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O que é Cultura?

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História do mundo 
 
 
 
 
 
PATRIMÔNIO CULTURAL 
 
 
 
 
 
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Sumário 
 
Introdução .................................................................................................................................... 2 
 
Objetivo......................................................................................................................................... 2 
 
1. Patrimônio Cultural .............................................................................................................. 2 
1.1. O que é Patrimônio Cultural ........................................................................................ 2 
1.2. Patrimônio Cultural como ferramenta do estudo de História .................................... 3 
 
Exercícios ...................................................................................................................................... 5 
 
Resumo ......................................................................................................................................... 8 
 
Gabarito ........................................................................................................................................ 8 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Introdução 
Nessa aula discutiremos um pouco sobre o que são patrimônios culturais, 
como um conjunto de tradições, bens, cultos e manifestações populares (festas, 
músicas e danças), além da gastronomia, fazeres e expressões. Feito isto, 
demonstraremos como os patrimônios culturais (sejam eles materiais ou imateriais) 
podem auxiliar, como dispositivos, no trabalho do historiador. 
Para tanto, será necessário pontuar o que são patrimônios culturais, por meio 
de algumas definições e identificações para, em seguida, discutir sobre seus usos, 
em especial, pelo historiador e o fazer historiográfico. 
 
Objetivo 
 
• Compreender o que são patrimônios culturais; 
• Relacionar os patrimônios culturais e seus usos na historiografia; 
 
1. Patrimônio Cultural 
1.1. O que é Patrimônio Cultural 
Quando discutimos a respeito do que é um patrimônio cultural, estamos 
falando a respeito de história, da História e memória existentes a respeito de uma 
determinada sociedade, os quais são modificados e definidos ao longo do tempo. 
Este pode ser dividido em dois grupos: o patrimônio material e patrimônio imaterial. 
Independente do grupo pertencente, eles funcionam como um meio de proteção a 
determinados objetos que são mantidos longe de atividades econômicas dado o 
simbolismo que contém em relação à história de uma cultura. 
 
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O Frevo é um patrimônio imaterial. 
 
 
 
 
 
 
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SAIBA MAIS! 
 
 
 
O patrimônio trabalha então de modo a representar simbolicamente quem é 
aquela sociedade, trazendo ao próprio povo a ideia de pertencimento à comunidade 
através da propriedade sobre bens que os representam enquanto grupo. 
 
1.2. Patrimônio Cultural como ferramenta do estudo de História 
Os patrimônios culturais são uma das principais ferramentas para o estudo 
de História, dado que através destes se torna possível o acesso a uma variada gama 
de informações a respeito de sociedades específicas. Sem a presença destes, muitas 
destas referências históricas poderiam ser perdidas, dificultando a possibilidade de 
realizar um bom trabalho historiográfico. 
 
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As pirâmides do Egito são um patrimônio cultural 
 
Estes patrimônios pertencentes a cada sociedade devem ser preservados 
enquanto vestígios históricos, assim como devem ser restaurados, contados e 
cantados, auxiliando o povo daquela localidade a tomar posse de conhecimento a 
respeito da construção histórica de onde vivem. 
Usualmente, o meio mais utilizado frente aos patrimônios culturais é o 
material, considerando a exatidão e concisão que apresentam, destacando-se em 
relação ao imaterial. Entretanto, o imaterial não é menos importante, porém seu uso 
requer maior cautela, dado que seus dados são obtidos através da existência de 
etnias e famílias, os quais se tornam as informações de origem para o sujeito 
historiador. 
O patrimônio material abarca itens físicos, como, por 
exemplo, obras arquitetônicas; urbanísticas; objetos; sítios 
arqueológicos e artefatos, entre outros. O patrimônio 
imaterial representa os costumes; relações simbólicas e 
sociais, e saberes de uma sociedade. 
 
 
 
 
 
 
 
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A existência dos patrimônios culturais trabalha de modo a suprir as 
necessidades de conhecimento histórico, preservando e estudando fatos passados 
em prol do futuro, visando à libertação dos homens através do conhecimento 
obtido. A conexão com a liberdade diz respeito a forte possibilidade de haver, dentro 
das construções históricas, uma forma de dominação por parte das classes 
dominantes quanto à forma de representar uma determinada sociedade apenas de 
acordo com seu meio de visão. O processo histórico trabalharia, portanto, no 
sentido de desconstruir essa visão que foi formada, pesquisando a respeito da 
sociedade como um todo e não apenas através do enfoque de uma parcela da 
população. 
 
SAIBA MAIS! 
 
 
 
Entende-se, portanto, que a produção de conhecimento histórico é um 
assunto de extrema importância e seriedade, devendo ser feito através de uma série 
de etapas, entre as quais se encontra a de buscar confirmar a veracidade dos 
vestígios obtidos para o preparo de determinado estudo. Desse modo, quando um 
historiador se depara com um patrimônio cultural, os quais não contém documentos 
escritos a respeito, é feito todo um processo detalhado de pesquisa para que possa 
ser utilizado enquanto meio de produção de conhecimento. 
É voltando-se a isso que existem as instituições que conhecemos atualmente 
como museus, os quais visam preservar material que pode vir a ser importante para 
pesquisas tanto no presente quanto por gerações futuras, a respeito do passado 
daquela civilização. Aliás, você sabe exatamente o que é um museu? 
 
SAIBA MAIS! 
 
 
Segundo Peter Burke, o uso de patrimônios históricos, tais 
como documentos para produzir conhecimento histórico, 
trabalhou de modo a suspender em grande parte o uso de 
outros tipos de evidências, o que seria uma falha dentro da 
produção histórica. 
De acordo com Janine Ojeda, museus são uma instituição a 
qual não possui fins lucrativos, e os quais tem como principal 
objetivo a conservação e transmissão de conhecimento 
histórico através de patrimônios históricos. Além disso, os 
museus também se responsabilizam por coletar material e 
pesquisar a respeito, visando servir a sociedade e seu 
desenvolvimento através da historiografia da mesma. 
 
 
 
 
 
 
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Os museus, junto com outros espaços culturais, são um dos principais meios 
para a preservação de cultura na sociedade. Além disso, por vezes, são dispostos de 
modo a ressaltar a dimensão educativa focando em uma identidade local específica 
de um povo, seja em nível regional, nacional ou intergovernamental. 
Desse modo, torna-se possível a preservação de patrimônios culturais 
importantes para o estudo histórico das sociedades. Com o passar do tempo, as 
estratégias voltadas para seu uso vão se alterando, tornando-se cada vez mais 
complexas e precisas, visando uma produção de conhecimento histórico cada vez 
com mais qualidade. 
Atualmente, observamos que novos meios legais e administrativos vêm 
sendo adotados para uma melhor identificação, reconhecimento e promoção de 
bens culturais,visando englobar diferentes suportes da memória, as quais são 
manifestadas através dos costumes e práticas, isto é, da cultura da sociedade. 
O historiador, enquanto produtor de conhecimento possui uma enorme 
responsabilidade ao fazer uso do patrimônio para trabalhar. Seu compromisso nesse 
caso não é somente social, mas também político, e este deve atentar-se as etapas 
implicadas no método, sendo rigoroso durante o processo de modo que o resultado 
seja adequado. 
 Lidar com patrimônios culturais, utilizando-os como inventário de pesquisas 
históricas, é algo que deve ser feito com seriedade, na medida em que se trabalha 
com a historicidade de uma sociedade, uma temporalidade diferente que define 
uma cultura e toda uma sociedade. 
 
PRATIQUE! 
 
 
 
 
Exercícios 
1) (ENEM 2013) Própria dos festejos juninos, a quadrilha nasceu como dança 
aristocrática. Oriunda dos salões franceses, depois difundida por toda a 
Europa. No Brasil, foi introduzida como dança de salão e, por sua vez, 
apropriada e adaptada pelo gosto popular. Para sua ocorrência, é importante 
a presença de um mestre “marcante” ou “marcador”, pois é quem determina 
Chegou a hora de testar seus conhecimentos a respeito 
da aula de hoje! Lendo a apostila, assistindo a vídeo aula 
e praticando o estudo, você certamente se sairá muito 
bem! 
 
 
 
 
 
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as figurações diversas que os dançadores desenvolvem. Observa-se a 
constância das seguintes marcações: “Tour”, “En avant”, “Chez des dames”, 
“Chez des cheveliê”, “Cestinha de flor”, “Balancê”, “Caminho da roça”, “Olha 
a chuva”, “Garranchê”, “Passeio”, “Coroa de flores”, “Coroa de espinhos” etc. 
No Rio de Janeiro, em contexto urbano, apresenta transformações: surgem 
novas figurações, o francês aportuguesado inexiste, o uso de gravações 
substitui a música ao vivo, além do aspecto de competição, que sustenta os 
festivais de quadrilha, promovidos por órgãos de turismo. 
(CASCUDO. L.C. Dicionário do folclore brasileiro. Rio de Janeiro: 
Melhoramentos. 1976). 
 
As diversas formas de dança são demonstrações da diversidade cultural do 
nosso país. Entre elas, a quadrilha é considerada uma dança folclórica por: 
 
a) possuir como característica principal os atributos divinos e religiosos e, por 
isso, identificar uma nação ou região. 
b) abordar as tradições e costumes de determinados povos ou regiões 
distintas de uma mesma nação. 
c) apresentar cunho artístico e técnicas apuradas, sendo também, 
considerada dança-espetáculo. 
d) necessitar de vestuário específico para a sua prática, o qual define seu país 
de origem. 
e) acontecer em salões e festas e ser influenciada por diversos gêneros 
musicais. 
 
 
2) (ENEM 2013) 
 
TEXTO I 
 
Andaram na praia, quando saímos, oito ou dez deles; e daí a pouco 
começaram a vir mais. E parece-me que viriam, este dia, à praia, 
quatrocentos ou quatrocentos e cinquenta. Alguns deles traziam arcos e 
flechas, que todos trocaram por carapuças ou por qualquer coisa que lhes 
davam. … andavam todos tão bem-dispostos, tão bem feitos e galantes com 
suas tinturas que muito agradava. (CASTRO, S. A carta de Pero Vaz de 
Caminha). Porto Alegre: L&PM, 1996 (fragmento). 
 
 
 
 
 
 
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TEXTO II 
 
(PORTINARI, C. O descobrimento do Brasil. 1956. Óleo sobre tela, 199 x 169 cm Disponível em: 
www.portinari.org.br. Acesso em: 12 jan. 2019. (Foto: Reprodução) 
 
Pertencentes ao patrimônio cultural brasileiro, a carta de Pero Vaz de 
Caminha e a obra de Portinari retratam a chegada dos portugueses ao Brasil. 
Da leitura dos textos, constata-se que: 
a) a carta de Pero Vaz de Caminha representa uma das primeiras 
manifestações artísticas dos portugueses em terras brasileiras e 
preocupa-se apenas com a estética literária. 
b) a tela de Portinari retrata indígenas nus com corpos pintados, cuja grande 
significação é a afirmação da arte acadêmica brasileira e a contestação de 
uma linguagem moderna. 
c) a carta, como testemunho histórico-político, mostra o olhar do 
colonizador sobre a gente da terra, e a pintura destaca, em primeiro 
plano, a inquietação dos nativos. 
d) as duas produções, embora usem linguagens diferentes – verbal e não 
verbal –, cumprem a mesma função social e artística. 
e) a pintura e a carta de Caminha são manifestações de grupos étnicos 
diferentes, produzidas em um mesmo momento históricos, retratando a 
colonização. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3) (UERJ 2014) 
 
A ilustração e o texto expressam diferentes pontos de vista acerca do 
processo de globalização. Essa diferença se manifesta pela contradição entre: 
 
a) polarização e dispersão econômica. 
b) elitização e popularização financeira. 
c) homogeneização e diversidade cultural. 
d) especialização e flexibilidade profissional. 
 
Gabarito 
 
1) B - Resolução passo-a-passo: A quadrilha tem toda uma questão de 
regionalidade, como todo folclore. Tratando de forma específica, esta dança 
é originária da França, dos grandes salões nobres, porém, ao chegar ao Brasil 
sofreu suas devidas mudanças e passou a ter um caráter extremamente 
popular, fazendo parte do que chamamos de bem imaterial. 
 
2) C - Resolução passo-a-passo: Temos um contraponto perceptível entre a 
carta de Caminha e o quadro de Portinari: ambos tratam da temática da 
chegada dos Portugueses ao Brasil, porém, Caminha descreve a terra com um 
olhar otimista em relação aos indígenas. Já o quadro nos mostra uma afeição 
de surpresa e inquietação dos nativos. 
 
3) C - Resolução passo-a-passo: O processo de globalização é simultaneamente 
integrador e fragmentador, homogeneizador e produtor de diversidades. Do 
mesmo modo que tendemos a pensar e agir de uma maneira parecida, tendo 
contato com as mesmas culturas, temos um contraposto, pois nossa cultura 
 
 
 
 
 
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se mescla com a popular e surge um novo pensamento, sendo essa forma de 
pensar completamente singular em relação às outras. 
 
Resumo 
 
O patrimônio cultural é uma ferramenta importante para o trabalho de 
historiografia e pode ser dividido em dois tipos de categorias, sendo estes materiais 
e imateriais. Dizer que um patrimônio é material abrange aspectos como fósseis, 
enquanto imateriais são conectados a costumes e outros fatores. 
Os patrimônios são importantes para o historiador, pois é através do seu uso 
que o trabalho de historiografia se torna passível de acontecer. Ainda a esse 
respeito, sabemos também que o compromisso que envolve o uso dos patrimônios 
deve ser encarado com seriedade, na medida em que é social e político. 
Investigar uma sociedade e buscar compreendê-la através de seus 
patrimônios históricos é algo que deve ser feito com extrema cautela, pois trabalhar 
com história é trabalhar com a historicidade de um povo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Referências bibliográficas 
NOGUEIRA, Antônio Gilberto Ramos. O campo do patrimônio cultural e a história: itinerários 
conceituais e práticas de preservação. Antíteses, v. 7, n. 14, p. 45-67, 2014. 
 
STANGER, Zanellato Mônica. Memória, patrimônio história: Uma abordagem prática. Disponível 
em: <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/2513-8.pdf> Acesso em: 8 fev. 
2019 
 
Referências imagéticas 
PORTINARI, C. O descobrimento do Brasil. 1956. Óleo sobre tela, 199 x 169 cm. Disponível em: 
<www.portinari.org.br>. Acesso em: 12 jan.2019

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