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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS Programa de Graduação em Engenharia Mecânica Aron Matheus Carvalho Queiros David Junio da Cunha Soares Gabriel Henrique Reis Giovanna Teodoro de Oliveira Bastos Pedro Henrique Prado Pinho Pedro Paulo de Assis Alves Renato Zampier Lacerda Maximiano ESPECIFICAÇÃO TÉCNICA: AUTOMAÇÃO DE UMA FAZENDA Contagem 2019 Aron Matheus Carvalho Queiros David Junio da Cunha Soares Gabriel Henrique Reis Giovanna Teodoro de Oliveira Bastos Pedro Henrique Prado Pinho Pedro Paulo de Assis Alves Renato Zampier Lacerda Maximiano ESPECIFICAÇÃO TÉCNICA: AUTOMAÇÃO DE UMA FAZENDA Trabalho de automação de informática industrial a ser apresentado para Graduação em Engenharia Mecânica da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, como requisito parcial na obtenção de título de Bacharel em Engenharia Mecânica. Orientador: Prof. Luiz Carlos Figueiredo Contagem 2019 SUMÁRIO 1 OBJETIVO .................................................................................................................................................. 4 2 CÓDIGOS E NORMAS .............................................................................................................................. 4 3 ESCOPO ..................................................................................................................................................... 6 4 CARACTERÍSTICAS GERAIS ................................................................................................................. 7 4.1 REQUISITOS GERAIS .............................................................................................................................. 7 4.2 REQUISITOS TÉCNICOS GERAIS ............................................................................................................ 7 4.3 REQUISITOS DE INSTRUMENTAÇÃO E CONTROLE .................................................................................. 7 5 CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS ....................................................................................................... 8 5.1 CONTROLE DE PRODUÇÃO DE LEITE ..................................................................................................... 8 5.1.1 Sensor de visão para aprimorar a linha de produção .............................................................. 8 5.1.2 SENSOR DE NÍVEL .................................................................................................................................. 9 5.1.3 Sensor de temperatura ................................................................................................................... 11 5.1.4 COLEIRA TRANSPONDER ...................................................................................................................... 12 5.1.5 Sensor de Luminosidade ............................................................................................................... 13 5.1.6 Características Específicas .......................................................................................................... 14 5.1.6.1 Características ..................................................................................................................................................... 15 5.1.6.2 Grupos de vácuo dimensionados para qualquer tipo de equipamento........................................................ 16 5.2 MONITORAMENTO DE SILOS ................................................................................................................ 19 5.2.1 Monitoramento via ultrassom, temperatura e umidade no armazenamento de grãos .. 19 5.3 SELETORA DE GRÃOS OU FRUTOS ...................................................................................................... 24 5.3.1.1 Sensor de cor ....................................................................................................................................................... 25 5.3.1.2 Sistema de empacotamento semi-automático ................................................................................................ 26 5.3.1.3 Célula de Carga ................................................................................................................................................... 26 5.3.1.4 CLP ........................................................................................................................................................................ 26 5.4 CONTROLE DE IRRIGAÇÃO ................................................................................................................... 28 5.4.1 Sistema Moto-Bomba ..................................................................................................................... 28 5.4.1.1 Detalhes Técnicos ............................................................................................................................. 28 5.4.2 Sistema De Microaspersão ........................................................................................................... 29 5.4.2.1 Escolha do Aspersor ........................................................................................................................................... 30 5.4.3 Automação De Sistemas De Irrigação ....................................................................................... 31 5.4.4 Sensores de Umidade .................................................................................................................... 32 5.4.5 Blocos de resistência elétrica ...................................................................................................... 33 5.4.6 Tensiômetro ...................................................................................................................................... 33 5.4.7 Irrigás .................................................................................................................................................. 34 5.4.8 Sensores Fotoelétricos .................................................................................................................. 35 5.4.9 Controladores ................................................................................................................................... 36 5.4.10 Hardware ............................................................................................................................................ 37 REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................40 4 1 OBJETIVO Esta especificação técnica estabelece todos os requisitos necessários para a automatização de uma fazenda, idealizada para as ações de controle de irrigação, controle de produção de leite, monitoramento de silos e seletora de grãos ou frutos, e será utilizada apenas com o intuito de aprendizado na disciplina de AUTOMAÇÃO E INFORMÁTICA INDUSTRIAL da grade curricular do curso de graduação de engenharia mecânica da PUC Minas Contagem. 2 CÓDIGOS E NORMAS É exigido o atendimento integral às Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego, conforme Portaria 3.214 de 08/06/1978. O fornecimento completo, incluindo materiais, projeto, componentes, fabricação, montagem, ensaios, condições de serviço, desempenho e segurança pessoal e operacional, deve estar de acordo com os Órgãos Normativos e /ou Normas e Regulamentações indicadas a seguir: ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas: NBR 9635 Equipamentos de irrigação agrícola - Válvulas de irrigação - Parte 1: Requisitos gerais, elaborada pelo Comitê Brasileiro de Tratores e Máquinas Agrícolas e Florestais (ABNT/CB-203); ABNT NBR ISO/TS 28924:2016 - Máquinas agrícolas - Proteções para partes móveis de transmissão de potência - Abertura da proteção sem ferramenta; ABNT NBR ISO 5674:2017 - Tratores e máquinas agrícolas e florestais — Proteções para eixos de transmissão da tomada de potência (TDP) — Ensaios de resistência e desgaste e critérios de aceitação; ABNT NBR ISO 8210:2016 - Equipamentos para colheita — Colhedoras de grãos — Procedimento de ensaio; ABNT NBR ISO 7914:2016 - Máquinas florestais — Motosserras portáteis — Espaçamentos e tamanhos mínimos da empunhadura; 5 ABNT NBR ISO 15077:2016 - Tratores e máquinas agrícolas autopropelidas - Controles do operador - Forças de acionamento, deslocamento, localização e método de operação; ABNT NBR ISO 5697:2016 - Veículos agrícolas e florestais — Determinação do desempenho de frenagem; ABNT NBR ISO 5700:2015 - Estruturas de proteção na capotagem (EPC) - Método de ensaio estático e condições de aceitação; ABNT NBR ISO 8082-1:2016 - Máquinas florestais autopropelidas - Ensaios de laboratório e requisitos de desempenho para estruturas de proteção na capotagem. Parte 1: Máquinas gerais; ABNT NBR ISO 11783-6: 2017 - Tratores e máquinas agrícolas e florestais - Rede serial para comunicação de dados e controle, Parte 6: Terminal virtual; ABNT NBR ISO 17962:2017 - Máquinas agrícolas - Equipamento para semeadura - Minimização dos efeitos ambientais de exaustão do ventilador de sistemas pneumáticos; ABNT NBR ISO 18471:2017 - Equipamentos de irrigação agrícola - Filtros - Verificação do grau de filtragem; ABNT NBR ISO 14223-2:2016 - Identificação de animais por radiofrequência - Transponders avançados. Parte 2: Código e estrutura de comando; NBR 10139 Sistemas Hidráulicos e Pneumáticos; NBR 10140 Sistemas Hidráulicos de Potência; NBR 14039 Instalações Elétricas de Média Tensão; rata das características e da qualidade do produto na indústria; IN 77 São definidos critérios para obtenção de leite de qualidade e seguro ao consumidor e que englobam desde a organização da propriedade, suas instalações e equipamentos, até a formação e capacitação dos responsáveis pelas tarefas cotidianas, o controle sistemático de mastites, da brucelose e da tuberculose; ISO - International Organization for Standardization ISO 2372 Análise de Vibração; MTE - Ministério do Trabalho e do Emprego; NR 10 Segurança das Instalações e Serviços em Eletricidade; 6 NR 12 Máquinas e Equipamentos; NR 31 Segurança e saúde no trabalho na agricultura, pecuária silvicultura, exploração florestal e aquicultura. DIN - Deutsches Institut für Normung DIN SPEC 55572 - Packaging material recycling - Report on substances and materials which may impede recycling (ISO/TR 17098:2013); DIN EN 415-10 - Safety of packaging machines - Part 10: General requirements; German version EN 415-10:2014; CAC/RCP 53 - Code of Hygienic Practice for Fresh Fruits and Vegetables. No caso de conflito entre as normas e códigos, regulamentos e recomendações prevalecerão aqueles que prescreverem maior rigor. 3 ESCOPO A fazenda deverá conter como unidade operacional completa, conforme indicado nesta especificação, com todos os componentes mecânicos, elétricos e de controle, materiais e acessórios necessários à pronta instalação e entrada em operação, incluindo, sem a eles se limitar, os seguintes itens: Sistema de controle de irrigação; Produção de leite; Monitoramento de silos; Seletora de grãos ou frutas; Sistema de alarme / parada de emergência / urgência / normal; Monitoramento do nível de vibração; Sistema de diagnostico on-line; Sensor para garantia que o ângulo de trabalho esteja alinhado; Sensor para monitoramento da quantidade de material na entrada e saída do silo; Sistema supervisório. 7 4 CARACTERÍSTICAS GERAIS 4.1 Requisitos Gerais A capacidade nominal e do projeto de automatização da fazenda, assim como as demais características de operação, deverão ser garantidas para qualquer situação de operação dos equipamentos. O fator de projeto e a capacidade de projeto são definidos como a capacidade de produção, acima da nominal, que o equipamento pode operar com segurança, podendo ser utilizada, principalmente, no caso de recuperação de produção. Todos os equipamentos mecânicos, elétricos e de instrumentação deverão apresentar facilidades de acesso seguro ao pessoal de manutenção nas intervenções programadas e não programadas, principalmente acionamentos, engrenagens, equipamentos hidráulicos, lubrificação e revestimentos. O equipamento deverá permitir uma operação segura e simples, utilizando, sempre que possível, comandos manuais ou automáticos de ajuste da abertura para a coleta do leite, a seleção dos frutos bons e ruins, preferencialmente sem interrupção da produção. 4.2 Requisitos Técnicos Gerais O projeto da fazenda deverá ter referências de aplicação e utilização equivalentes ao especificado. O fornecedor deve levar em consideração os fatores críticos de coletas, armazenamento e conservação do material e estoque, característicos deste tipo de equipamento, no seu projeto e dimensionamento. 4.3 Requisitos de instrumentação e controle O fornecedor deverá incluir toda a instrumentação para garantir uma operação segura, eficiente e confiável para as vacas. Todo sistema que requerer proteção deverá ser provido com sensores para acionar alarmes, e quando necessário, prover desligamento automático do sistema. 8 A interligação destes instrumentos será feita no sistema de automação e supervisão. Todos os instrumentos deverão ser à prova de fatores climáticos e pó e ajustáveis sobre seus limites em plena operação. Os frutos deverão ser selecionados de acordo com seu nível de maturidade, de modo que possam ser direcionados aos mercados adequados, levando-se em consideração o tempo de transporte. Para determinar o nível de maturidade do fruto, deverá ser utilizado um sistema de inspeção visual com câmera CCD, baseando-se na variação do padrão RGB de coloração captado pelos sensores da câmera. Após selecionados os frutos, estes devem seguir por uma esteira, onde serão depositados em grades posicionadas sobre balanças em esteiras ligadas ao PLC, de modo que ao atingir o peso especificado da embalagem, apenas a esteira que atingiu o peso específico pare. A embalagem cheia, será empurrada para a rampa de rolos, um sinal luminoso em cada posto de abastecimento acenderá, indicando a necessidade de uma embalagem vazia ao operador. 5 CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS 5.1 Controle de Produção de Leite 5.1.1 Sensor de visão para aprimorar a linha de produção Em uma indústria, a perfeição está sempre em primeiro lugar. Mesmo com robôs altamente tecnológicos e automatizados, algum tipo de imperfeição no produto pode deixar de ser notada. Mas, para que as fábricas não perdessem a qualidade, cada vez mais empresas estão usando o sensor. O equipamento identifica, de maneira rápida e precisa, os defeitos dos materiais produzidos na indústria. A inspeção e rastreabilidade na linha de produção realizada pelo sensor de visão é mais eficiente do que a que é feita pelo ser humano. No caso da produção de leite o sensor de visão utiliza um feixe laser para a leitura e indicação exata do local onde a teteira deve se encaixar nas tetas da vaca, permitindo assim o perfeito acoplamento da ordenhadeira automática. Cada ordenhadeira (no caso duas) possui um sensor de visão. 9 Figura 1 - Sensor de visão Fonte: Citisystems Automação Industrial 5.1.2 Sensor de Nível A chave de nível tipo óptico, é utilizado para monitoramento de nível de líquidos.O sensor óptico consiste em um LED infravermelho e um receptor de luz. A luz do LED é direcionada em um prisma o qual forma a ponta do sensor. Enquanto a ponta não é imersa no líquido, a luz é reflexionada do prisma ao receptor. Se o líquido se eleva no tanque e entra em contato com o sensor, o raio de luz é refratado pelo líquido, assim o receptor não recebe ou somente uma fração da luz e reage à alteração ligando um contato. O status da chave pode ser lido diretamente no sensor (LED amarelo). Figura 2 - Especificações do sensor de nível 10 Fonte: WIKA do Brasil Ind. e Com. Ltda 2019 Figura 3 – Chave de nível tipo óptico para aplicações industriais Modelo OLS-C01 Fonte: WIKA do Brasil Ind. e Com. Ltda 2019 Neste trabalho o sensor de nível será utilizado para o monitoramento do nível de leito dentro do reservatório, fazendo com que o sistema indique o momento mais adequado para realização da coleta. O sistema deverá ser dotado de dois sensores, um de nível alto e outro de nível baixo. 11 5.1.3 Sensor de temperatura Os termômetros, são utilizados para a medição da temperatura em áreas externas, bem como salas frias e instalações de produção e armazenamento. Os sensores de temperatura, podem ser fornecidos como com o elemento de medição integrado na caixa. Para evitar medições erradas devido à radiação intensa dos raios solares, alguns modelos possuem um protetor solar como acessório. Ao selecionar o elemento de medição apropriado, é necessário verificar a compatibilidade com os sistemas de controle utilizados. Elementos de platina oferecem a vantagem de atender as normas internacionais (IEC/EN 60751). Devido aos critérios específicos de material e produção, a padronização dos elementos de semicondutores, como NTCs, é impossível. Por esse motivo, sua intercambialidade é limitada. Outras vantagens de sensores de platina são: melhor estabilidade ao longo prazo e melhor desempenho com ciclos de temperatura, uma faixa de temperatura mais ampla assim como alta exatidão e linearidade. Alta exatidão e linearidade também são possíveis com NTC, mas somente em uma faixa de temperatura limitada. Isso é uma vantagem contra a baixa sensibilidade dos elementos platina. Os sensores de temperatura para ambientes externos geralmente são utilizados em aplicações onde não é necessária uma medição de temperatura de alta exatidão. Para custos menores quanto ao sensor de medição, eles podem ter sensores com a ligação a 2 fios. Para nossa fazenda, serão utilizados três sensores de temperatura, posicionados de forma estratégica na planta da ordenhadeira. 12 Figura 4 - Sensor de temperatura para ambientes externos Modelo TF41. Fonte: WIKA do Brasil Ind. e Com. Ltda 2019 5.1.4 Coleira transponder O sistema C-Tech foi desenvolvido para facilitar a vida do produtor, monitorando o gado 27 horas por dia e oferecendo relatórios detalhados sobre a ruminação, atividade e lazer de cada animal. Com base nas informações, o sistema detecta calor, levando em consideração três parâmetros comportamentais, o que aumenta significativamente a eficiência do sistema. Além da detecção de calor, o C- Tech realiza um monitoramento detalhado do estado de conforto e bem-estar do animal, alertando o produtor sempre que um bovino apresenta alterações em seu padrão de comportamento. Ao passarem por antenas instaladas na entrada do local de ordenha, as coleiras enviam as informações coletadas para um software disponível em qualquer computador com acesso à internet, onde serão organizadas e analisadas. De acordo com o professor Cecim, as análises são feitas com base em comparações do comportamento do animal. “Se a vaca diminuiu seus níveis de atividade e ruminação, e aumentou as taxas de ócio, por exemplo, pode ser um sinal 13 de que está doente, e o recomendável é o produtor contatar o veterinário responsável”. O mesmo acontece quando o nível de atividade aumenta, enquanto os outros parâmetros diminuem, significando um possível estado de cio. Figura 5 – Sistema de monitoramento Fonte: Chip Inside 2015 5.1.5 Sensor de Luminosidade O Sensor de Luminosidade é um sensor capaz de detectar a intensidade de luz ambiente com precisão e agilidade na comunicação com o microcontrolador. Ele é um sensor que transforma intensidade de luz em uma saída de sinal digital que pode ser lido por vários microcontrolador. O Sensor de Luminosidade geralmente combina um fotodiodo de banda larga (visível mais infravermelho) e um fotodiodo de resposta infravermelha em um único circuito integrado CMOS capaz de fornecer uma resposta quase fotóptica em uma faixa dinâmica efetiva de 20 bits (resolução de 16 bits). Possui dois conversores ADC integração convertem as correntes de fotodiodo em uma saída digital que representa a irradiância medida em cada canal usando uma fórmula empírica para aproximar a resposta do olho humano. Embora sejam úteis para aplicações de detecção de luz de uso geral, os dispositivos TSL2560 são projetados especialmente 14 para painéis de exibição (LCD, OLED etc.) com a finalidade de prolongar a vida útil da bateria e fornecer uma visualização ideal em diversas condições de iluminação. Principais Características: Tensão de operação: 3-5V Faixa de medição: 0,1-40.000 Lux Interface: I2C Endereço I2C: 0x39, 0x29, 0x49 (selecionáveis com jumper) Dimensões: 19 x 16mm Figura 6 - Sensor de Luminosidade TSL2561 Fonte: Curto Circuito Componentes Eletrônicos Ltda Me 2018 Este sensor de luminosidade será utilizado para controle da luminosidade na parte interior da ordenhadeira. Como a planta da ordenhadeira possui uma área considerável, serão utilizados quatro sensores para este controle. 5.1.6 Características Específicas A ordenhadeira, como um todo, deverá ter um sistema de higienização das tetas da vaca, feixe laser para a leitura e indicação exata do posicionamento da teteira no sistema de ordenha do leite. Deverá conter um sistema de gerador em caso de queda de energia, controle de temperatura, sistema de monitoramento de produção de leite de cada vaca e controle do nível do recipiente onde o leite estará armazenado. As ordenhadeiras canalizadas foram desenvolvidas para atender todas as necessidades do pequeno ao grande produtor de leite. Incorporam conceitos tecnológicos de última geração e apresentam a melhor relação custo-benefício do 15 mercado, por sua concepção simples e robusta, associando baixo custo de manutenção com durabilidade. 5.1.6.1 Características Melhor aproveitamento do potencial de produção do rebanho Menor tempo de ordenha Dimensionamento técnico adequado as normas ISO 5707 e NBR14764 e 14765 Melhor qualidade do leite Melhor relação Custo x Benefício Resistente a altas temperaturas e elevados níveis de vácuo Anticorrosivo Comprovadamente atóxico Perfeito acabamento interno e externo 16 Figura 7 – Ordenhadeira canalizada Fonte: Milkparts 2019 5.1.6.2 Grupos de vácuo dimensionados para qualquer tipo de equipamento Entradas de leite na tubulação com ângulo de 180º confeccionadas em aço inox AISI 304, mantendo a estabilidade de vácuo nas unidades de ordenha. Conjunto de ordenha com coletor orbital com vazão de 16l/min, de alta performance que se adapta a todo tipo de rebanho leiteiro. Suporte das duchas com apoio para o coletor em aço inox fixado na parede do fosso proporcionando maior agilidade no manejo dos conjuntos (teteira em silicone opcional).17 Figura 8 – Células de automatização Fonte: Jornal do comércio 2017 A fazenda terá duas ordenhadeira automáticas trabalhando de forma integrada, cada uma deve possuir capacidade de ordenhar 50 vacas, produzindo aproximadamente 1500 litros por dia. 5.1.7 Tanque de armazenamento e resfriamento do leite cru Para obtermos um melhor controle da qualidade do leite, é necessário levar em consideração três pontos principais: limpeza dos equipamentos, controle da mastite e o resfriamento do leite. Dentre estes três pontos principais, podemos destacar o resfriamento do leite, pois, quando é realizado o resfriamento do leite a 4 ºC, em menos de 3h, pode ser verificado que há uma inibição do crescimento de microrganismo presentes no leite. Lembrando que não ocorre a eliminação destes microrganismos, mas sim uma drástica redução da velocidade de multiplicação. Levando estas questões em consideração o tanque de armazenamento deve possuir, além do sensor de nível, um sistema de refrigeração integrado. 18 5.1.7.1 Principais características Este tanque deve ser fabricado em aço inoxidável, com capacidade de no mínimo 5000 litros. Figura 9 – Tanque para armazenamento e resfriamento do leite. Tabela 1 – Modelos e características do tanque de armazenamento e resfriamento. Modelo KQ-5T KQ-6T KQ-8T KQ-10T Capacidade (L) 5000 6000 8000 10000L Saída de refrigeração (W) 37000 38000 55000 74000 Líquido de refrigeração (R) R22/404UM R22/404UM R22/404UM R22/404UM Propriedade isolante ≤1ºC/5h ≤1ºC/5h ≤1ºC/5h ≤1ºC/6h Velocidade do Agitador (rpm) 36 36 36 36 Potência (KW) 10.5 11 13 19.2 Alimentação 380V/50Hz,3fases 380V/50Hz,3fases 380V/50Hz,3fases 380V/50Hz,3fases Dimensões (mm) 3900*2050*2150 4500*2050*2150 6300*2050*2250 8000*2100*2400 Peso (Ton) 1.1 1.3 1.8 2,05 19 5.1.7.2 Sistema de refrigeração Compressor: Maneurop O refrigerante R404A ou R22 5.1.7.3 Características do painel de controle A. Temperatura atual B. Sistema de controle da geladeira e ajuste de temperatura do leite. C. Ajuste do agitador para misturar completamente o leite. D. Alarme de aviso 5.2 Monitoramento de Silos 5.2.1 Monitoramento via ultrassom, temperatura e umidade no armazenamento de grãos Grãos armazenados estão sujeitos à degradação causada por fatores como fungos, insetos e condições climáticas desfavoráveis que causam perda na qualidade. A utilização de sistemas de monitoramento aliados à técnicas que reduzam a temperatura e controlem a umidade dos grãos pode evitar estes problemas. Para a aquisição de dados serão desenvolvidas unidades remotas compostas de sensores de temperatura e umidade, e um sensor que permita avaliar a presença de grãos. Estas deverão se comunicar com uma unidade central, que contará com uma interface gráfica que possibilite ao usuário alterar parâmetros do sistema de controle, bem como acionar manualmente os sistemas do silo. Para a fazenda em questão, será considerado o monitoramento e controle de apenas um silo. 20 5.2.2 Organização do sistema em blocos Figura 10 – Diagrama de blocos do sistema 5.2.3 Aquisição de dados de temperatura e Umidade Para medir a temperatura e umidade relativa do ar presente no interior do silo foi escolhido o sensor DHT22 que pode medir com precisão de até ±2% a faixa de umidade entre 20 e 80%, e com ±5% a faixa restante. A faixa de temperatura vai de - 40oC até 80 ºC com precisão de até ±1 ºC. Serão utilizados 2 sensores DHT22 pré- dispostos em localização defasada de 180º entre eles, para maior abrangência. Figura 11 – Sensor DHT22 De acordo com o datasheet (AOSONG, 2014) o sensor conta com um µC de 8 bits e circuitos de compensação de temperatura. O elemento que mede a temperatura é um NTC, e a umidade fica por conta de um elemento capacitivo. A vantagem deste componente é que ele combina os dois sensores em um mesmo 21 encapsulamento, além de contar com calibração feita pela fábrica, onde o coeficiente de calibração é gravado em uma memória não volátil (não perde os dados após o desligamento de energia). Além disso, o sensor também não necessita de condicionamento de sinal, visto que a comunicação é realizada por um único fio, pelo qual os bytes são enviados na ordem mostrada na tabela. Os dados das grandezas são de 16 bits, seguidos pelo Checksum de 8 bits, a conversão é feita de bits em valores decimais. 5.2.4 Nível de grãos Juntamente com o sensor DHT22 foi utilizado um sensor de ultrassom, modelo HCSR04, para detectar a presença de grãos na região onde a unidade remota se encontra. Este tipo de sensor normalmente é utilizado para calcular distâncias, porém ele funcionará como um sensor de presença, ajudando a estimar o nível de grãos presente dentro da unidade de armazenamento. Será utilizado 1 sensor HCSR04 no topo interno do silo para melhor propagação das ondas de ultrassom. 22 Figura 12 – Sensor HCSR04 Partindo do princípio que uma detecção positiva indica que existem grãos no entorno de determinada unidade remota, basta saber sua localização para estimar a altura da coluna de grãos. 5.2.5 Controlador Lógico Programável (PLC) Toda automatização do sistema será feita através do PLC, o sistema precisará sempre contar com um cérebro que vai dizer às partes mecânicas e elétricas quando ligar, desligar e o que fazer. Atualmente, o PLC é uma das tecnologias mais utilizadas para esse fim. Em resumo, o PLC é como o cérebro de um organismo interligado. Ele pode ser programado e reprogramado quantas vezes forem necessárias e também pode controlar mais de um aparelho ao mesmo tempo. Figura 13 - Controlador Lógico Programável 23 5.2.6 Interface gráfica Paralelamente ao desenvolvimento das rotinas de leitura dos sensores e envio dos dados realizado pelo PLC, é implementado uma interface gráfica. O equipamento possui resolução de 240x320 pixels e tecnologia touchscreen resistiva. Figura 14 – Placa de desenvolvimento Dado o desenvolvimento, será separado uma tela para cada função presente mais os ajustes, totalizando 4 telas diferentes: MONITORAMENTO, NÍVEL DE GRÃOS, CONTROLE e SELEÇÃO DE GRÃOS. 24 5.3 Seletora de Grãos ou Frutos A fim de distribuir sempre os melhores produtos aos clientes, a fazenda deve possuir um sistema automático capaz de descartar produtos não conformes. 25 5.3.1 Seleção de frutos Os frutos deverão ser selecionados de acordo com seu nível de maturidade, de modo que possam ser direcionados aos mercados adequados, levando-se em consideração o tempo de transporte. Para determinar o nível de maturidade do fruto, deverá ser utilizado um sistema de inspeção visual com câmera CCD, baseando-se na variação do padrão RGB de coloração captado pelos sensores da câmera. 5.3.1.1 Sensor de cor Será utilizado um único sensor de cor TCS3200 para montar facilmente um sistema de reconhecimento de cores com Arduino. O sensor de cor TCS3200 utiliza o chip TCS3200 para detectar o nível de cor RGB (Red, Green e Blue, ou Vermelho, Verde e Azul) do objeto que for colocado em frente ao sensor. O chip TCS3200 tem 64 fotodiodos: 16 com filtro para a cor vermelha, 16 para a verde, 16 para a azul e 16 sem filtro. Esses fotodiodos captam a intensidade da luz, filtrando as cores e gerando a informação correspondente no pino OUT, que vai enviar os dados para o microcontrolador. O sensor possui duas fileiras de 5 pinos, onde encontramos os pinos de controle (S0, S1, S2, S3), saída (OUT), controle do Led (LED) e alimentação(VCC e GND). Os pinos Vcc e GND estão em duplicidade, e você pode usar qualquer um deles para alimentar o módulo. Os pinos S0 e S1 determinam a frequência de saída, e os pinos S2 e S3 determinam qual nível de cor será detectado no momento, segundo a tabela abaixo: Tabela 2 - Correlação de pulsos e cores no TCS3200 26 5.3.1.2 Sistema de empacotamento semi-automático Após selecionados os frutos, estes devem ser guiados por esteira para embalagens pesadas para que possam ser transportados aos clientes. O sistema para controle do peso das embalagens é composto conforme elementos descritos a seguir. 5.3.1.3 Célula de Carga De acordo com PEREIRA (2015), as células de carga baseiam-se na deformação de um extensômetro que variam sua resistência de acordo com a deformação sofrida, com base nesta resistência e nas especificações do material utilizado para suportar o extensômetro, é possível saber qual a carga está sobre a célula de carga. Para este trabalho é recomendado a utilização de uma balança com capacidade de até 60Kg, que ligada ao PLC, permitirá a interrupção do abastecimento e o ascendimento de uma luz no posto, indicando ao operador a necessidade de uma caixa vazia. Figura 15 - Balança Industrial. Fonte: PEREIRA (2015) 5.3.1.4 CLP Baseando no conceito apresentado por PEREIRA (2015) um CLP é um dispositivo que processa as informações de sensores e retorna ações baseando em 27 valores pré-definidos. Figura 16 - Constituição de um CLP. Fonte: PEREIRA (2015) Neste sistema de empacotamento, será utilizado um CLP, que receberá informações da balança e ativará ou desativará a esteira, além de ascender e apagar a lâmpada indicativa. 5.3.2 Seleção de Grãos Para o sistema de seleção de Grãos será utilizada uma máquina, onde os grãos são depositados em um reservatório disposto na parte superior do equipamento. Ao serem liberados do reservatório, os grãos escorregarão através de uma chapa de alumínio tratado, resistente à abrasão e dotada de ranhuras que servirá de guia aos grãos para as próximas etapas do processo. Após serem dispostos nas guias, um sistema de processamento de imagens, composto por uma câmera de alta velocidade e precisão, realizará a análise dos grãos baseado em cores pré-determinadas no supervisório: sistema análogo à seleção dos frutos. Uma vez que a inspeção visual foi realizada pelo sistema, os grãos que não estiverem de acordo com o padrão desejado deverão ser descartados. Para isso, bicos pneumáticos de alta pressão alinhados às ranhuras-guias expelem os grãos não conformes para a bandeja de rejeito, conforme o padrão levantado pelo sistema 28 de reconhecimento de cores. O sistema deve ser capaz de armazenar até cinco configurações de Grãos. 5.4 Controle de Irrigação 5.4.1 Sistema Moto-Bomba Sistema com funcionamento automático através de pressostato. Utilizado em pressurização de redes hidráulicas que requerem alto consumo de água. Economiza energia, devido ao gerenciador eletrônico do sistema. Possui painel de controle que faz o revezamento das motobombas e partidas em cascatas. 5.4.1.1 Detalhes Técnicos Motobombas centrífugas Série VME, motor elétrico trifásico IP-55, 2 polos, 60 Hz Intermediário, base e flanges das motobombas de ferro fundido, com pintura a fundo E-COAT Rotores fechados, difusores e carcaça de aço inox Selo mecânico constituído de aço inox AISI-316, EPDM, carbeto de silício e grafite Válvula de retenção incorporada Barriletes galvanizados na sucção e recalque Painel de comando com display Temperatura máxima do líquido bombeado: 60°C Tensão única: Trifásico 220 V ou 380 V Figura 17 – Descrição do motor 29 A motobomba escolhida foi a SKID 2X VME 5630, por ser uma motobomba para médio porte e que atende as necessidades de vazão necessárias. 5.4.2 Sistema De Microaspersão São muitas as vantagens da utilização da aspersão, como por exemplo, a operação fácil e cômoda, a rápida adaptação dos operadores, adaptabilidade do sistema às condições topográficas e geométricas do terreno, possui alta eficiência de aplicação, assim como o domínio e o controle da mesma, sendo possível adequar a intensidade de aplicação a todos os tipos de solo. O conhecimento das vantagens e limitações da aspersão é importante na escolha e implantação do sistema, e permite a utilização racional do sistema de irrigação escolhido. (FRIZZONE, 1992). Os aspersores podem ser considerados como o principal componente do sistema de irrigação, pois são eles os responsáveis pela distribuição da água na superfície do terreno, através de um ou mais bocais, sob forma de precipitação. Normalmente um aspersor é constituído de: braço oscilante, mola de controle, cabeçote, defletor, bocal e corpo. Figura 18 – Microaspersores John Deere S2000. Fonte: John Deere 30 5.4.2.1 Escolha do Aspersor Um espectro variado de critérios pode ser utilizado na seleção do aspersor a ser utilizado, entre elas temos a pressão de serviço, a vazão, alcance do jato, tamanho de gotas, ângulo de lançamento do jato de água etc. (VIEIRA, 1996). Na hora da escolha do tipo de aspersor a ser utilizado no sistema de irrigação por aspersão, devem-se considerar alguns fatores como: cultura, tipo de solo, qualidade da água, manejo da irrigação, condições desejadas na aplicação da água (pressão, vazão, horários), mão-de-obra, cálculos econômicos entre outros. Por outro lado, devem-se considerar as características do próprio aspersor como: eficiência de aplicação, coeficiente de uniformidade, intervalo de pressão e vazão no qual trabalha, funcionamento em condições de vento etc. (FRIZZONE, 1992). Na seleção dos aspersores devem-se utilizar as tabelas fornecidas pelos fabricantes. Estas tabelas fornecem as características e especificações de cada modelo de aspersor, como por exemplo: o diâmetro dos bocais (mm), a pressão de serviço (mca), a vazão (m3/hora ou litro/hora), diâmetro de alcance (m), a precipitação (mm/hora), sendo estes valores de precipitação específicos para cada 31 variação na disposição dos aspersores, ou seja, de acordo com o espaçamento adotado. Figura 19 - Tabela utilizada para seleção de aspersores Fonte: Agropolo (2011) A tabela acima mostra a relação das variantes que devem ser consideradas para a escolha do tipo de aspersor que melhor se enquadra em determinado sistema de irrigação. Considerando uma fazenda com área de irrigação de 5000 m2 (100x50), utilizando-se aspersores com bocais de 4,5x3,2 conforme a figura 19 e ainda um espaçamento de 18x24 padrão, serão necessários 12 aspersores para irrigar a área de maneira eficaz. 5.4.3 Automação De Sistemas De Irrigação O processo de automatizar um projeto de maneira simplificada se resume à emissão de sinais elétricos feitos pelo microcontrolador central, os quais são recebidos por acessórios, válvulas elétricas e relês (MEYER, 2005). Para viabilizar a automação de um sistema de irrigação é necessário que seja realizado o levantamento dos dados hidráulicos e de equipamentos instalados, servindo para a determinação da melhor estratégia de controle e para a escolha dos recursos de hardware ou software necessários para a aplicação no sistema. A irrigação automatizada consiste, basicamente, em um sistema hidráulico controlado por um controlador eletrônico. O sistema é composto por uma casa de bombas que capta a 32 água de um reservatório e, utilizando uma rede de dutos, lançam água sobre a superfície através de emissores de rega, no caso, os aspersores. (MEYER, 2005). No Brasil, a automação de sistemasde irrigação vem sendo implantada com maior intensidade nos últimos anos, principalmente em função do surgimento de técnicas apropriadas que vem acompanhando a modernização crescente da agricultura e abertura do mercado brasileiro às importações, principalmente com relação à irrigação localizada. A necessidade da busca da otimização dos recursos produtivos, da competitividade, do aumento de produtividade e da redução de custos, leva a uma tendência de implantação de novas tecnologias aos métodos de irrigação. A automação se faz necessária não somente pela possibilidade de diminuição dos custos com mão de obra, mas principalmente por necessidades operacionais, tais como irrigação de grandes áreas no período noturno. Os sistemas de automação para irrigações têm sido, neste século, uma tecnologia de profunda repercussão, cuja importância provém não só de substituir o trabalho humano nas tarefas monótonas e/ou cansativas, mas também, e principalmente, do fato de permitir sensível melhoria na qualidade dos processos, com pequena elevação no custo do equipamento (Castrucci, 1969). 5.4.4 Sensores de Umidade Para o sucesso de qualquer atividade agrícola, seja ela de pequeno ou grande porte, é importante controlar a umidade do solo a fim de garantir o aproveitamento eficiente da água para as culturas, especialmente em períodos de estresse hídrico, que no Brasil usualmente ocorre no inverno. Em atividades agrícolas de pequeno porte, como é o caso da produção de hortaliças e frutas, este cuidado é de extrema importância para garantir uma boa produção e renda para os produtores (Bayer et al., 2013). Para que se possa entender o sensor utilizado no projeto é necessário conhecer um pouco sobre métodos de determinação da umidade do solo. Existem métodos diretos e indiretos de determinação da umidade do solo. Dentre os métodos diretos, o gravimétrico é o mais utilizado, consistindo em amostrar o solo e, por meio de pesagens, determinar a sua umidade gravimétrica, relacionando a massa de água com a massa de sólidos da amostra ou a umidade volumétrica, relacionando o volume de água contido na amostra e o seu volume. O método gravimétrico possui a 33 desvantagem de necessitar de 24 horas ou mais para obter o resultado. Contudo, é o método-padrão para calibração dos métodos indiretos. Já os métodos indiretos possuem determinação instantânea da umidade do solo, o que os tornam mais adequados para indicar o início e a duração da irrigação. Os principais métodos indiretos baseiam-se em medidas como a moderação de nêutrons, a resistência do solo à passagem de corrente elétrica, a constante dielétrica do solo e a tensão da água no solo. Essas são características do solo que variam com a sua umidade. (NEVES, 2012). A seguir estão descritos quatro sensores de umidade do solo que são utilizados em sistemas de irrigação inteligente. 5.4.5 Blocos de resistência elétrica Normalmente fabricados de gesso, os blocos de resistência elétrica, são elementos porosos com eletrodos inseridos, cuja passagem de corrente elétrica entre estes eletrodos, causada principalmente pela solubilização em água dos seus eletrólitos componentes (Ca2+ e SO42-), é função não linear da tensão da água no solo. Estes blocos de gesso requerem calibração individual periódica, já que sua resposta deteriora no tempo, principalmente em solos com tensão de água baixa, que causem importante solubilização e movimentação do cálcio e do sulfato. Apresenta a vantagem de ser um sensor de baixo custo, ser de fácil fabricação e possuir uma ampla faixa de resposta. No entanto, a deterioração da resposta no tempo, e a necessidade de calibração individualizada dos sensores são suas desvantagens. (NEVES, 2012). 5.4.6 Tensiômetro O tensiômetro é formado por cápsulas porosas contendo água em sua cavidade que são dispositivos de medição de tensão ou sucção que são mantidos em contato com a superfície do solo, ou neste inserido. Em equilíbrio, sua leitura é diretamente a tensão da água no solo, em unidade de energia dividida por volume (pressão). (NEVES, 2012). As principais vantagens do tensiômetro são que além de sua construção ser fácil ele não necessita de calibração. Sua principal limitação é necessitar frequentes manutenções, visto que acontece um acúmulo de ar na cavidade da cápsula porosa, 34 o que ocorre com velocidade crescente, sempre que a tensão da água no solo supera 30 kPa. Por esta razão, o tensiômetro não é um sensor adequado para a automatização de sistemas não assistidos. Outras desvantagens do tensiômetro é o contato precário com o solo, na sua construção como haste cilíndrica rígida. O mau contato diminui consideravelmente a condução de água entre o solo e a cápsula porosa. Nesse caso a resposta pode desenvolver-se com inaceitável atraso. (NEVES, 2012). 5.4.7 Irrigás O Irrigás é fabricado com cápsulas porosas de tensão crítica de água apropriada a cada cultivo. Estas cápsulas porosas, hidrofílicas, entram em equilíbrio de tensão de água com o solo. Assim, quando o solo seca, acima da denominada tensão crítica, alguns poros se esvaziam o que torna o sensor permeável à passagem de gás. A tensão crítica do Irrigás determinada com a aplicação de pressão até iniciar-se o borbulhamento de cápsulas imersas em água, ou com o auxílio da câmara de Richards, descrita para o preparo de curvas de retenção de água de solos. A tensão crítica é o parâmetro necessário para o uso do Irrigás, de modo que o manejo da irrigação com este sensor é efetuado, automaticamente ou não, com o uso de leituras da passagem do gás através da cápsula porosa. (NEVES, 2012). A simplicidade de fabricação e uso, o baixo custo e a linearidade de resposta nas medições de tensão de água em função da pressão de gás aplicado são as principais vantagens do Irrigás. Como limitação, é comum o Irrigás necessitar de manutenção após cada ciclo da cultura, pois sua superfície porosa pode sofrer impregnação com partículas finas de argila e matéria orgânica, se utilizado com pressão negativa. (NEVES, 2012). Considerando a mesma área de irrigação citada anteriormente, de 5000m2, serão necessários 12 sensores de umidade irrigás, um para cada aspersor, abrangendo assim, toda a área necessária. 35 5.4.8 Sensores Fotoelétricos Um dos objetivos deste trabalho é a inclusão do agricultor no Programa de Irrigação Noturna (PIN) e para tanto, a rega deve ser, obrigatoriamente, realizada no período noturno. Para garantir que o sistema opere no horário noturno, uma das condições iniciais é de que esteja noite. Com o intuito de verificar essa condição, é necessária a utilização de um sensor de luminosidade para dizer quando é noite. Pelo baixo custo e pela facilidade de montagem e operação, optou-se por utilizar um LDR, também chamado de célula fotocondutiva, ou ainda de foto resistência. O LDR (Light Dependent Resistor), como o próprio nome diz, é um resistor cuja resistência varia em função da luminosidade que incide sobre ele, devido ao material fotossensível que cobre o componente. Os LDRs são compostos por sulfeto de cádmio (CdS), um material semicondutor, que é disposto num traçado onduloso na superfície do componente. Esse material tem a propriedade de diminuir sua resistência à passagem da corrente elétrica quando a luminosidade sobre ele aumenta. Ao iluminarmos um LDR, a sua resistência apresenta valores muito baixos. Ao cortarmos a iluminação, a resistência sobe. Esta característica possibilita a utilização deste componente para desenvolver um sensor que é ativado (ou desativado) quando sobre ele incidir certa luminosidade. (TOMAZINI & ALBUQUERQUE, 2005). Figura 20 - Representação do Funcionamento do LDR. Fonte: Saber Eletrônica. Através dessa característica pode-se utilizar esse sensor paradetectar a luminosidade do ambiente, para tomar uma decisão, como por exemplo, ligar uma lâmpada, como ocorre nas fotocélulas, ou ligar uma válvula, no caso do projeto, 36 onde iremos fazer a leitura do sensor LDR, através de uma entrada analógica do Arduino, que irá converter o sinal analógico em digital, entre 0 à 1024 conforme a quantidade de luz no ambiente. Com este valor pode-se verificar a variação luminosa no terminal serial, e acionar a válvula através do relê. A aplicação mais conhecida do LDR é, sem dúvida, na iluminação pública, onde ele é utilizado para que, de acordo com a claridade do ambiente, sejam acionadas ou desligadas as lâmpadas automaticamente, sem que haja a necessidade de alguém para controlá-las. Os LDRs são também utilizados em câmeras para medir o nível de luz do ambiente, permitindo assim o controle do tempo de exposição para a captura de uma boa imagem. Utilizações menos usuais desses componentes foram em mísseis que seguem o calor emanado pelos aviões e em detectores de radiação infravermelha para pesquisas astronômicas. (SABER ELETRÔNICA, 2006). Serão necessários 2 sensores fotoelétricos para controlar a luminosidade e enviar ao programa a informação dizendo se é noite ou dia, para comandar assim a irrigação noturna. 5.4.9 Controladores O controlador eletrônico em um sistema de irrigação é considerado o "gerente" da irrigação. É ele que armazena e processa todas as informações nele embutidas e faz o equipamento trabalhar de forma ordenada e eficaz. Portanto, basta saber lançar as informações e deixar por conta dele. Em geral os controladores apresentam uma fonte de alimentação de 110 ou 220V, com saída para as válvulas de 24 VAC, possuem de 2 a 4 programas independentes, programação dos dias da semana, 3 a 16 horários de partida ("start"), tempo programado em minutos e horas, mantém a hora, data e programação em caso de queda de energia utilizando pilha alcalina 9 volts, programação individual semiautomática ou manual e admitem o acoplamento de sensor de chuva, ou outros sensores de controle da irrigação. Vários são os fabricantes destes controladores. (SUZUKI; HERNANDEZ, 1999, p.01). Figura 21 – Modelo de controlador de irrigação 37 Fonte: Hunter Controladores podem ser dispositivos simples, que controlam uma única linha de água com um par de pontos de aspersão ou sistemas extremamente complexos com quilômetros de linhas de água e centenas de pontos de aspersão. (SOUZA, 2001). Dependendo do tipo de instalação, o controlador de irrigação pode ser uma caixa pequena e discreta ligado a uma torneira de jardim ou possuir uma sofisticada configuração de computador de base, tais como aqueles usados para irrigar campos de golfe e outras propriedades. 5.4.10 Hardware Resumidamente o hardware é uma placa eletrônica que: Possui todos componentes necessários para a maioria dos projetos; Contém uma eletrônica que permite usar a placa com diversas fontes de energia, baterias e fontes de alimentação; Permite o acoplamento de circuitos externos através de pinos de conexão em posições padronizadas; A eletrônica é baseada em componentes de fácil obtenção, inclusive no mercado brasileiro; O esquema da placa é livre, e pode ser facilmente modificado ou adaptado; A placa é programada, ou seja, escrevemos um software que ficará embutido no chip controlador (firmware). 38 Figura 22 – Placa Arduino Uno utilizado no projeto O hardware do Arduino é muito simples, porém muito eficiente. Esse hardware é composto dos seguintes blocos, explicados abaixo: Fonte de Alimentação - Recebe energia externa, filtra e converte a entrada em duas tensões reguladas e filtradas; Núcleo CPU - Um computador minúsculo, mas poderoso responsável por dar vida à placa; Entradas e Saídas - A CPU vem completar com diversos "dispositivos" embutidos dentro do chip; Pinos com Funções Especiais - Alguns pinos possuem hardware embutido para funções especiais; Firmware - Programa que carregamos dentro da CPU com nossas instruções de funcionamento da placa. Abaixo está uma figura com a setorização dos blocos acima citados. Figura 23 – Setorização dos blocos do Arduino Uno R3 39 Fonte: Saber Eletrônica. O núcleo de processamento de uma placa Arduino é um microcontrolador, uma CPU, um computador completo, com memória RAM, memória de programa (ROM), uma unidade de processamento de aritmética e os dispositivos de entrada e saída. Tudo em um chip só. E é esse chip que possui todo hardware para obter dados externos, processar esses dados e devolver para o mundo externo. Os desenvolvedores do Arduino optaram em usar a linha de microcontroladores da empresa ATMEL. A linha utilizada é a ATMega. Existem placas Arduino oficiais com diversos modelos desta linha, mas os mais comuns são as placas com os chips ATMega8, ATMega162 e ATMega328p. Esses modelos diferem na quantidade de memória de programa (ROM) e na configuração dos módulos de entrada e saída disponíveis. (SABER ELETRÔNICA, 2006). 40 REFERÊNCIAS [01] ANDRADE, C. L. T. Seleção do Sistema de Irrigação. 1. ed. Sete Lagoas: Embrapa Milho e Sorgo, 2001. (Embrapa Milho e Sorgo, Circular técnica, nº14). Acesso em: 18 set. 2019. [02] ANDRADE, Rogério S. Irrigação por superfície: sulco e inundação. 2010. 53 f. Dissertação de graduação em Agronomia, Universidade Federal de Mato Grosso. Cuiabá, 2010. Acesso em: 19 set. 2019. [04] AZEVEDO, H.M. Irrigação localizada. Informe Agropecuário. Belo Horizonte, 12(139):40-53. 1986. Acesso em: 15 set. 2019. [05] MEYER, Gabriel Ladeira. Controle de sistemas de irrigação com monitoramento via programação. 2005. 79 f. Monografia de graduação em Engenharia de Controle e Automação, Universidade Federal de Ouro Preto. Ouro Preto, 2005. Acesso em: 13 set. 2019. [06] SOUZA, R.O.R.M. Desenvolvimento e avaliação de um sistema de irrigação automatizado para áreas experimentais. 2001. 83 f. Dissertação de Mestrado, Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo. Piracicaba, 2001. Acesso em: 15 set. 2019. [07] SUZUKI, Marcelo Akira. Automação de sistemas de irrigação. Disponível em: <http://www.agr.feis.unesp.br/curso2.htm>. Acesso em: 17 set. 2019. [08] Fonte: https://fruitprocess.com/en-us/weighter-grader/fruit-sorting-weighing- packing-line/. Acesso em: 17 set. 2019. [09] Fonte: http://www.uel.br/ctu/deel/TCC/TCC2017_LuizFernandoConteSiviero.pdf. Acesso em: 25 set. 2019. [10] PEREIRA, Danillo Arruda R. Projeto de um sistema de automação industrial para uma indústria de produtos saneantes. 2015. Monografia (Graduação) - Aluno, [S. l.], 2015. Acesso em: 29 set. 2019. 41 [11] FRUIT SORTING WEIGHING PACKING LINE. Disponível em: <https://fruitprocess.com/en-us/weighter-grader/fruit-sorting-weighing-packing-line/>. Acesso em:21 set. 2019. Acesso em: 28 set. 2019. [12] C. S. Nandi, B. Tudu and C. Koley, MACHINE VISION BASED TECHNIQUES FOR AUTOMATIC MANGO FRUIT SORTING AND GRADING BASED ON MATURITY LEVEL AND SIZE. 2014. University Institute of Technology, University of Burdwan. Acesso em: 29 set. 2019.
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