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RESUMO CITOLOGIA ONCÓTICA SISTEMA REPRODUTOR FEMININO Ovários Tubas uterinas Útero Vagina Tubas Glândulas Mamárias Principais funções Produzir gametas (ovócitos). Manter um ovócito fertilizado. Sustentar a fase embrionária e fetal. Produzir hormônios sexuais. Fases do aparelho reprodutor feminino: Menarca: (alguns folículos amadureçam e produziram hormônios sexuais) quando ocorre a primeira menstruação Fase reprodutiva: modificações cíclicas em sua estrutura. (ciclos reprodutivos constantes). Menopausa: quando as modificações cíclicas ficam irregulares e cessam (cessa a produção hormonal). Pós-menopausa: pequena involução do aparelho reprodutor. Ovários Epitélio germinativo: pavimentoso ou cúbico simples. Túnica albugínea: tecido conjuntivo denso, responsável pela cor esbranquiçada. Região cortical: predomínio de folículos ovarianos que contêm os ovócitos. Região medular: parte mais interna, contendo tecido conjuntivo frouxo e vasos sanguíneos. Ovário Região cortical. Região medular. Localizados no tecido conjuntivo (estroma). “Estroma”: contém fibroblastos com arranjos típicos (redemoinho). Respondem a estímulos hormonais de modo específico. Folículos Ovarianos Vai ser formado por no mínimo duas estruturas: o ovócito I circundado por uma ou mais camadas de células foliculares. Células foliculares: CÉLULAS DA GRANULOSA. O conjunto de ovócito+células foliculares são os folículos ovarianos. Localizam-se preferencialmente na região cortical. Porque o ovócito é tão grande? Quando uma célula vai se dividir, a primeira coisa que ela tem que fazer é aumentar o número de organelas, aumentando o citoplasma. Durante o ciclo celular a célula faz um "balanço" se ela tem tudo que ela precisa para dividir e formar outra célula com tudo e ser do mesmo tamanho ela divide. Quando tem a fecundação de forma homozigoto, não tem tempo de elas crescerem para se dividirem, o citoplasma vem do ovócito e recebe o material genético do espermatozoide. Logo elas fazem clivagem. Os folículos em desenvolvimento passam por 5 etapas: 1 - Folículo primordial: A mulher nasce com ele, eles ficam quietos até o momento que forem estimulados pelo FSH. O ovócito cresce em tamanho. As células foliculares se dividem por mitose Formam uma única camada de células pavimentosas Ainda não estimulados pelo FSH. 2 - Folículo primário unilaminar: O FSH estimula os folículos. Ovócito cresce (aumenta o citoplasma) Início da formação da zona pelúcida. Células foliculares aumenta de tamanho e número, formam uma única camada de células cúbicas. 3 -Folículo primário multilaminar: Aumento da quantidade de células foliculares, mais camadas. Epitélio passa a cúbico estratificado (camada granulosa). Formação da zona pelúcida – glicoproteínas secretadas pelo próprio ovócito, com a função de evitar a polispermia (entrada de mais de um espermatozoide no ovócito). 4 - Folículo Secundário ou Antral: Caracterizado pelo surgimento do espaço antral. Ovócito imenso. Zona pelúcia espessa. Formação do antro folicular (fora da zona pelúcia). Função: força a saída do óvulo (ovocitação). Líquido folicular contém componentes do Plasma. Células estromais – Teca. Folículo Antral Teca interna: Acumula lipídeos, mas não consegue produzir o hormônio final, o estrogênio. Ela acumula o lipídeo e produz a androstenediona que é um hormônio masculino e precursor da testosterona. Androstenediona é liberado pelas células da teca interna e as células foliculares captam androstenediona. As células foliculares conseguem converter em estrogênio, passando por etapas. Primeiro androstenediona vira testosterona para só depois ser convertida em estrogênio e ir para a corrente sanguínea. Envolve o folículo e as células são fracamente coradas Gotículas de lipídios, característica de células secretoras de esteroides (androstenediona). Teca externa: Tecido conjuntivo com fibroblastos, contínua ao estroma do ovário. 5 – Folículo Maduro ou de Graaf: Máximo de amadurecimento folicular, antro aumenta de tamanho. Em cada ciclo, um folículo deste tipo cresce mais que os outros do mesmo grupo Os outros folículos do grupo entram em atresia. Cumulus oophorus: Reorganização das células da granulosa. Serve de apoio para o ovócito Corona radiata: Células foliculares que envolvem o ovócito. Acompanham o ovócito após a ovulação. RESUMO No início do ciclo a mulher menstrua e o FSH está alto, e isso estimula os folículos a amadurecerem até virar um folículo maduro, conforme os folículos forem amadurecendo eles são responsáveis pela produção do estrogênio. Quanto mais amadurecidos eles estão, maior a produção de estrogênio. O FSH já estava sendo produzido e o LH em pequena quantidade. Essa alta produção de estrogênio, gera um feedback positivo, estimulando o aumento do LH e do FSH (hormônios hipofisários) principalmente o LH, gerando um pico de LH, que tem duas funções: estimular a liberação do gameta (ovulação) e formação do corpo Lúteo. Quando ocorre a ovulação o folículo não sai por completo, se mantendo no ovário. Essas estruturas foliculares que ficam no ovário após a ovocitação, são estimuladas pelo LH e se transformam no corpo lúteo. Se a mulher não tiver um pico de LH ela não ovula. O Corpo Lúteo produz estrogênio e progesterona, passando a ter também progesterona sendo produzida. Caso a mulher não fique grávida, não tem o porquê manter o endométrio preparado, nesse caso estrogênio e progesterona caem e ocorre a menstruação, descamação do endométrio. Caso a mulher fique grávida, precisa continuar a produção de estrogênio e progesterona, mantendo o Corpo Lúteo, e quem o mantém é o Beta HCG. O Beta HCG é um hormônio produzido pelo sinciciotrofoblasto. Etapas do Ciclo Ovariano. Qualquer alteração ovariana reflete no útero. O início do ciclo começa na menstruação e começa o amadurecimento dos folículos pelos FSH. 1° Fase: Folicular. FSH atuando para desenvolver os folículos. Nessa etapa ocorre a produção de estrogênio, levando a proliferação no endométrio. No meio da primeira fase temos uma alta produção de estrogênio que leva ao pico de LH, 2° Etapa: Ovocitação. Acontece no meio do ciclo ovariano. 3° Etapa: Fase Lutea. Formação do corpo Lúteo. Fase secretora, com a presença da progesterona. Caso corpo lúteo morra, o endométrio descama levando a fase menstrual. A primeira figura representa os hormônios hipofisantes. A segunda figura representa o que acontece com o ovário. A terceira figura representa os hormônios produzidos pelo ovário. ÚTERO Anatomicamente separamos o útero em 3 partes: Fundo do útero: parte superior. Corpo do útero: parte mais dilatada. Colo do útero: porção inferior e delgada. Camadas do útero: Perimétrio: tecido conjuntivo. Miométrio: parte do meio, a maior, formada por músculo liso; Endométrio: mais interna. Endométrio Composição do endométrio: Epitélio de revestimento simples cilíndrico. Glândula endometriais. Tecido conjuntivo. A camada basal nunca é perdida, diferente da funcional. Todo ciclo menstrual a partir da camada basal é produzida uma camada funcional, caso não ocorra gravidez, a camada funcional é perdida durante a menstruação. Estrogênio que faz crescer a camada funcional. As glândulas não produzem secreção quando tem apenas estrogênio agindo, preciso ter progesterona. Durante a faseproliferativa as glândulas endometriais são mais curtas e não tem secreção. Fase secretora ou progestacional: Glândulas alongadas e tortuosas (estimulada pelo estrogênio) elas se tornam tortuosas devido ao crescimento e sendo impedida de entrar no miométrio e por conta disso ela ondula. Se tem secreção possui progesterona, significa que tem ovulação e formou o corpo lúteo. CÉRVIX UTERINA (COLO). Mucosa – epitélio cilíndrico simples secretor de muco Poucas fibras de músculo liso Formado principalmente por tecido conjuntivo denso O colo do útero se projeta dentro do canal vaginal. A partir da abertura do colo do útero, para dentro, chamamos de endocervix. A parte do colo do útero que fica exposta para o canal vagina, é chamada de ectocervix. Canal Endocervical (Endocervix) Epitélio cilíndrico simples mucossecretor; Tecido conjuntivo denso expressivo com glândulas tubulares ramificadas e fibras musculares lisas. Ectocérvix: Epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado. Mais exposta e possui um epitélio de proteção. • Não sofre grandes alterações durante o clico menstrual; • Secreções mais fluidas na primeira metade do ciclo facilitando a penetração do esperma; Secreções mais viscosas na segunda metade do ciclo e gravidez, prevenindo a entrada de microrganismos. Metaplasia: quando se tem um epitélio se transformando de outro epitélio de outro tipo de maneira adaptativa. Na região de contato da ectocervix e a endocervix, existe uma região de transição que é chamada de região metaplásica, JAC (junção entre o epitélio da ectocervix escamoso, com a endocervix que é colunar) sendo a região mais suscetível a aparecimento de câncer de colo do útero, por ser uma região de metaplásica . Neoplasia de colo de útero • Exame de Papanicolau: esfregaço de células do epitélio cervical (exame citológico). • Displasia carcinoma in situ carcinoma invasivo. A ectocervix e o canal vaginal tem praticamente o mesmo epitélio. Ambos são epitélio estratificado, pavimentoso, a diferença é que no canal vaginal possuem lipídeos. O canal vaginal é um local excelente de microrganismos, por ser escuro, úmido e quente, porém não cresce pela presença da flora vaginal que é formada por lactobacilos, que funciona como um mecanismo de simbiose (quando temos dois organismos convivendo tendo vantagens), os lactobacilos utilizam o glicogênio contidos nos lipídios quando acontece a descamação. Enquanto os lactobacilos estão utilizando o glicogênio, eles estão fabricando ácido láctico, deixando o pH vaginal ácido, evitando o crescimento de outros microrganismos, um mecanismo de autodepuração. TÉCNICAS DE COLETA, DE FIXAÇÃO E DE COLORAÇÃO. Mulheres em atividade sexual - priorizando idade entre 25 e 60 anos (Pois o desenvolvimento de câncer no colo do útero, não se desenvolve rapidamente. O Ideal é ser feito logo quando inicia a atividade sexual. Realizado anualmente – 2 resultados negativos → a cada três anos; O ideal é anualmente. Pode ser interrompido após os 64 anos, uma vez que não tem produção hormonal. Lesões pré-cancerosas → Semestral É considerado câncer um tumor maligno. O que diferencia um tumor maligno de um benigno é a invasão. Por exemplo, um tumor que teve origem no epitélio (carcinoma), enquanto ele tiver só no tecido epitelial ele é um tumor benigno, a partir do momento que ele invadir um tecido adjacente, por menor que seja o tamanho ele se torna câncer, um tumor maligno. Metástase: É quando se tem um tumor em um órgão primário e vai para outra região, um foco secundário. Tumor benigno nunca faz metástase. NORMAS Não estar menstruada, por haver muito sangue e pedaços do endométrio, e na hora que for visualizar verá bastante hemácia, pois o exame é feito por análise morfológica das células. Não realizar duchas vaginais e não usar drogas intravaginais (creme) nas 48 horas que antecedem o exame. Para garantir que o material seja fidedigno, pois o creme fica sobreposto a células. E as duchas vaginais são usadas para acidificar o canal vagina, e acaba matando muitos microrganismos e podendo geral um resultado falso positivo. Abstinência sexual nas 48 horas que antecedem o exame. Pois pode aparecer espermatozoides que dificultam a visualização e lesões, pequenos sangramentos que podem ser confundidos com inflamação ou infecção naquela região. IDENTIFICAÇÃO Antes do preparo do esfregaço Dados pessoais: nome completo (Menopausa), idade, endereço, telefone e número do documento de identificação se corresponder a exame do SUS. Dados clínicos: Data da última menstruação Paridade Queixas clínicas, especialmente sangramento vaginal anormal Uso de contraceptivos Referência a terapia de reposição hormonal Data do último exame preventivo Resultados de exames fitopatológicos e histopatológicos do colo/vagina prévios Procedimentos terapêuticos anteriores (cauterização, cirurgia, quimio e/ou radioterapia) Medicações utilizadas; Dados macroscópicos da vagina/colo e colposcópicos se forem disponíveis. COLETA Espéculo vaginal descartável, para afastar a parede do canal vaginal e permitir a visualização. Escova cervical. Espátula de Ayre em madeira. Luva. Estojo porta-lâminas. Lâmina de vidro. Esfregaços Vaginais - esfoliativa Recolher as células que descamaram sozinhas. Particularmente importante nas mulheres peri e pós-menopausadas, uma vez que o fundo de saco vaginal pode ser um reservatório de células malignas originadas especialmente de tumores do endométrio, do ovário e das trompas. Diversidade de células Células epiteliais descamadas Muco Leucócitos Macrófagos Detritos celulares Pode conter: bactérias, fungos e parasitas Desvantagem: Mau estado de conservação das células, evidências escassas das anomalias produzidas por lesões pré-cancerosas e cancerosas do colo uterino. Vantagem: Boa representatividade das células, material de fácil coleta, não abrasivo, avaliação do estado hormonal. Esfregaços cervicais – abrasiva É o tipo de coleta obrigatória de ser feita. Ideal para a amostragem da superfície ectocervix e da porção mais interior do canal endocervix. Escovação endocervical. Espátula de Ayre. Se utiliza a espátula de ayre. A região mais alongada é inserida no óstio do colo do útero, a região abaulada fica em contato com a parte externa do colo do útero, a ectocervix. Uma vez em contato, deve-se girar 360° fazendo abrasão, raspando as células coletando as células aderidas ao colo do útero, tendo um estado das células melhor que a da coleta esfoliativa. Escovação endocervical. É inserida a estrutura dentro do canal endocervical, girando 360° para varrer as células da endocervix em toda a sua circunferência, e espera que também venha material da JEC. Vantagens: Superior ao esfregaço vaginal no que diz respeito à detecção de lesões pré-cancerosas e cancerosas do colo uterino. Desvantagens: Exige grande prática e destreza manual, perda do tampão mucoso, pode provocar traumas no epitélio endocervical levando a pequenos sangramentos. ESPALHAMENTO Material espalhado sobre a lâmina de modo regular Boa espessura Toda a superfície da escova deve estar em contato com a lâmina Rapidamente → evitar a dessecação TÉCNICA DA TRÍPLICE OU DUPLA COLETA VAGINA, ECTOCÉRVICE E ENDOCÉRVICE. a) Distribuição da amostra da endocervix. b) Distribuição do material obtido do raspado ectocervical. c) Distribuição da amostra do fundo de saco posterior da vagina. a; b - Contaminação por talco c - Fundo hemorrágicod - Esmagamento celular ESPALHAMENTO Requisitos mínimos para um bom esfregaço Representativo de todas as superfícies epiteliais do colo e da vagina; Número suficiente de células; Presença de células da zona de transformação; Visualização de muco cervical (faixas de material amorfo); TÉCNICA DE COLORAÇÃO E FIXAÇÃO DA CITOLOGIA TRATO GENITAL FEMININO FIXAÇÃO Para uma interpretação citopatológica adequada é necessária uma preservação da morfologia celular desde o momento da coleta até seu processamento. OBJETIVO Preservar as características citomorfológicas e reter certos elementos citoquímicos, que são essenciais na etapa de coloração. CARACTERÍSTICAS NECESSÁRIAS DOS FIXADORES CITOLÓGICOS Penetrar rapidamente nas células; Minimizar a retração e a distorção celular; Preservar a morfologia celular; Tornar as membranas permeáveis aos corantes; Ter afinidades específicas para as diversas estruturas celulares; Facilitar adesão celular à lâmina; Não tóxico e custo aceitável. TIPOS DE FIXAÇÃO A Seco Úmida Cobertura Fixação a seco - a fresco. É recomendado para colorações tipo hematológica. Ex.: spray, aerossóis. Perto → lesar ou provocar artefatos Longe → fixação incompleta Fixação úmida - Imersão imediata do esfregaço na solução fixadora, onde permanece até ao processamento da amostra. Ex.: Etanol, formol. (mais comum) Fixação de cobertura - Fixam e protegem as células do esfregaço. Ex.: metanol. (mais comum em hemato) Deve ser tirado antes da coloração, pois inibe a penetração apropriada dos corantes. Preservar o estado morfológico das células Imediata → evitar a dessecação Deforma as células Altera suas afinidades tintoriais Fixação incorreta!! Aspecto opacificado, turvo, dando a impressão de que a amostra está fora do campo de visão. Aumento da eosinofilia citoplasmática. Aumento nuclear (de quatro a seis vezes maior ao verificado nas amostras fixadas imediatamente) e perda dos detalhes da estrutura cromatínica. Lâmina embaçada núcleo grande Fungos Coloração Acidófilos e basófilos H&E (hematoxilina e eosina): A mais utilizada em exames histológicos. A hematoxilina é um corante básico, e tem atração por ácido, logo ela é acidofílica. A estrutura mais ácida da célula é o núcleo, ele se cora pela hematoxilina (roxa). A eosina é um corante ácido, logo tem atração por uma estrutura mais básica, o citoplasma é mais básico pelo núcleo, que é corada pela eosina (rosa). COLORAÇÃO DE PAPANICOLAOU É constituída por um corante nuclear; a hematoxilina; e dois citoplasmáticos; Orange -G e EA (Eosina, verde luz ou verde brilhante e pardo de Bismarck). São usados dois corantes citoplasmáticos para diferenciar estruturas no citoplasma, os tipos celulares vão se diferenciar nas cores. A amostra tem que estar no mesmo meio no qual o corante foi diluído. Existem corantes diluídos em água e em álcool. Na coloração de Papanicolau, vamos utilizar os dois. Quando for colocar a amostra na hematoxilina, precisamos ter hidratado a amostra, pois ela é diluída em água. A primeira coisa que se faz é hidratar a amostra. Logo depois vamos desidratar a amostra, pois os corantes citoplasmáticos são diluídos em álcool. Uma coloração com qualidade depende de: Qualidade da preservação celular; Fixação do espécime; Reagentes e soluções utilizadas; Protocolo de coloração; Protocolo de Montagem Hidratação: Reposição gradual da água das células (até água destilada); Coloração nuclear: Corante aquoso para corar os núcleos (hematoxilina de Harris); Desidratação: para receber corantes alcoólicos citoplasmáticos, devemos agora retirar a água das células (Álcool); Coloração citoplasmática: nesta etapa, o citoplasma das células é corado pelos corantes orange G e EA-65, de modo a diferenciar com diversas tonalidades o citoplasma das células de acordo com a sua maturidade e metabolismo. Montagem: as lâminas devem ser seladas com meios permanentes hidrofóbicos. Montagem De acordo com a resolução do Conselho Federal de Medicina número 1472/97, as lâminas de exames citopatológicos (negativas ou positivas para malignidade) devem ser mantidas em arquivo por cinco anos no próprio laboratório ou entregues à paciente ou a seu responsável legal devidamente orientado quanto a sua conservação e mediante comprovante que deverá ser arquivado durante o período acima mencionado. Para isso devemos colocar uma lamínula por cima, para proteger o material, e nesse momento podendo gerar problemas. ESFREGAÇO ADEQUADO Representativo de todas as células epiteliais do colo e da vagina. Número suficiente de células (8.000-12.000 células escamosas). Presença de células metaplásica. Presença de muco. Esfregaço acelular ou obscurecido em mais de 75% da sua totalidade. ESFREGAÇO INADEQUADO Acentuadamente hemorrágico; Esfregaço espesso com acentuada sobreposição celular por falha na distribuição do material na lâmina: - Esmagamento das células: - Dessecação celular; - Falhas na técnica de coloração. LEITURA Na lâmina citopatológica, deve-se olhar a lâmina toda, se tiverem 3 células alteradas já se pode dar um diagnóstico. Nunca podemos perder de vista a célula do final, deve-se manter as células no campo de visão, o próximo campo de visão, deve ser sobreposto ao campo anterior. Em todos os resultados do exame citopatológicos devem constar os seguintes dados: Identificação da paciente, número de registro do laboratório, método de colheita das amostras, tipo de fixador e técnica de coloração, descrição microscópica, conclusão diagnóstica e comentários adicionais se necessário. TIPOS CELULARES OBSERVADOS NO TRATO GENITAL FEMININO Endocérvice - Glandular (cilíndrico simples) Vagina - epitélio pavimentoso estratificado Junção escamo-colunar (JEC) - Transição de células metaplásica. Ectocérvice - Está composta de epitélio pavimentoso estratificado Na ectocérvice encontramos 3 tipos de células: A camada mais profunda é a parabasal; (células mais imaturas, local onde as células proliferam) Tem o menor citoplasma e maior núcleo. Acima desta comparecem as camadas de células intermediárias e na superfície células superficiais (maior citoplasma e menor núcleo); Conforme as células amadurecem e se descolam para a superfície, o citoplasma cresce; O estrogênio é o hormônio responsável por esse processo de amadurecimento. Em fase proliferativa, teremos muitas células maduras, superficiais. A espessura do tecido epitelial pavimentoso depende da idade da paciente, mostrando-se algo atrofiado e delgado em mulheres pós-menopausa. Na mulher com menopausa, atrofia pois não tem hormônio, logo encontramos muitas células parabasais em predominância. Uma mulher em idade reprodutiva produz hormônio, então na superfície acharemos uma predominância de células superficiais. CÉLULAS ESCAMOSAS SUPERFICIAIS Descamam como elementos isolados→ ruptura dos desmossomos. Núcleo Muito denso e picnótico (5-7 µM). Circundado por um halo claro e estreito. Citoplasma Achatado (por ser um tecido estratificado e pavimentoso), transparente e eosinofílico (atração por eosina, um corante alaranjado que causa essa coloração). Um núcleo ter uma coloração mais clara ou muito escuro, significa que a cromatina está compactada ou está aberta. Funcionalmente para a célula podemos relacionar com o metabolismo celular. Heterocromatina:é quando o material genético está compactado. A célula não está produzindo muita coisa. Eurocromatina: a cromatina está mais aberta, mais espalhada e o núcleo mais claro. A célula está produzindo. Quando vemos célula com núcleo mais claro, conseguimos ver que a célula tem uma atividade de síntese grande. Nucléolo fica evidente. Citoplasma rico em grânulos pequenos e escuros (perinuclear) provavelmente lipídeos Citoplasma rico em filamentos de queratina resistência à manipulação e forma da célula É um epitélio não queratinizado, as células superficiais têm núcleo, mas apesar disso elas produzem muita citoqueratina, que é o que confere resistência as células. Fase estrogênica. A mulher está no cliclo em fase proliferativa, as células em predominância são as células superficiais. Observamos ao redor do núcleo uma região mais clara. É o halo perinuclear. Pois ela já foi uma célula com um núcleo grande e diminuiu, formando esse halo que é o espaço ocupado pelo núcleo, antes de ele condensar. Nas outras células não é normal. Processo patológico. Células escamosas superficiais anucleadas, ou escamas, também podem aparecer: Núcleo ausente. Excessiva queratinização. Citoplasma espesso. Coloração amarelada ou alaranjada. O local antes ocupado pelo núcleo fica demarcado por uma área central, clara e pequena. Citoplasma pregueado. CÉLULAS ESCAMOSAS INTERMEDIÁRIAS Núcleo Vesicular, arredondado ou ovalado. Cromatina granulosa. Citoplasma Cianófilo (coloração azulada, pela atração por corantes azulados) (↑ glicogênio). Geralmente citoplasma menor que as células superficiais. Geralmente elíptico (alongado). Periferia espessa, com a coloração mais forte na borda, devido a dobraduras na periferia. Descamação em aglomerados Núcleo periférico e maiores que nas células periféricas. Essas células têm como característica acumular glicogênio, as células intermediárias acumulam glicogênio em resposta a progesterona. Na fase secretora, as células que tendem a estar em predomínio são as células intermediárias. Esse amarelado é o glicogênio. Elas estão nessa coloração pois acumularam muito glicogênio. São células características de mulheres gravidas, que acumularam muito glicogênio. São chamadas de células naviculares. Citólise. = lise do citoplasma. Resultado da fermentação do glicogênio. Presença de Lactobacilos. Citólise → núcleos nus. Detritos celulares. Células intermediárias sem citoplasma, núcleo nu. Ele está assim devido os lactobacilos, que se alimentam do glicogênio, eles comem o citoplasma da célula. As células intermediárias são as que mais sofrem, pois são as que mais acumulam glicogênio. É normal achar em lâminas, mas não em grande quantidade. EM muita quantidade indica um desbalanço entre a quantidade de bactérias e a degradação do citoplasma delas. CÉLULAS ESCAMOSAS PARABASAIS Frequentemente isoladas. Relação núcleo-citoplasma elevada. Núcleo grande ocupando a maior parte do citoplasma. Formato arredondado ou ovalado. Citoplasma cianofílico. Quando estimulada pelos hormônios, vai começar o processo de amadurecimento e se transformar em uma superficial. Núcleo vesicular (8-10 µM). Descamação espontânea Mulheres na menopausa (nenhum hormônio sendo produzido). Após ooforectomia (retirada do ovário). Mulheres jovens Lesões infecciosas nas camadas profundas do epitélio. Desprendem por raspagem Presença de desmossomos. Citoplasma estirado. CÉLULAS ESCAMOSAS METAPLÁSICAS Provenientes das regiões de metaplasia escamosa (JEC). Lugar de transformação das células da ectocervice para a endocérvice e vice-versa. Tamanho semelhante ao das células parabasais. Células poligonais com formato indefinido, projeções do citoplasma pontiagudas. Superfície plana estavam apoiadas na lâmina basal. Geralmente formam um mosaico. Um tapete de células muito próxima uma das outras que se encaixam muito bem. Citoplasma denso e cianofílico pequenos vacúolos (produzindo muco, característica da endocérvice). Núcleos esféricos ou ovalados (8-10 µM) e centrais. Presença de muco: parabasais x metaplásicas Menos glicogênio que as escamosas Isoladas (parabasais) ou formando lâminas planas (metaplásicas). Lâminas planas: formato irregular e distribuição em mosaico cada célula se ajusta aos contornos de suas vizinhas CÉLULAS CILÍNDRICAS ENDOCERVICAIS São células colunares, cilíndricas. A forma como se visualizar, varia de acordo com o plano que elas ficarem na lâmina. Sempre coletadas em grupos, grudadas umas nas outras. Núcleo mais rosado. Citoplasma mais azul claro indica uma quantidade grande de muco sendo produzido. Nas células com o citoplasma mais escuro, não estão sendo estimuladas a produzir muco. O estímulo que elas precisam para produzir muco é progesterona. Esfregaços vaginais → raras Esfregaços cervicais por escovação Selo obrigatório de qualidade da colheita cervical Arredondadas ou alongadas → ângulo do posicionamento Depende também da fase do ciclo menstrual Estrogênico citoplasma denso e cianofílico com núcleo elíptico ou esférico. Progestacional citoplasma distendido por muco claro e núcleo deslocado para periferia. Dependendo do jeito que elas são observadas elas possuem nomes específicos: Faces Laterais Membranas claramente visíveis Disposição em paliçada Aglomerados pólo apical “Favo de mel” Tipos celulares que podem aparecer na lâmina citológica, mas não serão eles que irão fazer com que feche um diagnóstico citológico. CÉLULAS ENDOMETRIAIS (Revestem a parede do corpo e do fundo do útero) – ESFREGAÇO As que mais se alteram no ciclo menstrual, que realmente respondem muito ao estrogênio e a progesterona. São muito parecidas com as células endocervicais, porém as endometriais são menores. 2 tipos de células: colunares (superfície e das glândulas) e células pequenas (estroma) Células que escamam espontaneamen te x células removidas 1° 12° dias: células observadas com frequência cada vez menor Após o 12° dia ou na menopausa: presença é patológica São observados durante a fase menstrual do ciclo, derivando do endométrio que está sendo descamado. CÉLULAS NÃO EPITELIAIS - MACRÓFAGOS Fagócitos móveis de tamanhos e formas variados. Origem de monócitos da medula óssea diferenciam-se em macrófagos nos tecidos. Geralmente mede 10-20 µM com citoplasma de bordas imprecisas e vacúolos intracelulares. Fusão de vários macrófagos célula gigante multinucleada ou de corpo estranho. CÉLULAS NÃO EPITELIAIS – OUTRAS CÉLULAS. Fibroblastos (provenientes do estroma uterino) pouco comuns; presentes apenas em lesões do epitélio, expondo o tecido conjuntivo subjacente. Células musculares lisas semelhantes à fibroblastos; observadas após um aborto. Leucócitos polimorfonucleares e linfócitos; pouco observados em esfregaços normais. Hemácias presentes em esfregaços normais colhidos até o décimo dia do ciclo menstrual. Fora esse período, sua presença representa lesão genital traumática, às vezes da própria colheita ou doença genital. Células superficiais: núcleo piquinótico, citoplasmagrande. Células intermediárias: citoplasma menor, núcleo maior, pregas na periferia deixando o citoplasma mais escuro por conta do glicogênio. Células parabasais: núcleo parecido com o das células intermediárias, porém a quantidade de citoplasma bem menor. Relação núcleo-citoplasmática elevada. Células cervicais e endometriais: muito parecidas, porém menores. Nas endocervicais: podemos observar o padrão favo de mel ou paliçada. Se tem estrogênio agindo as células tendem a amadurecer, tendo a chegada no nível da etapa de células superficiais. Não tendo estrogênio e nem progesterona, fica como célula parabasal. Tendo a progesterona e o estrogênio agindo a progesterona inibe um pouco o amadurecimento, tendo um predomínio de células intermediárias. VAGINA E VULVA: NORMAL E PATOLÓGICO Secreção vaginal normal: mucorréia Vulvovaginites, Líquen escleroso vulvar. A primeira coisa que nós fazemos em uma coleta de material citopatológico, é a análise macroscópica. Se a secreção vaginal estiver normal, já um indício que ela está normal, se tiver alguma alteração, teremos algum problema. MUCORRÉIA A secreção vaginal normal é parecida com uma clara de ovo, secreção líquida, transparente, em gel. A mucorréia é o aumento da secreção vaginal normal. Não é um problema e não deve ser tratada como uma doença. Secreção vaginal: Secreção sebácea, descamação de células da vagina e do colo e secreção de glândulas. Fisiológica (clara de ovo). Cerca de 10% das mulheres. Hormonal, nutricional, psíquicas (estresse), higiene. Não se associa a outros sintomas. Ausência de inflamação: muco claro e límpido. Lactobacilos em abundância. Normal: Um corrimento que não tenha um odor desagradável, ou cause queimação excessiva ou coceira. Exame microscópico a fresco: células sem alterações inflamatórias, número normal de leucócitos e abundantes Lactobacilos. Tratamento: tranquilizar e explicar a fisiologia normal da genitália. LEUCORRÉIA Não tem uma condição normal, aumento da secreção com características alteradas, associadas a sintomas. Relacionada com leucócitos. Tem uma secreção com características indicando um processo inflamatório. O canal vaginal pode ser colonizado por diferentes microrganismos, por ser escuro, úmido e quente, podendo conter fungo, bactérias, protozoários, vírus etc. Infecções da vulva e vagina. Fungos, Bactérias, Protozoários, Vírus. Hábitos inadequados. Doenças sistêmicas. Aids, diabetes; Idade (menopausa). Sem hormônios atuando não tem acumulo do glicogênio se não tem glicogênio, os lactobacilos não acham tão interessante ficar naquela região, pois o pH não é tão ácido, favorecendo outros microrganismos. Distúrbios comportamentais. Gravidez. Uso de fármacos (antibióticos que matam os lactobacilos) Diabetes. VAGINOSE BACTERIANA Infecção polimicrobiana: Gardnerella + bactérias anaeróbias + ↓ Lactobacilos. # 50% das infecções genitais baixas. # Discreta resposta inflamatória. # QUADRO CLÍNICO: Corrimento abundante Homogêneo Branco-acinzentado Odor fétido Pequenas bolhas Disúria (dor ao urinar) Dispaurenia (dor no ato sexual) DIAGNÓSTICO: Características clínicas do corrimento. pH vaginal > 4,5 (normal 3,0) TRATAMENTO: Abstinência sexual Duchas vaginais com peróxido de hidrogênio Acidificação do meio vaginal # Medicamentoso TRICOMONÍASE Trichomonas vaginalis Protozoário anaeróbio flagelado 10 – 15% dos corrimentos vaginais infecciosos Transmissão principalmente sexual Freqüente associação com o gonococo QUADRO CLÍNICO: Corrimento profuso Amarelo ou amerelo-esverdeado Bolhoso e fétido Disúria e dispaurenia Muitas vezes assintomáticas DIAGNÓSTICO Clínico e microscópico pH vaginal em torno de 5 a 7 Protozoário de forma ovóide Polimorfonucleares numerosos (resposta inflamatória bem alta) Lactobacilos escassos GONOCOCICA Neisseria gonorrhoeae Transmissão sexual Predileção por pH alcalino Propaga-se de forma ascendente Pelviperitonite e peri-hepatite QUADRO CLÍNICO: Corrimento espesso e purulento Friabilidade do epitélio Esbranquiçada e opaca. Epitélio friável. DIAGNÓSTICO Exame bacteriológico Diplococos gram-negativos CHLAMYDIA Parasitas intra-celulares obrigatórios Faz propagação ascendente, ela coloniza o canal vaginal, se não tratado entra no útero, e do útero ir para tuba uterina e cair na cavidade abdominal. Um dos problemas mais recorrentes associados a Chlamydia é a gravidez ectópica, ela chega na tuba uterina gerando uma resposta inflamatória muito grande, que gera uma fibrose na tuba uterina, fechando-a. O espermatozoide por ser pequeno consegue passar, mas o ovócito não, então ele acaba se fixando na tuba e crescendo ali. Ou pode gerar infertilidade se a fibrose fechar totalmente. Gram-negativos Corpos cocóides → inclusões Freqüentemente associada a gonocócica Formas altas de infecção estão associadas a esterilidade e gravidez ectópica QUADRO CLÍNICO: Geralmente assintomática Corrimento mucopurulento → endocervicite DIAGNÓSTICO: Exame citológico (baixa sensibilidade) Detecção de antígenos → imunofluorescência ELISA Associada a uma série de outras lesões: lesões oculares, conjuntivite, lesão óssea, na glande, na pele. CANDIDÍASE Fungo gram-positivo Candida albicans: + comum - 85 a 90 % 75 % das mulheres no menacme: 1 episódio 40 a 50%: 2º episódio 5% episódios recorrentes 20-25% dos corrimentos vaginais infecciosos Gravidez ACO Imunosupressores Duchas vaginais, vestuário inadequado QUADRO CLÍNICO Corrimento branco (leite coalhado) Placas Escoriações na região vulvar Disúria e dispaurenia DIAGNÓSTICO: pH vaginal ácido Exame microscópico a fresco ou corado Filamentos ramificados (pseudo-hifas) Esporos Leucócitos numerosos Cultura LÍQUEN ESCLEROSO VULVAR Alteração inflamatória e atrofiante da vulva Etiologia: desconhecida Sintomas: Irritação local Prurido(85%) Dispaurenia e sintomas urinários Exame Clínico: Pele atrófica, pálida, perda de pêlos, fissuras, hiperceratose (placas brancas) Casos avançados Perda da arquitetura vulvar Lesões pigmentadas Apagamento dos lábios Fusão parcial da linha média
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