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OPERAÇÕES UNITÁRIAS V ADSORÇÃO Prof. Eng. Ms. Marília Vasconcellos Agnesini Adsorção A adsorção é a retenção de um soluto (adsorvato) de uma fase fluida para a superfície de uma fase sólida (adsorvente), que tem a propriedade de reter uma ou mais substâncias presentes no fluido. Operação unitária baseada em transferência de massa e equilíbrio de fases. Adsorção x Dessorção O processo inverso da adsorção é chamado dessorção, que é o fenômeno da retirada de uma substância adsorvida ou absorvida. Interação entre solutos e adsorventes • A interação entre soluto e os sítios ativos (locais do sólido adsorvente onde ocorre a adsorção) podem ocorrer através de forças físicas e químicas • Fisiossorção: forças de natureza física, do tipo dipolo- dipolo ou dipolo-induzido, de caráter reversível, em temperaturas até 60ºC. • Quimiossorção: forças de origem química, a adsorção entre adsorvato e adsorvente ocorre através da alteração dos orbitais das substâncias envolvidas, de caráter, geralmente irreversíveis, em altas temperaturas elevadas (>350ºC). Fisiossorção Quimiossorção Forças de Van de Waals Forças comparáveis à ligação química Calor de adsorção < 20 kJ/ mol Calor de adsorção > 20 kJ/ mol Espécie adsorvida tem sua natureza conservada Espécie adsorvida sofre alterações nos orbitais, podendo surgir novas moléculas Quantidade adsorvida depende do adsorvato Quantidade adsorvida depende do adsorvato e do adsorvente Especificidade baixa Especificidade elevada Adsorção ocorre a temperaturas menores que PE do adsorvato Adsorção ocorre a temperaturas elevadas Energia de ativação baixa Energia de ativação elevada Adsorção pode ocorrer em multicamadas Adsorção pode ocorrer em monocamadas Adsorção Adsorção pode ocorrer diretamente na superfície do sólido – monocamadas, ou ainda nas camadas seguintes, geralmente 3 ou 4 camadas – multicamadas. Quimiosorção x Fisiosorção Objetivos da ADSORÇÃO • Purificação de fluidos, através da separação de substâncias específicas Exemplo: tratamento de efluentes • Separação de algum componente específico, com posterior dessorção Exemplo: cromatografia Principais aplicações • Descoramento, secagem e desengraxamento de frações do petróleo; • Remoção de odor, gosto e cor da água; • Descoramento de óleos em geral; • Clarificação de bebidas; • Purificação de efluentes; • Remoção de sais e resíduos; • Remoção de solventes arrastados pelo ar; • Desidratação de gases; • Remoção de odor e gás tóxico de correntes gasosas; • Separação de gases raros; • Remoção de impurezas do ar. ADSORVENTES • Sólidos adsorventes devem apresentar alta porosidade e elevada capacidade de adsorção. • Um bom solvente: - Alta capacidade de adsorção - Reversibilidade - Seletividade - Fácil regeneração - Baixo custo - Insolubilidade Mecanismo de Transporte da Adsorção 1- transporte de adsorvato até a superfície do sólido 2- difusão da molécula sobre a superfície 3- transporte do adsorvato para o interior dos poros 4- transporte do adsorvato para os sítios de adsorção Poros O tamanho dos poros e sua distribuição é uma propriedade importante para caracterizar o poder de adsorção do sólido adsorvente. > 500 Å: serve de via de passagem para os outros poros Entre 20 e 500 Å: adsorção de moléculas maiores e moderadas < 20 Å: alta capacidade de adsorção de moléculas pequenas Presença de poros Sólidos não porosos Superfície de contato pequena Sólidos porosos Superfície de contato grande Poros abertos x Poros fechados Dead end (open) Closed Inter-connected (open) Passing (open) Porosidade Tamanho do poro e sua distribuição Área superficial específica (m2/g): relação entre área da superfície e a massa de sólidos. Porosidade Volume específico do poro (m3/g): Relação entre o volume de poros e a massa de sólidos. Porosidade, % ɛ = volume de vazios volume total Polaridade • Adsorventes polares: hidrofílicos – afinidade por moléculas polares • Adsorventes apolares: hidrofóbicos – afinidade por moléculas apolares Adsorventes – Carvão Ativado - Produzido a partir de materiais naturais com carbono (carvão e outros materiais vegetais) - Submetido a altas temperaturas para aumentar a quantidade de sítios de adsorção, através da desobstrução dos poros - Poros dependem do processo de ativação: distribuição existente na estrutura e quantidade de produto químico impregnado Adsorventes – Sílica gel Obtida pelo tratamento da solução de silicato de sódio com ácido, e posteriormente seco. Adsorventes – Alumina Obtida pela ativação do óxido de alumínio por aquecimento. Adsorventes – Zeólita - Aluminossilicatos - Conhecidas como peneiras moleculares devido sua estrutura - Grande área superficial o que garante alta porosidade Equipamentos de adsorção Equipamentos de adsorção • Tanques de agitação contínua • Leitos fluidizados • Leitos fixos • Em fase líquida podem ser utilizados: - leitos móveis: leito fluidizado em coluna específica, tanques de agitação mecânica, transporte pneumático ao longo dos equipamentos - leitos fixos: colunas recheadas com sólidos granulares • Em fase gasosa podem ocorrer em leitos móveis ou fixos, únicos ou múltiplos. Adsorção em leito fixo • Colunas recheadas com sólido adsorvente Adsorção em leito fixo Adsorção em leito fixo O gás entra na metade da altura da coluna, passa pelos adsorventes que podem ser fixados por pratos suportes e os vapores saem por cima e por baixo da torre. Adsorção em fase líquida Adsorvedor de gás Adsorção em leito móvel - tanques Adsorção em leito móvel fluidizado Adsorção em leito móvel expandido Colunas de adsorção em leito fixo Em razão da simplicidade e da confiabilidade as colunas de adsorção em leito fixo são as mais utilizadas. • A adsorção em leito fixo é realizada por uma coluna recheada com adsorvente em estado estacionário, onde ocorrerá a adsorção da substância desejada, removendo-a do fluido. A solução de alimentação, com vazão controlada, escoa pela coluna para que o soluto seja adsorvido pelo adsorvente. A concentração da solução efluente é menor quando comparada à afluente. Essa situação se mantém até a saturação do leito. A adsorção em leito fixo pode ser realizada em único leito, ou leitos associados em série ou paralelo, com fluxo de alimentação ascendente ou descendente. • Ao longo do tempo de operação, na coluna de CAG, o adsorvato satura lentamente o leito e se desenvolve uma região denominada de zona de transferência de massa que se move através do leito. Essa região pode ser definida como a profundidade do leito necessária para o adsorvato ser transferido do fluido para o adsorvente. A região de carvão ativado situada acima da zona de transferência de massa foi completamente saturada com o adsorvato e a região abaixo não foi exposta ao adsorvato. Quando a concentração efluente atinge o objetivo do tratamento, ou valor máximo permitido pelas legislações, é chamado ponto de ruptura (ou breakthrough). Curva de ruptura Zona de transferência de massa – região onde o leito está saturado, vai semovendo a medida que adsorvato satura lentamente o leito Região acima ZTM: leito saturado Região abaixo ZTM: região não foi exposta ao adsorvato Curva de ruptura C/C0 = 1 PONTO DE EXAUSTÃO C/C0 = Concentração desejada ou permitida na legislação PONTO DE RUPTURA Tempo tB ZTM Estreita – maior utilização do leito ZTM Larga Aumento de escala 𝑊𝑠𝑎𝑡= 𝑣𝑜.𝐶𝑜.𝑡 ∗ 𝜌𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜.𝐿𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜 𝑊𝑏 = 𝑣𝑜.𝐶𝑜.𝑡𝑢 𝜌𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜.𝐿𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜 𝑊𝑏 𝑊𝑠𝑎𝑡 = 𝑓𝑟𝑎çã𝑜 𝑑𝑜 𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜 𝑢𝑡𝑖𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑎 = 𝐿𝑢𝑡𝑖𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑜 𝐿𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜 𝐿𝑛ã𝑜 𝑢𝑡𝑖𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑜 = 𝐿𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 − 𝐿𝑢𝑡𝑖𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑜 𝐿𝑛ã𝑜 𝑢𝑡𝑖𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑜 = 𝐿𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 . 1 − 𝑊𝑏 𝑊𝑠𝑎𝑡 Critério para aumento de escala: manutenção do Lnão utilizado Transferência de Massa
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