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Planejamento e Controle da Capacidade de Produção 1 Introdução A capacidade de uma operação é o máximo nível de atividade de valor adicionado em determinado período de tempo que o processo pode realizar sob condições normais de operação. Ou seja, a quantidade máxima que pode ser produzida por uma unidade produtiva (que pode ser a empresa toda, ou uma única máquina, ou um funcionário), em um intervalo de tempo fixo. 2 Introdução Ex.: um cinema tem uma sala com capacidade para 500 lugares. Como cada sessão de cinema dura cerca de duas horas, considerando o intervalo entre uma sessão e outra, verifica-se que o cinema pode “processar” 2.000 expectadores por dia de oito horas, realizando 4 sessões por dia. 3 Introdução Ex.: um fabricante de produtos farmacêuticos comprou um reator com capacidade de 1.000 litros. Se a cada hora puder ser produzida uma batelada de produtos-padrão, a capacidade de processamento planejada pode ser equivalente a 24.000 litros por dia. Agora, caso a reação demore quatro horas e forem necessárias duas horas para limpeza entre as bateladas, o reator somente poderá produzir 4.000 litros por dia. 4 Introdução Muitas empresas operam abaixo da sua capacidade máxima de processamento, seja porque a demanda é insuficiente para “preencher” completamente sua capacidade, seja por uma política deliberada, de forma que a organização possa responder rapidamente a cada novo pedido. Algumas vezes, pode-se encontrar numa empresa, partes funcionando com sua capacidade máxima enquanto outras estão funcionando abaixo de sua capacidade. As partes que estão trabalhando em sua capacidade máxima, são as restrições de capacidade de toda a operação. 5 Introdução 6 Restrições de capacidade Planejamento e controle da capacidade É a tarefa de determinar a capacidade efetiva da operação produtiva, de forma que ela possa responder à demanda. Isso significa como a organização deve reagir a flutuações na demanda. 7 Planejamento e controle da capacidade Objetivos Os custos serão afetados pelo equilíbrio entre capacidade e demanda. Níveis de capacidade excedentes à demanda podem significar subutilização de capacidade, gerando alto custo unitário. As receitas serão afetadas pois os níveis de capacidade iguais ou superiores à demanda assegurarão que toda a demanda seja atendida e não haja perda de receitas. O capital de giro será afetado se uma operação decidir produzir estoque de bens acabados antecipando-se à demanda. Isto permite atender à demanda, mas a organização financia o estoque até que seja vendido. 8 Planejamento e controle da capacidade Objetivos A qualidade dos bens ou serviços pode ser afetada por um planejamento de capacidade que inclui grandes flutuações nos níveis de capacidade, através da contratação de pessoal temporário, despreparado, o que aumentaria a probabilidade de ocorrência de erros. A velocidade de resposta à demanda do cliente pode ser melhorada, seja pelo aumento dos estoques ou pela provisão deliberada de capacidade excedente para evitar filas. 9 Planejamento e controle da capacidade Objetivos A confiabilidade do fornecimento será afetada pela proximidade dos níveis de demanda e de capacidade, pois quanto mais próxima a demanda estiver da capacidade máxima da operação, tanto menos capaz esta será para lidar com interrupções inesperadas e menos confiáveis seriam seus fornecimentos de bens e serviços. A flexibilidade, especialmente a de volume, será melhorada por capacidade excedente. Se a demanda e a capacidade estiverem em equilíbrio, a operação não será capaz de responder a quaisquer aumentos inesperados da demanda. 10 Planejamento e controle da capacidade Etapa de planejamento e controle da capacidade 11 Medição da demanda e da capacidade Previsão de flutuações da demanda Normalmente, a previsão da demanda é responsabilidade do departamento de vendas e/ou marketing. Entretanto, é necessário que o gestor de produção entenda as bases e os fundamentos para essas previsões de demanda. 12 Medição da demanda e da capacidade Previsão de flutuações da demanda Há três requisitos para uma previsão de demanda: Ser expressa em termos úteis para o planejamento e controle da qualidade (previsão expressa em horas- máquina por ano, pessoal, etc.); Ser tão exata quanto possível (a demanda pode mudar rapidamente, mas existe uma defasagem entre decidir alterar a capacidade a mudança surtir efeito); Dar uma indicação da incerteza relativa (utilização de estatística da demanda). 13 Medição da demanda e da capacidade Sazonalidade da demanda 14 Medição da demanda e da capacidade Flutuações semanais e diárias da demanda A sazonalidade da demanda ocorre em uma ano, mas variações previsíveis similares na demanda também podem ocorrer para alguns produtos e serviços em um ciclo mais curto. Ex.: a demanda de um supermercado pode ser baixa na parte da manhã, aumentando durante a tarde, com picos no horário do almoço e depois do trabalho, à noite. A demanda pode ser baixa nas segundas e terças, aumentando durante a semana, com picos nas sextas e sábados. 15 Medição da demanda e da capacidade Medir a capacidade Em casos de produção altamente padronizada e repetitiva, sugere-se a medida de capacidade de volume de produção, ex.: um passeio rápido em um parque temático pode ser projetado para lotes de 60 pessoas a cada três minutos (capacidade de processar 1.200 pessoas por hora). Quando uma gama muito ampla de produtos apresenta demanda variável, as medidas de capacidade de insumo são mais usadas. 16 Medição da demanda e da capacidade Medir a capacidade 17 Operação Medida de capacidade de insumos Medida de capacidade de volume de produção Fábrica de ar condicionado Horas de máquinas disponíveis Nº de unidades por semana Hospital Leitos disponíveis Nº de pacientes tratados por semana Teatro Nº de assentos Nº de clientes entretidos por semana Universidade Nº de estudantes Estudantes graduados por ano Loja de varejo Área de venda Nº de itens vendidos por dia Linha aérea Nº de assentos disponíveis no setor Nº de passageiros por semana Companhia de eletricidade Tamanho do gerador Megawatts-hora de eletricidade gerada Cervejaria Volume dos tanques de fermentação Litros por semana Medição da demanda e da capacidade Capacidade depende do Mix de atividades Suponha que uma fábrica de aparelhos condicionadores de ar produza três modelos diferentes de aparelhos: o de luxo, o padrão e o econômico. O modelo de luxo pode ser montado em 1,5 horas, o padrão em uma hora e o econômico em 0,75 hora. A área de montagem da fábrica tem disponibilidade de 800 horas de pessoal de montagem por dia. Se a demanda para unidades de luxo, padrão e econômico estiver na proporção 2:3:2, o tempo necessário para montar 2+3+2=7 unidades será: (2 x 1,5) + (3 x 1) + (2 x 0,75) = 7,5 horas /dia O número de unidades produzidas por semana será: 800 x 7dias = 746 unidades/semana 7,5 18 Medição da demanda e da capacidade Capacidade depende do Mix de atividades Continuando: Se mudar a proporção da demanda de unidades de luxo, padrão e econômica para 1:2:4, o tempo necessário para montar 1+2+4=7 unidadesserá: (1 x 1,5) + (2 x 1) + (4 x 0,75) = 6,5 horas/dia Agora o número de unidades produzidas por semana será: 800 x 7 = 861 unidades 6,5 19 Medição da demanda e da capacidade Capacidade de projeto e capacidade efetiva A capacidade teórica de uma operação é a capacidade que os projetistas técnicos tinham em mente quando projetaram a operação – nem sempre pode ser atingida na prática. A linha não pode funcionar continuamente em sua velocidade máxima. Produtos diferentes têm diferentes necessidades, ocorrendo mudanças paradas na linha para fazer a mudança. Necessidade de manutenção na linha. Dificuldade técnicas de programação. A capacidade real que resta depois destas perdas serem reduzidas é chamada de capacidade efetiva da operação. 20 Medição da demanda e da capacidade Capacidade de projeto e capacidade efetiva Outros fatores como problemas de qualidade, quebras de máquinas, ausência de funcionários e outros problemas que podem ser evitados terão seu custo. Isso significa que o volume de produção real da linha será ainda menor do que a capacidade efetiva. A proporção entre volume de produção realmente conseguido por uma operação e sua capacidade de projeto e entre saída real e sua capacidade efetiva é chamada, respectivamente, utilização e eficiência da planta. 21 Medição da demanda e da capacidade Capacidade de projeto e capacidade efetiva 22 Utilização = Volume de produção real Capacidade de projeto Eficiência = Volume de produção real Capacidade efetiva Medição da demanda e da capacidade Capacidade de projeto e capacidade efetiva Ex.: Suponha que um fabricante de papel fotográfico tenha uma linha de cobertura cuja capacidade de projeto seja 200 metros quadrados por minuto e a linha opera 24 horas por dia, 7 dias por semana (168 horas por semana). A capacidade de projeto é 200 x 60 x 24 x 7 = 2,016 milhões de metros quadrados por semana. Durante essa semana, o volume de produção real foi somente 582.000 metros quadrados. 23 Medição da demanda e da capacidade Capacidade de projeto e capacidade efetiva A Produção perdida planejada totaliza 59 horas e a Produção perdida não planejada totaliza 58 horas. Capacidade de projeto =168 horas por semana Capacidade efetiva = 168 - 59 = 109 h Volume de produção real = 168 - 59 - 58 = 51 h Utilização = Volume de produção real = 0,304 Capacidade de projeto Eficiência = Volume de produção real = 0,468 Capacidade efetiva 24 Políticas alternativas de capacidade Política de capacidade constante A capacidade de processamento é estabelecida em um nível constante durante todo o período de planejamento, sem considerar as flutuações da previsão da demanda. 25 Políticas alternativas de capacidade Política de capacidade constante 26 Políticas alternativas de capacidade Política de acompanhamento da demanda Tenta ajustar a capacidade bem próxima dos níveis variáveis da demanda prevista. Normalmente é adotada por operações que não podem estocar sua produção, ex.: perecíveis. 27 Políticas alternativas de capacidade Política de acompanhamento da demanda Métodos para ajustar a capacidade: Horas extras e tempo ocioso: é o mais rápido e conveniente para ajustar a capacidade. Pagamento de horas extras aos funcionários, criação de bancos de horas, aumento dos custos fixos para manter a operação funcionando durante o período de hora extra. 28 Políticas alternativas de capacidade Política de acompanhamento da demanda Métodos para ajustar a capacidade: Variar o tamanho da força de trabalho: contratar e demitir funcionários. Custos de contratação, tempo para aprendizagem e custos de dispensa. Usar pessoal em tempo parcial: recrutamento de pessoas para trabalhar em tempo parcial. Muito usado em supermercados, restaurantes e fast food. 29 Políticas alternativas de capacidade Política de acompanhamento da demanda Métodos para ajustar a capacidade: Subcontratação: em períodos de alta demanda, uma operação pode comprar capacidade de outras organizações. A subcontratação pode ser muito dispendiosa. Gerenciar a demanda: alterar a demanda por meio do preço.Mais aplicada na gestão da demanda. Menos comum para produtos do que para serviços. 30 Políticas alternativas de capacidade Política de acompanhamento da demanda Métodos para ajustar a capacidade: Produtos e serviços alternativos: quando há a necessidade de preencher períodos de baixa demanda, pode-se criar serviços e produtos alternativos. Ex.: locações de auditórios de universidades para empresas realizarem congressos, durante as férias dos alunos. 31 Planejamento da capacidade como uma questão de fila Todas as organizações que processam fluxos (sejam de pessoas, materiais ou informações) e que estão sujeitas a alguma restrição de capacidade de recursos, encaram o problema de filas de espera. Se são fluxos de materiais, as filas recebem o nome de “estoques em processo” ou “estoque aguardando processamento”. Se são fluxos de pessoas, são as filas que os clientes convivem em diversas operações. 32 Tipos de sistemas de filas Sistema de estágios múltiplos: são sistemas em que os elementos de fluxo (pessoas, informações ou materiais) que estão sendo processados têm de ser atendidos em estágios múltiplos e sequenciais. Sistema de estágio único: há uma estação de serviço atendendo a um fluxo em um único estágio. Podem ter um único servidor ou múltiplos servidores paralelos. Podem ser de quatro tipos. 33 Tipos de sistemas de filas 34 Alguns aspectos importantes quanto à administração de filas Existência de filas é mau sinal sob a ótica do cliente e bom sinal sob a ótica estrita da utilização de recursos; Deve-se olhar a fila sob a ótica do consumidor para entender suas expectativas, percepções e angústias; A espera, normalmente, é tolerável em horários de pico, mas não a qualquer momento; A prioridade no atendimento deve ser percebida como justa; 35 Alguns aspectos importantes quanto à administração de filas Observar as condições nas quais o cliente terá que esperar; Pensar em meios de distrair o cliente para reduzir sua sensação de espera; Tentar reduzir a aleatoriedade do processo de chegada utilizando sistemas, como o de reservas; Oferecer pontos de atendimento diferenciados para tipos específicos de serviços. 36
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