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DEBORA-TAINA-CAMPONÊS-DA-CUNHA-16 07 2019-3º-ANO-VET-UEL (2)

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DéBORA TAINá CAMPONÊS DA CUNHA
mANEJO DE BEZERRAS leiteiras
Londrina
2019
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DéBORA TAINá CAMPONÊS DA CUNHA
mANEJO DE BEZERRAS leiteiras
	
Trabalho apresentado a disciplina de Bovinocultura do departamento de Medicina Veterinária da Universidade Estadual de Londrina.
Prof. Dr. José Antonio Fregonesi
Londrina
2019 
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sumário
1 INTRODUÇÃO	03
2 REVISÃO DE LITERATURA ..................................................................................04
2.1 Manejo Inicial Antes do Nascimento 	04
2.2 Manejo Incial Após o Nascimento 	05
2.2.1 Colostro 	05
2.2.2 Instalações 	06
2.2.3 Aleitamento Natural 	06
2.2.4 Aleitamento Controlado 	06
2.2.5 Desmame Precoce 	06
2.2.6 Comportamento Pós-desmame	06
2.3 Cuidados no Desenvolvimento	07
CONSIDERAÇÕES FINAIS 	08
REFERÊNCIAS	09
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1 INTRODUÇÃO 
Objetivou-se nesse trabalho fazer uma breve revisão de literatura sobre o tema “manejo das bezerras leiteiras”. O manejo de bezerras é compreendido do nascimento ao desaleitamento das mesmas, e sua fase mais crucial é no período neonatal (até 28 dias de idade). Dentre os fatores de produção mais importantes e críticos na criação de bezerras destacam-se os seguintes: cuidados com as vacas antes do parto, o fornecimento do colostro, a cura do umbigo, o fornecimento da dieta líquida e o desenvolvimento do rúmen. Os manejos sanitário, nutricional e ambiental adequados são fundamentais para produção eficiente de bezerras possibilitando minimizar a mortalidade e perdas de animais e maximizar a lucratividade, tanto na reposição de matrizes do rebanho como na comercialização de machos para reprodução e abate.
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 MANEJO INICIAL ANTES DO NASCIMENTO
A criação de bezerras pode ser considerado como primeiro passo na exploração leiteira e um dos principais objetivos dos criadores de bovinos de leite deve ser a redução nos índices de morbidez e mortalidade de bezerros, por isso a aplicação de práticas adequadas de manejo, higiene e alimentação permitirá o sucesso da atividade de criação de bezerras (...) Provavelmente a performance do bezerro nos três primeiro meses pode ter reflexos importante sobre seu comportamento subsequente, e quando não manejados nutricionalmente de acordo com o requerimento desses animais, podem retardar seu crescimento e influenciar no desenvolvimento pós desmama (SOUZA, 2011, p.01).
Portanto os cuidados com a saúde do bezerro começam antes do seu nascimento, quando preparamos as matrizes para a cobertura. Nesta fase é fundamental protegermos o feto contra as doenças que podem causar sua expulsão, ou seja, o aborto. (BRASIL, 2013 p.11).
É recomendável a realização do exame ginecológico das matrizes e, em certos casos, exames laboratoriais complementares para identificar a prevalência de doenças como a Brucelose, Leptospirose, Rinotraqueíte Infecciosa Bovina (IBR) e Diarréia Viral Bovina (BVD), entre outras que causam o aborto e até a infertilidade das vacas. (BRASIL, 2013 p.11)
Um pasto maternidade adequado é aquele que oferece espaço, sombra, água e alimento à vontade para todas as vacas. Este local deve ser calmo, longe da movimentação da fazenda (como currais, casas de funcionários e estradas), pois no momento do parto, vaca e bezerro passam por um processo de reconhecimento mútuo. (BRASIL, 2013 p.15)
As visitas aos pastos maternidades devem ser realizadas ao menos duas vezes por dia, nestas visitas frequentes ao local do parto, é possível detectar problemas com as vacas em trabalho de parto e com os bezerros recém-nascidos, são elas: “dificuldades de parto; baixa habilidade materna; baixo vigor do bezerro; falhas na primeira mamada; trocas de bezerros; condições climáticas severas, extremos de temperatura e umidade; condições desfavoráveis no local do parto (BRASIL, 2013 p.18)”.
É fundamental que o materneiro registre todos os problemas ocorridos e as ações desenvolvidas para resolvê-los. Estas informações serão importantes para as tomadas de decisões sobre o manejo e o descarte de vacas (BRASIL, 2013 p.22).
2.2 MANEJO INICIAL APÓS O NASCIMENTO
2.2.1 Colostro
A ingestão de colostro tem função vital na prevenção de doenças e nutrição quando fornecido nas primeiras 12 horas de vida. (FIGUEIREDO et al, 2014 p.02). Segundo Figueiredo, passadas as doze horas, não há mais absorção dos anticorpos no intestino. A utilização da suplementação com colostro com o objetivo de minimizar o uso de antibióticos profiláticos e terapêuticos pode ser uma ferramenta valiosa para o manejo e nutrição dos animais durante a fase de aleitamento. (FIGUEIREDO et al, 2014 p.03) os substitutos são atualmente uma alternativa ao colostro materno e também uma ferramenta de auxílio na prevenção de doenças transmitidas por colostro. (FIGUEIREDO et al, 2014 p.04)
Os procedimentos para identificação, assepsia do umbigo, aplicação de vermífugo e pesagem dos bezerros devem ser efetuados no dia seguinte ao parto, para não interferir na formação do vínculo materno-filial. (BRASIL, 2013 p.23)
A correta identificação dos bezerros é fundamental para o gerenciamento da fazenda, pois facilita a detecção de pontos críticos e permite a tomada de decisões sobre o manejo, descarte de vacas pouco produtivas e seleção de futuros reprodutores. O número de identificação deve ser de fácil leitura e permanecer inalterado durante toda a vida do animal. (BRASIL, 2013 p.27)
O método mais comum adotado para identificação de bezerros é a tatuagem, que deve ser feita com cuidado entre as duas nervuras superiores da orelha, usando tinta de boa qualidade (BRASIL, 2013 p.27)
Antes de realizar a assepsia do umbigo verifique o comprimento do cordão umbilical, aplique solução de iodo ou produto específico para este fim. Para evitar problemas com bicheiras é recomendada a aplicação de antiparasitários com ação larvicida. (BRASIL, 2013 p.28)
É recomendado pesar os bezerros no dia seguinte ao nascimento. O ideal é usar balanças portáteis para que possam ser levadas ao pasto-maternidade. (BRASIL, 2013 p.28)
2.2.2 Instalações
A utilização abrigos individuais para criação de bezerras em aleitamento é uma importante alternativa para os bezerreiros tradicionais, pois além dos animais apresentarem menores problemas sanitários, aspectos importantes em relação ao conforto térmico podem ser conseguidos, otimizando o desempenho dos animais durante esta fase de produção (Bittar & Silva, 2012). 
2.2.3 Aleitamento Natural 
No aleitamento natural, os bezerros devem permanecer com a vaca por período reduzido de tempo, independentemente do número de ordenhas, mas o suficiente para mamarem com tranquilidade. (FIGUEIREDO et al, 2014 p.05)
2.2.4 Aleitamento Controlado 
Consiste em oferecer à bezerra uma teta, em rodízio, durante o primeiro mês de vida. Durante o segundo mês, a ordenha é feita nas quatro tetas, sem, contudo, "esgotar" o úbere sendo o ordenhador já conhecedor do potencial de produção da vaca, restando à bezerra mamar o leite residual (Campos et al.,1993a; Campos et al., 1993b). (FIGUEIREDO et al, 2014 p.05 e 06)
2.2.5 Desmame Precoce 
O objetivo da criação de bezerras é fazer com que esses animais, fisiologicamente pré-ruminantes, se tornem ruminantes funcionais a um custo compatível, e sem prejuízos para o desempenho futuro (FIGUEIREDO et al, 2014 p.07). A forma física do concentrado inicial não afeta o consumo, o ganho de peso ou o desenvolvimento do trato digestório superior de bezerros leiteiros, assim, o fornecimento de concentrado farelado constitui alternativa para redução do custo de produção de bezerros leiteiros (Bittar, 2009 apud FIGUEIREDO et al, 2014 p.08).
2.2.6 Comportamento Pós-Desmame
Segundo Rockenbach (2010), para reduzir o estresse pós-desmama, recomenda-se a permanência dos animaisno mesmo ambiente por mais duas semanas, após a retirada da dieta líquida. (FIGUEIREDO et al, 2014 p.09).
Já Pampek et al (2017, p. 8312) afirmam em seus resultados que 
Os resultados do nosso estudo sugerem diferenças significativas nas atitudes entre os produtores de leite convencionais e orgânicos na separação de bezerros, que provavelmente afetam a adoção de práticas de manejo específicas. A maioria das operações relatou separar o bezerro da mãe dentro de 6 horas do nascimento; no entanto, quase o dobro de orgânicos comparados com os produtores convencionais relataram a separação de 6 a 12 horas após o nascimento. (Pampek et al, 2017, p. 8312).
Ou seja a separação deve ocorrer imediatamento o parto ou o mais rápido possível. Entretanto como a separação é percebida pelo público como uma preocupação de bem-estar animal (Ventura et al, 2013, apud Pampel et al, 2017), as alternativas à separação imediata continuam a ser investigadas (Wagner et al., 2012 ;Johnsen et al., 2015, apud Pampek et al, 2017).
2.3 CUIDADOS NO DESENVOLVIMENTO
Após os cuidados iniciais com os bezerros mantenha a rotina de visitas diárias ou pelo menos a cada três dias, monitorando tudo que acontece com os animais. Estas visitas têm como objetivo identificar problemas, tais como: bezerros fracos, abandonados, com bicheiras e diarréias. Uma vez detectado um problema, medidas corretivas devem ser tomadas imediatamente, minimizando os riscos de morte de bezerros. (BRASIL, 2013 p.31).
Verifique se há água limpa nos bebedouros, checando sempre o funcionamento das bóias e a condição de aguadas. Cheque também se há suplemento mineral nos cochos. (BRASIL, 2013 p.31). Em condições ideais, vacas e bezerros devem permanecer no mesmo lote e no mesmo local desde o pré-parto. (BRASIL, 2013 p.32). Em relação aos bezerros, registrar o número de identificação, seu peso (ou tamanho) e vigor (bom ou fraco). (BRASIL, 2013 p.33).
Apesar da morte de bezerros ser um ponto muito desagradável num sistema de cria, a anotação dos óbitos é muito importante, pois permitirá evitar que o problema se repita, otimizando a eficiência do sistema. (BRASIL, 2013 p.33)
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Considerações finais
A partir desta revisão de literatura, foi possível perceber a importância e a influência da criação de bezerras em todas as sucessivas fases da vida do gado leiteiro, tendo em vista que, as bezerras são o futuro da fazenda. Desta maneira, é necessário garantir a qualidade de vida, bem-estar e saúde dos animais através das técnicas de manejo. Uma forma para alcançar isto de maneira organizada é utilizando a escritura zootécnica, que compreende desde data de nascimento, número de matriz, nome do pai ou sêmen, peso ao nascimento, quantidade de ingestão de colostro, entre outras características que a fazenda julgar importante para ter um controle maior de seus animais. 
A criação de bezerras pode ser compreendida como o primeiro passo na exploração leiteira e devido a sua importância é que se faz necessário a aplicação de práticas adequadas de manejo, higiene e alimentação. 
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Boas práticas de manejo, bezerros ao nascimento/ Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo. Mateus J.R. Paranhos da Costa, Anita Schmidek, Luciandra Macedo de Toledo. – Brasília : MAPA/ ACS, 2013. 39 p. : il. Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br/assuntos/boas-praticas-e-bem-estar-animal/arquivos-publicacoes-bem-estar-animal/bezerros-ao-nascimento.pdf>. Acesso em 10 de jul. de 2019.
FIGUEIREDO, C.B.; JÚNIOR, H.A.S,; SILVA, A.L.; JÚNIOR, M.A.B. Recentes avanços na criação de bezerras leiteiras. Nutri-Time art. 226m, v. 11, ed. 01, p. 12, 2014. Disponível em : <https://www.nutritime.com.br/arquivos_internos/artigos/ARTIGO226.pdf>. Acesso em 13 de jul. de 2019.
PAMPEK, J.A.; SCHUENEMANN G.; Holder, M. E.; HABING, G.G. Dairy calf management — A comparison of practices and producer attitudes among conventional and organic herds. Journal of Dairy Science v.100, p. 8310-8321, 2017. Disponível em: <https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0022030217307695 >. Acesso em 10 de jul. de 2019.
SOUSA, Flávia Martins de. Manejo Alimentar do Nascimento ao Desaleitamento de Fêmeas Bovinas Leiteiras. p. 29. 2011. Disponível em : <http://ppgca.evz.ufg.br/up/67/o/semi2011_Flavia_Martins_1c.pdf>. Acesso em 14 de jul. de 2019.

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