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TCC ANA CRISTINA

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agradecimentos
Muitas são as pessoas que passaram nessa fase de minha caminhada, que sem eles não teriam significado nenhum, que me ajudaram direto e indiretamente, que são verdadeiros anjos, e que nessa caminhada deixaram comigo suas marcas, saudades e ajuda constante pra eu está onde estou hoje.
Em primeiro lugar, agradecer a Deus, a base de minha caminhada, que nestes quatro anos de longa e dura jornada, me deu forças pra superar os desafios que veio pra me fazer desistir, por sua fidelidade que proveu todas as coisas, onde vi o seu cuidado para comigo.
Agradeço à minha família, que foi meu segundo alicerce, que sempre esteve do meu lado me dando forças e apoio pra não desistir.
Agradeço aos meus amigos que direto e indiretamente, sempre me incentivaram a persistir pelos meus ideais. Aqueles amigos da faculdade, que diante dos problemas que enfrentamos que veio para o nosso crescimento acadêmico, que nos fizeram fortes e não desistir, e sempre estivemos unidos, ajudando um ao outro.
Agradeço a instituição Menino Feliz de Paragominas e toda a coordenação, que abriu as portas desse lindo projeto para meus estágios, grandes profissionais, onde aprendi muito em minha área e fiz grandes amizades naquele lugar, aprendi, vivenciei e compartilhei de minha experiência como futura assistente social e o mais especial que não posso deixar de lembrar, a cada criança que eu convivi, aprendi e amei, estarão guardadas e levarei sempre em meu coração. Meu muito obrigada.
Agradeço a minha querida amiga (assim posso dizer), Assistente social e minha supervisora de campo de estágio Denise, pela experiências e conhecimento transmitido, pelo profissionalismo e competência com a profissão, e que me foi um dos meus grandes exemplos que me impulsionou a ser uma grande profissional, foi muito bom aprender ao seu lado, meu muito obrigada.
Agradeço as minha tutoras presencial,Poliara 
Você deve ser a mudança que deseja ver no mundo”.
(Mahatma Gandhi)
ALMEIDA, A. C. S. Terceiro Setor: espaço ocupacional do serviço social. 2018. 48 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Serviço Social) – Centro de Ciências Empresariais e Sociais Aplicadas, Universidade Pitágoras Unopar, Paragominas, 2018.
RESUMO
Partindo do contexto de que um novo modo de viver se impõe com as transformações sociais que acontecem e com ele, irrompem novas necessidades humanas para responde-las, profissões se reorganizam e buscam estratégias para atuação mais efetiva. Esta pesquisa qualitativa e bibliográfica discute os desafios de atuação profissional em serviço social no terceiro setor. Ao longo do texto é tratado da história do terceiro setor e como espaço ocupacional do trabalho do assistente social, trazendo à tona o enfrentamento a questão social; caracteriza-se também o terceiro setor e como ele tem se configurado dentro de um contexto social, econômico e político. Ao discutir sobre a estruturação social aqui compreendida como primeiro setor( Estado), segundo setor (o Mercado) e o terceiro setor (sociedade civil), o estudo demonstra que a expansão do terceiro setor vem acompanhada de uma retração das responsabilidades do Estado quanto ao oferecimento dos serviços inerentes aos direitos sociais. Nesse cenário é papel do assistente social possibilitar aos cidadãos que vivem em conflitos sociais a reflexão para a capacidade crítica na luta de modificar sua própria realidade. As preocupações quanto à atuação do assistente social vêm do fato de que tem-se limitado sua inserção no setor público e na atuação frente a gestão de políticas sociais, restando-lhe uma inserção cada vez maior no terceiro setor no qual as entidades apresentam instabilidade e dependência de verbas públicas para financiamento. Em contrapartida destaca-se a fragmentação do atendimento ao cidadão por meio das entidades do terceiro setor que atendem a uma demanda restrita e a públicos bem específicos, embora sua atuação seja importante não na substituição mas na complementação de serviços que o Estado não consegue oferecer para toda a demanda. O trabalho do assistente social no terceiro setor consiste em dar os devidos encaminhamentos aos usuários, além de trabalhar na gestão de equipes, conforme o projeto social que é apresentado no decorrer do estudo. Faz-se necessário, compreender a atuação do profissional de serviço social sistematizando e operacionalizando o seu projeto ético político como formulador, executor e gestor de políticas públicas, compreendendo os problemas e as relações sociais na busca de qualidade para os serviços prestados ao terceiro setor. 
Palavras-chave: Terceiro setor. Serviço social. Direitos Sociais
ALMEIDA, A. C. S. Third Sector: occupational area of ​​social work. 2018. 48 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Serviço Social) – Centro de Ciências Empresariais e Sociais Aplicadas, Universidade Pitágoras Unopar, Paragominas, 2018.
ABSTRACT
Starting from the context that a new way of life imposes itself with the social transformations that take place and with it, new human needs arise to answer them, professions reorganize and seek strategies for more effective action. This qualitative and bibliographical research discusses the challenges of professional performance in social service in the third sector. Throughout the text is dealt with the history of the third sector and as occupational space of the work of the social worker, bringing up the confrontation the social question; the third sector is also characterized and how it has been configured within a social, economic and political context. In discussing the social structuring understood here as the first sector (State), the second sector (the Market) and the third sector (civil society), the study shows that the expansion of the third sector is accompanied by a retraction of the responsibilities of the State regarding services inherent in social rights. In this scenario it is the role of the social worker to enable citizens living in social conflicts to reflect on their critical capacity in the struggle to change their own reality. Concerns about the role of the social worker come from the fact that their insertion in the public sector and in the management of social policies has been limited, leaving them an increasing insertion in the third sector in which the entities are instability and dependence on public funds for funding. On the other hand, the fragmentation of citizen service through third-sector entities that meet a restricted demand and very specific publics, although its performance is important not in the substitution but in the complementation of services that the State can not offer all demand. The work of the social worker in the third sector consists of giving the necessary referrals to the users, besides working in the management of teams, according to the social project that is presented during the study. It is necessary to understand the performance of the social service professional by systematizing and operationalizing his political ethical project as a formulator, executor and manager of public policies, understanding the problems and social relations in the quest for quality for the services provided to the third sector.
Keywords: Third sector. Social service. Social rights
SUMÁRIO
91 INTRODUÇÃO	�
91.1. JUSTIFICATIVA	�
111.3 Metodologia	�
111.4 ESTRUTURA DO TRABALHO	�
132 TERCEIRO SETOR	�
132.1 OS SETORES que ESTRUTURAM A SOCIEDADE	�
142.2 HISTÓRICO E CONTEXTO POLÍTICO	�
162.3 AS CARACTERÍSTICAS E A CLASSIFICAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES DO TERCEIRO SETOR	�
192.4 OS PROPÓSITOS DO TERCEIRO SETOR	�
223 O ESTADO, O MERCADO E O TERCEIRO SETOR	�
223.1 O Estado e o terceiro setor	�
253.2 INICIATIVA PRIVADA, OS BENEFÍCIOS FISCAIS E O TERCEIROSETOR	�
263.3 AS OBRIGAÇÕES FISCAIS E O PROCESSO DE LICITUDE	�
294 SERVIÇO SOCIAL NO TERCEIRO SETOR	�
314.1 O PLANEJAMENTO DE PROJETOS SOCIAIS NO TERCEIRO SETOR	�
354.2 OS DESAFIOS DO ASSISTENTE SOCIAL DIANTE DAS CONTRADIÇÕES EXISTENTES NO TERCEIRO SETOR	�
394.3 UM EXEMPLO DE PROJETO DE INSERÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NO TERCEIRO SETOR	�
434.4 A ASSISTÊNCIA SOCIAL NO TERCEIRO SETOR COMO SERVIÇO COMPLEMENTAR	�
465 CONCLUSÃO	�
49REFERÊNCIAS	�
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1 INTRODUÇÃO
	
Nos fins da década de 1970, em função das muitas crises que o capital vinha enfrentando, ocorreram profundas modificações entre estado e sociedade, refletindo assim consequências na vida política, econômica e social da sociedade. Foi o momento onde o estado foi se tornando cada vez mais “enxuto” no trato principalmente com a questão social retirando boa parte de sua responsabilidade e transferindo-a para o chamado “terceiro setor”. O terceiro setor surgiu como uma nova forma de resposta às consequências da questão social, trazendo consigo uma lógica que exalta ações voltadas ao voluntariado, a filantropia e principalmente a responsabilidade social. Diante disso há uma fragmentação, precarização e focalização nas políticas sociais, seguindo de uma descaracterização dos direitos sociais conquistados pela sociedade.
Todas essas transformações ocorridas na sociedade também geram profundas alterações para o serviço social, principalmente no que diz respeito ao mercado profissional do trabalho, aonde o seu maior empregador é o estado. Diante desse quadro há uma configuração dos espaços sócio ocupacional do serviço social exigindo novas formas de atuação para o assistente social, e um desses espaços é o terceiro setor que vem requisitando cada vez mais o profissional dessa área. 
O terceiro setor se configura dentro de um contexto social marcado pela complexidade, incerteza, instabilidade e mudança acelerada, em uma dimensão globalizada e de grande desenvolvimento tecnológico e científico. O terceiro setor será construído a partir de recorte social em esfera: O Estado (primeiro setor), como é transferir suas responsabilidades das questões sociais para o terceiro setor sendo que esse setor seria para resolver os problemas de dicotomia entre público e privado, mercado (segundo setor), que é o causador dos problemas sociais devido as desigualdades que eles causam e a sociedade (terceiro setor) que é o que tem sofrido por conta dos problemas da sociedade civil.
1.1. JUSTIFICATIVA
	A compreensão desta questão a redefinição do papel do estado no Brasil e suas relações com a sociedade delineou novos contorno para o mercado de trabalho de assistente social com novas atribuições, funções, em como requisitos e habilidades, sob novas condições e ralações de trabalho com incidência sobre a autonomia profissional. É de grande relevância compreendermos também como é o processo de trabalho do serviço social no terceiro setor. 
 A compreensão desta questão remete necessariamente as complexidades do contexto histórico a partir da década de 1990 no marco da redefinição do papel do estado no brasil como são desenvolvidas as ações da prática no âmbito das relações sociais, sendo que elas produzem a materialização de seu trabalho. Refletir acerca do trabalho do serviço social nas organizações privadas não lucrativas, com novas atribuições, funções bem como requisitos e habilidades sob novas condições e relações de trabalho com incidências sobre a autonomia profissional.
Desta forma um ponto importante a ser esclarecido neste estudo reside em debater sobre como tem sido a inserção do assistente social no terceiro setor e se, neste espaço, este profissional encontra verdadeira autonomia para desenvolvimento de projetos que contribuem de forma significativa para melhorar a acessibilidade da população aos direitos sociais. 
A pesquisa bibliográfica contribui na produção científica do serviço social lutando com as questões sociais, visando aprofundar o conhecimento teórico sobre as expressões das vulnerabilidades sociais e refletir as formas de enfrentamento das mesmas. 
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 OBJETIVO GERAL
Analisar o processo da participação do profissional de serviço social no terceiro setor
1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Conhecer o histórico do terceiro setor, seus conceitos e características, como papel fundamental e responsável para defender e formular as políticas públicas que provocam vários resultados em diversas áreas, através destas instituições, a importância da atuação dos profissionais em serviço social na sociedade civil; 
- Identificar as possibilidades do processo do terceiro setor e junto com o trabalho desse profissional, em suas diferentes configurações, tendo contato com equipes multiprofissional onde o profissional evidencia sua atuação através das políticas de Assistência Social regulamentada pela LOAS (lei orgânica de assistência social lei nº 8.742/93) e pelo SUAS (Sistema único de assistência social).
- Analisar o papel essencial e a prática do assistente social na contribuição no terceiro setor, na prevenção do enfrentamento das questões sociais, sobre tudo, garantindo a intervenção e buscando a centralização para a concepção e implementação de políticas públicas e a intermediação dos direitos que cada pessoa tem. 
1.3 Metodologia
O presente trabalho de conclusão de curso teve como metodologia escolhida para o desenvolvimento dos estudos, a pesquisa bibliográfica, levantando informações sobre o tema através de artigos de internet, biblioteca virtual livros acadêmicos.
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO
	O trabalho encontra-se estruturado da seguinte forma: no primeiro capítulo realiza-se uma caracterização do terceiro setor, seu histórico, seus propósitos e o conjunto de critérios legais que devem ser satisfeitos para que uma instituição seja classificada dentro desse setor. 
No segundo capítulo aborda-se a relação de parceria que se estabelece entre Estado e terceiro setor, bem como as prerrogativas que são conferidas para a iniciativa privada que mantém entidades voltadas para o oferecimento de serviços que garante acesso a direitos sociais por parte dos cidadãos. 
No terceiro capítulo aborda-se mais especificamente sobre a atuação do Serviço Social e os desafios que se fazem presente no atual contexto. Destaca-se a redução das responsabilidades do Estado para com as políticas sociais direcionadas à sociedade e ampliação da quantidade de serviços sociais geridos pela sociedade civil, discute-se sobre a falta de fiscalização como um desafio que se faz necessário para melhoria e integração dos serviços oferecidos pelas entidades do terceiro setor. Também neste capítulo é apresentada uma experiência de campo do assistente social em uma entidade do terceiro setor evidenciando o quão importantes são os conhecimentos técnicos desses profissionais para o bem desempenho das equipes e oferecimento de um serviço de qualidade aos usuários. 
Nas considerações finais, o estudo aponta sobre as críticas e preocupações existentes por parte dos pesquisadores a respeito da redução das responsabilidades do Estado para com o serviços sociais, além de destacar se a inserção do assistente social no terceiro setor tem oferecido a este profissional a possibilidade de exercer sua prática de forma autônoma visando a construção de uma sociedade democrática. Por fim reflete-se o quão importante é o papel do assistente social em possibilitar aos cidadãos que vivem em conflitos sociais a reflexão para a capacidade crítica na luta de modificar sua própria realidade. Essas modificações da realidade se configuram a partir de uma conjuntura descentralizada, participativa e organizada que envolve as instituições governamentais e não governamentais, priorizando a formação de redes sociais da participação popular.
2 TERCEIRO SETOR
Ao longo deste capítulo procura-se caracterizar o terceiro setor, diferenciando-o do primeiro e segundo setores, além disso realiza-se um históricosobre o surgimento das instituições do terceiro setor no Brasil, evidenciando-se seus objetivos. 
2.1 OS SETORES que ESTRUTURAM A SOCIEDADE
Para que se tenha clareza do terceiro setor é necessário que se conheçam as dimensões do que vem a ser o primeiro setor e segundo setor.
	Tradicionalmente, o primeiro setor se consubstancia na figura do Estado e se exterioriza através de seus entes políticos (prefeitura, governos do estado e distrito federal e presidência da república). Exercem, portanto, função pública. De outro lado, o segundo setor trata-se do mercado, representado pelas empresas, as quais exercem função evidentemente de natureza privada, tem em sua atuação a obtenção de lucro e o enriquecimento individual como mola propulsora de sua atuação. (TACHIZAWA, 2010)
	Por sua vez, em sociedades ditas democráticas, embora o Estado seja direcionado para o direito de todos, a iniciativa privada é de livre concorrência o que faz com que alguns tenham um processo de enriquecimento, enquanto outros permanecem na pobreza. Neste sentido, o terceiro setor, é caracterizado como um conjunto de entidades privadas dotadas de autonomia e personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, constituídas para o desempenho de atividades sociais. Essas instituições geralmente consistem em parcerias entre o Estado e a iniciativa privada e tem como objetivo dar maior acessibilidade da população de baixa renda a Direitos Sociais. (TACHIZAWA, 2010)
	Ao se realizar uma caracterização do terceiro setor, percebe-se que ele é visto como derivado de comparações e finalidades do primeiro setor com a metodologia do segundo, ou seja, composto por organizações que visam a benefícios coletivos, embora não sejam integrantes do governo. São de natureza privada, embora seu objetivo não seja o lucro.
	Fernandes (1999) tem a seguinte caracterização para o terceiro setor: 
 (...) um conjunto de iniciativas particulares com um sentido público(...) encontramos uma variedade de prestadores de serviços que não costumam ser excluídos nos diretórios convencionais dos agentes não governamental. Muitos não estão sequer registrados em qualquer instância jurídica. Trabalham à margem dos controles formais. Outros tem registros institucionais, mas não distinguem entre os serviços com a clareza analítica que se espera das agencias civis. (p. 45)
 
Ao ser realizada a comparação entre os três setores, pode-se dizer que o terceiro setor pretende atuar nas lacunas deixadas pelos setor estatal e privado, tendo como objetivo, a promoção do bem estar social. É conhecido ainda como “setor solidário” sua atuação não visa eximir responsabilidades governamentais, tampouco torna-se substituído dos entes públicos, na sua função precípua, qual seja, a administração pública. 
Ao longo do presente estudo analisa-se a respeito do crescimento desse setor na atualidade, bem como o papel do assistente social no interior destas instituições filantrópicas, o que é visto com receio por autores com Montano (2007), Alencar (2009) e Andrade (2015), que observam um crescimento do terceiro setor aliado a uma retração das responsabilidades do Estado para com as questões sociais, esses aspectos foram discutidos mais pormenorizadamente mais adiante no estudo. 
Antes porém torna-se importante a compreensão sobre o surgimento do terceiro setor no Brasil e o contexto político de cada época, sobretudo no período pós-Constituição de 1988, onde houve crescimento dessas instituições. 
2.2 HISTÓRICO E CONTEXTO POLÍTICO 
Ao realizar um estudo de natureza histórica sobre o surgimento do terceiro setor no Brasil, Fernandes (1999) aponta que as entidades sem fins lucrativos estão presentes na cultura brasileira desde o processo de colonização. Félix (2010) destaca que a primeira instituição deste setor surgida no Brasil foi a Santa Casa de Misericórdia de Santos, criada em 1543. 
Ao realizar uma análise história do terceiro setor, pode-se dizer que, ao longo de todo período de colonização, Brasil Império e período republicano até a década de 1930, o terceiro setor se manifestou apenas sob o enfoque caritativo. Primeiramente se manifestaram sob a forma de associações voluntárias fundadas pela Igreja Católica, que atuavam nas áreas assistenciais, como a saúde e a educação (FELIX, 2010). Embora houvessem princípios de solidariedade envolvidos, as ações eram pontuais e poucos eram os resultados diante de uma população cuja maioria era muito pobre e sem acesso aos direitos sociais. O Estado por sua vez, não manifestava interesse em investir em ações sociais. 
 Mudanças nesse quadro somente aconteceriam por volta de 1930 durante o governo de Getúlio Vargas. Neste período houve uma ênfase maior ao assistencialismo, o que fortificou associações voltadas para esses serviços junto às comunidades. A principal evolução notada é a criança do Conselho Nacional de Assistência Social no ano de 1938, com o Estado assumindo compromissos com as pessoas em risco social e criando parcerias com instituições da época de modo a ampliar sua atuação. (FÉLIX, 2010)
O terceiro momento apontado por Fernandes (1999) no processo de constituição das entidades sem fins lucrativos no Brasil aconteceu na década de 70, em que as instituições de caráter filantrópico e os movimentos sociais, com o apoio da Igreja, tornaram-se porta-vozes de problemas, como a repressão, desigualdade e injustiça social também se nota a ação das mesmas. 
Na perspectiva de Félix (2010) ressalta que esse terceiro momento da evolução do terceiro setor no Brasil é caracterizado pelo processo de mobilização social. Esse processo passa a ser mais evidente a partir da década de 1980, com o fim da intervenção militar e surgimento de movimentos sociais organizados que passaram a pressionar os governantes por maior acesso aos direitos sociais. 
O momento mais importante que determinou um conceito mais apurado sobre cidadania e também o papel que as entidades sem fins lucrativos realizavam na sociedade, se deu com a promulgação da Constituição de 1988, que traçou a elaboração de políticas sociais. A partir disso foram criadas várias leis de incentivo à implantação de entidades sem fins lucrativos de modo que estas trabalhassem no sentido de diminuir as desigualdades sociais. 
Tachizawa (2010) ressalta sobre a maior abertura democrática do Brasil, com a promulgação da Constituição. Principalmente por meio de seu art. 6º a Constituição da República Federativa do Brasil estabeleceu os direitos sociais: educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a Segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados. 
Com a Constituição, o Estado Brasileiro foi efetivamente responsabilizado a cuidar do bem estar de todos os seus cidadãos e especificamente sobre aqueles em risco social, prestar assistência necessária para, com o tempo, adquirirem a autonomia necessária. Embora a partir de então fossem desenvolvidas diversas políticas sociais no intuito de atender às pessoas em risco social, o que se observava era a necessidade de atuar em conjunto com a sociedade no amparo aos mais necessitados. As instituições filantrópicas passam então a receber também maiores recursos do Estado para atuarem. 
Tais organismos sem fins lucrativos atuam de forma complementar, prestando auxilio em diversos setores da sociedade. Fica claro que a lacuna preenchida pelo terceiro está diretamente relacionada à participação cidadã. As ações que se constituem neste espaço são tipicamente extensões da esfera pública não executadas pelo Estado e, em sendo onerosas demais para serem geridas pelo mercado, ficam a mercê da participação da sociedade civil, está por sua vez se organiza de modo a catalisar trabalhos voluntários em substituição aos serviços oferecidos pelo estado via taxação compulsória. (FERNANDES, 1999)
2.3 AS CARACTERÍSTICAS E A CLASSIFICAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES DO TERCEIRO SETOR
Embora as instituições do terceiro setor tenham objetivose ponto de atuação os mais diversos, pode-se dizer que todas elas apresentam como ponto de convergência os princípios de defesa dos direitos humanos, melhoria da qualidade de vida e busca pela cidadania. (HADDAD, 2010)
Costa (2005, p. 5) descreve um conjunto de características que são atribuídas às entidades classificadas dentro do terceiro setor, principalmente quanto à natureza do serviço que desenvolvem:
 - Atuam em uma diversidade e variedade de questões que afetam a sociedade na área da assistência social, da saúde, do meio ambiente, da cultura, educação, lazer, esporte, etc.; ​ 
- Nas áreas da assistência social, educação e saúde, geralmente, prestam atendimento a pessoas e famílias que estão à margem do processo produtivo ou fora do mercado de trabalho; 
- Trabalham na defesa e garantia dos direitos dessa população; ​ 
- São de caráter privado, mas desenvolvem um trabalho de interesse público;
-​ Não têm finalidade de lucro no sentido mercantil da palavra; 
- Não são estatais, embora mantenham vínculos com o poder público. 
Podemos citar como exemplo de organização do terceiro setor, as organizações não governamentais (ONG´s), as cooperativas, as associações, fundações, institutos, instituições filantrópicas, entidades de assistência social e , hoje em dia, também as organizações da sociedade civil de interesse público (OCIP´s). Embora existam diferenças no Estatuto de cada uma dessas instituições, todas elas tem em comum o fato de que prestam para a comunidade, um serviço que deveria ser oferecido pelo Estado e principalmente o fato de que seu objetivo principal é o oferecimento do serviço em si, e não a lucratividade. (FÉLIX, 2010) 
Pode-se dizer que as qualificações para classificação de uma organização como integrante do terceiro setor ganhou um maior escopo a partir da Lei 9.790 de 22 de março de 1999. Essa lei dispõe sobre a qualificação das pessoas jurídicas de direito privado que não possuem fins lucrativos. Além disso, nesta lei são disciplinadas as formas de realização de parcerias, ou seja, os vínculos que são realizados entre o Estado e as instituições do terceiro setor com o intuito de ampliar o acesso aos serviços sociais por parte da população. 
	Dessa maneira, pode-se compreender que o terceiro setor é constituído por organizações sem fins lucrativos e não governamentais que têm como objetivo gerar serviços de caráter público, ficando fora da classificação das chamadas organizações. As entidades se tornam responsáveis pela realização das diretrizes propostas pela organização ou pelo cumprimento da missão estabelecida por aqueles que destinam seus fundos, sem exceder seu orçamento.
De acordo com discussões feitas por Oliveira e Romão (2011) quando se trata de organizações do terceiro setor, há obstáculos de toda ordem, até mesmo de carência de textos que orientem a gestão organizacional, explicitem conceitos, informem como administrar recursos, resolver problemas contábeis e fiscais, enfim que visem ao aprimoramento do trabalho prestado por essas instituições.
De acordo com argumentações de Oliveira e Romão (2011) ainda existem controvérsias sobre quais instituições estão inseridas no terceiro setor, existindo divergências entre os poucos doutrinadores da área em relação às instituições que o compõem. 
Uma das classificações mais bem aceitas e apontadas por Olak e Nascimento (2010) e Oliveira (2011) classificam o terceiro setor como formado por organizações típicas, como, por exemplo: instituições de caridade, organizações voluntárias, organizações de campanha, organizações de arte subsidiada, igrejas, sindicatos, organizações de empregados e organizações secundárias. Dentro destas últimas incluem-se escolas independentes, cooperativas, associação de previdência, associações de amigos e sociedade de seguro mútuo.
Observa-se, portanto, que a principal definição que abriga todas as entidades do terceiro setor é a ausência de fins lucrativos e não governamentais. O principal objetivo destas instituições é gerar serviços de caráter público, ficando fora da classificação das chamadas organizações religiosas, uma vez que no caso específico, a finalidade da igreja não e prestar serviços de caráter público. As igrejas têm finalidade principal de cuidar das questões espirituais, daí algumas pregam a separação entre elas e o estado, até como princípio histórico. 
Para Olak e Nascimento (2010) buscar uma definição clara e objetiva para as entidades sem fins lucrativos não é tarefa fácil. A expressão sem fins lucrativos, largamente usada para designar as entidades fora do contexto do estado e do mercado, não reflete, por si só, o que são e qual o efetivo papel que desempenham no contexto social, econômico e político contemporâneo. Além disso, o próprio conceito de lucro é muito abrangente e, portanto, deve ser muito bem caracterizado. Ter lucro é uma questão de sobrevivência para qualquer tipo de entidade, com ou sem fins lucrativos. A expressão terceiro setor, vem encontrando maior aceitação dentre tantas outras usadas para designar o conjunto de iniciativas provenientes da sociedade, voltadas a produção de bens públicos. 
De acordo com Oliveira e Romão (2011) o conceito de Terceiro Setor, ainda é bastante complexo, até mesmo para os autores que o estão compondo. Existem diversos termos que são utilizados para caracterizar este setor que não é Estado nem mercado e cujas ações são também de interesse público, ou seja, de iniciativas sem fins lucrativos, filantrópicos e voluntárias.
Souza (2004) revela que o terceiro setor é visto como derivado de uma conjugação das finalidades do primeiro setor com a metodologia do segundo, ou seja, composto por organizações que visam benefícios coletivos, embora não sejam integrantes do governo. São de natureza privada, embora não objetivem auferir lucros. As organizações que atuam efetivamente em ações sociais, na busca de benefícios coletivos públicos, que possam ser considerados como de utilidade pública, sendo capazes de auxiliar o estado no comprimento de seus deveres, atentando para as desigualdades vigentes no país e a incapacidade do estado desempenhar com eficiência as atividades que lhe são atribuídas.
2.4 OS PROPÓSITOS DO TERCEIRO SETOR
Para Olak e Nascimento (2010), a responsabilidade gerencial das entidades sem fins lucrativos difere das demais organizações lucrativas. Para ele, a organização sem fins lucrativos, a administração não tem responsabilidade de prover retorno sobre o investimento. Em vez disso, se torna responsável pela realização das diretrizes propostas pela organização ou pelo cumprimento da missão estabelecida por aqueles que destinam seus fundos, sem exceder seu orçamento. 
De acordo com o que é disposto na Lei 9.790/99, uma organização do terceiro setor pode ser qualificada de acordo com sua finalidade. Tal finalidade por ser a prestação de assistência social, promoção da cultura, saúde e educação, defesa e conservação do meio ambiente, promoção da ética, paz e cidadania entre outros. 
De acordo com as descrições de Haddad (2010) embora as organizações do terceiro setor se organizem fora da esfera estatal, possuindo certa autonomia e diretrizes de atuação; cabe ao Estado a sua fiscalização, supervisionando principalmente a aplicação de recursos orçamentários oriundos dos cofres públicos. Se nesse processo de fiscalização for observado descumprimento de normas do contrato, a organização será desqualificada como organização social. 
Exige-se também, de acordo com o que é previsto na Lei 9.790/99 que exista um Estatuto próprio interno defina a observância dos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, economicidade e da eficiência, além da  a adoção de práticas de gestão administrativa, necessárias e suficientes a coibir a obtenção, de forma individual ou coletiva, de benefícios ou vantagens pessoais, em decorrência da participação no respectivo processo decisório. Juntamente com esses aspectos, a legislação ainda determinaque exista a instituição de um conselho fiscal na organização; além da observação de princípios fundamentais da contabilidade nas formas de prestação de contas. O que se pode observar é o fato de que a legislação que regulamenta o funcionamento do terceiro setor no Brasil tem a finalidade de evitar situações fraudulentas, conferindo idoneidade às instituições que se adéquam à norma. 
De acordo com a visão de Olak e Nascimento (2010) uma entidade sem fins lucrativos deve ser pautada em finalidades de melhoria de algum aspecto da sociedade sem visar o lucro como principal aspecto de interesse. 
O lucro não é a razão de ser dessas entidades, mas apenas um caminho pelo qual podem atingir o cumprimento de seus propósitos institucionais. Tal fato significa que a entidade do terceiro setor pode ter lucro, o quesito “sem finalidade lucrativa” repercute à interpretação de que o lucro pode ser convertido nos serviços prestados pela instituição. O lucro somente não deve ser encarado como a finalidade da entidade. (OLAK e NASCIMENTO, 2010, p. 45)
	De acordo com o que pode ser percebido na explicação dada por Olak e Nascimento (2010), uma organização do terceiro setor pode ser lucrativa, porém essa lucrativa, porém esses lucros devem ser revertidos para a ampliação dos serviços que oferece para a comunidade e não para o enriquecimento de seus gestores. Essa definição é o que dá maior segurança ao Estado em transferir recursos públicos para as instituições do terceiro setor, uma vez que estas, tem o compromisso de aplicá-lo na integralidade para o bem da sociedade da qual fazem parte. 
	Olak e Nascimento (2010) continuam suas argumentações esclarecendo a respeitos dos propósitos das organizações do terceiro setor: 
Seus propósitos institucionais, quaisquer que sejam tem como objeto provocar mudanças sociais. Assim, o objetivo ou finalidade da entidade é prestar um serviço à comunidade que possa provocar uma melhoria direta em sua qualidade de vida. Todos os recursos próprios da entidade, bem como as doações recebidas devem ser convertidos para esse fim. (OLAK e NASCIMENTO, 2010, p. 45)
	
Dentro dos pressupostos da Lei 9.790/99 a instituição de termo de parceria é prevista desde que, a partir da consulta aos Conselhos de Políticas Públicas das áreas revelem a necessidade ampliação do serviço, objeto, que conterá a especificação do programa de trabalho proposto pela Organização da Sociedade Civil de Interesse Público. Nesta parceria que se estabelece também são estipuladas metas e resultados a serem atingidos com seus respectivos prazos. 
O patrimônio não pertence aos seus membros ou mantenedores pertence à sociedade como um todo ou segmento dela, cabendo a eles a parcela de participação econômica no mesmo. A entidade sem fins lucrativos, portanto, é um patrimônio social que deve se prestar unicamente em benefício da própria comunidade. Neste caso, tomando-se os princípios da Lei 9.790/99, em caso de dissolução, o respectivo patrimônio líquido será transferido a outra pessoa jurídica qualificada nos termos desta Lei, preferencialmente que tenha o mesmo objeto social da extinta. 
Por sua vez, as contribuições, doações e subvenções são fontes de recursos financeiros, econômicos e materiais dessas entidades.
Para Oliveira e Romão (2011), a característica fundamental entre o terceiro setor e os outros é que nele existe apenas uma ligação muito tênue entre os provedores de fundos, e os usuários. Existem outras características distintivas do terceiro setor como a existência de objetivos vagos, o desempenho é difícil de ser monitorado, as organizações são responsáveis perante muitos patrocinadores, as estruturas administrativas são complexas, o voluntário é ingrediente essencial, os valores precisam ser cultivados e não existe um resultado financeiro para determinar prioridades. 
Segundo Tachizawa (2010), os trabalhos atingidos pelas entidades são bastante diversificados, incluindo como benefidiários desde associações, sindicatos, grupos definidos por religião, como paroquianos, evangélicos, umbandistas, crianças de rua, trabalhadoras etc, até entes de setores marginalizados ou discriminados, como portadores de deficiências físicas, moradores de rua, povos indígenas, mulheres, dentre outros, buscando, no entanto,ajudar a superar a desigualdade social e econômica.
3 O ESTADO, O MERCADO E O TERCEIRO SETOR
Para que se compreenda efetivamente sobre o funcionamento do terceiro setor, é necessário que seja descrita sobre a relação deste com os demais setores que estruturam a sociedade como o governo e a iniciativa privada. 
3.1 O Estado e o terceiro setor
	Ao discutir sobre as relações entre o Estado e o terceiro setor, Andrade (2015) aponta que no Brasil, as iniciativas sociais de amparo à população economicamente vulnerável são recentes, apesar do fato de que, desde o período da colonização, a população brasileira é caracterizada por um grande número de pessoas marginalizadas. Esse autor ressalta que, embora o terceiro setor venha ocupando um espaço cada vez maior nos debates político-sociais, é necessário que se dê com mais clareza sobre sua atuação e principalmente ao fato de que o Estado é responsável pela fiscalização do funcionamento do terceiro setor, assegurando que estas instituições cumpram efetivamente o seu papel social. 
	Haddad (2010) tem a seguinte definição para a atuação do Estado: 
É fato que o Estado moderno tem, de forma inerente, assumido funções e responsabilidades que lhes cabe como ente responsável pelo desenvolvimento econômico e social. Porém, o que se constata na prática é que, posteriormente, estas responsabilidades vem, cada vez mais, sendo devolvidas à sociedade, na busca de uma maior eficiência na prestação dos serviços de interesse público. (p. 26)
	De acordo com a concepção de Haddad (2010), embora Estado brasileiro tenha ampliado as políticas sociais, com maior atenção aos grupos sociais em situação de risco, ainda há que se ressaltar a insuficiência destas ações, o que exige que a sociedade organize-se para suprir as demandas existentes e que não tem sido satisfeitas. 
	Se retomar-se ao período anterior à expansão das entidades filantrópicas como ONGs e OCIPs, pode-se perceber que o Estado tratava-se do promotor exclusivo das políticas sociais, contudo, em virtude da observação de que a demanda era muito superior à capacidade de atendimento oferecida pelo Estado, surgem os movimentos organizados trazendo formas alternativas para atendimento às necessidades sociais. (HADDAD, 2010)
Silva (2007, p. 2), o Estado, chamado de Primeiro Setor, oferece poucas possibilidades para resolver os problemas sociais e preocupa-se mais em intervir na economia para evitar crises econômicas. As empresas privadas, chamadas de Segundo Setor, priorizam a racionalidade econômica, sem considerar a área social. Já o Terceiro Setor surgiu no início da década de 90 e é composto por organizações não governamentais, sem fins lucrativos, que atuam na área social, e que se utilizam tanto de recursos públicos, quanto de recursos privados em benefício público. 
Costa (2005) enumera 3 situações que justificam a ampliação do terceiro setor no cenário brasileiro: 
a substituição gradativa e intencional das funções do Estado de Bem Estar Social pelo chamado Estado Mínimo , resultante da implantação também gradativa da política neoliberal, levando ao sucateamento das políticas sociais públicas. Embora o Estado de Bem Estar Social nunca tenha sido implantado efetiva e amplamente no Brasil, não podemos desconsiderar ações sociais de iniciativa pública , de importante presença no atendimento à questão social brasileira , reforçada, a partir de 1988, pela Constituição Federal seguida de diferentes leis orgânicas relacionadas ao atendimento a diferentes áreas e segmentos , que as promulgaram como dever do Estado e direito de cidadania ;
a legislação social trazida pela Constituição Federal de 1988 e decorrentes Leis Orgânicas que , garantidorasdos direitos sociais e de cidadania , com ênfase na participação popular , implicou na necessidade do reordenamento técnico e administrativo das instituições estatais e da rede privada . Além disso, houve o surgimento cada vez mais atuante e participativo de grupos sociais organizados, buscando fazer valer os direitos e conquistas trazidas por essa legislação . 
o acirramento da questão social : profundas desigualdades sociais , pobreza acentuada, fome , aumento da violência , etc. (COSTA, 2005, p.2)
Trata-se de um setor em franca expansão tendo em vista que a cada dia mais as comunidades necessitam de apoio para conter quadros de desigualdade social. As entidades sem fins lucrativos, portanto, surgem como uma resposta às demandas da sociedade, tendo em vista que as organizações do primeiro e segundo setores se tornam incapazes de conter o avanço da desigualdade social. (SILVA, 2007)
De acordo com a concepção de Haddad (2010) o Estado não abandonou suas funções típicas, uma vez que continua no processo de centralização dos poderes, contudo, a nova tendência mundial é que o Estado se desvincule cada vez mais da figura de produtor de bens e serviços e passe atuar somente como regulador e indutor do desenvolvimento. 
Na visão proposta por Haddad (2010), a expansão do terceiro setor no Brasil tem ocasionado uma nova forma de participação do cidadão na esfera pública. As extensões que acontecem nesse espaço são da esfera pública mas que não foram executadas pelo Estado e, portanto, ficam à mercê da participação da sociedade civil para serem operacionalizadas. 
Andrade (2015) destaca quem embora o Brasil tenha incentivado cada vez mais projetos sociais de amparo às populações em risco social, ainda há uma considerável influência neoliberal nos governos. Nesse sentido, o Estado cuida da economia, eximindo-se da interferência em questões sociais ou terceirizando essa atuação para outros atores como é o caso das instituições filantrópicas. 
Iamamoto (2000) destaca em seus estudos que a construção de um Estado verdadeiramente democrático envolve sua ampliação de responsabilidades quanto aos direitos sociais dos cidadãos. A preocupação dessa autora decorre do fato de que, pela ótica neoliberalista, o que acontece na verdade é uma responsabilização de outros setores da sociedade para com os serviços que o Estado deveria oferecer com qualidade para todos os seus cidadãos. 
Olak e Nascimento (2010) afirmam que um estudo sobre as entidades sem fins lucrativos no Brasil, do ponto de vista legal, remete a um pinçar de leis e normas em diversos dispositivos, desde a constituição federal, leis, decretos, instruções normativas e outros atos normativos. Apesar das recentes mudanças na legislação brasileira, incluindo o novo código civil, entende-se que precisa ser reformulada com urgência, objetivando o fortalecimento, a ampliação e a transparência na aplicação de recursos da sociedade civil organizada.
Oliveira (2011) afirma que o terceiro setor é visto com derivado de comparações e finalidades do primeiro setor com a metodologia do segundo, ou seja, composto por organizações que visam a benefícios coletivos, embora não sejam integrantes do governo. São de natureza privada, embora seu objetivo não seja o lucro.
Almeida (2011) ao descrever sobre as relações que acontecem entre Estado e terceiro setor, argumenta que este deve ser encarado como uma forma de coordenação da atividade socioeconômica. Para tanto o autor destaca que o surgimento das entidades do terceiro setor de justificam principalmente porque fornecem bem públicos em locais que não estão devidamente sendo atendidos pelo Estado. Deve-se ficar atendo à questão de heterogeneidade, ou seja, oferecimento de bens públicos de forma desigual em determinadas realidade em comparação com outras e também ao fato de que as entidades do terceiro setor agem de forma desconexa e fragmentada. 
Almeida (2011) ainda relaciona que é importante a participação dos atores sociais representados pelas entidades sem fins lucrativos no processo socioeconômico, contudo, é preciso ressaltar que, essa nova forma de governança aconteça sob o formado de rede, no qual o Estado é parceiro, mas ao mesmo tempo é um coordenador e organizador da condições de governação. 
Nesse ponto, observa-se que Almeida (2011), ao destacarem como ponto de estudo, o modelo português e Andrade (2015) ao abordar o caso brasileiro, verificam as mesmas falhas, uma vez que o modelo neoliberal não definindo as regras do jogo e simplesmente transferindo funções do Estado para diversos atores sociais. 
3.2 INICIATIVA PRIVADA, OS BENEFÍCIOS FISCAIS E O TERCEIRO SETOR
	Uma vez constituída uma entidade do terceiro setor existem obrigações tributárias as quais encontram-se obrigadas a cumprir conforme a lógica do mercado. Contudo, tendo em vista que o objetivo principal dessas instituições não é o lucro, existem facilidades e isenções de impostos a fim de que seja facilitada sua atuação junto à sociedade. 
Olak e Nascimento (2010) argumentam que a constituição Federal em seu art. 150 que, sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: instituir impostos sobre: Patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros. Templos de qualquer culto. Patrimônio ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais de trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos. E clara a evidência de alguns tipos específicos de ESFL.
Com a carta Magna brasileira de 1988, temos então de maneira mais definida pelo estado brasileiro que há uma necessidade de participação da iniciativa privada em campos de atuação anteriormente sob a guarda privativa do estado. Estão gravados do texto constitucional vigente, no seu art. 3º, os objetivos fundamentais do estado, quando indica: Construir uma sociedade livre, justa e solidária, Garantir o desenvolvimento nacional, Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais, Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. (OLIVEIRA e ROMÃO 2011, p. 29).
É necessário ressaltar que o texto constitucional reconhecer claramente a existência das desigualdades sociais e a necessidade de surgimento de entidades capazes de provocar mudanças e causar maior democracia e acessibilidade de recursos. 
Oliveira e Romão (2011) afirmam que o tributo é uma prestação pecuniária compulsória que não constitui sanção de ato ilícito, instituída em lei cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada, conforme o art. 3º do código tributário nacional. Assim tributo é um gênero, que tem diferentes espécies. Os tributos mais conhecidos são os impostos, a taxa e a contribuição de melhoria.
Segundo Oliveira e Romão (2011) os requisitos básicos para o gozo da imunidade tributária são: não renumerar, seus administradores pelos serviços prestados; aplicar integralmente seus recursos na manutenção e desenvolvimento dos seus objetivos sociais; manter escrituração completa de suas receitas e despesas em livros revestidos das formalidades que assegurem a respectiva exatidão; conservar em boa ordem, pelo prazo de cinco anos, contado da data da emissão, os documentos que comprovem a origem de suas receitas e a efetivação de suas despesas, bem assim a realização de quaisquer outros atos ou operações que venham a modificar sua situação patrimonial.
Segundo Oliveira e Romão (2011) a Constituição Federal retoma o benefício fiscal para a iniciativa privada que participa das funções do estado abraçando as ações de educação e de assistência social, fundamentado expressamente a tributação a iniciativa privada da responsabilidade pela educação no principio de solidariedade humana.
Tachizawa (2010) afirma que a limitação constitucional ao poder de tributar do estado, em face de certas entidades, pessoas, atos e fatos conforme especificadosna constituição a imunidade se justifica por meio da renuncia do estado a parte de sua arrecadação como meio de reconhecimento de sua impossibilidade em prestar determinados serviços a seguridade social.
Nesse sentido, pode-se perceber que a Constituição de 1988 vem para facilitar o desenvolvimento de entidades sem fins lucrativos, utilizando recursos da iniciativa pública e privada com o intuito de construir uma sociedade com maior igualdade. 
3.3 AS OBRIGAÇÕES FISCAIS E O PROCESSO DE LICITUDE 
Segundo Olak e Nascimento (2010) as entidades, inclusive as sem fins lucrativos que,tenham admitido, desligado ou transferido empregado com contrato de trabalho regido pela consolidação das leis de trabalho, devem informar mensalmente ao ministério do trabalho e emprego essa movimentações ocorridas em seu quadro de empregados.
De acordo com Olak e Nascimento (2010) através desse demonstrativo de apuração e contribuição social - DACON são apresentadas à Receita Federal informações referentes à apuração da contribuição para o PIS/ PASEP, inclusive aquela apurada com base na folha de salários, e da contribuição para o financiamento da seguridade social, ambas no regime cumulativo e não cumulativo. Assim as entidades sem fins lucrativos, imunes ou isentas do imposto de renda, também estão obrigadas a entrega do DACON, no entanto, elas estarão dispensadas da entrega quando o valor mensal das contribuições a serem informadas seja inferior a dez mil reais.
Também fazem parte das obrigações aquelas referente à previdência e direitos trabalhistas. Oliveira e Romão (2011) revelam que o fundo de garantia do tempo de serviço e a guia de recolhimento do fundo de garantia do tempo de serviço e informações a previdência social. Incide sobre a renumeração mensal, de cujo o valor calcula-se o percentual de 8% que é depositado em uma conta vinculada do funcionário.
De acordo com Olak e Nascimento (2010) as entidades sem fins lucrativos, com ou sem empregados estão obrigadas a entregar a declaração da rais (Relação Anual de Informações Sociais). A rais deve ser apresentada via internet mediante a utilização do programa gerador de declaração rais, que geralmente e feito no primeiro trimestre do ano seguinte ao ano base.
Oliveira e Romão (2011) afirma que o prazo de entrega do cadastro geral e até o dia 7 do mês subsequente a movimentação de empregados que deve ser entregue antecipado no caso de feriados ou finais de semana. Esta declaração presta informação sobre admissões ou demissões ocorridas no mês anterior a sua entrega. A falta da entrega gera multa imposta pelo ministério do trabalho
Segundo Olak e Nascimento (2010) ao se abordar as obrigações das entidades sem fins lucrativos junto ao Ministério Público, destacando as fundações de direito privado, pois essas devem lhe prestar contas anualmente. Em linhas gerais, ao velar pelas fundações, o ministério público atua de três formas: No momento da instituição da fundação, através do exame e decisão quanto aos seus atos constitutivos. Durante a existência da fundação, fiscalizando-a e também analisando a prestação anual de contas dessas entidades. 
Tachizawa (2010) afirma que o ministério público tem a função da defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, e deve zelar pelo respeito dos poderes públicos e servi-los de relevância pública, aos direitos assegurados na constituição e ainda velar pela proteção ao patrimônio público e social. Para o terceiro setor em especial tem a prerrogativas para investigar o uso de verbas públicas e tomar medidas cabíveis em caso de malverdação de tais verbas. O código civil determina que o ministério público vele pelas fundações, as quais deverão prestar contas de suas atividades, podendo ainda pleitear a dissolução compulsória de associações.
4 SERVIÇO SOCIAL NO TERCEIRO SETOR
O presente texto tem como objetivo principal debater, sobre a forma de atuação do Assistente Social e como o trabalho deste profissional está envolvido nas demandas do terceiro setor, a fim de garantir o exercício de direitos sociais e a construção de uma sociedade mais democrática. 
A profissão de assistente social, bem como outras profissões, como já sinalizado anteriormente surgiu para dar respostas às necessidades sociais, através de seu conhecimento, em detrimento das disputas entre as classes antagônicas regidas pelo capital e nas diferentes formas em que o Estado responde às diferentes conjunturas da Questão Social que se produz e reproduz no processo de acumulação capitalista, por meio de políticas sociais, e são nesses campos das políticas sociais, que se legitimam os espaços sócio-ocupacionais dos/as assistentes sociais. (PORFÍRIO, 2016, p. 34)
Embora existam diversas discussões a respeito do papel que o assistente social desenvolve nas entidades do terceiro setor e considerando que o ideal seria que esse profissional atuasse no Estado no embate capital/trabalho, há que se ressaltar que a iniciativa pública não tem ampliado devidamente o número de vagas para contrato destes profissionais. Desta forma tem-se ampliado o número de profissionais empregado na entidades do terceiro setor. (PORFÍRIO, 2016)
Silva (2008) ressalta que, com a expansão do terceiro setor, essas entidades tem se tornado um campo de trabalho cada vez mais expressivo para os assistentes sociais.Obviamente isso se deve principalmente às competências técnicas desse profissional e em sua capacidade de gerir projetos e programas voltados para as demandas sociais da população. É preciso ressaltar que no interior dessas instituições, os assistentes sociais irão utilizar-se de seus conhecimentos técnicos para darem encaminhamentos adequados aos usuários de um serviço. 
Cabe ressaltar que, de acordo com o pensamento de Iamamoto (2000), o serviço de Assistência Social vem para reorientar a sociedade como um todo rumo a um pensamento marxista, no qual, todos tem os mesmo direitos aos bens sociais como saúde, educação, segurança e bem-estar. Por sua vez, numa sociedade democrática, mas que ao mesmo tempo é marcada pela luta de classes, é comum encontrarmos verdadeiras disparidades sociais, nas quais alguns tem muito e outros não possuem nem o essencial para sua sobrevivência. 
Uma das funções do Serviço Social, na concepção de Iamamoto (2000) é realizar o processo de empoderamento e autonomia dos indivíduos. Isso envolve a inserção das pessoas em situação de vulnerabilidade em programas sociais e, tão logo elas adquiram condições de caminhar sozinhas, o programa social já não é mais necessário em sua vida. 
Em sua considerações sobre a função do Serviço Social na sociedade, Silva (2008) dá os mesmos apontamentos, afirmando que é necessário um compromisso constante principalmente com a classe trabalhadora do Brasil. Em seu aspecto crítico, a atuação do Assistente Social lutar por maior justiça social, aspecto este que tem sido hodiernamente abandonado pelo Estado em sua proposta neoliberal e capitalista. 
Por sua vez, pode-se dizer que o Serviço Social possui um ponto de convergência em seus objetivos quando comparados ao terceiro setor. Ao realizar uma conceituação sobre esse tipo de instituição, Olak e Nascimento (2010) afirmam que as entidades sem fins lucrativos podem ser definidas como instituições privadas com propósitos específicos de provocar mudanças sociais e cujo patrimônio é constituído, mantido e ampliado a partir de contribuições, doações e subvenções e que, de modo algum, se reverte para os seus membros ou mantenedores.Essas instituições tem o mesmo propósito que a profissão do assistente social, ou seja, colaborar com uma verdadeira transformação social, fortalecendo o sentido de democracia, principalmente para a população mais pobre. 
Desta maneira, atuando na sociedade dita democrática, mas ao mesmo tempo injusta com uma parte significativa de seus integrantes, se situa o assistente social. Nesse contexto, Iamamoto (2000) discuteque é muito importante que exista uma proposta de formação do profissional que se concilie com as necessidades dos tempos atuais. Deve-se contar com um profissional que se proponha a criar um novo ordenamento nas relações sociais. O assistente social deve não somente responder às necessidades sociais, como também, responder criticamente aos desafios da realidade social diante das profundas transformações sofridas nas formas de produção e nas classes sociais. 
Um ponto importante da atuação do assistente social é o fato de que, deve-se sempre olhar para o sujeito a partir do qual se dará sua intervenção (SILVA, 2008). Esse olhar para o sujeito, permite compreender sua realidade, suas necessidades e definir a forma mais eficaz de orientá-lo para que tenha acesso aos seus direitos sociais. Não importa se o assistente social trabalha para o Estado ou para o terceiro setor, em ambas as circunstâncias o olhar sobre o sujeito é fundamental. E tal olhar é operacionalizado principalmente por meio da escuta no qual pode ser estabelecido um diálogo que permite uma ação humanizada, que é o foco principal do Serviço Social. 
De acordo com pesquisa realizada por Silva (2008) a respeito da atuação do assistente social dentro das entidades do terceiro setor, afirmam que ela se caracteriza por dois aspectos sendo o ideológico e o gerencial. No caso do aspecto ideológico, o profissional é guiado por intenção humanista no sentido de construir um espaço de trabalho que tenha um impacto positivo sobre a realidade social na qual está inserido. Por sua vez no que tange o aspecto gerencial, o assistente social, organizar modelos, planejar e gerir recursos a proveitando-os da melhor forma possível. 
No caso do terceiro setor, o assistente social tem um trabalho efetivamente reconhecido. Em pesquisa realizada por Silva (2008) pode-se dizer que cobrem um amplo espaço que foi deixado sem cobertura pelos serviços públicos. Ao atuar nesses ambientes o assistente social consiste em consiste em coordenar as equipes de trabalho, buscando possibilitar que os profissionais conheçam mais pormenorizadamente a realidade social dos usuários de um serviço e como os fatores existentes nessa realidade podem influenciar na perda da qualidade de vida e no combate às desigualdades sociais. 
Tendo como fio condutor o trabalho do assistente social junto ao terceiro setor, é necessário destacar como acontece a inserção deste profissional junto a programas e projetos sociais que são desenvolvidos nestas instituições. 
4.1 O PLANEJAMENTO DE PROJETOS SOCIAIS NO TERCEIRO SETOR
A realizar uma conceituação do campo de serviço social, Bravo (2004) argumenta que o mercado exige a inserção de um profissional preparado para diagnosticar e realizar as parcerias necessárias para o atendimento sobretudo à população carente. Nesse sentido, Baptista (2002) complementa que o assistente social, e o próprio profissional precisa fazer uma análise de que não trabalha isolado, de que deve exercer suas ações de educação e promoção dos usuários dentro de uma equipe multiprofissional, articulando ações e serviços.
A atuação do serviço social junto a uma realidade, se torna cada vez mais imprescindível à medida que ocorrem eventos que tornam as pessoas mais vulneráveis ao risco social. Tais eventos podem ser situações agudas oriundas de eventos ambientais que fazem com que as pessoas percam suas moradias por exemplo, ou situações mais crônicas, nas quais as pessoas estão expostas cotidianamente à pobreza e a situações de violência dos mais variados tipos. Em cada tipo de contexto, a situação do assistente social acontecerá de uma determinada forma, o que importa é que esse profissional participe na gestão de recursos e planeje projetos e programas para atuar em cada uma dessas diferentes situações. (TORRES e LANZA, 2013)
É preciso ressaltar que, sendo membro de uma organização do terceiro setor, o assistente social deverá considerar adequadamente sobre o impacto que o projeto por ele proposto terá junto a uma determinada realidade. Neste sentido, o objetivo é obter o máximo de efetividade diante dos recursos que serão empregados. É preciso ressaltar que as instituições do terceiro embora não visem a lucratividade, visam resultados o que exige um processo de avaliação sobre o impacto positivo que um projeto tem sobre uma dada realidade.
Alencar (2009) ao discutir sobre a atuação do assistente social junto às instituições do terceiro setor, aponta que o diferencial nessas instituições é o fato de que elas são voltadas para segmentos e grupos específicos, o que envolve uma seletividade no atendimento social, o que conduz a sentidos e resultados sociais bem distintos de uma realidade para outra. 
Visando a construção de um projeto social adequado, uma intervenção social deve considerar o perfil da realidade na qual o assistente social irá atuar. O conhecimento sobre a realidade das pessoas e o tipo de situação que enfrentam é fundamental para a formulação de projeto de atuação que irá ter efetividade junto a essa população. Torres e Lanza (2013) argumentam que deve-se avaliar se as atividades a serem desenvolvidas serão feitas com pessoas que enfrentam de forma temporária ou permanente as dificuldades econômicas. Outros pontos também importantes tratam das condições de moradia, presença de determinados tipos de doenças, o comportamento manifestado pela população-alvo e seu grau de aceitação pelo serviço social, seu grau de exposição à violência, a presença do crime organizado na região, seu nível educacional e sua capacidade de reação diante da situação de exposição ao risco social. 
A dimensão interventiva presente no exercício profissional mantém estreita relação com a realidade social, com as condições objetivas de vida do usuário e com os determinantes presentes no espaço sócio-organizacional. O reconhecimento desse “espaço” de trabalho do assistente social amplia suas possibilidades interventivas, na medida em que ultrapassa as possibilidades estabelecidas na própria organização que contrata o assistente social. (TORRES e LANZA, 2013, p.203)
Essa análise profunda que é realizada sobe a população-alvo é importante para que o profissional da assistência social desenvolva um programa com um conjunto de ações que vão de encontro às necessidades da população. Trata-se de uma forma de participar ativamente na gestão de políticas públicas visando a aplicação de recursos de acordo com a necessidade, visando prevenir desperdícios dos recursos públicos ao mesmo tempo em que opera no sentido de dar maior autonomia para as pessoas para as quais o projeto se destina. 
A postura assumida revela, inclusive, a compreensão acerca do protagonismo do usuário no trato interventivo. Reconhecer esse protagonismo pode ser uma via de superação do paternalismo que ainda se faz presente no exercício profissional de parcela dos assistentes sociais, como se os usuários precisas- sem ser ouvidos somente por suas queixas e não por sua capacidade e autonomia de decisão. (TORRES e LANZA, 2013)
Ao se abordar a questão da autonomia das pessoas, é preciso ressaltar o caráter temporário de atuação do serviço social junto a uma dada população. A atuação do serviço social junto a classes economicamente desprovidas e expostas ao risco social, não pode tornar essas pessoas permanentemente dependentes da Assistência Social e de seus recursos. Os projetos desenvolvidos com as populações de risco visam o amparo a curto prazo, garantindo recursos essenciais para alimentação, moradia e saúde; como também a médio e longo prazo devem desenvolver ações que deem às pessoas oportunidades de melhoria de vida e sair do risco social. Esse aspecto torna complexo o trabalho do assistente social, ao mesmo tempo em que coloca esse profissional atuando dentro de uma equipe multidisciplinar. 
Dessa forma, pode-se dizer sobre a visão sobre a atuação do Assistente Social é que este profissional deve fazer de sua atuação, a todo tempo, um ato político. Trata-se de um ato político, umavez que as ações voltadas à melhoria da qualidade de vida e retirada de um indivíduo de um estado de vulnerabilidade social, não dependem somente do trabalho do assistente em si, como de outros profissionais que devem trabalhar em conjunto para que isto aconteça. De acordo com Baptista (2002), o profissional da Assistência Social, transforma sua atuação em um processo constante de planejamento, liderando equipes nos setores nos quais atua, para que, assim se atinja um objetivo definido. Em linhas gerais, esse objetivo consiste na formação de uma sociedade mais justa e também com maior igualdade social. 
	No caso, o trabalho do Assistente Social é a busca constante de parcerias com outros profissionais envolvidos e até mesmo com outras instituições que, trabalhando conjuntamente, proporcionam a melhoria da qualidade de vida das pessoas.	As dificuldades de atuação do profissional da Assistência Social são constantes e bem profundas, uma vez que, a preocupação com a produção capitalista e a obtenção de lucratividade cada vez maior é bem mais evidente na sociedade atual do que o investimento em profissionais que se dediquem a cuidar das pessoas desfavorecidas e buscar que a sociedade evolua não somente nos aspectos econômicos como também sociais e solidários. 
	A falta de profissionais no mercado, diante da demanda existente é evidente, mas a aproximação do público-alvo, é o melhor passo para concretizar objetivos da Assistência Social. Nesse sentido, Bravo (2004) destaca que a importância da Assistente Social deve realizar os acompanhamentos necessários, conversar e estimular as participantes e também dar os devidos direcionamentos capazes de efetivar direitos sociais universalizando acesso, equidade e justiça social. 
	Neste sentido, o assistente social está sempre atento à construção coletiva de ações que visam ampliar o olhar sobre as demandas que chegam para serem analisadas. Com as ações de intervenção adotadas na Assistência Social pretende-se, portanto, contribuir com a melhoria da qualidade de vida da população atendida, visando não somente uma atuação utilitarista e unilateral, mas também uma atuação crítica, que busque a universalização e o resgate de direitos sociais de modo a construir uma sociedade não somente rica, mas que também seja justa e solidária. 
4.2 OS DESAFIOS DO ASSISTENTE SOCIAL DIANTE DAS CONTRADIÇÕES EXISTENTES NO TERCEIRO SETOR
	A proliferação de um maior número de instituições do terceiro setor é indicativo de que o Estado tem sido incapaz de responder a todas as demandas sociais da população, transferindo para a iniciativa privada parte das suas obrigações. Nesse sentido, ao ser inserido nas instituições do terceiro setor, o assistente social responde às refrações da questão social por meio do desenvolvimento da filantropia. 
	De acordo com o que argumenta Alencar (2009) é o fato de que, diferentemente de iniciativas públicas que geralmente buscam uma abrangência maior, as ações filantrópicas desenvolvem atividades fragmentadas dentro da esfera social voltados para grupos bem específicos como pessoas sem moradia, desempregados, pessoas com determinada doença crônica. Embora o trabalho com esses grupos tenha uma efetividade e impacto positivo sobre eles, o processo de solidariedade universal, é substituído por iniciativas locais entre os particulares. 
	No trabalho de Porfírio (2016) pode-se perceber diversas falas extraídas do campo do Serviço Social realizado dentro de entidades do terceiro setor que demonstram preocupação. A primeira dessas falas remete sobre a instabilidade de diversas instituições do terceiro setor: 
As ONG´S são instáveis, pois vivem de recursos incertos, alguns vindo do governo e com os atuais cortes fazem com que isso surja com frequência na atuação (demissão, atraso de salário), à respeito da autonomia da profissão por parte da instituição (sigilo profissional, pareceres, código de ética), possuo a autonomia necessária para o se fazer profissional, sem perder o viés critico e atuante. (PORFÍRIO, 2016, p. 30)
	
	O mesmo pode ser percebido no trecho que segue: 
Não há estabilidade, pois ficamos a mercê de pessoas muitas vezes pouco capacitadas para fazer a gestão da organização, isso acaba fazendo com que o emprego esteja muitas vezes ameaçado por algumas pessoas que não conseguem exercer profissionalmente seu cargo de gestor. A autonomia conseguimos ter a custa de muita discussão, pois nos impomos às interferências feitas pelo gestor, do contrário a atuação profissional ficaria prejudicada, porém tenho colegas que em outras organizações não conseguem ter essa autonomia. (PORFÍRIO, 2016, p. 30)
O que mais preocupa e um desafio grande para o serviço social trata-se da descontinuidade das entidades do terceiro setor, que podem vir a interromper um serviço a partir do momento em que não receberem mais repasse do Estado. Perde-se a aportunidade de acompanhar os usuários e saber a efetividade do serviço bem como as demandas futuras. 
Silva (2008) também demonstra sua preocupação com a retração do Estado no que se refere às demandas sociais. Embora a atuação do terceiro setor seja muito importante nesse cenário, ao cobrir as responsabilidades não cumpridas do Estado, esse aumento das entidades do terceiro setor na área social, somente vem para aumentar o que a autora chama de “lucro” do capitalismo. Ainda de acordo com a autora, as principais consequências disso são: 
- Cria uma cultura de ações individualistas; 
- Desarticula a sociedade civil enquanto coletividade, e assim, consegue enfraquecer as reinvindicações; 
- Reduz a responsabilidade pelas políticas públicas no âmbito estadual; 
- Colabora para a criação de um superávit primário em virtude dos cortes nos serviços sociais. 
	 A proliferação das então chamadas ONGs demanda uma absorção maior das questões sociais pela iniciativa privada. Desta maneira, o assistente social, que antes trabalhava diretamente com o Estado com gestor de uma política pública agora é cada vez mais absorvido pelas instituições filantrópicas, atuando em áreas cada vez mais restritas e atendendo grupos cada vez mais específicos. Essa fragmentação recebe críticas de autores como Montano (2007) ao destacar que o Estado, pelo ótica do neoliberalismo tem cada vez mais se desresponsabilizando sua atuação na questão social. 
	É preciso também que exista um processo mais aprofundado de compreensão sobre a gestão do terceiro setor e sua organização como um todo, a fim de se evitar que um número continuamente alto de instituições desenvolvam trabalhos assistenciais sem articulação com o poder público. 
A compreensão do que vem a ser o terceiro setor, suas características, desafios e forma de gestão se constitui em um desafio primordial para todos aqueles que desejam atuar nesse contexto. As transformações políticas, sociais, econômicas e legais, ocorridas ao longo dos últimos vinte anos, determinaram novas diretrizes que trouxeram a necessidade de reordenamento da estrutura funcional e organizacional dessas instituições. Em decorrência, há a necessidade de ferramentas e instrumentos de gestão institucional específicas ao terceiro setor. Fundamentos teóricos e metodológicos da gestão pública e/ ou da gestão empresarial podem contribuir para a construção da gestão do terceiro setor, mas sem a simples transferência e adaptação de conceitos e paradigmas. São contextos diferentes, com características, interesses e objetivos específicos à natureza de cada setor. Por se constituírem em organizações da sociedade civil que atuam com finalidade pública têm a sua especificidade de atuação. Portanto, a gestão institucional no terceiro setor ainda é um processo em construção. (COSTA, 2005, p. 4)
	
Montano (2007) relaciona em suas discussõe que na verdade não tem acontecido uma parceria entre Estado e sociedade civil.O que acontece na verdade é que o Estado repassa uma determinada verba para essas instituições e elas prestam um serviço à comunidade, sem necessariamentepassarem por um processo rigoroso de fiscalização. Existe portanto, uma substituição da responsabilidade estatal pela responsabilidade civil. 
	Um dos desafios que precisam ser superados nesse processo é a tendência de terceirização da prestação de serviços sociais. Com isso, o assistente social que deveria estar atuando na esfera pública, desenvolvendo políticas públicas sociais abrangentes, passa a atuar numa esfera com um assunto mais específico e restrito, como a violência, o auxílio à mulher, à criança e ao adolescente; à saúde, à educação, etc. (SILVA, 2008)
	Ao mesmo tempo, o Estado age como financiador dessas ONGs, tranferindo recursos públicos para que a iniciativa privada assuma os deveres do Estado nas questões sociais. Essa iniciativa, segundo a perspectiva apontada por Montano (2007) reside em economizar gastos para o Estado com a estruturação de setores específicos para cuidar de aspectos sociais, o que exigiria também a contratação de uma equipe qualificada. No caso, das ONGs é muito comum encontrar a prática do voluntariado, no qual os cidadãos solidários dispõe de algum tempo para cuidar de questões sociais. 
	As críticas realizadas por Montano (2007) centram-se principalmente na questão de continuidade do serviço, abrangência e atendimento em rede. Para o pesquisador, as ONGs embora tenham uma clara intenção social, não tem o mesmo alcance de um projeto social desenvolvido pelo Estado, que seja capaz de abranger uma população maior e que atue de forma integrada com outros serviços para possibilitar a autonomia do indivíduo e não somente a resolução de parte de seus problemas. 
	Montano (2007) aponta que, em outra vertente também tem surgido outro ramo de filantropia, com as chamadas empresas solidárias, que promovem investimentos na área social, junto a instituições sem fins lucrativos. Tais ações podem ser também calcadas em interesses econômicos (isenção de impostos) ou estratégias de marketing empresarial. 
	Nesse contexto ainda permeado de dúvidas se a subtituição do Estado pela iniciativa privada em questões sociais é realmente algo interessante, destaca-se a atuação do assitente social junto às instituições do terceiro setor. De acordo com discussões realizadas por Alencar (2009) a principal função do assistente social ao trabalham junto a instituições filantrópicas é realizar o processo de encaminhamento das pessoas que não foram atendidas no serviço público. Esse autor ressalta que o aumento do número de assistentes sociais trabalhando no terceiro setor, bem como a diminuição destes no setor público deve ser visto com preocupação tendo em vista que pode demonstrar uma regressão a práticas caritativas e voluntaristas da profissão. 
	De acordo com a visão de Montano (2007) a filantropia é algo muito importante para a evolução das causas sociais, contudo, o que tem-se observado dentro da sociedade brasileira é o fato de que o aumento da filantropia não vem sendo acompanhado de uma expansão da preocupação do Estado com as causas sociais. Em outras palavras, enquanto a filantropia cresce, promovida pela manutenção de parcerias com o Estado, em outro extremo nota-se uma redução do Estado em responder às questões sociais por meio de políticas públicas efetivas, configurando-se cada vez mais segundo um modelo neoliberal. 
	Silva (2008), ao entrevistar assistentes sociais que são empregados no terceiro setor, destaca que esses profissionais consideram que nesse espaço sua criatividade tem mais possibilidade de ser desenvolvida. Os assistentes sociais que que atuam no terceiro setor e, em outras ocasiões atuaram no serviço público, afirmam que neste, o excesso de burocracia dificulta o acompanhamento sistemático, por sua vez, no terceiro setor, há a possibilidade de construção de vínculos, uma vez que não é um serviço que acontece somente de forma emergencial, mas no decorrer de todo um período. 
	Inserido nesse contexto, o profissional do Serviço Social deve orientar-se pela consolidação de um Projeto Ético-político do Serviço Social. Esse tipo de projeto visa principalmente uma crítica ao modelo da sociedade burguesa buscando estabelecer alianças e parcerias na defesa de valores e princípios comprometidos com a emancipação humana. (RAMOS, 2009)
	A consolidação de um projeto ético-politico na área de Serviço Social também está ligada ao respeito à cultura do usuário. Somente a partir do estabelecimento de um diálogo baseado no respeito poderão ser estabelecidos vínculos capazes de empoderar o usuário de um serviço e conduzí-lo rumo aos seus projetos de vida. (SILVA, 2008)
Por sua vez, a atuação do Assistente Social mostra que este profissional deve fazer de sua atuação, a todo tempo, um ato político. Trata-se de um ato político, uma vez que as ações voltadas à melhoria da qualidade de vida e retirada de um indivíduo de um estado de vulnerabilidade social, não dependem somente do trabalho do assistente em si, como de outros profissionais que devem trabalhar em conjunto para que isto aconteça. 
	Com isso, não se pode permitir que a inclusão cada vez maior do assistente social no terceiro setor, venha acompanhada de sua visão reducionista da atuação profissional. É necessário que os profissionais que ocupam tais espaços, ao invés de legitimar a lógica burguesa de sociedade, efetivem atuações profissionais críticas que envolvam a emancipação política dos sujeitos. Caso esse posicionamento não seja realizado o Serviço Social corre o risco de perder espaço privilegiado de sua atuação profissional sendo ligado apenas a ações fragmentadas e caritativas. 
	Silva (2008) ao realizar ums pesquisa com assistentes sociais que atuam em entidade do terceiro setor, destaca que o trabalho desse profissional perpassa todos os campos da entidade contribuindo com a coesão da equipe, com a formação de profissionais e agregando à sua prática o conhecimento de outras áreas. Desta maneira, ao longo do próximo tópico, destaca-se uma experiência prática de atuação do assistente social a partir de sua atuação em uma entidade do terceiro setor da área de saúde. 
4.3 UM EXEMPLO DE PROJETO DE INSERÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NO TERCEIRO SETOR
	Ao longo deste texto procura-se ampliar as discussões sobre o papel do assistente social no terceiro setor, a partir da inclusão de um relato de caso, no qual se destaca a atuação desse profissional junto à equipe de um Santa Casa de Misericórdia do Estado do Pará. 
	Destaca-se ao longo do texto a inserção do assistente social como coordenador de um projeto voltado à saúde da gestante que utiliza os serviços da instituição de saúde em questão. 
O processo de condução do projeto, por meio do qual houve materialização das atividades foi por meio de conhecimento das gestantes atendidas, com deslocamento até suas residências, preenchimento de questionário socioeconômico e conhecimento sobre sua realidade com facilidades e dificuldades para participarem do projeto de atenção integrada. Por sua vez, as conversas entre as gestantes com a Assistente Social são utilizadas como uma oportunidade conferida ao grupo para que estas conheçam seus direitos e saiam de possíveis situações de vulnerabilidade social, aprendendo como obter ajuda junto aos serviços da administração pública voltados principalmente para sua saúde. 
Essa primeira parte do desenvolvimento do projeto, enquadrou-se dentro das diretrizes que Lobosque e Souza (2006) discutem sobre a importância de uma intervenção adequada na área psicossocial, criando um serviço de saúde mais humanizado e integralizado. É preciso que seja levado em consideração sobre a individualidade de cada sujeito atendido no serviço de saúde, ou seja, no caso em questão, como cada gestante compreende a gravidez em sua vida, tendo em vista que, para algumas pode ter sido um filho planejado, em outros casos não. 
Cabe aqui ressaltar que todas as gestantes tiveram atendimento quinzenal no setor de Pré-Natal da Santa Casa de Misericórdia. A Assistente Social, por meio das conversas com as gestantes, trabalhou

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