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Contrato de Compra e venda empresarial

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CONTRATOS EMPRESARIAIS
Prof. Heloysa Furtado
CONTRATOS EMPRESARIAIS: CLASSIFICAÇÃO
Os contratos empresariais podem ser classificados em:
Contratos de sociedade: são aqueles utilizados para a formação de sociedades empresarias que visam a união de esforços para atingir uma finalidade comum. Estes contratos não são objeto de nosso estudo, são estudados pelo direito empresarial societário.
Contratos de intercâmbio: são aqueles em que os interesses do empresários são divergentes e opostos, o interesse é a maximização do seu próprio benefício. Neste tipo de contrato, cada uma das partes realiza prestações dirigidas no essencial à outra parte, havendo uma troca, uma contrapartida. Assim, são contratos que possibilitam a composição dos interesses divergentes entre as partes
Contratos de colaboração: são também chamados de híbridos porque apresentam, ao mesmo tempo, características dos contratos de intercâmbio e de sociedade. Isso porque, muito embora diferentes empresas tenham interesses opostos, pode haver interesse e uma colaboração mútua que contribua com a atividade uma da outra. Outra característica do contrato de colaboração é o fato de serem de trato continuado, ou seja, se estendem no tempo, enquanto os contratos de intercâmbio se exaurem.
Contrato de Compra e venda empresarial
Conceito:
 O artigo 481 do Código Civil traz a definição legal do Contrato de Compra e Venda: 
Pelo contrato de compra e venda, um dos contratantes se obriga a transferir o domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preço em dinheiro. 
Ou seja, o contrato de compra e venda empresarial é aquele pelo qual uma pessoa, empresário comerciante ou industrial, obriga-se a transferir a propriedade de certa coisa móvel, imóvel ou semovente para revenda ou para uso de outra pessoa também empresário, mediante recebimento de certa soma em dinheiro, denominada preço.
Portanto, tal qual uma compra e venda comum, neste contrato, uma pessoa se obriga a transferir a outra o domínio de uma coisa, tendo direito, em contrapartida, ao valor estipulado pelas partes da referida coisa. A distinção entre a compra e venda comum pode ser feita pelo aspecto das:
 
PARTES já que ambas, necessariamente, serão empresários 
COISA a ser utilizada pelo empresário no exercício de sua atividade. 
O Contrato de compra e venda é o contrato mais utilizado no cotidiano comercial, destinado a promover a transferência e a aquisição da propriedade de algum bem e/ou direito!
Elementos:
Art. 482. A compra e venda, quando pura, considerar-se-á obrigatória e perfeita, desde que as partes acordarem no objeto e no preço.
Ambas as partes devem ser empresárias: 
De acordo com Fábio Ulhôa Coelho, para ser mercantil comprador e vendedor, deve ser empresário; em decorrência, a coisa objeto de contrato deve ser uma mercadoria e o negócio deve se inserir na atividade empresarial de circulação de bens”. 
Consentimento sobre objeto e preço:
O consentimento deverá ser expresso, devendo as partes chegarem a um consenso em relação ao objeto e ao preço a ser pago por ele, de modo que o silêncio de uma de comprador ou vendedor em uma oferta de compra ou de venda não importa anuência em comprar ou vender determinada coisa. Para que o consentimento seja valido será necessário, ainda, que vendedor e comprador sejam partes capazes, pois, caso contrario, o contrato será nulo anulável conforme os casos de incapacidade da pessoa contratante. Comprador e vendedor tem que chegar a um acordo quanto ao objeto e ao preço a ser pago para que o contrato de compra e venda se torne perfeito.
O preço a ser pago deve ser em dinheiro e em quantia suficiente, não podendo ser irrisório sob pena de caracterizar outro tipo de contrato.
O preço deve ser definido em moeda corrente nacional, exceto nos casos de importação e exportação, que admitem o preço em moeda estrangeira. 
O objeto adquirido com o intuito de revenda ou de insumo: “A coisa objeto do contrato deve ser uma mercadoria e o negócio deve se inserir na atividade empresarial de circulação de bens” COELHO, Fábio Ulhôa.
“Todas as coisas que não estejam fora do comércio podem ser objetos do contrato de compra e venda”. Isso não quer dizer, entretanto, que só podem ser objetos de contratos de compra e venda os bens tangíveis, pois, os bens imateriais ou intangíveis (ex.: fundo de comercio, marcas e direitos de PI em geral) também podem ser alienados. Com isso, para ser objeto de um contrato de compra e venda, basta que a coisa exista; seja determinada ou determinável; consista em bem disponível e, portanto, alienável; seja de propriedade do vendedor; e não seja propriedade do comprador. Não obstante, ainda e possível celebrar contratos de compra e venda sobre coisa futura, que ainda não existe, mas que passara a existir e momento futuro (i.e., operação a termo; compra e venda futura; e etc.).
Para fixar:
Os contratos de Compra e Venda Mercantis, diferentemente dos contratos de compra e venda gerais, são caracterizados por conter pessoa jurídica que pratique atividades comerciais na posição de vendedor.
Por outro lado, assim como nos contratos de compra e venda gerais, nos contratos mercantis a perfeição é alcançada com o acordo entre as partes sobre preço, forma de pagamento e objeto do contrato.
O objeto pode constituir grande quantidade de mercadoria, hipótese em que o contrato será caracterizado como compra e venda em atacado ou poucas unidades de uma mesma mercadoria, hipótese em que o contrato será considerado varejista. 
O preço, por sua vez, pode ser pago a vista ou a prazo conforme seja combinado entre comprador e vendedor.
Classificação da Compra e Venda Mercantil:
Contrato típico: tem previsão legal nos artigos 481 a 504 do Código Civil; 
Imediato/Instantâneo: produz efeitos momentâneos que não se estendem para o futuro; 
De prestação: o objeto e o preço são mais importantes do que a construção de uma parceria duradoura entre as partes (contrato de intercâmbio)
Paritários: são firmados entre empresários, que, na teoria, possuem o mesmo poder de barganha e negociação. Não há contrato de compra e venda entre consumidores, civis ou pessoas que não empresários.
Características:
Consensual: já que é realizado mediante o acordo de vontades entre as partes. 
Bilateral: uma vez que as partes apresentam obrigações recíprocas. Uma tem a obrigação de pagar e a outra de entregar a coisa. 
Oneroso: pois há ônus para ambas as partes. 
Quanto à execução, pode ser 
Instantânea: quando as obrigações se cumprem no ato,
Diferidas: quando há o estabelecimento de parcelamento.
PRINCIPAIS OBRIGAÇÕES:
 DO VENDEDOR:
Transferência da propriedade da coisa com a tradição (entrega); 
Garantia da coisa contra vícios redibitórios e evicção (arts. 441 e 447 do CC); 
Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor.
Art. 447. Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. Subsiste esta garantia ainda que a aquisição se tenha realizado em hasta pública. 
Isso ocorre quando o comprador perde a coisa adquirida do vendedor em razão de reconhecimento judicial de que a titularidade da coisa é de terceiro e não do vendedor. Nesta hipótese, o vendedor está obrigado a indenizar as perdas ao comprador. A indenização apenas não será devida caso o comprador já tivesse conhecimento à época da compra e venda a reivindicação de terceiros sobre a coisa.
Suportar os riscos da coisa até a efetiva entrega. 
Se a coisa não está apta para os fins esperados pelo comprador, seja por deficiência na quantidade e qualidade, o comprador terá direito em escolher entre o desfazimento do contrato ou a redução proporcional do preço.
Esta é a regra prevista no Código Civil, mas as partes podem flexibilizá-las para distribuir entre as partes os riscos com o transporte, seguro e custos aduaneiros. Na prática, ficaram conhecidos os INCOTERMS, que são cláusulas contratuais padronizadas que distribuem esses riscose custos de formas variadas e que podem ser adotadas pelos contraentes. 
INCOTERMS
Com a globalização do comércio internacional e a intensa troca de mercadorias e produtos entre países e entre empresas de países distintos, fez-se necessário buscar uma padronização de regras comerciais para viabilizar a celebração de mais contratos em menos tempo e com maior segurança entre as partes contratantes.
Assim, para atender a essa necessidade global de regras de comércio internacional uniformes, a Câmara Internacional de Comércio estipulou as Regras de Comércio Internacional (International Commercial Terms) INCOTERMS, lançados em 1936 e reeditados diversas vezes, sendo a ultima edição a de 2020.
Os termos, são divididos em categorias de acordo com a sua inicial. O objetivo é definir algumas especificações de responsabilidades e riscos, assim como local de destino designado em frete internacional.
Quando se fala em responsabilidade, se está pensando em quem – exportador e importador – irá assumir todo o processo da entrega de mercadoria. Da mesma forma se estrutura a parte de riscos, que refere-se à quem irá se responsabilizar pela solução de possíveis problemas durante o processo. Lembrando que cada um dos termos irá atribuir um papel específico a cada um dos envolvidos no processo.
No caso do Local de Destino Designado, não está sendo falado de um termo que representa necessariamente o local em que será entregue a mercadoria. Mas sim, qual o momento em que o vendedor entrega as responsabilidades e riscos ao vendedor, por exemplo. É preciso ficar claro que estes são termos que podem ser inseridos como cláusulas dentro do contrato de compra da importação.
Os INCOTERMS mais conhecidos são: 
FCA (free carrier): significa que caberão ao vendedor todas as despesas até a entrega das mercadorias na empresa transportadora indicada pelo comprador;
FAS (free alongside ship): significa que caberão ao vendedor as despesas de transporte até determinado porto indicado pelo comprador e, a partir dali, as demais despesas correrão por conta do comprador;
FOB (free on board) significa que caberão ao vendedor as despesas do transporte até determinado navio indicado pelo comprador e, a partir dali, as demais despesas correrão por conta do comprador.
https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/523412369/recurso-especial-resp-1596081-pr-2016-0108822-1/inteiro-teor-523412373?ref=serp
OBRIGAÇÕES DO COMPRADOR: 
A principal obrigação do comprador inerente a compra e venda consiste no pagamento do preço no tempo, forma e lugar convencionados. 
Na compra e venda a vista, em regra, o vendedor pode exigir que o comprador realize o pagamento do preço antes de entregar a coisa (i.e., direito de retenção).
Na compra e venda a prazo, na qual a coisa é entregue antes da data de vencimento do pagamento do preço, o vendedor pode sobrestar a entrega da coisa em caso de manifesta insolvência do comprador.
No caso da adoção de algum dos INCOTERMS, o comprador pode ficar responsável por algum dos custos de transporte, seguro e desembaraço aduaneiro da coisa.
Cláusulas Especiais da Compra e Venda Empresarial:
CLÁUSULA DE RETROVENDA: (ART. 505 DO CÓDIGO CIVIL) 
Art. 505. O vendedor de coisa imóvel pode reservar-se o direito de recobrá-la no prazo máximo de decadência de três anos, restituindo o preço recebido e reembolsando as despesas do comprador, inclusive as que, durante o período de resgate, se efetuaram com a sua autorização escrita, ou para a realização de benfeitorias necessárias. 
Cláusula pela qual o vendedor, em comum acordo com o comprador, fica com o direito de, em até três anos, recomprar o imóvel vendido, devolvendo o preço e todas as despesas feitas pelo comprador. 
A retrovenda não se aplica a móveis, somente a imóveis. 
É uma cláusula muito rara, pois é arriscada para o comprador e também onerosa para o vendedor, mas não deixa de ser útil para ele se estiver em dificuldades. A retrovenda tem iniciativa do vendedor e torna inexistente a venda originária, não se necessitando de um novo contrato de compra e venda; o comprador inicialmente se torna dono da coisa mas sua propriedade não é plena, e sim resolúvel, ou seja, pode ser resolvida dentro de três anos. 
A cláusula de retrovenda é registrada em cartório de imóveis, de modo que se torna pública e fica valendo para todos, assim, se um terceiro adquirir o imóvel, ficará sujeito também a retrovenda. 
Obs.: Direito de sequela? Observância pelos herdeiros? Fraude?
VENDA A CONTENTO
As vendas a contento são submetidas a condição suspensiva da aprovação da coisa entregue pelo comprador:
Os contratos de compra e venda a contento podem estar submetidos as condições suspensivas de:
PROVA OU DEGUSTAÇÃO: sob esta condição o contrato somente se aperfeiçoa com a aprovação do produto pelo comprador após prova ou degustação. Em caso de reprovação comprador e vendedor tornam ao status quo ante a celebração do contrato. Isto se diferencia da venda sob amostra, pois no contrato de compra e venda a contento sob condição de prova as características que o produto entregue deveriam ter foram anteriormente estabelecidas entre comprador e vendedor;
 PESO, MEDIDA E CONTAGEM: a perfeição do contrato é alcançada com a constatação de que os pesos, medidas e quantidade combinadas foram entregues ao comprador;
EXPERIMENTAÇÃO OU ENSAIO: a perfeição do contrato está sujeita a satisfação do comprador com a experimentação do produto entregue, podendo ser estipulado prazo de experiência, ao fim do qual o silêncio importará anuência;
EXAME: a satisfação do comprador se faz com o exame da coisa entregue pelo vendedor.
Art. 509. A venda feita a contento do comprador entende-se realizada sob condição suspensiva, ainda que a coisa lhe tenha sido entregue; e não se reputará perfeita, enquanto o adquirente não manifestar seu agrado. 
Art. 510. Também a venda sujeita a prova presume-se feita sob a condição suspensiva de que a coisa tenha as qualidades asseguradas pelo vendedor e seja idônea para o fim a que se destina. 
Art. 511. Em ambos os casos, as obrigações do comprador, que recebeu, sob condição suspensiva, a coisa comprada, são as de mero comodatário, enquanto não manifeste aceitá-la.
Esta cláusula permite desfazer o contrato se o comprador não gostar da coisa adquirida. Pode experimentar o produto comprado e, não gostando dele, devolvê-lo ao vendedor. O comprador não precisar dar os motivos, sendo a devolução seu direito potestativo. 
Prazo para resolução da condição suspensiva???
VENDA SOBRE DOCUMENTOS
A ação de compra e venda é realizada com base em documentos que representem a coisa, ou seja, o vendedor envia ao comprador as descrições necessárias para a aquisição da coisa e este paga seu preço antes mesmo de recebê-la, confiando na veracidade de tais documentos. Em caso de omissão de informações ou incoerência delas, desfaz-se o contrato. 
Na venda sobre documentos, a tradição da coisa é substituída pela entrega do título. 
Ocorre especialmente ente contratos internacionais de importação e exportação. O vendedor, entregando os documentos, se libera da obrigação e tem direito ao preço; e o comprador, na posse justificada de tal documento, pode exigir do transportador a entrega da mercadoria.
Art. 529. Na venda sobre documentos, a tradição da coisa é substituída pela entrega do seu título representativo e dos outros documentos exigidos pelo contrato ou, no silêncio deste, pelos usos.
Parágrafo único. Achando-se a documentação em ordem, não pode o comprador recusar o pagamento, a pretexto de defeito de qualidade ou estado da coisa vendida, salvo se o defeito já houver sido comprovado.
Portanto, é uma cláusula especial da compra e venda mercantil que tem por objetivo agilizar a venda de bens móveis que esteja em poder de terceiros, cuja propriedade esteja representada em algum documento e a posse desse documento se torna o meio suficiente para a retirada do bem. (bem armazenado). É mais rápido porque o comprador não vai analisar o bem de forma direta.
Quando um empresário deposita umamercadoria em um armazém geral, faz-se um contrato de depósito. Neste contrato, o depositante se compromete a pagar uma tarifa determinada pela prestação do serviço do armazém e este se compromete a guardar e conservar a mercadoria depositada por um prazo determinado. Quando o depósito é feito, o armazém é obrigado a emitir em favor do depositante um recibo no qual consta a natureza, a quantidade, o número e as marcas da mercadoria. Além do recibo, o depositante pode pedir que o armazém emita títulos especiais, representativos do depósito e passíveis de circulação, isto é, o conhecimento de depósito e o “warrant”.
PEREMPÇÃO OU PREFERÊNCIA Cláusula que obriga o comprador a oferecer ao ora vendedor a coisa caso queira revende-la a terceiro. Aqui, o vendedor, antigo dono, tem direito de preferência de recomprar a coisa nos moldes do artigo 513 do CC. Exige duas condições para isso: que o comprador queira revender a coisa e que o antigo dono, querendo readquiri-la, pague o mesmo valor oferecido por terceiro, na forma dos artigos 514 e 515 do CC. Existe, ainda, um prazo para que isso ocorra. Se o comprador quiser vender a um terceiro em até dois anos após a compra, o antigo dono tem sessenta dias para manifestar sua opção de compra. 
COMPRA E VENDA A TERMO Um contrato de compra e venda a termo representa um acordo para a compra ou venda de certa quantidade de um bem ou ativo em um momento determinado no futuro a um preço fixado quando do fechamento do acordo, e não quando da entrega. Assim, neste contratos, as partes assumem o risco da flutuação do preço da coisa, que estará fixado com antecedência, no momento do fechamento do contrato.
Na atividade comercial, quando os contratos de compra e venda realizados envolvem grandes quantidades de produtos e/ou grandes quantias de dinheiro é comum que comprador e vendedor estipulem tempo certo para que determinados fatos ou atos decorrentes da execução do contrato aconteçam.
Por essa estrutura contratual comprador e vendedor podem acordar sobre quantidade e preço pelo tempo que durar o e, assim, tornarem-se, em certa medida, independentes das variações de oferta e demanda por determinado produto no mercado.
VENDA COM RESERVA DE DOMÍNIO:
As partes poderão, em contratos nos quais a forma de pagamento for parcelada, convencionar o contrato de compra e venda com cláusula de reserva de domínio, em razão da qual a posse do bem alienado e transferida para o comprador desde o inicio da vigência do contrato, mas o domínio, e, portanto, a propriedade, somente é transferida ao comprador mediante o pagamento da ultima parcela. 
Dessa forma o efeito translatício desse ato obrigacional que é o contrato de compra e venda ocorrerá quando for paga a última parcela acordada entre comprador e vendedor, conforme os artigos 521 e 524 do Código Civil de 2002, in verbis:
“Art. 521. Na venda de coisa móvel, pode o vendedor reservar para si a propriedade, até que o preço esteja integralmente pago.
(...)
Art. 524. A transferência de propriedade ao comprador dá-se no momento em que o preço esteja integralmente pago. Todavia, pelos riscos da coisa responde o comprador, a partir de quando lhe foi entregue.” 
A venda com reserva de domínio restringe-se aos bens móveis e exige forma escrita. Afinal, se não há previsão expressa da reserva de domínio, aplica-se a regra geral de que a propriedade do bem móvel transfere-se com a tradição do bem.
Para que seja oponível à terceiros, o contrato deve ser registrado no Registro de Títulos e Documentos, conforme disposto no Art. do Código Civil de 2002, in verbis:
“Art. 522. A cláusula de reserva de domínio será estipulada por escrito e depende de registro no domicílio do comprador para valer contra terceiros.”
A venda com reserva de domínio é mais segura para o vendedor, uma vez que a própria coisa objeto da venda fica como garantia. Esta modalidade de contrato é uma exceção ao princípio res perit domino (a coisa perece para o dono), já que os ônus da perda são suportados pelo comprador. 
Direito de sequela? Contrato escrito + registro 
Devolução da coisa? Protesto/Constituição do devedor em mora
Contrato de representação comercial 
É aquele por meio do qual uma das partes, que é o representante comercial autônomo, obriga-se a obter pedidos de compra e venda de mercadorias fabricadas ou comercializadas pela outra parte, que é o representado. 
O contrato de representação comercial tem lei própria, que é a lei n.º 4886/65. O artigo 1º da referida lei preceitua o conceito do contrato em testilha, vejamos:
O contrato de Agência ou Representação Comercial é o instrumento pelo qual uma das partes (representante comercial autônomo) se obriga, em localidade delimitada, a obter pedidos de compra e venda de mercadorias fabricadas ou comercializadas pela outra parte (representado ou preponente). Na representação comercial, não há, em regra, vinculo societário e/ou empregatício entre o representado e o representante comercial autônomo, sendo esta a principal característica desse tipo de contrato.
Principais elementos:
Obrigação do representante de promover a conclusão por conta do preponente;
Recorrência na prestação do serviço, ou seja, exercer a atividade em caráter não eventual;
Autonomia para organizar suas atividades (i.e. carga horaria de trabalho, itinerários);
Delimitação territorial do local onde deve ser prestado o serviço;
Direito do representante a retribuição da zona do serviço prestado;
Exclusividade e independência de ação.
Atenção: A atividade desenvolvida pelo representante comercial possui disciplina jurídica própria. Trata-se de atividade autônoma. Além disso, o representante comercial não tem poderes para concluir a negociação em nome do representado. Deste modo, cabe ao representado aprovar ou não os pedidos de compra obtidos pelo representante!
Requisitos do contrato de representação
Art. 27. Do contrato de representação comercial, além dos elementos comuns e outros a juízo dos interessados, constarão obrigatoriamente:
a) condições e requisitos gerais da representação;
b) indicação genérica ou específica dos produtos ou artigos objeto da representação;
c) prazo certo ou indeterminado da representação
d) indicação da zona ou zonas em que será exercida a representação;
e) garantia ou não, parcial ou total, ou por certo prazo, da exclusividade de zona ou setor de zona;
f ) retribuição e época do pagamento, pelo exercício da representação, dependente da efetiva realização dos negócios, e recebimento, ou não, pelo
representado, dos valores respectivos;
g) os casos em que se justifique a restrição de zona concedida com exclusividade;
h) obrigações e responsabilidades das partes contratantes:
i) exercício exclusivo ou não da representação a favor do representado;
j) indenização devida ao representante pela rescisão do contrato fora dos casos previstos no art. 35, cujo montante não poderá ser inferior a 1/12 (um doze avos) do total da retribuição auferida durante o tempo em que exerceu a representação.”
Cláusula de Exclusividade:
Há dois tipos de cláusulas de exclusividade: área e representação. 
A cláusula de exclusividade de área estabelece a área em que o representante pode vender e, nesta área, nem mesmo o representado pode vender diretamente, sendo que as vendas que não pertencerem ao representante deverão ter seus valores revertidos a ele. Esta cláusula NÃO é presumida. 
A cláusula de exclusividade de representação depende de ajustes expressos, sendo que, ressalvada expressa vedação contratual, o representante comercial poderá exercer sua atividade para mais de uma empresa e empregá-la em outros misteres ou ramos de negócios, conforme o art. 41 da Lei n.º 4886/65. 
Obrigações do representante comercial:
Obrigações do representado:
Rescisão do Contrato 
Quando o contrato de representação for rescindido, deve-se saber qual das partes quer extingui-lo, bem como se houve justa causa, que se caracteriza com o descumprimento das obrigações das partes, para estabelecer as consequências: 
Importante:Questão - Direito Empresarial XVI EXAME DE ORDEM UNIFICADO (2015.1)
Érico celebrou contrato com a sociedade empresária Wagner & Cia. Ltda., com a obrigação de promover, à conta desta e mediante retribuição, a mediação para a venda de artigos de cozinha, em zona determinada (estado da Bahia), podendo representar o proponente na conclusão dos contratos.
Após dois anos de vigência do contrato, o agente assumiu o encargo de mediação para a venda dos mesmos produtos à conta de outros proponentes, também no estado da Bahia. Sem ter recebido qualquer comunicação sobre esse fato e sabendo que Érico estava a serviço de um dos seus maiores concorrentes, a sociedade empresária dispensou o agente por justa causa, alegando infração contratual e prejuízos pela diminuição comprovada do faturamento na mesma zona geográfica.
Tomando ciência da extinção unilateral do contrato, Érico procura um advogado relatando que, antes da dispensa pelo proponente, ele intermediou com êxito várias propostas que resultaram em vendas para a Wagner & Cia. Ltda. Apresentou os documentos comprobatórios das referidas transações, correspondentes aos quatro últimos meses da vigência do contrato, informando que não recebeu nenhuma comissão por elas e indagando se tem direito a algum crédito em relação ao proponente.
Com base nas informações contidas no enunciado, responda aos seguintes itens.
A despedida do agente pelo proponente pode ser considerada por justa causa, sendo portanto legítima? Justifique. Diante da narrativa apresentada por Érico ao advogado, qual a orientação a ser dada a ele? 
ATÉ A PRÓXIMA!!!

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