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ELETROTERMOFOTOTERAPIA Professor Gabriel Mauriz ULTRA - SOM ULTRA-SOM Modalidade terapêutica que se utiliza de vibrações mecânicas com fins terapêuticos. Som é toda onda mecânica perceptível ao ouvido humano. Onda: É toda perturbação que se propaga no espaço, afastando- se do ponto de origem. Propaga energia e não matéria. ULTRA-SOM Qualquer objeto que vibra é uma fonte de som. As ondas sonoras podem ser geradas mecanicamente (cordas de um violão) ou eletricamente (Em fisioterapia / medicina se geram por meio dos chamados transdutores eletroacústicos.) ULTRA SOM: • Som: toda onda mecânica perceptível ao ouvido humano (20 Hz a 20.000 Hz) Infra sons e Ultra sons: não são perceptíveis Terapia Ultra sônica: Tratamento mediante vibrações • • mecânicas com uma frequência acima de 20.000 Hz (20 KHz) Criado na década de 40 a 50 (medicina terapêutica) Fisioterapia/ Medicina: As ondas sonoras são geradas • • através de instrumentos chamados “transdutores”. Conectados à uma cerâmica piezoelétrica (ou cristal) Transformação da energia elétrica em energia mecânica • • Ultra-Som ASPECTOS BIOFÍSICOS DO US: 1) - - PROPAGAÇÃO: O som não se propaga no vácuo A velocidade da onda US é maior nos meios onde há maior agregação molecular (maior densidade de massa) Ex: F (1 MHz), em tecidos moles, a veloc. de propag. é de 1540 m/s e, no osso é de 4000 m/s - Características Biofísicas Propagação: No ar a transmissão é mais lenta , porque há mais espaço entra as moléculas. Uma molécula percorre uma distância relativamente longa antes de afetar a mais próxima. Por outro lado, em meios líquidos suas moléculas ficam mais próximas umas das outras. Um pequeno movimento já afeta a molécula subsequente, assim líquidos têm velocidade de propagação mais rápida. Por isso deve-se utilizar o gel terapêutico como meio de contado entre o cabeçote e o paciente. Características Biofísicas - Propagação Características Biofísicas - Propagação ASPECTOS BIOFÍSICOS DO US: 2) - EFEITO PIEZELÉTRICO: Fenômeno natural encontrado em certos cristais minerais (1880, por Pierri e Jaques Curie). Cristal piezelétrico: transforma energia mecânica em elétrica (reverso) Mais utilizados: cristais cerâmicos e na fisioterapia são os de Titanato Zirconato de Chumbo (PZT) Um cristal de baixa qualidade: razão pela qual o paciente relata sentir dor ou aquecimento intenso (ou desigual) do transdutor. - - - Efeito Piezoelétrico Invertido Efeito Piezoelétrico CARACTERÍSTICAS BIOFÍSICAS Impedância Acústica – Resistência oferecida pelos tecidos à passagem das ondas ultra-sonoras. Cada tecido tem uma impedância acústica diferente. OBS.: Estruturas mais compactas deixam passar menos CARACTERÍSTICAS BIOFÍSICAS Reflexão: Se dá quando uma onda emitida volta ao meio de origem, conservando sua frequência e velocidade. A reflexão em uma superfície ocorre quando a impedância acústica dos meios forem diferentes. Se os dois meios possuírem a mesma impedância acústica isto não ocorrerá. Características Biofísicas Reflexão - Ocorre quando a IA dos meios por onde se propagam as ondas são diferentes. A reflexão é proporcional à diferença da IA dos dois meios. Prática clínica: Perfeito acoplamento entre o transdutor e a pele do indivíduo, utilizando uma substância de acoplamento (gel, água...). Caso contrário: presença de ar (IA muito diferentes = muita reflexão) Ideal: IA (subst. de acoplamento) mais próxima à IA da pele, além da viscosidade (mov. do transdutor) Agentes acopladores mais utilizados: gel (carbopol ou inatrosol), água e óleo mineral - - - - CARACTERÍSTICAS BIOFÍSICAS Refração: Se dá quando uma onda emitida, passa para outro meio (interfaces diferentes) sofrendo mudança na sua velocidade, mas conservando sua frequência. A onda de som penetra no tecido ou interface à um ângulo (chamado de ângulo de incidência) e sai destes tecidos ou interface a um ângulo diferente (ângulo de refração). CARACTERÍSTICAS BIOFÍSICAS Características Biofísicas Refração REFRAÇÃO: - Ocorre quando uma onda emitida passa para outro meio (interface diferente) e desvia em sua direção, sofrendo mudança na sua velocidade, mas mantendo a sua frequência. Para minimizar a refração, o feixe US deverá ser aplicado SEMPRE perpendicular à superfície de tratamento As ondas sonoras são longitudinais - - CARACTERÍSTICAS BIOFÍSICAS Absorção: quando uma onda sonora atravessa qualquer material, a energia é dissipada ou atenuada; é a capacidade de retenção da energia acústica do meio exposto às ondas do ultra- som, que são absorvidas e transformadas em calor. Tecidos com alto conteúdo de proteínas absorvem o US mais prontamente do que aqueles com conteúdo de gordura mais alto, e quanto maior a frequência maior a absorção. CARACTERÍSTICAS BIOFÍSICAS Características Biofísicas Características Biofísicas (DERMATO- FUNCIONAL) (ORTOPEDIA) APARELHOS DE 3MHz SÃO UTILIZADOS NA FISIOTERAPIA DERMATO-FUNCIONAL APARELHOS DE 1MHz SÃO UTILIZADOS NAS AFECÇÕES DE TRAUMATO-ORTOPEDIA,REUMATOLOGIA E DESPORTIVA A atenuação é o fenômeno caracterizado pela diminuição da energia da onda sonora. Esta diminuição da energia ocorre principalmente pelos seguintes motivos: reflexão e absorção. A absorção das ondas sonoras vai depender basicamente de dois fatores: um é a frequência da onda sonora, e o outro são as características do tecido. CARACTERÍSTICAS BIOFÍSICAS Isso quer dizer que quanto maior o movimento que quisermos dar à massa, maior será a reatância dessa massa (resistência ao movimento), consequentemente, maior terá que ser a energia absorvida para que esse movimento seja possível. Portanto, se eu quiser que um corpo em vez de vibrar a 1Mhz vibre a 3Mhz, terei que gastar mais energia, ou seja, maior a absorção. Sendo assim, quanto maior a frequência utilizada, maior será o poder de absorção e mais intenso será o efeito superficial. Por isso, é verdadeira a frase: quanto maior a frequência do Ultra-som, menor seu poder de penetração. Características Biofísicas (0,6 W/cm²) Efeito tixotrópico: Capacidade do Ultra-Som na redução da viscosidade do tecido ou na despolimerização da substância fundamental amorfa. Através desse efeito, ocorre o aumento da elasticidade tecidual e a diminuição de consistência tecidual fibrótica. CARACTERÍSTICAS BIOFÍSICAS mpo ânc a de semp e mov men a o ansdu o ASPECTOS BIOFÍSICOS DO US: ONDAS ESTACIONÁRIAS E CAVITAÇÃO: - Se formam por meio de sobreposição das ondas US emitidas pelo transdutor. Pode ocasionar danos às células endoteliais dos vasos sanguíneos. Aquecimento acentuado e localizado. F (1 MHz): dor perióstica (superaquecimento do periósteo) - - - - I rt i r i t r tr t r. Características Biofísicas Características Biofísicas Características Biofísicas Regime de emissão de onda: o modo contínuo produzirá calor nos tecidos se a intensidade for alta o suficiente, considerando que o ultra-som pulsado à mesma intensidade instantânea tem uma intensidade média temporal muito mais baixa e aquecimento menor ou, até mesmo, desprezível. CARACTERÍSTICAS BIOFÍSICAS Características Biofísicas Características Biofísicas CampoPróximo X Campo Distante Pode-se distinguir duas áreas de um feixe ultra sônico: campo próximo (zona de Fresnel) e campo distante (zona de Fraunhofer). CARACTERÍSTICAS BIOFÍSICAS Características Biofísicas Características Biofísicas EFEITOS FISIOLÓGICOS Efeito mecânico: Chamado de micromassagem celular. A micromassagem dos tecidos se deve às oscilações provocadas pelo feixe ultra-sônico que os atravessa. A movimentação dos tecidos aumenta a circulação de fluidos intra e extracelulares, facilitando a retirada de catabólitos e a oferta de nutrientes. Aumento da permeabilidade da membrana: Alteração no potencial de membrana e aceleração dos processos osmóticos (difusão), e consequente aumento do metabolismo. Ocorre não só pelo efeito de aquecimento como também pelo efeito não térmico do US. Este efeito é a base para fonoforese. EFEITOS FISIOLÓGICOS Efeito térmicos: Tem por base o efeito Joule. É causado pela absorção das ondas ultra-sônicas à medida que penetram nas estruturas tratadas. A quantidade de calor gerado depende de alguns fatores como por exemplo, o regime de emissão (modo contínuo produz maior calor que o pulsado), a intensidade, a frequência e a duração do tratamento. EFEITOS FISIOLÓGICOS Vasodilatação: Há a liberação de substâncias vasoativas como a Histamina; há inibição do simpático dos vasos, diminuindo sua resistência tênsil; há aumento do metabolismo e consequentemente aumento do consumo de O2, aumentando com isso a presença de CO2, provocando a vasodilatação. EFEITOS FISIOLÓGICOS Aumento do metabolismo: Se dá pela Lei de Van’t Hoff, que relaciona o aumento de temperatura com a taxa metabólica, mencionando que para cada aumento de 1° C na temperatura corpórea deve ocorrer um aumento de 10 % na taxa metabólica. Young (1998) cita que este aumento seria de 13% da taxa metabólica. EFEITOS FISIOLÓGICOS Ação tixotrópica: Propriedade que o ultra som tem de "amolecer" ou "liquefazer" estruturas com maior consistência física (transforma colóides em estado sólido em estado gel). EFEITOS FISIOLÓGICOS Aumento das atividades dos fibroblastos Aumento da síntese de colágeno Aumento da síntese de proteína Estimulação da angiogênese São de fundamental importância no processo de reparação dos tecidos EFEITOS FISIOLÓGICOS Aumenta as propriedades viscoelásticas dos tecidos conjuntivos e ricos em colágeno. Aumenta a extensibilidade, facilitando o alongamento EFEITOS FISIOLÓGICOS Anti-inflamatório: Sua ação na fase inflamatória inicial da reparação é uma aceleração do processo, aumentando a liberação de fatores de crescimento pela desgranulação dos mastócitos, plaquetas e macrófagos. O ultra som atuaria como um acelerador do processo inflamatório, portanto não como anti-inflamatório. EFEITOS FISIOLÓGICOS Analgésico: Justifica-se por alguns fatores: aumento do limiar de dor com ação nos nervos periféricos; eliminação de substâncias mediadoras da dor como consequência do aumento da circulação tissular; normalização do tônus muscular; bloqueio da condução nervosa, etc EFEITOS FISIOLÓGICOS Regeneração tissular e reparação dos tecidos moles: Fase inflamatória: a liberação de histamina, macrófagos, monócitos, além de incrementar a síntese de fibroblastos e colágeno. Fase proliferativa do reparo: incremento da velocidade angiogênica; aumento da secreção de proteína e colágeno (US pulsátil); estimulação da "contração" da ferida, diminuindo significativamente com isso a o tamanho da cicatriz (US pulsátil) EFEITOS FISIOLÓGICOS Regeneração tissular e reparação dos tecidos moles: Fase de remodelagem do reparo: O US aumenta a resistência tênsil e a quantidade de colágeno (o colágeno tipo III é substituído por colágeno tipo I, em resposta ao estresse mecânico promovido pelo US). EFEITOS FISIOLÓGICOS Regeneração óssea: Algumas pesquisas mostraram que o ultra-som pode produzir um efeito piezoeléctrico no osso (na molécula de colágeno) que, por sua vez, pode produzir osteogênese; outras mostraram melhora significativa no retardo de consolidação de fratura. A fase proliferativa do reparo é subdividida na formação do calo mole e do calo duro. EFEITOS FISIOLÓGICOS ULTRA SOM CONTÍNUO: • Efeito mecânico muito maior (+ atrito = + calor: ef. térmico) Efeito térmico dominante Patologias crônicas Edema protéico Calor superficial (aquecimento nas interfaces teciduais (ondas estacionárias) PERIGO!!!!! (pontos quentes de alta intensidade) Eritema local Estimulação do metabolismo celular e da circulação sanguínea • • • • • • • ULTRA SOM PULSADO: • Efeito mecânico (dominante) de micromassagem com ações terapêuticas bem intensas. Efeito das vibrações moleculares Não há produção de calor (atérmico) Aumento na permeabilidade das membranas celulares (melhora do metabolismo celular) Liberação de aderências (separação das fibras de colágeno) Patologias agudas Processos de regeneração tecidual (úlceras) • • • • • • ULTRA SOM PULSADO: • • • • • P P P 16 Hz 48 Hz 100 Hz Profundidade anatômica do local a ser tratado. Quanto maior a frequência, menor é a profundidade P 16, 48 e 100 - 1/2: 50% on e - 1/5: 20% on e Hz: 50% 80% %: Agudização do Quadro off off - 1/10: 10% on e 90% off 100 Hz: térmico 16 Hz: atérmico - - INTENSIDADE OU DOSIMETRIA (w/cm²): Risco de superdosagem é mínimo (dor) - - Contínuo: não deve ultrapassar 2,0 W/cm² - Tecidos profundos: doses mais elevadas - Tecidos superficiais: doses mais baixas - Patologias agudas: 0,5 – 1,5 w/cm² - Patologias crônicas: 1,0 – 1,2 w/cm² INTENSIDADES SUGERIDAS: • Até 0,3 W/cm2 intensidade baixa. • De 0,4 a 1,2 W/cm2 intensidade média. • De 1,3 a 3,0 W/cm2 intensidade alta. TEMPO DE APLICAÇÃO: • • Polêmico!!! Hoogland: Tempo = Área : ERA (Tempo máx: 15´) TEMPO DE APLICAÇÃO: • Hecox et al.: Relaciona-se à fase da doença TEMPO DE APLICAÇÃO: • - • - Agnes, 2006: 1 min. para cada ERA de 1,0 cm². Oakley: 1 ou 2 min. para cada 10 cm² de área FORMAS DE APLICAÇÃO: - Contato Direto (gel) Contato Subaquático - - Contato Indireto FONOFORESE/ SONOFORESE: • Aplicação de fármacos e/ ou substâncias terapêuticas no organismo através das ondas ultrasônicas. Método de veiculação (ou acoplamento): gel (carbopol ou inatrosol). A substância terapêutica não deve ser polarizada. • • • Pode ser utilizado tanto o modo contínuo Guirro e Guirro: Contínuo Draper e Prentice: Pulsado pulsado ou o • • Depende da afecção a ser tratada CONTRA INDICAÇÕES (RELATIVAS E ABSOLUTAS): • • • • • • • • • • • • • • Áreas com Áreas com Aplicações hipoestesia (???) insuficiência vascular ao nível dos olhos Útero gravídico Sobre área cardíaca Tumores malignos Testículos/ gônadas Sobre tromboflebites/ Inflamação séptica Osteoporose (????) varizes trombozadas Implante metálico (USC) Epífises férteis Diretamente sobre marca-passo Em cima de feridas abertas