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SUICIDIO-Artigo-Finalizado-2 (1)

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As Implicações Psíquica Do Adolescente Na Tentativa De Suicídio
The Psychic Implications Of Adolescents In The Suicide Trying
Lirian Aparecida Pereira�
Fabiola Fatima Murad Souza Bonni2
Diogo Nonato Reis Pereira3
Resumo: O presente trabalho tem como objetivo compreender quais as possíveis causas para o desfecho do suicídio na adolescência. Por meio de uma pesquisa bibliográfica, quais são esses os pensamentos que favorecem as tentativas de suicídio. Primeiramente a pesquisa apontou que não há uma causa especifica para o suicídio, ela apenas aponta que somos indivíduos em constantes mudanças e que nossas escolhas podem levar a morte.
Palavras-Chave: Adolescência. Suicídio. Escolhas
Abstract: The present study aims to understand the possible causes for the outcome of suicide in adolescence. Through a bibliographical research what are those thoughts that favor suicide attempts. First the research pointed out that there is no specific cause for suicide, it just points out that we are constantly changing individuals and that our choices can lead to death.
Keywords: Adolescence. Suicide. Choices
INTRODUÇÃO
 Neste artigo não terá uma abordagem específica da psicologia para se compreender o suicídio, mas apresentará a perspectiva do suicídio na abordagem Existencial Humanista e das implicações que o adolescente é acometido para que se chegue à esse caminho da escolha do suicídio.
 Diante dessa importante concepção discute-se o conceito da adolescência, e a relação dessa fase da vida com seus conflitos e a possibilidade de alcançar o ato suicida.
 Conforme Durkheim, (1897/1982) chama-se suicídio todo o caso de morte, sendo direta ou indiretamente de um ato positivo ou negativo praticado pela própria vítima.
Mais de um milhão de pessoas tiram a própria vida todos os anos. O suicídio ocupa o terceiro lugar entre as principais causas de morte no mundo e não existe uma característica específica de classe ou etnia que possa diagnosticar um individuo suicida. 
A realidade atualmente encontrada é o aumento significativo de relatos de pessoas que pensaram ou pensam em tirar a própria vida. Ninguém decide se suicidar da noite para o dia, são pensamentos e ideias recorrentes e que num certo momento esse gatilho é puxado, e quando isso ocorre denominamos de tentativa ou suicídio. Deixa-se familiares e amigos com os questionamentos de como não perceberam que estava acontecendo algo, porque seu ente querido não falou ou deu indício de que não estava bem, porque não pediu ajuda e inúmeras vezes acreditam que ele não tinha motivos para suicidar.
Conforme Fukumitsu (2011), argumenta que o sujeito que atenta contra si mesmo projeta na morte a possibilidade que não encontrou em vida, ou seja, ela crê que o ato de tentar o suicídio é uma maneira do sujeito de expressar algo. 
O suicídio é um fenômeno bastante presente na vida humana e que merece uma atenção especial, um olhar minucioso sobre o que o ele representa, tanto para o indivíduo que tentou, e que não conseguiu e para aqueles que tentaram e conseguiram. Esse olhar também tem que ser direcionado para as pessoas próximas desse individuo pois essas também são afetadas com esse ato.
ADOLESCÊNCIA 
Adolescência significa crescer, processo de crescimento. Para Organização Mundial da Saúde - OMS, a adolescência corresponde à segunda década de vida que vai dos 10 aos 19 anos. Entretanto, os aspectos que demarcam o final deste período ás vezes não estão claros, uma vez que a adolescência não é definida somente em termos de mudanças biológicas, mas como um complexo desenvolvimento psicossocial. Uma das características mais importantes do processo adolescente é a busca por construir uma identidade (Knobel, 1981). Nessa etapa o adolescente busca diferenciar-se dos pais, fazem planos para o futuro, pensam em que profissão seguir. Nessa idade eles se descobrem na sociedade quais são seus papeis e buscam pelo seu gênero de identidade tudo isso para encontrar a sua própria identidade. 
Frota e Maria (2007) argumenta que:
A adolescência se configura como um momento em que, naturalmente, o indivíduo torna-se alguém muito chato, difícil de se lidar e que está sempre criando confusão e vivendo crises. Deste modo, existe uma leitura de senso comum que costuma colocar a criança vivendo o melhor momento da vida e o adolescente, uma fase difícil para ele e para quem convive com ele. A adolescência [...]deve ser pensada para além da idade cronológica, da puberdade e transformações físicas que ela acarreta, dos ritos de passagem, ou de elementos determinados aprioristicamente ou de modo natural. A adolescência deve ser pensada como uma categoria que se constrói, se exercita e se reconstrói dentro de uma história e tempo específicos. (FROTA; MARIA, 2007, p.148-157).
Na fase da adolescência o desenvolvimento físico ocorre nas alterações do tamanho e na forma do corpo, provocando algumas alterações na imagem do adolescente quando o mesmo se olha e se vê no espelho. Essas modificações contribuem para que alguns adolescentes permaneça isolados ou dentro de casa, por causa dessas modificações que estão ocorrendo com o corpo: a mudança da voz que engrossa, a aparição e crescimento dos pelos pubianos, o desenvolvimento dos seios, o surgimento de espinhas no rosto e outros mas aa adolescência não é somente essa mudança que ocorre, também acontece a passagem entre a infância e a idade adulta que é quando começamos a nos conhecer como homem e mulher e não mais criança. 
O adolescente pode experimentar diversas dificuldades nesta etapa, como o suicídio e violência. Habitualmente não se imagina que os adolescentes sejam capazes de cometer um ato contra a própria vida, mas os índices de pesquisas feitas sobre o mundo mostra que o suicídio é a segunda principal causa de morte.
SUICÍDIO
O suicídio é um fenômeno que vem desde a antiguidade e permanece até os dias atuais. A cada 40 segundos uma pessoa se suicida no mundo. Por tanto é cabível lembrarmos que alguns registros de suicídios ou das tentativas, em algumas situações são omitidas a natureza da morte no óbito. 
Nos fatos históricos, o suicídio faz parte da humanidade, não existe uma data especifica que relate o primeiro caso de suicido. 
A Enciclopédia Delta de História Geral aponta que, durante um ritual no período de 2.500 a.C. na cidade de Ur, doze pessoas ingeriram uma bebida envenenada e se mantiveram deitados aguardando a morte. (KALINA; KOVADLOFF, 1983, p.172).
Aqui se inicia os casos de suicídio na história, não se sabe o porquê desse ritual, apenas que foi feito. 
Conforme Botega (2010), os dados acerca da mortalidade por suicídio estão, seguramente, subestimados. Para algumas famílias é constrangedor admitir que entes queridos se suicidou. Pedindo assim, para que os hospitais optem pelo registro diferente do ocorrido, não tento nenhuma ligação com suicídio.
Com isso, quando se procura estatísticas sobre o assunto, depara-se com um grande número de tentativas e atos consumados, que não são expostos e nem divulgados para sociedade, por isso fala-se que o suicídio é algo silencioso e não visto pela sociedade.
Segundo dados da agência da ONU, em 2015 mais de 800 mil pessoas morrem por suicídio. Isso representou quase 1,5 de todas as mortes no mundo. Entre jovens de 15 a 29 anos, sendo suicídio a segunda maior causa de morte em 2015.
Cassorla (1985) afirma, “suicídio é traduzindo-se em palavra: morte de si mesmo”. O indivíduo que se suicida sabe qual será o resultado. Não temos embasamento para entender essa necessidade de acabar com a dor que somente esse indivíduo sente e não se sabe ainda o motivo especifico que a pessoa tenta ou se suicida. 
Chama-se suicídio todo caso de morte que resulte direta ou indiretamente de um ato positivo ou negativo, praticado pela própria vítima, ato que a própria vítima sabia dever produzir este resultado, sabedora de que devia produzir esse resultado. A tentativa de suicídio é o ato assimdefinido, mas interrompido antes que a morte daí tenha resultado. (DURKHEIM,1996, p.10).
Assim, no suicídio a vítima sabe o momento de agir e o que deve fazer para resultar na sua ação à morte, não se sabe a intensidade nem a intenção do seu ato, mas naquele momento sua única intenção é a morte.
 Antes de concretizar o suicídio o indivíduo apresenta alguns comportamentos suicidas como: Ideação suicida, tentativa e a consumação. Durkheim expõe alguns suicídios e algumas causas:
Suicídio egoísta, que seria motivado por um isolamento exagerado do indivíduo com relação à relação a sociedade, que transforma em um “solitário”, um marginalizado, que não possui laços suficientemente sólidos de solidariedade com o grupo social; Suicídio altruísta, que está noutro extremo, ou seja quando o ser humano está não mais desligado da sociedade, mas ao contrário está demasiadamente ligado a ela; Suicídio Anômico, o mais significativo para fins de sua obra, que vem da noção anomia, a ausência de normas. O suicida por anomia é aquele que não soube aceitar os limites morais que a sociedade impõe; aquele que aspira a mais do que pode, que tem demandas muito acima de suas possibilidades reais, e cai, portanto, no desespero. (DURKHEIM, 1982, p. 172-372). 
O suicídio egoísta é quando as pessoas se sentem separadas da sociedade o indivíduo se mata para parar de sofrer, por exemplo temos o fim de um relacionamento com outro indivíduo. Suicídio altruísta, quando se comete suicídio por causa de religião, política e temos como exemplo, sequestradores de aviões. O suicídio anômico, seria o caos provocadas por grandes mudanças em uma sociedade; exemplo crise econômica que causaria o desemprego.
Conforme Cassorla (1991), ressalta que quem pensa em suicídio, fala em suicídio, tenta suicídio e o faz porque está sofrendo. Tentar falar sobre suicídio e entrar num tema cheio de dúvidas, questionamentos e porquês que envolve apenas um indivíduo com suas questões individuais e também sociais.
ALGUMAS CAUSAS QUE FAVORECEM OS PENSAMENTOS E AS TENTATIVAS DE SUICÍDIO 
Portanto, são causas que levam o adolescente a ter pensamentos, ou tentativas de suicídio, como depressão, bullying, assédio mas isso não quer dizer que todas essas causas irão acarretar em suicídio, mais poderia já ser um indicio.
Conforme Coutinho (2005), a depressão pode ser vista como um mal que se enraíza no eu do indivíduo, bloqueando suas vontades e dirigindo de forma negativa, prejudicando o sujeito tanto no contexto psicossocial como individual.
A depressão é umas das principais causas do suicídio na adolescência, nessa fase o jovem deseja ficar mais sozinho, mas tem que ser observado quando essa ausência é demais. O adolescente deprimido na maioria das vezes quer ficar sozinho, não ter contato com amigos, tem sentimentos como tristeza e solidão, acha que ninguém é capaz de compreender as dificuldades que está passando e esses sentimentos favorecem a pensamentos e planejamento do suicídio. 
A depressão tem sido caracterizada como episódio patológico no qual existe perda de interesse ou prazer, distúrbios do sono e apetite, retardo motor, sentimentos de inutilidade ou culpa, distúrbios cognitivos, diminuição da energia e pensamentos de morte ou suicídio. (APÓSTOLO, 2011, s/p).
A depressão na adolescência vem sendo algo preocupante na saúde pública, o que está acontecendo é o aumento do índice de jovens depressivos, quando a depressão não é tratada ela acaba tirando a vida desses adolescentes, o único caminho que eles acham é o suicídio. 
Conforme Bahls (2003), em jovens depressivos o índice de suicídio é maior do que em adultos. A depressão está sendo uma das doenças mais graves no momento levando o jovem ao isolamento, rendimento fraco na escola, baixa autoestima e uso de drogas para se sentir melhor. 
O suicídio no adolescente é manifestação mais grave, sendo o fato mais alto do quadro clínico da depressão. Dentro das causas que se leva um adolescente ao suicídio também temos o bullying ou cyberbullying.
O fenômeno conhecido como bullying, palavra oriunda do inglês “bully” assemelhando-se ao termo em língua portuguesa como “valentão” ou “machão”, caracteriza-se como um desses obstáculos ameaçadores, com o quadro característico de adolescentes excluídos e discriminados, agredidos e/ou machucados por outra(s) pessoa(s). (NETO, 2005, p.164-172).
O bullying é um ato caracterizado pela violência física e/ou psicológica, de forma intencional e continuada, de um indivíduo, ou grupo contra outro(s) individuo(s), ou grupo(s), sem motivo claro. É caracterizado pelas atitudes agressivas sendo elas físicas ou verbais com o próximo, com objetivo de intimidar, humilhar, criticar, fazer xingamentos, gozações e apelidos, ou seja, o agressor faz com que a vítima sinta-se coagida e diminuída em relação aos demais colegas. 
Já o 4cyberbullying são comportamentos agressivos no contexto virtual que pode ser descritos como cyberbullying ou bullying virtual. De acordo com Bullen e Harré (2000), esse tipo de cyberbullying vem causando um grande número de suicídios entre as vítimas desse tipo de assédio, a vítima é exposta no mundo virtual sendo humilhada, envergonhada e muita das vezes esse tipo de crime não se encontra um responsável por ser um mundo virtual vasto e muito protegido.
Estudos identificam o bullying como uma das principais causas do suicídio de crianças e adolescentes, sendo físico ou psicológico, o trauma gerado na vítima é tão forte que faz dele um dos principais motivos de suicídios de crianças e adolescentes, também as responsáveis inúmeras tentativas de suicídios ao ano.
A violência também em uma das causas que podem levar o adolescente ao suicídio, não se tem um conceito especifico para qual seria o tipo de violência, mas podemos dizer que não é somente a física, mas também a verbal. Talvez para o agressor seja apenas palavras mas para o agredido essas palavras podem fazer um estrago irreversível.
 A história demostra que a violência, em suas mais diversas
formas, é uma prática comum desde os tempos mais antigos, entretanto, este fenômeno somente foi reconhecido como um problema social na segunda metade do século passado. (BELSKY, 1993, p. 413-434).
Acontece que até hoje as maiores vítimas são crianças e adolescente e algumas não relatam o ocorrido por medo dos familiares não acreditarem no que elas estão passando. 
O abuso sexual em crianças e adolescentes e uma forma de violência que é definida como qualquer contato entre a criança ou adolescente na qual ela está sendo usada para prazeres sexuais do adulto, o contato sexual podem ser toques, sexo oral, carícias, relações com penetração ou não. 
Conforme Padilha (2002) afirma, que a característica do abuso sexual reside no fato de não haver, muitas vezes, provas físicas de sua ocorrência e pela ideia errônea do abusador argumentar que não forçou a criança a fazer nada.
________________________
4 Cyberbullying é comum pensar que há apenas dois envolvidos: a vítima e o agressor. Mas os especialistas alertam para um terceiro personagem fundamental: o espectador.
Vítimas do abuso sexual muitas das vezes não relatam o que está passando por medo de ser reprendida ou o próprio abusador ameaçar a vítima. Williams, demonstrou o que poderia acontecer no curto e longo prazo com as vítimas de abuso.
A curto prazo podem aparecer problemas tais como: comportamento sexualizado, ansiedade, depressão, queixas somáticas, agressão, comportamentos regressivos (enurese, encoprese, birras, choros), comportamentos auto lesivos, problemas escolares, entre outros. A longo prazo há risco de: depressão, ansiedade, prostituição, problemas com relacionamento sexual, promiscuidade, abuso de substâncias, ideação suicida entre outros. (WILLIAMS, 2002, p.155-164).
Os casos de suicídio por abuso sexual em adolescentes vêm aumento gradativamente, muitas vezes só é descoberto porque o adolescente começa a demonstrar através de atitudes e quando não se identifica essas mudanças o caso não é descoberto.Na adolescência ocorrem as oportunidades para crescimento e para destruição. Conforme o adolescente passa por esse desenvolvimento ele estará propriamente preparado para a vida adulta.
SUICÍDIO NA INFÂNCIA E NA ADOLESCÊNCIA
Falar do suicídio já é algo pesado mas quando falamos sobre o suicídio entre jovens o assunto fica mais delicado, não estamos acostumados a perder crianças ou adolescente ainda mais quando os próprios tiram a vida, os índices de suicídio têm aumentado de uma maneira alarmante. 
Para Lewis e Wolkman (1993), algumas alterações no comportamento do adolescente representam indício de ideação suicida. E tem que ser observadas como: “Eu nunca posso ser feliz”, “Os outros estarão melhor sem mim”, “Acho que não verei vocês amanhã”, “Eu sou um peso para vocês”, “Eu não vou mais aguentar isso”.
O suicídio na adolescência torna-se especial na medida em que nessa fase do desenvolvimento aparecem sentimentos intensos de baixa autoestima. O que percebemos é que os adolescentes têm muita informação e pouca comunicação. Não conseguindo se expressar e nessa fase que ocorre as depressões, onde a criança não quer sair de casa, não conversa com ninguém e ficar só no seu canto isolado. 
De acordo com Dutra (2001), relata perceber fases de tristeza, isolamento, tédio, desesperança e retraimentos que podem ser encaradas como comuns, quando se discute este tema. Para ele os comportamentos podem ser entendidos que a depressão e uma defesa contra o suicídio.
COMPORTAMENTO SUICIDA NA ADOLESCENCIA
O suicídio resume no simples ato de acabar com a vida. Na adolescência ocorre o período de transição de transformações e conflitos. O comportamento suicida ocorre como espelho dos conflitos internos, sentimentos de depressão e ansiedade que ocorre tanto na forma física, psíquica e social na adolescência. 
O suicídio refere-se ao desejo consciente de morrer e a noção clara do que o ato executado pode gerar Araújo (2010). Porem e difícil dizer quando eles começam a ter atitudes autodestrutivas, alguns fatores de risco contribuem para a ação como: drogas, álcool, baixa autoestima, relacionamento familiar, transtornos, exposição à violência, sentimentos depressivos e outros.
O comportamento suicida é classificado em três categorias: ideação suicida, planejamento suicida e a tentativa de suicídio; O comportamento suicida se inicia com ideação suicida, o adolescente começa a ter pensamentos, desejos, planos ou atitude de como acabar com a própria vida. Quando esse processo dá seguimento passamos para o planejamento suicida nessa fase o adolescente estabelece, como, quando e onde cometerá o suicídio. Depois de feitos todas as etapas anteriores poderá ocorrer a tentativa de suicídio, resultando na morte ou não.
Em alguns casos alguns adolescentes deixam notas de suicídio que seria uma mensagem escrita, gravada, e depois se suicida, isso pode variar conforme o método do suicídio. Porque ele deixada nota de suicídio para aliviar a dor dos que ficam e para tentar tirar a culpa que caem sobre eles. Em alguns casos o indivíduo até esclarece o porquê do ato.
Dutra (2002), considera que a solidão é um sentimento muito comum em adolescentes que tentam o suicídio. Os jovens descrevem sentir falta de ter amigos ou não ter ninguém para dividir as tristezas ou angustias. Ficando assim mais solitários. 
PERSPECTIVA DO SUICÍDIO NA PSICOLOGIA EXISTENCIAL HUMANISTA 
O Existencialismo chega como uma corrente filosófica, onde o homem é visto como ser-no-mundo onde passa a ser visto como um indivíduo que tem sua liberdade e responsabilidade por suas escolhas damos ênfase nas condições existenciais na busca constante para satisfazer nossas vivências e necessidades.
O existencialismo não tem pejo em declarar que o homem é angústia. Significa isso: o homem ligado por um compromisso e que se dá conta de que não é apenas aquele que escolhe ser, mas de que é também um legislador pronto a escolher, ao mesmo tempo que a si próprio, a humanidade inteira, não poderia escapar ao sentimento da sua total e profunda responsabilidade. (SARTRE, 1946, p. 7).
Precisa-se entender que na existência temos nossas solidões e angústias. A angústia não é somente um sentimento negativo, ela só surge quando temos consciência da nossa existência humana vindo através das suas escolhas.
 Conforme Sartre (1946), O indivíduo se angustia porque se vê numa situação em que tem de escolher sua vida, seu destino, sem buscar apoio ou orientação de ninguém. Neste ato o homem percebe qual e a sua responsabilidade e se angustia, pois está fazendo escolhas para si próprias.
Teixeira (2006), comenta que o indivíduo é um ser consciente, capaz de fazer escolhas livres e intencionais, isto é, escolhas das quais resultam o sentido da sua existência. Uma dessas escolhas seria a tentativa ou o próprio suicídio, o indivíduo está consciente e nesse momento está fazendo escolhas para acabar com a sua existência ou pelo ponto existencial começar a existir.
A todo momento temos que escolher. A cada escolha que fazemos decretamos a morte da outra possibilidade não escolhida. Isso frequentemente nos traz ansiedade frente ao conflito de não podermos viver tudo ao mesmo tempo, de não podermos estar em mais que em um lugar ao mesmo tempo. O ser-aí morre cotidianamente todos os dias. (ROTHSCHILD; CALAZANS, 1992, p. 146).
 Estamos em construção da essência o tempo todo. Sendo a partir das escolhas feitas sabemos que somos homens livres e quando somos livres teremos que saber lidar com as nossas angústias existenciais, sabendo que cada escolha se refletirá no que se é. Sendo essa angustia o espelho da liberdade que queremos só que isso envolve responsabilidade pela escolha feita.
Sabe-se que os indivíduos vivem entre o limite do prazer e o limite da razão quando um desses limites prevalece surge no indivíduo o desespero e algumas pessoas não dão conta desse sentimento, sendo o suicido o único meio encontrado para sair desse desespero existencial. De acordo com Giles (1989), em certos casos, as pessoas não conseguem sair desse desespero e “a tentativa de saída através da loucura ou do suicídio tornar-se-á inevitável. O indivíduo que se mata almeja se libertasse da dor insuportável que ele sente.
De acordo com Dutra (2011), o suicídio pode ser compreendido como uma forma de lidar com a angústia, visando eliminá-la. Compreende-se que suicídio pode ser notado como uma forma desesperada de tomar posse da própria vida, do seu próprio ser. O indivíduo que se mata ou tenta, ele quer libertar-se de uma ausência. O suicídio talvez seja o último ato de desespero ou coragem do ser. Nota-se que o suicídio e como uma forma desesperada de se apropriar da vida, a pessoa busca a sua própria morte, como uma escolha perante as questões da vida.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Falar de suicídio é algo bem complexo, pois há nele a presença de elementos psicológicos conscientes e inconscientes, vários fatores estão ligados com o suicídio, incluindo depressão, bullying, violência sexual e outros, mais ainda somos falhos de conhecimento sobre esse tema, pois a sociedade é fechada para esse assunto, ainda mais se tratando de tentativa de suicido de adolescente.
Conclui-se, que a tentativa ou suicídio não surge de uma hora para outra, ela surge silenciosamente no desenrolar-se do crescimento do adolescente. 
Se esse adolescente não consegue ou não souber lidar com os problemas que foram apresentados no decorrer do seu crescimento a possibilidade de tentativa de suicídio será uma alternativa.
	Qualquer tipo de comportamento que o adolescente desenvolva nessa fase tem que ser levado a sério pois não sabemos o que isso pode se tornar e nem o que eles podem tentar contra a própria vida. O caso de suicídio na adolescência está se tornando algo recorrente e temos que ficar atentos a qualquer mudança no comportamento também é necessário nos conscientizar que adolescentes tem problemas e que eles não conseguem sair sozinho e necessitam de ajuda.
	Necessita-se de mais informaçõessobre o suicídio na fase da adolescência, com mais estudos, para saber lidar com as implicações que acontecem nessa época.
	Ao qual me disponho a fazer em outros estudos de especialização, mestrado e ou doutorado para abranger quem necessita. 
REFERÊNCIAS
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BAHLS, Saint-Clair. Aspectos clínicos da depressão em crianças e adolescentes. Jornal de Pediatria, v. 78, n. 5, p. 359-366, 2002.
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� Discente do Curso de Psicologia – Universidade Vale do Rio Verde – e-mail: � HYPERLINK "mailto:lirian1000@gmail.com" �lirian1000@gmail.com�
2 Fabiola Murad Souza Bonni - Supervisora de prática e Docente do Curso de Psicologia – Universidade Vale do Rio Verde – e-mail: fabiola.murad@gmail.com
3 Diogo Nonato Reis Pereira - Supervisor de prática e Docente do Curso de Psicologia – Universidade Vale do Rio Verde – e-mail: diogononato@hotmail.com

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