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Empreendedorismo: Mitos e Verdades

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Empreendedorismo – Aula 1
Empreendedor - De origem francesa entrepreneur, a palavra significa aquele que começa algo novo, a partir de uma ideia ou projeto pessoal, assumindo riscos e responsabilidades, inovando de forma continua. Ele percebe uma oportunidade e a desenvolve antes que outro o faça.
Os empreendedores são pessoas que enxergam oportunidades “onde outros veem caos, contradição e confusão”. São catalisadores de mudança e atuam de forma significativa na revitalização da economia do mundo, pois abrem empresas e criam empregos de forma rápida. Outra característica do empreendedor é a busca por inovação, rentabilidade com lucro imediato e crescimento rápido. Diferentemente dos proprietários de pequenas empresas, os empreendedores, em alguns casos, buscam vender o negócio caso enxerguem potencial ganho de capital.
Mitos sobre o empreendedor
Mito 1 – Empreendedores são executores e não pensadores
Embora os empreendedores tendam à execução, eles também pensam antes de executar, planejando seus movimentos, enfatizando a elaboração de planos de negócio completos.
Mito 2 – Não se pode aprender a ser, já se nasce empreendedor
Por muito tempo acreditou-se que as características do empreendedor já nasciam com o indivíduo e não poderiam ser ensinadas ou aprendidas. Porém, atualmente, o empreendedorismo se tornou uma disciplina de estudo, com modelos e processos.
Mito 3 – Empreendedores são sempre inventores
Empreendedores englobam todas as atividades inovadoras e não só a da invenção.
Mito 4 – Empreendedores são indivíduos acadêmicos e socialmente estranhos
Essa crença surgiu devido ao fato de muitos empreendedores terem abandonado a escola ou seus empregos quando iniciaram seus empreendimentos e, assim, de forma errada, traçou-se o perfil do
empreendedor. Outro fato é a questão de a educação universitária focar inicialmente nos estudos das atividades executivas e corporativas, somente nos dias atuais o empreendedorismo se tornou área de estudo acadêmico.
Mito 5 – Empreendedores têm um perfil muito específico
Muitas literaturas apresentam listas de características do empreendedor bem-sucedido, baseadas em estudos de caso, porém não estão completas ou validadas, pois percebemos que não há um perfil padrão. A percepção da mentalidade empreendedora é mais compreensível do que a de um perfil em particular, já que vários tipos de perfis diferentes foram observados.
Mito 6 – Tudo de que os empreendedores necessitam é dinheiro
O dinheiro não é o único responsável pelo fracasso das empresas, embora a maior parte dos problemas ocorra por falta de verbas financeiras. A falta de financiamento adequado pode ser um indicador de problemas como incompetência gerencial e mau planejamento.
Mito 7 – Tudo de que os empreendedores necessitam é sorte
O que muitos chamam de sorte, na verdade é simplesmente estar preparado para encontrar oportunidades e saber transformá-las em sucesso. Estar preparado e ter vontade e determinação, bem como conhecimento e capacidade de inovação, fazem parte do perfil empreendedor.
Mito 8 – O empreendedorismo é desestruturado e caótico
Alguns consideram os empreendedores pessoas sem foco e que atiram para todos os lados, desorganizados e desestruturados. Na verdade, os empreendedores são envolvidos em todas as vertentes dos seus empreendimentos e acabam por tomar a frente de tudo que envolve a organização e o gerenciamento adequado de todas as atividades, buscando manter tudo em pleno funcionamento.
Mito 9 – A maioria das iniciativas empreendedoras vai à falência
Muito se ouve que a maioria dos novos empreendimentos acaba falindo, mas alguns estudos apontam que as taxas não são alarmantes. Embora muitos empreendedores sofram uma série de contratempos antes de obterem sucesso, são essas dificuldades que os ensinam e apresentam-lhes novas oportunidades, além da persistência de não desistir diante das dificuldades.
Mito 10 – Empreendedores correm riscos extremos
A grande maioria das pessoas tem um conceito de risco diferente do empreendedor. Ele planeja e se prepara antes de empreender, não apostando em oportunidades arriscadas ou minimizando os riscos envolvidos, diferentemente do que pensa a maioria das pessoas.
Diferenças entre empreendedor e empregado
Empreendedores bem-sucedidos têm a capacidade de reagir às dificuldades, permitindo-lhes participar de várias atividades ao mesmo tempo, enquanto os empregados mantêm-se em seus empregos formais por se sentirem seguros, porém guardam eternamente o desejo de ter um dia seu próprio negócio. 
Essa pseudossegurança acompanha os seres humanos desde a Revolução Industrial, e aqui no Brasil a partir da década de 1970, quando os trabalhadores criaram uma espécie de devoção à organização onde estavam desenvolvendo suas atividades. Com a globalização, a partir da metade da década de 1990, as oportunidades alteraram os mercados e a concorrência, o número de vagas em empregos formais diminuiu, fazendo com que o empregado se reinventasse para sobreviver. A grande maioria da população ainda prefere o emprego formal nas empresas e indústrias a ter que “arriscar”, como acreditam ser no mercado empreendedor.
O autor Jerônimo Mendes (2017) aponta as diferenças frente a alguns fatores, que distinguem o empregado do empreendedor: 
Empreendedor
Inovação - Tem mais liberdade e espaço para desenvolver projetos.
Exposição ao risco - Maior, pois é quem está na linha de frente.
Remuneração - Irregular. Vínculada ao retorno do investimento. 
Ambiente de trabalho - Tende a ser informal, pois a estrutura é menor. 
Empregado
Inovação - Restrito ao organograma da empresa. 
Exposição ao risco - Mais limitada, em função da própria estrutura da organização.
Remuneração - Garantia além de benefícios extras. 
Ambiente de trabalho - Maior formalidade em consequência da hierarquia.
Características e motivações do empreendedor
• Necessidade de realização: existem pessoas com grande necessidade de realização, normalmente são pessoas ambiciosas e que gostam de competir com excelência, preferindo atribuir a si as responsabilidades em executar tarefas. Essas características podem aparecer já na infância.
• Disposição para assumir riscos: diversos riscos são assumidos quando se inicia o próprio negócio, como os riscos financeiros, quando se investe recursos próprios e abandona-se o emprego com carreira definida. Pessoas com necessidade de realização normalmente têm propensões de assumir riscos, onde podem exercer o controle pessoal sobre o resultado.
• Autoconfiança: pessoas autoconfiantes sentem que podem enfrentar os desafios que aparecem, tendo domínio sobre os problemas. Empreendedores sentem que o sucesso e a superação dos obstáculos dependem de seus esforços e habilidades e não simplesmente da sorte, dependem do foco no controle interno das situações.
Além das características, os fatores e as circunstâncias motivam as pessoas a empreender. São diversos os fatores que levam as pessoas ao mundo empreendedor e não somente a meta de vida: pessoas que escapam de restrições políticas, religiosas ou econômicas de seu país, migram para outros lugares e, por diversas dificuldades que encontram na busca por um emprego formal, acabam iniciando um novo negócio. Outras não desejam mais continuar no ambiente burocrático das empresas, seja por terem vivenciado um ambiente desagradável ou por não concordarem com o processo decisório centralizado. Os mais jovens buscam sua independência frente aos pais, enquanto existem aqueles que iniciam seus negócios quando os filhos não são mais dependentes. As mulheres também são uma parcela representativa e se aventuram no mundo dos negócios para sua independência financeira, ao mesmo tempo em que conciliam isso com as tarefas desempenhadas no lar.
Os empreendedores apresentam uma vasta variação de estilos ao fazerem negócios, porém dois padrões são apresentados nas extremidades, sendo o primeiro aquele que conhece o produto e utiliza da sua imaginação e o outro aquele mais
experiente nas áreas de gestão, sendo ideal uma mescla dos dois, tendo como foco a gestão:
• Empreendedores artesãos: iniciam seus negócios a partir de suas habilidades técnicas e pouco conhecimento em gestão. Quando se trata de processo decisório, suas características são: têm orientação de curto prazo, com pouco planejamento para o futuro; dirigem o negócio de forma paternalista; são centralizadores e não delegam as atividades; definem a estratégia de marketing a partir do preço, da qualidade e reputação da empresa e seu esforço está ligado a motivos pessoais. Normalmente são profissionais que trabalham com mecânica de autos, salão de beleza etc., que se não procurar conhecer mais sobre gestão, estará fadado a ser sempre fornecedor de mão de obra.
• Empreendedores oportunistas: têm educação técnica e estudos de gerenciamento, como administração, economia, legislação etc. Buscam sempre o conhecimento por meio dos estudos, caracterizando-se por evitar o paternalismo no gerenciamento de sua equipe; delegar funções; utilizar estratégias de marketing para suas vendas; planejar o crescimento de seus negócios e utilizar sistemas de controle de orçamento e pesquisa de mercado.
Empreender, entre outros, é uma maneira de tornar a vida desafiadora e interessante. É o fim da fim da zona de conforto, até que o negócio se consolide e deverá se dedicar em tempo integral ao seu novo empreendimento.
Ser empreendedor também é um estilo de vida e deve ter em mente que quando se lança no mundo do empreendimento os ganhos passam a ser variáveis. Ele terá que lidar com empregados rebeldes e fornecedores instáveis, bem como riscos inerentes ao negócio, seus horários não serão mais fixos, assim como seu salário.
Empreender muda sua maneira de encarar os problemas, já que o dono é o único responsável pelos problemas do negócio e deverá assumir a responsabilidade integral pela solução destes. 
Por fim, é uma atividade recompensadora, pois com paciência, dedicação e uma boa estratégia é possível criar um negócio de sucesso e se tornar uma referência no seu mercado de atuação. O aprendizado, para quem resolve empreender, vale para qualquer situação da vida.
Aula 2
O primeiro momento do processo de empreender é identificar uma ideia e avaliar as oportunidades de negócio, tendo em mente que são coisas distintas. A ideia não é necessariamente única, enquanto a oportunidade é, sendo o mais importante definir como o empreendedor vai utilizar sua ideia, transformando-a em produto ou serviço (DORNELAS, 2018).
O empreendedor precisa saber que por mais que sua ideia seja boa ela nunca será única no mundo dos negócios e que concorrentes aparecerão. Sendo assim, é importante que o empreendedor discuta sua ideia com pessoas de confiança, para que a mesma seja analisada sob outro ponto de vista, além de criar possibilidades de testá-la junto a clientes em potencial, com amigos ou com outros empreendedores que sejam mais experientes (DORNELAS, 2018). 
Ideias surgem aos montes e sozinhas não chegam a lugar nenhum no mundo dos negócios. O importante é discuti-las, avaliando as possibilidades de desenvolvimento a partir da identificação de oportunidades de negócio para elas, somente assim o empreendedor saberá se vale a pena continuar ou não com o projeto. Para Mendes (2017), muitas ideias podem surgir de maneira inesperada, mas cabe ao empreendedor ter perspicácia para analisar e entender a oportunidade como possibilidade de negócio. De maneira simples, se existe cliente para o que sua ideia se propõe a oferecer, seja produto ou serviço, existe oportunidade.
Conhecer o mercado para o qual se deseja desenvolver a ideia de negócio é essencial ao empreendedor que almeja sucesso. Planejar como vai desenvolver essa ideia também é uma fase importante, além de identificar suas fraquezas e deficiências, bem como avaliar os concorrentes potenciais e proteger suas ideias.
Para auxiliar nessa identificação do mercado e da oportunidade, Dornelas (2018) apresenta algumas questões que devem ser respondidas pelo empreendedor inicialmente. Caso não consiga responder, terá somente uma ideia e não uma oportunidade:
• Quem são os clientes que comprarão o serviço ou produto?
• Qual o tamanho do mercado em número de clientes?
• Esse mercado está crescendo, estável ou parado?
• Atualmente já existe alguém atendendo a esses clientes, ou seja, já existem concorrentes?
O Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) também coloca algumas questões para serem respondidas pelo empreendedor que o auxiliará na análise da oportunidade de negócio:
• Realmente existem interessados em comprar o que o negócio se propõe a vender?
• O preço que estão dispostos a pagar compensa todos os custos e ainda gera lucro?
Esse lucro, ao longo do tempo, compensa todos os gastos investidos no negócio e gera algum retorno ao empreendedor?
• O empreendedor está disposto a mudar seu estilo de vida, caso o mesmo venha a ser alterado por seu negócio?
Buscando novas ideias
Para gerar uma ideia não basta ser somente criativo, como muitos pensam, ou esperar algo aparecer na mente de repente. A busca por novas ideias de negócio e oportunidades reais de mercado ocorre por meio de pesquisa, leitura, análise, discussão, estudo e observação de tudo que ocorre no mundo. 
A informação é a matéria-prima principal para quem deseja empreender. Mendes (2017) acredita que quanto maior o volume de informações maior será a possibilidade de gerar novas ideias e avaliar as oportunidades. Já Dornelas (2018) afirma que as novas ideias aparecem quando a mente está preparada para isso, onde qualquer fonte de informação será ponto de partida para o surgimento de novas ideias.
Técnicas e dicas auxiliam o empreendedor a desenvolver, avaliar e selecionar as ideais e oportunidades, tendo em vista o volume de informações disponíveis nos dias de hoje. 
1. Conversar com pessoas de todos os níveis sociais e idades, sobre os mais variados temas, também pode trazer novas ideias de produtos e serviços.
2. Pesquisar novas patentes e licenciamentos de produtos, em áreas nas quais o empreendedor tenha a intenção de atuar com um novo negócio.
3. Estar atento aos acontecimentos sociais de sua região e até mesmo do mundo.
4. Observar tendências, preferências da população, mudanças no estilo e padrão de vida das pessoas e hábitos.
5. Visitar institutos de pesquisa, universidades, feiras de negócios, conferências e congressos da área.
Outra maneira de se fazer as ideias surgirem é por meio da resolução de problemas. As soluções para um problema ou uma necessidade real também são consideradas ideias, que levam o empreendedor a boas oportunidades de negócio. Para Mendes (2017), “as oportunidades surgem de uma nova maneira de resolver um problema ou determinada situação”, ou, ainda, “com a solução em mente, as oportunidades se abrem”. Colocar em prática requer que o empreendedor foque na solução e não no problema, além de avaliar se a solução atende a um grande número de pessoas, pois só assim poderá se tornar um novo negócio. Mendes (2017) propõe a prática dessa técnica por meio do raciocínio lógico, que se dá com a avaliação inicial das seguintes questões:
• Identificando-se o problema, pensar na solução, mesmo que ela não dependa somente de você.
• Ao identificar a solução, verifique se é possível adotá-la para que o problema seja resolvido como um todo.
• Se é possível ganhar dinheiro com essa solução, faz-se necessário planejar como essa solução poderá se transformar em um negócio. 
O mapa mental é outra técnica muito utilizada para a geração de novas ideias ou para organizá-las a partir de ramificações que representam a ligação de uma palavra à outra. Se o empreendedor já tem a ideia em mente, basta escrevê-la no centro de um papel ou documento eletrônico e, a partir de então, escrever ao redor tudo que aparecer em mente e que diz respeito a essa ideia. Após esgotar o surgimento de informações, o empreendedor analisa tudo
que escreveu e ordena de maneira lógica. 
Não deixar morrer as ideias, pois estas são transformadas em oportunidades, as quais vão movimentar a economia, e que nem todas as técnicas e métodos comprovados são 100% adequados. Muitas vezes a oportunidade está na possibilidade de enxergar benefícios onde os demais enxergam somente prejuízos.
Conceitos básicos sobre negócios e empresas
Um negócio envolve uma cadeia complexa, contendo fornecedores, clientes, entradas, processos e saídas, que produza um produto ou serviço em resposta à oportunidade do mercado, que podem ser.
• Produtos: bens de produção, como máquinas, componentes etc.; bens para consumo, como alimentos, eletrodomésticos, roupas etc.
• Serviços: bancos, cinemas, escolas, restaurantes, hospitais etc.
A influência dos ambientes
Assumir vários riscos, como em relação ao capital financeiro investido, ao tempo e ao esforço dispendido, também faz parte do empreendedor que inicia um novo negócio, assim como avaliar os ambientes micro ou macro que o cercam. O ambiente macro é composto por diversas variáveis que interagem entre si, como as variáveis econômicas, sociais, tecnológicas, culturais, legais, ecológicas etc., causando impacto nos negócios. 
Econômicas: período de desenvolvimento ou recessão, renda per capita, produto interno bruto (PIB), juros, preços, inflação, câmbio, balança comercial etc.
Sociais: nível de emprego, educação e saúde, bem como a segurança e o bem-estar, entre outros no ambiente social dos seres humanos.
Tecnológicas: desenvolvimento de novos métodos e processos de fabricação, assim como novas máquinas e equipamentos.
Culturais: arte, expectativa e tipo de vida.
Legais: leis e normas que regulamentam ou impactam de alguma maneira os negócios.
Ecológicas: ligadas ao meio ambiente e à sustentabilidade de cada região, pensando no impacto aos recursos naturais, como água, terra, clima etc. 
Já o ambiente micro é também denominado ambiente de tarefa ou de operações da empresa, onde estão os mercados diretos e por onde se obtém recursos e se comercializa seus produtos ou serviços. 
• Fornecedores: quem fornece os recursos ou insumos para o desenvolvimento do negócio, podendo ser financeiros, materiais, tecnológicos etc.
• Clientes: destinatário final dos produtos ou serviços.
• Concorrentes: outras empresas que disputam os mesmos clientes e até os mesmos fornecedores.
• Agências reguladoras: mantêm reguladas as operações dos negócios, fiscalizando e monitorando o desenvolvimento das operações, como sindicatos e outros órgãos governamentais.
Dificuldades durante o caminho do negócio
• Falta de avaliação de objetivos: empreendedores com formação técnica, normalmente, estão apaixonados pelas ideias, mas não estudam cuidadosamente sua concepção e não as avaliam de forma objetiva. Todas as ideias devem ser investigadas e analisadas
cuidadosamente.
• Falta de visão real do mercado: conhecer o mercado que se deseja atingir é essencial para que o negócio tenha sucesso. A estratégia de marketing deve ser desenvolvida para cada estágio do ciclo de vida do produto ou serviço, que deve ser analisado logo no início do planejamento do novo negócio. Tomar ações no momento certo também é fundamental para alavancar o negócio.
• Compreensão inadequada dos requisitos técnicos: a ausência de conhecimento técnico pode levar um negócio ao fracasso. Durante a fase de planejamento, dificilmente o empreendedor consegue se aprofundar muito tecnicamente no novo negócio e em todos os processos que o envolvem, porém ao longo do seu desenvolvimento se faz necessário o estudo técnico para que se evite perdas financeiras e de tempo.
• Pouca compreensão financeira: algumas vezes os empreendedores não conhecem as estimativas reais para se concluir o negócio ou realizam pesquisas e planejamento inadequados, e acabam com menos recursos financeiros do que se deveria ter.
• Falta de originalidade do empreendimento: para ser singular, o negócio deve ser original, ter características e conceitos especiais. Os clientes devem ter ciência de que o negócio é superior ao que já é oferecido no mercado, pois somente assim o estabelecimento de preços não se torna um problema.
• Ignorância sobre questões legais: conhecer as exigências legais dos mercados em que se pretende atuar é fator primordial ao empreendedor que deseja ter sucesso. Cuidar do ambiente de trabalho, para que este seja seguro aos colaboradores, assim como fornecer produtos e serviços confiáveis e seguros, faz parte do planejamento do negócio e deve ser avaliado cuidadosamente. Observar regras para marcas, patentes, direitos autorais e proteção de invenções e produtos também evita problemas legais.
Essas armadilhas, se não superadas de forma eficaz, podem levar o negócio ao fracasso. Alguns fatores também contribuem para o fracasso dos negócios: 
• Escolha errada de negócio, sem pesquisar a viabilidade e eficiência;
• Ausência ou falha no desenvolvimento do planejamento do negócio;
• Falta de entusiasmo;
• Muitos negócios ao mesmo tempo;
• Mercado já saturado pelo produto ou serviço ofertado pelo negócio;
• Ausência de ajuda ou pessoas com pouca experiência envolvidas no negócio;
• Pouco investimento e preços baixos podem funcionar no começo, mas resultam em problemas no fluxo de caixa mais adiante.
Conceito e classificação das empresas
Industriais - Aquelas que produzem bens de consumo ou de produção, por meio da transformação de matérias-primas. Podem oferecer produtos para outras empresas ou para consumidores, abrangendo desde pequenos artesãos a grandes indústrias. Exemplos: para o consumidor final – alimentos, produtos de higiene, automóveis, roupas etc. – ou para outras empresas – componentes eletrônicos, ferramentas, matérias químicas e plásticas etc.
Comerciais - Aquelas que vendem mercadorias adquiridas diretamente do produtor, para o consumidor final, por meio do comércio varejista (lojas, supermercados) ou atacadista (grandes distribuidoras).
Prestadoras de serviço - Aquelas que ofertam trabalho especializado, não produzindo mercadorias e sim atividades profissionais, como no setor de transporte, educação e saúde.
As empresas também são classificadas segundo seu tamanho ou porte, por meio de critérios como número de empregados, conforme a tabela 1, a seguir:
	Classificação (porte)
	Indústria
	Comércio e serviços
	Microempresa (ME)
	Até 19
	Até 9
	Pequeno porte (EPP)
	De 20 a 99
	De 10 a 49
	Médio porte
	De 100 a 499 
	De 50 a 99
	Grande porte
	500 ou mais
	100 ou mais
Outra classificação muito comum é aquela a partir da receita operacional bruta anual (ROB). O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDS) utiliza essa classificação para promover condições especiais ao crédito de acordo com o porte da empresa, conforme a tabela 2 apresenta:
	Classificação (porte)
	ROB
	Microempresa (ME)
	Menor ou igual a R$360 mil
	Pequeno porte (EPP)
	Maior que R$ 360 mil e menor ou igual a R$ 4,8 milhões
	Médio porte
	Maior que R$ 4,8 milhões e menor ou igual a R$ 300 milhões
	Grande porte
	Maior do que R$ 300 milhões
Ciclo de vida das empresas
1. Fase pioneira: início do negócio, onde há poucas tarefas e seus processos são supervisionados e controlados de maneira fácil, possibilitando a adequação rápida quando é necessária a mudança. Sua meta principal é a produção e venda, sua estrutura é informal, o estilo da alta administração é individualista, o sistema de controle é por meio de resultados do mercado e a remuneração da gerência acontece por meio da posse e propriedade.
2. Fase de expansão: fase de crescimento e expansão das atividades, necessitando o aumento do quadro de funcionários, aproveitando as oportunidades que surgem. Tem como meta principal a eficiência da operação, sua estrutura é funcional e centralizada, o estilo da alta administração é diretivo, o sistema de controle é por meio de modelos e centros de
preço e a remuneração da gerência é por meio de gratificações e salários.
3. Fase de regulamentação: o crescimento das atividades obriga a empresa a estabelecer normas e definir rotinas e processos de trabalho aos diversos departamentos que vão surgindo. A meta principal é a expansão do mercado, sua estrutura é descentralizada, o estilo da alta administração é delegativo, o sistema de controle é por centro de lucro e a remuneração da gerência é através de bonificação individual.
4. Fase da burocratização: o desenvolvimento das operações faz com que a empresa necessite de regulamentação de âmbito burocrático, empregando padrões de comportamento dentro das organizações, além de um sistema de regras e procedimentos. Acaba deixando a empresa pouco flexível às mudanças. Sua meta principal é a consolidação da empresa, sua estrutura é formada por quadro de pessoal e linhas de produto, o estilo da alta administração é observador e monitorador, o sistema de controle é por meio de planos e centros de investimentos e a remuneração da gerência acontece por meio de participação nos lucros e ações.
5. Fase de flexibilização: readaptação à flexibilidade, por meio de sistemas organizacionais flexíveis, fragmentando as empresas em unidades estratégicas de negócios e buscando o retorno às características das pequenas empresas, fazendo frente assim ao ambiente competitivo. Tem como meta principal a resolução de problemas e a inovação, sua estrutura é formada por rede de equipes, o estilo da alta administração é participante, o sistema de controle é por meio de metas múltiplas dirigidas e a remuneração da gerência acontece por meio de bônus de equipe.
Microempreendedor individual
Surgiu em 1984, para incentivar e facilitar as operações das empresas com faturamento menor, exigindo poucos documentos relativos ao negócio. Sendo um MEI, o empreendedor passa a ter um cadastro nacional de pessoa jurídica (CNPJ), exigência brasileira para negócios, e assim tem diversos benefícios como facilidades nos serviços de bancários, direito a auxílio maternidade às mulheres empreendedoras, aposentadoria, afastamento remunerado, isenção para determinados impostos, entre outros. 
Segundo o Sebrae Nacional, para ser enquadrado como MEI, o negócio do empreendedor deve ter como faturamento anual até R$81.000,00 ou R$6.750,00 mensais, não ser sócio ou ter participação em outra empresa e ter no máximo um empregado que receba um salário mínimo ou o piso da categoria. Para ser registrado nessa categoria, o empreendedor deve ter seu negócio na área de atuação profissional que consta em uma lista oficial, pois seu objetivo é formalizar a situação de profissionais autônomos.
Aula 3
Empreendedorismo na prática
Preparação Inicial - Apresentar a importância do planejamento na etapa inicial da prática do negócio. Estudar o que é plano de negócios, sua importância e benefícios ao sucesso do negócio, assim como seu conteúdo e dicas para o desenvolvimento efetivo de um. 
Analisar também a importância da seleção dos colaboradores adequados, identificando papéis e responsabilidades, que farão parte das equipes necessárias ao desenvolvimento do negócio. 
Os empreendedores tendem a não desenvolver um planejamento na fase inicial dos negócios, seja pela ansiedade em iniciar seu novo negócio ou por não saber elaborar um. Segundo pesquisa sobre a causa mortis das empresas, realizada pelo Sebrae, mais da metade dos negócios que fechou as portas não realizou planejamento básico antes de iniciar as atividades, assim como parte dos empreendedores não levantou informações sobre o mercado que iria atender.
Tempo de planejamento é essencial para se aumentar as chances de sucesso do novo negócio, por isso deve ser a primeira iniciativa prática de um empreendedor que deseja sucesso, estabelecendo objetivos, tarefas e responsabilidades. Dentre as tarefas do planejamento, é preciso determinar-se as equipes e estabelecer-se um plano de negócios. 
As equipes necessárias
Equipe Geral
- Pessoal contratado, integrado e treinado para desenvolver tarefas diversas.
- Identificar quem vai colaborar na preparação do começo do negócio.
- Quem fizer parte deve conhecer a fundo os detalhes do negócio.
- Processo de comunicação eficaz é fundamental, além de contar-se com habilidades e conhecimentos adequados da equipe participante.
- Caso necessário, treinamento adequado deverá ser provido.
Produção
- Para iniciar a produção dos bens, ou a prestação dos serviços do negócio, devem ser providenciados: local adequado para instalações, máquinas e equipamentos, pessoal capacitado e treinamento, bem como estoque adequado.
- Acordo com fornecedores, para fornecimento com qualidade e prazos adequados.
- Conhecer bem o processo de produção pode auxiliar na antecipação a eventuais problemas ou dificuldades.
- Manter a conversa aberta entre toda a equipe também pode ajudar a resolver problemas logo que surgirem.
Marketing
- Disponibilizar local e instalações adequadas para atender os clientes, assim como para expor os produtos ou serviços.
- Treinar a equipe que fará o atendimento aos clientes, para que estes tenham total domínio sobre o produto ou serviço, no que diz respeito às características, preço e qualidade.
- Identificar as necessidades e expectativas dos clientes para atendê-los da melhor maneira.
- Realizar reuniões periódicas com a equipe de vendas para discutir os resultados, assim como avaliar a receptividade dos produtos e serviços, identificar e corrigir problemas, objetivando a melhoria contínua dos negócios.
Finanças
- Preparar as finanças é um dos pontos primordiais da fase inicial de preparação dos negócios.
- Alguns recursos financeiros, como conta bancária, dinheiro em caixa etc., devem estar à disposição para se adquirir os demais recursos necessários para iniciar o negócio, como matéria-prima, entre outros.
- Dificilmente um negócio consegue captar lucro logo que as vendas se iniciam, por isso se faz necessário ter também um capital de giro.
- Desenvolva um planejamento financeiro para os primeiros meses do negócio.
Determinadas áreas são de suma importância para o início dos negócios, o que leva o empreendedor a buscar ajuda com profissionais especialistas ou empresas:
• Contadores: auxiliam no momento de legalizar um negócio, assim como se informar sobre impostos que incidem, fazer planejamento tributário e reduzir custos desnecessários.
• Advogados: auxiliam nas questões jurídicas que permeiam o mundo dos negócios, desde o desenvolvimento de um contrato de aluguel até questões trabalhistas.
• Gerentes de banco: por terem sólidos conhecimentos em finanças, podem ser grandes aliados quando o assunto for dinheiro e capital.
• Organizações de apoio: o Sebrae é o mais conhecido neste setor. Estas organizações auxiliam os empreendedores com material, cursos e plantão de dúvidas sobre assuntos relacionados ao mundo do empreendedorismo.
• Governo: órgãos governamentais podem esclarecer dúvidas em relação a impostos, licenças e outros assuntos ligados às regulamentações dos negócios.
• Universidades: por meio de projetos como escola júnior ou laboratórios, muitas universidades possuem alunos e professores que promovem assessorias a pequenos empreendedores. A assessoria pode ser gratuita ou por preços mais baixos que outros lugares.
Plano de negócios
Documento formal onde é descrito o empreendimento, seu status atual, as necessidades prévias e os resultados que se pretendem alcançar, pensando em todos os aspectos envolvidos, como o projeto, marketing, gerenciamento, riscos, finanças etc. Segundo pesquisa do Sebrae, dentre as empresas que fracassaram nos cinco primeiros anos de vida, 55% não tinham um plano de negócios desenvolvido. Isso aponta o quanto é importante para o sucesso dos negócios realizar um planejamento adequado antes de se iniciar as atividades.
O plano de negócios auxilia nos seguintes aspectos:
• Compreensão e estabelecimento de diretrizes para os negócios;
• Tomada de decisões mais assertivas e gerenciamento de maneira mais eficaz;
• Monitoração das operações, permitindo a tomada de ações corretivas no tempo certo;
• Conseguir recursos financeiros junto a diversos órgãos, como governamentais ou particulares;
• Identificação de oportunidades de negócio, tornando-as um diferencial competitivo;
• Estabelecimento da comunicação interna e externa entre todos os envolvidos com o negócio.
Diretrizes Estratégicas - Apresentar a importância de se estabelecer as diretrizes estratégicas e objetivas, bem como estabelecer a identidade da organização por meio da missão, visão e valores, que devem refletir os aspectos morais e positivos da conduta do empreendedor. Salientar a importância do papel de todos os envolvidos, internalizando e praticando no dia a dia essa identidade.
Diferenças entre Missão x Visão
	Missão 
	Visão
	Inclui o negócio da empresa
	É o sonho no negócio
	Ponto de partida
	Para onde vamos
	Documento de identidade da empresa
	Passaporte para o futuro
	Identifica quem somos 
	Projeta quem desejamos ser
	Dá rumo à empresa, sendo um orientador
	Fornece energia à empresa, inspira
	O foco é do presente ao futuro
	Tem foco no futuro
	Tem vocação à eternidade 
	Muda conforme os desafios
Objetivos do negócio
• Objetivos globais ou estratégicos: aqueles mais importantes, que envolvem a empresa como um todo e tem duração de longo prazo. Sendo assim, requerem um esforço integrado e coeso, como exemplo: aumentar o faturamento da empresa em 25%.
• Objetivos táticos ou departamentais: aqueles específicos de cada departamento ou área da empresa. São de médio prazo, normalmente um período contábil. Podem ser objetivos, por exemplo, financeiros, com a diminuição do orçamento, das despesas administrativas ou o aumento da produtividade das máquinas.
• Objetivos operacionais: são os objetivos relacionados às tarefas da empresa, relacionados ao cotidiano de uma atividade ou produto, por isso são de curto prazo. Podem ser relativos à produção ou venda diária, como aumentar as visitas a clientes em 5% no mês seguinte.
Aula 4
Inovação e empreendedorismo
O mundo dos negócios, cada vez mais competitivo, exige do empreendedor não só ideias novas, mas que, principalmente, atendam às necessidades e desejos dos seus clientes, com qualidade e excelência, e que, além disso, agreguem valor.
O processo de inovar à frente da concorrência, conta não só com mentes brilhantes e vontade de obter-se sucesso com um novo negócio, mas requer saber aproveitar as oportunidades, não só no mercado, mas também dos novos processos e tecnologias para criar negócios.
As novas tecnologias estão aí para auxiliar esses processos de inovação e a internet foi um dos fatores transformadores para os negócios. Vender, ofertar, negociar, comunicar e estreitar o relacionamento com clientes e parceiros, assim como pesquisar concorrentes e novas maneiras de produzir, podem ser realizadas por meio da internet. O empreendedor ganhou um grande aliado e facilitador, com poder de alcance exponencial.
Startup - Termo utilizado no Brasil entre os anos 1996 e 2001, quando a internet se instalou pelo nosso território e, segundo o Sebrae Nacional, sua definição mais usual é: “um grupo de pessoas iniciando uma empresa, trabalhando com uma ideia diferente, escalável e em condições de extrema incerteza”. 
Essa ideia diferente “pode fazer muito mais dinheiro do que as demais empresas”, sendo a startup considerada um experimento e não propriamente um negócio, trabalhando para resolver um problema em que a solução não é tão aparente, “uma empresa em estado inicial de funcionamento”.

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