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PANCs 
 
A sigla PANC significa Plantas Alimentícias Não Convencionais. Em 
outras palavras, quer dizer “todas as plantas que poderíamos consumir, mas não 
consumimos” 
 Esse termo PANC foi criado em 2008 pelo Biólogo e Professor Valdely 
Ferreira Kinupp referindo-se a todas as plantas que possuem uma ou mais partes 
comestíveis, sendo elas espontâneas ou cultivadas, nativas ou exóticas que não 
estão incluídas em nosso cardápio cotidiano. 
 Há um grande leque de possibilidades para utilização dessas espécies 
não convencionais: sucos, geleias, enriquecimento de farinhas (para fabricação 
de bolos, pães, etc.), além de pratos mais elaborados, inclusive muitos chefs já 
vêm fazendo uso das PANCs. 
 Imagine todas as plantas comestíveis que existem. Uma pequena parcela 
delas nós conhecemos, produzimos e comemos no dia a dia, sendo chamadas 
de plantas alimentícias convencionais. As que não conhecemos, não 
produzimos ou consumimos pouco são denominadas Plantas Alimentícias Não 
Convencionais, ou PANC. 
 O termo Alimentícias quer dizer que são plantas usadas na alimentação, 
como verduras, hortaliças, frutas, castanhas, cereais e até mesmo 
condimentos e corantes naturais. O termo Não Convencionais significa que não 
são produzidas ou comercializadas em grande escala, cujo cultivo e uso pode 
cair no esquecimento 
 
 
 
 
 
 
 
Existe no Brasil pelo menos 3 mil espécies de plantas alimentícias com 
ocorrência conhecida no Brasil. Estima-se que em nosso País pelo menos 10% 
da flora nativa (4 a 5 mil espécies de plantas) sejam alimentícias. 
O termo PANC depende, contudo, de com quem você está dialogando e 
se essa planta é ou não convencional para ela. Plantas amazônicas serão não 
convencionais para um paulista, e convencionais para um morador de Belém 
ou Manaus. Por exemplo, a ora-pro-nobis é bastante famosa na região 
mineira de Sabará. Por lá, não é considerada uma PANC, mas talvez sim para 
moradores do nordeste. E com o tempo, conforme seu uso for divulgado, ela 
passará a ser reconhecida, produzida e comercializada, deixando de ser uma 
PANC; será considerada convencional, rotineira, acessível, e fará parte do dia 
a dia alimentar dessa população. 
As PANC devem estar relacionadas com aquilo que o ambiente local pode 
proporcionar. O interesse não é importar alimentos de longe, e sim maximizar 
aquilo que pode ser oferecido em torno de um certo local. Todas as regiões do 
país possuem um grande potencial para explorar plantas alimentícias não 
convencionais, sejam elas nativas ou originárias de outros lugares. 
Culturalmente, nossa alimentação é baseada em uma pequeníssima 
parcela de alimentos. Mais de 50% das calorias que consumimos no mundo 
provêm de no máximo quatro espécies de plantas. 90% dos alimentos 
consumidos vêm de somente 20 tipos de plantas. Por outro lado, temos uma 
oferta potencial de alimentos de pelo menos 30 mil plantas diferentes. A FAO, 
órgão da ONU, envolvido com a questão da alimentação mundial, estima que 
75% das variedades convencionais de plantas alimentícias já foram perdidas. 
Estamos, no Brasil, transformando nossos biomas em imensos desertos 
verdes, compostos de paisagens homogêneas de soja, eucalipto, cana, 
milho transgênico, entre a pobreza que representa o modelo de agricultura 
baseado na venda de insumos químicos, com destaque aos agrotóxicos, ou 
biocidas. 
A agricultura convencional, portanto, baseada no uso de agrotóxicos, 
foi desenvolvida na primeira e na segunda guerras mundiais, para servir 
como armas químicas de guerra! O DDT, por exemplo, é resultado disso. A 
agricultura convencional, não respeitando os princípios necessários da vida, ou 
seja, a diversidade e a complexidade - no caso dos agrossistemas – vem 
semeando a disfuncionalidade, principalmente depois da chamada “Revolução 
Verde”, alegando substituir “com vantagem” a diversidade e a complexidade 
dos ecossistemas agrícolas, pela artificialização extrema. 
.O Brasil, detentor da maior diversidade biológica até então, a partir de 
2008 se tornou o país que mais consome agrotóxicos em todo mundo! São 5 
Litros de agrotóxicos por habitante/ano. 
Felizmente, emerge na agricultura a agroecologia, com base também nas 
plantas da agrobiodiversidade, que podemos chamar de Pancs.

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