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1 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ MBA EM ENGENHARIA BIOMÉDICA COM ÊNFASE EM ENG.CLÍNICA Resenha Crítica de Caso ESCÂNDALO DA CONTABILIDADE DA TOSHIBA: COMO A GOVERNANÇA CORPORATIVA FALHOU Cássio Willian Corrêa Tavares Trabalho da disciplina GOVERNANÇA CORPORATIVA E EXCELÊNCIA EMPRESARIAL Tutor: Prof. RICARDO BARBOSA DA SILVEIRA Belém 2020 http://portal.estacio.br/ 2 GOVERNANÇA CORPORATIVA E EXCELÊNCIA EMPRESARIAL Referências: MISAWA, M., Escândalo da contabilidade da Toshiba: como a governança corporativa falhou. Hong Kong: Asia Case Research Centre, The University of Hong Kong, 2016. A professora Mitsuru Misawa, em seu artigo “Escândalo da contabilidade da Toshiba: como a governança corporativa falhou” expõe os erros, condutas e práticas contábeis que membros da empresa Toshiba tiveram até a exposição do escândalo que a empresa passou em 2015. Após essa péssima repercussão do caso, o executivo-chefe e presidente, Hisao Tanaka e mais oito membros do conselho. Após o ocorrido o novo Diretor Executivo (CEO), Masashi Muramachi, instruiu de imediato um comitê para avaliar novamente as práticas contábeis do grupo e chegou-se à conclusão de que a empresa estava sobreavaliando os seus lucros em bilhões durante os últimos sete anos, o que gerou uma perda líquida de mais de 2,14 bilhões de dólares. Assim, MISAWA (2016) analisa as falhas da governança corporativa, os fatos envolvendo a cultura da trapaça mostrando dados atrelados aos lucros e aos prejuízos durante esse escândalo. Através de estudos, concluiu-se que a maior parte dessas perdas vieram através da linha de produtos de computadores e bens de consumo duráveis (mais de 1,8 bilhões em prejuízos). Misawa (2016) explica que todos esses bilhões a menos na Toshiba estavam diretamente ligados a estratégia falha que a empresa adotou nos anos 2000, onde a empresa decidiu de mudar a maior participação na fabricação de bens de consumo duráveis. Com a desvalorização do Iene, essa estratégia de mudança falhou drasticamente. Porém, os semicondutores da empresa ainda prosperavam e sustentavam a corporação. Outras trapaças foram descobertas após a auditoria realizada, como a amortização, conceito este que se refere à extinção de uma dívida por meio de pagamentos feitos periodicamente, ou seja, quitando-a paulatinamente. Esses pagamentos são calculados por meio de um planejamento, onde cada prestação corresponde à soma do reembolso do capital ou do pagamento dos juros do saldo devedor, podendo ser o reembolso dos dois. Essa auditoria também comprovou que membros do alto escalão da empresa, estavam cientes das fraudes, forçando a Toshiba a lançar uma nota de desculpas aos acionistas e sócios, pois as perdas foram consideráveis e poderiam ser evitadas ou 3 informadas, ao menos. A empresa garantiu que, mesmo que através de muito trabalho, ela conseguiria retornar aos seus princípios e daria a volta por cima do ocorrido. De acordo com Misawa (2016), todas as ações fraudulentas foram causadas por um excesso de pressão sobre os funcionários, os quais deveriam atingir metas bem complicadas e deveriam demonstrar total fidelidade aos seus superiores, o que foi determinante para o nascimento da cultura de engano, com detestáveis atitudes para atingir as metas definidas. Essas ações negativas passaram a mudar quando uma nova equipe de gerenciamento adotou ações positivas para eliminar as negativas. Nota-se com clareza as diferenças culturais existentes entre as sedes Estado Unidense e Japonesa da Toshiba. Onde fica claro que na sede japonesa, apesar da estabilidade no emprego, o lucro deve ser o principal na carreira do profissional, forçando o mesmo até mesmo priorizar o trabalho à família. Ao final da década de 90, a Toshiba havia sido considerada uma pioneira no quesito de governança coorporativa, quando em 1998 criou sistema de “funcionário corporativo” tornando a estrutura japonesa mais similar ao modelo Estadunidense, com uma estrutura de governança de comitê, com foco total nos lucros acima de qualquer coisa, dando início ao processo de alteração dos números pelas mãos do presidente e executivos sênior (que muitas vezes eram eleitos mesmo não tendo experiência no cargo). É tratado, também, o processo de “deterioração” do patrimônio da marca Westinghouse Electric, a qual foi comprada pela Toshiba em 2006, por um valor aproximado de 5 bilhões de dólares, fato este que tornou a Toshiba a principal empresa do setor nuclear no mundo. Contudo, no ano de 2011 ocorreu o acidente nuclear de Fukushima, o qual causou uma perda significativa no interesse mundial na geração energética nuclear e, consecutivamente, uma perda por depreciação na Westinghouse Eletric. O correto nesse momento era informar a queda no valor das ações aos investidores, mas decidiu não repassar esses dados à Bolsa de Valores de Tóquio, violando as regras da Bolsa, levantando suspeitas sobre as práticas contábeis da Toshiba/Westinghouse. No ano de 2015, Muromachi iniciou a missão de “limpar” o nome da empresa, dando partida no processo de transparência nas ações. Porém, devido a falta de confiança dos investidores a Toshiba passou a apresentar uma grande deterioração e desvalorização de suas ações, fatos esses que foram agravados pela onda de processos judiciais por parte dos acionistas, que exigiam reposição do dano por perdas incorridas nos últimos anos. Assim, o 4 papel do novo CEO do empreendimento, era investigar a estrutural governamental da empresa e os motivos da governança coorporativa da Toshiba ter falhado. Toda via, para alcançar sucesso em sua missão, Muromachi precisou apontar noas ações a serem tomadas, como a de desenvolver novas visão e missão para a empresa, bem como renovar as estratégias de atuação o mercado, reestruturação do plano de negócios e lançou a promessa de “... se esforçaria pessoalmente para garantir que uma nova cultura corporativa fosse estabelecida o que evitaria que problemas semelhantes nunca mais ocorressem.” (MISAWA, 2016). Muromachi também revelou planos para estabelecer um Comitê de Revitalização de Gestão composto por especialistas e diretores externos. Este comitê seria encarregado de facilitar a reforma da cultura corporativa e identificar medidas pelas quais as irregularidades contábeis poderiam ser prevenidas no futuro.
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