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TANATOLOGIA

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TANATOLOGIA: Do grego thanatos = morte e logos = estudo, é a 
CIÊNCIA que tem por objetivo o estudo da MORTE, nos seus aspectos gerais 
e mais diversas nuanças, (como a Biocinese, a bioestase, e outros aspectos da 
Morte,) que aos poucos, progressivamente, tem-se afirmado num delimitado 
campo de saber próprio e autónomo, sem jamais descartar, naturalmente, a 
interdisciplinariedade. 
Parte da Medicina legal que se preocupa com a morte e o morto em 
todos os seus aspectos médico-legais, os fenômenos cadavéricos, a data da 
morte, o diagnóstico da morte, a morte súbita e a morte agônica, a inumação, a 
exumação, a necropsia e o embalsamamento e a causa jurídica da morte. 
 
 TANATOSE: Estado de vida aparente, com cessação das funções 
biológicas e electroencefalograma linear. Contrariamente à BIOSTASE, a 
tanatose representa um estado irreversível, sem qualquer possibilidade de 
retorno à vida. 
 
BIOSTASE: Estado limite de MORTE APARENTE, com esgotamento de 
todas as funções biológicas (respiração, ritmo cardíaco, etc.). Atividade 
cerebral do sujeito parece nula (silêncio elétrico e coma ultrapassado). A 
BIOSTASE opõe-se à TANATOSE na medida em que estamos perante um 
processo perfeitamente reversível, com possível retorno à vida . 
 
PSICOSTASE: Termo que significa morte sem reversibilidade. 
 
TANATODIAGNOSE - Parte da Tanatologia que estuda o diagnóstico da 
realidade da morte. Quanto mais próximo o momentoda morte, mais difícil será 
o diagnóstico. 
 
CRONOTANATOGNOSE - É o capítulo da Tanatologia que estuda os 
meios de determinação do tempo transcorrido entre a morte e o exame 
necroscópico. 
 
Estas determinações se baseiam nos prazos em que se processam os 
diversos fenômenos transformativos, destrutivos ou conservadores que podem 
ser encontrados no cadáver. Todavia, é fácil compreender que a maioria das 
avaliações possíveis apenas possuem valor aproximativo. Com efeito, todas 
elas são integram um grande número de variáveis, a maioria das quais 
dependentes de valores mesológicos zonais, de características do próprio 
indivíduo cujo cadáver se pretende examinar e atreladas a um sem-fim de 
circunstâncias que influenciam, ora acelerando, ora retardando, ora apenas 
alterando, a marcha natural dos fenômenos cadavéricos. 
Desnecessário enfatizar que, quanto maior o tempo escoado entre o 
óbito e o exame, tanto maior será a dificuldade na determinação precisa do 
ASPECTOS GERAIS DA TANATOLOGIA 
 
CONCEITOS 
lapso transcorrido, em horas ou dias, desde o decesso. Diversos calendários 
de cronotanatognose têm sido elaborados, tomando como base as 
transformações "quod plerumque accidit" nos cadáveres e através das quais é 
possível uma verificação, ainda que aproximada, dos tempos transcorridos. 
 
 
TÉCNICAS CRONOTANATOGNÓTICAS - Compreendem a observação de 
modificações e fenômenos que se instalam progressivamente no cadáver, bem 
como exames complementares que permitem datar, com relativa precisão 
dentro de uma faixa temporal, o momento do óbito. 
 
 
 
 
 
Esfriamento do cadáver ("algor mortis") 
 
O esfriamento do cadáver é um dos fenômenos abióticos imediatos que 
pode ser utilizado, com grandes ressalvas, e que sói ser útil, pela sua 
praticidade, na estimativa aproximada do momento da morte. Com efeito, sabe-
se que o corpo, uma vez cessadas as funções vitais, passa a perder calor, por 
diversos mecanismos - convecção, condução, irradiação e evaporação - à 
razão de 1,0 ºC a 1,5 ºC por hora, igualando em termos gerais, a temperatura 
do ambiente, no máximo, até a 24ª hora após o decesso. 
Não é necessário lembrar que numerosos fatores como a temperatura 
ambiente, o arejamento do local, a temperatura do corpo no momento do óbito, 
o estado nutricional, a camada de panículo adiposo, as vestes que cobrem o 
cadáver etc. podem modificar os tempos acima referidos. 
 
 Rigidez cadavérica ("rigor mortis") 
 
Também a rigidez cadavérica poderá ser utilizada para aquilatar o tempo 
transcorrido desde o óbito lembrando que, à semelhança do que acontece com 
o esfriamento do corpo, numerosos são os fatores que podem, ora acelerá-la 
(frio), ora retardá-la (calor), donde que nunca deverá ser assumida como valor 
absoluto, antes apenas de orientação. 
Algumas regras foram estabelecidas, por diversos autores, para permitir 
a sua estimativa em relação ao momento da morte: 
 
I. Regra de Bonnet - A rigidez se inicia logo após a morte, atingindo o seu total 
desenvolvimento até a 15ª hora e depois desaparece lentamente. Acaba 
quando os fenômenos destrutivos, de putrefação, se instalam. 
 
II. Regra de Fávero - O processo se inicia logo na primeira hora e se 
generaliza entre 2 e 3 horas, atingindo o seu máximo após 5 a 8 horas. 
 
III. Regra de Niderkorn - Considera-se precoce a rigidez que ocorre até a 3ª 
hora; é normal entre a 3ª e 6ª horas; diz-se tardia quando sobrevem entre a 6ª 
e 9ª horas e chama-se de muito tardia, quando ocorre depois da 9ª hora. 
 
 
ESTIMATIVA DO MOMENTO DA MORTE 
RECENTE 
 
 Manchas de hipóstase ("livor mortis") 
 
Começam aparecer sob a forma de um pontilhado (sugilações) cujos 
elementos coalescem para formar placas de cor variável, dentro das nuanças 
vermelho-arroxeadas, em dependência da "causa mortis". Desaparecem pela 
compressão, inclusive digital, elemento este que serve para diferenciá-las das 
equimoses que são constantes. 
 
Duas regras podem ser usadas a seu respeito: 
 
a. Quanto ao aparecimento - surgem na primeira meia hora, após o óbito, 
mas apenas se tornam evidentes entre a 2ª e 3ª horas, sendo que podem não 
aparecer nas regiões comprimidas. 
 
b. Quanto à fixação - tornam-se fixas, isto é, não mudam de localização 
quando se muda a posição do cadáver, após decorridas 6 a 15 horas. 
 
 Os livores cadavéricos: 
 
são difíceis de observar nas pessoas melanodermas; podem não ser 
observáveis mesmo em leuco ou xantodermas, quando nestas pessoas o óbito 
ocorre em condições de anemia aguda após hemorragias maciças, e podem 
observar-se ainda em vida, na fase agônica ou terminal, em pessoas 
extremamente debilitadas e com hipotensão arterial. 
 
Crescimento do pêlo 
 
Mesmo após a morte, alguns fâneros, como pelo e unhas continuam a 
crescer. Os primeiros crescem a razão de 21 micra por hora, donde que sua 
medição tenha sido utilizada para determinar a hora do óbito. 
 
Alterações oculares 
 
 midríase (dilatação pupilar); 
 tela viscosa da córnea (tela albuminosa da córnea); 
 segmentação da coluna sangüínea dos vasos oculares, e 
 perda da turgência dos globos oculares. 
 
 No Brasil, aprimorou-se uma técnica de tonometria ocular capaz de 
avaliar esta perda estabelecendo uma correlação confiável entre a saída de 
líquido (desidratação) e o tempo transcorrido desde o decesso. Trata-se de 
uma técnica simples, rápida, de fácil execução e de ínfimo custo. A tonometria 
ocular oferece uma margem de erro de apenas uma hora, quando o estudo é 
realizado nas primeiras 24 horas. 
 
 
Conteúdo Gástrico 
 
O tempo de esvaziamento do estômago varia de indivíduo para 
indivíduo, em parte pelo tipo dos alimentos ingeridos, em parte pelas 
idiossincrasias normais ou patológicas de cada pessoa. Destarte, o estudo do 
conteúdo gástrico do cadáver pode ser de utilidade, de modo a verificar em que 
estado de digestão se encontram os alimentos. 
Com efeito, eis que as principais substâncias constituintes dos 
alimentos, bem como os reflexos hormonais autônomos, entre o estômago e o 
duodeno, são decisivos para influenciar o tempo de permanência dos alimentos 
na câmara gástrica. Assim, os glúcides ou hidratos de carbono são os que 
apresentam uma permanência mais breve e, em contrapartida, os lípides os 
que oferecem um trânsito mais demorado, sendo certo que as proteínas 
ocupam umlugar intermediário. 
Algumas patologias tanto do estômago como do duodeno - lesões do 
plexo de Auerbach, estenoses duodenais pós-ulcerosas etc. - podem aumentar 
bastante esses tempos, ao passo que fenômenos como o "dumping", podem 
diminuí-lo. 
Quando o conteúdo do estômago do cadáver exibe alimentos não 
digeridos, pode-se aventar a hipótese de que alguma refeição foi realizada nas 
últimas duas horas antes do óbito. Já foi apresentada uma relação de 
alimentos que podem ser encontrados no estômago e cujo achado pode servir 
como indício cronológico do lapso transcorrido desde a sua ingestão, conforme 
relacionado, com adaptações, na tabela abaixo: 
 
 Tempo de permanência no estômago (horas) Tipo de Alimento 
 
 1 a 2 água, chá, café, leite 
 2 a 3 massas, carne bovina 
 3 a 4 pão, arroz, verduras 
 4 a 5 carne de porco, legumes 
 
Paralelamente e desde que conhecidos os hábitos alimentares da vítima, 
e.g. horários de refeições, tipos de alimentos ingeridos etc., os achados do 
conteúdo gástrico poderão auxiliar, ainda mais, na avaliação do momento do 
óbito. 
 
Putrefação 
 
Algumas regras podem ser estabelecidas de modo a utilizar o avanço do 
processo putrefativo na cronotanatognose: 
 
 Período cromático tem início com a mancha verde, entre a 18ª e 24ª 
horas, e a sulfometa-hemoglobina confere cor verde enegrecida ao corpo todo 
até o fim da primeira semana. 
 
 Período enfisematoso se inicia por volta da 24ª hora, sendo certo que o 
edema de face, genitália e circulação póstuma de Brouardel, aparecem entre 
as 48 e 72 horas. 
 
 Período coliquativo tem início no fim da primeira semana e se prolonga 
de maneira diversa, conforme o local em que se encontra o cadáver. 
 
 Período de esqueletização começa entre a 3ª e 4ª semanas, podendo 
ocorrer muito mais rapidamente nos cadáveres expostos. 
 
 Cristais de WESTENHÖFER-ROCHA-VALVERDE 
 
Trata-se de cristais incolores, de forma prismática ou laminar, de 
tamanho variável, facilmente quebradiços que aprecem no sangue do cadáver 
e que resultam da decomposição das hemácias. Tingidos pelo ferrocianeto de 
potássio adquirem cor azulada, em face do seu conteúdo férrico, enquanto que 
pelo tratamento com iodo assumem cor castanha. 
Seu valor cronotanatognótico reside no fato que estes cristais aparecem 
no sangue do cadáver somente por volta do 3º dia da morte e sua presença 
não mais é achada após o 35º dia após o óbito. 
 
 Fauna Entomológica 
 
O estágio da metamorfose dos dípteros cujas larvas têm atividade necrofágica 
permite estabelecer uma cronologia da morte. Existem estudos adaptando as 
observações dos autores europeus para o Brasil, mas são pouco usados. 
 
 
Tanatodiagnose 
 
 Sinais presuntivos 
 parada cardíaca 
 parada respiratória 
 parada cerebral 
 
Sinais consecutivos 
 midríase paralítica (olho) 
 queda do tomo do globo ocular 
 resfriamento cadavérico 
 livores cadavéricos ou manchas de hipóstase 
 
Sinais transformativos e conservativos 
 maceração 
 mumificação (específica para conservação do feto no útero materno) 
 ressecamento do cadáver 
 saponificação (transformação da gordura da pele em sabão) 
 
Sinais destrutivos (putrefativos) 
 mancha verde abdominal 
 produção de gases (o cadáver tende a inchar) 
 colignação (desprendimento da massa muscular) 
 esqueletização (caveira)

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