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RESUMO PRONTO ESCANDALO DA CONTABILIDADE DA TOSHIBA

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
MBA EM GESTÃO DE OPERAÇÕES, PRODUTOS E SERVIÇOS
Resenha Crítica de Caso
LAYANE TAVARES DE JESUS
Trabalho da disciplina Governança Corporativa e excelência empresarial
 	Tutor: Prof. Ricardo Barbosa da Silveira
Aracaju 
2019
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ESCÂNDALO DA CONTABILIDADE DA TOSHIBA: COMO A GOVERNANÇA CORPORATIVA FALHOU
 
Referência: MISAWA, MITSURU. Escândalo da contabilidade da Toshiba: Como a governança corporativa falhou. Hong Kong: Asia Case Research Centre, The University of Hong Kong, 2016.
Em 2015, a partir de uma auditoria interna realizada na companhia Toshiba, foi descoberta inúmeras irregularidades na empresa e que seus lucros tinham sido inflacionados. Esse caso atingiu as manchetes e surgiu quando a própria Toshiba decidiu investigar as práticas contábeis da companhia, resultando na demissão de Hisao Tanaka, executivo-chefe e presidente, juntamente com oito membros do conselho, incluindo o vice-presidente. Com a nomeação de Masashi Muromachi, o novo presidente e CEO da Toshiba, com fortes qualidades estratégicas, corporativas e sociais para promover mudanças organizacionais reais, foi fundado um comitê de terceiros a fim de realizar uma auditoria detalhada das práticas contábeis da empresa, e de acordo com os resultados foi descoberto que a Toshiba sobreavaliou os lucros em 151,8 bilhões de ienes. Em setembro de 2015, surgiu que a empresa havia sofrido uma perda de mais de 255,5 bilhões de ienes, sendo os pagamentos de dividendos suspensos e os acionistas removidos.
A partir de uma análise detalhada realizada pelo comitê, verificou-se que grande parte da perda estava associada às linhas de produtos de computadores pessoais e de bens de consumo duráveis, pois a estratégia da Toshiba de mudar a maior participação na produção de bens de consumo duráveis no exterior no ano 2000 falhou quando o iene perdeu valor com relação as outras moedas do mundo. Além disso, a concorrência no mercado de computadores colaborou para perdas operacionais, o qual equivaleu a um declínio de 54,6 bilhões de ienes. Contudo, o negócio de semicondutores sustentava a empresa em decorrência do grande sucesso de vendas de memórias flash do smartphone.
A auditoria descobriu que além de aumentar os lucros, a empresa também realizou muitas amortizações e que as ações dos envolvidos estavam relacionadas com a submissão dos executivos a uma pressão significativa após o desastre de Fukushima de 2011, abalando a unidade nuclear da Toshiba. Com isso, para compensar as perdas, a administração determinou metas difíceis com medidores inteligentes e cabines de pedágio eletrônicas, fazendo com que os executivos inflassem quantias para causar a impressão de que essas metas estavam sendo alcançadas. 
Após o escândalo contábil, o presidente da Toshiba desculpou-se publicamente aos sócios e acionistas da organização pelo fato ocorrido e pelas perdas que as ações da Toshiba ocasionaram, como também, relatou que seria difícil recuperar a confiança e o respeito das partes interessadas e do público novamente. Ele comprometeu-se em priorizar a vida humana, a segurança e a conformidade na próxima reestruturação da organização, garantir uma nova cultura corporativa, estabelecer um Comitê de Revitalização de Gestão para facilitar a reforma da cultura corporativa e identificar medidas a fim de prevenir futuramente irregularidades contábeis. O presidente disse que vai reforçar a função de auditoria, pôr em prática novos controles internos com o objetivo de melhorar a estrutura de governança corporativa e criar uma nova divisão de auditoria interna. Ele prometeu em passar todas as informações da contabilidade para as autoridades responsáveis, pois a empresa demorava para publicar os resultados financeiros.
O erro da Toshiba não se deve ao fato somente da falta de governança corporativa ou controle interno fraco, mas ao resultado de uma equipe indisciplinada. A fim de garantir ganhos, os chefes traçaram metas para as equipes e estimulou-os a ter criatividade para alcançar o objetivo. Com a expectativa da equipe mostrar-se ser fiel com os superiores, foram obtidos resultados ruins, não explanados. A prática contábil irregular foi realizada sistemicamente em toda a empresa, incluindo os negócios de semicondutores, computadores e televisão, e não limitada a apenas uma ou duas divisões de negócios da Toshiba. Essa prática contábil irregular já ocorria há 8 anos, sem denúncias, comprovando que toda a organização, desde a administração intermediária até o presidente visavam somente o lucro. Porém, a solução foi reestruturar toda a equipe de gerenciamento para tornar os controles e sistemas existentes suficientes, como também, promover e apoiar relatórios honestos, divulgar informações ao público de forma mais precisa e frequente, evitando assim, novos escândalos contábeis.
A Toshiba era considerada pioneira na governança corporativa. Ela iniciou um processo de reforma no fim de 1990 e em 1998 fundou uma estrutura de governança de comitê que transformou o gerenciamento da empresa e aumentou a autoridade dos membros do conselho externo. A forte fiscalização externa da Toshiba deveria ter sido um exemplo avançado e robusto de governança corporativa, mas, em 2008, a Toshiba, se esforçou a fim de alcançar lucros acima de todas as outras considerações. Os controles de governança corporativa não impediu essa atitude, mesmo os membros internos do conselho tendo sido privados de algumas informações sobre o real desempenho da empresa e as perdas atrasadas despercebidas pelos membros externos do conselho. 
A fraqueza da governança corporativa da Toshiba foi exposta mediante as fraudes contábeis que ocorreram, pois dois dos quatro membros do conselho externo possuíam pouca experiência no que diz respeito a gestão e práticas contábeis e uma má compreensão das finanças e do direito. Diante disso, não havia um supervisionamento sério e o novo presidente da Toshiba ficou responsável em conseguir novamente a confiança perdida e a reputação da marca.
No entanto, o presidente tinha consciência que a Toshiba estava para trás de outras empresas com relação a velocidade, pois novas ofertas chegavam no mercado e no decorrer dos últimos anos, a sua parte no mercado reduziu bastante devido ao aumento da concorrência dos fabricantes chineses e taiwaneses de menor custo. Ele identificou várias responsabilidades que seriam de suma importância para empresa, dentre as quais estavam: desenvolver, compartilhar e implementar a visão, missão e estratégia da Toshiba; gerenciar a organização e a cadeia de valor conforme especificado nos planos estratégicos; e elaborar, comunicar e implementar um plano de negócios estratégico a fim de desenvolver e direcionar melhor a organização. Foi então, que ele decidiu assumir a responsabilidade para fazer prosperar e crescer novamente a organização.
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