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19/04/2019 1 CENTRO UNIVERSITÁRIO IBMR – 2019.1 ANÁLISES CLÍNICAS III Prof. MSc. Lucas Machado Moreira LEUCEMIAS NEOPLASIAS NEOPLASIAS HEMATOLÓGICAS Leucemias Leucemia Linfoblástica Aguda – LLA Leucemia Mieloblástica Aguda – LMA Leucemia Linfoide Crônica – LLC Leucemia Mieloide Crônica - LMC Linfomas Linfoma de Hodkin - LH Linfoma não-Hodkin – LNH Linfoma de Burkitt - LB Síndrome Mielodisplásica Mieloma Múltiplo Anomalia de Pelger-Huet 19/04/2019 2 LEUCEMIAS Proliferação neoplásica generalizada de células hematopoéticas oriundas de um mesmo clone; Células passam a ocupar toda MO impedindo a proliferação de seus elementos normais; Saem da MO e invadem o sangue periférico atingindo outros órgãos: Baço; Fígado; SNC; Medula Normal Medula na LLC LEUCEMIAS Ativação de genes que estimulam a proliferação celular e bloqueiam a apoptose; Inibição de genes que levam a diferenciação de células hematopoéticas; Dominância clonal; Insuficiência da medula óssea na produção de células normais; Infiltração das células neoplásicas em órgãos e tecidos; Imunodeficiência e efeito dos produtos das células tumorais; 19/04/2019 3 ETIOLOGIA DAS LEUCEMIAS Mutação genética, causada por um ou mais fatores em indivíduos suscetíveis; Translocações e deleções cromossômicas; Genética (Síndrome de Down); Radiação ionizante; Agentes químicos( cloranfenicol, fenilbutazona); Vírus (Epstein-Baar, HTLV...); Doenças hematológicas prévias; LEUCEMIAS LEUCEMIAS AGUDAS - Leucemia Linfoblástica Aguda – LLA - Leucemia Mieloblástica Aguda – LMA LEUCEMIAS CRÔNICAS: - Leucemia Linfoide Crônica – LLC - Leucemia Mielóide Crônica - LMC Blastos na MO e no sangue periférico; Aumento do número de células maduras no sangue periférico; 19/04/2019 4 CLASSIFICAÇÃO DAS LEUCEMIAS AGUDAS FAB – Grupo Franco-Americano-Britânico LMA M0: blastos MPO negativos M1: sem maturação M2: com maturação M3: promielocítica M4: mielomonocítica M4Eo: mielomonocítica variante eosinofílica M5: monocítica M6: eritroleucemia M7: megacariocítica aguda LLA (préB,B,T) L1: monomórfica L2: heterogênea L3: tipo Burkitt De acordo com o grupo FAB, a presença de mais de 25% de blastos na MO é considerado como critério diagnóstico de LA; Infiltração de blastos superior a 20% - OMS; CLASSIFICAÇÃO DAS LEUCEMIAS FAB – Grupo Franco-Americano-Britânico LMA M0: blastos MPO negativos M1: sem maturação M2: com maturação M3: promielocítica M4: mielomonocítica M4Eo: mielomonocítica variante eosinofílica M5: monocítica M6: eritroleucemia M7: megacariocítica aguda LLA (préB,B,T) L1: monomórfica L2: heterogênea L3: tipo Burkitt Classificação da OMS LLA de células B precursoras (antigas L1 e L2 da FAB) LLA de células T precursoras (antigas L1 e L2 da FAB) LLA de células B maduras (antiga L3 da FAB) 19/04/2019 5 LEUCEMIAS AGUDAS Curso rápido Predomínio de células blásticas da série mieloide, linfoide e monocítica pela deficiência na maturação celular; Medula hiperplásica com aumento do número de blastos; Manifestações clínicas: Anemia normocítica e normocrômica; Granulocitopenia com febre e infecção; Plaquetopenia com púrpuras e hemorragias; Esplenomegalia e linfadenopatia; Dores ósseas; Leucostase. LEUCEMIAS AGUDAS DIAGNÓSTICO CLÍNICO GERAL Fraqueza; Palidez progressiva; Hemorragias; Infecções; Adenomegalia, esplenomegalia e hepatomegalia; Estados compressivos do mediastino pela proliferação e crescimento do tecido linfoide; Possibilidade de infiltração testicular e SNC; Infiltração das células leucêmicas no SNC (neuroleucemia) podem causar sintomas semelhantes aos da meningite: Cefaléia; Tontura; Náusea; Perturbação visual; Paralisia dos nervos cranianos; 19/04/2019 6 LEUCEMIAS AGUDAS DIAGNÓSTICO LABORATORIAL GERAL •Hemograma: – Anemia, neutropenia e trombocitopenia; – Presença de mais de 20% de blastos dentre os leucócitos; •Mielograma: – Infiltração de blastos superior a 30% - FAB; – Infiltração de blastos superior a 20% - OMS; •Tipo citológico: – Identificação através de coloração citoquímica para diferenciação de mieloblastos e linfoblastos; LEUCEMIAS AGUDAS Mieloperoxidase positiva Sudan positiva 19/04/2019 7 LEUCEMIAS AGUDAS Imunofenotipagem: – Demonstra que a origem das células leucêmicas podem estar direcionadas para células mais indiferenciadas, explicando desta forma o comprometimento de eritroblastos e megacarioblastos; – Podemos encontrar marcadores como CD7 (Linf.) e CD 13 (mieloide); – Complementa o mielograma; – Identifica a linhagem celular; – Identifica o estágio de maturação; Precursores hematopoéticos: CD 34, HLA-DR, Tdt e CD 45 Linhagem B: CD10, CD 19, CD 20, CD 22 e CD 79a Linhagem T: CD 2, CD 3, CD4, CD 5 e CD 7 Linhagem mielóide: CD 13, CD33, CD 15, MPO e CD 117 Linhagem monocítica: CD14, CD11c e CD64 Linhagem eritróide: CD71 e glicoforina A Linhagem megacarioblástica: CD 41 e CD 61 LEUCEMIAS LINFOIDES AGUDAS Doença primariamente da infância; Pico de incidência entre 0 a 9 anos; Caracterizada por crescimento de tecido linfoide, infiltração no SNC e testículos; Podem ser geradas por translocações entre o cromossomo 8 e 14, por infecções virais (HTLV-1) e alterações como Anemia de Fanconi, Síndrome de Down e Bloom; 19/04/2019 8 LEUCEMIAS LINFOIDES AGUDAS L1: Linfoblastos pequenos e de forma regular. Dificuldade de visualização de nucléolos e citoplasma escasso; LEUCEMIAS LINFOIDES AGUDAS L2: Linfoblastos maiores e de forma irregular. Presença de nucléolos bem visíveis; 19/04/2019 9 LEUCEMIAS LINFOIDES AGUDAS L3: Linfoblastos grandes, ovais ou redondas, com citoplasma abundante, basófilo e com presença de vacúolos. Possui 1 a 3 nucléolos; L1: Linfoblastos pequenos e de forma regular. Dificuldade de visualização de nucléolos e citoplasma escasso. L2: Linfoblastos maiores e de forma irregular. Presença de nucléolos bem visíveis. L3: Linfoblastos grandes, ovais ou redondas, com citoplasma abundante, basófilo e com presença de vacúolos. Possui 1 a 3 nucléolos. 19/04/2019 10 LEUCEMIAS LINFOIDES AGUDAS DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Hemograma: ↑Blastos no sangue periférico, global normal ou ↑↓, anemia normocrômica e normocítica, plaquetopenia; Mielograma: substituição das células normais pelas células leucêmicas – superior a 30%; Provas citoquímicas: – Negativos para Peroxidase e Sudan Black – Apresentam PAS e marcador nuclear TdT positivo – Fosfatase alcalina dos Neutrófilos (NAP) é normal PAS positivo LEUCEMIAS MIELOIDES AGUDAS Maior incidência em adultos jovens; Cansaço na quase totalidade dos pacientes; Dor óssea ou articular em até 20% dos pacientes; Febre sem infecção em 20% dos casos; Mais da metade dos pacientes apresentam perda de peso; Manifestações hemorrágicas em mais de 50% dos casos; A infecção é uma intercorrência frequente; A sobrevida é de cerca de 50% independente da forma de tratamento, QT ou TMO; 19/04/2019 11 LEUCEMIAS MIELOIDES AGUDAS FAB – Grupo Franco-Americano-Britânico M0: blastos sem diferenciação M1: sem maturação M2: com maturação M3: promielocítica M4: mielomonocítica M4Eo: mielomonocítica variante eosinofílica M5: monocítica M6: eritroleucemia M7: megacariocítica aguda 19/04/2019 12 LEUCEMIAS MIELOIDES AGUDAS DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Hemograma: ↑Blastos no sangue periférico, global normal ou ↑↓, anemia normocrômica e normocítica, macroplaquetas, mieloblastos com Bastonete de Auer; Mielograma: substituição das células normais pelas células mieloblásticas – superior a 25%; Provas citoquímicas:– Positivos para Peroxidase e Sudan Black; – Apresentam PAS (exceto M6) marcador nuclear TdT negativos; – Fosfatase alcalina dos Neutrófilos (NAP) é baixa; LEUCEMIAS MIELOIDES AGUDAS N uc lé ol o 19/04/2019 13 LEUCEMIA MIELÓIDE AGUDA-LMA CLASSIFICAÇÃO CITOGENÉTICA PROGNÓSTICO LMA-M0 LMA-M1 (sem maturação) LMA-M2 (com maturação) LMA-M3 (promielocítica) LMA-M3 microgranular LMA-M4(mielomonocítica) LMA-M5 (monocítica) M5a M5b LMA-M6 (eritroleucemia) LMA-M7 (megacariocítica) t(9;22), inv(3) t(8;21) t(15;17) t(11:17), t(5;17) inv 16 t(11)(q23) del(11)(q23) 5, 5q-, -7, 7q- t(1;22) (crianças) Ruim Misto Bom Bom Bom Ruim? Ruim Ruim Doenças Mieloproliferativas Crônicas (OMS) JAK2 Mutaçãodesconhecida LMC TE / PV Leucemia eosinofílica Leucemia neutrofílica Mielofibrose DMP inclassificável Fase crônica Fase acelerada Transformação leucêmica Transformação leucêmica Fase acelerada Fase acelerada Fase crônica Fase crônica 19/04/2019 14 LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA - LMC Tem incidência de 1 a 2 casos cada 100 mil indivíduos; Predominante em adultos entre 40 e 60 anos de idade; Afeta ambos os sexos, com predominância no sexo masculino; Sinais clínicos: fadiga, fraqueza, perda do apetite, febre, perda de peso, sudorese noturna, aumento do baço e/ou fígado, infecções frequentes, sangramento, púrpuras; Exames laboratoriais: Hemograma completo, aspirado e biópsia da medula óssea, pesquisa do cromossomo Philadelphia; Para o diagnóstico genético os testes atualmente disponíveis são: citogenética padrão, hibridização in situ por fluorescência (FISH), reação de cadeia de polimerase (PCR) e através de análise por Nothern e Southern blot; LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA - LMC Quadro Clínico e Achados Laboratoriais: A esplenomegalia ocorre em 50 a 80% dos casos; Anemia em cerca de 50%; Grandes leucocitoses (>100.000/mm3) em 50 a 70% dos pacientes; Um achado possível é plaquetose (>600.000/mm3); Cabe sempre a realização de uma investigação para LMC em pacientes suspeitos de trombocitemia essencial; A contagem diferencial de leucócitos mostra escalonamento com desvio à esquerda desde neutrófilos maduros até mieloblastos; 19/04/2019 15 LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA - LMC LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA - LMC Classicamente, a LMC manifesta-se em três fases consecutivas: A fase crônica, na qual o paciente se mantém clínica e laboratorialmente estável por 3 a 5 anos; Blastos < 10% na MO, leucocitose com desvio a esquerda, anemia discreta, poiquilocitoses discretas, plaqueta normal; A fase acelerada, caracterizada, geralmente, por um ou mais dos seguintes achados: Aumento significativo do baço; Presença de mais de 15% de blastos na MO; Mais de 20% de basófilos; Plaquetopenia; 19/04/2019 16 LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA - LMC Finalmente, a chamada crise blástica, uma agudização da leucemia que geralmente é fatal e de difícil controle ao tratamento; Essa fase caracteriza-se pela presença de 30% de blastos e/ou infiltração leucêmica extramedular; Dependendo da natureza das células blásticas, a agudização pode ser linfoide, em 30% dos casos, ou mieloide em 70% dos casos; Sobrevida de 3 a 6 meses; LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA - LMC DIAGNÓSTICO O diagnóstico final é feito pela pesquisa do cromossomo Ph pela análise do cariótipo, preferencialmente em amostra de medula óssea; O evento genético responsável pela LMC consiste numa translocação recíproca t(9;22) nas células tronco hematopoéticas. Cerca de 95% dos casos de LMC tem a translocação entre os cromossomos 9 e 22 que resulta no cromossomo Philadelphia (Ph). A detecção citogenética desta translocação identifica a LMC típica. Achado não seja patognômico deste tipo de leucemia. 19/04/2019 17 LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA - LMC LEUCEMIA LINFOIDE CRÔNICA - LLC Proliferação das células linfoides maduras, mas imunoincompetentes; Quadro clínico mais benigno; Pode ser assintomática; Evolução lenta; Raras formas blásticas; Células mais resistentes a morte celular; Espleno e Hepatomegalia; 50% está relacionada a trissomia do 12 com produção do oncogene K- Ras Translocações e inversões envolvendo cromossomo 11 e 14 Deleções do cromossomo 3 Tipo T relacionada com HTLV-I (Leucemia de célula T do adulto - flower cells) Outros tipos; 19/04/2019 18 LEUCEMIA LINFOIDE CRÔNICA - LLC Hemograma: – Leucócitos aumentados: 30 a 200.000/mm3 – Raros pró-linfóctos ou linfoblastos – Presença de restos nucleares – fragilidade mecânica – Manchas Grümpecht – Anemia – Trombocitopenia e granulocitopenia Mielograma: – Infiltração medular de linfócitos – 40% das células – Pode apresentar edema intersticial, necrose e hemorragias Teste de Coombs positivo em 20% dos pacientes devido a presença de auto- anticorpos (IgG anti-hemácias); 19/04/2019 19 • Diferenciação: > 50% prolinfócitos cd22 + cd5 - • Cerca de 50% dos pacientes têm mais de 70 anos ao diagnóstico; • Fadiga, fraqueza, perda de peso e sangramentos; • A esplenomegalia é observada em 2/3 dos pacientes; Aspectos laboratoriais. • Leucometria maior que 100.000/μl em ¾ dos pacientes; • Anemia normocrômica e normocítica; • Contagem de plaquetas abaixo de 100.000/μl; PROLINFOCÍTICA • Os pacientes geralmente apresentam uma tríade de sintomas: pancitopenia, esplenomegalia e tricoleucócitos circulantes; • Fadiga, fraqueza, e infecções oportunistas; • Cerca de 50% dos pacientes apresentam pancitopenia e a outra metade uma combinação de citopenias: anemia e/ou neutropenia (< 500/μl) e/ou trombocitopenia; • Alterações da função hepática em 20% dos pacientes; TRICOLEUCEMIA 19/04/2019 20 • Linfócito cerebriforme; • Linfoma não cutâneo associado a micose; SÍNDROME DE SEZARY CENTRO UNIVERSITÁRIO IBMR – 2019.1 ANÁLISES CLÍNICAS III Prof. MSc. Lucas Machado Moreira LEUCEMIAS
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