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PARECER JURÍDICO

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Parecer n°: (...)
Interessado: Pedro 
Ementa: CÓDIGO PENAL – ITER CRIMINIS – FASE – COGITAÇÃO – PREPARAÇÃO – EXECUÇÃO – CONSUMAÇÃO. 
 Relatório: Trata-se de consulta formulada por pessoa física, acerca de, Pedro alugou um galpão, no porão onde foi instalado um quarto, contendo cama, banheiro provisório, o mesmo tinha a intenção de sequestrar Vanessa filha de um empresário rico.
Os vizinhos deste local percebendo uma movimentação estranha informou as autoridades locais. Ao adentrar no porão os policiais verificaram o intento criminoso de Pedro, tendo encontrado inclusive diversas fotos da suposta vitima e de seu pai, Pedro não estava no local motivo pelo qual não foi preso em flagrante. O mesmo procurou o escritório buscando explicação se houve pratica criminosa.
É o relatório, passo a opinar.
Fundamentação: O caso hora analisado trata-se da teoria do Inter Criminis uma expressão em latim, que significa caminho do crime, utilizado no direito penal para se referir ao processo de evolução do delito, ou seja, descrevendo as etapas que se sucederam desde o momento em que surgiu a ideia do delito até a sua consumação,
Neste mesmo diapasão, leciona o autor Cezar Roberto Bitencourt, como em todo ato humano voluntário, no crime a ideia antecede a ação é no pensamento do homem que se inicia o movimento delituoso, e a sua primeira fase é a ideação e a resolução criminosa. Há um caminho que o crime percorre, desde o momento que germina, como ideia, no espirito do agente, até aquele em que se consuma no ato final. A esse itinerário percorrido pelo crime, desde o momento da concepção até aquele em que ocorre a consumação, chama-se iter criminis e compõe-se de uma fase interna (cogitação) e de uma fase externa (atos preparatórios, executórios e consumação). (BITENCOURT, 2012, p.522)
Fase interna dá-se a cogitação do crime, refere-se ao plano intelectual acerca da pratica criminosa, com a visualização do resultado almejado, essa fase é interna ao sujeito, está em sua mente, não se pune essa fase, pois não há como adentrar a cabeça do agente, salvo exceções que sejam explicitas em algum tipo, caracterizando um fato atípico. 
O inciso II do Artigo 14 do código penal assevera que crime é tentado quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias a vontade do agente. 
A lei penal, com a redação dada ao aludido inciso, limitou a punição dos atos praticados pelo agente a partir de sua execução, deixando de lado a cogitação e os atos preparatórios.
O ordenamento jurídico não pune a fase de cogitação do crime e, em regra, não pune os atos preparatórios, a não ser que a preparação seja também tipificada. Caracteriza-se a fase de execução pelo desempenho do verbo núcleo do tipo penal. Aquele que porta arma de fogo na cintura, sem exibi-la, e apenas pergunta a terceiros de quem seria uma caminhonete estacionada na rua, sem anunciar assalto ou exigir as chaves do carro, não realiza o verbo subtrair, não ingressando, portanto, na fase de execução do roubo. (TJMG, AC 0474535-32.2012.8.13.0079, Rel. Des. Marcílio Eustáquio dos Santos, DJe 29/8/20140) não se pode imputar ao réu que adultera chassi de automóvel para posterior venda, a prática de tentativa de estelionato, porque a execução de crime do Artigo 171, caput, do Código Penal, inicia –se com o engano da vítima, sendo as condutas anteriores atos meramente preparatórios, que somente serão puníveis quando, de per si, consubstanciem a pratica de crime autônomo (STJ, Resp. 818741/BA Rel.ᴬ. Minᴬ. Laurita Vaz, 5ᴬ T., DJ 23/4/2OO7, p.302)
Fase externa engloba os atos preparatórios, os atos de execução e a consumação do delito, passa da cogitação à ação objetiva, como a aquisição da arma para a pratica de homicídio. Da mesma forma que a cogitação também não são puníveis. Contudo, há uma exceção no código penal brasileiro, a formação de associação criminosa (Art. 288), cuja reunião (em tese um ato preparatório) é punido como crime consumado. Entende-se que a associação criminosa é uma ameaça à sociedade, mesmo que ela não exerça nenhum tipo penal. É crime autônomo ou crime, o bem jurídico a ser tutelado é o bem estar social. O agente na preparação ele usa dos meios indispensáveis para a prática da infração penal, municiando-se dos meios necessários para se chegar a concretização do ilícito penal. É o caso por exemplo do agente comprar uma arma de fogo, para a prática futura de um crime de homicídio.
Conforme esclarece Cleber Masson (2015, p.357), em casos excepcionais, é possível a punição de atos preparatórios nas hipóteses em que a lei optou por incriminá-los de forma autônoma. São os chamados crimes-obstáculo. É o que se dá com os crimes de fabrico, fornecimento, aquisição, posse ou transporte de explosivos ou gás toxico, ou asfixiante (CP, art. 253), incitação ao crime (CP, art. 286), associação criminosa (CP, art. 288) e petrechos para a falsificação de moeda (CP, art. 291), entre outros.
A norma de extensão descrita no art. 14, inc. II, do Código Penal permite a decomposição do iter criminis para que, desincumbindo-se o executor de todos os meios eleitos para a pratica delituosa, caso o resultado pretendido ou assumido não se verifique por causas alheias à sua vontade, seja responsabilizado pelo perigo que acarretou, com a sua conduta, ao bem jurídico tutelado pela norma penal (STJ, HC 147729/SP, Rel. Min. Jorge Mussi, 5ᴬ T., DJe 20/6/2012)
Nos termos da art. 14, inc. II, do Código Penal, só há tentativa quando, iniciada a conduta delituosa, o crime não se consuma por fatores alheios à intenção de roubar determinada agência dos correios. Descabida, pois, a imputação do crime (STJ, CC 56209/MA, Rel.ᴬ Min.ᴬ Laurita Vaz, S3,DJ 6/2/2006, p. 196).
Atos de execução são aqueles dirigidos diretamente à pratica do crime. No Brasil o Código Penal em seu artigo 14, inciso II, adotou a teoria objetiva ou formal para tentar diferenciar atos executórios de atos preparatórios. Assim, exige-se que o autor tenha realizado de maneira efetiva uma parte da própria conduta típica, adentrando no núcleo do tipo. É punível como tentativa.
Sendo a participação uma atividade acessória, sua punição dependerá, obrigatoriamente, da conduta do autor. Assim se o autor der início à execução de um crime para o qual fora determinado ou auxiliado materialmente pelo participe, a partir desse instante permite-se a responsabilização penal permanecer tão somente na fase de cogitação, ou mesmo naquele correspondente aos atos preparatórios, a participação não será punível.
o ajuste impunível, na forma do art.31 do Código Penal, somente se aplica quando o crime não é ao menos tentado, revelando-se punível como cumplicidade a cooperação dolosa nos atos preparatórios, se o crime vem a ser praticado. O ajuste, como forma de cumplicidade, possui relevância causal, na medida em que serve de estímulo ao autor do fato, que põe em pratica o comportamento ajustado. Se os atos preparatórios indicam a intenção de praticar crime menos grave do que aquele efetivamente praticado, os partícipes por ajuste respondem pelo delito preparado, na forma do art.29, parágrafo 2˚, do CP, recursos provido (TJMG, AC 1.0428.05.00 1879-8/001, Rel. Des. Hélcio Valentim, DJ 18/5/2009).
Consumação é aquele no qual estão presentes os elementosessências que constituem o tipo penal, ou seja será punido pelo crime em si. Segundo o inc. I do art.14 do código Penal, diz crime consumado o crime quando nele se reúnem todos ao elementos de sua definição legal. Conforme sua classificação doutrinária, cada crime tem sua particularidade. Assim, nem todos os delitos possuem o mesmo instante consumativo. A consumação, portanto, varia de acordo com a infração penal selecionada pelo agente.
Art. 14 - Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Crime consumado (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Tentativa (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II -tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Pena de tentativa (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Conclusão: Ante o exposto, respondendo a cada um dos questionamentos formulados na consulta, opino que não houve prática criminosa, pois na fundamentação vimos que para ser crime necessita ter todas as fases do crime, sendo neste caso exposto apenas duas fases, cogitação, preparação sendo assim não existe tipo penal.
É o parecer.
Rio Verde ____ de _____ de ____________. 
ADVOGADO OAB N°(...)

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