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Tópicos Especiais em Fisioterapia
Pesquisa em Fisioterapia
Na Idade Média, a Igreja detinha todo o conhecimento, e não o compartilhava com a sociedade. Assim, o controle das massas era algo simples, e o Teocentrismo vigorava. Nos séculos XVII e XVIII, a burguesia inicia um movimento chamado Iluminismo, que propõe "a luz da razão sobre as trevas dos dogmas religiosos". Um de seus principais pensadores, René Descartes, foi o pai do método científico, que surgiu para organizar o pensamento para se alcançar uma forma mais adequada de produção do conhecimento. Nas Universidades europeias, inicia-se um processo conhecido como institucionalização da Ciência, na qual cientistas, que antes trabalhavam sozinhos, passam a atuar em laboratórios, em conjunto com outros pesquisadores. O resultado disso foi o início de um aumento exponencial na produção científica, que se intensifica no século XX.
Nos primeiros anos da Fisioterapia no Brasil, todo o conhecimento sobre reabilitação era obtido em livros clássicos de Cinesioterapia recém-traduzidos para a língua portuguesa. Não havia muita contestação. O acadêmico estudava, através daquelas obras, as técnicas que empregaria na sua futura profissão, sem muito raciocínio clínico. Os famosos "protocolos" embasavam a prática clínica. Com o passar do tempo, ficou evidente a necessidade de se acompanhar o progresso da Ciência. A Fisioterapia então passou a atuar mais com base nas evidências científicas. No entanto, ainda é precária a literatura em Fisioterapia, se comparada com outras áreas da saúde. Somente mais recentemente têm-se criado programas de pós-graduação stricto sensu (Mestrado e Doutorado) para fisioterapeutas, o que representa um futuro promissor para o conhecimento científico.
A produção científica para a Fisioterapia é importantíssima, principalmente para que nossa profissão seja mais respeitada frente às outras, na área da saúde. reflita um pouco: um fisioterapeuta hoje usaria técnicas que ele inventou, sem ter um estudo mais aprofundado sobre o seu real efeito? A resposta seria, na maior parte das vezes, sim. isto porque a cultura da pesquisa na Fisioterapia só começou a surgir nas últimas décadas. Lentamente, o profissional está levando em consideração as evidências científicas como complementação de sua prática clínica, auxiliando-o em suas tomadas de decisões frente ao paciente, para um adequado diagnóstico cinesiofuncional, tratamento terapêutico e prognóstico confiável. 
O primeiro mestrado no Brasil em Fisioterapia só foi surgir em 1996. Até então, fisioterapeutas mestres no país vinham de cursos no exterior, ou até de mestrados brasileiros em áreas correlatas.
Saúde e Fisioterapia Baseada em Evidências
O que é uma evidência cientifica?
Ela pode ser definida como o conjunto de elementos obtidos através de pesquisa científica que suporta alguma tese ou hipótese. Existem diversos níveis de evidencia, a saber:
EVIDENCIA FORTE. Existe pelo menos um estudo randomizado, controlado, duplo-cego, com um número satisfatório de amostras.
EVIDENCIA MODERADA. Existem estudos bem delineados, porém, sem randomização ou controle.
EVIDENCIA FRACA. Baseia-se em opiniões de autoridades na área de atuação., também chamado de “argumento de autoridade”
FBE (Fisioterapia Baseada em Evidencias)
INTERVENÇÃO BASEADA EM FBE, SEGUINDO ALGUNS PASSOS:
Passo 1: Definição da pergunta clínica – A formulação da pergunta clínica é a transformação da necessidade de se obter uma informação clínica numa pergunta.
Passo 2: Definição de estratégias para a pesquisa em literatura científica – Neste estágio, você já sabe qual é a pergunta e procura as respostas. Estas respostas você encontrará na busca na internet, biblioteca ou acervo pessoal. O objetivo é encontrar referências que lhe auxiliem no processo de tomada de decisões com o paciente.
Passo 3: Avaliação da qualidade dos estudos - Agora que você selecionou potenciais artigos científicos, que trazem evidências sobre seu tema, é hora de estudá-los, fazer fichamentos ou resumos deles, para obter o máximo de informações possíveis sobre as últimas evidências científicas em determinado tema.
Passo 4: Síntese das evidências - Após atenta leitura do material, você agora deve sintetizar toda a informação (em forma de fichamento ou resumo, ou até resenha - resumo crítico de um trabalho).
Passo 5: Resolução do problema clínico - Nesta última fase, você tem em mãos evidências suficientes para responder à sua pergunta inicial. Por exemplo: sobre a origem das queixas de dores do paciente, ou mesmo sobre quais seriam as intervenções fisioterapêuticas mais indicadas para ele.
Pesquisa Clinica
Pesquisa clínica (Ensaio clínico)
Definida como "um estudo sistemático de medicamentos e/ou especialidades medicinais em voluntários humanos que seguem estritamente as diretrizes do método científico.”.
Tem como objetivo "descobrir ou confirmar os efeitos e/ou identificar as reações adversas ao produto investigado e/ou estudar a farmacocinética dos ingredientes ativos, de forma a determinar sua eficácia e segurança.".
Analise Instrumental
Fase I - Trata-se de estudos sobre a farmacologia clínica e toxicologia no homem, preocupando-se mais com a segurança do medicamento do que a eficácia propriamente dita. Nessa fase, determina-se uma dose aceitável da droga estudada, para identificar seu metabolismo e biodisponibilidade no organismo;
Fase II - É um estudo-piloto da eficácia do medicamento, onde cada paciente é cuidadosamente monitorado com ensaios iniciais;
Fase III - Nesta fase já se realiza uma intervenção em larga escala do medicamento. Os ensaios clínicos randomizados (ou seja, grupos definidos aleatoriamente, que estudaremos em uma próxima aula com mais detalhes) são os tipos de estudo de escolha, com amostras de pacientes grandes o suficiente;
Fase IV - Esta última fase também é conhecida como "fase de vigilância pós-comercialização", ou seja, após a distribuição do medicamento para o comércio nas farmácias, os usuários são monitorados em busca de efeitos adversos e eficácia do produto. No Brasil, a agência responsável pela fase é a ANVISA . Nos Estados Unidos, a FDA .
Estudo Controlado Randomizado (ECR)
Um dos mais confiáveis estudos em ciência, e que é amplamente usado na pesquisa clínica, é o chamado estudo controlado randomizado (ECR). O termo "randomização" vem do inglês random, que significa "aleatório", e tornou-se um verbo muito usado na área de pesquisa clínica e epidemiológica.
O ECR se inicia com a definição da população de estudo, que é um grupo de interesse sobre o qual se deseja tirar conclusões. A amostra provém da população, e é um subconjunto de um universo, devendo ser obtida de uma população homogênea por um processo aleatório (randomização).
Divisão do ECR
O ECR geralmente envolve a divisão de grupos experimentais de intervenção. 
Por exemplo: se quisermos avaliar o efeito de um medicamento A sobre uma patologia, dividimos aleatoriamente os indivíduos em basicamente três grupos: 
Grupo controle – Os indivíduos não recebem nenhuma intervenção e são avaliados no mesmo período em relação aos outros grupos, servindo como grupo-referência para comparação com o grupo experimental;
Grupo placebo – Geralmente trata-se de um fármaco ou intervenção inerte, e que pode gerar efeitos no paciente devido a algum processo psicológico. Na Fisioterapia, utiliza-se muito um equipamento de eletroterapia desligado para se criar esse efeito (um ultrassom desligado, por exemplo). Os voluntários desse grupo recebem a intervenção placebo (sem saber que é um placebo, claro!).
Grupo experimental – É composto pelos indivíduos que receberão o tratamento/ medicamento/ intervenção que está sendo estudado.
Estudos cegos ou duplos-cegos
Estudo “cego” é quando você mascara o voluntário quanto à intervenção que ele está recebendo.
O “duplo-cego” significa que nem o pesquisador e nem o voluntário sabem informações sobre a intervenção.
Boas Práticas Clínicas (BPC)
As BPC são diretrizes para a obtenção de resultados confiáveise sempre permeados pela ética, em ensaios clínicos. 
A Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS, 2005) elaborou o Documento das Américas na IV Conferência Pan-Americana para Harmonização da Regulamentação Farmacêutica, ocorrida na República Dominicana. 
O documento apresentou os seguintes princípios de BPC, no capítulo 2:
Os ensaios clínicos devem ser conduzidos apenas se os benefícios antecipados para o indivíduo sujeito da pesquisa e para a sociedade ultrapassarem claramente os riscos envolvidos;
Embora o benefício dos resultados do ensaio clínico para a ciência e a sociedade seja importante e deva ser considerado, as considerações mais importantes são as relativas aos direitos, segurança e bem-estar dos sujeitos de pesquisa;
Um ensaio clínico deve ser conduzido em consonância com o protocolo que recebeu aprovação/opinião favorável anteriormente por parte da comissão de revisão institucional (CRI)/Comitê Independente de Ética (CEI);
A aprovação de ensaios clínicos depende de informações não clínicas adequadas e, quando aplicável, de informações clínicas dos produtos em investigação;
Os ensaios clínicos devem ser cientificamente sólidos e descritos protocolos claros e detalhados;
Deve-se obter o consentimento informado dado livremente por cada sujeito antes da participação nos ensaios clínicos;
Médicos qualificados (ou, se apropriado, dentistas qualificados) devem ser responsáveis pelo atendimento médico dos sujeitos da pesquisa, bem como para qualquer decisão médica tomada em seu nome;
Esses profissionais devem ser qualificados adequadamente por meio de educação, treinamento e experiência para desempenhar suas tarefas relativas ao ensaio clínico e aos sujeitos da pesquisa;
O registro, o manuseio e o armazenamento de todas as informações do ensaio clínico devem ser apropriados para permitir o relato, a interpretação e a verificação precisos do ensaio;
A privacidade dos registros que poderiam identificar os sujeitos deve ser protegida, respeitando a privacidade e as regras de privacidade, em consonância com a(s) exigência(s) regulatória(s) aplicável(is);
Os produtos em investigação devem ser manufaturados, manejados e armazenados de acordo com as boas práticas de fabricação (BPF) aplicáveis e devem ser usados em consonância com o protocolo aprovado;
Devem ser implementados sistemas com procedimentos que assegurem a qualidade de cada aspecto do ensaio clínico.
A ÚNICA DIFERENÇA É QUE NÃO TRABALHAMOS COM MEDICAMENTOS, E SIM COM INTERVENÇÕES FISIOTERAPÊUTICAS. POR ISSO, É IMPORTANTE PARA O FISIOTERAPEUTA O CONHECIMENTO DESSES PRINCÍPIOS.
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