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Interiorização da colônia: Bandeiras

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História do Brasil 
 
 
 
 
INTERIORIZAÇÃO DA COLÔNIA: BANDEIRAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Sumário 
 
Introdução......................................................................................................................................2 
 
Objetivos ....................................................................................................................................... 2 
 
1. Interiorização da colônia: Bandeiras ....................................................................................... 2 
1.1. As bandeiras ................................................................................................................. 2 
1.2. Conflitos entre Bandeirantes e Jesuítas ...................................................................... 4 
 
Exercícios .......................................................................................................................................4 
 
Gabarito ........................................................................................................................................ 6 
 
Resumo ......................................................................................................................................... 7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Introdução 
Você se lembra qual a mão de obra que era utilizada nas lavouras de açúcar? 
A sociedade açucareira colonial era patriarcal, organizada em torno da figura 
do homem como pai e líder da família. A sociedade também era hierarquizada entre 
senhores e escravos, entre negros e brancos. A separação social não se dava 
somente pela posse da terra, mas também pela condição étnica e racial. Mesmo que 
alguém tivesse terras e rendimentos razoáveis, não poderia ter representação 
política na Câmara Municipal se tivesse qualquer miscigenação com africanos ou 
indígenas. 
Antes da utilização dos africanos escravizados, a primeira mão de obra 
tentada pelos portugueses foi a indígena. Milhares de indígenas foram escravizados 
até que fosse feita a transição para a utilização do negro como principal trabalhador. 
Mesmo diante da resistência dos jesuítas, que se opunham à escravização dos 
indígenas, muita violência foi utilizada nesse processo. 
Os responsáveis por essa violência contra os nativos e pelo desbravamento 
do desconhecido interior do Brasil para os portugueses foram os bandeirantes. Esse 
será o tema da apostila de hoje. 
Objetivos 
• Descrever o que foram as bandeiras; 
• Relacionar os papéis dos bandeirantes e dos jesuítas. 
 
1. Interiorização da colônia: Bandeiras 
1.1. As bandeiras 
Desde o século XVI várias expedições exploraram o interior da América 
portuguesa. Essas primeiras expedições tinham como objetivo escravizar os 
indígenas e encontrar metais preciosos. Desde que os espanhóis tinham encontrado 
metais preciosos, como ouro e prata, em suas colônias na América, os portugueses 
ficaram estimulados a explorarem cada vez mais o interior do Brasil. 
As bandeiras eram expedições de particulares que geralmente partiam de São 
Paulo e tinham como objetivo capturar indígenas para escravizá-los e utilizá-los nas 
lavouras (Figura 02). A captura dos indígenas para sua venda como escravos era 
chamada de preação. A localização das pedras preciosas era mais rara, e 
comumente de pouca quantidade. 
 
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Sabemos que devido à proteção por parte dos jesuítas, aos poucos a mão de 
obra nativa foi sendo substituída pelos escravizados africanos. 
Mesmo assim, para se ter ideia, entre 1540 e 1570 a capitania de São Vicente 
contou com cerca de 3 mil escravos, sendo a maioria indígenas. Em 1583, 
Pernambuco mesmo durante o processo de substituição da mão de obra indígena 
pela escrava, cerca de 2/3 dos trabalhadores escravizados eram nativos. 
A captura dos indígenas tinha como argumento a “guerra justa” que seria o 
direito de o português escravizar o indígena desde que ele demonstrasse 
comportamento violento para com o branco. 
 
SAIBA MAIS! 
 
 
 
01 
Bandeirantes a caminho das minas; Autor: Oscar Pereira da Silva. 
Durante muito tempo os bandeirantes foram 
considerados como heróis, mas essa imagem histórica 
sobre eles foi criticada pelas novas análises dos 
historiadores e historiadoras (Figura 01). 
 
 
 
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02 
Monumento às Bandeiras, no Parque dos seios de Ibirapuera, em São Paulo, Brasil. 
 
1.2. Conflitos entre Bandeirantes e Jesuítas 
Sabemos que desde que os jesuítas chegaram ao Brasil, em 1549, com a 
missão de evangelizar os indígenas, os mesmos passaram a impedir a sua 
escravização devido a orientações teológicas que diziam que os nativos teriam alma. 
Os jesuítas passaram a reunir os indígenas nas missões jesuíticas ou reduções, que 
eram aldeamentos organizados para evangelização dos índios. As reduções 
passaram também a serem utilizadas como forma de proteger os indígenas de serem 
capturados pelos bandeirantes. 
Mesmo depois da proibição por parte da igreja católica da escravização dos 
indígenas, os bandeirantes continuaram e até intensificaram as expedições em 
busca da captura do nativo. Em São Vicente os bandeirantes chegaram a expulsar os 
jesuítas, em 1640. 
Entre as décadas de 1620 e 1630, os bandeirantes: Raposo Tavares, Manoel 
Preto e Fernão Dias Paes, destruíram várias missões jesuíticas, com o objetivo da 
captura dos indígenas. O apresamento, que eram essas expedições para captura dos 
indígenas, somente declinou quando da descoberta do ouro onde atualmente é 
Minas Gerais. 
 
 
 
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Exercícios 
1. (UIVALI-SC) As expedições chamadas de Entradas e Bandeiras tinham como 
objetivo a procura de riquezas minerais e/ou a caça ao índio para escravizá-lo e 
vendê-lo no litoral. O papel histórico das Entradas e Bandeiras pode ser assim 
resumido: 
a) Determinaram a ocupação efetiva do interior do Brasil e deram ao nosso 
país sua atual configuração geográfica. 
b) Contribuíram para a implantação de uma nova política colonizadora, 
aproximando índios e colonos. 
c) Iniciaram aproveitamento verdadeiro das terras agrícolas do Oeste 
mudando a situação econômica da Colônia. 
d) Por razões políticas e econômicas, contribuíram para a mudança da capital 
do Vice-Reino do Rio de Janeiro para a Bahia. 
e) Respeitaram o Meridiano de Tordesilhas, evitando, assim, conflitos 
armados entre portugueses e espanhóis. 
 
2. (UFU) A atividade bandeirante marcou a atuação dos habitantes da 
Capitania de São Vicente entre os séculos XVI e XVIII. A esse respeito, assinale a 
alternativa correta: 
a) Buscando capturar o índio para utilizá-lo como mão de obra, ou para 
descobrir minas de metais e pedras preciosas, o chamado bandeirismo apresador e 
o prospector foram importantes para a ampliação dos limites geográficos do Brasil 
colonial. 
b) As bandeiras eram empresas organizadas e mantidas pela Metrópole, com 
o objetivo de conquistar e povoar o interior da colônia, assim como garantir, 
efetivamente, a posse e o domínio do território. 
c) As chamadas bandeiras apresadoras tinham uma organização interna 
militarizada e eram compostas exclusivamente por homens brancos, chefiados por 
uma autoridade militar da Coroa. 
d) O que explicou o impulso do bandeirismo do século XVII foi a assinatura do 
tratado de fronteiras com a Espanha, que redefiniu a linha de Tordesilhas e abriu as 
regiões de Mato Grosso até o Rio Grande do Sul, possibilitando a conquista e a 
exploração portuguesa. 
 
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e) Derivado da bandeira de apresamento, o sertanismode contrato era uma 
empresa particular, organizada com o objetivo de pesquisar indícios de riquezas 
minerais, especialmente nas regiões de Mato Grosso e Minas Gerais. 
 
 
3. (FUVEST-SP) Durante o período colonial, o Estado português deu suporte 
legal a guerras contra os povos indígenas do Brasil, sob diversas alegações; derivou 
daí a guerra justa, que fundamentou: 
a) o genocídio dos povos indígenas, que era, no fundo, a verdadeira intenção 
da Igreja, do Estado e dos colonizadores. 
b) a criação dos aldeamentos pelos jesuítas em toda a colônia, protegendo os 
indígenas dos portugueses. 
c) o extermínio dos povos indígenas do sertão, quando, no século XVII, a 
lavoura açucareira aí penetrou, depois de ter ocupado todas as áreas litorâneas. 
d) a escravidão dos índios, pois, desde a Antiguidade, reconhecia-se o direito 
de matar o prisioneiro de guerra ou escravizá-lo. 
e) uma espécie de “limpeza étnica”, como se diz hoje, para garantir o 
predomínio do homem branco na colônia. 
Gabarito 
1. a). As expedições dos bandeirantes também eram chamadas de 
Entradas, ou expedições sertanistas, pois visavam explorar o sertão. Essa exploração 
do desconhecido interior do Brasil levou à descoberta do Ouro em Minas Gerais, fato 
histórico determinante da história do Brasil colonial. 
 
2. b). As bandeiras também foram formas de a coroa portuguesa, em 
parceria com particulares, de explorar o interior do Brasil, a fim de assegurar o 
território e as riquezas frente aos indígenas resistentes e às invasões estrangeiras. 
 
3. c). A “guerra justa” seria o direito de o português escravizar o indígena 
desde que ele demonstrasse comportamento violento para com o branco. Essa foi a 
justificativa dos bandeirantes para continuar a escravizar os indígenas mesmo 
diante da proibição da igreja, que autorizava que os jesuítas protegem os nativos 
pacíficos. 
 
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Resumo 
Nessa apostila vimos que desde o século XVI várias bandeiras ou entradas 
tiveram como objetivo explorar o interior do Brasil. Essas expedições eram feitas por 
particulares e objetivavam capturar os indígenas para escravizá-los e tomar 
conhecimento das riquezas naturais da terra, principalmente os metais preciosos. Os 
bandeirantes, dessa forma, também foram importantes para a Coroa portuguesa 
garantir seu território, pois além de enfrentar os indígenas, os bandeirantes também 
poderiam expulsar invasões de demais europeus. A preação, que era a captura do 
indígena para escravizá-lo, durou até o final do século XVII, quando bandeirantes 
encontraram ouro na região do atual estado de Minas Gerais. Mas os bandeirantes 
sofreram bastante resistência por parte dos Jesuítas, que eram contrários a 
escravização dos indígenas. Mesmo assim, existia o argumento da “guerra justa”, 
que seria o direito de o português escravizar o indígena desde que ele demonstrasse 
comportamento violento para com o branco. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Referências bibliográficas 
MESGRAVIS, Laima. História do Brasil colônia. São Paulo: Contexto, 2015. 
SCHWARCZ, Lilia Moritz; STARLING, Heloisa Murgel. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 
2018. 
 
Referências imagéticas 
Figura 01: WIKIPEDIA. Disponível em: 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Oscar_Pereira_da_Silva_Bandeirantes_a_caminho_das_minas.jpg. 
Acesso em: 11/04/2019 às 16h47min. 
Figura 02: WIKIPEDIA. Disponível em: 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Monumento_%C3%A0s_Bandeiras_01.jpg. Acesso em: 11/04/2019 às 
16h48min.

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