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Diagnostico Rural

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Introdução 
Diagnóstico Rural Participativo e diagnóstico rápido são um conjunto de técnicas e ferramentas que permite que as comunidades façam o seu próprio diagnóstico e a partir daí comecem a auto gerenciar o seu planeamento e desenvolvimento. O Diagnostico Rural Participativo e Diagnostico rápido pretende desenvolver processos de pesquisa a partir das condições e possibilidades dos participantes, baseando-se nos seus próprios conceitos e critérios de explicação. A intervenção das pessoas que intermediam o DRP deve ser mínima, de forma ideal que iniciem um processo de auto-reflexão sobre os seus próprios problemas.
No final da década de 70 o fracasso da transferência tecnológica causou uma mudança radical de estratégias de trabalho, no conhecimento das condições locais dos grupos beneficiários e os instrumentos clássicos de pesquisa deram lugar a novos conceitos participando das teorias e metodologias da educação popular. As vantagens do DRP e DR põem em contacto directo com os que planejam; facilitam o intercambio de informação e a verificação desta por todos os grupos da comunidade. 
DRP como metodologia aponta multidiciplinariedade, ideal para estabelecer nexos entre sectores; as ferramentas servem para identificar aspectos específicos do género; facilita a participação de todos na comunidade.
O presente tem como objectivo compreender o diagnostico rural participativo e diagnostico rápido.
Diagnostico participativo 
O Diagnóstico Rural Participativo (DRP) é um conjunto de técnicas e ferramentas que permite que as comunidades façam o seu próprio diagnóstico e a partir daí comecem a auto gerenciar o seu planeamento e desenvolvimento. Desta maneira, os participantes poderão compartilhar experiências e analisar os seus conhecimentos, a fim de melhorar as suas habilidades de planeamento e acção. Embora originariamente tenham sido concebidas para zonas rurais, muitas das técnicas do DRP podem ser utilizadas igualmente em comunidades urbanas (VERDEJO, 2006).
Para GOMES et al (2001), o conceito de participação, no âmbito dos processos de diagnósticos e planeamentos participativos, pressupõe divisão de poder no processo decisório, passando pelo controlo das partes sobre a execução e a avaliação dos resultados pretendidos. Ou seja, participar, neste caso, é tomar parte das decisões e ter parte dos resultados.
Nesse contexto recente de promoção da participação popular na construção de políticas públicas se destaca o surgimento de uma infinidade de técnicas e metodologias participativas para diagnosticar e, especialmente, planejar as novas propostas para o desenvolvimento socioeconómico do país. Uma grande quantidade de siglas que representam novas metodologias surge a cada dia, em que cada profissional defende sua técnica ou metodologia como sendo a mais perfeita e abrangente entre todas as outras (BROSE, 2001). 
De acordo com SOUZA (2009) um processo participativo deve proporcionar a oportunidade de auto-avaliação de si e da cultura do grupo a que pertence, capacidade reflexiva sobre os efeitos de vida quotidianas, capacidade de criar e recriar não somente objectivos materiais, mas, também, e, fundamentalmente, criar e recriar formas novas de vida e de convivência social (SOUZA, 2009: 36). 
No âmbito dessa miríade de metodologias se encontra o DRP (Diagnóstico Rápido/RuralParticipativo), com origem nos trabalhos de Robert Chambers, nos Estados Unidos. A metodologia prega, além da maior rapidez na obtenção de dados importantes para a promoção do desenvolvimento socioeconómico de populações rurais, a participação activa dos beneficiários envolvidos no processo e uma multidisciplinaridade técnica. 
O DRP tem sido utilizado, cada dia mais, por diversas entidades e organizações em processos de diagnóstico e planeamento rural. Ganhou destaque, entretanto, com o advento da luta pela terra e o surgimento de uma infinidade de assentamentos rurais em todo o país, nos quais a metodologia se tornou quase que de utilização obrigatória para o diagnóstico e planeamento socioeconómico. 
Diagnóstico Rápido/rural Participativo (DRP): algumas técnicas utilizadas nos assentamentos rurais 
Um processo participativo deve proporcionar a oportunidade de auto-avaliação de si e da cultura do grupo a que pertence, capacidade reflexiva sobre os efeitos de vida quotidianos, capacidade de criar e recriar não somente objectivos materiais, mas, também, e, fundamentalmente, criar e recriar formas novas de vida e de convivência social. As técnicas de diagnóstico e planeamento participativo devem valorizar, por sua vez, o processo de obtenção de informações. É importante que este processo seja, ele mesmo, um factor de formação e discussão política no seio da comunidade. Os dados devem ser utilizados, principalmente, pela própria comunidade. 
O DRP deve, também, valorizar o processo de execução do diagnóstico e planeamento, mas, de acordo com PRETTY et al (1995), o DRP precisa respeitar, ainda, as seguintes características: o reconhecimento de que as populações carentes são criativas e capazes, devendo os técnicos agir como facilitadores; uso de técnicas que permitam maior visualização e um maior compartilhamento das informações, citando como exemplo: a confecção de mapas e diagramas;
a importância do comportamento dos técnicos; a efectiva participação dos agricultores na pesquisa; e, a obtenção de informações sobre o meio rural, a partir do conhecimento das comunidades, de uma maneira rápida e efectiva.
Para CHAMBERS & GUIJT (1995), deve-se aprender a ver o processo como um dos produtos do DRP. Ele deve ser considerado mais que o simples exercício de diagnóstico e colecta de dados. O DRP não pode ser considerado apenas um pacote de técnicas a serem utilizadas indiscriminadamente. Sua principal característica reside no fato de representar uma metodologia aberta, sobre a qual pode-se construir novos caminhos e técnicas. 
No sentido de entender algumas das técnicas e sua real possibilidade de diagnosticar e planejar de forma participativa e emancipativa, são destacadas abaixo as seguintes técnicas testadas nos assentamentos citados: análise de fontes secundárias; entrevista não estruturada (diálogo); entrevista semi-estruturada; mapeamento participativo; calendário sazonal; entra e sai; caminhada transversal; rotina diária; diagrama de venn; e, matriz de realidade/desejo. 
Lembra-se, como ressalta GOMES (2001), que estas técnicas não devem ser interpretadas como um pacote fechado, pois a simples aplicação das mesmas não torna participativo o processo de levantamento da realidade. 
Os diferentes níveis de participação são: 
Passividade, fonte de informação, 
Consulta participação a base de incentivos matérias, 
Participação funcional, participação interactiva, auto-ajuda.
Os sete passos utilizados na preparação de um DRP:
Fixar o objectivo do diagnóstico;
Seleccionar e preparar a equipe mediadora;
Identificar participantes potenciais;
Identificar as expectativas dos participantes no DRP;
Discutir as necessidades de informação;
Seleccionar as ferramentas de pesquisa;
Desenhar o processo do diagnóstico.
Existem quatro factores que influenciarão no grau de participação da comunidade na elaboração do DRP junto com a equipe de moderação: 
Programação e convocatória;
Localização;
Materiais;
Cronograma.
Diagnostico rápido 
Uma vez que partilham grande parte dos seus métodos de trabalho e técnicas. No entanto, como expressam suas denominações de "rápido" e "participativo", ambas apresentam importantes diferenças teóricas em termos de sua finalidade, o papel desempenhado pelo agente externo e o uso e controle das informações obtidas. 
CHAMBERS (1992), O Diagnostico Rápido é uma abordagem mais extractiva (embora não tanto quanto as outras convencionais em que a população não participa); isto é, agentes externos actuam como pesquisadores que usam certas técnicas para colectar informações sobre seu conhecimento e situação da população. 
Essas informações são usadas por esses agentes paraprojectar projectos de desenvolvimento com base nos objectivos que eles determinam, sem que a população local defina suas prioridades em relação ao projecto. Em suma, é um método de colecta de dados que, devido à sua velocidade, é eficiente em termos de tempo e custo.
Pelo contrário, o DR tem como reivindicação não apenas a mera colecta rápida de dados, mas estimular um processo de empoderamento da população por meio de sua participação, algo que requer mais tempo. Nesse caso, o agente externo actua não como pesquisador, mas como facilitador, e as informações obtidas são analisadas e gerenciadas pela própria população local, que determina com suas prioridades o desenho dos projectos.
A filosofia, a abordagem e os métodos que compõem a o diagnostico rápido  foram desenvolvidos no final dos anos 70 no Instituto de Estudos de Desenvolvimento da Universidade de Sussex , sob o impulso de três motivações.  
Primeiro, descontentamento com a maneira como especialistas externos foram para as áreas rurais dos países em desenvolvimento, fazendo visitas superficiais e usando métodos incapazes de capturar a complexidade de seus problemas. 
Segundo, a insatisfação com os métodos de pesquisa baseados em questionários, que, além dos longos e pesados, ofereciam dados difíceis de usar e pouco confiáveis.  
Terceiro, o crescente reconhecimento do valor prático que o conhecimento da população rural contém para a análise da realidade e para o desenho de projectos por técnicos externos de desenvolvimento.
O diagnóstico rápido é baseada no princípio da "ignorância ideal", ou seja, não é necessário aprender tudo, mas o importante é obter informações confiáveis, precisas e directas da população, sobre as circunstâncias e condições da mesma. de seus arredores. Para esse fim, deu uma contribuição importante no aprimoramento das técnicas de entrevista, utilizando, por exemplo, informantes locais importantes, entrevistas semiestruturadas ou triangulação (uso de fontes adicionais para contrastar as informações).
 
 
Conclusão 
Uma postura mais dialéctica diante do trabalho com comunidades rurais nos remete a uma prática profissional e social menos alienada e um pouco mais consistente, tanto em seu processo como nos resultados obtidos. Nesse contexto, é condição prévia a compreensão da educação como prática social de conscientização e libertação. Nesse sentido, o ponto de partida é que busquemos entender a educação, dialecticamente, como um processo e não como algo estático e fixo. 
Este processo deve permitir que estejamos constantemente “aprendendo e reaprendendo”, “criando e recriando” nosso próprio processo de desenvolvimento e sobrevivência.
Da mesma forma, o processo de diagnóstico e planeamento em comunidades rurais e, especificamente, em assentamentos de reforma agrária, deve promover a libertação e a emancipação dos atores envolvidos. Entende-se que metodologias desenvolvidas “de cima para baixo” estão ultrapassadas nesse contexto. É importante que o povo participe activamente no planeamento de sua própria existência. 
Nesse sentido, entende-se que as metodologias participativas e, especialmente, as técnicas de DRP têm muito a contribuir. Tais técnicas e metodologias não devem, contudo, repetir os erros do passado. Devem mostrar-se realmente participativas, promovendo o protagonismo dos atores sociais.
Referências bibliográficas
AZEVEDO, R.A.B. Diagnóstico Rápido Preliminar de seis unidades produtivas dos pequenos agricultores do Vale do Gaporé, Pontes e Lacerda, Mato Grosso: A visão dos agricultores. Mato Grosso. 2005.
BORDENAVE, J. E. D. O que é participação. 1. São Paulo: Brasilense, 1983. (Coleção Primeiros Passos, 95). Bosques, Arboles y Comunidades Rurales, Quito: FAO, n. 26, p. 4-14, 1995.
CHAMBERS, R. Avaliação Rural: Rápida, Relaxada e Participativa, IDS Discussion Paper, No. 311, Instituto de Estudos de Desenvolvimento, Universidade de Sussex, Brighton. 1992.
GOMES, M. A. O. et al. Diagnóstico Rápido Participativo (DRP) como mitigador de impactos socioeconômicos negativos em empreendimentos agropecuários. In: BROSE, M. Metodologia participativa: uma introdução a 29 instrumentos. Porto Alegre: Tomo Editorial, p. 63-78, 2001.
PRETTY, J.; GUIJT, I.; THOMPSON, J.; SCOONES, I. Participatory learning and action: a.
SCHÖNHUTH, M. e U. Kievelitz. Diagnóstico rural rápido; Diagnóstico rural participativo. Métodos participativos de diagnóstico e planeamento na cooperação para o desenvolvimento. Uma introdução comentada, GTZ, Eschborn (Alemanha). 1994.
SOUZA, Murilo Mendonça Oliveira de. A utilização de metodologias de diagnóstico e planejamento participativo em assentamentos rurais: o diagnóstico rural/rápido participativo (DRP). Em Extensão, v.8, n.1, p. 34-47, 2009. 
VERDEJO, M.E. Diagnóstico Rural Participativo: Guia Prático DRP. Brasília: MDA/ Secretaria de Agricultura Familiar, 2006. 62p.

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