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1 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ MBA EM ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA Resenha Crítica de Caso – Escândalo da Contabilidade da Toshiba: Como a Governança Corporativa Falhou Adriane da Silva Lobato Trabalho da disciplina Governança Corporativa e Excelência Empresarial Tutor: Prof. Ricardo Barbosa da Silveira Macapá, AP 2020 http://portal.estacio.br/ http://portal.estacio.br/� 2 RESENHA CRITICA DE CASO: ESCÂNDALO DA CONTABILIDADE DA TOSHIBA: COMO A GOVERNANÇA CORPORATIVA FALHOU. Referência: MISAWA, Mitsuru. Escândalo da Contabilidade da Toshiba: Como a Governança Corporativa Falhou. Harvard Business School, março de 2015. O caso em estudo fala sobre o grupo japonês Toshiba e o escândalo de contabilidade que ocorreu em 2015, após uma auditoria interna foi percebido graves irregularidades e que os lucros haviam sido inflados significativamente, que levou a demissão do CEO e até então presidente, Hisao Tanaka e vários outros executivos incluindo o vice-presidente Norio Sasaki. O novo CEO e presidente da Toshiba, Masashi Muromachi, logo de imediato instaurou um comitê de terceiros para fazer uma inspeção detalhada das práticas contábeis da empresa para avaliar o tamanho do prejuízo causado. Foi descoberto que a empresa havia inflacionado os lucros ao longo de sete anos e a empresa sofreu um déficit de mais de 255,5 bilhões de ienes (US $2,14 bilhões), por conta disso, levou a suspensão de pagamento dos dividendos e remoção dos acionistas. Uma análise precisa feita nas contas da empresa, detectou que grande parte das perdas está ligada as linhas de computadores pessoais e bens de consumo duráveis, que se deu por conta de uma decisão estratégica tomada pela Toshiba no final dos anos 2000, que falhou por conta do declínio do iene. Além disso, a empresa havia feito várias amortizações, devido a pressão após o desastre de Fukushima em 2011, que impactou severamente a unidade nuclear da Toshiba. Com a intenção de amenizar as perdas, a administração impôs metas agressivas em várias divisões, que levou os executivos a inflar os números para criar a impressão de que os alvos estavam sendo alcançados. Um dos pontos da investigação que era de que os principais funcionários tinham conhecimento do que estava acontecendo, isso se 3 dava pelo fato de a Toshiba atender um requisito fundamental do código de governança corporativa do Japão, onde tinham que manter pelo menos dois diretores independentes em seus conselhos, e a empresa tinha um sistema modelar, já que a organização mantinha quatro diretores independentes no seu conselho e era motivo de inveja de outras empresas. Em resposta a todo o escândalo, a Toshiba, por meio de nota, emitiu suas sinceras desculpas aos sócios e acionistas pelas inconvenientes perdas nas ações da empresa haviam causado e argumentou que trabalharia de forma árdua para recuperar o prestigio da empresa e que sabia que demoraria a conquistar a confiança e respeito dos seus stakholders. Muromachi, novo CEO da Toshiba comprometeu-se a reforçar auditorias e realizar novos controles interno para aperfeiçoar a estrutura de governança corporativa e criar uma nova divisão de auditoria interna que responderia a um comitê formado por diretores externos independentes. A alta pressão resultante de metas difíceis em um ambiente desafiador dentro de uma cultura organizacional onde os funcionários deviam confiar cegamente nos seus superiores gerou uma cultura de engano, que obrigava os funcionários a alcançar metas impossíveis para atingir os objetivos impostos pelos executivos. Essa prática irregular contábil já havia se tornado um sistema padrão por toda a empresa e a maioria das irregularidades foram encontradas nas principais divisões da Toshiba, incluindo os negócios de semicondutores, computadores e televisão. Essa manipulação dos números e inflação de lucros já estava tão impregnada na organização, que nenhum funcionário questionava ou se atreviam a denunciar, a única solução encontrada para mudar esse cenário, foi fazer uma reestruturação na equipe de gerenciamento. Nos anos 90, a Toshiba havia sido considerada pioneira em governança corporativa, tendo o seu auge em 1998, quando criou um sistema de funcionário corporativo que se assemelhava a um modelo de gerenciamento Americano, a estrutura de governança de comitê. Em outubro de 2006, a Toshiba comprou a Westinghouse Electric por US $5,4 bilhões e tornou-se a principal empresa de energia nuclear do mundo, no entanto, 4 após o desastre nuclear de Fukushima em 2011, o interesse por tecnologia nuclear diminuiu consideravelmente, e a Westinghouse teve que registrar perdas por depreciação chegadas a 1,3 bilhão de dólares, resultados devastadores para a Toshiba. Após, todos esses impasses, a Toshiba teve que enfrentar todas as sanções legais e administrativas, como ação coletiva de acionistas e a inserção da empresa em uma lista de empresas com controles internos fracos ou inadequado pela bolsa de valores, a empresa também entrou com ações legais contra os ex-executivos, incluindo os presidentes Hisao Tanaka, Atsutoshi Nishida e Norio Sasaki. Em conclusão, pode-se dizer que a administração da organização Toshiba violou um dos principais princípios da governança corporativa, que é a transparência, motivo esse que levou ao declínio da empresa, gerou uma cultura de trapaças e ocasionou um enorme prejuízo aos stakeholders não fazendo a prestação de contas adequadas, infringiu também o princípio da responsabilidade corporativa quando passou a maquiar os lucros da empresa na intenção de amenizar danos que a organização vinha sofrendo, o conselho administrativo também não cumpriu com o seu papel de detectar riscos e agir na melhoria de decisões estratégicas da empresa, não conseguindo dessa forma defender os interesses da organização e de seus acionistas, desta forma, perderam a credibilidade que a empresa tanto lutou para conquistar.
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