estudos na área do desenvolvimento 
cognitivo foi Lev Vygotsky. Algumas 
de suas principais contribuições dizem 
respeito ao contexto sociocultural e 
histórico que definiria e modelaria as 
crianças e suas experiências (RODRIGUES; 
SILVA; PARIZ; TRICHES, 2003). A relação 
entre homem e mundo externo é mediada 
por sistemas simbólicos de linguagem, 
sistemas numéricos e escrita, os quais 
só fazem sentido dentro do contexto 
social, histórico e cultural local. Segundo 
Unidade 2 • Marcos da Primeira Infância54/138
os autores, Vygostsky estimulou o 
interesse dos pesquisadores por práticas 
culturais específicas, sendo que pesquisas 
posteriores baseadas em sua obra 
revelaram o papel de diferenças culturais 
no desenvolvimento infantil. Faz-se 
importante este tipo de consideração, visto 
que algumas das críticas à obra de Piaget 
abordam a limitação de suas pesquisas 
como realizadas predominantemente 
em seu país, a Suíça. Também foi parte 
da abordagem teórica de Vygostsky 
o desenvolvimento de crianças com 
deficiências, constituindo parte de 
um tópico deste teórico denominado 
defectologia.
Outra contribuição de Vygostsky está 
relacionada à educação das crianças 
e refere-se aos conceitos de Zona 
de Desenvolvimento Potencial, Zona 
de Desenvolvimento Real e Zona de 
Desenvolvimento Proximal. A Zona de 
Desenvolvimento Potencial é constituída 
por atividades ou conhecimentos que 
a criança ainda não domina, mas que 
se espera que possa saber ou realizar, 
independentemente da sua cultura. 
A Zona de Desenvolvimento Real, por 
sua vez, caracteriza-se pelos conceitos 
e atividades que a criança já é capaz 
de dominar, mesmo sem auxílio. A 
Zona de Desenvolvimento Proximal é a 
intermediária entre as outras duas áreas, 
constituindo a distância entre as ideias e 
atividades que a criança já domina sozinha 
e aquelas que podem se desenvolver com 
Unidade 2 • Marcos da Primeira Infância55/138
a ajuda de alguém – o adulto mediador, 
que pode ser um professor, pai ou cuidador 
(RODRIGUES; SILVA; PARIZ; TRICHES, 2003).
2.1 Linguagem
Os sons iniciais emitidos pelos bebês já 
são bases para sua oralização – é a fala 
pré-linguística. Uma característica da fala 
pré-linguística é sua relação com a idade 
cronológica dos indivíduos, isto é, ela 
acontece exclusivamente nos primeiros 
meses de vida da criança, precedendo o 
surgimento das primeiras palavras. 
Os neonatos já conseguem distinguir os 
sons da fala e, posteriormente, agregar 
gestos para sua comunicação. Aos seis 
meses, já aprenderam os sons básicos 
da sua língua e, entre nove e dez meses, 
começam a compreender a fala e seu 
significado. Entre 16 e 24 meses, muitos 
saltos qualitativos de linguagem vão 
acontecendo (PAPALIA; OLDS; FELDMAN, 
2006). 
O desenvolvimento da falaé entornado 
por teorias clássicas e antagônicas de 
desenvolvimento de linguagem, as quais 
ressaltam ora o inatismo deste atributo 
cognitivo como próprio à constituição 
humana, ora sustentam o desenvolvimento 
da linguagem como aprendido. 
Atualmente, sustenta-se uma teoria 
socioconstrutivista, que recebe influências 
da genética, temperamento e interação 
social (PAPALIA; OLDS; FELDMAN, 2006). 
Unidade 2 • Marcos da Primeira Infância56/138
2.2 Memória 
Se não existisse, pelo menos em curto 
prazo, os bebês possivelmente não seriam 
capazes de aprender. A literatura (BEE, 
2011) aponta que os bebês realmente se 
lembram de objetos e situações, mas suas 
memórias seriam altamente específicas. 
Todas as lembranças precoces do bebê 
estariam relacionadas especificamente 
à experiência original (BEE, 2011). Bebês 
de dois a seis meses são capazes de se 
lembrar de situações ligadas ao prazer 
(PAPALIA; OLDS; FELDMAN, 2006). 
Alguns especialistas discutem que o 
processamento da memória, entre 
outras informações, se torna melhor em 
correlação positiva à idade, incluindo o 
aumento de estratégias de memorização 
(BEE, 2011).
3. Desenvolvimento Psicossocial 
Embora os bebês compartilhem muitos 
padrões comuns de desenvolvimento, 
desde o início eles demonstram também 
personalidades distintas, as quais refletem 
influências inatas e ambientais (PAPALIA; 
OLDS; FELDMAN, 2006). A partir do 
nascimento, os autores afirmam que o 
desenvolvimento da personalidade estaria 
interligado com os relacionamentos sociais 
significativos vivenciados pelas crianças. 
As origens da personalidade foram 
descritas primeiramente por três 
abordagens teóricas: biológica, 
Unidade 2 • Marcos da Primeira Infância57/138
psicanalítica e de aprendizagem. A 
abordagem biológica retrata que as 
crianças já nascem com traços de 
temperamento que determinam padrões 
de reação, os quais se adaptam às 
interações das crianças ao mundo e afetam 
as respostas de outras pessoas à criança. 
Os teóricos psicanalíticos propõem a 
existência de processos inconscientes 
que motivam as ações, bem como a 
evolução da personalidade em estágios e 
a importância das relações com adultos 
significativos. Os teóricos da aprendizagem 
apoiam o papel de processos básicos 
de aprendizagem, tais como padrões de 
reforçamento, na modelagem de padrões 
de comportamentos desde a infância, bem 
como os estilos de interações interpessoais 
e com o ambiente (BEE, 2011).
3.1 Emoções
Emoções são reações sentimentais 
básicas em todos os seres humanos que 
motivam os comportamentos. De acordo 
com Papalia, Olds e Feldman (2006, p. 
265), “o desenvolvimento e a expressão 
de diferentes emoções parecem estar 
atrelados à maturação cerebral e ao 
desenvolvimento cognitivo”. Os primeiros 
indicadores emocionais na vida dos seres 
humanos parecem ser chorar, sorrir e 
rir, sendo inseridas gradualmente ao 
repertório da criança expressões faciais, 
atividades motoras, linguagem corporal 
e mudanças fisiológicas associadas à 
Unidade 2 • Marcos da Primeira Infância58/138
expressão das emoções (PAPALIA; OLDS; 
FELDMAN, 2006).
A literatura (PAPALIA; OLDS; FELDMAN, 
2006) divide os tipos de emoção em dois 
grupos: básicas (ou primárias) e complexas 
(ou secundárias e de autoconsciência). 
Alguns exemplos de emoções básicas são 
a alegria, zanga, surpresa, medo, tristeza e 
reserva. São determinadas pela maturação 
biológica e meio ambiente. Embora sejam 
básicas, a forma como são expressas é 
afetada por cada cultura. Por sua vez, as 
emoções de autoconsciência (vergonha, 
culpa, empatia, embaraço, orgulho e 
ciúme, por exemplo) seriam desenvolvidas 
após o segundo ano de vida, pois é a partir 
desta idade que a criança já poderia se 
compreender diferente do outro nas suas 
interações (PAPALIA; OLDS; FELDMAN, 
2006).
A autorregulação emocional e a 
socialização das emoções iniciam-se 
precocemente, à medida que os pais 
modelam as emoções de seus bebês. 
Contudo, esta habilidade se desenvolverá 
gradualmente, relacionando-se também 
com as regras emocionais impostas pelo 
contexto cultural em que a criança se 
desenvolve (SHAFFER, 2005). Segundo o 
autor, pouco a pouco os bebês se tornam 
cada vez mais capazes de reconhecer as 
emoções alheias durante o primeiro ano de 
vida, habilidade que progride em relação 
às suas referências sociais, suas interações 
familiares e seu desenvolvimento 
cognitivo. 
Unidade 2 • Marcos da Primeira Infância59/138
3.2 Apego e Relações com o 
Outro
Embora ainda existam discussões, 
parece não haver um momento crítico 
para formação dos laços entre mãe e 
bebê (PAPALIA; OLDS; FELDMAN, 2006). 
Contudo, os bebês têm necessidades 
de cuidado e afeto e a satisfação destes 
tende a contribuir para o estabelecimento 
de vínculos emocionais com pais ou seus 
cuidadores. De acordo com Seidl-de-
Moura e Ribas (2012), o apego é um tipo de 
vínculo emocional em que os sentimentos 
de segurança e conforto são fundamentais, 
portanto, bebês apegados a outras pessoas 
com as quais mantêm laços emocionais 
se sentiriam confortáveis perto dessas 
pessoas. Nesse sentido, sinais de emoções 
como o choro, o sorriso, a fala, os toques 
e carícias, o olhar, são expressões que 
promovem a proximidade entre o bebê 
e sua mãe, pais ou cuidador (SEIDL-DE-
MOURA; RIBAS, 2012).
Segundo Papalia, Olds e Feldman (2006), 
o contato com os irmãos e outras crianças 
tende a afetar o desenvolvimento cognitivo 
e psicossocial dos bebês, principalmente 
após o primeiro ano de vida. Os autores 
discutem ainda que o contato da criança 
com os irmãos afeta as ações parentais, 
provocando novas ações, ao mesmo 
tempo em que a forma que os pais se 
posicionam com relação aos filhos afetaria 
o relacionamento entre os irmãos. Shaffer 
(2005) aponta que crianças abusadas 
Unidade 2 • Marcos da Primeira Infância60/138
ou privadas socialmente tendem a ser 
mais retraídas, apáticas, possivelmente 
apresentando mais dificuldades 
intelectuais, bem como problemas de 
comportamento e de desenvolvimento de 
apego. O autor alega que estes problemas 
parecem se referir mais especificamente 
à falta de estimulação social do que à 
ausência de uma figura materna, sendo 
que em alguns casos de adversidades 
ou provações prolongadas ou graves 
podem ser necessárias intervenções mais 
específicas para auxiliar o indivíduo em seu 
desenvolvimento.
Questão
reflexão
?
para
61/138
Juquinha é um menino de dois anos. Olhando o álbum 
de fotografias do parto, a mãe do garoto comenta 
para sua amiga o quanto Juquinha já se desenvolveu 
e aprendeu desde o seu nascimento. Ele já anda com 
certa firmeza, tenta comer sozinho, fala diversas 
palavras, canta, brinca sozinho e com colegas, 
manipula objetos e reconhece pessoas.
De acordo com o que foi estudado, como se explicaria 
a diversidade de aprendizado de Juquinha nestes dois 
primeiros anos de sua vida?
62/138
Considerações Finais 
 » A primeira infância possui marcos em termos de desenvolvimento físico, 
cognitivo e socioemocional.
 » Quanto ao desenvolvimento físico, aponta-se a evolução da criança já fora 
do útero materno: o surto de crescimento, o desenvolvimento psicomotor, a 
mudança gradual de alimentação, o desenvolvimento de habilidades sensoriais e 
reflexas, e a consolidação de padrões de sono e vigília.
 » Quanto ao desenvolvimento cognitivo, referem-se às questões relativas ao 
desenvolvimento dos comportamentos inteligentes: a memória, a linguagem e 
a comunicação, ao aprendizado de leis e lógica; aos números, padrões e formas; 
aos potenciais e habilidades, o processamento das habilidades sensoriais. 
Destacam-se aqui as contribuições de dois teóricos: Piaget e Vygotsky.
 » Em relação ao desenvolvimento socioemocional, esta etapa da vidaé o 
importante início do aprendizado de estilos de apego, de personalidade, de 
interações com pares e pessoas significativas e da expressão e da modulação das 
emoções.
Unidade 2 • Marcos da Primeira Infância63/138
Referências 
Aguiar, G.A.; Nascimento, M.; Baker, G. Breve panorama sobre a primeira infância no Brasil. Rio de 
Janeiro: Promundo, 2007.
BEE, H.; A criança em desenvolvimento. Porto Alegre: Artmed, 2011.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção 
Básica. Saúde da Criança: Acompanhamento do Crescimento e do Desenvolvimento Infantil. 
Brasília: Ministério da Saúde, 2002.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Promovendo o Aleitamento Materno. 
Brasília: UNICEF, 2007.
Papalia, D. E.; Olds, S. W.; Feldman, R. D. Desenvolvimento Humano. Porto Alegre: Artmed, 2006.
PORTUGAL. Manual de Aleitamento Materno. Lisboa: Comitê português para a UNICEF/Comissão 
Nacional, 2008.
RODRIGUES, A. S.; SILVA, A. T. R.; PARIZ, J. D. B.; TRICHES, N. Teorias da Aprendizagem. Curitiba: 
IESDE Brasil, 2003.
SEIDL-DE-MOURA, M. L; RIBAS, A. F. P. Bebês recém-nascidos: Ciência para conhecer e afeto para 
cuidar. Curitiba: Juruá, 2012.
Unidade 2 • Marcos da Primeira Infância64/138
Referências 
SHAFFER, D. Psicologia do Desenvolvimento: Infância e Adolescência. São Paulo: Pioneira 
Thomson Learning, 2005.
65/138
Aula 2 - Tema: Desenvolvimento do Cérebro - 
Bloco I
Disponível em: <//fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/
embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/7e-
d574e4931607d8ab1099b969bc5daf>.
Aula 2 - Tema: Desenvolvimento Físico 
Inicial - Bloco II
Disponível em: <//fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/
embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/c2afe-
42fb28c241cbf4001d472bc3305>. 
Assista a suas aulas
66/138
Aula 2 - Tema: Desenvolvimento Cognitivo - 
Bloco III
Disponível em: <//fast.player.liquidplatform.com/pA-
piv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
08960f2aa951b273185786bbcd8eb2c4>.
Aula 2 - Tema: Desenvolvimento Psicossocial - 
Bloco IV
Disponível em: <//fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/
embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/b022d-
04cfe561c6a601a58f5f92b6ca2>. 
Assista a suas aulas
67/138
1. Diz-se que as experiências dos primeiros meses de vida humana são mui-
to importantes, pois existem indícios científicos de que estas podem “mol-
dar” o cérebro, uma vez que neste período o córtex cerebral está crescen-
do e se organizando mais rapidamente. Este fenômeno é denominado:
Questão 1
a) Mudança.
b) Plasticidade. 
c) Modelagem.
d) Modelação.
e) Formação.
68/138
2. Alguns reflexos estão presentes nos primeiros meses do neonato, desa-
parecendo até mesmo antes do primeiro ano de idade e tornando-se ativi-
dades voluntárias posteriormente. Dentre os exemplos, assinale o reflexo 
que não tende a reaparecer, salvo em condições patológicas:
Questão 2
a) Preensão palmar.
b) Sucção.
c) Tônico Cervical. 
d) Marcha.
e) Natação.
69/138
3. Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas a seguir:
Entre outros teóricos do desenvolvimento humano, também se refere a 
________ a divisão do desenvolvimento por ________. Os _______ se-
riam um conjunto estruturado em equilíbrio, _____________, universais, 
influenciado por _____________ e fornecendo preparação para os próxi-
mos.
Questão 3
a) Piaget, reflexos, reflexos, variantes, aprendizados prévios.
b) Piaget, estágios, estágios, invariantes, aprendizados prévios. 
c) Vygotsky, símbolos, símbolos, socioculturais, aprendizados prévios.
d) Vygotsky, estágios, estágios, variantes, cultura.
e) Bee, momentos críticos, momentos críticos, socioculturais, aprendizados prévios.
70/138
4. As origens da personalidade foram descritas primeiramente por três 
abordagens teóricas, que são:
Questão 4
a) Patológica, psicológica, psicanalítica.
b) Real, proximal e potencial. 
c) Genética, fisiológica, psicológica.
d) Ecológica, etológica, biológica.
e) Biológica, aprendizagem, psicanalítica.
71/138
5. Por que as teorias afirmam que as emoções de autoconsciência só serão 
desenvolvidas com mais intensidade no segundo ano de vida da criança?
Questão 5
a) Porque é nesta época que a criança já conseguiria se compreender diferente do outro na 
relação. 
b) Porque o desenvolvimento físico só permite o desenvolvimento dessas emoções nesta 
etapa.
c) Pois as emoções de autoconsciência são desenvolvidas antes das básicas.
d) Pois nesta idade a linguagem se desenvolve significativamente, inclusive aumentando a 
numerosidade de palavras que uma criança pode emitir.
e) Porque nesta idade o período sensório-motor já está superado, possibilitando o início do 
pensamento simbólico (autoconsciência) nas crianças.
72/138
Gabarito
1. Resposta: B
O fenômeno característico dos primeiros 
meses de vida das crianças, ligado aos 
atributos de adaptação cerebral, é 
denominado “plasticidade”.
2. Resposta: C
Com exceção do reflexo tônico-cervical 
(retificação corporal), todos os demais 
evoluem para comportamentos 
voluntários.
3. Resposta: B
A noção dos estágios enquanto 
estruturas equilibradas, universais, 
básicas para o desenvolvimento de novos 
comportamentos, se refere a um conceito 
piagetiano.
4. Resposta: E
As teorias se referem à herança genética de 
traços de personalidade (temperamento), 
biológica, às influências do ambiente e da 
aprendizagem, e das relações com pais e 
pessoas significativas durante a infância 
pela função simbólica – psicanálise.
5. Resposta: A
A literatura indica que as emoções 
básicas são desenvolvidas antes das 
de autoconsciência, as quais estariam 
presentes no segundo ano de vida 
da criança, etapa quando o bebê já 
73/138
conseguiria se diferenciar do outro nas 
relações.
74/138
Unidade 3
Marcos da Segunda Infância
Objetivos
Se a primeira infância é caracterizada pela formação básica dos indivíduos, quais são os 
progressos esperados durante os anos em que ainda se é considerado criança, mas não se teve 
acesso à puberdade, à passagem para a idade adulta?
 Esta aula visa fornecer algumas informações que esclareçam sobre os ganhos físicos, 
cognitivos e psicossociais na segunda infância e como o desenvolvimento nesses âmbitos 
se articula com o contexto de desenvolvimento dos indivíduos. Nota-se a ampliação das 
evoluções sociais e simbólicas das crianças, e as associações destes progressos a situações 
como as de jogos e brincadeiras infantis.
Unidade 3 • Marcos da Segunda Infância75/138
Introdução
Segundo Papalia, Olds e Feldman (2006),compreende-se por segunda infância (ou infância, 
ou período pré-escolar) a etapa aproximada de desenvolvimento que se inicia aos três anos 
de idade e perdura até os sete anos. Nessa época, os corpos das crianças “tornam-se mais 
delgados, suas capacidades motoras e mentais mais aguçadas e suas personalidades e 
relacionamentos mais complexos” (p. 260). Essas capacidades mais aprimoradas alicerçam 
marcos comuns a muitas crianças nessa etapa da vida, relacionados à inserção definitiva da 
criança na instituição escolar, aos novos aprendizados, como a alfabetização, e à ampliação de 
sua rede social, que agora inclui cada vez mais pessoas externas à família.
Palacios, Cubero, Luque e Mora (2004) afirmam que, embora em termos físicos essa etapa seja 
menos notável do que a posterior puberdade,é um momento de extrema relevância sob o ponto 
de vista do desenvolvimento psicomotor, visto que as transformações no campo das ações e 
representações simbólicas é muito significativa. 
1. Desenvolvimento Físico 
Bee (2011) ressalta a importância de se conhecer o desenvolvimento físico da criança, pois as 
Unidade 3 • Marcos da SegundaInfância76/138
mudanças físicas apoiam o desenvolvimento de novos comportamentos, bem como afetam as 
experiências vividas pela criança, as respostas das outras pessoas e seu autoconceito (PAPALIA; 
OLDS; FELDMAN, 2006).
Após os dois anos de idade, o crescimento tende a ser regular até a puberdade, quando 
normalmente ocorre o estirão do desenvolvimento e também o pronunciamento da 
diferenciação sexual das crianças, com posterior maturação reprodutiva. O desenvolvimento 
físico da criança engloba a evolução da mesma em ossos, músculos, gordura, sistema nervoso 
central, hormônios, possibilitando a emergência de várias habilidades motoras, muitas das 
quais já estão presentes desde os seis anos de idade (BEE, 2011). A estrutura corporal interna 
está amadurecendo e os dentes de leite já estão presentes (PAPALIA; OLDS; FELDMAN, 2006). 
Os ossos aumentam em quantidade, e gradualmente endurecerão, o tecido muscular torna-
se mais denso e extenso em fibras, especialmente nos meninos, e as células adiposas são 
depositadas mais rapidamente nas meninas (BEE, 2011). Quanto ao peso, embora o apetite 
costume diminuir nesta etapa da vida,são comuns os relatos de questões ligadas à obesidade 
(PAPALIA; OLDS; FELDMAN, 2006). 
Bee (2011) afirma ainda que os hormônios, embora influenciem o desenvolvimento de forma 
mais particular na puberdade, estão presentes no crescimento durante todo o período anterior 
a esta etapa. As mudanças puberais iniciam-se em média aos oito anos de idade nas meninas 
Unidade 3 • Marcos da Segunda Infância77/138
e podem começar um pouco mais tarde nos meninos, encerrando-se por volta dos 16 anos de 
idade (BEE, 2011). Contudo, as discussões consultadas ressaltam que embora a maturação seja 
um processo importante do desenvolvimento físico dos seres humanos, não explica sozinha 
os padrões que são observados neste processo, pois o ambiente, a hereditariedade, os fatores 
pré-natais, a alimentação, enfim, todo o contexto de vida da criança afetará seu padrão de 
desenvolvimento (BEE, 2011).
Outras mudanças biológicas comuns às crianças na primeira infância estão relacionadas ao 
sono. De acordo com Papalia, Olds e Feldman (2006), embora não seja possível falar em padrões 
de sono, seja em qualquer época da vida, sem pensar em expectativas culturais para estes 
padrões, parece comum que as crianças na segunda infância adiem os horários para dormir 
e apeguem-se a certos objetos e rituais para conciliar o sono. A enurese noturna também é 
comum nessa época e nem sempre demanda intervenções específicas para sua resolução 
(PAPALIA, OLDS e FELDMAN, 2006).
Quanto aos principais riscos à saúde das crianças em idade escolar, Papalia, Olds e Feldman 
(2006) argumentam que as taxas de mortalidade têm diminuído nos países industrializados 
devido às campanhas de imunização ocorrentes. Os autores ainda apontam a ocorrência 
comum de doenças menos graves, como os resfriados, como sendo importantes para a 
construção da imunidade das crianças. Contudo, fatores ambientais, tais como a exposição a 
Unidade 3 • Marcos da Segunda Infância78/138
estresse, falta de moradia e saneamento, 
de alimentação adequada, a miséria e o 
fumo são relatados como os principais 
elementos causadores de riscos de 
doenças ou danos às crianças. 
No Brasil, a principal causa de mortalidade 
e incidentes infantis na atualidade 
são os acidentes, tanto os de trânsito 
como os de afogamento, sufocação, 
queimaduras, quedas, intoxicação e armas 
de fogo (BRASIL, 2010). Os altos índices 
têm mobilizado diversas campanhas, 
capacitações e formação de organizações 
não governamentais, buscando 
conscientizar toda a sociedade sobre 
as formas de prevenir esses acidentes, 
pois muitos acontecem na residência da 
criança.
2. Desenvolvimento Cognitivo
De acordo com a perspectiva teórica de 
Piaget, a segunda infância corresponderia 
em sua maior parte ao estágio pré-
operatório de desenvolvimento, o qual 
estaria presente na idade entre dois e 
sete anos, aproximadamente. Nesta 
etapa, a criança ainda seria egocêntrica, 
pois ainda não conseguiria colocar-se no 
lugar do outro e enxergaria o mundo de 
acordo com seu próprio ponto de vista 
(RODRIGUES; SILVA; PARIZ; TRICHES, 2003), 
de acordo com o princípio de centração. 
Os experimentos desenvolvidos por 
Piaget com as crianças nesta idade estão 
relacionados à teoria da conservação 
de massas (número, quantidade, 
Unidade 3 • Marcos da Segunda Infância79/138
comprimento, massa, peso, volume), ao 
animismo (categorização de coisas vivas e 
não vivas), e às dificuldades de as crianças 
pensarem em reversão de acontecimentos 
(PAPALIA; OLDS; FELDMAN, 2006).
Rodrigues, Silva, Pariz e Triches (2003) 
relatam que as situações de brincadeira 
continuam presentes durante a segunda 
infância, sendo que teóricos como 
Vygotsky e Piaget atribuíram grande 
importância a atividades de jogar e brincar 
como contributivas de desenvolvimento 
cognitivo, psicossocial e aprendizado nesta 
etapa. Refere-se que durante a segunda 
infância a criança estaria vivenciando uma 
relação com a brincadeira caracterizada 
como brincar sociodramático (Rodrigues; 
Silva; Pariz; Triches, 2003). De acordo com 
Papalia, Olds e Feldman (2006), surgem 
nesta etapa as primeiras evidências da 
brincadeira simbólica, refletidas no faz 
de conta, na simulação e imaginação 
de pessoas, coisas e situações. Crianças 
incorporam situações cotidianas, como 
a imitação de pessoas com quem elas 
têm relações, bem como as fantasiosas, 
como a personificação dos super-heróis. 
Essas últimas, Papalia, Olds e Feldman 
(2006) discutem estarem associadas a 
influências como as da televisão, por 
exemplo. Os autores relatam também que 
nesta época as brincadeiras infantis se 
modificam, tornando-se mais interativas 
e cooperativas, envolvendo colegas nas 
situações de brincar, antes individuais, 
e oferecendo mais oportunidades de 
Unidade 3 • Marcos da Segunda Infância80/138
exercícios de habilidades interpessoais, 
linguísticas, bem como a exploração de 
papéis como os de gênero e convenções 
sociais (PAPALIA; OLDS; FELDMAN, 2006).
2.1 Teoria da Mente
Outro atributo apontado pela literatura 
como normativo nas crianças de cerca 
de quatro anos de idade é o processo de 
compreensão de sistemas de pensamento 
próprios da criança e sua capacidade de 
distinguir aparência e realidade (PAPALIA; 
OLDS; FELDMAN, 2006). Ademais, elas 
já possuem capacidades de entender os 
enganos, bem como a impossibilidade 
de predizer os pensamentos e atitudes 
do outro apenas pela observação, 
desenvolvendo uma teoria da mente. 
Este marco desenvolvimental seria mais 
semelhante aos conceitos adultos sobre o 
funcionamento mental e seria alcançado 
e estimulado por meio do faz de conta e 
das conversas sobre os estados mentais de 
adultos e irmãos, além de poder contribuir 
na percepção da criança sobre si mesma de 
forma pública e privativa (SHAFFER, 2005).
2.2 Linguagem
As primeiras palavras normalmente estão 
ligadas a um contexto específico, como por 
exemplo, objetos que despertam interesse 
nas crianças (SHAFFER, 2005). Durante a 
segunda infância, as crianças conseguem 
gradualmente ampliar o significado das 
Unidade 3 • Marcos da Segunda Infância81/138
parte importante do desenvolvimento 
das habilidades de linguagem da criança 
(SHAFFER, 2005). Por sua vez, a fala 
privada é um evento normal na segunda 
infância e que costuma desaparecer em 
média aos 10 anos de idade (PAPALIA; 
OLDS; FELDMAN, 2006). 
As pesquisas sobre linguagem também 
podem auxiliar no entendimento do 
desenvolvimento da leitura. Tudo indica 
que os atributos envolvidos em um 
processo são importantes no outro (BEE, 
2011). Além disso, ainda estão sendo 
discutidas as possíveis causas de atrasos 
na linguagem, os quais podem ter sérias

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