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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR-PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARA.
Processo nº 0733555
BENEDITO LOPES, já qualificado nos autos em epígrafe, por intermédio de seu advogado que está subscreve, vem, à presença de Vossa Excelência, com fulcro no artigo 593, inciso I, do Código de Processo Penal, interpor RECURSO DE APELAÇÃO, por não se conformar com a r. Sentença de fl.234.
Requer o recebimento e processamento do presente, com as anexas razões recursais.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local e data
Advogado JOÃO PAULO RICARDO SILVA
OAB. Nº _________
RAZÕES DE APELAÇÃO
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA, DO ESTADO DO CEARA
Processo nº _073355
Comarca de _FORTALEZA
Apelante: BENEDITO LOPES VASCONCELOS
Apelado: MINISTERIO PUBLICO DO CEARA
A Decisão de fl.234, não traz aos autos a correta e eficaz aplicação da Justiça, conforme será demonstrado pelos fatos e fundamentos a seguir aduzidos:
DOS FATOS.
O réu foi denunciado por porte ilegal de arma, a denúncia foi apresentada no dia 20/02/201, arrolando 03 (três) testemunhas na qual descreve que o réu estava portando uma arma de fogo, logo a arma tinha registro e o réu o porte e a posse que estava vencida, sendo que o réu estava se dirigindo ao órgão competente para regularizar sua situação.
DO DIREITO.
O acusado fora condenado a pena de 2 (dois) anos de reclusão e pagamento de 10 (dias) multa, pela suposta prática do crime de porte ilegal de arma, previsto no artigo 14 do estatuto do desarmamento.
Importante ressaltar, inicialmente, que a Constituição Federal, em seu artigo 5º, inciso LV, assegura a todo acusado o contraditório e a ampla defesa, com todos os meios e os recursos inerentes. Seja respeitado, há vários julgados que abordam sobre o caso julgando favorável o recurso, já que o réu tinha a posse só estava vencida, logo absolvendo em casos semelhantes, vejamos:
APELACAO CRIMINAL. PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO. ABSOLVICAO. LEGITIMA DEFESA. NAO CABIMENTO. DESCLASSIFICACAO PARA POSSE. ABOLITIO CRIMINIS TEMPORALIS. 
1 - TRATANDO-SE DE CRIME FORMAL, NAO HA QUE SE FALAR EM LEGITIMA DEFESA NA PRATICA DO DELITO DE PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO. 2 - ENCONTRANDO-SE A ARMA DE FOGO NO INTERIOR DA RESIDENCIA A CONDUTA AMOLDA-SE AQUELA TIPIFICADA NO ARTIGO 12, DO ESTATUTO DO DESARMAMENTO, POSSE IRREGULAR DE ARMA DE FOGO, QUE, NA DATA DO FATO, ENCONTRAVA-SE COM SUA EFICACIA SUSPENSA, IMPONDO-SE A ABSOLVICAO DO APELANTE. APELACAO CONHECIDA E PROVIDA. (1A CAMARA CRIMINAL. 34875-0/213 - APELACAO CRIMINAL. DES. HUYGENS BANDEIRA DE MELO.DJ 556 de 13/04/2010).
É cabível o presente Recurso com base nas alíneas "a" e “c”, do inciso III, do artigo 105 da Constituição Federal, senão vejamos:
"Art. 105 - Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal."
 DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer:
a) seja o presente recurso conhecido e provido, sendo anulada a r. Sentença de fl234, 
b) Desclassificação do porte ilegal de arma, tendo em vista que o acusado possui tanto o registro da arma quanto a posse.
c) Subsidiariamente, seja o réu absolvido, ante a insuficiência de prova para condenação, com fulcro no art. 386, VII do Código de Processo Penal. Conforme se depreende dos autos, em fase de instrução foi realizada a oitiva de testemunhas da acusação que não conseguiram demonstrar a evidência de qualquer indício que indicasse a tipificação pertinente no art:14 do estatuto do desarmamento, Ressalte-se que as testemunhas levadas ao juízo pela defesa, foram capazes de atestar a boa conduta do acusado, posto que afirmaram irrefutavelmente que trata-se de uma boa pessoa, trabalhadora, responsável, e que não tinham notícia da prática do crime em questão. Destarte, em análise à todos os atos praticados no curso do processo, resta demonstrado que não foi realizado qualquer exame ou perícia técnica, bem como não foi apresentada qualquer prova nova capaz de imputar ao acusado a tal sentença.
NESTES TERMOS
PEDE DEFERIMENTO
Advogado: 
OAB nº _________
06/06/2019