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Redação para Vestibular/ENEM

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Prévia do material em texto

Redação 
 
 1 
Caro professor, este material foi confeccionado a fim 
de proporcionar suporte teórico às aulas de Produção 
Textual. Contudo, sugerimos que os temas trabalhados 
sejam atualizados ano a ano. 
 
TEXTO 1 
 
A REGREÇÃO DA REDASSÃO 
Semana passada, recebi um telefonema de uma senhora 
que me deixou surpreso. Pedia encarecidamente que 
ensinasse seu filho a escrever. 
- Mas, minha senhora - desculpei-me -, eu não sou 
professor. 
- Eu sei. Por isso mesmo. Os professores não têm 
conseguido muito. 
- A culpa não é deles. A falha é do ensino. 
- Pode ser, mas gostaria que o senhor ensinasse o 
menino. O senhor escreve muito bem. 
- Obrigado - agradeci -, mas não acredite muito nisso. 
Não coloco vírgulas e nunca sei onde botar os acentos. 
A senhora precisa ver o trabalho que dou ao revisor. 
- Não faz mal - insistiu -, o senhor vem e traz um 
revisor. 
- Não dá, minha senhora - tornei a me desculpar -, eu 
não tenho o menor jeito com crianças. 
- E quem falou em crianças? Meu filho tem 17 anos. 
Comentei o fato com um professor, meu amigo, que me 
respondeu: "Você não deve se assustar, o estudante 
brasileiro não sabe escrever". No dia seguinte, ouvi de 
outro educador: "O estudante brasileiro não sabe 
escrever". Depois li no jornal as declarações de um 
diretor da faculdade: "O estudante brasileiro escreve 
muito mal". Impressionado, saí à procura de outros 
educadores. Todos me disseram: acredite, o estudante 
brasileiro não sabe escrever. Passei a observar e notei 
que já não se escreve mais como antigamente. 
Ninguém mais faz diário, ninguém escreve em portas 
de banheiros, em muros, em paredes. 
Não tenho visto nem aquelas inscrições, geralmente 
acompanhadas de um coração, feitas em casca de 
árvore. Bem, é verdade que não tenho visto nem 
árvore. 
- Quer dizer - disse a um amigo enquanto íamos pela 
rua - que o estudante brasileiro não sabe escrever? Isto 
é ótimo para mim. Pelo menos diminui a concorrência 
e me garante emprego por mais dez anos. 
- Engano seu - disse ele. - A continuar assim, dentro de 
cinco anos você terá que mudar de profissão. 
- Por quê? - espantei-me. - Quanto menos gente 
sabendo escrever, mais chance eu tenho de sobreviver. 
- E você sabe por que essa geração não sabe escrever? 
- Sei lá - dei com os ombros -, vai ver que é porque não 
pega direito no lápis. 
- Não senhor. Não sabe escrever porque está perdendo 
o hábito da leitura. E quando o perder completamente, 
você vai escrever para quem? 
Taí um dado novo que eu não havia considerado. 
Imediatamente pensei quais as utilidades que teria um 
jornal no futuro: embrulhar carne? Então vou trabalhar 
num açougue. Serviria para fazer barquinhos, para 
fazer fogueira nas arquibancadas do Maracanã, para 
forrar sapato furado ou para quebrar um galho em 
banheiro de estrada? Imaginei-me com uns textos na 
mão, correndo pelas ruas para oferecer às pessoas, 
assim como quem oferece hoje bilhete de loteria: 
- Por favor, amigo, leia - disse, puxando um cidadão 
pelo paletó. 
- Não, obrigado. Não estou interessado. Nos últimos 
cinco anos a única coisa que leio é a bula de remédio. 
- E a senhorita não quer ler? - perguntei, 
acompanhando os passos de uma universitária. – A 
senhorita vai gostar. É um texto muito curioso. 
- O senhor só tem escrito? Então não quero. Por que o 
senhor não grava o texto? Fica mais fácil ouvi-lo no 
meu gravador. 
- E o senhor, não está interessado nuns textos? 
- É sobre o quê? Ensina como ganhar dinheiro? 
- E o senhor, vai? Leva três e paga um. 
- Deixa eu ver o tamanho - pediu ele. 
Assustou-se com o tamanho do texto: 
- O quê? Tudo isso? O senhor está pensando que sou 
vagabundo? Que tenho tempo para ler tudo isso? Não 
dá para resumir tudo em cinco linhas? 
A seguir assim, logo o verbo escrever mudará sua 
grafia para “ex-crever”. 
(Carlos Eduardo Novaes, 1976 – Texto Adaptado) 
 
Considerando o texto acima, responda as questões a 
seguir, prezando sempre pela clareza, pela coerência, 
pela coesão e pelo respeito às normas gramaticais. 
 
Tarefa Mínima  
 
1. Explique a relação existente entre o título e o 
conteúdo do texto lido. 
 
2. Qual foi a reação inicial do narrador ao se 
conscientizar de que os alunos não escrevem como o 
esperado? 
 
3. Em determinada passagem do texto, foi explicado ao 
narrador-personagem que não lhe era vantajoso os 
alunos escreverem mal. Explique que prejuízo essa 
deficiência dos estudantes traria ao dito personagem. 
 
4. O que Carlos Eduardo Neves quis sugerir com o 
termo “ex-crever”? 
 
5. O texto que você acaba de ler levanta uma 
problemática da atualidade. Produza um parágrafo 
(entre 10 e 15 linhas), discutindo-a. 
 
DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO 
Uma palavra é tomada no sentido denotativo quando é 
entendida no seu sentido literal, na sua significação 
básica, sem que se leve em conta o contexto em que 
está inserida. Toma-se o sentido conotativo quando se 
faz uma análise contextual da palavra, admitindo-se a 
associação valorativa a outros conceitos possíveis. 
 
FIGURAS DE LINGUAGEM 
 
Podem ser classificadas em quatro tipos: figuras de 
som, figuras de palavra, figuras de construção e figuras 
 Redação 
 
 2 
de pensamento. A seguir, veremos as principais figuras 
de cada um dos tipos: 
 
ALITERAÇÃO – é a repetição ordenada de 
consoantes de mesmo som, podendo sugerir, além do 
próprio jogo de som, a ideia de movimento. 
Ex.: “A brisa do Brasil beija e balança” (Castro 
Alves, “O Navio Negreiro”). 
 
ONOMATOPEIA – é a imitação de determinado som 
a partir da criação de uma palavra. 
Ex.: “Um forró de pé-de-serra 
 Fogueira, milho e balão, 
 Um tum-tum-tum de pilão, 
 Um cabritinho que berra(...)” 
 (Jessier Quirino, “Paisagem de Interior”) 
 
METÁFORA – Consiste na utilização de uma palavra 
para designar outra, com base em traços de 
similaridade entre os seus conceitos. É a realização de 
uma comparação implícita, sem o emprego de um 
termo comparativo. 
Ex.: “O amor é pedra no abismo, a meio passo 
entre o mal e o bem” (Zeca Baleiro, “Cigarro”) 
 
CATACRESE – É o emprego de palavras com um 
sentido diferente do real, mas cujo uso reiterado torna 
imperceptível o sentido figurado. 
Ex.: “O pé da mesa”, “A perna da calça”, 
“Embarcar no avião”, etc. 
 
METONÍMIA – Assim como na metáfora, emprega-
se um termo para designar outro, cujo conceito guarda 
uma relação lógica com o termo empregado. Substitui-
se, por exemplo, o autor pela obra, a parte pelo todo, a 
marca pelo produto, etc. 
Ex.: “Devolva o Neruda que você me tomou, e 
nunca leu (...)” 
 (Chico Buarque, “Trocando em Miúdos”) 
Aqui, refere-se ao autor Pablo Neruda em lugar da 
obra. 
 
ANTONOMÁSIA ou PERÍFRASE - É a utilização 
de uma expressão caracterizadora para designar um 
nome próprio. 
Ex.: “O poeta dos escravos”, referindo-se a 
Castro Alves; 
 “A cidade maravilhosa”, em lugar de Rio de 
Janeiro. 
 
SINESTESIA - É uma derivação da metáfora e ocorre 
quando numa mesma expressão misturam-se sensações 
percebidas por diferentes órgãos de sentidos. 
Ex.: “Você tem uma voz macia.” (a voz é 
percebida pela audição e a maciez, pelo tato) 
 “Sinto o cheiro doce da paixão.” (o cheiro é 
olfativo, enquanto o doce é percebido pelo 
paladar) 
 
ELIPSE – ocorre quando da omissão proposital de um 
termo facilmente identificável através do contexto ou 
de elementos presentes na própria oração. 
Ex.: “No jardim, flores secas e cores mortas” (há 
omissão de havia) 
EUFEMISMO – é a suavização de uma expressão por 
meio da sua substituição por outra maispolida e sutil. 
 Ex.: “João bateu as botas.” (em vez de : João 
morreu.) 
“Ela é uma dama da noite.” (em vez de: Ela é 
uma prostituta.) 
 
HIPÉRBOLE – é o exagero enfático de uma ideia. 
 Ex.: “Estou morrendo de sede.” 
 “Ele ganha rios de dinheiro.” 
 
PROSOPOPEIA ou PERSONIFICAÇÃO – é a 
atribuição de predicados próprios dos seres vivos a 
seres inanimados. 
 Ex.: “A noite chora a sua ausência.” 
 “Esta cama me convida ao sono.” 
 
ANTÍTESE – é a oposição de frases, orações ou 
palavras de sentido contrário. 
 Ex.: “Onde queres prazer sou o que dói (...)” 
(Caetano Veloso, “Quereres”) 
 “És velho na idade e jovem na alma.” 
 
IRONIA - é o uso de um termo com a finalidade de 
expressar o oposto do que este significa, dando um 
efeito humorístico ou crítico à mensagem. 
Ex.: “Moça linda,, bem tratada, três séculos de 
família, burra como uma porta: um amor” 
(Mário de Andrade) 
 
GRADAÇÃO – é a apresentação de ideias numa 
sequência ascendente (clímax) ou descendente 
(anticlímax). 
Ex.: “Um coração chagado de desejos 
 Latejando, batendo, restrugindo.” 
(Vicente de Carvalho). 
 
Exercícios de Sala  
 
1. A prosopopeia, figura que se observa no verso 
"Sinto o canto da noite na boca do vento", ocorre em: 
a) "A vida é uma ópera e uma grande ópera." 
b) "Ao cabo tão bem chamado, por Camões, de 
Tormentório, os portugueses apelidaram-no de Boa 
Esperança." 
c) "Uma talhada de melancia, com seus alegres 
caroços." 
d) "Oh! eu quero viver, beber perfumes. 
 Na flor silvestre, que embalsama os ares." 
e) "A felicidade é como a pluma..." 
 
2. Assinalar a alternativa que contém as figuras de 
linguagem correspondentes aos períodos a seguir: 
I. "Está provado, quem espera nunca alcança". 
II. "Onde queres o lobo sou o irmão". 
III. Ele foi discriminado por sofrer de uma doença 
contagiosa muito falada atualmente. 
IV. Ela quase morreu de tanto estudar para o vestibular. 
a) ironia - antítese - eufemismo - hipérbole 
b) eufemismo - ironia - hipérbole - antítese 
c) antítese - hipérbole - ironia - eufemismo 
d) hipérbole - eufemismo - antítese - ironia 
e) ironia - hipérbole - eufemismo – antítese 
 Redação 
 
 3 
3. Assinale a alternativa na qual a CONOTAÇÃO 
esteja presente. 
a) Diante da explosão da aniversariante, todos 
engoliram o sorriso. 
b) A mesa estava imunda e as mães enervadas com o 
barulho que os filhos faziam. 
c) O vendedor insistira muito e ela, sempre tão tímida 
quando a constrangiam, acabou por comprar as 
rosas. 
d) Quando recolheu do chão o caderno aberto, viu a 
letra redonda e graúda que era a sua. 
e) Todas eram vaidosas e de pernas finas, com aqueles 
colares falsificados e com as orelhas cheias de 
brincos. 
 
DEFEITOS E QUALIDADES DE UM TEXTO 
 
Para que um texto seja considerado bem-sucedido, é 
necessário prezar por: 
 
clareza; 
coerência; 
coesão; 
correção gramatical; 
elegância. 
 
Assim, sabe-se que os ditos “defeitos” de um texto 
devem ser evitados! Os mais comuns são: 
 
A. Ambiguidade 
Uma frase ambígua é aquela que apresenta mais de um 
sentido. 
Veja: “Em época de pleito* é comum ouvirmos 
candidatos dizendo ao povo que se preocupam com o 
seu bem-estar”. 
*Ortografia/Semântica: pleito = eleição; preito = 
homenagem. 
Analisando: “bem-estar” de quem? Do próprio 
candidato? Do povo? 
Percebe-se que o pronome possessivo (seu) não foi 
bem-empregado. 
 
B. Obscuridade 
A obscuridade é ainda pior que a ambiguidade, pois, 
quando se é ambíguo, pode-se dar margem a duas 
interpretações, ao passo que na obscuridade, muitas 
vezes, não podemos nem mesmo imaginar do que se 
trata. É uma falta total de clareza. Normalmente a 
obscuridade é causada por frases longas, má pontuação, 
desrespeito às normas gramaticais e linguagem 
rebuscada. 
Analise um trecho retirado da Folha de São Paulo já há 
algum tempo: 
“As videolocadoras de São Carlos estão escondendo 
suas fitas de sexo explícito. A decisão atende a uma 
portaria de Dezembro de 2001, do Juizado de Menores, 
que proíbe que as casas de vídeo aluguem, exponham e 
vendam fitas pornográficas a menores de dezoito anos. 
A portaria proíbe ainda os menores de dezoito anos de 
irem a motéis e rodeios sem a companhia ou 
autorização dos pais.” 
Fica a pergunta: então, se estiverem acompanhados dos 
pais, os menores poderão ir a motéis? 
 
C. Pleonasmo 
É uma espécie de redundância. 
No Ensino Médio estudamos que Pleonasmo faz parte 
dos Vícios de Linguagem e nos são passados exemplos 
de expressões que devemos evitar, tais como “subir 
para cima”, “descer para baixo”, “entrar para dentro” e 
“sair para fora”. Contudo, não são apenas esses os 
pleonasmos existentes. Veja outros casos: matinal da 
manhã, noturno à noite, hemorragia de sangue, dois 
irmãos gêmeos, ganhou de graça, recinto fechado, 
certeza absoluta, grande maioria e outros casos. 
Atenção: quando usado de maneira poética, o 
pleonasmo não constitui um erro. 
Exemplos: 
“E rir meu riso e derramar meu pranto.” (Vinícius de 
Moraes) 
“Os sonhos mais lindos, sonhei...” (F. D. Marchetti e M. de 
Feraudy, veersão de Armando Louzada). 
 
Há casos de Pleonasmo mais comuns do que se 
imagina! 
“Acesso restrito somente a funcionários do setor.” 
 “Há cinco anos atrás (...).” 
“Este produto é de boa qualidade.” 
“Isso é um pequeno detalhe.” 
“Estas são propriedades próprias do sódio.” 
 “Que surpresa inesperada!” 
 
D. Cacofonia 
É um som desagradável (às vezes obsceno), resultante 
da proximidade de determinadas sílabas. 
Por exemplo: lá tinha; da vez passada; mande-me já; Ô, 
dor horrível! 
 
E. Eco 
É a repetição de terminações (mesmo som). 
Observe: A decisão causou comoção na população. 
Corrigindo: A decisão fez com que o povo se 
comovesse. 
 
F. Prolixidade 
A prolixidade é o oposto da concisão. Consiste, 
portanto, em utilizarmos mais palavras do que o 
necessário, tornando a leitura cansativa e de difícil 
compreensão. 
O uso de cacoetes linguísticos (expressões que não 
acrescentam nada ao texto, as quais só falamos porque 
estamos acostumados a ouvir) deve ser evitado. 
Por exemplo, não devemos introduzir um texto com 
expressões do tipo “antes de mais nada” ou 
“inicialmente”, pois, se estamos iniciando, é óbvio que 
é “inicialmente”. 
Outros casos: pelo contrário, por outro lado, por sua 
vez. 
Na prolixidade (lembre: ser prolixo é “enrolar”; é não 
ser objetivo), também encontramos o uso dos chavões. 
Os chavões são frases ou expressões “feitas” que só 
empobrecem o texto. 
Veja alguns exemplos: inflação galopante, caloroso 
abraço, caixinha de surpresas, vitória esmagadora e 
outros. 
 
 
 Redação 
 
 4 
G. Incoerência 
Ser incoerente é se contradizer. Por isso, tome muito 
cuidado e releia mais de uma vez seu texto, analisando-
o, principalmente para que a conclusão não destoe do 
restante do texto. 
O desrespeito às regras gramaticais pode causar 
incoerência. Portanto, tenha muita atenção com as 
regras de concordância, de regência, de acentuação e 
até mesmo com a ortografia. 
Veja: 
RETIFICAR = corrigir. 
RATIFICAR = confirmar. 
IR DE ENCONTRO = chocar-se; ideias contrárias. 
IR AO ENCONTRO = lado a lado; ideias afins, 
semelhantes. 
 
Tarefa Mínima  
 
1. Leia com atenção o texto a seguir e identifique os 
problemas existentes nas passagens numeradas: 
“A exploração do trabalho infantil, ela é algo (1) 
alarmante e intrigante (2). Seu índice tem diminuído 
(3) nos últimos anos, talvez pelas medidas tomadas 
pelo governo. E isso (4) é de responsabilidade do 
governofederal e não do estadual. Na época de nossos 
avós, isso não acontecia (4), pois viviam na 
tranquilidade do interior. Lá tinha (5) tudo que 
precisavam (6). Os governantes valorizavam o povo e 
mantinham seu conforto (7).” 
 
2. Há uma ambiguidade no trecho: 
a) “Esse tipo de crime vem sendo praticado no mundo 
inteiro.” 
b) “Há quem se sirva até mesmo de violência na guerra 
por bens materiais.” 
c) “Há filhos matando pais para tomarem o que lhes 
pertence.” 
d) “Basta andarmos uns minutos observando as atitudes 
do ser humano e perceberemos do que ele é capaz.” 
e) “Por quererem mostrar que podem mais que os 
outros, acabaram conquistando a antipatia alheia.” 
 
3. A expressão “má qualidade” constitui: 
a) pleonasmo. 
b) ambiguidade. 
c) incoerência. 
d) obscuridade. 
e) cacofonia. 
 
4. Certo dia houve, na Inglaterra, um jogo entre Brasil 
e Argentina. Pouco antes do início da partida, um 
comentarista esportivo da Rede Globo afirmou: “O 
estádio é um espetáculo! Mas o gramado é um tapete: a 
bola rola com a maior perfeição.” 
a) Para fazer alusão à qualidade do gramado, usou-se 
uma metáfora. Sublinhe-a. 
b) Explique o sentido dessa metáfora. 
c) Após responder às questões “a” e “b”, percebemos 
que o comentarista não formulou bem seu 
comentário. Explique a incoerência cometida. 
 
5. Agora analise um trecho de uma fala de um 
apresentador de telejornal, feita logo após um 
comentário sobre a fauna brasileira: 
 
“(...) a caça e a extração ilegais de palmito (...).” 
a) Tal passagem apresenta uma incoerência. Qual? 
b) Reescreva a fala do jornalista, de modo a torná-la 
coerente. 
 
6. Todas as frases listadas a seguir apresentam 
ambiguidade. Indique quais são as interpretações 
possíveis em cada caso: 
a) O juiz declarou ter julgado o réu errado. 
b) O piloto enjoado levantou voo. 
c) Comprou um carro rápido. 
d) Deixou a sala vazia. 
e) Confessou os erros que cometeu com franqueza. 
f) O jornal criticou a peça exibida com falta de talento. 
g) Trata-se de um estudo a respeito de Machado de 
Assis cuja leitura recomendo. 
h) A professora deixou a turma entusiasmada. 
 
“Durante a sua carreira de goleiro, iniciada no 
Comercial de Ribeirão Preto, na sua terra natal, Leão, 
de 51 anos, sempre impôs seu estilo ao mesmo tempo 
arredio e disciplinado. Por outro lado, costumava ficar 
horas aprimorando seus defeitos após os treinos. Ao 
chegar à seleção brasileira em 1970, quando fez parte 
do grupo que conquistou o tricampeonato mundial, 
Leão não dava um passo em falso. Cada atitude e cada 
declaração eram pensadas com um racionalismo típico 
de sua família, já que seus outros dois irmãos, 
Edmílson, 53 anos, e Édson, 58, são médicos.” 
Correio Popular, edição de 20/Out./2000. 
 
7. O que aconteceria com Leão se ele, efetivamente, 
ficasse “aprimorando seus defeitos”? 
 
8. A expressão “Por outro lado” contribui para tornar o 
trecho incoerente. Por quê? 
 
9. A charge a seguir apresenta coerência incontestável. 
O que tornou coerente a fala de Hagar? 
 
 
10. Analise, agora, a segunda tira de Chris Browne: o 
que torna o terceiro quadrinho incoerente em relação 
ao primeiro? 
 
 Redação 
 
 5 
Coesão textual 
 Quando conspiravam para derrubar a Monarquia, os 
líderes republicanos já sabiam como seria a bandeira da 
República. Ela já estava desenhada, inspirada pelo 
exterior, especificamente pela França. Seguia o 
pensamento de Auguste Comte (1798-1857), que 
defendia que cada sociedade deveria ter por divisa “o 
amor por princípio, a ordem por base e o progresso 
como objetivo.” As bandeiras nacionais deveriam ter a 
inscrição: Amor, Ordem e Progresso. Na nossa 
bandeira, não coube a palavra “Amor”. Ficaram apenas 
“Ordem e Progresso”. 
 
Mas muitas outras palavras ficaram ausentes. 
 
No texto acima, os pronomes: “ela” e “que” retomam 
expressões ditas anteriormente, são elementos 
anafóricos, responsáveis, portanto, pela coesão textual, 
ou seja, por uma melhor organização do texto. 
Observe o próximo parágrafo: 
O resultado de tudo isso é que a população brasileira 
ficou mais velha. No entanto, não houve mudanças 
significativas na qualidade de vida, na distribuição da 
riqueza e, principalmente, das terras, que no Brasil 
sempre foram o privilégio histórico da minoria. A 
população ficou mais velha e mais pobre também. A 
distância entre ricos e pobres só fez aumentar nestas 
décadas e, até hoje, esse processo não foi revertido. 
Aqui se cruzam a luta pela cidadania e a terceira 
idade. 
As palavras destacadas acima são anafóricos, pois 
retomam algo que foi dito antes. Entre elas, que e no 
entanto são conjunções; principalmente, sempre, 
também e aqui são advérbios. 
 
Atenção! Esse ou este? 
 
1) Para localização de seres no espaço usamos: 
- “esta”, “isto” se nos referimos a algo próximo de 
quem está falando. Como em: Pedro, esta minha saia 
é nova. 
- “essa”, “isso” se nos referimos a algo próximo da 
pessoa com quem se está falando. Como em: Pedro, 
você vai à festa com essa gravata? 
 
 2) Para localização no tempo usamos: 
- “este”, “esta”, “isto” em relação a um espaço de 
tempo presente. Como em: Este ano quero paz/ No 
meu coração/ Quem quiser ter um amigo/Que me dê a 
mão... 
- “esse” em relação a um espaço de tempo passado. 
Como em: No ano passado, tive muitos contratempos, 
foi um ano difícil; não gosto de me lembrar desse ano. 
 
3) Nas cartas: 
- “este”, “esta” referem-se ao local em que se encontra 
o redator. 
- “esse”, “essa” referem-se ao local em que se 
encontra o destinatário. 
Exemplo: Esta capital, Rio de Janeiro, sediará os Jogos 
Olímpicos; sentir-se-á honrada em contar com os 
atletas dessa cidade. 
 
4) Nos textos técnicos (dissertativos): 
- “isto” é um catafórico, refere-se a algo que será dito. 
Como em: Não esqueça isto: disciplina é importante. 
- “esse” é um anafórico, refere-se a algo que já foi dito. 
Como em: Disciplina é importante; isso não devemos 
esquecer. 
 
Exercícios de Sala  
 
1. Leia, com atenção, a proposta de redação da 
UNICAMP de 2006, o exemplo de redação abaixo da 
média e a análise da banca corretora. 
 
PROPOSTA DE REDAÇÃO 
Com o auxílio de elementos presentes na coletânea, 
trabalhe sua dissertação a partir do seguinte recorte 
temático: 
 
Diferentes são os meios de transporte, assim como as 
políticas adotadas pelo Estado para viabilizá-los. 
O Estado pode atuar de forma mais direta, por meio de 
financiamentos, concessões, isenções e privilégios 
fiscais, ou apenas exercer um papel regulador dos 
diversos setores envolvidos. 
 
Instruções 
 
1) Discuta que meio(s) de transporte deve(m) ser 
priorizado(s) para atender às necessidades da 
realidade brasileira atual. 
2) Trabalhe seus argumentos no sentido de explicitar 
como esse(s) meio(s) pode(m) ser viabilizado(s) e 
qual poderia ser o papel do Estado nesse processo. 
3) Explore tais argumentos de modo a justificar seu 
ponto de vista. 
 
Tipos redacionais: 
 
- Dissertação; 
- Descrição; 
- Narração; 
- Carta argumentativa; 
 
TEXTO DESCRITIVO 
 
A descrição é um retrato verbal. Então para que esse tipo 
de texto seja bem-sucedido, deve ser capaz de fazer com 
que o leitor visualize o que ou em está sendo descrito. 
Analise: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Iracema saiu do banho: o alfajor 
d’água ainda a roreja, como à doce magaba 
que corou em manhã de chuva. 
 Redação 
 
 6 
Produzir um texto exclusivamente descritivo pode não 
ser uma boa opção, pois a leitura corre o risco de 
tornar-se cansativa.Contudo, é excelente servir-se da 
descrição para enriquecer outros textos: dar veracidade 
ao exposto, mas sempre tomando muito cuidado a fim 
de evitar a prolixidade. 
 
DESCRIÇÃO OBJETIVA E DESCRIÇÃO 
SUBJETIVA 
Compare: 
 
a) A casa é pequena. Nela, há somente um dormitório, 
um banheiro, sala, cozinha e uma área de serviço. O 
jardim, embora também seja pequeno, é bonito e 
repleto de flores. 
 
b) A casa é pequena. Nela, há somente meu 
aconchegante cantinho de dormir, um banheiro, sala 
para acolher meus amigos quando me presenteiam com 
sua visita. Há também o meu terror: a cozinha. É nela 
que fica o fantasma das colorias – a geladeira! A área 
de serviço é o beco do trabalho! O jardim é um 
encanto. Lindo e colorido! 
 
I - Descrição Objetiva 
É aquela em que o observador apresenta o tema-núcleo 
de maneira impessoal, empregando a representação fiel 
ao aspecto exterior. 
 
I - Descrição Subjetiva 
É aquela em que o observador apresenta o tema-núcleo 
de maneira pessoal, empregando a imaginação e 
externando suas impressões pessoais. 
 
Observação: 
Para que um texto descritivo tenha êxito, uma boa dica 
é explorar a base sensorial. 
 
a) Visão 
“A dona era uma idosa franzina, de cabelos mais 
negros que a asa da graúna. Vestia um pijama 
desbotado, de seda japonesa. Tinha as unhas bem 
curtas, recobertas por uma crosta de esmalte vermelho 
escuro, descascado nas pontas.” 
(Lygia Fagundes Telles, “As formigas”) 
b) Audição 
“De uma mesa distante, a única ocupada ainda, vinha o 
ruído de vozes de homens. Uma gargalhada sonora em 
meio de vozes exaltadas. E a palavra cabrito saltou 
dentre outras que se arrastavam pastosas. Num rádio da 
vizinhança, ligado ao volume máximo, havia uma 
canção que contava a história de uma jovem a qual 
vendia violetas na porta do teatro. A voz da cantora era 
plana e um pouco fanhosa.” 
(Lygia Fagundes Teles, “A ceia”) 
c) Olfato 
“Lá, os armazéns tresandavam* a lixo e peixe podre, a 
latas vazias de óleo como cheiro de homens 
esfarrapados.” 
(Autran Dourado, “A barca dos homens”) 
*tresandar = 1. fazer andar para trás; 2. exalar (mau 
cheiro); 3. cheirar mal. 
 
d) Tato 
“O pai comprou o sapado dois números maiores (...). 
Enfiou o sapato branco, um rígido como só o couro 
pode ser, no pé frio e trêmulo do garoto. Ao pentear o 
loiro e sedoso cabelo do caçula, a cabeça ainda em 
fogo.” (Dalton Trevisan, “Pedrinho”) 
 
e) Paladar 
“Deitado, ele beliscou dois ou três gomos. Chupou o 
sumo azedo, deixou cair a casca no prato. Apanhou 
outro bago, desta vez mais doce.” 
 
TEXTO NARRATIVO 
 O texto narrativo tem sua base em fatos, ações as quais 
fazem com que o enredo se desenvolva. 
 Para que a narrativa tenha sucesso, é 
imprescindível que haja o conhecimento do tema e se 
defina o enredo, para só então escolher os personagens. 
Por quê? Porque a escolha prévia dos personagens é 
“um convite” à prolixidade, pois acabamos 
preocupando-nos com a participação de cada um deles 
e nos esquecemos de enriquecer nosso 
desenvolvimento. 
 
ELEMENTOS DA NARRATIVA 
I – Discurso 
II – Narrador 
III – Personagem 
IV – Tempo 
 
PRODUÇÃO TEXTUAL 
 
PROPOSTA 1 
Na obra Inocência, temos um narrador de 3ª pessoa. 
Mas como ficaria esse enredo sendo contado por um 
dos personagens ou até mesmo pela protagonista? 
Assim, produza um texto narrativo, sintetizando a dita 
obra de Visconde Taunay, e fazendo com que algum 
desses seja o narrador. 
Mas sem esquecer: cada um tem seu ponto de vista, seu 
modo de perceber os acontecimentos e de relatá-los. 
 
TEXTO DISSERTATIVO 
 
RELAÇÃO DE SENTIDOS 
- O encadeamento de ideias - 
 
Uma boa forma de se buscar um encadeamento de 
ideias capaz de deixar seu texto claro é trabalhar com 
premissas. Veja: 
 
PREMISSA 
Um dos meios mais simples de argumentar é a premissa: a 
apresentação de duas frases, uma das quais é conclusão da 
outra. 
 
INFERÊNCIAS 
Quando observamos um fato, tiramos algumas 
“conclusões” (inferências). Imaginemos, por exemplo, 
que leiamos a seguinte manchete em um jornal: “Brasil 
importa automóveis da França”. Poderíamos, então, 
tirar como possíveis conclusões: 
1 – o Brasil não está produzindo automóveis em 
número suficiente; 
2 – a economia brasileira está cada vez mais 
dependente da estrangeira; 
 Redação 
 
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3 – os automóveis importados são os preferidos dos 
brasileiros. 
Contudo, nem sempre as inferências são 
verdadeiras. Por isso é necessário analisar uma a uma 
das levantadas antes de integrá-las à argumentação. 
 
Para praticar: 
1. Indique uma inferência de caráter positivo e outra de 
negativo para cada uma das afirmações manchetes a 
seguir: 
a) Florianópolis não “acolherá” a próxima Copa. 
b) Aulas de Ensino Religioso voltarão a ser 
obrigatórias no Ensino Fundamental. 
c) O Carnaval se aproxima. 
d) As questões discursivas são cobradas em muitos 
vestibulares. 
 
A favor ou contra? 
1. Em cada item há uma afirmação. Indique dois 
argumentos capazes de defendê-la e outros dois que se 
oponham a ela: 
a) As provas de múltipla escolha devem ser proibidas. 
b) Mulheres já têm tantos cargos de chefia quanto os 
homens. 
c) Maiores de 15 anos já deveriam receber penas 
semelhantes às destinadas a adultos. 
d) Hoje está mais fácil comprar um carro. 
e) Ministério da Saúde levanta a hipótese de alguns 
medicamentos, hoje só vendidos com receita, 
passarem a não necessitar de prescrição médica. 
 
CARTA ARGUMENTATIVA 
Como o próprio nome já diz, é a correspondência em 
que se apresenta uma argumentação. 
Nela, não podem faltar os itens: 
Local e data; 
Saudação; 
Despedida; 
Assinatura (no caso de vestibular, falsa, a fim de que 
não haja identificação do candidato). 
 
OLHA A TAL CARTA AÍ, GENTE! 
 
PROPOSTA 3 (UFSC 2007) 
A partir da leitura dos trechos de poemas transcritos 
abaixo, o que você escreveria ao presidente da 
Organização das Nações Unidas (ONU)? 
 
POEMA A: 
“[...] 
Mas oh não se esqueçam 
Da rosa da rosa 
Da rosa de Hiroxima 
A rosa hereditária 
A rosa radioativa 
Estúpida e inválida 
A rosa com cirrose 
A anti-rosa atômica 
Sem cor sem perfume 
Sem rosa sem nada.” 
(MORAES, Vinícius de. A Rosa de Hiroxima. In: Nova Antologia 
Poética. São Paulo: Companhia das Letras, 2004). 
 
POEMA B: 
“Nós merecemos a morte, 
porque somos humanos, 
e a guerra é feita pelas nossas mãos, 
pela nossa cabeça embrulhada em séculos de sombra, 
por nosso sangue estranho e instável, pelas ordens 
que trazemos por dentro, e ficam sem explicação.” 
(MEIRELLES, Cecília. Lamento do Oficial por seu Cavalo Morto. 
In: Obra Poética. 1 ed. Rio de Janeiro: Aguilar, 1958 ). 
 
POEMA C: 
“Este é tempo de partido, 
tempo de homens partidos. 
[...] 
O poeta 
declina de toda responsabilidade 
na marcha do mundo capitalista 
e com suas palavras, intuições, símbolos e outras armas 
promete ajudar 
a destruí-lo 
como uma pedreira, uma floresta, 
um verme.” 
(DRUMMOND DE ANDRADE, C. Nosso Tempo. In: A Rosa do 
Povo. Rio de Janeiro: Record, 2004). 
 
(UFSC 2009.1) 
Observe o quadro Cena de família, do pintor paulista 
Almeida Júnior (1850-1899). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
(UFSC 2009.2) 
A partir de sua compreensão do poema transcrito 
abaixo, escreva uma carta a um amigo sobre seus 
sentimentos, hoje, a respeito do país em que você 
nasceu. Assine “Fulano de Tal”. 
 
UMA CANÇÃO 
Minha terra não tem palmeiras... 
E em vez de um mero sabiá, 
Cantam aves invisíveis 
Nas palmeiras que não há. 
 
Minha terratem relógios, 
Cada qual com sua hora 
Nos mais diversos instantes... 
Mas onde o instante de agora? 
 
Mas onde a palavra “onde”? 
Terra ingrata, ingrato filho, 
Sob os céus da minha terra 
Eu canto a Canção do Exílio! 
QUINTANA, Mário. Poesias. 
Porto Alegre: Globo/SERS. 1962. 
 
Proposição 3: Redija uma carta

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