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22 de Julho

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A APURAÇÃO DA RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO SOB A ÓPTICA DA LEGISLAÇÃO BRASILEIRO BASEADO NO FILME 22 DE JULHO
Alana Sherida Rodrigues da Silva
Antônio José Batista Da Costa
Elisa Moreira Ary
Guilherme Leal de Freitas
Marcus Vinícius Lobão Andrade
Patrícia Bandeira Andrade
Raiury Ferreira Rodrigues 
Rogislene Vieira Silva
Tatiana Araújo de Aquino
FORTALEZA CE
2019
APURAÇÃO DA RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO SOB A ÓPTICA DA LEGISLAÇÃO BRASILEIRO BASEADO NO FILME 22 DE JULHO
Fortaleza CE 
2019
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
SINOPSE
RESPONSABILIDADE CIVIL
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
NEXO DE CAUSALIDADE E EVOLUÇÃO DAS TEORIAS 
DANOS X INDENIZAÇÃO
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
INTRODUÇÃO
O presente artigo tem por objetivo mostrar uma visão acerca do Estado sob suas responsabilidades civis a respeito dos cidadãos com base no ato terrorista visto no filme 22 de julho. Filme este, de história real que levou o questionamento tanto de doutrinadores como dos próprios acadêmicos de Direito visando qual a responsabilidade civil do Estado perante tal ato terrorista, deixando 77 mortes e dezenas de famílias desoladas. A questão do terrorismo praticado na Noruega levanta questões de falhas e conseqüências previstas para que as vítimas possam ser ressarcidas. Sabe-se que a responsabilidade civil visa o ressarcimento dos prejuízos acarretados ao lesado, ou seja, uma reparação de danos, por via da qual o titular do direito violado (lesado ou vítima) busca, em juízo, a respectiva recomposição, frente a prejuízos, seja eles de cunho pecuniário, pessoal ou moral.
O terrorismo já se encontra em certa abordagem no Direito Brasileiro e alienígena no tocante à configuração delituosa e os reflexos deste crime no ordenamento jurídico nacional. Entretanto, o que se busca abordar envolve a responsabilização do Estado Brasileiro em decorrência de atentados terroristas, a ausência ou a ineficácia da segurança pública. A partir de um corte epistemológico serão evidenciados os conceitos de “terror” e “terrorismo”, em razão dos quais se suscitou um conjunto normativo nacional e internacionalmente, a fim de conferir proteção jurídica. Incluído no Direito Administrativo, o tema da responsabilidade civil extracontratual do Estado pode ser captado desde os seus primórdios com a ideia da irresponsabilidade estatal até a construção da teoria do risco administrativo, expoente da ideia de responsabilidade objetiva. Por finalidade neste estudo a abordagem específica da responsabilização do Estado Brasileiro em decorrência da insegurança, far-se-á, brevemente, uma exposição da evolução doutrinária e jurisprudencial em derredor das teorias de responsabilidade e de seus respectivos elementos caracterizadores. Apresentadas as teorias de responsabilização estatal, em seu aspecto dogmático, observar-se-á a possibilidade de imputação do dever de reparação a terceiros, pelo Estado Brasileiro, em decorrência de atentados terroristas, atos de guerra e eventos correlatos, indicando-se, oportunamente, os meandros das distinções conceituais entre cada um destes. Assim, as breves considerações trazidas neste artigo científico intentam a aferição dos conceitos de responsabilidade civil do Estado, a fim de se conseguir, ao final, a identificação do fundamento de imputação do dever de reparação ao Ente Público em virtude de atos de guerra ou terror.
 
 
METODOLOGIA
​O caso seguiu uma abordagem qualitativa por existir uma pesquisa de significados a qual é classificada como explicativas, por identificar os fatores que determinam ou contribuem para a ocorrência dos fenômenos. Trata-se, contudo de um estudo de casos por ser um estudo profundo e exaustivo de um objeto, divididos por etapa sendo elas: Delimitação da unidade-caso, coleta de dados, análise e interpretação dos dados e redação do relatório.
 
​Foram analisadas além do conteúdo no geral, os questionários, as entrevistas, a observação do participante e a história de vida (Gil 1996,p.121/125).
22 DE JULHO
No dia 22 de julho de 2011, após causar a explosão de um carro-bomba em Oslo, Anders Breivik, um fanático de extrema direita, abre fogo contra adolescentes em um acampamento em Utaya, matando 77 pessoas no total. O atentado ficou conhecido como o maior ataque terrorista da história da Noruega. A partir daí, o filme dirigido por Paul Greengrass, narra o período pós ataque, enfatizando o drama sofrido pelos sobreviventes e familiares, a posição do governo diante o ataque, além de abordar o julgamento do terrorista. O filme é impactante, e mesmo tendo o ápice da ação no início, ainda consegue entreter os expectadores por seu enredo intrigante. O drama é baseado em uma história real, o que nos faz sentir empatia por alguns personagens. Em tempos difíceis no nosso atual cenário político, o filme tem um discurso que propaga a tolerância, democracia e nos convida a refletir sobre fundamentalismo e radicalismo. 
RESPONSABILIDADE CIVIL
Num vislumbre inicial da responsabilidade civil, não era levado em contada culpa de quem causou o dano. Nos tempos primitivos, a barbárie humana era intrinsecamente ligada a formas de "justiça". Em Roma, a Pena de Talião (Olho por olho, dente por dente) foi aplicada inicialmente por povos do Oriente Médio e se estendendo até a bacia do Mediterrâneo do tempo da Lei das Doze Tábuas. Na região romana foi um período em que o Poder Público era apático e somente pronunciavam-se quando e como a vítima teria o direito de vingar-se de maneira instintiva e violenta de seu agressor, logo, não havendo a necessidade da culpa do ofensor.
Futuramente, com o período da composição, tornou-se notório as vantagens em substituir a violência pela compensação econômica do dano, segundo Silvio de Salvo Venosa "o conceito de reparar o dano injustamente causado somente surge em época relativamente recente da história do Direito"
Entretanto, foi com a Lei de Aquilia que se obteve um norteamento para se reparar o dano.
A mesma é tida como matriz fundamental para aplicar-se a culpa na obrigação de indenizar, criando a responsabilidade extracontratual, na qual a conduta de quem causou o dano é medida pelo grau da culpa com que atuou.
A responsabilidade civil é regida por um dos princípios gerais do direito, Neminem Laeder, consoante o qual ninguém se deve lesar. O termo "responsabilidade" é usado em situações que uma pessoa deve arcar com algum ato danoso a outrem, logo, devendo indenizar em resultado de suas ações divergentes da ordem jurídica.
Nesse contexto, visando recuperar o status quo ante, a responsabilidade civil fundamenta-se na ideia de restabelecer o equilíbrio deturpado por uma ação danosa. Desta forma, produz Venosa "os princípios da responsabilidade civil buscam restaurar um equilíbrio patrimonial e moral violado. Um prejuízo ou dano não reparado é um fator de inquietação social". Os ordenamentos contemporâneos buscam alargar cada vez mais o dever de indenizar, um cumprimento obrigacional, alcançando novos horizontes, a fim de que cada vez menos restem danos ressarcidos.
Portanto, o indivíduo que realiza ato, ou por omissão, causar dano ao próximo, deverá ser submetido às regras dispostas pela responsabilidade civil e deverá arcar com o resultado de seus atos, intentando a reparação do dano causado para que a ordem social não seja violada e a justiça seja mantida na sociedade.
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
Tangenciando a problemática em questão para o Direito Brasileiro, sob a perspectiva de incumbir a responsabilidade civil perante o Estado, é preciso interligar alguns pontos.
Primeiro, o fato gerador, motivado por uma corrente de pensamentoextremista (de extrema direita) que pregava uma revolução, ou seja, rompimento com o modelo político estabelecido e estabelecer uma nova forma de governo que estaria fiel e indeclinável as suas crenças e visões de mundo. Segundo, as movimentações, articulações, sobretudo, na rede mundial de computadores, e, também, às compras de maneira demasiada de insumos para fabricação de artefato explosivo. O terceiro ponto, ponto nevrálgico da questão, é a falta de fiscalização, ou seja, o não fazer do Estado perante as movimentações do terrorista.
Mormente, questões relacionada a esta temática que é de manutenção da paz, harmonia, incolumidade das pessoas e da sociedade no geral, indubitavelmente, pertence ao Estado, o legislador constituinte foi taxativo em estabelecer o monopólio da força como disciplina o artigo 144 da Constituição Federal de 1988 que traz os órgãos competentes para diligências em suas determinadas competências.
Portanto, quando não se faz uma devida averiguação, diligência ou deliberações, que é dever funcional, o agente público está se desvirtuando das prerrogativas que lhe foram confiadas pelo Estado. Assim, quando um terceiro é lesado ou têm seus direitos de mais alta relevância, bem jurídicos transcendentais como a vida, ameaçados e violados o Estado não pode alegar que não há responsabilidade sobre as consequências do não cumprimento das suas funções ou serviços.
NEXO DE CAUSALIDADE E A EVOLUÇÃO DAS TEORIAS DE RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
 
​A responsabilidade civil do Estado sendo definida como a obrigação de reparar os danos lesivos a terceiros praticados por seus agentes, agindo nesta condição, seja ela de natureza patrimonial ou moral, para que seja analisado o Nexo de Causalidade sob a ótica do filme “22 de julho” se faz necessário a apresentação de conceitos básicos para a realização de seu fiel enquadramento.
​Com o passar dos tempos, a ideia de responsabilização por parte do Estado passou por diversas fases até chegar ao atual quadro de aplicação, podendo ser destacado as seguintes teorias:
 
I - Teoria da irresponsabilidade do Estado:
​Também conhecida por teoria regaliana, foi amplamente adotada nos regimes absolutistas, momento em que a figura do monarca era tida como incontestável e com isso, suas ações ou de seus auxiliares não poderiam ser responsabilizadas.
​Essa ideia decorria da frase “The king can do no wrong” (O Rei não pode errar) em que o rei era visto como um ser que não cometia erros e que mesmo numa situação em que os atos proferidos pelo rei gerasse prejuízo a terceiros, esse deveria ser superado sem a ocorrência de qualquer tipo de reparação em relação ao lesado.
​Esta teoria logo foi superada pelas chamadas teorias civilistas apresentada a seguir.
 
II – Teoria da responsabilidade por atos de gestão (Teoria Civilista):
​Nessa teoria o Estado passou a ser igualado ao particular, na medida em que passa a ser responsabilizado pelos danos causados a terceiros na mesma proporção que os indivíduos, baseados nas regras do Direito Civil.
​Neste caso, o Estado somente poderia ser responsabilizado em decorrência de atos de gestão (situação em que se coloca em igualdade de condições perante o particular), a exemplo da venda de um bem.
 
III - Teoria da culpa civil:
​Também conhecida por teoria da responsabilidade subjetiva, para que houvesse responsabilização por parte do Estado, seria imprescindível a comprovação do dolo ou culpa (negligência, imprudência ou imperícia) do agente perante o particular lesado. Com isso, o direito à aquisição de indenização por parte do Estado ficaria adstrita ao cumprimento desse requisito, dever do terceiro lesado.
 
IV - Teoria da culpa administrativa:
​Também conhecida por teoria da culpa do serviço ou culpa anônima (faute du servisse). Para essa teoria a responsabilidade do Estado é atribuída ao serviço e não ao agente, devendo esta ser contestada pelo prejudicado e podendo ser enquadrada nas situações em que:
• o serviço não existiu ou não funcionou (quando deveria existir);
• o serviço funcionou mal;
• o serviço atrasou.
 
​Na ocorrência de omissão por parte do Estado (faute du servise) a responsabilidade será subjetiva.
​Diante do grau de relevância ofertado pelo ordenamento jurídico brasileiro a omissão, o Códigpo penal, em seu art. 13, § 2º dedicou um artigo para ela:
Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984).
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.
 
IV. Omissão genérica X Omissão específica:
​Marçal Justen Filho aponta diferença entre os conceitos de omissão genérica (imprópria) e omissão específica (própria). ​A omissão específica (própria) estaria relacionada a uma determinação legal para que o Estado execute certa conduta, e no caso, se omite em fazê-la. Nessa situação, o Estado possui a obrigação de evitar o dano pois existe uma imposição jurídica que, sendo violada terá sua responsabilidade apurada da mesma forma como se ato comissivo fosse, resultando numa responsabilidade objetiva, conforme o art. 37, § 6°, da CF. O Estado assume a posição de “garante” possuindo o dever de zelar pela integridade de pessoas ou coisas sob sua guarda ou custódia, como na situação de guarda de presos ou como o dever de cuidar dos alunos das escolas públicas.
​Na omissão genérica (imprópria)​ocorre quando Estado descumpre uma obrigação genérica, em que se torna impossível evitar um dano, através de seus agentes, em que não se pode exigir do Estado uma atuação específica, como por exemplo, o dever de fiscalizar a velocidade em que trafegam os veículos nas rodovias públicas, o caso de dano oriundo de atos de multidões em estádios de futebol ou estupro cometido por presidiário, fugitivo contumaz, não submetido a regressão de regime prisional como manda a lei. Neste caso, a responsabilidade do Estado será subjetiva fundamentando-se na teoria da culpa administrativa, quando se torna difícil a identificação do agente que causou o dano, devendo o lesado comprovar que não houve serviço, que o serviço funcionou mal ou que o serviço atrasou (foi ineficiente). Diante deste caso, fica a cargo do lesado provar que a falta do serviço (culpa anima) contribuiu para o dano. 
​Diferença entre a omissão específica e a omissão genérica proferida pelo STF no RE 179.147/SP (1 nota de rodapé RE 179.147/SP):
 
I. - A responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito público e das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público, responsabilidade objetiva, com base no risco administrativo, ocorre dianye dos seguintes requisitos: a) do dano; b) da ação administrativa; c) e desde que haja nexo causal entre o dano e a ação administrativa. II. - Essa responsabilidade objetiva, com base no risco administrativo, admite pesquisa em torna da culpa da vítima, para p fim de abrandar ou mesmo excluir a responsabilidade da pessoa jurídica de direito público ou da pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviço público. III.- Tratando-se de ato omissivo de poder público, a responsabilidade civil por tal ato é subjetiva, pelo que exige dolo ou culpa, numa des suas três vertentes, negligência, imperícia ou imprudência, não sendo, entretanto, necessário individualizá-la, dado que pode ser atribuída ao serviçi público,de forma genérica, a faute de service dos franceses.
 
​Como visto, na teoria da culpa administrativa (culpa anônima) não existe a necessidade de individualizar a omissão culposa, bastando a comprovação, de forma genérica, da ocorrência de culpa do serviço público.
 
V - Teoria do risco administrativo:
​Essa teoria fundamenta a responsabilidade objetiva do Estado, situação em que para que haja reparação estatal se torna necessário a comprovação da existência do nexo de causalidade entre a conduta estatal e resultado lesivo ao particular (dano + conduta administrativa + nexo causal).
​Esta teoria é divide em:
• Teoria do risco administrativo: é considerado o fundamento para a responsabilidade
Objetiva do Estado admitindo a alegação de excludentes de responsabilidade podendo ser a culpa exclusiva do particular quando o estado se eximir da responsabilidade de indenizar ou por culpa concorrente em que a obrigação do Estado sofre uma atenuação no dever de reparar. Em ambas situações cabe ao Estado o ônus da prova.
• Teoria do risco integral: neste caso não admitisse a alegação de excludente de
Responsabilidade por parte do Estado funcionando este como um segurador universal responsável por reparar os danos sofridos por particulares sob qualquer hipótese. Para fins de aplicação desta, adota-se em casos excepcionais como nos casos de acidentes nucleares (CF, 21, XXIII, "d"), nos atos terroristas, de guerra ou correlatos, como contra aeronaves brasileiras descritos na legislação infraconstitucional (leis 10309 e 10744/2003) ou em casos decorrentes de danos ambientais, sendo esta regra geral aplicável inclusive às empresas estatais exploradoras de atividade econômica.
 
Teoria da responsabilidade civil adotada no Brasil
 
​A Constituição Federal de 1988 em seu art. 37, §6° menciona a teoria do risco administrativo:
 
§6° - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
 
​Como descrito, no Brasil adota-se a teoria do risco administrativo baseado na responsabilidade objetiva do Estado, não incluindo os danos oriundos da omissão do estado (culpa administrativa).
​Nesta modalidade a responsabilidade abrange:
- administração direta, as autarquias e as fundações públicas de direito público, independentes da área de atuação;
- empresas públicas, sociedades de economia mista, quando forem prestadoras de serviço público;
- delegatárias de serviço público (pessoas privadas que prestam serviço público por delegação do Estado, seja por concessão, permissão ou autorização de serviço público).
​Seguindo esta relação, na responsabilidade objetiva, inclusive a de empresas particulares prestadoras de serviço público quando agirem nesta qualidade, cabe ao Estado, requerer o direito de regresso, desde que seja condenado a prestar indenização ao terceiro lesado e ainda, fique comprovado o dolo ou culpa por parte da conduta do agente. Conforme cita o Código Civil de 2002 em seu art. 43:
 
Art.43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo.
 
​Para que alguém possa requerer a reparação por um dano causado pelo Estado baseado na responsabilidade objetiva por uma ação comissiva aquele deverá comprovar a presença dos seguintes requisitos:
• Conduta administrativa: é o ato comissivo executado por agente publico ao prestar um serviço público, agindo nessa qualidade;
• Dano: é o resultado da ação administrativa que causa prejuízo a terceiro por afetar um direito juridicamente tutelado pelo Estado;
• Nexo de Causalidade: é a relação existente entre a ação estatal e o dano sofrido pelo indivíduo, devendo ficar comprovado neste caso que o resultado foi consequência da conduta administrativa do Estado.
 
​Importante que, embora a Responsabilidade civil objetiva seja adotada no Brasil como regra, não impede-se de enquadrar a responsabilidade subjetiva do Estado em situações excepcionais, como no exemplo abaixo:
 
 
 
Requisitos da responsabilidade civil do Estado: Filme 22 de julho
 
I – Conduta 
 
II - Dano 
 
III - Nexo de Causalidade
 
​Com base no Relatório da Comissão sobre 22 de Julho elaborado à época, que trazia uma explicação de forma detalhada sobre os eventos que levaram aos ataques de 22 de julho foi concluído que Breivik poderia ter sido impedido e que a polícia de Oslo deveria ter reagido mais prontamente aos ataques na ilha de Utoya. O inquérito realizado também incluiu falhas na liderança e comunicação, falta de recursos policiais e de acesso aos helicópteros.
​Diante dessas informações e à luz da legislação brasileira fica evidente que o Estado deveria ter se antecipado para evitar os ataques, e aplicando a caso analogicamente ao cenário nacional, poderia ser adotado a Teoria da culpa administrativa, na forma de omissão própria (específica), da mesma forma dos atos comissivos resultando numa responsabilidade objetiva por parte do Estado, quando este possui o dever de estabelecer a segurança pública, e assim não o fez, conforme cita o art. 144 da CF/88:
 
Art.144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
I - polícia federal;
II - polícia rodoviária federal;
III - polícia ferroviária federal;
IV - polícias civis;
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
 §1ºA polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se a:
I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;
II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de competência;
III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras;
IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.
 § 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais.
 § 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias federais.
 § 4º As polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares.
 §5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil.
 § 6º As polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército, subordinam-se, juntamente com as polícias civis, aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.
 
 
​A exemplo de um caso ocorrido no Brasil, cujo estado se antecipou e assim conseguiu evitar a ocorrência de supostos ataques terrorista que seriam executados no evento sediado no Brasil, as Olímpiadas de 2016 no Rio de janeiro, em que dez suspeitos de terrorismo por supostos ataques terrorista foram presos, semanas antes da abertura do evento, noticiado pelo Jornal Nacional com a frase de abertura “Dez suspeitosde terrorismo na cadeia, da TV Globo, o de maior audiência no país, no dia 21 de de julho de 2016, duas semanas antes da Olimpíadas do Rio, apresentando a fase ostensiva da Operação Hashtag, da Polícia Federal (PF), assim veiculado no Jornal ElPais no Brasil:
O juiz deixa claro na decisão que não é necessário haver um planejamento concreto de ato terrorista — como de fato não havia, nem em relação a Olimpíadas nem em relação a outro alvo específico — para a condenação. “Não há necessidade de comprovação de especial fim de agir ou da presença de dolo específico, bastando o simples ato de promover organização terrorista por meio de atos inequívocos que demonstrem externamente a adesão aos seus ideais”. Diante do previsto na Constituição Federal, há possibilidade de que todas essas condutas, inclusive os atos preparatórios, recebam o tratamento de crime hediondo, inafiançável.
​No Brasil, a Lei http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13260.htm, que regulamenta o disposto no inciso XLIII do art. 5º da Constituição Federal, disciplinando o terrorismo, tratando de disposições investigatórias e processuais e reformulando o conceito de organização terrorista; e altera as Leis n º7.960, de 21 de dezembro de 1989, e 12.850, de 2 de agosto de 2013, se mostra eficiente no que tange a antecipação de atos criminosos, em específico o terrorismo, a exemplo das condenações oriundas da operação Hashtag da PF, a qual um grupo de pessoas planejavam e se organizavam através das redes sociais com a ideia de praticar e incitar ato de terrorismo nas olimpíadas no Brasil em 2016.
DANOS X INDENIZAÇÃO
Danos ocasionados as vítimas do atentado de 22 de julho na Noruega.
De acordo com Silvio De Salvo Venosa na página 393 no Livro de Obrigações e responsabilidade civil 2 É necessário que nos atos de reconhecimento de indenizações observa-se se houve o inadimplemento parcial ou total da parte que ocasionou o Dano, para que assim surja o Direito à Indenização ou reparação do Dano causado.
Mediante a análise referente a entrevista de Erik Moller retratando o cenário vivido por Adrian Pracon que foi escrito no livro HJERTET MOT STEINEN ( coração contra a pedra) escrito por Erik Moller Stolheim, após longas conversas e desabafos do jovem sobrevivente Adrian Pracon. Observa-se uma extensão dos danos causados, Danos cessantes. Alguns jovens conseguiram superar os traumas vividos, atualmente estão continuando com suas devidas rotinas civis e ainda com a continuação de suas rotinas terapêuticas e outras formas de recuperação, dentre os jovens sobreviventes do atentado terrorista está o jovem Marte, que a uma entrevista dada ao jornalista Gerald Traufetter em 23 de Abril De 2012, Confessou que não conseguiu voltar a sua rotina e principalmente voltar a estudar.
“Infelizmente não consegui voltar a estudar, atualmente trabalho como Garçom e vivo com esse salário” ( Adrian,23 de abril de 2012, Gerald Traufetter).
 Mesmo nunca havendo a comprovação da participação de terceiros no atentado de 22 de julho na Noruega, as autoridades Norueguesas cometeram um erro gravíssimo, segundo reportagens e depoimentos dados a época e repostado pelo Jornal brasileiro Uol.com, um jovem de 17 anos chamado DJOUKAEV, ficou preso por 17 horas em uma cela que ficava a poucos metros da cela do Assassino confesso, pelo simples fato de suas características físicas estarem diferente de suas características mostradas em seu documento de identificação, a reação diferente de DJOUKAEV em relação ao atentado segundo as autoridades também serviu de dúvidas quanto a sua posição na ocasião, vítima ou cúmplice?!
Segundo ainda a revista Uol.com O jovem teria ficado pelo menos por 17 horas sendo interrogado pelas autoridades Norueguesas sem a devida presença de um Advogado.
O Assassino Confesso BREIVIK era empresário, o mesmo era dono de uma empresa agrícola, o que dificultou uma fiscalização do Estado a cerca da Compra Demasiada de Produtos químicos usado na produção das bombas. BREIVIK também possuía cadastro Ativo quanto ao porte de armas de uso militar, o que facilitou a sua compra de munições e equipamentos policiais, BREIVIK depois de de acionar explosivos em grande quantidade nas proximidades da corte Norueguesa se dirigiu a ilha de Oslo caracterizado de autoridade policial afim de despistar qualquer suspeitas sobre sua ida até a Ilha citou BREIVIK em seu depoimento de condenação em 2012.
 
REPARAÇÃO DOS DANOS OCASIONADOS, DANOS MATERIAIS E DANOS MORAIS
Segundo o depoimento da psicóloga Renata Bugge a revista americana BWC. A mesma cita que o Governo Norueguês patrocina programa de visitas regulares para os sobreviventes e seus familiares ao local do horror.
O mesmo tem sido tratado como uma das formas de recuperação para as vítimas. Segundo ainda a psicóloga Bugge, esse método de terapia está sendo utilizado como fonte de pesquisa e como um modelo futuro, para auxiliar no tratamento de feridas psicológicas em possíveis situações futuras de grandes traumas psicológicos, afinal o governo não descarta possíveis novos atentados com a mesma ideologia de BREIVIK.
Renata Bugge comentou que devido a grande diversidade de jovens na ilha de Oslo e os mesmos por serem de comunidades diferentes, o estado resolveu então atarefar 165 comunidades com a responsabilidade de cuidar das Vítimas de BREIVIK.
Contudo as formas de indenizações as vítimas e aos seus familiares não alcançou as expectativas esperadas por parte até de alguns sobreviventes, em seu livro, o jovem Marte cita que o Estado poderia ter auxiliado mais as vítimas e seus familiares. Foi um enorme choque para a população Norueguesa quando o Assassino confesso foi aceito na Universidade Federal da Noruega, quando o mesmo entrou com um pedido para estudar ciências política a distância, três anos após a considerada pior tragédia vivida pela Noruega após a segunda Guerra Mundial.
CONCLUSÃO
Em virtude dos fatos mencionados, o ataque terrorista trouxe danos irreparáveis pelo Governo; percas de familiares, adolescentes com toda uma história a construir; traumas psicológicos aos sobreviventes que não conseguem dar continuidade às suas vidas sem lembrarem do que passaram. Alguns que sofreram o atentado ficaram presos no tempo, não conseguiram voltar à rotina escolar e se socializar com o mundo atual. É de suma importância que o Estado abrace os sobreviventes e os prejudicados pelo atentado; ofertando terapia coletiva e individual, usando estratégias para lidar com os traumas; reprogramação do cérebro e superação das más lembranças. O Estado deve ofertar à oportunidade de reintegração a vida social reconstruindo vidas e sonhos. É responsabilidade do estado e social garantir que os sobreviventes e atingidos pela tragédia sejam reintegrados a sociedade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Constituição de 1988
 
JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. 10ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014.
 
Código Civil de 2002
 
 
https://brasil.elpais.com/brasil/2017/05/06/politica/1494076153_663185.html
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13260.html
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https://jornalggn.com.br/artigos/o-22-de-julho-noruegues-e-o-interdito-do-nao-mataras-por-arnaldo-cardoso/
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https://estacaonerd.com/critica-22-de-julho/ 
Acesso em 26de outubro de 2019 as 12:04 AM

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