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estudo de caso Toshiba

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
MBA EM CIÊNCIAS DE DADOS E BIG DATA ANALITYCS
Resenha Crítica de Caso
Laercio Ferreira dos Santos
Trabalho da disciplina Governança corporativa
E excelência empresarial
 	 Tutor: Prof. Ricardo Barbosa da Silveira
São Paulo - SP 
2019
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NOSSOS JAPONESES ESTÃO MAIS CRIATIVOS QUE OS OUTROS
A empresa japonesa Toshiba, a maior do seu país em termos de produção de artigos elétricos e eletrônicos, resultado da união, ocorrida em 1939, da Companhia Elétrica de Tóquio com a Shibaura. Desta junção resultou o nome Companhia Elétrica Tokyo Shibaura, cuja associação das primeiras letras de cada designação dá Toshiba.
A Shibaura foi fundada em 1875 para construir motores destinados a navios, mas a partir de meados da década de 90 do século XIX começou também a produzir ferramentas. A Companhia Elétrica de Tóquio por esta altura dedicava-se ao fabricação de lâmpadas. Ambas as empresas pertenciam ao grupo japonês Mitsui e daí resultou a união ocorrida em 1939, destinada a criar uma empresa líder na produção de equipamento elétrico.
Após a Segunda Guerra Mundial, as empresas separaram-se de novo, reunindo-se já em 1973, outra vez através do Grupo Mitsui, numa altura em que este tinha laços privilegiados de negócios com a General Electrics dos Estados Unidos da América.
Em julho de 2015, vários executivos da Toshiba foram demitidos depois que uma auditoria revelou uma fraude contábil na organização. A empresa teria se utilizado de "pedaladas contábeis" visando engordar seus resultados anuais, aumentando seus lucros em mais de US$ 1,3 bilhão nos últimos sete anos. A Toshiba demitiu seu então presidente, Hisao Tanaka, que pediu desculpas pelo ocorrido. “Houve o dano mais grave à nossa imagem e marca ao longo de 140 anos de história”, reconheceu o executivo, que foi substituído por Masashi Muromachi.
O escândalo representa a maior fraude contábil a balançar uma organização japonesa dos últimos anos e veio à tona menos de dois meses depois de o país introduzir novas regras de governança corporativa para atrair mais investimento estrangeiro. O grupo era considerado ícone de governança corporativa moderna e transparente, poucas companhias no Japão transmitiram tanta respeitabilidade quanto a Toshiba, o enorme conglomerado industrial que, para surpresa de muitos, encontra-se no centro de um dos maiores escândalos financeiros do país. Por décadas, os diretores executivos da Toshiba foram vistos pela sociedade não apenas como administradores de empresas, mas também como líderes cívicos.
As dúvidas a respeito dos relatórios financeiros da companhia aumentaram desde abril, quando ela, pressionada por uma investigação das autoridades reguladoras financeiras, informou que estava examinando possíveis incorreções em uma de suas divisões. Uma investigação interna encontrou inicialmente discrepâncias contábeis no valor de dezenas de milhões de dólares e o montante continuou crescendo.
A auditoria que se seguiu ao escândalo contábil da Toshiba revelou que, além de exagerar os lucros, a empresa também havia realizado várias amortizações. As ações dos envolvidos foram atribuídas ao fato de os executivos do grupo terem sido submetidos a uma pressão significativa após o desastre de Fukushima de 2011, que impactou seriamente a unidade nuclear da Toshiba. Com o objetivo de compensar as perdas nesta divisão, a administração estabeleceu alvos agressivos em muitas outras divisões, incluindo medidores inteligentes e cabines de pedágio eletrônicas, o que levou os executivos a inflar quantias para criar a impressão de que esses objetivos difíceis estavam sendo atingidos.
A comissão disse ter descoberto “envolvimento sistemático, inclusive da alta administração, com o objetivo de inflar intencionalmente o lucro líquido”. Os diretores financeiros da Toshiba, afirmou a comissão, “forneceram deliberadamente explicações insuficientes aos auditores, com a intenção de realizar um acobertamento sistemático”. Em uma coletiva à imprensa na sede da Toshiba, da qual participaram centenas de jornalistas e de analistas financeiros, Hisao Tanaka, o atual presidente executivo, inclinou-se profundamente numa demonstração de arrependimento. “Peço desculpas do fundo do meu coração a todos os nossos investidores”, disse. 
Ele reconheceu que a companhia adotou “métodos contábeis inapropriados”, mas disse que não o fez intencionalmente, e que não disse aos subordinados que exagerassem a lucratividade de suas divisões.
A Toshiba informou que começa a avaliar a reformulação da companhia a fim de impedir que o problema se repita. Como primeira medida, anunciou que colocará um dos seus diretores independentes, Hiroyuki Itami, ex-diretor do departamento do comércio da Universidade Hitotsubashi, na chefia de sua comissão de auditoria. Os críticos apontaram para o fato de que a comissão foi chefiada por executivos que trabalhavam havia muito tempo na Toshiba, o que poderia ter contribuído para os problemas financeiros.
As práticas contábeis da Toshiba apontam para o desenvolvimento de uma situação de alta pressão em que os executivos deveriam encontrar metas difíceis em um ambiente desafiador. Isso, em combinação com a cultura descendente da organização, que gerou a expectativa de que os funcionários deveriam demonstrar fidelidade cega aos funcionários superiores. Enquanto os executivos experientes se apressaram a negar que adiaram propositadamente o processo através do qual as perdas foram registradas, seus subordinados foram solidamente da opinião de que o atraso na reserva de perdas tinha sido conduzido nas instruções de seus gerentes. Nas reuniões mensais que contaram com a presença de chefes de empresas e subsidiárias internas, a alta gerência emitiu "desafios" e metas de melhoria de ganhos para suas equipes e incentivou os funcionários a "serem criativos" para garantir que esses objetivos fossem atendidos. Esses objetivos foram particularmente agressivos nos exercícios fiscais de 2011 e 2012. A pressão resultante gerou uma cultura de engano. Essencialmente, as falhas da Toshiba não se deveram apenas à falta de governança corporativa ou a controles internos fracos; elas foram o resultado direto das ações de uma equipe de gerenciamento corporativo rebelde. Para evitar futuros escândalos contábeis, foi fundamental que a nova equipe de gerenciamento da Toshiba adotasse ações positivas para erradicar a cultura corporativa desonesta e lucrativa que emergiu.
A facilidade da equipe de mascarar os dados pôde ser rastreada até a forte cultura descendente da Toshiba, o que desencorajou a equipe a questionar a autoridade da alta administração. A amplitude na qual a cultura foi corrompida e como os funcionários eram programados a realizar as funções, foi evidenciado pelo fato de que, em alguns casos, o engano ilegal estava ocorrendo há oito anos, sem que um único funcionário denunciasse.
A forte fiscalização externa da Toshiba deveria ter sido um exemplo de um sistema avançado e robusto de governança corporativa. Infelizmente, em 2008, a Toshiba, liderada pelo presidente e outros executivos sênior da empresa, iniciou um esforço para alcançar objetivos de lucro acima de todas as outras considerações. Esse comportamento não foi impedido pelos controles de governança corporativa e levou a empresa a reservar 150 bilhões de ienes em lucros exagerados. Embora os membros internos do conselho tenham sido certamente privados de algumas informações críticas sobre o verdadeiro desempenho da empresa, as perdas atrasadas passaram despercebidas pelos membros externos do conselho.
Os problemas com práticas contábeis fraudulentas expuseram as fraquezas do modelo de governança corporativo da Toshiba, especialmente no que diz respeito à nomeação de membros externos do conselho
Oguchi disse que as medidas para melhorar a governança corporativa se concentraram em grande parte no aumento da lucratividade, e não na prevenção de atividadesdesonestas. Há muito tempo desconfiava-se que as companhias japonesas, principalmente as maiores e tradicionais, como a Toshiba, toleravam lucros baixos em nome da harmonia social, adiando decisões como o fechamento ou a venda de divisões deficitárias.
O código, disse Oguchi, visava em parte a mudar esta tendência, tornando os administradores mais responsáveis perante os investidores. O índice de ações que promovia o suposto vigor da companhia – o JPX Nikkei 400 – foi criado no ano passado, enfatizando o que dizia ser o respaldo mútuo entre a rigorosa supervisão da administração e os elevados retornos para os investidores.
Uma vez concluída a investigação independente, a Toshiba enfrentou fortes penalidades financeiras dos reguladores. A Comissão de Vigilância de Valores e Câmbio e a Agência de Serviços Financeiros do Japão deliberaram medidas disciplinares administrativas contra a Toshiba. Como consequência da investigação, a Bolsa de Valores de Tóquio colocou a Toshiba em uma lista de observação de empresas com controles internos fracos ou inadequados. Com base na decisão da comissão, os consultores certificados de contabilidade pública da FSA e o Conselho de Supervisão de Auditoria também investigaram a Ernst & Young Shin Nihon, a empresa de auditoria que assinou os ganhos da Toshiba
A enorme responsabilidade de conseguir trazer a empresa de volta ao caminho e restaurar a reputação da marca descansou fortemente nos ombros de Masashi Muromachi. Muromachi teve um longo caminho a percorrer para restaurar a confiança perdida como resultado do escândalo contábil. Ele também estava bem ciente de que a reputação da marca tinha sido significativamente danificada e que isso, por si só, implicaria novas perdas de vendas.
Em 1° de junho de 2015, um novo código de governança corporativa (Código) foi introduzido na Bolsa de Valores de Tóquio (TSE) sob o patrocínio da Agência de Serviços Financeiros do governo japonês. O Código representou um esforço sério para reformar os sistemas de governança corporativa sistêmica em todo o Japão, que foram frequentemente criticados por inibir o crescimento e impedir que os conselhos de administração fossem responsáveis perante os acionistas. Embora o novo código fosse aplicável somente em empresas listadas publicamente, a expectativa geral era que as reformas de governança promovidas acabariam mudando para empresas privadas.
A Governança Corporativa é o que determina as regras que devem ser aplicadas em seu negócio, formando uma estrutura de trabalho que visa promover melhores práticas administrativas, proporcionando mais agilidade, autonomia e transparência as empresas. O objetivo da governança corporativa é contribuir para o desenvolvimento econômico saudável da instituição, facilitando o acesso a recursos e melhorando o desempenho das empresas.
A falta dessa estrutura sólida de governança pode trazer grandes prejuízos às companhias, por isso, é primordial detectar possíveis falhas que possam comprometer o profissionalismo do modelo adotado.
Conclusão:
Na governança corporativa deve se observar alguns pontos importantes:
- Independência do Conselho Administrativo
Qualquer brecha que comprometa a independência do Conselho Administrativo da empresa, automaticamente é uma falha de governança corporativa. ‘O conselho administrativo tem a finalidade de melhorar a qualidade das decisões estratégicas e contribuir na redução de riscos, no entanto, para que ele funcione de forma efetiva é necessário que tenha autonomia para isso. O CEO da empresa fazer parte desse conselho, por exemplo, pode gerar conflitos de interesse, além disso, ainda existem casos que o presidente do conselho determina o que o CEO deve fazer, e isso é preocupante’.
 
- Falta de Comunicação
A comunicação deve ser vista como um elemento-chave nos processos internos das empresas, tendo em vista que, desempenha um papel fundamental e cada vez mais estratégico nas organizações. A transparência, eficácia e responsabilidade na comunicação ajuda a reduzir os riscos do negócio, pois auxilia os agentes de governança a desempenhar melhor suas funções e ampliar os níveis de confiança entre todos os públicos da empresa. Comunicar depois que foi realizado é a grande falha de muitas empresas, devemos avaliar antes de executar, por exemplo, podemos citar operações com impactos contábeis e tributários que não são avaliados previamente e causam danos financeiros por questões de algumas irregularidades não identificadas.
 
- Ausência de efetividade das auditorias independentes
A ausência de efetividades nos trabalhos das auditorias independentes é uma grande falha na governança corporativa, pois é por meio delas que podemos assegurar a eficiência na aplicação de recursos de maneira imparcial e transparente. A realização de auditorias independentes nas organizações é de extrema importância na análise dos controles internos, focando na busca de melhorias contínuas.
 
- Sistema de Remuneração
Um dos propósitos da boa governança é facilitar e estimular o desempenho de todos, sendo um dos métodos a criação e manutenção de incentivos que proporcionem a produtividade e eficiência empresarial, quando determinados executivos têm o poder de decidir sobre suas próprias remunerações, por exemplo, é fato de que há problemas na governança da empresa. Por isso, a implementação de políticas de remuneração e premiação é de suma importância, e atrelada a necessidade de uma política de sucessão na organização.
Referências: 
https://www.portalsaofrancisco.com.br/curiosidades/historia-da-semp-toshiba
https://www.companyweb.com.br/2015/07/23/governanca-corporativa-na-toshiba-escandalo-de-us-12-bi/
https://www.fsa.go.jp/singi/corporategovernance/
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