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Imunidade Inata - resposta inflamatória

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1 Profa. Renata Maia 
Imunidade inata 
Mecanismos celulares e moleculares no processo inflamatório 
 A resposta inflamatória é o primeiro mecanismo de defesa do organismo a um 
dano tecidual. Consiste de um processo biológico complexo que conta com a 
participação de componentes vasculares, celulares e uma diversidade de substâncias 
solúveis. 
Clinicamente, caracteriza-se por apresentar sintomas como: rubor, calor, 
edema, dor e prejuízo funcional. 
O objetivo da resposta inflamatória é remover o estímulo indutor da resposta e 
iniciar a recuperação tecidual local. Durante o processo inflamatório, vários sistemas 
bioquímicos (Sistemas Complemento e da coagulação), são ativados, auxiliando no 
estabelecimento, evolução e resolução do processo. 
A bem sucedida remoção do estímulo (antígeno) leva ao término da resposta 
aguda e reparo tecidual completo. 
No tecido adjacente à lesão ocorrem vasodilatação local e aumento da 
permeabilidade capilar mediados por aminas vasoativas (histamina e serotonina). Dos 
capilares saem o transudato (eletrólitos e pequenas moléculas) e moléculas como 
albumina e fibrinogênio, constituindo o exsudato. 
A saída de proteínas dos vasos é acompanhada pela perda de água que 
passam a circular junto ao endotélio. O endotélio passa a expressar moléculas de 
superfície que favorecem a aderência dos leucócitos e a eventual migração destes 
para os tecidos (diapedese). Alguns componentes do SC, do sistema gerador de 
cininas e do sistema da coagulação são ativados. Macrófagos residentes no tecido 
lesado liberam citocinas inflamatórias (IL-1, TNF-α e quimiocinas). No tecido, as 
células buscam fagocitar o patógeno e reparar o dano tecidual. 
Na inflamação aguda, há predominância de elementos da imunidade inata e as 
principais células envolvidas são os neutrófilos e macrófagos. Na inflamação crônica - 
em geral determinada pela persistência do estímulo lesivo -, o processo inflamatório se 
mantém e se caracteriza por mudança progressiva nos elementos celulares e solúveis 
que infiltram o tecido. A permanência do patógeno leva à cronificação do processo, 
havendo simultaneamente destruição e reparo tecidual. Na inflamação crônica, o 
tecido promove a formação de um infiltrado, caracterizado pela presença de células 
mononucleares (monócitos, macrófagos e linfócitos), sinais de angiogênese e fibrose. 
 
 
2 Profa. Renata Maia 
 
Caracterização dos processos inflamatórios agudo e crônico. 
Fonte: Cruvinel et al, 2010. 
 
 
Mediadores solúveis da inflamação derivados de células 
Fonte: Cruvinel et al, 2010 
 
Migração dos leucócitos e moléculas de adesão: 
Em condições normais de fluxo sanguíneo, as células circulam no centro do 
vaso, onde a resistência é menor e a velocidade do fluxo, maior. 
Quando ocorre vasodilatação, a velocidade do fluxo sanguíneo diminui e as 
células circulantes se chocam com mais frequência com as células endoteliais 
ativadas que expressam moléculas de superfície capazes de se ligar aos leucócitos. 
 
3 Profa. Renata Maia 
As células endoteliais, uma vez ativada, expressam grandes quantidades de 
moléculas de adesão da família das selectinas, molécula 1 de adesão intercelular 
(ICAM-1) e molécula 1 de adesão da célula vascular (VCAM-1). 
A ativação endotelial é ativada por subprodutos de microrganismos, citocinas 
(IL-1, TNF-α), componentes ativados do SC, fatores da coagulação, histamina e 
leucotrieno B4. 
Selectinas são glicoproteínas presentes em leucócitos (L-selectina), endotélio 
(E-selectina e P-selectina) e plaquetas (P-selectina). Elas se ligam a moléculas 
glicosiladas presentes na superfície de outras células e medeiam adesão de baixa 
afinidade entre leucócitos e endotélio. 
Apesar da baixa afinidade, essa interação é suficiente para atrair os leucócitos 
para a periferia e promover contato com o endotélio. 
O contato entre o endotélio ativado e o neutrófilo é mediado pela ligação das 
selectinas P e E (endotélio) à mucina (superfície celular). A velocidade de dissociação 
dessa ligação é alta, favorecendo ao rolamento dos neutrófilos na parede dos vasos, 
onde são expostos à fatores quimiotáticos (fragmentos de fibrina, colágeno, fatores 
solúveis plaquetários, mediadores dos mastócitos, C5a, C3a e C4a, resíduos do 
metabolismo bacteriano como os peptídeos n-formilados, e as quimiocinas). 
As quimiocinas levam à alterações das integrinas, levando ao reconhecimento 
de maior avidez aos ligantes expressos no endotélio, imobilizando os neutrófilos e 
promovendo sua aderência à parede do vaso. 
O extravasamento e a migração leucocitária dependem de quimiocinas como 
IL-8 e MCP-1. A IL-8 (liberada por macrófagos ativados) atrai neutrófilos, penetram no 
tecido inflamado, ao passo que MCP-1 recruta monócitos, células T, células NK e 
células dendríticas. 
Os mediadores solúveis da resposta inflamatória são variados e derivam de 
precursores plasmáticos e celulares. Podem ser classificados de acordo com suas 
propriedades bioquímicas em: aminas vasoativas, peptídeos vasoativos, produtos de 
clivagem do SC, mediadores lipídicos, citocinas, quimiocinas e enzimas proteolíticas. 
 
 
Fonte: Cruvinel et al, 2010 
 
4 Profa. Renata Maia 
 
Quimiocinas  constituem uma grande família de citocinas estruturalmente 
homólogas, responsáveis pela movimentação dos leucócitos, inclusive sua migração 
para locais de inflamação tecidual. 
São pequenos polipeptídeos de 8 a 12kDa com duas pontes dissulfeto internas. 
Cerca de 50 quimiocinas diferentes já foram identificadas, sendo classificadas em 
famílias pelo número e a localização dos resíduos de cisteína N-terminais. 
As duas principais famílias das quimiocinas são: 1. CC, nas quais resíduos de 
cisteína são adjacentes, e 2. CXC, como a IL-8, em que esses resíduos são separados 
por um aminoácido. 
As quimiocinas desempenham papel importante na movimentação das células 
mononucleares pelo corpo e na migração para os tecidos, contribuindo para a 
resposta imunológica específica e/ou patogênese de várias doenças. Os receptores de 
quimiocinas são expressos em leucócitos, células dendríticas e células de 
Langerhans. 
 
CLASSIFICAÇÃO DA RESPOSTA INFLAMATÓRIA 
A resposta inflamatória é, em geral, benéfica ao organismo, resultando na 
eliminação de microrganismos por fagocitose ou lise pelo SC, diluição ou neutralização 
de substâncias irritantes ou tóxicas pelo extravasamento local de fluidos ricos em 
proteínas, e limitação da lesão inicial pela deposição de fibrina. 
Porém, em algumas situações pode ter consequências adversas, como, por 
exemplo, nas reações alérgicas e nas doenças autoimunes. As reações inflamatórias 
exacerbadas, mediadas pelo sistema imunológico, denominadas reações de 
hipersensibilidade, são classificadas de acordo com o mecanismo desencadeador. 
 
 
Fonte: Cruvinel et al, 2010.

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