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Regeneração e Reparo Tecidual - Resumo (Pato)

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Regeneração e Reparo Tecidual
Luciano Sampaio Guimarães - Medicina UFPE 144
A resposta inflamatória contra agentes nocivos serve não só para eliminá-lo, como também para iniciar o processo de reparo.
Reparo: ou cura, é a restauração da arquitetura e função do tecido após a lesão. Ocorre por dois tipos de reações, pela regeneração ou pela cicatrização (deposição de tecido conjuntivo).
OBS: o Robbins traz a cicatrização como um tipo de reparo, enquanto que Mariana usa reparo e cicatrização como sinônimos.
Regeneração: ocorre por 
Proliferação de células residuais (ou seja, não lesadas) e
Diferenciação de células-tronco teciduais fornecidas pela membrana basal intacta
Substitui morfológica e funcionalmente as estruturas perdidas
Pode haver ou não a restauração da função do órgão
A função só é restaurada se a arquitetura e a matriz extracelular estiverem preservadas
Depende da capacidade proliferativa do tecido (lábeis, quiescentes-estáveis)
É a resposta típica em epitélios que se dividem rapidamente (ex: pele, intestinos e alguns órgãos como fígado)
Cicatrização: ocorre se
Os tecidos lesados forem incapazes de regenerar ou 
As estruturas são gravemente lesadas
Deposição de tecido conjuntivo, substituindo a área danificada
OBS: pode haver uma combinação entre regeneração de algumas células e formação de cicatriz.
CICATRIZAÇÃO ≠ FIBROSE
Na prática, os termos se confundem, mas na realidade cicatrização significa deposição de colágeno, mas havendo a cura, enquanto que fibrose significa uma deposição de colágeno com presença de dano, a função anterior não é preservada.
Apesar de, na fibrose, a função das células perdidas não ser retornada, há estabilidade estrutural para que o tecido seja hábil em suas funções.
Exemplos
Em ferimentos na pele, os superficiais (epiderme) serão regenerados; os mais profundos (derme) serão cicatrizados.
Nos processos inflamatórios em órgãos internos, uma pericardite, mediante cicatrização, pode evoluir para uma pericardite constritiva, um distúrbio fibrótico.
As úlceras gástricas mais superficiais podem ser regeneradas devido à mucosa ser lábil, contudo, as mais profundas formarão cicatriz.
Em tecidos sem capacidade regenerativa, a lesão formará uma cicatriz, como no caso do infarto agudo do miocárdio.
Etapas da Formação da Cicatriz
Angiogênese
Desenvolvimento (brotamento) de novos vasos a partir de vasos pré-existentes
É induzida pelo VEGF e pode ocorrer por recrutamento de precursores da medula óssea (EPCs) ou por ramificação/extensão de vasos pré-existentes
OBS: vasculogênese é a formação da rede vascular primitiva no embrião, envolve os precursores endoteliais (angioblastos)
OBS²: os novos vasos são mais permeáveis porque têm junções intercelulares imaturas e, além disso, o VEGF por si aumenta a permeabilidade. Por isso o tecido de granulação é mais edematoso.
Migração e proliferação de fibroblastos → deposição do tecido de granulação (3-5 dias)
O recrutamento e a ativação de fibroblastos dependem de fatores de crescimento (ex: TGF-β)
Citocinas também contribuem para esse processo (ex: IL-1 e TNF)
As células inflamatórias são as principais fontes desses fatores
Formação do tecido de granulação: tecido especializado indicador de cicatrização
Há exsudação e deposição de proteínas plasmáticas
Ocorre a formação de um estroma provisório feito de fibrinogênio e fibronectina
Morfologia: 
Macroscópica: aspecto granular, rosado, consistência mole (macio, edematoso); 
Microscópica: proliferação e ativação de fibroblastos, pequenos vasos neoformados, permeáveis; edema, células inflamatórias
Deposição da matriz extracelular
Com a progressão da cura, há ↓ fibroblastos e células endoteliais em proliferação
Fibroblastos assumem fenótipo mais sintetizador (↑ deposição de MEC)
Há ↑ síntese de colágeno, dando resistência ao local de cura da ferida
Há ↓ degradação da MEC
Assim, o tecido de granulação vai evoluindo para uma cicatriz
Com a maturação da cicatriz, há uma regressão vascular, transformando o tecido de granulação (↑ vasc.) em uma cicatriz avascular e pálida
Remodelamento
Maturação e reorganização do tecido fibroso, produzindo uma cicatriz fibrosa estável
O tecido conjuntivo da cicatriz continua sendo modificado e remodelado
Há equilíbrio entre síntese e degradação das proteínas da MEC
A degradação é feita pela família das metaloproteinases (colagenases, gelatinases)
Há recuperação da força tênsil
Cicatrização da Ferida Cutânea
Processo que envolve regeneração do epitélio e formação de cicatriz no tecido conjuntivo
3 fases: (1) inflamação; (2) formação de tecido de granulação e reepitelização; (3) contração da ferida, deposição da MEC e remodelagem
Primeira Intenção
Ferida por incisão, limpa, não infectada, tendo suas bordas aproximadas
A regeneração epitelial é o principal mecanismo de reparo
Há apenas uma ruptura local da continuidade da membrana basal e morte de poucas células
Pequena cicatriz, contração mínima da ferida
Há menor probabilidade de complicações
Fases (1ª intenção)
O espaço é preenchido por coágulo de sangue, que tem sua superfície desidratada, formando uma crosta
Neutrófilos chegam para limpar, há deposição de membrana basal
Os neutrófilos serão substituídos pelos macrófagos (cruciais para o reparo), forma tecido de granulação 
Com o final do processo, há desaparecimento do infiltrado inflamatório e do excesso de vascularização → cicatriz torna-se pálida
Os anexos cutâneos são perdidos e a força tensora se aproxima, mas nunca será igual a de antes
Segunda Intenção
Perda de células e tecidos é mais extensa (grandes feridas), reação inflamatória mais intensa
Coágulo maior, mais exsudato e restos necróticos (acarreta num ↑ vol. de tecido de granulação)
Envolve contração da ferida devido à actina dos miofibroblastos, que reduz o espaço entre as margens
Há formação substancial de cicatriz e a epiderme fica com menor espessura
Complicações da Cicatrização
Envolve questões nutricionais e de irrigação do tecido
Formação deficiente da cicatriz
Deiscência de ferida: a ferida se abre. Ocorre especialmente nas abdominais, quando sofrem ↑ pressão.
Ulceração: pode ocorrer devido à vascularização inadequada durante a cura
Formação excessiva dos componentes de reparo
Cicatriz hipertrófica: elevada
Queloide: crescimento além dos limites da ferida
Granulação exuberante: impede reepitelização
Contraturas: exagero na contração do tamanho de uma ferida, gerando deformidade
Ocorrem frequentemente em queimaduras e em regiões como palma da mão, planta dos pés, face anterior do tórax
Podem comprometer o movimento das articulações

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