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teorico economia e direito da economia 3

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Economia e 
Direito Econômico
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Dr. Júlio Cesar Gomes
Revisão Textual:
Prof.ª Esp. Kelciane da Rocha Campos
Macroeconomia
• Conceito de Economia;
• Introdução às Contas Nacionais;
• Componentes do Produto Interno Bruto;
• Inflação;
• Políticas Econômicas.
• Analisar os grandes agregados econômicos, numa perspectiva de longo e curto 
prazo, e seus impactos para a sociedade;
• Caracterizar a participação do Governo na economia;
• Descrever as políticas econômicas: Fiscal, Monetária e Cambial.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Macroeconomia
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você 
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão 
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e 
de aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Macroeconomia
Conceito de Economia
O termo economia está atrelado à palavra oikonomia, (do grego oikos = casa, 
nomos = lei). Era, em seu início, considerada uma ciência que administrava a co-
munidade doméstica. Alguns autores creditam o surgimento do termo a Xenofontes 
(430-355 a.C.) e Aristóteles (384-322 a.C.), porém o seu primeiro registro formal 
foi encontrado na obra do teólogo clássico São Tomaz de Aquino (1225-1274), que 
chamava de economos as pessoas que administravam os bens, as rendas e as despe-
sas domésticas. Com o avanço e progresso da sociedade, a economia se expandiu e 
rompeu os muros da administração doméstica.
De acordo com Adam Smith (1983), economia pode ser definida como o estudo do 
processo produtivo, distribuição, circulação e consumo dos bens e serviços. Atualmen-
te, Economia pode ser conceituada como a ciência que estuda a melhor alocação dos 
recursos disponíveis, dado que os recursos são escassos (esgotáveis) e nossas necessi-
dades ilimitadas (inesgotáveis).
Divisão do Estudo da Economia
Para Vansconcellos (2012), o campo de conhecimento da economia é único, mas 
como o estudo pode variar de acordo com o interesse e método de abordagem, pode-
-se dividi-la em duas grandes áreas do conhecimento:
Microeconomia: analisa o comportamento dos produtores e dos consumidores no 
mercado em que atuam. Ocupa-se, também, da formação do preço e da quantidade 
de equilíbrio necessária para tornar o mercado harmonioso para os agentes (produto-
res e consumidores) atuarem. Este mercado é bastante conflituoso, porque enquanto 
o consumidor deseja comprar determinado bem ou serviço por um preço baixo, os 
produtores procuram vender este mesmo bem ou serviço pelo maior preço possível.
Macroeconomia: analisa o comportamento dos grandes agregados econômicos, 
tais como Produto Interno Bruto (PIB), nível de investimento, inflação, desemprego, 
desenvolvimento econômico e fluxo de capitais internacionais, com o objetivo de for-
mular Políticas Econômicas de curto e de longo prazo necessárias para o bom desem-
penho da economia.
Nesta Unidade, vamos estudar a macroeconomia, ou seja, o comportamento dos 
grandes agregados econômicos.
Diferentemente do estudo da microeconomia, em que utilizamos a condição coe-
teris paribus para analisar as variáveis isoladamente, no estudo macroeconômico será 
analisado como uma variável interfere ou reflete sobre as outras variáveis.
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Introdução às Contas Nacionais
O nível de produção de um país é mensurado de acordo com a sua atividade econô-
mica. De maneira geral, pode-se afirmar que o nível de produção de um país pode ser 
medido de acordo como são remunerados os fatores que compõem o Produto Interno 
Bruto (PIB), que é o índice utilizado para quantificar a atividade econômica de um país. 
O diagrama do fluxo circular facilita o entendimento da remuneração dos fatores:
Mercado de Produtos
EmpresasFamílias
Mercado de Fatores
de Produção
Fluxo de Bens e Serviços
Gasto($) (=PIB) Receitas($) (=PIB)
Salários, Aluguéis, Juros
e Lucros($) (PIB)
Renda($) (=PIB)
Bens e Serviços Comprados
Terra, Capital, Trabalho
e Empreendedorismo
Bens e Serviços Vendidos
Insumos para a Produção
Fluxo de Dinheiro
Figura 1
Fonte: Adaptado de Mankiw, 2012
Note que são basicamente dois agentes: famílias e empresas. Segundo Vasconcellos 
(2012), as famílias são detentoras dos fatores de produção e os cedem para a empresa 
em troca de uma remuneração. As empresas utilizam os fatores de produção e dentro 
de poderosas unidades de produção, denominadas firmas, se utilizam dos fatores de 
produção, capacidade instalada e tecnologia para transformar os fatores de produção 
em produtos intermediários, aqueles que serão utilizados em novos processos produti-
vos por outros setores e empresas ou produtos finais, aqueles que já estão prontos para 
o consumo. As famílias de posse da renda, oriunda da cessão dos fatores de produção 
para as empresas, utilizam-na para a aquisição dos bens finais (tangível - uma geladeira, 
por exemplo) e/ou serviços (intangível - o pagamento dos honorários de um advogado, 
por exemplo). Desta forma, a remuneração volta para as empresas, que são capazes 
de fazerem novos investimentos e desenvolverem novos processos produtivos.
9
UNIDADE Macroeconomia
Podemos calcular a produção do país por três óticas diferentes: sob a ótica da ren-
da, sob a ótica da despesa ou dos gastos e sob a ótica da produção.
Ótica da Renda – Receita Interna Bruta (RIB) - refere-se à remuneração dos fatores 
que participam do processo de produção. Pode-se calcular a RIB somando-se: salários 
+ aluguel + juros + lucros. Se o Governo for incluído na análise, devem ser acrescen-
tados os impostos, que são fonte de renda do Governo.
Ótica da Despesa ou Gastos – Despesa Interna Bruta (DIB) - refere-se aos gastos dos 
agentes que compram a produção.
Ótica da Produção – Produto Interno Bruto (PIB) – considera todos os produtos 
e serviços produzidos na economia. De acordo com Mankiw (2012), o conceito do 
PIB é o somatório de todos os bens e serviços finais produzidos internamente no 
país em determinado período de tempo. Vale lembrar que essa medida exclui os 
produtos intermediários, com a finalidade de evitar a contabilização em duplicidade. 
Ressalta-se, também, que bens usados não devem ser contabilizados,porque já o 
foram na época de sua produção; desta forma, se uma pessoa adquire, no ano de 
2018, um carro ano 2015, não deverá ser contabilizada esta despesa no PIB de 
2018, pois já foi contabilizada em 2015.
Apesar de Mankiw (2012) considerar somente duas óticas, a da renda e a da des-
pesa, pode-se calcular a produção do país por três óticas diferentes porque a teoria 
econômica considera que numa economia a receita deve ser igual à despesa. Isto 
significa que, para cada transação de compra e venda, temos os dois agentes - o ven-
dedor (RIB) e o consumidor (DIB), e o produto (PIB) que está sendo comercializado 
entre as partes.
Para eliminar as distorções causadas por aumentos dos preços ocasionados tanto 
na RIB, quanto na DIB, convencionou-se utilizar o PIB para mensurar a atividade eco-
nômica. Isto é fácil de explicar: se consideramos um aumento de preços de 100% em 
determinado ano e analisarmos o crescimento da atividade econômica pela ótica da 
receita ou despesa, podemos dizer que dobrou a atividade econômica, mas se formos 
considerar os produtos efetivamente produzidos, constataremos que a produção não 
aumentou, e sim apenas os preços dos produtos. Se for utilizada a DIB ou a RIB para 
mensurar o crescimento da economia, deve-se analisar se houve ou não aumentos de 
preços e retirar a variável inflacionária da análise.
Ao passo que se for utilizado o PIB, analisa-se a produção de um determinado 
ano em comparação a outro. Assim, se a produção aumentou em relação ao perí-
odo anterior, diz-se que ocorreu crescimento econômico e se a produção diminuiu, 
constata-se que houve uma retração da atividade econômica, isto é, a economia 
cresceu a taxas decrescentes.
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Componentes do Produto Interno Bruto
Os componentes do PIB são os seguintes.
Consumo: é a despesa das famílias destinada à aquisição de bens e serviços. Os 
bens se referem a parte das despesas das famílias e podem ser divididos em bens durá-
veis e não duráveis. Os bens duráveis são aqueles tangíveis, isto é, aqueles que se pode 
ver e tocar, e que duram vários ciclos produtivos, como, por exemplo, um fogão, um 
automóvel ou uma geladeira. Já os bens não duráveis também são tangíveis, porém 
são aqueles que não duram por vários ciclos produtivos, como, por exemplo, alimen-
tos, produtos de limpeza ou remédios. Os serviços dizem respeito a bens intangíveis 
e são considerados os serviços, de maneira geral, tais como o trabalho de uma babá, 
um plano de saúde, a limpeza de um veículo ou um tratamento de manicure.
Figura 2
Fonte: Pixabay
Investimento: são despesas destinadas à melhoria da capacidade produtiva. Via de 
regra, é a compra de bens e serviços para se produzir mais bens e serviços. Incluem-se 
neste item bens de capital (instalações e equipamentos) e estoques necessários para a 
produção de novos bens e serviços. A exceção a essa regra é a aquisição de nova mora-
dia pelas famílias, que aliás é o único gasto da família que não é considerado consumo 
e sim investimento.
Figura 3
Fonte: Pixabay
11
UNIDADE Macroeconomia
Gastos do Governo: referem-se às despesas do Governo nas esferas Municipal, 
Estadual e Federal destinadas à aquisição de bens e serviços. O Governo funciona como 
uma grande empresa e como tal deve pagar seus funcionários e consumir produtos 
destinados e serviços com o objetivo de garantir que os equipamentos públicos estejam 
em perfeitas condições de funcionamento para a utilização da sociedade.
 
Figura 4
Fonte: Pixabay
Exportações Líquidas: é a diferença entre as Exportações e as Importações rea-
lizadas. Exportação diz respeito aos produtos que são produzidos internamente num 
país e vendidos a outro, e Importação refere-se aos produtos produzidos em outros 
países e adquiridos internamente por outro.
 
Figura 5
Fonte: Pixabay
Simplificadamente, pode-se dizer que o PIB é igual a:
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Y = C + I + G + (X-M), onde:
Y = PIB
C = Consumo das famílias
I = Investimentos
G = Gastos do Governo
X = Exportação
M = Importação
Repare que se as importações superarem as exportações, isso impactará nega-
tivamente sobre o PIB, porque ao invés de se somar as exportações, irá se subtrair 
as importações.
O PIB refl ete o bem-estar de uma sociedade?
Ex
pl
or
O PIB é um indicador que reflete eficientemente o crescimento econômico, porque 
com o aumento da produção mais empregos são gerados para a sociedade e, desta 
forma, há uma melhora para toda a sociedade. A geração de emprego faz com que 
mais empresas entrem no mercado de trabalho e com isso aumenta o consumo das 
famílias. O aumento do consumo das famílias aumenta as vendas e com isso a receita 
dos empresários, o que os estimula a fazerem maiores investimentos. Com o aumento 
dos investimentos e gastos da família, aumenta também a receita do governo, que é 
capaz de oferecer serviços de melhor qualidade.
A grande crítica que se faz ao modelo, entretanto, é que não pode refletir a qua-
lidade de vida da população. Se uma pessoa trabalha muito, fazendo horas extras, 
inclusive, está colaborando para o crescimento do PIB, porém deixa de estar com sua 
família, acordando cedo e dormindo tarde. Neste contexto, sua qualidade de vida não 
está melhorando, embora tenha mais renda e com isso dê um padrão de vida melhor 
para sua família.
Saiba um pouco sobre o PIB. https://youtu.be/DA7CHD9NXEM
Ex
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or
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UNIDADE Macroeconomia
Inflação
Inflação é o aumento persistente e generalizado dos níveis de preços dos bens e 
serviços. O indicador que identifica o aumento persistente e generalizado dos preços, 
ou seja, a inflação, é o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que 
monitora os preços de uma determinada cesta de bens e serviços que são adquiridas 
pelos consumidores típicos das 15 principais regiões metropolitanas do país. Isto sig-
nifica que se somente um item desta cesta subir de preço, não teremos inflação. Deve 
haver aumento generalizado, isto é, de vários produtos ou serviços ao mesmo tempo 
para impactar o índice.
Para ver a Imagem, acesse o link: https://goo.gl/Umtpoj
Ex
pl
or
Para saber um pouco mais sobre inflação, acesse o link: https://youtu.be/ZZEFReskU0Y
Ex
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Causas da inflação
A inflação pode gerar vários distúrbios na economia e isto afeta, principalmente, as 
pessoas das classes econômicas menos favorecidas, que gastam tudo o que recebem 
na aquisição de bens e serviços. Se o preço do produto aumenta, sua capacidade de 
compra diminui e leva a uma sensação de empobrecimento destas classes. Por isso o 
Governo busca controlar a inflação com certo rigor.
As causas mais frequentes da inflação estão elencadas abaixo.
Inflação de demanda: se a renda da população aumenta, é normal que a procura 
por determinado produto aumente, como, por exemplo, a carne de primeira. Se várias 
pessoas que não compravam este item passam a adquiri-lo, é de se esperar que falte 
produto no mercado. Os consumidores irão disputar os produtos escassos e com isso 
ocorre a elevação dos preços. A lógica da elevação se explica porque para os produ-
tores aumentarem a produção para atender ao excesso de demanda, aumentarão seus 
custos de produção e com isso repassam esse aumento para os preços do produto.
Inflação de oferta: é ocasionada por aumentos nos custos dos fatores de produ-
ção e também por redução da oferta dos insumos, mesmo que não haja uma alteração 
na demanda. Quando o preço de algum insumo sofre aumento e este, imediatamente, 
é repassado ao preço final do produto, teremos inflação de oferta. No caso de de-
sabastecimento de algum insumo, como, por exemplo, o petróleo, também ocorre 
inflação ocasionada pela escassez de oferta. A greve dos caminhoneiros ocorrida no 
mês de maio de 2018 pode explicar perfeitamente este fenômeno.
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Inércia inflacionária: ocasionada pormecanismos de indexação. Um exemplo dis-
to é se o preço do aluguel for indexado (atrelado) à inflação e estiver no mês de seu 
reajuste, isto significa que as empresas, por esperarem o aumento deste aluguel e, por 
consequência, em seus custos de produção, repassam este reajuste aos preços, antes 
mesmo de eles acontecerem. É o que se chama de memória inflacionária ou expecta-
tiva inflacionária. Este mecanismo acaba perpetuando a inflação futura.
Consequências da infl ação
Agora que já foram vistas as causas da inflação, identificaremos, dentre todas as 
consequências da inflação, as três que podem ser caracterizadas como principais.
Consequência na distribuição de rendas: um dos efeitos mais devastadores da infla-
ção, porque corrói o poder de compra da população (VASCONCELLOS, 2012). Afeta 
principalmente a parcela que tem rendimento fixo, porque os reajustes de salários são 
anuais e a inflação pode ser até diária.
Consequência no balanço de pagamentos: quando a inflação está muito alta, 
os preços dos produtos importados ficam mais baratos que os produtos nacionais. 
Os consumidores, orientados pelo princípio da racionalidade, sempre buscam os pro-
dutos mais baratos, preferindo os produtos importados em detrimento ao produto 
nacional. Isto causa um desajuste nas Exportações Líquidas, que, conforme visto an-
teriormente, é o resultado das exportações menos as importações.
Consequência na expectativa dos agentes: em caso de inflação alta, os agentes 
econômicos adiam os investimentos ou retardam suas compras. Como o cenário fica 
imprevisível no longo prazo, ocorrerão menos investimentos e menos consumo, prin-
cipalmente de bens duráveis, que, normalmente, são comprados de forma parcelada. 
Conforme visto nas consequências acima, a inflação pode causar sérios desajustes 
na economia; por esta razão, estes desajustes devem ser resolvidos no curto prazo, 
para que não haja impactos duradouros na economia, o que pode gerar um declínio 
na atividade econômica e, consequentemente, nos níveis de investimentos e emprego. 
Note que uma variável afeta diretamente as outras: aumenta a inflação e com isso di-
minui o consumo e os investimentos, o que impacta diretamente sobre o PIB. Com a 
diminuição da atividade econômica, aumenta o desemprego.
As distorções relativas ao baixo crescimento, alta inflação e declínio dos investi-
mentos devem ser corrigidas em seu nascedouro e para isso precisa-se da intervenção 
do Governo.
Na economia de mercado mista em que se vive no Brasil e na maior parte do 
mundo, a participação do Governo é muito importante porque ele é capaz de mover 
sozinho a curva de demanda agregada, em virtude de seu alto consumo para manter 
funcionando o aparato governamental.
A participação do Governo, no entanto, vai além da esfera de consumo e investi-
mento, cabe a ele, ainda, fornecimento de bens públicos e serviços públicos e utiliza-se 
das Políticas Econômicas para interceder na macroeconomia, a fim de corrigir as con-
15
UNIDADE Macroeconomia
sequências causadas pela inflação, baixo crescimento do PIB e falta de investimento, 
no curto prazo, e melhoria da capacidade produtiva e melhor distribuição de rendas, 
no longo prazo.
Políticas Econômicas
Caracterizam-se por um conjunto de medidas de cunho econômico de que o Go-
verno se utiliza para corrigir os rumos macroeconômicos ou colocar em prática ações 
planejadas para atingir determinados objetivos, sejam eles de curto prazo ou de longo 
prazo, conforme estabelecidos em seu plano de governo.
As políticas econômicas buscam alcançar quatro objetivos:
1. crescimento do PIB – importante para aumentar os investimentos, nível de 
emprego, nível de produção e arrecadação do governo;
2. controle da inflação – evitar as consequências ocasionadas por forte 
elevação de preços na economia;
3. equilíbrio nas contas externas – garantir que as transações com o mercado 
externo possam ocorrer de maneira equilibrada, pois se o país importa 
muito mais do que exporta, pode esgotar suas divisas (estoque de moeda 
estrangeira, no caso dólar), o que impossibilita a compra de produtos 
importados dos quais o país é dependente, como, por exemplo, fertilizante 
e derivados de petróleo;
4. distribuição de rendas equilibradas – um dos maiores desafios do Governo, 
pois a distância entre os mais ricos e mais pobres é abismal, ocorre desde 
a época do descobrimento do Brasil e se arrasta até os tempos atuais.
Vale lembrar que a busca de um objetivo muitas vezes ajuda no alcance de outro, 
mas muitas vezes pode haver conflitos entre os objetivos. Se o objetivo for o cresci-
mento do PIB, fica mais facilitada a busca por uma melhor distribuição de rendas; 
por outro lado, ao se buscar o controle da inflação, utilizam-se políticas econômicas 
restritivas, o que dificulta o crescimento econômico e distribuição de rendas, conforme 
detalharemos a seguir.
Para colocar em prática as Políticas Econômicas, o Governo se utiliza de alguns ins-
trumentos. Dentre os principais instrumentos de Políticas Econômicas, destacam-se a 
Política Fiscal, Política Monetária, Política Cambial e Política de Rendas e de Preços.
Política Fiscal
A Política Fiscal é formulada de acordo com duas vertentes: Política Tributária e 
Política de Gastos Públicos.
A área tributária é responsável por toda a arrecadação do governo, que compre-
ende impostos, taxas e contribuições.
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Imposto, por definição e de acordo com o Código Tributário, que dispõe o seguinte 
em seu artigo 16, é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação 
independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. Dois 
exemplos que podem ser citados são o Imposto sobre Propriedade de Veículos 
Automotores (IPVA) e o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), que são pagos, 
mas não há nenhuma contraprestação de serviços por parte do poder público, ou 
seja, o governo pode utilizar o recurso para qualquer finalidade.
Para a cobrança de taxas deve, necessariamente, ocorrer uma contrapartida de 
serviços referente aos valores que forem arrecadados. Na taxa do lixo, por exemplo, 
os recursos só podiam ser usados para a limpeza urbana.
As contribuições só podem ser impostas pela União e também deve ocorrer uma 
prestação de serviços vinculada a ela. No Governo Fernando Henrique Cardoso 
(1994-2002), foi criada a Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira 
(CPMF), cujos valores deveriam ser destinados à área da saúde.
Em relação aos gastos do Governo, também existem duas vertentes: gastos corren-
tes e gastos de investimentos.
Os gastos correntes são aqueles destinados a manter funcionando o aparato 
governamental ou a máquina pública. Compreendem estes gastos as despesas de 
custeio (gastos com pessoal, material de consumo, serviços de terceiros, entre outros) 
e transferências (despesas sem contraprestação de serviços, como, por exemplo, 
bolsa família).
Gastos de investimentos são àqueles voltados para a melhoria da capacidade produ-
tiva do país e compreendem, por exemplo, despesas de capital, inversões financeira e 
amortização da dívida.
Pode-se dizer que a política fiscal é expansionista quando visa ao aumento da 
produção. Se o governo reduz os impostos, os consumidores e as empresas ficarão 
com maior receita para destinarem à compra de bens e serviços e para aumentar os 
investimentos. O resultado disso é o aumento da produção e do emprego.
A política fiscal contracionista é utilizada para frear o consumo e normalmente uti-
lizada para o combate à inflação. Se o Governo quer reduzir a inflação, pode diminuir 
os gastos públicos e com isso reduzir a demanda, forçando a queda dos preços. O re-
sultado disso é que as empresas, vendendo menos, irão produzir menos, ocasionando 
desemprego e diminuição da atividade produtiva.
Política Monetária
A Política Monetária diz respeitoao controle da oferta de moeda e da taxa de juros 
pelas autoridades monetárias com o objetivo de garantir a liquidez do mercado. Pode-
-se dizer que a moeda é como um produto qualquer no mercado e, desta forma, o 
seu preço é determinado pela oferta e demanda. Por esta razão, o governo não pode 
emitir mais moedas do que o necessário para serem realizadas as transações, porque se 
17
UNIDADE Macroeconomia
isso ocorrer, o excesso de moeda causará uma redução no seu preço, ou seja, a moeda 
será capaz de comprar menos produtos, o que significa que haverá inflação.
De uma forma geral, pode-se dizer que qualquer objeto pode ser utilizado como 
meio de troca, desde que as pessoas o aceitem como tal. Atualmente, o meio mais 
comum de troca é a moeda, mas ao longo da história muitos outros instrumentos já 
foram utilizados como meio de troca. Entretanto, para uma análise mais específica, 
inicialmente, se fará um breve relato histórico, desde o seu surgimento, até a definição 
de suas funções e seu processo de evolução contemporânea.
Abaixo se apresentam as principais fases da evolução monetária:
• Escambo;
• Mercadorias–Moeda;
• Metalismo (Ouro/ Prata);
• Moeda-Papel;
• Papel-Moeda;
• Moeda Bancária (ou Escritural);
• Definições Atuais de Meios de Pagamento (M1, M2, M3, M4).
Escambo
Pode-se conceituar escambo como o puro e simples ato de realizar trocas diretas em 
espécie (mercadorias).
Esse tipo de troca foi muito utilizado na antiguidade, principalmente por grupos 
nômades que sobreviviam, basicamente, da caça, pesca e plantio de alguns tubérculos 
(o que ainda não poderia ser denominado de agricultura).
Como as comunidades eram pequenas e suas necessidades limitadas (naquela época 
não existia a ideia de valor de mercadorias, acumulação ou excedentes, mesmo porque 
eram mercadorias perecíveis que não poderiam ser armazenadas por muito tempo), 
não havia muitos problemas em relação à realização destas trocas, que eram feitas, 
exclusivamente, para suprir a necessidade de sobrevivência destes grupos.
Com o passar do tempo, entretanto, as comunidades foram crescendo, organi-
zando-se e especializando-se em suas tarefas. Esse avanço propiciou o surgimento 
de novos produtos no mercado, aliados com a dificuldade crescente de se estabelecer 
relações justas e coerentes de troca, como também de encontrar parceiros cujos de-
sejos e disponibilidades fossem coincidentes entre si, fazendo com que este sistema 
rudimentar de trocas ficasse inviável.
Mercadorias–Moeda
Com a evolução da sociedade, impõe-se a necessidade de criar métodos para faci-
litar as trocas. As comunidades, então, elegem um único produto como referencial de 
trocas, uma mercadoria que fosse rara o bastante para expressar um “valor”, e que ao 
mesmo tempo atendesse a necessidade comum e que fosse aceita por todos.
Nessa época, muitos produtos foram utilizados como referencial de valor, tais como 
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gado, fumo, azeite, escravo, sal etc.
Apesar do grande avanço representado pela utilização de mercadorias, esse tipo de 
moeda não resolveu completamente o problema das trocas, sendo um exemplo disto a 
utilização do gado, que apresentava grande dificuldade de ser subdividido, mas quando 
os indivíduos o guardavam como uma poupança, essa “moeda” aumentava por meio 
da reprodução, ou seja, “rendia juros”.
Com a passagem das trocas diretas, de um produto por outro, para trocas indi-
retas, intermediadas por algum outro bem de aceitação geral, com um certo valor 
intrínseco, passou-se para a chamada Era de Mercadoria–Moeda.
Para que uma mercadoria pudesse ser aceita como moeda, deveria ter algumas 
características, tais como:
• durabilidade: algo perecível jamais seria aceito como moeda;
• divisibilidade: a mercadoria eleita deve poder ser dividida em frações menores, 
de forma que possam ser feitas transações de grande e de pequeno porte;
• homogeneidade: qualquer unidade da mercadoria eleita deve ser rigorosamente 
igual às outras unidades dessa mercadoria;
• e facilidade de manuseio e transporte: a utilização do bem eleito não deve ser 
prejudicado em função de dificuldades de transporte e manuseio.
Para resolver o problema das trocas, criado por algumas mercadorias que não 
atendiam a todas as condições acima, surge a moeda metálica, que vem representar 
um avanço na história monetária.
Metalismo
Embora vários tipos de produtos tenham sido utilizados como moeda, as comu-
nidades começaram a adotar os metais, devido ao seu valor intrínseco, como meio 
de troca.
Inicialmente, foram utilizados o cobre, o bronze e o ferro como instrumento mone-
tário, mas como existiam em abundância e constantemente eram descobertas novas 
jazidas, o que fazia com que fossem gradativamente se desvalorizando, não serviam 
como reserva de valor, uma característica essencial dos meios de troca.
Para garantir a reserva de valor, esses metais foram substituídos por metais nobres, 
como o ouro e a prata, que geralmente tinham grande aceitação em qualquer parte 
do mundo, independentemente do estágio de desenvolvimento econômico da região.
A utilização do ouro e da prata nas transações econômicas trouxe aspectos posi-
tivos tanto pela conveniência, pois eram fáceis de manusear e transportar, devido ao 
seu pequeno tamanho, quanto pelo seu alto valor intrínseco – as moedas cunhadas 
em ouro ou prata tinham o poder de compra equivalente ao valor do material utilizado 
em sua fabricação, possibilitando que uma pequena quantidade tivesse um alto valor 
nas trocas por bens.
Entre as vantagens da utilização de ouro e prata, cabe ressaltar, além do seu alto 
valor de troca, que existia também o fato de o metal não estar sujeito à ação do tempo 
(deterioração) e possuir facilidade de divisão, porque podia-se, facilmente, fragmentar 
uma quantidade de ouro ou prata em inúmeras quantidades menores, sem diminuição 
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UNIDADE Macroeconomia
do seu valor. Outro aspecto positivo era que suas reservas eram limitadas, e a desco-
berta de novas jazidas não chegava a afetar o volume que se encontrava em circulação.
Entretanto, há alguma limitação quanto à sua utilização: o problema do transpor-
te em longas distâncias e seu peso, além do risco de assalto a que estavam sujeitos 
os comerciantes.
Moeda–Papel
A moeda–papel surgiu com o objetivo de superar as dificuldades que os comercian-
tes europeus enfrentavam em suas viagens de uma região para outra, foi a solução en-
contrada para que os comerciantes pudessem realizar seus empreendimentos comer-
ciais sem precisar trazer consigo ouro ou prata, facilitando a locomoção e eliminando 
riscos de assaltos.
Essa prática consistia em depositar moedas metálicas em instituições conhecidas 
como “Casas de Custódia” e em troca recebia-se um título ou um certificado de 
depósito, que era uma espécie de garantia emitida por essas instituições em favor 
do depositante.
Esses certificados acabaram tendo grande aceitação, de tal maneira que a maioria 
dos comerciantes não ia mais até as Casas de Custódia para realizar a troca por mo-
eda metálica. Os comerciantes acabavam fazendo transações utilizando os próprios 
certificados, que eram transferíveis a terceiros.
Surge, então, uma nova moeda, com 100% de lastro e com a garantia de que, a 
qualquer momento, poderia ser convertida pelo seu proprietário em moeda metálica.
Ao longo do tempo, passou a ser o meio preferido de troca e de reserva de valor.
Papel–Moeda (ou Moeda Fiduciária)
O surgimento da moeda–papel foi o passo mais importante dado para o desenvol-
vimento da moeda, uma vez que sua aceitação não era mais questionada e sua credibi-
lidade indiscutível, já que era totalmente lastreada em metal precioso, mas havia ainda 
um problema a ser solucionado: o comerciante, até então, levava um certificado com 
o valor total de seu depósito, o que ocasionava restrições em suas negociaçõescomer-
ciais, porque não poderia comercializar com várias pessoas. Isso foi resolvido pelos 
próprios comerciantes, que passavam a exigir das “Casas de Custódia” em vez de um 
recibo de 200 unidades monetárias, dez recibos de 20 unidades monetárias cada.
Quando estes recibos, ou direitos sobre o ouro, tornavam-se pagáveis ao porta-
dor, completava-se o primeiro ciclo de desenvolvimento das cédulas.
O passo seguinte ocorreu quando as “Custodiantes” começaram a perceber que 
os proprietários dos certificados não “resgatavam” seus títulos todos ao mesmo 
tempo, e enquanto alguns faziam a conversão outros faziam novos depósitos. Os 
“banqueiros” descobriram que não precisavam manter todo o volume de ouro à 
disposição, e sim um estoque determinado e suficientemente elevado que atendesse 
a demanda das conversões.
Assim, gradativamente, as “Casas de Custódia” passaram a emitir certificados 
não lastreados em metal, ou apenas parcialmente lastreados. O valor da parte da 
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emissão de certificados que não era sustentado por uma quantidade igualmente em 
ouro é denominado moeda fiduciária. A partir desta fase, foi possível que os bancos 
atraíssem depositantes, oferecendo-lhes em troca o pagamento de juros.
A emissão de papel-moeda por particulares mostrou-se como uma prática preda-
tória, onde qualquer banco poderia fazer emissões em excesso e depois não ser capaz 
de cobrir grandes demandas por ouro. Isto quase levou o sistema ao colapso, porque 
os depositantes possuíam “pedaços de papel” sem nenhum valor, o que colocou em 
xeque a credibilidade dessas instituições.
Devido a esses fatos, a partir da 2ª metade do século XIX, o Estado foi levado a 
assumir o processo de emissão, passando a controlá-la na maioria dos países.
Após a Primeira Guerra Mundial, os países abandonaram o padrão–ouro e hoje 
em dia a moeda não é mais lastreada, o seu valor depende, exclusivamente, de sua 
aceitação, da oferta de moeda e da credibilidade adquirida pelo país que a emite. 
As principais características das moedas fiduciárias são:
• inexistência de lastro;
• inconversibilidade;
• monopólio do governo quanto às emissões primárias.
Se o Governo pode emitir moedas, por que não paga todas as suas dívidas via emissões?
Para descobrir, acesse o link: https://youtu.be/nmop5yscXLoEx
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or
Moeda Bancária (ou Escritural)
Como foi verificado até aqui, houve uma evolução significativa dos meios de pa-
gamento. Esta evolução ocorreu também na sociedade como um todo e apesar de 
os bancos perderem a autonomia para efetuar emissões, estes continuaram a desem-
penhar um papel muito importante na sociedade, porque hoje, tal como antigamen-
te, não é seguro para os indivíduos transportarem quantias elevadas em moeda e, 
também, não são comuns negócios que envolvem milhões serem transacionados em 
moeda corrente. A evolução da sociedade e do sistema bancário fez nascer um outro 
tipo de moeda: a moeda escritural.
A moeda escritural diz respeito aos lançamentos tanto de crédito, quanto de dé-
bito em conta corrente. Estes lançamentos são feitos através de crédito e débito em 
conta corrente.
A moeda escritural é de extrema relevância na economia, visto que representa hoje, 
nas sociedades modernas, cerca de 85% (oitenta e cinco por cento) da moeda em 
circulação na economia.
Definições atuais de Meios de Pagamento (M1, M2, M3, M4)
Antes de citar as definições de meios de pagamento, é interessante apresentar as 
funções que as moedas exercem na economia contemporânea:
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UNIDADE Macroeconomia
• Meio de Troca (ou intermediária de trocas) - talvez esta seja a função mais 
importante da moeda. Bens e serviços são trocados por moeda, que pode 
ser trocada novamente por novos bens e serviços, de acordo com o desejo e 
necessidade da comunidade;
• Unidade de Valor - provavelmente a função mais antiga da moeda. Como todos 
os diversos bens e serviços existentes em uma economia têm um preço mone-
tário, podemos através da moeda determinar facilmente o valor de um bem em 
relação ao outro, através do preço de cada um deles;
• Reserva de Valor - a moeda é o meio mais fácil de determinação de riqueza no 
mundo. Como em qualquer momento ela pode ser transformada em bens ou 
serviços, guardá-la por qualquer razão é sinônimo de acumulação de riquezas. 
É óbvio que para isto ocorrer a moeda não pode sofrer desvalorização, que é 
comum em época de inflação. A hiperinflação corresponde à ausência total de 
reserva de valor na moeda;
• Padrão de Pagamentos Diferidos - origina-se de uma operação de venda efe-
tuada a crédito, isto é, adquire-se o bem hoje, pelo qual se paga parceladamente, 
podendo-se usufruir do mesmo enquanto se está pagando. Como a transação 
de venda e a amortização das parcelas são feitas através de moeda, ela pode ser 
utilizada como meio de pagamentos diferidos.
Agora, como já foram apresentadas as funções da moeda, pode-se definir com 
maior clareza os meios de pagamentos:
É o total de moeda em circulação e à disposição do público (setor privado) com 
exceção do setor bancário. Pode ser representado pela moeda corrente (Papel-moeda 
em poder do Público) somada aos Depósitos à Vista nos Bancos Comerciais, podendo 
ser representado como:
M1 = MP + D, onde:
MP = Papel-Moeda em Poder do Público
D – Depósito à Vista nos Bancos Comerciais
M1, portanto, são os meios de pagamento de uma visão de perfeita liquidez.
Já o conceito M2 inclui o M1 somado aos títulos federais.
M2 = M1 + TP, onde:
TP = Títulos Públicos
O M3 corresponde a um conceito que, além do M2, inclui os depósitos 
em caderneta de poupança.
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M3 = M2 + S, onde:
S = Depósito em Caderneta de Poupança
Por fim, o M4 é o conceito que, além do M3, inclui os depósitos a prazo fixo.
M4 = M3 + TPr, onde:
TPr = Títulos Privados.
Cabe, ainda, ressaltar que o Banco Central regula todo o sistema econômico na-
cional e é responsável pelo controle da oferta de moeda e o controle da taxa de juros. 
Para a aplicação da Política Monetária adequada, o governo se utiliza dos seguintes 
instrumentos de controle monetário:
• Recolhimento Compulsório – parte dos depósitos à vista nos bancos comerciais 
é revertida ao Banco Central;
• Redesconto Bancário – consiste na concessão de assistência financeira de liqui-
dez por parte do Banco Central aos bancos comerciais com dificuldade momen-
tânea de caixa. As taxas, entretanto, têm caráter estritamente punitivo, com taxas 
acima das praticadas pelo mercado;
• Operações com Títulos Públicos – também conhecido como operações de 
mercado aberto (Open Market) é o meio mais eficiente e ágil de controle monetá-
rio e é capaz de equilibrar a oferta monetária e regular a taxa de juros a curtíssimo 
prazo. Consiste na compra e venda de títulos da dívida pública, emitidos pelo 
Banco Central. Havendo necessidade de expandir a oferta monetária, as auto-
ridades monetárias resgatam em grande quantidade os títulos da dívida pública 
em circulação; de forma inversa, quando desejam retirar o excedente de papel 
moeda em circulação na economia, emitem títulos da dívida pública;
• Controle e Seleção de Crédito – por meio desse instrumento, as Autoridades 
Monetárias têm condições de controlar o volume e a distribuição das linhas de 
crédito, impondo teto e base para a taxa de juros, determinando prazos, limites e 
condições para a concessão de novas linhas de créditos;
• Persuasão Moral – a operacionalidade é mantida por meio da divulgação de in-
formações de forma clara e precisa pelo Banco Central aos bancos comerciais, de 
tal forma que induzam os bancos a adotarem, voluntariamente, o comportamento 
considerado adequado pelas Autoridades Monetárias.
Política Cambial
É a medida de conversão da moeda nacional em relação à moeda estrangeira. No 
caso brasileiro,a taxa de câmbio tem como referência o dólar norte-americano.
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UNIDADE Macroeconomia
Qual a taxa de câmbio ideal para um país?
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Segundo a teoria da Paridade do Poder de Compras, partindo-se de uma situação 
de equilíbrio, a variação da taxa cambial de um país em relação a outro será a diferen-
ça entre a inflação interna e externa.
De forma simplificada, pode-se dividir em três os sistemas de câmbio existentes: 
livre, fixo e “minibandas”.
No sistema de câmbio livre, o valor da moeda é determinado pelas forças de merca-
do, ou seja, oferta e demanda de dólares. A oferta de dólar é dada pelos exportadores, 
turistas estrangeiros, multinacionais, por empréstimos internacionais. Já a demanda 
por dólar é determinada pelos importadores, empresas que fazem pagamentos de 
juros ou títulos no exterior, turistas brasileiros quando viajam ao exterior, empresas 
multinacionais quando remetem lucros.
Por ser um sistema muito volátil, as oscilações podem ser grandes, levando ao cha-
mado sistema de “flutuação suja”, na qual o Banco Central estipula certos limites que 
não são comunicados ao mercado. Se a cotação supera o limite, o Bacen vende lotes 
e moeda estrangeira; se ocorre o contrário, a posição do Banco Central é inversa.
Quando o governo estipula uma taxa de câmbio e esta não se altera, é chamada 
de taxa de câmbio fixa. Ex.: a Argentina de 1991 a 2001. Esse sistema é muito uti-
lizado em países que atravessam problemas de inflação, fazendo com que os preços 
dos produtos importados parem de subir, essa prática é chamada âncora cambial.
Já o sistema de minibandas é um sistema de flutuação determinada, onde o gover-
no estipula e informa ao mercado um piso e um teto de flutuação.
No Brasil, o sistema adotado é de câmbio flutuante com intervenções estratégicas 
por parte do Governo.
Política de Rendas
Durante a década de 80, a aceleração do processo inflacionário trouxe à tona a 
discussão sobre a chamada política de rendas. Tal política diz respeito a uma tenta-
tiva de intervenção nos mecanismos de formação de preços e salários.
Controle de preços – foram feitas inúmeras tentativas neste sentido aqui no Bra-
sil, mas nenhuma trouxe o retorno esperado a não ser no curtíssimo prazo.
Política salarial – como a relação salário X inflação (o salário, neste caso poder 
de compra, depende diretamente da inflação, isto é, se existe inflação acelerada e 
o salário nominal não acompanha, haverá perda do poder de compra, diminuin-
do, assim, o salário real; por outro lado, ajustes nominais de salários impactam os 
custos e, portanto, os preços e a inflação; um outro enfoque é que aumentos reais 
elevam a demanda da economia) é muito estreita, a política salarial tem a capaci-
dade de fixar ajustes nominais e não reais de salários.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
Globalização, Salário e Emprego
Ler o Capítulo 5. Disponível na Biblioteca Virtual
Noções de Macroeconomia
AMADO, Adriana. Barueri: Manole, 2003.
 Vídeos
Economia Monetária - Moeda e Bancos
https://youtu.be/VU33U10ZXKg
Renda Nacional e Crescimento Econômico
https://youtu.be/Sqdqloe9-EQ
 Leitura
O Novo Consenso em Macroeconomia no Brasil: A Política Fiscal do Plano Real ao Segundo Governo Lula 
https://goo.gl/B1eSZL
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UNIDADE Macroeconomia
Referências
GREMAUD, Amaury Patrick; TONETO JUNIOR, Rudinei; VASCONCELLOS, 
Marco Antônio Sandoval. Economia brasileira contemporânea. 7ª ed. São 
Paulo: Atlas, 2012.
MANKIW, N. G. Introdução à economia: princípios de micro e macroeconomia. 
Rio de Janeiro: Editora Campus, 2012.
PASSOS, C. R. M.; NOGAMI, O. Princípios de economia. São Paulo. Editora 
Thomson Learning, 2010.
SMITH, Adam. A riqueza das nações: investigação sobre sua natureza e suas 
causas. São Paulo: Abril Cultural, 1983.
SOUZA, Jobson Monteiro de. Economia brasileira. São Paulo: Person, 2009. 
(Biblioteca Virtual Universitária)
SOUZA, Nilson Araújo de. Economia brasileira contemporânea: de Getúlio a 
Lula. 2ª ed., ampl. São Paulo: Atlas, 2008.
VASCONCELLOS, M. A. S. Economia micro e macro. 6ª edição. São Paulo: 
Atlas, 2012.
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