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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA FACULDADE DE ENGENHARIA CAMPUS DE GUARATINGUETÁ Setembro de 2010 DESENHO TÉCNICO: Fundamentos Teóricos e Introdução ao CAD 1/2 Prof. Víctor O. Gamarra Rosado Víctor OG Rosado Desenho Técnico 2 Victor Orlando Gamarra Rosado Engenheiro Mecânico pela Escola de Engenharia da UFRGS, Mestrado em Mecânica Espacial e Controle pelo INPE-MCT, e Doutor em Engenharia Mecânica pelo Departamento de Mecânica Computacional da UNICAMP. Víctor OG Rosado Desenho Técnico 3 ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO 2. FINALIDADE E IMPORTÂNCIA 3. ESBOÇO À MÃO-LIVRE 4. MATERIAL E INSTRUMENTOS 5. CALIGRAFIA TÉCNICA 6. FIGURAS GEOMÉTRICAS 7. SÓLIDOS GEOMÉTRICOS 8. PROJEÇÕES ORTOGONAIS 8.1. Terceira Vista 8.2. Tipos de Linha 9. PERSPECTIVAS 9.1. Perspectiva Isométrica 9.2. Perspectiva Cavaleira 10. COTAGEM 11. ESCALA 12. VISTAS AUXILIARES 13. PROJEÇÃO EM CORTE 14. INTRODUÇÃO AO AutoCAD ANEXO. Trabalhos e Exercícios REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABNT. Coletânea de Normas de Desenho Técnico. São Paulo, SENAI-DTE-DMD, 86 p., 1990. Bornancinni, J. C. M.; Petzold, N. I.; Orlandi Jr., H. Desenho Técnico Básico. Sulina - RS, Vol. II, 2 o Ed. 1978. Francesco, P. PROTEC - Desenhista de Máquinas. São Paulo. Escola PROTEC, 4° Ed., 1978. Francesco, P. PROTEC - Prontuário de Projetista de Máquinas. São Paulo. Escola PROTEC, 4° Ed., 1978. Ferro, A., et alii. Iniciação ao Desenho. SENAI-SP, DMD, 2 o Ed. São Paulo, 1991. Giovani, M.; Rino, P.; Giovanni, S. Manual de Desenho Técnico Mecânico. Trad. Antonio Carlos Laund. São Paulo. Bisordi, v 3, 1977. Hoelscher, R. P.; Springer, C. H.; Dobrovolny, J. S. Expressão Gráfica e Desenho Técnico. Trad. Rodrigues, R. S.; Rio de Janeiro. Livros Técnicos e Científicos, 523 p., 1978. Jensen, C. H. Dibujo y Diseño de Ingenieria. Tras. Ddanies, A. G.; Reyes, M. V.; Bolivar, G. S., Naulcalpan. México. McGraw-Hill, 760 p., 1981. Kawano, A.; Yee, Ch. L.; Santos, E. D.; Petreche, J. R. D.; Bastos, P. R. M.; Ferreira, S. L. Desenho para Engenharia I. Apostila da USP, 2 a Edição. 1998. Pereira, A. Desenho Técnico Básico. Livraria Francisco Alves Editora S.A. – RJ, 1977. Rhodes, R. S.; Cook, L. B. Basic Engineering Drawing. Addison Wesley Longman Limited, England, 1990. Voraini, A. L. S.; Sihn, I. M. N. Curso de Auto CAD - Release 13. São Paulo. Makron Books, 555 p., 1996. Víctor OG Rosado Desenho Técnico 4 1. INTRODUÇÃO A arte de representar um objeto ou fazer sua leitura por meio do Desenho Técnico é muito importante para o Engenheiro e o Projetista, visto que ele fornece todas as informações precisas e necessárias para a construção de uma peça. Assim, o Desenho Técnico surgiu da necessidade de representar com precisão máquinas, peças, ferramentas e outros instrumentos de trabalho. A principal característica desta disciplina consiste no estudo dos elementos básicos do Desenho Técnico com enfoque na sua execução à mão livre. Os exercícios propostos em aula visam não apenas treinar o aluno na execução do esboço à mão livre, mas objetivam, primordialmente, desenvolver a sua capacidade de visualização tridimensional e de representação da forma. O objetivo desta apostila, resultado da compilação das notas de aula preparadas pelo professor, é auxiliar e fornecer aos alunos um instrumento organizado e conveniente de aprendizagem na disciplina de Desenho Técnico Básico, da Faculdade de Engenharia do Campus de Guaratinguetá da UNESP. Desde a primeira aula incentiva-se ao aluno a praticar o esboço a mão livre e a reproduzir textos com base na caligrafia técnica. A seguir descrevem-se os instrumentos de desenho e o seu manejo. E nos próximos itens, se introduzem os tópicos relacionados com o método de representação pelo sistema de vistas ortográficas, perspectivas, cotagem e escalas, cortes, vistas auxiliares, e finalmente uma introdução ao CAD. 2. FINALIDADE E IMPORTÂNCIA A finalidade principal do Desenho Técnico é a representação precisa, no plano, das formas do mundo material e, portanto, tridimensional, de modo a possibilitar a reconstituição espacial das mesmas. Assim, constitui-se no único meio conciso, exato e inequívoco para comunicar a forma dos objetos; daí sua importância na tecnologia, face à notória dificuldade da linguagem escrita ao tentar a descrição da forma, apesar da riqueza de outras informações que essa linguagem possa veicular. Veja a Figura 1. As aplicações do Desenho Técnico não se limitam à fase final de comunicação dos projetos de Engenharia e Arquitetura, mas ainda cumpre destacar sua contribuição fundamental nas fases de criação e de análise dos mesmos. Adicionalmente, face à dificuldade em concebermos estruturas, mecanismos e movimentos tridimensionais, o Desenho Técnico permite estudá-los e solucioná-los eficazmente, porque permite a sua representação. 3. ESBOÇO À MÃO LIVRE O esboço é aceito, geralmente, como um meio universal e eficaz de comunicação, tanto entre técnicos como entre leigos. Ao fixar-se uma idéia, por meio de um esboço, ela se torna permanente; pode-se, então, aplicar todos os esforços da crítica para analisá-la e toda a capacidade criativa para refiná-la e desenvolvê-la. Veja a figura1. Portanto, na prática o desenho utilizado por Engenheiros e Arquitetos é predominantemente executado à mão livre; pois, uma vez esboçada uma solução, sua complementação e apresentação final constituem, habitualmente, mero trabalho de rotina que pode ser delegado a terceiros. Víctor OG Rosado Desenho Técnico 5 Figura 1. Representação espacial e esboços no plano 4. MATERIAL E INSTRUMENTOS Geralmente, é comum associar-se o Desenho Técnico apenas à execução precisa por meio de instrumentos (régua, compasso, esquadros, etc.), mas ele pode, também, ser executado à mão livre e até mesmo por meio de computador. Cada uma dessas modalidades difere apenas quanto à maneira de execução, sendo idênticos os seus princípios fundamentais. Enquanto o “desenho instrumental” é utilizado em desenhos finais, de apresentação, de cálculos gráficos, Víctor OG Rosado Desenho Técnico 6 de diagramas, etc., o “esboço aa mão livre” é, por excelência, o desenho do Engenheiro e do Arquiteto, pois possui a rapidez e a agilidade que permitem acompanhar e implementar a evolução do processo mental. As oportunidades em que é desejável, ou mesmo necessário, um esboço à mão livre surgem a qualquer momento. O profissional deve estar preparado e treinado para executá-lo, utilizando um mínimo de material que possa sempre trazer consigo. Por isto, é recomendável que os estudantes aprendam a esboçar, evitando o uso excessivo de borracha para apagar as linhas de construção ou os erros. Para tanto, o esboço preliminar deverá ser realizado com traços tão leves que, ao reforçar os contornos definitivos, as linhas de construção percam ênfase, não havendo necessidade de apaga-las. Seja qual for o instrumento utilizado, o estudante deve ser capaz de executar traços firmes e nítidos, com pressão moderada, aprendendo a controlar a intensidade do traço, mais pela pressão do lápis do que pela mudança de dureza da grafite. A borracha deve ser do tipo macio e utilizada o mínimo possível. Entre osequipamentos utilizados no Desenho Técnico Instrumental tem-se: Os esquadros, a régua T, o transferidor, o tecnígrafo, os compassos, o cintel, tira-linhas, as curvas francesas, a régua flexível, a escala triangular, a régua triplo-decímetro, o lápis, lapiseiras e grafites, as pranchetas, a borracha, raspadeiras, gabaritos, os normógrafos, e o pantógrafo. Os principais materiais do desenho técnico são: O papel, o Lápis, a Borracha, e a Régua. O PAPEL é um dos componentes básicos do material de desenho. Ele tem formato básico, padronizado pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Esse formato é o AO (A zero) do qual derivam outro formatos. Veja a figura 2. O formato básico A0 tem área de 1m2 e seus lados medem 841mm x 1.189 mm. Deste formato básico derivam os demais formatos. Veja a tabela 1. Figura 2. Formatos do papel Víctor OG Rosado Desenho Técnico 7 DOBRAMENTO: Quando o formato do papel é maior que A4, é necessário fazer o dobramento para que o formato final seja A4. Efetua-se o dobramento a partir do lado d (direito), em dobras verticais de 185 mm. A parte final a é dobrada ao meio. Veja a figura 3. Tabela 1. Formatos da serie “A” [Unidade: mm] Formato Dimensão Margem direita Margem esquerda A0 841 x 1189 10 25 A1 594 x 841 10 25 A2 420 x 594 7 25 A3 297 x 420 7 25 A4 210 x 297 7 25 Figura 3. Dobramento do papel 5. CALIGRAFIA TÉCNICA Define-se como Caligrafia Técnica aos caracteres usados para escrever em desenho. A caligrafia deve ser legível e facilmente desenhável (Figura 4). A caligrafia técnica normalizada são letras e algarismos inclinados para a direita, formando um angulo de 75o com a linha horizontal. Víctor OG Rosado Desenho Técnico 8 Exemplo de Letras Maiúsculas: ABCDEFHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ Exemplo de Letras Minúsculas: abcdefhijklmnopqrstuvwxyz Exemplos de Algarismos: 0123456789IVX Figura 4. Proporções e exemplos da caligrafia técnica 6. FIGURAS GEOMÉTRICAS Desde o inicio da historia do mundo, o homem tem-se preocupado com a forma, a posição e o tamanho de tudo que o rodeia. Essa preocupação deu origem à Geometria que estuda as formas, os tamanhos e as propriedades das figuras geométricas. A figura geométrica é um conjunto de pontos. A seguir algumas representações de figuras geométricas. Veja a figura 5. Figura 5. Representação de figuras geométricas Víctor OG Rosado Desenho Técnico 9 As figuras geométricas podem ser planas ou espaciais (sólidos geométricos). Uma das maneiras de representar as figuras geométricas é por meio do desenho técnico. Para compreender as figuras geométricas é indispensável ter algumas noções de Ponto, Linha, Plano e Espaço. O PONTO é a figura geométrica mais simples. É possível ter uma idéia do que é o ponto observando: Um furo produzido por uma agulha em um pedaço de papel; Um sinal que a ponta do lápis imprime no papel. O ponto (P) é representado graficamente pelo cruzamento de duas linhas. Veja a figura 6. Figura 6. Representação do ponto A LINHA pode ser curva ou reta. Nesta seção vamos estudar as linhas retas. A Linha Reta ou simplesmente reta não tem inicio nem fim: ela é ilimitada. Na figura 7, as setas nas extremidades da representação da reta indicam que a reta continua indefinidamente nos dois sentidos. Figura 7. Representação da reta A Semi-reta sempre tem origem, mas não tem fim. Observa-se na figura 8, que o ponto A é o ponto de origem das semi-retas. O ponto A da origem a duas semi-retas. Figura 8. Representação de semi-retas P A Víctor OG Rosado Desenho Técnico 10 Segmento de Reta: Se ao invés de um ponto A são tomados dois pontos diferentes, A e B, obtém-se um pedaço limitado de reta. Esse pedaço limitado da reta é chamado segmento de reta AB. Figura 9. Representação do segmento de reta De acordo com sua posição no espaço, a reta pode ser: O PLANO é também chamado de superfície plana. Assim como o ponto e a reta, o plano não tem definição, mas é possível ter uma idéia observando o tampo de uma mesa, uma parede ou o piso de uma sala. De acordo com sua posição no espaço, o plano pode ser: O plano não tem inicio nem fim: ele é ilimitado. Mas é possível tomar porções limitadas do plano e recebem o nome de Figuras Planas. Estas figuras planas têm varias formas e os nomes variam de acordo com sua forma. Veja a figura 10. Figura 10. Representação de figuras planas A B Horizontal Inclinada Vertical Víctor OG Rosado Desenho Técnico 11 7. SÓLIDOS GEOMÉTRICOS As principais características do sólido geométrico são as três dimensões: Comprimento, Largura e Altura. Existem vários tipos de sólido geométrico, e entre os mais importantes tem- se: O Prisma, o Cubo, a Pirâmide, o Cilindro, o Cone, e a Esfera. Veja a figura 11. O PRISMA é formado pelos seguintes elementos: base inferior, base superior, faces, arestas e vértices. Entre os diferentes tipos de prisma tem-se o Cubo. Veja a figura 11. A PIRÂMIDE é outro tipo de sólido geométrico e tem como elementos: a base, arestas, vértices e faces. Veja a figura 11. Existem diferentes tipos de pirâmides e cada tipo recebe o nome da figura plana que lhe deu origem. Figura 11. Representações de sólidos geométricos O CILINDRO é o sólido de revolução cuja figura geradora é o retângulo. O CONE é o sólido de revolução cuja figura geradora é o triângulo. E a ESFERA é o sólido de revolução cuja figura geradora é o circulo. Veja a figura a seguir. Altura Comprimento Largura Víctor OG Rosado Desenho Técnico 12 8. PROJEÇÕES ORTOGONAIS Em desenho técnico, projeção é a representação gráfica do modelo feito em um plano. Existem varias formas de projeção, entretanto a ABNT adota a PROJEÇÃO ORTOGONAL, por ser a representação mais fiel à forma do modelo. Figura 12. Projeções ortogonais no primeiro diedro Cilindro Cone Esfera Víctor OG Rosado Desenho Técnico 13 Para entender, como é feita a projeção, é necessário conhecer os seguintes elementos: O OBSERVADOR (ou Centro de Projeção), o MODELO (ou Objeto), e o PLANO DE PROJEÇÃO. A projeção pode ser: Cônica (ou Central) quando o centro de projeção esta a uma distancia finita da superfície; Cilíndrica (ou Paralela) quando o centro de observação está a uma distancia infinita. Ainda, em relação à superfície plana de projeção, é ORTOGONAL quando as projetantes são perpendiculares; e Obliqua, quando inclinadas. Na ilustração da figura 12, o Modelo (ou Objeto) é representado por um Dado. Observe, que a Linha projetante é perpendicular ao Plano de Projeção. Unindo perpendicularmente os três planos junto com o modelo, tem-se a projeção em três planos. Estas projeções são chamadas VISTAS, conforme a seguir: REBATIMENTO dos três planos de projeção: Quando se tem a projeção ortogonal do modelo, o modelo não é mais necessário e assim é possível rebater os planos de projeção. Víctor OG Rosado Desenho Técnico 14 Com o rebatimento, os planos de projeção, que estavam unidos perpendicularmente entre si, aparecem em um único plano de projeção. Pode-se ver o rebatimento dos planos de projeção, imaginando-se os planos de projeção ligados por dobradiças. Conforme a seguir: Agora imagine, que o plano da Vista Frontal fica fixo eque os outros dois planos de projeção giram um para baixo e outro para a direita, conforme as seqüências a seguir: Na pratica, as vistas do modelo aparecem sem os planos de projeção. As linhas projetantes auxiliares indicam a relação entre as vistas do desenho técnico. Observação: As linhas projetantes auxiliares não aparecem no desenho técnico do modelo. São linhas imaginarias que auxiliam no estudo da teoria da projeção ortogonal. Víctor OG Rosado Desenho Técnico 15 Figura 13. Obtenção das vistas e o rebatimento Neste outro exemplo a seguir (Figura 14), dispondo as vistas alinhadas entre si, tem-se as projeções da peca formadas pela VISTA FRONTAL, VISTA LATERAL ESQUERDA e VISTA SUPERIOR. Víctor OG Rosado Desenho Técnico 16 Figura 14. Seqüências da obtenção das vistas Observação: Normalmente a vista frontal é a vista principal da peca. As distancias entre as vistas devem ser iguais e proporcionais ao tamanho do desenho. 8.1. TERCEIRA VISTA Duas vistas podem não ser suficientes para determinar a forma de um objeto, como mostra o exemplo da figura 15. Neste caso, o problema, admitindo mais soluções, é indeterminado; assim é necessária então a TERCEIRA VISTA. Às vezes, também se o problema fica determinado somente por duas projeções, admitindo uma única solução, pode ser conveniente, de um ponto de vista interpretativo, representar as três vistas fundamentais. Os exercícios de leitura aqui propostos têm a finalidade de habituar o aluno, através da pesquisa da terceira vista, a dar mentalmente forma e volume a um objeto representado somente em duas projeções. (a) Vista anterior e do alto de um sólido; não são suficientes para determinar a forma do objeto; (b) a Vista da esquerda do mesmo sólido admite mais de uma solução. Figura 15. Representação da terceira vista Víctor OG Rosado Desenho Técnico 17 Definições a seguir: 8.2. TIPOS DE LINHAS As linhas empregadas no desenho técnico dividem-se em: Grossa (A e B), Média (C e D) e Fina (E, F, e G). Veja a figura 16. Esta classificação toma por base a linha grossa de 0,5 mm de espessura. Figura 16. Tipos de linhas e seu emprego As linhas empregadas no desenho técnico dividem-se em: Grossa (A e B), Média (C e D) e Fina (E, F, e G). Veja a figura 5. Esta classificação toma por base a linha grossa de 0,5 mm de espessura. Para desenhar as projeções são usados vários tipos de linhas. A seguir descrevem-se algumas delas: Linha para arestas e contornos visíveis: É uma linha continua larga que indica o contorno de modelos esféricos ou cilíndricos e as arestas visíveis do modelo para o observador. Linha para arestas e contornos não-visíveis: É uma linha tracejada que indica as arestas não-visíveis para o observador, isto é, as arestas que ficam encobertas. Linha de centro: É uma linha estreita, formada por traços e pontos alternados, que indica o centro de alguns elementos do modelo, como furos, rasgos, etc. Víctor OG Rosado Desenho Técnico 18 A seguir, um exemplo dos tipos de linha apresentados: Linha de simetria: É uma linha estreita, formada por traços e pontos alternados. Ela indica que o modelo é simétrico. A seguir um exemplo de uma peca simétrica, tanto na horizontal como na vertical, e os tipos de linha apresentados: A seguir um exemplo de uma peca simétrica, apenas em um sentido: Víctor OG Rosado Desenho Técnico 19 Víctor OG Rosado Desenho Técnico 20 EXEMPLOS CORRETOS da Obtenção das Vistas Ortogonais: Víctor OG Rosado Desenho Técnico 21 EXERCÍCIOS: Completar as Vistas com as Linhas que faltam Víctor OG Rosado Desenho Técnico 22 EXERCÍCIOS: Obter a Terceira Vista Víctor OG Rosado Desenho Técnico 23 Víctor OG Rosado Desenho Técnico 24 EXERCÍCIOS: Perspectiva para obtenção das Vistas Ortogonais Víctor OG Rosado Desenho Técnico 25 10. COTAGEM COTAGEM é a indicação das medidas das peças em seu desenho. Para a cotagem de um desenho são necessários três elementos: a) Linha de Cota; b) Linha auxiliar; e c) Cota. Veja a figura 17. Figura 17. Cotagem Linhas de Cota são linhas continuas estreitas, com setas nas extremidades. Nessas linhas são colocadas as cotas que indicam as medidas da peca. A Linha Auxiliar é uma linha continua estreita que limita as linhas de cota. Cotas são numerais que indicam as medidas básicas da peça e as medidas de seus elementos. As medidas básicas são: comprimento, largura e altura. Conforme a ilustração a seguir: comprimento = 50 largura = 25 altura = 15 Víctor OG Rosado Desenho Técnico 26 CUIDADOS na Cotagem: 1. Ao cotar um desenho é necessário observar o seguinte: 2. As cotas guardam uma pequena distancia acima das linhas de cotas. As linhas auxiliares também guardam uma pequena distancia das vistas do desenho técnico: 3. Em desenho mecânico, normalmente a unidade de medida usada é o milímetro (mm), e é dispensada a colocação do símbolo junto à cota. Quando se emprega outra unidade distinta do milímetro (por exemplo, a polegada), coloca-se seu símbolo. 4. Observação: As cotas devem ser colocadas de modo que o desenho seja lido de esquerda para direita e de baixo para cima, paralelamente à dimensão cotada. 5. Sempre que possível é bom evitar colocar cotas em linhas tracejadas Cotas que indicam TAMANHO e cotas que indicam LOCALIZAÇÃO de elementos: Exemplos de peças com elementos: Víctor OG Rosado Desenho Técnico 27 Furo Saliência Rasgo pasante Rasgo não pasante Assim, para fabricar peças como essas é necessário interpretar, alem das cotas básicas, as cotas dos elementos. Veja a ilustração a seguir: onde, A cota 9 indica a localização do furo em relação à altura da peça; A cota 12 indica a localização do furo em relação ao comprimento da peça; e As cotas 10 e 16 indicam o tamanho do furo. Cotas de PEÇAS SIMÉTRICAS: A utilização de linha de simetria em pecas simétricas facilita e simplifica a cotagem, conforme os exemplos a seguir: Sem linha de simetria Com linha de simetria Víctor OG Rosado Desenho Técnico 28 SEQÜÊNCIAS de Cotagem: Víctor OG Rosado Desenho Técnico 29 Víctor OG Rosado Desenho Técnico 30 Quando a linha de cota está na posição inclinada, a cota acompanha a inclinação para facilitar a leitura. Veja a figura a seguir: Porem, é preciso evitar a disposição das linhas de cota entre os setores hachurados e inclinados de cerca de 30o. Víctor OG Rosado Desenho Técnico 31 Cotagem de ELEMENTOS ESFÉRICOS: Elementos esféricos são elementos em forma de esfera. A cotagem dos elementos esféricos é feita pela medida de seus diâmetros ou de seus raios. Segundo a figura a seguir, ESF: Esférico, : diâmetro, e R: Raio. Víctor OG Rosado Desenho Técnico 32 EXERCÍCIOS: Desenhar as três vistas com as respectivas cotas, das Peças dada ao lado. As medidas são em [mm]. Víctor OG Rosado Desenho Técnico33 Víctor OG Rosado Desenho Técnico 34 Víctor OG Rosado Desenho Técnico 35 11. ESCALA ESCALA é a relação entre as medidas da peça e do desenho. A ESCALA é necessária porque nem sempre os desenhos industriais são do mesmo tamanho das pecas a serem produzidos. Assim, quando se trata de uma peça muito grande, o desenho é feito em tamanho menor com redução igual em todas as suas medidas. Quando se trata de uma peça muito pequena, o desenho é feito em tamanho maior com ampliação igual em todas as suas medidas. Escalas usuais: Natural 1:1 (um por um) Redução 1:2 , 1:5 , 1:10 , 1:20 , etc. Ampliação 2:1 , 5:1 , 10:1 , 20:1 , etc. Exemplos: 1. Desenho de um PUNÇÃO DE BICO em tamanho natural: 2. Desenho de um RODEIRO DE VAGÃO, vinte vezes menor que o seu tamanho verdadeiro: 3. Desenho de uma AGULHA DE INJEÇÃO, duas vezes maior que o seu tamanho verdadeiro: OBSERVAÇÃO: A redução ou a ampliação só tem efeito para o traçado do desenho. As cotas não sofrem alteração. Escala em medidas angulares: Em medidas angulares não existe a redução ou ampliação, seja qual for a escala utilizada. Víctor OG Rosado Desenho Técnico 36 13. PROJEÇÃO EM CORTE CORTE significa divisão, separação. Em desenho técnico, o corte de uma peça é sempre imaginário. Ele permite ver as partes internas da peca. Veja a figura a seguir: HACHURA: Na projeção em corte, a superfície imaginada cortada é preenchida com hachuras, conforme a figura. O hachurado é traçado com inclinação de 45o graus, conforme ilustração a seguir: Para desenhar uma projeção em corte, é necessário indicar antes onde a peca será imaginada cortada. Essa indicação é feita por meio de setas e letras que mostram a posição do observador: Víctor OG Rosado Desenho Técnico 37 Víctor OG Rosado Desenho Técnico 38 OBSERVAÇÕES: A expressão Corte AA é colocada embaixo da vista achurada; As vistas não atingidas pelo corte permanecem com todas as linhas; Na vista hachurada, as linhas tracejadas podem ser omitidas, desde que isso não dificulte a leitura do desenho. Hachuras são linhas estreitas que, alem de representarem a superfície imaginada cortada, mostram também os tipos de materiais: Víctor OG Rosado Desenho Técnico 39 MAIS DE UM CORTE no desenho técnico Até aqui foi vista a representação de um só corte na mesma peça. Mas, às vezes, um só corte não mostra todos os elementos internos da peça. Nesses casos é necessário representar mais de um corte na mesma peça. Veja a figura a seguir: Víctor OG Rosado Desenho Técnico 40 Apresenta-se a seguir, o exemplo de desenho em corte e com cotas: MEIO CORTE O meio-corte é empregado no desenho de peças simétricas no qual aparece somente meia- vista em corte. O meio-corte apresenta a vantagem de indicar, em uma só vista, as partes interna e externa da peça. Em peças com a linha de simetria vertical, o meio-corte é representado à direita da linha de simetria, de acordo com a NBR 10067. Na projeção da peça com aplicação de meio-corte, as linhas tracejadas devem ser omitidas na parte não-cortada. Conforme se ilustra na figura a seguir: Víctor OG Rosado Desenho Técnico 41 MEIO CORTE em Vista ÚNICA Em peças com linha de simetria horizontal, o meio-corte é representado na parte inferior da linha de simetria. Víctor OG Rosado Desenho Técnico 42 Ilustração de DUAS REPRESENTAÇÕES em MEIO-CORTE no mesmo Desenho: REPRESENTAÇÃO simplificada de vistas de peças simétricas: Nem sempre é necessário desenhar as peças simétricas de modo completo. A peça é representada por uma parte do todo, e as linhas de simetria são identificadas com dois traços curtos paralelos traçados perpendicularmente à s suas extremidades. Víctor OG Rosado Desenho Técnico 43 Outro processo consiste em traçar as linhas da peça um pouco além da linha de simetria.
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