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FACULDADE FORTIUM COMPRA E VENDA ANGÉLICA SIMONE CRUZ DE PAULA EDNA DOS SANTOS DE JESUS JAYNE CAVALCANTE VIRGÍNIA MARIA DE OLIVEIRA PINTO Brasília 2019 Sumário 1 INTRODUÇÃO............................................................................................................. 2 2 TEORIA GERAL DOS CONTRATOS ..................................................................... 3 2.1 Conceito de contrato ...................................................................................................... 3 2.2 Elementos constitutivos do contrato (plano de existência do negócio jurídico) ............ 3 2.3 Pressupostos de validade do contrato (plano de validade do negócio jurídico) ............. 4 2.4 Fatores eficaciais do contrato (plano de eficácia do negócio jurídico) .......................... 5 3 CONTRATO DE COMPRA E VENDA .................................................................... 5 3.1 Conceito, e as partes do contrato de compra e venda .................................................... 5 3.2 Características do contrato de compra e venda .............................................................. 6 3.3 Elementos essenciais que constituem a compra e venda ............................................... 7 3.4 Deveres e direitos fundamentais do comprador e do vendedor ..................................... 8 3.5 Responsabilidade do vendedor pelos vícios redibitórios e pela evicção ....................... 9 3.6 Responsabilidade do vendedor pela perda ou deterioração (perecimento) da coisa adquirida ............................................................................................................................ 10 3.7 Cláusulas especiais na compra e venda ....................................................................... 11 4 COMPRA E VENDA MERCANTIL........................................................................ 12 4.1 Natureza mercantil da compra e venda......................................................................... 12 4.2 Exemplos de contrato de compra e venda mercantil (entre empresários) .................... 13 5 JULGADO DO TJDFT, SÚMULA DO STJ, E ENTENDIMENTO DO STJ QUANTO A APLICAÇÃO DO CDC NOS CONTRATOS DE COMPRA E VENDA MERCANTIL ......................................................................................................................... 14 6 LEGISLAÇÃO APLICADA...................................................................................... 16 7 CONCLUSÃO ............................................................................................................ 17 8 REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 18 2 1 INTRODUÇÃO Contratos são considerados uma convergência de anseios entre duas ou mais partes, sendo redigido à luz da legislação vigente. Alguns princípios fundamentais são imprescindíveis para tal instrumento, sendo um deles o princípio da boa-fé. Entre os tipos de contrato está o de compra e venda mercantil. Esse tipo de contrato é o que melhor retrata a intermediação ou troca caracterizada pelo comércio. A chamada cadeia de circulação de mercadorias é uma sucessão de contatos de compra e venda mercantis. Dada a importância do tema - contratos de compra e venda - este trabalho possui como objetivo elucidar os principais aspectos que tangem o referido assunto. Tal tema possui relevância do ponto de vista do aspecto jurídico e comercial. Como procedimento metodológico, utilizou-se pesquisa bibliográfica em doutrinas jurídicas, com a finalidade de proporcionar melhores e mais precisas informações a respeito do assunto. 3 2 TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 2.1 Conceito de contrato O contrato tem uma grande relevância, pois possibilita barganha de riquezas e acordos de vontades entre duas ou mais pessoas, gerando direitos e obrigações. O conteúdo do contrato se limita às questões patrimoniais ou econômicas. Feitas essas observações, pode-se conceituar à luz da lição de Farias e Rosenvald (2015, p. 32): O contrato é a veste jurídico-formal das operações econômicas, sendo todo fato jurídico consistente em declaração de vontade, a que o ordenamento jurídico atribui os efeitos designados como queridos pelas partes respeitados os pressupostos de existência, validade e eficácia impostos pelo sistema jurídico que sobre ele incide. Nesse mesmo diapasão, Gagliano e Pamplona Filho prelecionam (2017, p. 44): O contrato é um negócio jurídico por meio do qual as partes declarantes, limitadas pelos princípios da função social e da boa-fé objetiva, autodisciplinam os efeitos patrimoniais que pretendem atingir, segundo a autonomia das suas próprias vontades. Para Tartuce (2017, p. 321) “o contrato é um ato jurídico bilateral, dependente de pelo menos duas declarações de vontade, cujo objetivo é a criação, a alteração ou até mesmo a extinção de direitos e deveres”. 2.2 Elementos constitutivos do contrato (plano de existência do negócio jurídico) Segundo Gagliano e Pamplona Filho (2017), se faz necessário quatro elementos de forma conjunta para que um negócio jurídico e consequentemente um contrato possa existir. São esses os elementos: a) Manifestação da vontande: É a essência do negócio jurídico, devendo haver uma declaração de vontade real. b) Agente: Presença de um agente para que a declaração de vontade seja manifestada. c) Objeto: É o objeto do contrato, que consiste na prestação da relação obrigacional estabelecida. 4 d) Forma: Para que o objeto do contrato seja realizado deve haver uma forma de exteriorizar que o contrato realmente existiu no plano concreto. A forma é portanto, um meio de condução da vontade, podendo ser de forma oral, escrita, mímica, etc. Presentes estes quatro elementos, pode-se afirmar com total certeza, que o contrato, como negócio jurídico, existe no campo da realidade fática. 2.3 Pressupostos de validade do contrato (plano de validade do negócio jurídico) Após a existência do contrato, deve ser verificado se este pode ser visto como válido. Conforme prelecionam os professores Gagliano e Pamplona Filho (2017), embora a manifestação de vontade seja elemento essencial para identificar a existênc ia de um contrato, sua validade está condicionada a manifestação de vontade de forma livre e de boa-fé. No mesmo sentido os professores ensinam que é indispensável que o agente tenha capacidade para que possa manifestar sua vontade por meio da celebração de um contrato. Para Gagliano e Pamplona Filho (2017), deve haver idoneidade no objeto do contrato, ou seja o objeto deve ser lícito, bem como ser possível (jurídica e fisicamente) e determidado e indeterminável (com os elementos mínimos de individualização que lhe permitam caracterizá-lo). Em que pese no campo da licitude do objeto, o art. 426 do Código Civil de 2002 preceitua que “Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva”. A essa vedação é o que se chama de proibição do pacta corvina. Por fim, a forma do contrato deve ser a adequada, atendida esta como a prescrita ou não defesa em lei, que estabelecerá um determinado tipo de forma para que o contrato tenha validade (GAGLIANO e PLAMPLONA FILHO, 2017). Caso o mandamento legal seja desobedecido, o negócio jurídico (contrato) existirá, porém será nulo, por ser considerado inválido (GAGLIANO e PLAMPLONA FILHO,2017). Para elucidar melhor este assunto, daremos um exemplo: o humilde camponês, por meio de um contrato de compra e venda, adquire algumas glebas de terra do seu vizinho, e, insciente de que a aquisição da propriedade imobiliária exige a 5 lavratura da compra e venda em escritura pública devidamente registrada (forma prescrita em lei), aceita, apenas, a documentação do ato em simples recibo firmado pela parte adversa. No exemplo mencionado não há dúvida quanto à existência do negócio jurídico, porém sob a ótica do prisma legal o negócio é inválido (nulo), pois não foi respeitado a forma prescrita em lei (escritura pública registrada). Dessa forma preceitua o art. 108 c/c o art. 166 do Código Civil de 2002 (GAGLIANO e PLAMPLONA FILHO, 2017). 2.4 Fatores eficaciais do contrato (plano de eficácia do negócio jurídico) Com o contrato existente e válido, é comum que este passe a produzir seus efeitos de forma imediata. Contudo, nas lições de Gagliano e Pamplona Filho (2017) é possível casualmente que em certos contratos elementos acidentais possam ocorrer, fazendo com que a produção imediata dos efeitos do contrato seja limitada ou podem fazer cessá-los, se ocorridos determinados fatos preestabelecidos. Conforme prelecionam Gagliano e Pamplona Filho (2017) esses três elementos acidentais são os seguintes: a) Termo: Evento futuro e certo, que protrai o começo da produção de efeitos (termo inicial) ou faz cessá-los (termo final). b) Condição: Evento futuro e incerto que, se ocorrente, poderá dar início à produção de efeitos (condição suspensiva) ou fazer cessá-los (condição resolutiva). c) Modo/Encargo: determinação acessória acidental de negócios jurídicos gratuitos, que impõe ao beneficiário da liberalidade um ônus a ser cumprido, em prol de uma liberalidade maior. 3 CONTRATO DE COMPRA E VENDA 3.1 Conceito, e as partes do contrato de compra e venda O contrato de compra e venda, deve ser entendido a partir do esforço de duas condutas humanas correspondentes que nele estão presentes: de um lado, a obrigação de uma das partes de pagar uma determinada quantia em dinheiro, e, a outro giro, o dever da 6 contraparte de transferir o domínio de uma determinada coisa. O contrato de compra e venda está disciplinado no Código Civil de 2002, entre os arts. 481 a 532. No que tange à definição jurídica do contrato de compra e venda deve ser trazida à baila a doutrina de Gagliano e Pamplona Filho, o seguinte (2017, pag 33): A definição do contrato de compra e venda é extremamente simples , dispensando grande esforço intelectual: traduz o negócio jurídico em que se pretende a aquisição da propriedade de determinada coisa, mediante o pagamento de um preço. Trata-se, pois, de um negócio jurídico bilateral, pelo qual uma das partes (vendedora) se obriga a transferir a propriedade de uma coisa móvel ou imóvel à outra (compradora), mediante o pagamento de uma quantia em dinheiro (preço). Nessa mesma seara o professor Gonçalves ensina (2016, pag. 55), “Denomina -se compra e venda o contrato bilateral pelo qual uma das partes (vendedor) se obriga a transferir o domínio de uma coisa à outra (comprador), mediante a contraprestação de certo preço em dinheiro”. O art. 481 do CC/2002 conceitualiza a compra e venda como sendo o contrato pelo qual alguém (o vendedor) se obriga a transferir ao comprador o domínio de coisa móvel ou imóvel mediante uma remuneração, denominada preço. É de se notar portanto, que neste cenário jurídico existe a figura de dois atores fundamentais, sendo eles, o vendedor (que se obriga à transferir o domínio da coisa) e o comprador (que se obriga ao pagamento do preço). 3.2 Características do contrato de compra e venda Segundo Tartuce (2017, pag. 377), o contrato de compra e venda possui as seguintes características: a) O contrato de compra e venda é bilateral ou sinalagmático por excelência, havendo sinalagma (direitos e deveres proporcionais entre as partes, que são credoras e devedoras entre si). (grifei) b) Constitui contrato oneroso, porque há sacrifícios patrimoniais para ambas as partes, ou seja, para o comprador e para o vendedor (prestação + contraprestação). Essa onerosidade é confirmada pela presença de uma remuneração que é denominada preço. (grifei) c) Por regra, a compra e venda é contrato comutativo porque as partes sabem de antemão quais serão as suas prestações. Eventualmente, incidirá o elemento álea ou sorte, podendo a compra e venda assumir a forma de contrato aleatório, envolvendo riscos. Em casos tais, surgem duas vendas aleatórias 7 (arts. 458 a 461 do CC): a) venda de coisas futuras quanto à existência (art. 458 do CC) e à quantidade (art. 459 do CC); e b) venda de coisas existentes, mas expostas a risco (art. 460 do CC). (grifei) d) Fica a dúvida se a compra e venda é um contrato consensual (que tem aperfeiçoamento com a manifestação da vontade) ou real (o aperfeiçoamento ocorre com a entrega da coisa). Na verdade, a compra e venda assume a primeira categoria, pois o aperfeiçoamento ocorre com a composição das partes. Isso pode ser retirado do art. 482 do CC (“A compra e venda, quando pura, considerar-se-á obrigatória e perfeita, desde que as partes acordarem no objeto e no preço”). A entrega da coisa ou o registro do negócio no Cartório de Registro de Imóveis, como apontado, não tem qualquer relação com o seu aperfeiçoamento e sim com o cumprimento do contrato, com a eficácia do negócio jurídico, particularmente com a aquisição da propriedade pelo comprador. (grifei) e) A compra e venda pode ser negócio formal (solene) ou informal (não solene). Repise-se que este autor segue o entendimento doutrinário segundo o qual a solenidade está relacionada com a escritura pública e não com a forma escrita (formalidade é gênero, solenidade é espécie). O contrato de compra e venda exige escritura pública quando o valor do bem imóvel, objeto do negócio, for superior a 30 salários mínimos (art. 108 do CC) – contrato formal e solene. Caso o imóvel tenha valor inferior ou igual a 30 salários mínimos , não haverá necessidade de escritura pública, a ser lavrada no Tabelionato de Notas. No entanto, em todos os casos envolvendo imóveis, é necessária a forma escrita para registro no CRI, estando a eficácia no mesmo plano que a validade do contrato em questão (contrato formal e não solene). Nas hipóteses de compra e venda de bem móvel, de qualquer valor, não há necessidade de escritura pública nem de forma escrita, pois não há registro (contrato informal e não solene). (grifei) f) A compra e venda é um contrato típico, pois está tratado pela codificação privada, sem prejuízo de outras leis específicas. Por diversas vezes, a compra e venda assume a forma de adesão, podendo ainda ser contrato de consumo, nos termos dos arts. 2.º e 3.º da Lei 8.078/1990 (venda de consumo). Para a última hipótese, a teoria do diálogo das fontes é fundamental, pois as regras relativas ao contrato previstas no CC/2002 devem ser interpretadas de acordo com os princípios de proteção ao consumidor e com os artigos do CDC. (grifei) 3.3 Elementos essenciais que constituem a compra e venda 8 Como todo contrato oneroso, a compra e venda carrega elementos essenciais para a sua feitura, sendo eles: consentimento das partes (comprador e vendedor), a coisa (o objeto), e o preço. Vejamos cuidadosamente, nos ensinamentos de Farias e Rosevalt, cada um dos elementos essenciais da compra e venda. O primeiro elemento essencial à compra e venda é o consentimento das partes no sentidode ajustar o preço e a coisa. Esse consentimento é exteriorizado pela declaração de vontade das partes, convergindo sobre o preço, a coisa e as demais condições da avença. Pressupõe, naturalmente, a capacidade dos declarantes (Farias e Rosevalt, 2017, pag. 605). (grifei) Na compra e venda, o alienante recebe do comprador um determinado valor pecuniário (dinheiro) para promover a transferência da coisa que lhe serve de objeto. A soma que corresponde ao pagamento é denominada p reço, caracterizando o dever do comprador como uma obrigação de dar coisa certa. Pois bem, o preço é a remuneração do contrato. Trata-se de elemento essencial do contrato e, por isso, sem o preço a venda é inexistente. (Farias e Rosevalt, 2017, pag. 624). (grifei) No que tange ao objeto da compra e venda, há um amplo espectro de possibilidades: todo e qualquer bem jurídico, economicamente apreciável, pode servir de objeto do negócio. Em suma: podem ser vendidas todas as coisas que podem ser objeto de um contrato. (Farias e Rosevalt, 2017, pag. 630). (grifei) Resta claro com relação aos elementos constitutivos, que a compra e venda estará perfeita e acabada quando estiverem presentes a coisa, o preço e o consentimento. 3.4 Deveres e direitos fundamentais do comprador e do vendedor O contrato de compra e venda gera direitos e deveres para ambas as partes do negócio jurídico, portanto é um contrato sinalagmático. Assim, após celebrado o contrato de compra e venda o comprador tem a obrigação de pagar determinada quantia em dinheiro sobre o preço da coisa e como resultado o vendedor tem a obrigação de transferir o domínio de uma determinada coisa (FARIAS e ROSENVALD, 2015). Esse suporte fático, inclusive, mereceu juridicização pelo art. 481 do Código Reale, que expressou, “Pelo contrato de compra e venda, um dos contratantes se obriga a transferir o domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preço em dinheiro”. E no dizer de Ramos (2014, p. 493): Como contrato sinalagmático que é, a compra e venda gera direitos e deveres para ambas as partes contratantes, quais sejam comprador e vendedor. A mais elementar obrigação do comprador é pagar o preço correspondente à coisa comprada, o que lhe assegura o respectivo direito de recebê-la. 9 Consequentemente, cabe ao vendedor a obrigação de entregar a coisa vendida, bem como o direito de receber o preço dela. A compra e venda origina uma obrigação de dar, não operando a transferênc ia da propriedade, que somente advirá com a tradição ou registro em cartório, seja móvel ou imóvel o seu objeto, respectivamente. A explicação de Sílvio Rocha (2002, pag. 127) é precisa: “A compra e venda não realiza a transmissão automática da propriedade, mas cria a obrigação de dar”. A aquisição da propriedade somente ocorrerá com a tradição (CC, art. 1.267),24 para os bens móveis, ou com o registro no cartório, para os imóveis (CC, art. 1.245). Não transferindo o vendedor de maneira espontânea o domínio do bem, objeto do negócio, pode o comprador exigir em juízo, por meio de uma ação de obrigação de dar coisa certa (caráter pessoal), sem que possa promover uma ação real, pois ainda não é titular da coisa (FARIAS e ROSENVALD, 2015). 3.5 Responsabilidade do vendedor pelos vícios redibitórios e pela evicção O alienante assume a responsabilidade pelos eventuais vícios redibitório s (defeitos) sobre a coisa, bem como pela perda do bem por força de decisão judicial ou administrativa que reconheça a posse ou a propriedade em favor de um terceiro (evicção). Assim, a exemplo disto, se o touro reprodutor é estéril; ou, mesmo, se, após a compra, a propriedade de um imóvel adquirido é reconhecida em favor de um terceiro, em ação de usucapião, haverá responsabilidade do vendedor (FARIAS e ROSENVALD, 2015). E prosseguem Farias e Rosenvald explicando sobre o vício redibitório e a evicção: É irrelevante se os fatos ensejadores da caracterização dos vícios redibitórios ou da evicção são conhecidos, ou não, do vendedor, no momento da alienação, não isentando a sua responsabilidade. A responsabilidade por vícios redibitórios e pela evicção funciona como uma espécie de obrigação de garantia legal, independendo de estipulação expressa dos interessados. Assim, o Código Civil de 2002 prevê no seu artigo 443 a indenização por perdas e danos. Deste modo, se o vício já era de conhecimento por quem transferiu a posse do bem, o valor recebido deverá ser restituído, acrescido de perdas e danos; caso contrário, a restituição alcançará apenas o valor recebido mais as despesas do contrato. 10 3.6 Responsabilidade do vendedor pela perda ou deterioração (perecimento) da coisa adquirida Segundo Farias e Rosenvald (2015) como a compra e venda não é translativa de propriedade, caso venha perecer ou deteriorar a coisa vendida, antes da coisa ser entregue ao comprador, todos os riscos serão por conta do vendedor, pois ainda é proprietário da coisa, por conta da simples incidência da regra res perit domino (a coisa perece para o dono). Diz, nessa linha de pensar, o art. 492 do Código de 2002: Art. 492. Até o momento da tradição, os riscos da coisa correm por conta do vendedor, e os do preço por conta do comprador. § 1º Todavia, os casos fortuitos, ocorrentes no ato de contar, marcar ou assinalar coisas, que comumente se recebem, contando, pesando, medindo ou assinalando, e que já tiverem sido postas à disposição do comprador, correrão por conta deste. § 2º Correrão também por conta do comprador os riscos das referidas coisas, se estiver em mora de as receber, quando postas à sua disposição no tempo, lugar e pelo modo ajustado. Para melhor esclarecimento do § 1º, vamos dar um exemplo muito ultilizado pelos professores Gagliano e Pamplona Filho (2017, p. 47): Imagine que Filogônio pretenda comprar 150 vacas do fazendeiro Oliveiros . No dia da venda, o comprador solicita que 200 reses do rebanho de Oliveiros sejam reunidas em uma pastagem a meio caminho entre as duas propriedades rurais e postas à sua disposição para a escolha. Ocorrendo um súbito desmoronamento, que culminou com o perecimento de trinta cabeças, o pretenso comprador deverá arcar com esse prejuízo, uma vez que referidos animais já estavam à sua disposição. Todavia, se os animais fossem reunidos na fazenda do próprio vendedor, entendemos que, neste caso, não faria sentido atribuir-se responsabilidade ao comprador, pelo fato de os bens não haverem saído do seu hábitat natural. Ademais, o dano poderia ocorrer mesmo que a venda não houvesse sido proposta. Ainda no campo da responsabilidade, questão interessante diz respeito a coisas entregues fora do local de concretização do negócio. Nesse sentido dispõe o art. 494 do Código Civil de 2002, in verbis: Art. 494. Se a coisa for expedida para lugar diverso, por ordem do comprador, por sua conta correrão os riscos, uma vez entregue a quem haja de transportá- la, salvo se das instruções dele se afastar o vendedor. E mais uma vez usando o exemplo dos professores Gagliano e Pamplona Filho (2017, p. 48): 11 Se Marina compra revistas raras do colecionador Maicon e este as entrega a um portador (ou ao serviço de correios), conforme instruções expressas da compradora, não arcará o vendedor com os riscos de eventual perda ou deterioração da coisa. Se, entretanto, o vendedor, mesmo diante da ordem recebida, afasta-se dela, faz retornar para si a assunção do risco. Em resumo, podemos observar, que o aludido dispositivo legal trata da distribuição dos riscos pela perda ou deterioração da coisa. 3.7 Cláusulas especiais na comprae venda O sistema jurídico brasileiro autoriza que as partes se valham de cláusulas especiais na compra e venda, de natureza evidentemente acessória, para atender a interesses específicos, sem afetar a regulamentação genérica da avença. As cláusulas especiais contempladas no Código Civil de 2002 são: a) Retrovenda (CC, arts. 505 a 508): Na retrovenda as partes estipulam que o vendedor possuirá o direito potestativo de comprar a propriedade de volta, em um prazo não superior a três anos, independente da vontade do adquirente de vendê-la, desde que deposite o preço, acrescido de despesas realizadas pelo comprador. É condição resolutiva, que deve estar expressa no contrato. Vencido o prazo e não exercido o direito, a venda se torna irretratável. (FARIAS e ROSENVALD, 2015). b) Venda a contento e venda sujeita à prova (CC, arts. 509 a 512): Na venda a contento, o negócio não se aperfeiçoa enquanto o comprador não se declara satisfeito, mesmo que a coisa já tenha sido entregue. Na venda sujeita à prova, o vendedor apresenta ao comprador amostras que asseguram a qualidade do produto. Não apresentando a qualidade, a coisa pode ser enjeitada. Ambas são hipóteses de venda sob condição suspensiva. As obrigações do comprador, enquanto não efetivado o negócio, são de mero comodatário, com o dever de restituir a coisa (FARIAS e ROSENVALD, 2015). c) preempção ou preferência convencional (CC, arts. 513 a 520): Caso o comprador for vender a coisa (móvel ou imóvel) a terceiros, se obriga a oferecê-la ao vendedor, para exercer o direito de preferência em igualdade de condições. É direito personalissímo e intransmissível. Prazo: sendo móvel, não pode exceder 180 dias; sendo imóvel, dois anos. Não fixado prazo, o direito caduca em 3 dias, se móvel, ou 60 dias, se imóvel, após notificação. 12 Se o comprador alienar a coisa sem dar ciência ao vendedor do preço e das vantagens que por ela lhe ofereceram, responderá por perdas e danos, sem direito de reaver o bem. Se o adquirente estiver de má-fé, responderá solidariamente (FARIAS e ROSENVALD, 2015). d) venda com reserva de domínio (CC, arts. 521 a 528): O vendedor transfere ao comprador a posse da coisa móvel, reservando para si a propriedade até que se realize o pagamento integral do preço, quando então o negócio terá eficácia plena. É cláusula formal, feita sempre por escrito. Para valer contra terceiros (erga omnes), deve ser registrada no domicílio do comprador, Cartório de Títulos e Documentos. Efetuado o pagamento, a transferência do domínio opera-se automaticamente. Se o comprador não pagar as prestações no vencimento, pode o vendedor: i. pleitar a rescisão do contrato, a reintegração de posse da coisa, devolvendo as prestações pagas (deduzidas as despesas); ii. mover ação pleiteando a cobrança das prestações vencidas e vincendas, pois o atraso de uma prestação acarreta o vencimento antecipado dos demais. Observação: o comprador somente poderá dispor ou alienar esse bem se houver expressa autorização do vendedor (FARIAS e ROSENVALD, 2015). e) venda sobre documentos (CC, arts. 529 a 532): Substitui-se a tradição da coisa pela entrega de título representativo ou outros documentos exigidos no contrato (tradição ficta). Efetua-se o pagamento na data e local da entrega dos documentos. É usada em negócios de importação e exportação, ligando-se à técnica de pagamento denominada crédito documentado (FARIAS e ROSENVALD, 2015). 4 COMPRA E VENDA MERCANTIL 4.1 Natureza mercantil da compra e venda O direito comercial encarrega-se de uma das modalidades de compra e venda, a modalidade mercantil. No direito brasileiro, a compra e venda mercantil, é celebrada entre dois empresários, sendo o objeto contratual relacionado à exploração de atividade empresarial. Discorrendo a respeito do tema, Coelho pondera, com habitual maestria (2011, p. 469): A compra e venda é mercantil quando comprador e vendedor são empresários. Trata-se do contrato elementar da atividade empresarial. Numa 13 esquematização simples, o comércio pode ser explicado como a sucessão de contratos de compra e venda. O importador compra o produto do fabricante sediado no exterior e o revende ao atacadista, que o revende ao varejista e assim por diante. No mesmo sentido Chagas discorre (2017, p. 541): Sabe-se que o capitalismo teve seu embrião na atividade desenvolvida pelos mercadores na Idade Média, quando se iniciou e se desenvolveu apenas o "comércio seco": adquirir, revender, com o escopo de lucro. Eis a ideia central que explica a atividade de intermediação como uma sucessão de vários contratos de compra e venda. A atividade empresarial, cotidianamente, desenvolve-se por meio de contratos de compra e venda entre empresários. Também nos insuperáveis ensinamentos de Ramos (2014, p. 491): Com a entrada em vigor do Código de 2002, todavia, a situação mudou radicalmente, e agora uma compra e venda é considerada mercantil a depender, tão somente, da qualidade de empresário das partes contratantes. Assim, é mercantil o contrato de compra e venda celebrado entre empresários, ou seja, em que comprador e vendedor são empresários (empresários individuais ou sociedades empresárias). Em suma, com a vigência do Código Civil de 2002, para que a compra e venda mercantil seja caracterizada, irá depender apenas que os dois contratantes sejam empresários, sendo este contrato disciplinado pelo direito comercial, podendo também estar sujeitos às normas do Código Civil (se possuem condição econômica equivalente) ou do Código de Defesa do Consumidor (em situação de desigualdade econômica), dependendo das condições dos contratantes (COELHO, 2011). 4.2 Exemplos de contrato de compra e venda mercantil (entre empresários) A exemplo de contrato de compra e venda mercantil, podemos mencionar: o fornecimento de mercadorias e insumos, saindo da indústria para o distribuidor ou transportador; destes para o atacado; do atacado para o varejo. Em outro exemplo: Pequenos pecuaristas em dado município que negociam a sua produção de leite com uma indústria de laticínios líder no mercado. 5 JULGADO DO TJDFT, SÚMULA DO STJ, E ENTENDIMENTO DO STJ QUANTO A APLICAÇÃO DO CDC NOS CONTRATOS DE COMPRA E VENDA MERCANTIL 14 Em relação ao tema apresentado, o Tibunal de Justiça do Distrito Federal tem dado provimento à recursos de contratos de compra e venda a contento e sujeita à prova, vejamos: PROCESSO CIVIL. CIVIL. OBRIGAÇÃO DE FAZER. VENDA A CONTENTO E SUJEITA A PROVA. CONFECÇÃO DE EMBALAGENS. LOGOMARCA NÃO CONDIZENTE COM OS TERMOS AJUSTADOS. DESCUMPRIMENTO CONTRATUAL. O contrato de confecção de embalagens contendo a logomarca da loja se amolda ao típico contrato de venda a contento e sujeita a prova, disposto nos artigos 509 a 512 do Código Civil, que assim dispõem: “Art. 509. A venda feita a contento do comprador entende-se realizada sob condição suspensiva, ainda que a coisa lhe tenha sido entregue; e não se reputará perfeita, enquanto o adquirente não manifestar seu agrado. Art. 510. Também a venda sujeita a prova presume-se feita sob a condição suspensiva de que a coisa tenha as qualidades asseguradas pelo vendedor e seja idônea para o fim a que se destina.” Assiste à contratante o direito a que as embalagens por ela encomendadas possuam o padrão de qualidade exigido e previamente acordado, uma vez que o nome de sua empresa está impresso nessas embalagens. A utilização da logomarca da loja nas embalagens constitui uma forma de propaganda do nome comercial, e esse fato tem relevância, para fins de proteção à imagem do estabelecimento.Se a logomarca não atendeu aos padrões encomendados, resta caracterizado o descumprimento contratual. Apelo conhecido e parcialmente provido. (Acórdão 416.026, Processo número 20080111130160APC - (0113016-79.2008.8.07.0001 - Res. 65 CNJ), julgado em 07/04/2010, Relator ANA MARIA DUARTE AMARANTE BRITO, da 6ª Turma Cível, Publicado no DJE : 15/04/2010 . Pág.: 171). Verificada a grandiosa ocorrência de demandas envolvendo a compra e venda de imóvel, a especializada 2ª seção do STJ editou a súmula 543, regulamentando como deve ser a decisão judicial sobre a rescisão nos contratos de compra e venda de imóveis. A propósito, veja-se: Súmula nº 543 do STJ – Na hipótese de resolução de contrato de promessa de compra e venda de imóvel submetido ao Código de Defesa do Consumidor, deve ocorrer a imediata restituição das parcelas pagas pelo promitente comprador – integralmente, em caso de culpa exclusiva do promitente vendedor/construtor, ou parcialmente, caso tenha sido o comprador quem deu causa ao desfazimento. (Grifei). No caso de uma operação realizada entre empresários individuais, que, embora sejam pessoas físicas, não podem ser protegidas pelas normas do Código de Defesa do Consumidor, pelo simples motivo de que, nesses casos, nenhuma das partes adquire o bem ou serviço para o fim de uso final. Esse entendimento já está pacificado, inclusive pelo Superior Tribunal de Justiça, vejamos: RECURSO ESPECIAL. CONTRATO DE MÚTUO BANCÁRIO . EMPRESA. CAPITAL DE GIRO. INAPLICABILIDADE DO CDC. PRECEDENTES. 15 Não se aplica o CDC ao contrato de mútuo tomado por empresa junto à instituição financeira destinado ao fomento da atividade empresarial. Precedentes da Corte. Recurso Especial improvido. (Processo: REsp 773.927/MG (2005/0135324- 5), julgado em 03/12/2009, Relator Min. SIDNEI BENETI, da 3.ª Turma, Publicado no DJE : 14/12/2009). AGRAVO INTERNO EM CONFLITO POSITIVO DE COMPETÊNCIA. CONTRATO FIRMADO ENTRE EMPRESA DE INSUMOS E GRANDE PRODUTOR RURAL. AUSÊNCIA DE PREJUÍZOS À DEFESA PELA MANUTENÇÃO DO FORO DE ELEIÇÃO. NÃO CONFIGURAÇÃO DE RELAÇÃO DE CONSUMO. 1. A jurisprudência atual do STJ reconhece a existência de relação de consumo apenas quando ocorre destinação final do produto ou serviço, e não na hipótese em que estes são alocados na prática de outra atividade produtiva. (...) 3. Agravo interno não provido. (Processo: AgInt no conflito de competência Nº 151.366 - BA (2017⁄0055608-2), Julgado em 27/09/2006, Relator Min. NANCY ANDRIGHI, da 2.ª Seção, Publicado no DJE : 09/10/2006 . Pág : 256). Por outro lado, no último acórdão, o Superior Tribunal de Justiça pacificou o entendimento de que, quando o empresário ou a sociedade empresária adquirem produtos ou contratam serviços, para seu uso final (sem o condão de viabilizar a obtenção de seu lucro), fica configurada a relação de consumo, vejamos: PROCESSO CIVIL. CONFLITO DE COMPETÊNCIA. CONTRATO. FORO DE ELEIÇÃO. RELAÇÃO DE CONSUMO. CONTRATAÇÃO DE SERVIÇO DE CRÉDITO POR SOCIEDADE EMPRESÁRIA . DESTINAÇÃO FINAL CARACTERIZADA. Aquele que exerce empresa assume a condição de consumidor dos bens e serviços que adquire ou utiliza como destinatário final, isto é, quando o bem ou serviço, ainda que venha a compor o estabelecimento empresarial, não integre diretamente - por meio de transformação, montagem, beneficiamento ou revenda - o produto ou serviço que venha a ser ofertado a terceiros. - O empresário ou sociedade empresária que tenha por atividade precípua a distribuição, no atacado ou no varejo, de medicamentos, deve ser considerado destinatário final do serviço de pagamento por meio de cartão de crédito, porquanto esta atividade não integra, diretamente, o produto objeto de sua empresa. (Processo: CC 41056 SP (2003/0227418-6), Julgado em 23/06/2004, Relator Min. ALDIR PASSARINHO JUNIOR, da 2.ª Seção,Publicado no DJE 20/09/2004 . Pág : 181). Há ainda, um último entendimento, que considera a aplicação do CDC na relação entre empresários, quando configurada a vulnerabilidade técnica, jurídica ou econômica de uma das partes: AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENT O. CONSUMIDOR. RELAÇÃO DE CONSUMO. CARACTERIZAÇÃ O. DESTINAÇÃO FINAL FÁTICA E ECONÔMICA DO PRODUTO OU SERVIÇO. ATIVIDADE EMPRESARIAL. MITIGAÇÃO DA REGRA. VULNERABILIDADE DA PESSOA JURÍDICA. PRESUNÇÃO RELATIVA. 1. O consumidor intermediário, ou seja, aquele que adquiriu o produto ou o serviço para utilizá-lo em sua atividade empresarial, poderá ser beneficiado com a aplicação do CDC quando demonstrada sua vulnerabilidade técnica, jurídica ou econômica frente à outra parte. 16 2. Agravo regimental a que se nega provimento (Processo: AgRg no Ag 1316667 RO (2010/0105201-5), Julgado em 15/02/2011, Relator Min. VASCO DELLA GIUSTINA (Desembargador convocado do TJ/RS), da 3.ª Turma, Publicado no DJe : 11/03/2011). 6 LEGISLAÇÃO APLICADA Resolução nº. 21/2011 da Câmara de Comércio Exterior: A Resolução preceitua condições mundialmente utilizadas nos contratos de compra e venda mercantis. Em suma, são códigos de termos internacionais de comércio, que definem direitos e obrigações mínimas de comprador e vendedor, quanto a fretes, seguros, movimentação em terminais, liberações alfandegárias e documentos em um contrato internacional mercantil. Código Civil de 2002: Aplica-se nos contratos de compra e venda entre particulares. Ex: venda de um carro a um vizinho. Aplica-se também nos contratos de compra e venda mercantil quando os dois contratantes empresários possuem condição econômica equivalente. Ex: os dois empresários podem contratar advogados e outros profissionais antes de assinarem o instrumento contratual. Código de Defesa do Consumidor ( (Lei 8.078/90): Aplica-se nos contratos de relações de consumo entre consumidor e fornecedor. Ex: uma empresa que presta serviço de dedetização a um particular. Também aplica- se nos contratos de compra e venda mercantil, quando os dois contratantes empresários estão em situação de desigualdade econômica. Ex: um contrato celebrado entre uma empresa de grande porte e uma de pequeno porte. 17 7 CONCLUSÃO Nota-se, que o contrato de compra e venda é classificado como típico e nominado, bilateral, consensual, oneroso, comutativo ou aleatório e de execução instantânea ou de trato sucessivo. Seus elementos constitutivos são o consentimento das partes, a coisa e o preço. É necessário o consentimento das partes no sentido de ajustar o preço e a coisa. O preço é a remuneração do contrato e deve ser certo e determinável, em dinheiro e expresso em moeda nacional. A coisa, que é o objeto da compra e venda, pode ser qualquer bem jurídico, com valor econômico. Os contratos de compra e venda mercantil, modalidade muito utilizada no transcorrer das transações comerciais, estabelece a formalização de uma garantia entre as partes, trajando através de seus elementos e de sua forma de contratação, a obrigação específica. Esse tipo de contrato é considerado autônomo, mesmo sujeitos supletivamente às normas gerais dos contratos, possuem peculiaridades que fazem com que suas regras interpretativas sejam distintas das demais categorias contratuais. O conceito de contrato empresarial não pode estar limitado à qualificação subjetiva das partes. Existem contratos entre empresários que não são comerciais, como existem contratos entre não empresários que são mercantis. 18 8 REFERÊNCIAS COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de Direito Comercial. - 23 ed. - São Paulo: Saraiva, 2011. CHAGAS, Edilson Enedinodas. Direito empresarial esquematizado / Edilson Enedino das Chagas. - 4. ed.- São Paulo: Saraiva, 2017. (Coleção esquematizado / coordenador Pedro Lenza). RAMOS, André Luiz Santa Cruz. Direito empresarial esquematizado / André Luiz Santa Cruz Ramos. – 4. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2014. GAGLIANO, Pablo Stolze. Novo curso de direito civil, v. 4, tomo I : contratos, teoria geral / Pablo Stolze Gagliano, Rodolfo Pamplona Filho. – 13.ed. – São Paulo: Saraiva, 2017. GAGLIANO, Pablo Stolze. Novo curso de direito civil, volume 4 : tomo II : contratos em espécie / Pablo Stolze Gagliano, Rodolfo Pamplona Filho. – 10. ed. – São Paulo: Saraiva, 2017. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil esquematizado®, v. 2 / Carlos Roberto Gonçalves ; coordenador Pedro Lenza. – 4. ed. – São Paulo: Saraiva, 2016. TARTUCE, Flávio. Manual de direito civil: volume único / Flávio Tartuce. 7. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2017. FARIAS, Cristiano Chaves de. Curso de direito civil: contratos – teoria geral e contratos em espécie / Cristiano Chaves de Farias; Nelson Rosenvald. – 5. ed. – São Paulo: Atlas, 2015. (Coleção direito civil; v. 4). ROCHA, Sílvio Luís Ferreira da. Curso Avançado de Direito Civil. São Paulo: Revista dos Tribunais,2002, v. 3.
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