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DIREITO PROCESSUAL PENAL DEUSDEDY SOLANO NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL 1 Inquérito policial. 1.1. Histórico, natureza, conceito, finalidade, características, fundamento, titularidade, grau de cognição, valor probatório, formas de instauração, notitia criminis, delatio criminis, procedimentos investigativos, indiciamento, garantias do investigado. 1.2 Conclusão, prazos. 2 Prova. 2.1 Exame do corpo de delito e perícias em geral. 2.2 Interrogatório do acusado. 2.3 Confissão. 2.4 Qualificação e oitiva do ofendido. 2.5 Testemunhas. 2.6 Reconhecimento de pessoas e coisas. 2.7 Acareação. 2.8 Documentos de prova. 2.9 Indícios. 2.10 Busca e apreensão. 3 Restrição de liberdade. 3.1 Prisão em flagrante. 3.2 Prisão preventiva. 3.3 Lei nº 7.960/1989 (prisão temporária) 3.4 Alterações da Lei nº 12.403/2011. 4 Disposições constitucionais aplicáveis ao Direito Processual Penal. DIREITO PROCESSUAL PENAL TÍTULO I – PARTE GERAL CAPÍTULO III – INQUÉRITO POLICIAL 1. CONCEITO, NATUREZA E FUNDAMENTO É o conjunto de diligências que tem por objetivo reunir os elementos de informação para que o órgão de acusação (Ministério Público ou ofendido) possa ter base para dar início a ação penal. As diligências que são os atos investigatório realizados pela polícia investigativa incumbida das atividades de polícia judiciária sob a presidência da autoridade policial, visa apurar o fato criminoso (circunstância, materialidade e autoria da infração). É a primeira fase da persecução criminal PERSECUÇÃO CRIMINAL (PERSECUTIO CRIMINIS) INVESTIGAÇÃO CRIMINAL (INQUÉRITO POLICIAL) INSTRUÇÃO PROCESSUAL (AÇÃO PENAL) Processo criminal 2. NOTÍCIA HISTÓRICA Conforme descreve Antônio A. Machado: “o Surgimento do inquérito no direito brasileiro se deu com a reforma processual de 1871, por meio da Lei 2.003, cujo regulamento nº 4828, em seu art. 42, estabelecida que o inquérito consistia : na realização de todas as diligências necessárias para o descobrimento dos fatos criminosos, de sua circunstância e dos seus autores de cumplices. Por meio da reforma processual de 1871, o processo penal brasileiro rompeu com o “policialismo judiciário” que havia se instalado 30 anos antes, em 1841, e que atribuída funções judiciárias à polícia. Assim, com reforma processual, a polícia assumiu funções puramente investigatórias, desenvolvidas no âmbito desse procedimento, que passou a se chamar inquérito policial. (Machado, A. Alberto, Ed. Atlas, 4ª Ed. P. 88). 3. FINALIDADE DO INQUÉRITO POLICIAL. Visa reunir os elementos de informação para que o órgão de acusação possa subsidiar o processo que será proposto, pois sem indícios de autoria e materialidade da infração a peça acusatória não será recebida pelo órgão do poder judiciário para iniciar o processo. 4. CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL 4.1 - SIGILOSIDADE – o caráter sigiloso do inquérito policial é previsto no próprio CPP, art. 20 – enquanto o processo é público, o inquérito corre de forma sigilosa, acessível somente ao advogado, que dele pode tirar cópias daquilo que já está documentado. (vide súmula vinculante nº 14 do STF) 4.2 - INQUSITÓRIEDADE – o IP é inquisitório, ou seja, não se admite produção de defesa em fase de inquérito, visto o indiciado que está sendo investigado ser apenas objeto da investigação e não um sujeito do processo, a quem ainda não é dado o direito de ampla defesa, pois ainda não existe uma acusação, apenas uma investigação. É certo dizer entretanto que todo investigado é sujeito de direitos e garantias fundamentais previstos na CF/88. 4.3 - ESCRITO – todas as peças produzidas no inquérito são reduzidas a termo, documentadas, não havendo no apuratório nenhuma fase oral, tendo como característica ser escrito em face de tudo ser documentado conforme previsto no art. 9º do CPP. 4.4 - DISPENSABILIDADE – embora útil à ação penal, não é necessário para a instauração do processo, podendo ser dispensado para a propositura da ação, desde que o Ministério Público ou o ofendido possuam peças de informação que subsidiem o oferecimento da denúncia à queixa em juízo. 4.5 – OFISIOSIDADE – o inquérito policial pode até ser dispensável para a propositura da ação penal, porém é a forma normal de apuração das infrações penais e assim que uma notícia de crime chega ao conhecimento da polícia e presente a justa causa, a polícia tem a obrigatoriedade de atuação na apuração da infração. 4.6 - INDISPONIBILIDADE – o inquérito é oficioso e como visto é dispensável para a propositura da ação penal, mas não é disponível para a polícia. Após a notícia de um crime, a polícia instaurará o inquérito, tendo em vista ser ele obrigatório, e uma vez instaurado, não poderá ser arquivado pela polícia, mesmo que depois se verifica a ausência de justa causa, pois só ao poder judiciário é dado o poder de arquivamento de inquérito. 4.7 - INFORMATIVIDADE - o inquérito é informativo, os elementos de informação colhidos na fase inquisitiva só informarão o processo futuro, sendo as provas refeitas em juízo sob o crivo do contraditório e ampla defesa. Algumas provas são antecipadas e não podem ser refeitas, em razão de sua natureza não repetível passará pelo contraditório diferido. 4.8 - ADMINISTRATIVO – É fase que antecede o processo e por isso tem natureza administrativa e não judicial, e é certo que segue uma regra de discricionariedade na produção dos elementos de informação, sendo mitigada esta discricionariedade pelas requisições ministeriais. 5. NOTITIA CRIMINIS 5.1 - Notícia direta ou espontânea: A instauração do inquérito se dá com a notícia do crime, notitia criminis, que pode ser de cognição imediata, conhecimento direto pela polícia através do corpo do delito, atendimento da vítima com traumatismos ou lesões em hospital, noticiários da mídia ou de qualquer outra forma capaz de levar o conhecimento direto da infração à polícia, em especial hoje a rede mundial de computadores, este tipo de notícia é também conhecida como direta ou espontânea. 5.2 - Notícia indireta ou provocada: A notícia de cognição mediata vem através da vítima ou quem tenha qualidade para representa-la, por meio da população ou por requisição do juiz ou dos membros do Ministério Público. A notícia de cognição mediata também pode ser chamada de provocada. A notícia recebe a nomenclatura de delatio criminis quando realizada pelo ofendido ou pela população nos termos do CPP art. 20...§ 3o Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito. A delatio criminis pode ser simples quando existe apenas a mera comunicação da infração ou pode ser delatio criminis postulatória quando comunica a infração e realiza o requerimento para o início regular da investigação criminal. 5.3 - Notitia criminis - coercitiva É de instauração obrigatória. Temos notitia criminis coercitiva quando junto à notícia há obrigatoriedade do início imediato do inquérito, como o caso da prisão em flagrante. 5.4 - Notícia anônima A notitia criminis anônima é também conhecida como apócrifa ou inqualificada – neste caso antes da polícia instaurar o regular procedimento de apuração (inquérito policial) deve a polícia realizar pesquisas com o fim de averiguar se o fato tem verossimilhança e só instaurar o inquérito. A notícia apócrifa, por si só, não pode dar início ao inquérito, salvo se ela se configurar no próprio corpo de delito (a polícia recebe provas com a materialidade da infração). O Supremo Tribunal Federal (STF) admite a instauração de inquérito policial e a posterior persecução penal fundados em delação anônima,desde que a autoridade policial confirme, em apuração sumária e preliminar, a verossimilhança do crime supostamente cometido. De acordo com essa jurisprudência, uma vez apurados indícios de possível cometimento de delito, pode ser instaurada a persecução penal, agora baseada em fatos que se sustentam independentemente do relato anônimo (HC 106.664). As autoridades públicas não podem iniciar qualquer medida de persecução (penal ou disciplinar), apoiando-se, unicamente, para tal fim, em peças apócrifas ou em escritos anônimos. É por essa razão que o escrito anônimo não autoriza, desde que isoladamente considerado, a imediata instauração de “persecutio criminis”. - Peças apócrifas não podem ser formalmente incorporadas a procedimentos instaurados pelo Estado, salvo quando forem produzidas pelo acusado ou, ainda, quando constituírem, elas próprias, o corpo de delito (como sucede com bilhetes de resgate no crime de extorsão mediante sequestro, ou como ocorre com cartas que evidenciem a prática de crimes contra a honra, ou que corporifiquem o delito de ameaça ou que materializem o “crimen falsi”, p. ex.) (STF – HCA 97197). 6. TITULARIDADE - REALIZAÇÃO DO INQUÉRITO POLICIAL 6.1 - REALIZAÇÃO DO INQUÉRITO POLICIAL POLÍCIA JUDICIÁRIA E POLÍCIA INVESTIGATIVA Ao analisar o texto constitucional (CF/88) a doutrina indica serem polícias judiciárias em sentido amplo (a polícia federal e as polícias civis dos Estados) . E apesar do nosso CPP em seu artigo 4º, se referir somente à polícia judiciária, a Constituição Federal distingue a polícia judiciária de polícia investigativa, em seu art. 144. CF – 1988 - CAPÍTULO III - DA SEGURANÇA PÚBLICA Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: I - polícia federal; II - polícia rodoviária federal; III - polícia ferroviária federal; IV - polícias civis; V - polícias militares e corpos de bombeiros militares. § 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se a: I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei; ... IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União. § 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais. § 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias federais. § 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares. § 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil. § 6º As polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército, subordinam-se, juntamente com as polícias civis, aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. Conclui-se que a atividade de Polícia Judiciária em sentido amplo (art. 144§ 1§, IV e § 4º) é exercida, em regra, pelas Polícias Civis e pela Polícia Federal e se subdividem assim: Como polícia Judiciária em sentido estrito, quando do cumprimentos de requisições judiciais, exercendo atividade tipicamente judicial a qual não se confunde com atividade jurisdicional que somente pode ser exercida por órgão Jurisdicional e Polícia investigativa (quando da apuração das infrações penais), assim as atribuições mais uma vez se verifica como sendo das polícias civis e federal no exercício da atividade de polícia investigativa com vista a apuração de crimes e contravenções penais, cabendo exclusivamente ao Delegado de Polícia a instauração e presidência dos inquéritos policiais. O papel de polícia investigava, em regra, é das polícias civis e federais, salvo se a lei conferir a outro órgão o poder de investigação, vale ressaltar que a Constituição de 1988 não estabeleceu qualquer exclusividade para o exercício de polícia investigativa. INVESTIGAÇÃO DA POLÍCIA FEDERAL E POLÍCIA CIVIL A investigação de infrações penais de qualquer natureza: federal, de maior ou de menor potencial ofensivo, nos termos da Lei Federal 12.830/13 é de responsabilidade dos delegados de polícia de carreira. “ Art. 1o Esta Lei dispõe sobre a investigação criminal conduzida pelo delegado de polícia. Art. 2o As funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais exercidas pelo delegado de polícia são de natureza jurídica, essenciais e exclusivas de Estado. § 1o Ao delegado de polícia, na qualidade de autoridade policial, cabe a condução da investigação criminal por meio de inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei, que tem como objetivo a apuração das circunstâncias, da materialidade e da autoria das infrações penais. § 2o Durante a investigação criminal, cabe ao delegado de polícia a requisição de perícia, informações, documentos e dados que interessem à apuração dos fatos. § 3o (VETADO). § 4o O inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei em curso somente poderá ser avocado ou redistribuído por superior hierárquico, mediante despacho fundamentado, por motivo de interesse público ou nas hipóteses de inobservância dos procedimentos previstos em regulamento da corporação que prejudique a eficácia da investigação. § 5o A remoção do delegado de polícia dar-se-á somente por ato fundamentado. § 6o O indiciamento, privativo do delegado de polícia, dar- se-á por ato fundamentado, mediante análise técnico- jurídica do fato, que deverá indicar a autoria, materialidade e suas circunstâncias.” 6.2 - INQUÉRITOS EXTRAPOLIAIS a) INVESTIGAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO A investigação não é exclusiva das polícias judiciárias, pois o MP pode investigar em situações excepcionais conforme decisão do STF (RE 593.727). Ministério Público dispõe de competência para promover, por autoridade própria, respeitados os direitos e garantias que assistem a qualquer indiciado ou a qualquer pessoa sob investigação do Estado, observadas, sempre, por seus agentes, as hipóteses de reserva constitucional de jurisdição e, também, as prerrogativas profissionais de que se acham investidos, em nosso País. Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a legitimidade do Ministério Público (MP) para promover, por autoridade própria, investigações de natureza penal e fixou os parâmetros da atuação do MP (RE 593727 –STF -2015). b) INVESTIGAÇÃO DA POLÍCIA LEGISLATIVA Conforme descreve a Súmula 397 do Supremo Tribunal Federal - "o poder de polícia da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, em caso de crime cometido nas suas dependências, compreende, consoante o regimento, a prisão em flagrante do acusado e a realização do inquérito." A polícia legislativa, poderá instaurar um inquérito policial, presidido por um funcionário formado em direito, para apurar infrações ocorridas exclusivamente dentro da Casa, com base no Código de Processo Penal e nos regulamentos policiais do Distrito Federal. c) INVESTIGAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR E DAS FORÇAS ARMADAS Estas instituições têm o papel de investigação para os crimes ditos militares (exercendo as funções de polícia investigativa e judiciária militar).Realização de termo circunstanciado de ocorrência pela Polícia Militar o tema não é pacificado, mas já há estados da federação com regulamentação desta atividade. d) INVESTIGAÇÃO DA COMISSÕES PARLAMENTARES DO INQUÉRITO. O poder legislativo em todos as esferas territoriais (federal, estadual e municipal) tem poder para instaurar CPI’s para apurar infrações penais com repercussão em suas respectivas áreas circunscricionais. 7. INICIO DO INQUÉRITO POLICIAL A instauração por portaria ou auto de prisão em flagrante é feita pela autoridade policial a) De ofício – nos casos de ação penal pública incondicionada, ou seja, a notícia chega de forma direta à autoridade policial. Por exemplo, a localização de um cadáver; o delegado de ofício, sem nenhuma provocação, irá dar início ao inquérito, por se tratar de crime de ação penal pública incondicionada. b) mediante requisição - O juiz e o Ministério Público poderão requisitar a instauração do inquérito policial, neste caso, a autoridade policial deverá instaurar o IP. c) por requerimento – O ofendido, ou quem tem qualidade para representa-lo pode requerer a instauração de inquérito em relação a qualquer crime, seja de ação pública ou privada. O requerimento pode ser a forma para a polícia instaurar inquérito nos crimes de ação pública. Mas é a única forma nos crimes de ação privada. Antes de instaurar a polícia faz análise de justa causa. d) Mediante representação do ofendido ou de quem tenha qualidade para representa-lo - quando o crime for de ação pública condicionada, o delegado só pode instaurar o IP mediante a representação da vítima ou de seu representante legal. 8. DILIGÊNCIAS INVESTIGATIVAS São os procedimentos investigativos, sendo que, após tomar conhecimento da infração, deverá a autoridade policial, segundo descreve o CPP, se dirigir ao local do fato, apreender objetos relacionados ao crime, ouvir todas as pessoas envolvidas, determinar o reconhecimento de pessoas e coisas, bem como determinar, quando interessar à prova, a reconstituição de crime, desde que não atente contra a moralidade e a ordem pública. Serão realizados exames e perícias técnicas, dentre outras diligências legais e aptas à solução da infração penal. Segundo descreve o CPP (art. 22) - no Distrito Federal e nas comarcas em que houver mais de uma circunscrição policial, a autoridade com exercício em uma delas poderá, nos inquéritos a que esteja procedendo, ordenar diligências em circunscrição de outra, independentemente de precatórias ou requisições, e bem assim providenciará, até que compareça a autoridade competente, sobre qualquer fato que ocorra em sua presença, noutra circunscrição. Diligências que afetam reservas constitucionais : Quando for necessário, para elucidação do fato, diligências que atinjam as reservas constitucionais, tais como quebra de sigilos bancários ou telefônicos, buscas domiciliares, prisões provisórias ou interceptações telefônicas, a autoridade policial só poderá realizá- las, sob pena de vício e ilegalidade, com prévia determinação judicial, podendo a autoridade policial representar ao judiciário pela expedição dos mandados judiciais. Diligências requeridas pelos envolvidos: o investigado, o ofendido poderão solicitar qualquer diligência, porém a realização é discricionária da autoridade policial. (art. 14 CPP). Diligências requisitadas pelo Juiz ou pelo Ministério Público: deverão ser atendidas pela autoridade policial. CPP - Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá: I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais; (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994) (Vide Lei nº 5.970, de 1973) II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais; (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994) III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias; IV - ouvir o ofendido; V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura; VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias; VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes; IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter. X - colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública. DILIGÊNCIAS NOS CASOS DE CRIMES QUE ENVOLVEM A PRIVAÇÃO DA LIBERDADE INDIVIDUAL. Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, no § 3º do art. 158 e no art. 159 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), e no art. 239 da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), o membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderá requisitar, de quaisquer órgãos do poder público ou de empresas da iniciativa privada, dados e informações cadastrais da vítima ou de suspeitos. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) Parágrafo único. A requisição, que será atendida no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, conterá: I - o nome da autoridade requisitante; II - o número do inquérito policial; e III - a identificação da unidade de polícia judiciária responsável pela investigação. Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à repressão dos crimes relacionados ao tráfico de pessoas, o membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderão requisitar, mediante autorização judicial, às empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os meios técnicos adequados – como sinais, informações e outros – que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito em curso. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) § 1o Para os efeitos deste artigo, sinal significa posicionamento da estação de cobertura, setorização e intensidade de radiofrequência § 2o Na hipótese de que trata o caput, o sinal: I - não permitirá acesso ao conteúdo da comunicação de qualquer natureza, que dependerá de autorização judicial, conforme disposto em lei; II - deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia móvel celular por período não superior a 30 (trinta) dias, renovável por uma única vez, por igual período; III - para períodos superiores àquele de que trata o inciso II, será necessária a apresentação de ordem judicial. § 3o Na hipótese prevista neste artigo, o inquérito policial deverá ser instaurado no prazo máximo de 72 (setenta e duas) horas, contado do registro da respectiva ocorrência policial. § 4o Não havendo manifestação judicial no prazo de 12 (doze) horas, a autoridade competente requisitará às empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os meios técnicos adequados – como sinais, informações e outros – que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito em curso, com imediata comunicação ao juiz. 9. INDICIAMENTO E IDENTIFICAÇÃO DO INVESTIGADO Indiciamento desuspeitos: Segundo descrece a Lei Federal 12.830/2013 o indiciamento é ato privativo do presidente do inquérito policial que é a autoridade policial. Art. 2º § 6o O indiciamento, privativo do delegado de polícia, dar-se-á por ato fundamentado, mediante análise técnico- jurídica do fato, que deverá indicar a autoria, materialidade e suas circunstâncias. A identificação do indiciado atenderá ao princípio constitucional previsto no artigo 5º, inc. LVIII da CF, ou seja, a pessoa identificada civilmente não o será criminalmente, atendidas às disposições legais. A Lei nº 12.037/2009, que regula a identificação criminal do indiciado, autoriza a identificação criminal quando, por exemplo, o indiciado não for identificado, não comprovar a identificação ou o documento apresentado estiver com os dados comprometidos em razão da precariedade do documento apresentado, bem como aparência de falsificação, ou, ainda, conste de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações. 10. PRAZO PARA CONCLUSÃO DAS INVESTIGAÇÕES No caso de indiciado preso, o prazo para conclusão do inquérito é de 10 dias, se o indiciado estiver solto o prazo é de 30 dias, podendo ser prorrogado pelo juiz caso existam diligências necessárias para a conclusão ainda não realizadas no prazo inicial. No caso de crimes apurados pela polícia federal, o prazo será de 15 dias prorrogáveis por mais 15 dias (Lei nº 5010/1966), estando o indiciado preso e de 30 dias prorrogável estando o indiciado solto. A Lei nº 11343/2006 – Lei de Drogas – prevê que estando o indiciado preso a autoridade policial, terá o prazo de 30 dias para concluir o IP que podem ser prorrogados por mais 30 dias para conclusão, caso necessário, por extrema e comprovada necessidade, e no caso de indiciado solto, o prazo será de 90 dias prorrogáveis por mais 90 dias. Crimes contra a economia popular estabelecidos na Lei. 1.521/51 terá o prazo de 10 dias para conclusão. 11. Incomunicabilidade de preso A incomunicabilidade do preso provisório poderá ser decretada pela autoridade judiciária por até três dias, não sendo atingido com essa medida o advogado do preso, que poderá se comunicar com ele por previsão no estatuto da OAB. A doutrina dominante entende que a incomunicabilidade não foi recepcionada pela constituição de 1988, estando então a mesma revogada. 12. CONCLUSÃO DO INQUÉRITO POLICIAL Após a realização das diligências a autoridade policial concluirá o inquérito com o relatório final, minucioso, o do que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz competente. No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tiverem sido inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser encontradas. O juiz abrirá vistas ao Ministério Público para manifestação, podendo o órgão do MP: oferecer a denúncia ao poder judiciário contra o indiciado, que se tornará acusado formando sua opinio delicti, iniciando a ação penal. Se existir alguma diligência imprescindível ao oferecimento da denúncia o MP poderá devolver à autoridade policial para realização da diligência julgada imprescindível voltando a contar o prazo para nova manifestação do MP quando do retorno dos autos do inquérito. Por fim, o MP, poderá requer o arquivamento do inquérito policial, fundamentando seu requerimento. 13. ARQUIVAMENTO DE INQUÉRITO POLICIAL A autoridade policial não poderá determinar o arquivamento de inquérito policial, apenas de notícia, quando não existir justa causa para instauração do IP, porém, se o inquérito for instaurado, mesmo sem justa causa, somente a autoridade judiciária poderá determinar o seu arquivamento. O arquivamento se dará por requerimento do Ministério Público, que é acolhido pelo juiz que determina o arquivamento. Se o juiz não concordar com o requerimento de arquivamento feito pelo MP, encaminhará os autos do inquérito policial ao Procurador-Geral que irá decidir se denuncia, se indica outro membro do MP para denunciar ou se insiste no arquivamento. O membro do MP indicado pelo Procurador para denunciar será obrigado a fazê-lo. E caso o Procurador-Geral insista no arquivamento o juiz é obrigado a arquivar. Se o inquérito estiver arquivado, só poderá ser desarquivado caso surjam novas provas. A autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, mesmo se o inquérito estiver arquivado, sempre que tiver conhecimento de alguma prova nova, a qual poderá ensejar o desarquivamento do IP. CASOS EM QUE O ARQUIVAMENTO FAZ COISA JULGADA MATERIAL Se o pedido de arquivamento houver sido feito por prescrição do crime ou qualquer outra causa extintiva de punibilidade, ou ainda porque o fato não constitui crime, ou seja, é atípico; mesmo com surgimento de novas provas, a decisão judicial faz coisa julgada e não poderá haver o desarquivamento do inquérito policial. Arquivamento implícito é o fenômeno verificado quando o MP, titular da ação penal pública, deixa de incluir na denúncia algum fato investigado, considerado como de natureza objetiva, ou deixar de incluir na inicial acusatória algum dos indiciados, considerado neste caso de natureza subjetiva. O MP apenas se omite, sem justificação ou expressa manifestação desta inércia. O arquivamento implícito se completa quando o juiz a quem for oferecida a inicial não se pronunciar com relação à inércia do MP. Este arquivamento . não foi agasalhado pela jurisprudência brasileira (Inf. 562-S.T.F). arquivamento indireto se dá quando o Ministério Público declina da sua atribuição, ou seja, declara-se incompetente como titular da ação Nesta hipótese poder-se-á ter duas possíveis decisões do juiz: concordar com o Ministério Público, e determinar a remessa a Justiça competente ou não concordar com o Ministério Público, aplicando-se a regra do art. 28 do CPP. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 1. (2018 – CESPE – EBSERH – Advogado) Quanto ao inquérito policial, à ação penal, às regras de fixação de competência e às disposições processuais penais relacionadas aos meios de prova, julgue o item a seguir. A denúncia anônima de fatos graves, por si só, impõe a imediata instauração de inquérito policial, no âmbito do qual a autoridade policial deverá verificar se a notícia é materialmente verdadeira. RESPOSTA: E 2. (IADES – TRE – PA – Analista – Área Judiciária) O inquérito policial é um procedimento administrativo de investigação, a cargo das Polícias Judiciárias estaduais e federal, com a finalidade precípua de subsidiar as futuras ações penais, públicas ou privada. Acerca do tema inquérito policial, é correto afirmar que a) O inquérito policial é imprescindível ao ajuizamento da ação penal. b) É caderno investigativo tem como característica marcante o contraditório. c) O delegado de polícia, na condição de presidente do inquérito policial, pode solicitar o arquivamento caso não vislumbre qualquer linha de investigação. d) Sendo a ampla defesa um direito constitucionalmente consagrado, inclusive daquele que acabou de ser preso, caberá ao delegado de polícia velar pela preservação desse direito no inquérito policial. e) O ato de indiciamento é privativo do delegado de polícia, não podendo o órgão ministerial imiscuir-se em tal questão RESPOSTA: E 3. (2018 – CESPE – STJ - Analista Judiciário - Área Judiciária) Acerca do inquérito policial, do acusado e seu defensor e da ação penal, julgue o item que se segue. Em se tratando de crimes que se processam mediante ação penal pública incondicionada, o inquérito policial poderá ser instaurado de ofício pela autoridade policial. RESPOSTA: C 4. (2016 – IADES - PC-DF - Perito Criminal) A Polícia é uma instituição de direito público, destinada a manter e a recobrar, junto à sociedade e na medida dos recursos de que dispõe, a paz pública e a segurança dos cidadãos. Entre outras medidas, a Polícia Judiciária utiliza-se do inquérito policial para aconcretização de uma das fases da persecução penal, tornando-o, apesar de prescindível, um procedimento inquisitorial de grande relevância para a atividade investigativa. Com base nessas informações, acerca do inquérito policial, assinale a alternativa correta. a) A autoridade policial pode arquivar autos de inquérito policial, conforme o Código de Processo Penal. b) A ausência do relatório vicia o inquérito policial, pois é parte integrante e imprescindível para a constituição dos elementos de indiciamento. c) A condução da linha investigativa, por meio da intervenção nos atos de produção da prova pelo advogado, afeta a discricionariedade da autoridade policial. d) A autoridade policial é titular da opinio delicti, portanto, o indiciamento delimita os termos da acusação. e) O inquérito policial é disponível, portanto, conforme o Código de Processo Penal, a autoridade policial pode arquivá-lo por iniciativa própria. RESPOSTA: C 5. (2018 – CESPE – STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa) No que se refere aos tipos de prisão e aos meios processuais para assegurar a liberdade, julgue o seguinte item. Situação hipotética: Pedro teve a prisão temporária decretada no curso de uma investigação criminal. Ao final de cinco dias, o Ministério Público requereu a conversão de sua segregação em prisão preventiva. Assertiva: Nessa situação, o prazo para o término do inquérito policial será contado da data em que a prisão temporária tiver sido convertida em prisão preventiva. RESPOSTA: C 6. (2018 - CESPE - ABIN - Oficial Técnico de Inteligência - Área de Direito) A respeito do inquérito policial, julgue o item seguinte. É vedado à autoridade policial negar ao defensor do investigado o acesso a documentos e outros elementos de prova constantes dos autos de inquérito policial. RESPOSTA: C Vide súmula vinculante nº 14 - (É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.) 7. (2018 – IADES – PMDF – Soldado Policial Militar Combatente) No que se refere à notitia criminis e à delatio criminis no inquérito policial em crimes de ação penal pública incondicionada, assinale a alternativa correta a) Notitia criminis indireta é verificada quando o próprio delegado investiga, por qualquer meio, e descobre um fato-crime, devendo apura- lo b) delatio criminis inquisitorial intercorre quando o próprio juiz procede à investigação. c) Notitia criminis direta acontece quando a vítima provoca a atuação do delegado, bem como quando o promotor ou juiz requisitam tal atuação. d) delatio criminis ocorre quando qualquer pessoa do povo comunica à autoridade policial, ou membro do Ministério Público, ou juiz, acerca da ocorrência da infração penal. e) delatio criminis indireta cumpre-se quando a autoridade policial investiga, por qualquer meio, e descobre um fato-crime, devendo apura- lo. RESPOSTA: D 8. (2018 - CESPE - PC-MA - Delegado de Polícia) Uma autoridade policial determinou a instauração de inquérito policial para apurar a prática de suposto crime de homicídio. Entretanto, realizadas as necessárias diligências, constatou-se que a punibilidade estava extinta em razão da prescrição. Nessa situação, poderá ser impetrado habeas corpus com o objetivo de trancar o inquérito policial. RESPOSTA: C O trancamento da persecução criminal é admissível quando demonstrada a falta de justa causa (materialidade do crime e indícios de autoria), a atipicidade da conduta e extinção de punibilidade. (Jurisprudência em teses nº 36 - S.T.J.) 9. (2018 - CESPE - PC-MA - Delegado de Polícia -) De acordo com as legislações especiais pertinentes, o inquérito policial deve ser concluído no a) prazo comum de quinze dias, estando o indiciado solto ou preso, nos casos de crimes de tortura. b) mesmo prazo estipulado para a apreciação das medidas protetivas, nos casos de crimes previstos na Lei Maria da Penha. c) prazo comum de dez dias, estando o indiciado solto ou preso, nos casos de crimes contra a economia popular. d) prazo de trinta dias, se o indiciado estiver solto, e de quinze dias, se ele estiver preso, de acordo com a Lei de Drogas. e) prazo de quinze dias, se o crime for de porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, conforme o Estatuto do Desarmamento. RESPOSTA: C 10. (2018 – CESPE - PC-MA - Perito Criminal) A respeito do inquérito policial, assinale a opção correta. a) O inquérito policial poderá ser iniciado apenas com base em denúncia anônima que indique a ocorrência do fato criminoso e a sua provável autoria, ainda que sem a verificação prévia da procedência das informações. Errada - S.T.F. - antes de instaurar o regular procedimento - Deve ser feita análise previa que comprove a existência da Infração penal e só então instaurar o procedimento b) Contra o despacho da autoridade policial que indeferir a instauração do inquérito policial a requerimento do ofendido caberá reclamação ao Ministério Público. Errada – CPP - Art. 5º - § 2o Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia c) Sendo o inquérito policial a base da denúncia, o Ministério Público não poderá alterar a classificação do crime definida pela autoridade policial. Errada - O M.P. é o titular da ação e por isso como dominus litis faz a classificação que entender configurada no caso apresentado na investigação após formação de sua opinio deliti. d) O inquérito policial pode ser definido como um procedimento administrativo pré-processual destinado à apuração das infrações penais e da sua autoria. Certa - é uma sucinta definição do inquérito. e) Por ser instrumento de informação pré-processual, o inquérito policial é imprescindível ao oferecimento da denúncia. Errada - Art. 39... § 5o O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a representação forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a ação penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no prazo de quinze dias. RESPOSTA: D 11. (2018 – CESPE - PC-MA - Investigador de Polícia Civil) A respeito do inquérito policial, assinale a opção correta. a) No Brasil, a jurisprudência é pacífica quanto a acolher o arquivamento do inquérito policial de forma implícita. Errado - O arquivamento implícito é o fenômeno verificado quando o MP, titular da ação penal pública, deixa de incluir na denúncia algum fato investigado, considerado como de natureza objetiva, ou deixar de incluir na inicial acusatória algum dos indiciados, considerado neste caso de natureza subjetiva. O MP apenas se omite, sem justificação ou expressa manifestação desta inércia. O arquivamento implícito se completa quando o juiz a quem for oferecida a inicial não se pronunciar com relação à inércia do MP. Este arquivamento . não foi agasalhado pela jurisprudência brasileira (Inf. 562-S.T.F). b) No ordenamento nacional, não há previsão de recurso de ofício contra ato de arquivamento de inquérito policial. Errada – Em regra o recurso é incabível, entretanto a Lei 1.521/51 – traz a obrigatoriedade de recurso de ofício do arquivamento de inquérito policial. c) Em caso de atipicidade da conduta, é possível o trancamento do inquérito policial via habeas corpus. Certa - O trancamento da persecução criminal é admissível quando demonstrada a falta de justa causa (materialidade do crime e indícios de autoria), a atipicidade da conduta e extinção de punibilidade. (Jurisprudência em teses nº 36 - S.T.J.) d) O inquérito policial é parte necessária da ação penal. Errada - Art. 39... § 5o O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a representação forem oferecidos elementos que o habilitem a promover aação penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no prazo de quinze dias. e) O indiciamento pode ser realizado por membro do Ministério Público, mesmo sem a participação de autoridade policial. Errada - Segundo descrece a Lei Federal 12.830/2013 o indiciamento é ato privativo do presidente do inquérito policial que é a autoridade policial. Art. 2º § 6o O indiciamento, privativo do delegado de polícia, dar-se-á por ato fundamentado, mediante análise técnico-jurídica do fato, que deverá indicar a autoria, materialidade e suas circunstâncias. 12. (2017 – IADES – PMDF – Oficial Militar - Capelão) O inquérito policial é o conjunto de diligências realizadas pela autoridade policial para a obtenção de elementos que apontem a autoria e comprovem a materialidade das infrações penais investigadas, subsidiando, assim o Ministério Público e o ofendido no oferecimento da denúncia ou queixa-crime. É características do inquérito policial o (a): a) contraditório b) oficiosidade c) disponibilidade d) indispensabilidade e) arbitrariedade RESPOSTA: B DAS PROVAS NO PROCESSO DAS PROVAS NO PROCESSO 1. Disposições gerais Prova é todo ato, conjunto de atos, circunstância ou fato que tem por objetivo demonstrar e reconhecer a verdade do que existe ou ocorreu, visando orientar o convencimento do órgão julgador. 2. FATOS QUE INDEPENDEM DE PROVA a) Os axiomáticos, ou seja, evidentes. Não há necessidade de provar por meio de documentos, testemunhas ou exames que uma criança de cinco anos é inimputável, pois a sua compleição física nesta idade demonstra de forma evidente sua menoridade. b) Os notórios, ou seja, de domínio público. Não há necessidade de provar por meio de documentos que dia 25 de dezembro é Natal; ou que o fogo queima. c) Os presumidos, ou seja, aqueles que legalmente estão previstos como incontestáveis, por exemplo manter relação sexual com menor de 14 anos é sempre de forma violenta, ainda que a menor consinta, pois a violência contra ela é de fato legalmente presumida. 3. VALORAÇÃO DA PROVA O Princípio de valoração da prova é o da persuasão racional ou livre convencimento fundamentado. Segundo o Código de Processo Penal o juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. O sistema de avaliação da persuasão racional é uma espécie de método misto, pois dá ao juiz o direito de decidir de acordo com seu livre convencimento, mas com a necessidade de fundamentar, motivar cada ato decisório, extraindo sua convicção das provas e não de sua opinião pessoal. Algumas provas são plenas outras indiciárias. Obs.: A decisão do tribunal do júri que tem competência para os julgamentos dos crimes dolosos contra a vida segue o sistema de íntima convicção (certeza moral) . ( CF/88 – Art. 5º, XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: a) a plenitude de defesa; b) o sigilo das votações; c) a soberania dos veredictos; d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida). 4. ÔNUS E FORMA DE PRODUÇÃO DAS PROVAS O ônus da prova cabe a quem alega, ou seja, o dever de provar a argumentação feita é do detentor dessa argumentação feita., pois conforme descreve o CPP, pois a prova da alegação incumbirá a quem a fizer. Todas as provas produzidas no processo se dirigem ao juiz, pois será ele que se convencerá a respeito da verdade de das alegações em litígio. As provas serão produzidas de acordo com as regras estabelecidas no processo penal e somente quanto ao estado das pessoas serão observadas as restrições estabelecidas na lei civil. (CPP - Art. 155, par. Único). Um consectário do princípio do contraditório é o princípio da ampla defesa que é destinado ao réu, para também ser obedecido o princípio da paridade de armas. 5. VEDAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DE PROVAS ILÍCITAS O Código de Processo Penal prevê expressamente ser proibida a utilização de prova obtida de forma ilícita, bem como as provas dela derivadas, ou seja, prova ilícita por derivação (teoria da árvore dos frutos envenenados). Caso uma prova tenha sido considera ilegal e a decisão tenha transitado em julgado, haverá o desentranhamento da prova dos autos e consequente destruição. A Constituição, no art. 5º, LVI, estatui que “são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos”. A doutrina brasileira, tradicionalmente, considera que as provas colhidas com afronta à lei podem ser do gênero ilegal, cujas espécies são: a) Ilícitas: provas ilícitas seriam aquelas colhidas com afronta à uma lei material. b) Ilegítimas:provas ilegítimas seriam aquelas colhidas com afronta à uma lei processual. No entanto a reforma ao CPP produziu efeitos sobre esse conceito da doutrina. A Lei n. 11.690/2008 modificou o art. 157 do CPP, para regulamentar o art. 5º, LVI, da CF. CPP - Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. §1º São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras. §2º Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites típicos e de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova. (Incluído pela Lei n. 11.690, de 2008) §3º Preclusa a decisão de desentranhamento da prova declarada inadmissível, esta será inutilizada por decisão judicial, facultado às partes acompanhar o incidente - SERENDIPIDADE - quando a prova for obtida ao acaso de forma fortuita será válida, quando houver relação de conexão ou continência ou até mesmo um crime autônomo quando de uma conduta lícita do agente público. Segundo o STF – (habeas corpus 129.678/SP). Não é ilícita a utilização de prova colhida sobre determinado crime durante interceptação telefônica instaurada para investigar delito diverso: Ex.: indícios de homicídio qualificado obtidos em interceptação telefônica determinada para apurar o crime de tráfico de drogas.) 6 - PROVA EMPRESTADA Prova produzida em um processo usada em outro - STJ - A jurisprudência é firme na compreensão de que admite-se, como elemento de convicção, a prova produzida em outro processo, desde que a parte a quem a prova desfavorece houver participado do processo em que ela foi produzida, resguardando-se, assim o contraditório, e, por consequência, o devido processo legal substancial. Em consonância com os preceitos legais, não há falar em decreto de nulidade ( Agr. em HC 289.078, 6ª T., 15.12.2016) TIPOS DE PROVA - QUANTO A FORMA a) Testemunhal b) Documental c) Pericial - material EXERCÍCIOSD DE FIXAÇÃO 1. (2018 – FUMARC - PC-MG - Delegado de Polícia) Em matéria de provas no processo penal, é CORRETO afirmar: a) A absolvição independe de o acusado provar o alegado. CORRETA: por força do princípio da presunção de inocência, o ônus é da acusação, cabe a acusação provar a culpa, excepcionalmente, é ônus da defesa a prova da existência de excludentes, sendo possível a absolvição do réu se simplesmente houver fundada dúvida acerca da existência de tais excludentes, pela presunção de inocência. b) A declaração de ilicitude de uma prova necessariamente implica nulidade absoluta de todo o processo. ERRADA: a nulidade será da prova e não do processo como disposto na assertiva. c) A prova testemunhal não poderá ser determinada de ofício pelo juiz. ERRADA: - CPP - Art. Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo,porém, facultado ao juiz de ofício: II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante E CPP 209 - O juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir outras testemunhas, além das indicadas pelas partes. d) Não há contaminação da prova quando ficar evidenciado seu nexo causal com a prova originária. ERRADO - Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. ... § 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras. 2. (2018 – VUNESP - PC-SP - Escrivão de Polícia Civil) A respeito das provas, disciplinadas nos artigos 155 a 250 do Código de Processo Penal, analise as duas assertivas a seguir. 1. O juiz, no ordenamento brasileiro, não pode determinar a produção de prova, de ofício. A atividade probatória é de iniciativa das partes, cabendo ao juiz deferi-las ou indeferi-las, tendo em vista a pertinência. ERRADO: Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício: I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida; II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante. 2. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida judicialmente em contraditório e nos elementos informativos colhidos no curso do inquérito policial que, inclusive, poderão fundamentar exclusivamente a decisão. ERRADO – CPP - Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas 10. (2018 – CESPE – EBSERH – Advogado) Quanto ao inquérito policial, à ação penal, às regras de fixação de competência e às disposições processuais penais relacionadas aos meios de prova, julgue o item a seguir. Para provar a materialidade do crime de homicídio, é indispensável o laudo de exame cadavérico, que não poderá ser suprido pela confissão do acusado. ERRADO - CPP Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado. 12. (2018 - MPE-MS - Promotor de Justiça) Leia os enunciados a seguir. A sentença de pronúncia pode ser fundamentada em indícios da autoria surgidos, de forma fortuita, durante a investigação de outros crimes no decorrer da interceptação telefônica determinada por juiz diverso daquele competente para o julgamento da ação principal. - SERENDIPIDADE - quando a prova for obtida ao acaso de forma fortuita será válida, quando houver relação de conexão ou continência ou até mesmo um crime autônomo quando de uma conduta lícita do agente público. (STF - habeas corpus 129.678/SP.-Não é ilícita a utilização de prova colhida sobre determinado crime durante interceptação telefônica instaurada para investigar delito diverso: Ex.: indícios de homicídio qualificado obtidos em interceptação telefônica determinada para apurar o crime de tráfico de drogas.) 24. (2017 – CESPE - TJ-PR - Juiz de Direito) Considerando os princípios que norteiam o interrogatório do acusado e os requisitos para a realização desse ato, assinale a opção - O exercício do direito ao silêncio não gera presunção de culpabilidade para o acusado, tampouco pode ser interpretado em prejuízo da defesa. RESPOSTA: C 22. (2018 – CESPE - STJ - Técnico Judiciário - Área Administrativa) Acerca do ônus da prova, julgue o próximo item. A exigência de realização do exame de corpo de delito no caso de infrações que deixem vestígios pode ser dispensada na hipótese de confissão do acusado. ERRADO – CPP - Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado 23. (2017 – CESPE – DPU - Defensor Público) Acerca dos sistemas de apreciação de provas e da licitude dos meios de prova, julgue o item subsequente. Situação hipotética: Arnaldo, empresário, gravou, com seu telefone celular, uma ligação recebida de fiscal ligado a uma autarquia a respeito da liberação de empreendimento da sociedade empresária da qual Arnaldo era sócio. Na conversa gravada, o fiscal exigiu para si vantagem financeira como condição para a liberação do empreendimento. Assertiva: Nessa situação, de acordo com o STF, o referido meio de prova é ilícito por violar o direito à privacidade, não servindo, portanto, para embasar ação penal contra o fiscal. RESPOSTA: E (2019 – INSTITUTO AOCP – PC-ES – Escrivão de Polícia) Em relação às provas no Processo Penal, assinale a alternativa correta. a) Em hipótese alguma, o juiz poderá fundamentar sua convicção em elementos informativos colhidos na investigação. b) Caso o contraditório e a ampla defesa tenham sido garantidos no inquérito policial, o juiz poderá fundamentar sua convicção exclusivamente em elementos informativos colhidos na investigação. c) O juiz poderá fundamentar sua decisão em elementos informativos colhidos na investigação, desde que a decisão tenha espeque apenas em provas cautelares. d) O juiz poderá fundamentar sua decisão em elementos informativos colhidos na investigação, desde que a decisão tenha espeque em apenas provas cautelares, não repetíveis. e) O juiz poderá fundamentar sua decisão em elementos informativos colhidos na investigação, desde que a decisão tenha espeque em provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. RESPOSTA: E (2019 – NCUPF – 2019 – TJPR – Titular de Serviços e Notas) Sobre o tema da prova no Processo Penal brasileiro, identifique como verdadeiras (V) ou falsas (F) as seguintes afirmativas: ( ) É vedada ao juiz a iniciativa probatória durante a investigação preliminar. ( ) O Código de Processo Penal prevê o instituto da ilicitude probatória por derivação. ( ) O juiz que declarar a ilicitude probatória se torna impedido de seguir no processo, de modo que a prova ilícita deve ser desentranhada e, então, o processo encaminhado a juiz substituto. ( ) Em relação ao estado das pessoas, serão observadas as restrições probatórias estabelecidas na lei civil. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo. a) F – V – F – V. b) V – F – V – V. c) F – F – V – V. d) V – V – F – F. e) F – V – V – F. (2019-CESPE – MPE-PI – Promotor de Justiça) - No âmbito do processo penal, considera-se prova não repetível a) o processo administrativo sancionador conduzido por autoridade competente e submetido a amplo contraditório. b) a gravação de conversa informal entre indiciado e policial. c) o depoimento de testemunha internada em hospital e em grave risco de morte. policial, ainda que esta se recuse a comparecer em juízo. e) o reconhecimento do acusado feito pela vítima na delegacia. RESPOSTA: A (2019 – CESPE – MPE-PI – Promotor de Justiça) Com relação à licitude do procedimento de busca e apreensão de celular por autoridade policial, assinale a opção correta. a) Em se tratando de celular de propriedade de vítima morta, é ilegal a realização de perícia sem prévia autorização judicial se o aparelho tiver sido entregue a autoridade policial pelo cônjuge da vítima. b) É lícita a prova obtida pela polícia a partir da escuta, por viva-voz, de conversa entre investigado e sua mãe, mesmoque sem autorização judicial ou consentimento dos interlocutores, sendo válida a consequente prisão em flagrante. c) É dispensada autorização judicial para extração de dados e conversas registradas em aparelho celular apreendido no momento de prisão em flagrante. d) É lícito o acesso aos dados armazenados em celular apreendido após determinação judicial de busca e apreensão, mesmo que a decisão não tenha expressamente previsto tal medida. e) É ilegal a análise de celular por policiais no momento de prisão em flagrante, mesmo com a autorização voluntária e consciente do acusado RESPOSTA: D 7. PROVAS EM ESPÉCIE DO EXAME DE CORPO DE DELITO E DEMAIS PERÍCIAS Corpo de delito é a materialidade do delito, verificada por meio dos vestígios deixados pelo crime. A prova pericial, no que diz respeito ao exame de corpo de delito, é obrigatória, não podendo ser suprida nem mesmo pela confissão do suspeito que esteja em consonância com as demais provas. REALIZAÇÃO A perícia é realizada por especialistas no assunto, objeto da perícia, a qual deve-se dar de forma direta ou indireta (quando os vestígios não mais existirem, feita pesquisa, pelo perito junto a outros profissionais que tiveram acesso à materialidade, antes que essa desaparecesse). A perícia será feita por perito oficial, quando investido da função por lei, contratado como funcionário do estado. Na ausência do perito oficial serão nomeados outros especialistas na área, pelo juiz, os quais prestarão compromisso. Tanto o perito oficial quanto o nomeado deverão ser detentores de curso superior. A lei atualmente autoriza aos interessados (Ministério Público, ofendido, querelante, acusado) a indicação de assistente técnico que poderá, na presença de perito oficial, fazer exame nos vestígios deixados pelo crime. 7.1 - DOS EXAMES E PERÍCIAS a) Exames em cadáveres Autópsia: é o exame completo em cadáver que será realizado pelo menos seis horas depois do óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele prazo. Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame externo do cadáver, quando não for caso de crime ou quando as lesões externas permitirem precisar a causa da morte. A exumação: (desenterrar cadáveres) para exame cadavérico, quando necessário, será determinada pela autoridade policial ou judicial, podendo o cadáver se encontrar em cemitério público ou particular, bem como se estiver em local não destinado a inumações. Localização de cadáveres: quando os cadáveres forem localizados serão sempre fotografados na posição em que forem encontrados, e, na medida do possível, todas as lesões externas e vestígios deixados no local do crime também serão alvos de exames. b) Exames de lesões corporais: serão realizados em pessoas vivas para verificar a natureza e gravidade da lesão, com o objetivo de enquadrar no tipo de lesão previsto no Código Penal, verificando se se trata de uma lesão leve, grave ou gravíssima (art. 129, §§1º e 2º do CP), podendo haver um único laudo ou o laudo principal e o complementar. c) Exame em local de crime em geral: no local onde houver sido praticada a infração, a autoridade providenciará imediatamente para que não se altere o estado das coisas até a chegada dos peritos que examinarão o local, para descreverem as alterações do estado das coisas, as consequências dessas alterações e a dinâmica dos fatos. d) Nas perícias laboratoriais: realizadas para verificação de DNA e outras perícias. Os peritos acondicionarão material suficiente para a eventualidade de nova perícia, caso o material não tenha sido utilizado totalmente na primeira perícia. e) Nos crimes de furto e outros com subtração de bens: se cometidos com destruição ou rompimento ou escalada de obstáculo os peritos, além de descrever os vestígios, instrumentos, meios, descreverá em que época presumida o fato ocorreu. f) Avaliação econômica de produtos do crime, bens destruídos ou deteriorados: proceder-se-á, quando necessário, à avaliação de coisas destruídas, deterioradas ou que constituam produto do crime. g) Local de incêndio: deverá ser descrito pelos peritos o local onde iniciou, o motivo do incêndio e o resultado para a vida ou para o patrimônio; a extensão do dano reais e as demais circunstâncias. h) Exame grafotécnico: é o exame para o reconhecimento de escritos, por comparação de letra, entre a grafia questionada e o material do suspeito. i) Exame em instrumentos: serão sujeitos a exame os instrumentos empregados para a prática da infração com a finalidade de verificar a natureza e a eficiência para a prática do crime apurado. EXAMES SOLICITADOS POR CARTA PRECATÓRIA Quando o juiz de uma comarca encaminhar para outra comarca uma requisição de exame, por meio de precatória, caso haja necessidade de nomeação de peritos, esta nomeação será realizada pelo juiz deprecado (juiz que recebe a precatória), salvo no caso de ação privada, que, se as partes concordarem, a nomeação poderá ocorrer no juízo deprecante (que expede a precatória). Divergência entre os peritos Se os peritos divergirem na conclusão do laudo, a autoridade poderá indicar um terceiro perito, sendo que, se este também divergir dos dois primeiros, poderá a autoridade, se possível, indicar uma segunda equipe. Valor probatório do laudo Assim como todas as provas, o valor da prova pericial é relativo, podendo o juiz aceitá-lo totalmente, parcialmente ou até mesmo não aceitar o laudo. O interrogatório do réu É o ato pelo qual a autoridade judiciária ouve o imputado acerca da prática da infração penal. Conforme decidiu o STF (ADPFs 394 e 444) a condução coercitiva para interrogatório é inconstitucional, conforme decisão por maioria do STF (14.06.2018). A confissão ocorre quando o réu admite de forma voluntária e consciente ser o autor do fato criminoso, desde que tenha completo discernimento. A confissão ocorre quando for pessoalmente e de forma expressa, diante da autoridade judiciária competente, sendo um ato solene e reduzido a termo na audiência em que for realizada. Não há confissão tácita, pois o CPP prevê expressamente (art. 186) que o silêncio, que não importará em confissão e não poderá ser interpretado em prejuízo da defesa. 1ª parte sobre a pessoa do acusado: sua residência, meios de vida ou profissão, oportunidades sociais, lugar onde exerce a sua atividade, vida pregressa, notadamente se foi preso ou processado alguma vez e outros dados familiares e sociais. 2ª parte será perguntado sobre os fatos: sendo perguntado ao réu se ele é autor ou não, se negar deverá responder se conhece a pessoa a quem deva ser imputada a prática do crime, onde se encontrava ao tempo do crime, sobre as provas, se conhece as pessoas envolvidas no processo, entre outros questionamentos e se tem algo a alegar em sua defesa. Se o interrogando negar a acusação, no todo ou em parte, poderá prestar esclarecimentos e indicar provas. Após proceder ao interrogatório, o juiz indagará das partes (acusação e defesa) se restou algum fato para ser esclarecido, formulando as perguntas correspondentes se o entender pertinente e relevante. DO INTERROGATÓRIO DO ACUSADO PRESO CPP - Art. 185. O acusado que comparecer perante a autoridade judiciária, no curso do processo penal, será qualificado e interrogado na presença de seu defensor, constituído ou nomeado. §1º O interrogatório do réu preso será realizado, em sala própria, no estabelecimento em que estiver recolhido, desde que estejam garantidas a segurança do juiz, do membro do Ministério Público e dos auxiliares bem como a presença do defensor e a publicidade do ato. §2º Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada, de ofício ou a requerimento das partes, poderá realizar o interrogatório do réupreso por sistema de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, desde que a medida seja necessária para atender a uma das seguintes finalidades: I – prevenir risco à segurança pública, quando exista fundada suspeita de que o preso integre organização criminosa ou de que, por outra razão, possa fugir durante o deslocamento II – viabilizar a participação do réu no referido ato processual, quando haja relevante dificuldade para seu comparecimento em juízo, por enfermidade ou outra circunstância pessoal; III – impedir a influência do réu no ânimo de testemunha ou da vítima, desde que não seja possível colher o depoimento destas por videoconferência, nos termos do art. 217 deste Código; IV – responder à gravíssima questão de ordem pública. §3º Da decisão que determinar a realização de interrogatório por videoconferência, as partes serão intimadas com 10 (dez) dias de antecedência. §4º Antes do interrogatório por videoconferência, o preso poderá acompanhar, pelo mesmo sistema tecnológico, a realização de todos os atos da audiência única de instrução e julgamento de que tratam os arts. 400, 411 e 531 deste Código. §5º Em qualquer modalidade de interrogatório, o juiz garantirá ao réu o direito de entrevista prévia e reservada com o seu defensor; se realizado por videoconferência, fica também garantido o acesso a canais telefônicos reservados para comunicação entre o defensor que esteja no presídio e o advogado presente na sala de audiência do Fórum, e entre este e o preso. §6º A sala reservada no estabelecimento prisional para a realização de atos processuais por sistema de videoconferência será fiscalizada pelos corregedores e pelo juiz de cada causa, como também pelo Ministério Público e pela Ordem dos Advogados do Brasil. §7º Será requisitada a apresentação do réu preso em juízo nas hipóteses em que o interrogatório não se realizar na forma prevista nos §§1º e 2º deste artigo § 8º Aplica-se o disposto nos §§2º, 3º, 4º e 5º deste artigo, no que couber, à realização de outros atos processuais que dependam da participação de pessoa que esteja presa, como acareação, reconhecimento de pessoas e coisas, e inquirição de testemunha ou tomada de declarações do ofendido. § 9º Na hipótese do §8º deste artigo, fica garantido o acompanhamento do ato processual pelo acusado e seu defensor. § 10. Do interrogatório deverá constar a informação sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa. DA CONFISSÃO Art. 197. O valor da confissão se aferirá pelos critérios adotados para os outros elementos de prova, e para a sua apreciação o juiz deverá confrontá-la com as demais provas do processo, verificando se entre ela e estas existe compatibilidade ou concordância. Art. 198. O silêncio do acusado não importará confissão, mas poderá constituir elemento para a formação do convencimento do juiz. Art. 199. A confissão, quando feita fora do interrogatório, será tomada por termo nos autos, observado o disposto no art. 195. Art. 200. A confissão será divisível e retratável, sem prejuízo do livre convencimento do juiz, fundado no exame das provas em conjunto. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 1. (IADES TRE PA– Analista Judiciário) Especificamente em relação ao direito brasileiro, é correto afirmar que o Código de Processo Penal adotou, como regra, quanto aos sistemas de apreciação das provas a) O sistema do livre convencimento motivado ou persuasão racional. b) O sistema da íntima convicção. c) O sistema da prova tarifada ou certeza moral do legislador. d) O sistema religioso ou ordálio. e) Nenhuma das alternativas anteriores, já que o Juiz, sendo o destinatário das provas, está sujeito tão somente ao princípio da legalidade. Em razão disso, ao valorar as provas, poderá seguir quaisquer dos sistemas acima, inclusive mesclando-os. RESPOSTA: A 2. (FUNCAB – PC-AC Perito criminal) Acerca do exame de corpo de delito previsto no Código de Processo Penal, assinale a assertiva correta. a) Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, podendo supri-lo a confissão do acusado. b) O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por dois peritos oficiais, portadores de diploma de curso superior. c) Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente desempenharem o encargo. d) Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 03 (três) pessoas idôneas. e) Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal não suprirá a falta. RESPOSTA: A 3. (2018 – NUCEPE - PC-PI - Delegado de Polícia) Em relação às provas no processo penal Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito direto, podendo supri-lo a confissão do acusado e o laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10 (dez) dias, podendo este prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento dos peritos. ERRADO – CPP Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado. Art. 160... Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10 dias, podendo este prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento dos peritos. 4. (2018 – NUCEPE - PC-PI - Agente de Polícia Civil) Acerca das provas no Direito Processual Penal, é CORRETO afirmar: que logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá, se possível e conveniente, dirigir-se ao local e apreender os instrumentos e todos os objetos que tiverem relação com o fato. ERRADO – CPP Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá: I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais; 5. (2018 – NUCEPE - PC-PI Prova: Delegado de Polícia) Em relação ao Exame de Corpo de Delito, é CORRETO afirmar: a) O médico legista, ao realizar o exame de corpo de delito, poderá realizar o mesmo em qualquer dia e a qualquer hora. Mas, em relação à autópsia, esta será feita pelo menos 8 (oito) horas depois do óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o que declararão no auto. ERRADO: CPP Art. 162. A será feita pelo menos seis horas depois do óbito, autópsiasalvo se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o que declararão no auto. b) Nos casos de acidente de carro ou avião onde há morte violenta, bastará o simples exame externo do cadáver, e desde que não exista infração penal a apurar. Neste caso a autópsia será feita, pelo menos 4 (quatro) horas depois do óbito. ERRADO: CPP Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele prazo, o que declararão no auto. c) Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta. c) Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta. CERTO – CPP - Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta d) Caso ocorra a necessidade de realização de exumação para exame cadavérico, a autoridade providenciará para que, em dia e hora previamente marcados, se realize a diligência, da qual se lavrará laudo circunstanciado.Não há necessidade de o administrador de cemitério público indicar o lugar da sepultura. ERRADO: CPP - Art. 163. Em caso de exumação para exame cadavérico, a autoridade providenciará para que, em dia e hora previamente marcados, se realize a diligência, da qual se lavrará auto circunstanciado. Parágrafo único. O administrador de cemitério público ou particular indicará o lugar da sepultura, sob pena de desobediência. No caso de recusa ou de falta de quem indique a sepultura, ou de encontrar-se o cadáver em lugar não destinado a inumações, a autoridade procederá às pesquisas necessárias, o que tudo constará do auto e) Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido incompleto, proceder-se-á a exame complementar, por determinação da autoridade policial, judiciária ou do Ministério Público, e por representação do acusado. ERRADO: CPP - Art. 168. Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido incompleto, proceder-se-á a exame complementar por determinação da autoridade policial ou judiciária, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público, do ofendido ou do acusado, ou de seu defensor. 6. (2018 – FGV - TJ-AL - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador) Lauro figura como indiciado em inquérito policial em que se apura a prática de infração penal grave. Intimado para comparecer em sede policial, Lauro presta declarações, não cientificado de seu direito ao silêncio, e confessa o crime. Posteriormente, com base em outros elementos informativos produzidos, Lauro vem a ser denunciado. Com base nas informações narradas e de acordo com as previsões do Código de Processo Penal, é correto afirmar que: a) o interrogatório do acusado é o último ato da instrução, de modo que não mais se admite a oitiva do indiciado antes do oferecimento da denúncia, ainda que acompanhado de advogado e garantido o direito ao silêncio; ERRADO – CPP – Art. 6º... IV - ouvir o ofendido; V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura;) b) a confissão é válida, mesmo sem ser esclarecido o direito de o indiciado permanecer em silêncio, já que o inquérito é caracterizado pelo caráter inquisitivo, não podendo ser retratada; ERRADO – CPP – Art. 6º... IV - ouvir o ofendido; V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura; CPP - Art. 186. Depois de devidamente qualificado e cientificado do inteiro teor da acusação, o acusado será informado pelo juiz, antes de iniciar o interrogatório, do seu direito de permanecer calado e de não responder perguntas que lhe forem formuladas. ) c) a confissão do réu poderá ser divisível e, independentemente de sua validade, poderá ser retratada em juízo; CERTO – CPP - Art. 200. A confissão será divisível e retratável, sem prejuízo do livre convencimento do juiz, fundado no exame das provas em conjunto. 8. (2018 – VUNESP - TJ-RS - Juiz de Direito) A respeito das provas, A falta de exame complementar, em caso de lesões corporais, poderá ser suprida pela prova testemunhal. CERTO – CPP - Art. 168. Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido incompleto, proceder-se-á a exame complementar por determinação da autoridade policial ou judiciária, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público, do ofendido ou do acusado, ou de seu defensor. § 3o A falta de exame complementar poderá ser suprida pela prova testemunhal. 9. (2018 - VUNESP - PC-BA - Investigador de Polícia Civil) Os crimes materiais exigem que a ação penal seja instruída com o respectivo exame de corpo de delito cujo laudo, para ter validade, deve ser assinado por a) 2 (dois) peritos oficiais, independentemente do grau de instrução, ou por 2 (duas) pessoas idôneas, preferencialmente portadoras de diploma de curso superior. b) 1 (um) perito oficial, preferencialmente portador de diploma de curso superior, ou por 2 (duas) pessoas idôneas, com atuação na área da perícia. c) 2 (dois) peritos oficiais, com formação superior na área específica da perícia, sendo vedada a assinatura por leigos. d) 1 (um) perito oficial, obrigatoriamente portador de diploma de curso superior, ou por 2 (duas) pessoas idôneas, que também possuam o mesmo grau de instrução. e) 1 (um) perito oficial, portador de diploma de curso superior preferencialmente na área específica, vedada a assinatura por leigos. RESPOSTA: D - CPP Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito oficial, portador de diploma de curso superior. § 1o Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame. 10. (2018 – FGV - TJ-AL - Analista Judiciário - Área Judiciária) Tadeu figura como acusado em ação penal em que se investiga a prática do crime de tráfico de drogas, respondendo ao processo na condição de preso. Entendendo existir fundada suspeita de que Tadeu integre organização criminosa e que haveria risco de fuga em seu deslocamento, para prevenir a segurança pública, o magistrado determinou, de ofício, a realização do interrogatório do réu por videoconferência. Tadeu, então, indaga seu advogado sobre a validade da decisão. Com base nas informações expostas, o advogado de Tadeu deverá esclarecer que: a) o interrogatório por videoconferência, atualmente, é a regra no processo penal, respeitando-se a garantia da ordem pública; ERRADO – CPP Art. 185. O acusado que comparecer perante a autoridade judiciária, no curso do processo penal, será qualificado e interrogado na presença de seu defensor, constituído ou nomeado. § 1o O interrogatório do réu preso será realizado, em sala própria, no estabelecimento em que estiver recolhido, desde que estejam garantidas a segurança do juiz, do membro do Ministério Público e dos auxiliares bem como a presença do defensor e a publicidade do ato. § 2o Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada, de ofício ou a requerimento das partes, poderá realizar o interrogatório do réu preso por sistema de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, desde que a medida seja necessária para atender a uma das seguintes finalidades: b) o interrogatório por videoconferência não é admitido pela legislação penal, em respeito ao direito de presença, mas tão só a oitiva de testemunhas sem a presença do acusado; ERRADO – CPP Art. 185. § 2o Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada, de ofício ou a requerimento das partes, poderá realizar o interrogatório do réu preso por sistema de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, desde que a medida seja necessária para atender a uma das seguintes finalidades: c) o interrogatório por videoconferência poderia ser determinado em decisão fundamentada do juiz após requerimento das partes, mas não de ofício; ERRADO – CPP Art. 185. § 2o Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada, de ofício ou a requerimento das partes, poderá realizar o interrogatório do réu preso por sistema de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, desde que a medida seja necessária para atender a uma das seguintes finalidades: d) as partes deverão ser intimadas da decisão que determinar o interrogatório por videoconferência com antecedência mínima de 10 dias; CERTO – CPP Art. 185. § 2o Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada, de ofício ou a requerimento das partes, poderá realizar o interrogatório
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