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Anestesiologia1Anestsicoslocaisevasoconstritores_20190826204842

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ANESTESIOLOGIA ODONTOLÓGICA:
ANESTÉSICOS LOCAIS E 
VASOCONSTRITORES
PROF. DRA DANIELA ALVES
• Discutir sobre a importância da consulta inicial
em Odontologia
• Relembrar os mecanismos fisiológicos de
transmissão do impulso nervoso
• Conhecer o mecanismo de ação dos
anestésicos locais, constituintes das soluções
anestésicas locais, suas indicações e contra
indicações, além do cálculo das doses
máximas, critérios para escolha
• Compreender a ação dos vasoconstritores nas
soluções anestésicas locais, indicação e
contra indicações, critérios de escolha
OBJETIVOS
A IMPORTÂNCIA DA CONSULTA ODONTOLÓGICA INICIAL
A anamnese é a base da consulta odontológica, tem como objetivo coletar 
informações para formar hipóteses diagnósticas, além de permitir ao CD 
delinear o perfil do paciente que será tratado sob sua responsabilidade
O CD deve sempre dirigir a anamnese:
• Você é portador de alguma doença sistêmica?
• Como está o controle atual da doença?
• Você faz uso diário de algum medicamento?
• Você tomou sua medicação hoje?
• Você passou por alguma complicação recente?
• Você possui alergia a alguma substância ou medicamento?
A IMPORTÂNCIA DA CONSULTA ODONTOLÓGICA INICIAL
O CD deve realizar o exame físico geral e local do paciente, observando-o 
e explorando os sinais presentes através da inspeção, palpação, 
percussão, auscultação 
A avaliação dos sinais vitais também deve fazer parte do exame físico 
geral na consulta odontológica inicial. Essa conduta demonstra que 
precauções quanto à segurança estão sendo tomadas, valorizando a 
relação de confiança entre paciente e profissional
IDADE BPM
BEBÊS 100-170
CRIANÇAS 2-10 ANOS 70-120
CRIANÇAS > 10 ANOS E ADULTOS 60-100
FREQUÊNCIA CARDÍACA (FC), EM REPOUSO, EM FUNÇÃO DA IDADE
IDADE FR/MIN
BEBÊS 30-40
1-2 ANOS 25-30
2-8 ANOS 20-25
8-12 ANOS 18-20
ADULTOS 14-18
FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA (FR), EM REPOUSO, EM FUNÇÃO DA IDADE
Pressão arterial sistólica, 
diastólica (mmHg)
JNC7 2017 ACC/AHA
< 120 e < 80 PA normal PA normal
120–129 e < 80 Pré-hipertensão PA elevada
130–139 ou 80–89 Pré-hipertensão Hipertensão estágio 1
140–159 ou 90–99 Hipertensão estágio 1 Hipertensão estágio 2
≥ 160 ou ≥100 Hipertensão estágio 2 Hipertensão estágio 2
CLASSIFICAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL, EM ADULTOS, SEGUNDO A 
NOVA DIRETRIZ (AHA, 2017)
CLASSIFICAÇÃO DO PACIENTE COM BASE NO ESTADO FÍSICO, PELO SISTEMA ASA,
COM ADAPTAÇÕES PARA A CLÍNICA ODONTOLÓGICA (MODIFICADO)
ASA I – Paciente saudável que, de acordo com a história médica, não apresenta anormalidade. Mostra pouca
ou nenhuma ansiedade, sendo capaz de tolerar muito bem o estresse ao tratamento dental, com risco mínimo
de complicações.
ASA II – Paciente portador de doença sistêmica moderada ou de menor tolerância que o ASA I, por
apresentar maior grau de ansiedade ao tratamento odontológico. Pode exigir certas modificações no plano de
tratamento, para cada caso particular (exemplo: sedação por meios farmacológicos, posicionamento na
cadeira odontológica, menor duração das sessões de atendimento etc.). Apesar de algumas precauções, o
paciente ASA II apresenta risco mínimo de complicações durante o atendimento. A troca de informações com
os médicos é recomendável. As condições para que os pacientes sejam incluídos nesta categoria são:
- Ansiedade aguda, com história de episódios de alteração da consciência, mal-estar geral ou desmaio em
tratamentos odontológicos anteriores;
- Obesidade moderada;
- Primeiros dois trimestres da gestação;
- Hipertensão arterial controlada com medicação;
- Diabetes tipo II controlada por meio de dieta, exercícios e medicamentos;
- Desordens convulsivas, com uso contínuo de medicação anticonvulsivante e sem apresentar complicações
recentes;
- Asma brônquica, com uso ocasional de bronco dilatador em aerossol;
- Tabagismo, sem apresentar doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC);
- Angina estável, assintomática, exceto em extremas condições de estresse;
- Infarto do miocárdio, ocorrido há mais de seis meses, sem apresentar sintomas.
Maloney WJ, Weinberg MA. Implementation of the American Society of Anesthesiologists Physical Status Classification System in Periodontal Practice. Journal of 
Periodontology 2008;79(7):1124-6.
ASA III – Paciente portador de doença sistêmica severa, que limita suas atividades.
Geralmente, exige algumas modificações no plano de tratamento, sendo imprescindível a troca
de informações com o médico. O tratamento odontológico eletivo não está contraindicado,
embora este paciente represente um maior risco durante o atendimento. São exemplos de ASA
III:
- Obesidade mórbida;
- Último trimestre da gestação;
- Diabetes tipo I (insulinodependente), com a doença controlada;
- Hipertensão arterial, com níveis pressóricos situados na faixa de 160-194 a 95-99 mm Hg;
- Episódios frequentes de angina de peito, com sintomas após exercícios leves;
- Insuficiência cardíaca congestiva, com edema de tornozelos;
- Doença pulmonar obstrutiva crônica (enfisema ou bronquite crônica);
- Episódios frequentes de convulsão ou crise asmática;
- Pacientes sob quimioterapia;
- Hemofilia;
- Infarto do miocárdio, ocorrido há mais de seis meses, mas ainda com sintomas, como dor no
peito ou falta de ar.
Maloney WJ, Weinberg MA. Implementation of the American Society of Anesthesiologists Physical Status Classification System in Periodontal Practice. Journal of 
Periodontology 2008;79(7):1124-6.
ASA IV – Paciente acometido de doença sistêmica severa, sob constante risco de morte. Ou
seja, apresenta problemas médicos de extrema importância para o planejamento do tratamento
odontológico. Sempre que possível, os tratamentos eletivos devem ser postergados até que a
condição médica do paciente permita enquadrá-lo na categoria ASA III. As urgências
odontológicas, como dor e infecção, devem ser tratadas da maneira mais conservadora que a
situação permita. Quando houver indicação inequívoca de uma pulpectomia ou exodontia, a
intervenção deve ser efetuada em ambiente hospitalar, com a devida supervisão médica. São
classificados nesta categoria:
- Pacientes com dor no peito ou falta de ar enquanto sentados, sem atividade;
- Incapazes de andar ou subir escadas;
- Pacientes que acordam durante a noite com dor no peito ou falta de ar;
- Pacientes com angina que estão piorando, mesmo medicados;
- História de infarto do miocárdio ou de acidente vascular encefálico, no período dos últimos
seis meses, com pressão arterial acima de 200/100 mm Hg;
- Pacientes que necessitam da administração suplementar de oxigênio, de forma contínua.
Maloney WJ, Weinberg MA. Implementation of the American Society of Anesthesiologists Physical Status Classification System in Periodontal Practice. Journal of 
Periodontology 2008;79(7):1124-6.
ASA V – Paciente em fase terminal, cuja expectativa de vida não é maior do que 24 horas, com ou
sem cirurgia planejada, invariavelmente hospitalizado. Nesta classe de pacientes, os procedimentos
odontológicos eletivos estão contraindicados e as urgências odontológicas podem receber tratamento
paliativo, como no caso de dor. Pertencem à categoria ASA V:
- Pacientes com falência renal, doença hepática ou doenças infecciosas em estágio final;
- Pacientes com câncer terminal.
ASA VI – Pacientes com morte cerebral declarada, cujos órgãos serão removidos com propósito de
doação. Não se aplica à clínica odontológica.
OBS: O cirurgião-dentista deverá estar preparado para reconhecer e instituir medidas de pronto
atendimento nas diferentes situações de emergência. É desejável que esteja habilitado a executar as
manobras de suporte básico de vida (SBV) e de reanimação cardiopulmonar (RCP), bem como
manusear equipamentos auxiliares, administrar soluções injetáveise instituir outras medidas de
suporte.
Maloney WJ, Weinberg MA. Implementation of the American Society of Anesthesiologists Physical Status Classification System in Periodontal Practice. Journal of 
Periodontology 2008;79(7):1124-6.
Anestésicos Locais
“Dor é uma experiência sensorial e emocional 
desagradável,
associada a lesões reais ou potenciais
ou descrita em termos de tais lesões”
(IASP)
Ai!
gânglios das
raízes dorsais
Estimulo
Nociceptivo
Córtex SS
Integração 
e 
percepção 
da 
sensação 
dolorosa
Via
Aferente nociceptiva
Ascendente 
Excitatória
Trato espinotalâmico
Vias de projeção central ao tálamo
Tálamo 
SP, 
Glutamato, 
CGRP
* Estímulos nocivos térmicos, mecânicos ou
químicos intensos diretos no nociceptor
* Destruição ou lesão do tecido
Liberação de mediadores químicos envolvidos no
processo álgico (histamina, prostaglandinas,
bradicinina, ETC).
Interação com nociceptores periféricos.
Transmissão do estímulo doloroso através de
neurônios sensoriais por tratos ascendentes até o
córtex somatosensorial.
Percepção da dor.
G
E
R
A
Ç
A
O
D
A
D
O
R
Os estímulos mecânicos, térmicos,
químicos intensos induzem a ativação
de canais de sódio das membranas
dos neurônios sensoriais, permitindo o
influxo do íon no neurônio –
DESPOLARIZAÇÃO
A despolarização representa a
transmissão do impulso, e é seguida
pela abertura de canais lentos de
potássio, permitindo o efluxo desse
íons do neurônio, com o retorno do
potencial de membrana a valores
negativos – REPOLARIZAÇÃO E
HIPERPOLARIZAÇÃO.
Os anestésicos locais (AL) são agentes que 
causam redução da sensibilidade, através do
bloqueio reversível da 
condução nervosa, quando aplicados 
a uma região circunscrita do corpo, sem perda 
da consciência. Após sua remoção, há retorno 
completo e espontâneo da transmissão.
ANESTESIA = AN (SEM, PREFIXO DE NEGAÇÃO); AISTHETOS (SENSAÇÃO)
Mecanismo de ação
Interação com receptores específicos nos canais de sódio voltagem 
dependentes, bloqueando os canais e a entrada de sódio após um 
estímulo. Bloqueiam a condução nas fibras nervosas de pequeno 
diâmetro (fibras a-delta e fibras C, nociceptivas) mais rapidamente. 
As fibras motoras (a-alfa, a-beta) são mais resistentes
Histórico
• Insensibilidade de lábios e
língua observados por índios Sul
americanos há séculos
• 1860 Isolado o princípio ativo
das folhas de Coca (cocaína)
• 1880’ Estudo das propriedades
da cocaína no SNC por Sigmund
Freud
• 1884 Karl Koller (oftalmologia)
comprova os efeitos anestésicos
locais da cocaína
• 1904 Procaína protótipo dos AL.
• 1943 Lidocaína (Lofgren).
COCAÍNA
Ações clinicamente desejadas: 
bloqueio da condução nervosa e 
vasoconstrição.
• Potencial toxicidade (muito 
estimulante do SNC) e alto risco de 
induzir dependência e abuso
• Impulsionou a busca por novas 
substâncias anestésicas locais, sem 
seus inconvenientes
ANESTÉSICOS LOCAIS – ESTRUTURA QUÍMICA
Porção lipofílica Porção hidrofílica
RELAÇÃO 
ESTRUTURA ATIVIDADE
➢GRUPO AROMÁTICO –
PROPRIEDADES LIPOFÍLICAS.
➢CADEIA INTERMEDIÁRIA –
SEPARAÇÃO ESPACIAL ENTRE
AS DUAS EXTREMIDADES E 
DEFINE A CLASSIFICAÇÃO:
ÉSTERES E AMIDAS.
➢EXTREMIDADE AMINOTERMINAL
SECUNDÁRIA OU TERCIÁRIA –
HIDROSSOLUBILIDADE.
• São bases fracas: (pKa de 8-9) pouco
solúveis em água. Em combinação com
ácidos, são apresentadas na forma de
cloridrato (sais) para melhorar a
solubilidade e aumentar a estabilidade
em meio aquoso.
• No tubete apresentam pH em torno de
4,5-6,0. Quando injetadas em pH 7,4
ocorre tamponamento ácido e liberação
da base não ionizada do anestésico.
• Quando o pH do meio está muito ácido,
as bases se tornam ionizadas, menos
lipossolúveis e com menor ação no
nervo.
Anestésicos Locais – É a forma não ionizada 
que atravessa as membranas para fazer o efeito 
• Os ésteres são mais alergênicos
(metabólito é o PABA), mais instáveis,
sofrem rápida hidrólise por esterases
no plasma e tecidos, com menor
duração do efeito. Estão em desuso
na Odontologia, sendo usadas
apenas como anestésicos tópicos.
• As amidas são mais estáveis, menos
alérgenas, sofrem biotransformação
hepática, com duração do efeito
maior. São as mais usadas
atualmente.
Aspectos Farmacocinéticos
– Penetração: Lipossolubilidade/pH do meio/Concentração do AL.
• Em tecidos inflamados (ambiente + ácido), o AL tende à forma ionizável
(hidrossolúvel), não permeável. Observa-se menor efeito anestésico em
tecidos inflamados.
– Absorção: Alta principalmente em mucosas.
• Agentes vasoconstritores (adrenalina, noradrenalina, fenilefrina, etc)
diminuem a absorção, diminuem efeitos tóxicos sistêmicos, aumenta o
tempo de ação no local e reduz a dose necessária, além de reduzir o
sangramento.
– Distribuição: Órgão de maior perfusão.
• Saída da corrente sanguínea: lipossolubilidade e ligação às proteínas
plasmáticas.
– Biotransformação: Através de hidrólise enzimática
• AL do tipo éster: rápida biotransformação por esterases plasmáticas e
hepáticas. AL do grupo amida são metabolizados principalmente no
fígado
Efeitos colaterais e Tóxicos gerais: decorrentes 
geralmente de erro na técnica de injeção
• SNC:
Atua tanto sobre neurônios inibitórios quanto sobre excitatórios.
Maior afinidade para os neurônios inibitórios geram inicialmente sintomas
excitatórios (Confusão mental, agitação, tremores, convulsão), quando a
concentração aumenta também age em neurônios excitatórios gerando
sintomas de inibição do SNC (Inconsciência, coma, depressão respiratória,
morte).
• Cardiovascular:
Depressão miocárdia (reduz força de contração – lidocaína tem efeito
antiarrítmico) e vasodilatação, podendo causar queda de PA (exceção é a cocaína
que gera vasoconstrição e aumenta frequencia cardíaca).
• Hematológicos:
Observados com o uso da Prilocaína ou Mepivacaína em altas doses, podendo
converter a hemoglobina em metahemoglobina (menor transporte de oxigênio)
CONTEÚDO DAS SOLUÇÕES ANESTÉSICAS
• APRESENTAÇÃO EM TUBETES DE 1,8 ML
• SAL ANESTÉSICO: PRILOCAÍNA
LIDOCAÍNA.
MEPIVACAÍNA
ARTICAÍNA
BUPIVACAÍNA
• VASOCONSTRITOR: ADRENALINA 
NORADRENALINA
LEVONORDEFRINA
FENILEFRINA
FELIPRESSINA
• ESTABILIZANTES: BISSULFITO DE SÓDIO (antioxidante, impede a degradação 
do vasoconstritor pelo oxigênio)
METILPARABENO (bacteriostático, indutor de alergia, seu uso 
não se justifica em tubetes de uso único)
• VEÍCULO: SOLUÇÃO AQUOSA ISOTÔNICADE NaCl 0,9%
Um bom agente anestésico local deve apresentar:
• baixa toxicidade sistêmica;
• não ser irritante aos tecidos
• não causar lesão permanente às estruturas nervosas.
• tempo para início da anestesia (latência) deve ser o
mais curto possível
• duração de ação suficiente para a realização do
procedimento cirúrgico, com ação reversível
(Faria; Marzola, 2001; Malamed, 2004)
Sais anestésicos
Lidocaína
A lidocaína é considerada o anestésico padrão em Odontologia, com o qual
todos os outros anestésicos são comparados. Foi o primeiro agente
anestésico do grupo amida a ser sintetizado, em 1943 por Lofgren.
É encontrada comercialmente principalmente na concentrações de 2%,
associada geralmente à epinefrina, norepinefrina, fenilefrina ou sem
vasoconstrictor.
Possui ação vasodilatadora, que promove rápida eliminação do local da
injeção. Por isso, não há indicação de lidocaína 2% sem vasoconstritor em
Odontologia.
Inicio da ação de 2 a 3 minutos. Quando associada a vasoconstritor,
proporciona em torno de 60 minutos de anestesia pulpar e até 180
minutos em tecidos moles.
Metabolizada no fígado, eliminadapelos rins. Tempo de meia vida=1,6 h.
Dose máxima: 4,4 mg/Kg até o máximo de 300 mg.
Exemplo de cálculo da dose máxima e número de tubetes de solução de 
lidocaína 2%, por sessão, para adultos e crianças ASA I
LIDOCAÍNA 2% = 20 mg/ml
2 g do sal --------- 100 ml solução
2000 mg ----------- 100 ml
20 mg/ml 
Em 1 tubete há 1,8 ml 
Então: 20 mg x 1,8 = 36 mg de lidocaína em 1 tubete.
DOSE MÁXIMA:
4,4 MG/KG
Dose máxima para criança de 20 Kg: 20 x 4,4 = 88 mg
88÷36 = 2,4 tubetes
Dose máxima para adulto de 60 Kg: 60 x 4,4 = 264 mg
264÷36 = 7,3 tubetes
Dose máxima para adulto de 100 Kg: 100 x 4,4 = 440 mg (porém a dose 
máxima é 300 mg), então 300÷36 = 8,3 tubetes
Prilocaína
Sintetizada pela primeira vez em 1953 por Lofgren e Tegnér, tendo sido descrita
apenas em 1960.
Apresenta uma potência anestésica pouco menor que da lidocaína e um início de
ação por volta de 2 a 4 minutos. Duração de 60 min (pulpar) e 180 min (tec
moles)
A concentração odontológica eficaz é de 3% ou 4% e possui menor atividade
vasodilatadora.
Comercialmente, só é encontrado na concentração 3% e tendo a felipressina como
vasoconstrictor. É contra indicada em gestantes.
É metabolizado mais rapidamente, no fígado e pulmões, e eliminada pelos rins.
Tempo de meia vida=1,6 h.
Menos tóxica que a lidocaína e mepivacaína, mas em caso de superdosagem,
pode aumentar níveis de meta hemoglobina no sangue (cuidado com pacientes
com deficiência de oxigenação).
Dose máxima: 6 mg/Kg, até o máximo de 400 mg.
Exemplo de cálculo da dose máxima e número de tubetes de solução de 
prilocaína 3%, por sessão, para adultos e crianças ASA I
PRILOCAÍNA 3% = 30 mg/ml
3 g do sal --------- 100 ml solução
3000 mg ----------- 100 ml
30 mg/ml 
Em 1 tubete há 1,8 ml 
Então: 30 mg x 1,8 = 54 mg de prilocaína em 1 tubete.
DOSE MÁXIMA:
6 MG/KG
Dose máxima para criança de 20 Kg: 20 x 6 = 120 mg
120÷54 = 2,2 tubetes
Dose máxima para adulto de 60 Kg: 60 x 6 = 360 mg
360÷54 = 6,6 tubetes
Dose máxima para adulto de 100 Kg: 100 x 6 = 600 mg (porém a dose máxima 
é 400 mg), então 400÷54 = 7,4 tubetes
Mepivacaína
É amplamente utilizada no campo odontológico, sendo classificada como um 
anestésico de duração intermediária. 
Foi preparada por A. F. Ekenstam, em 1957 e introduzida na odontologia em 
1960. 
Apresenta potência e toxicidade maior que a lidocaína, tendo o seu início da 
ação por volta de 1 ½ a 2 minutos. Duração de 60 min (pulpar) e 2 a 4 h 
(tec moles)
Sofre biotransformação hepática, eliminado pelos rins, meia vida=1,9 h.
Produz pouca ação vasodilatadora, então consegue ter um tempo maior de 
anestesia do que os outros anestésicos sem o uso do vasoconstrictor. Deve 
ser evitada em gestantes e crianças (risco de metahemoglobinemia)
A concentração odontológica eficaz é de 2% (com vasoconstritor) e de 3% 
(sem vasoconstritor). Associada a adrenalina, noradrenalina ou levonordefrina
Dose máxima: 4,4 mg/Kg, até o máximo de 300 mg
Exemplo de cálculo da dose máxima e número de tubetes de solução de 
mepivacaína 2%, por sessão, para adultos e crianças ASA I
MEPIVACAÍNA 2% = 20 mg/ml
2 g do sal --------- 100 ml solução
2000 mg ----------- 100 ml
20 mg/ml 
Em 1 tubete há 1,8 ml 
Então: 20 mg x 1,8 = 36 mg de mepivacaína em 1 tubete.
DOSE MÁXIMA:
4,4 MG/KG
Dose máxima para criança de 20 Kg: 20 x 4,4 = 88 mg
88÷36 = 2,4 tubetes
Dose máxima para adulto de 60 Kg: 60 x 4,4 = 264 mg
264÷36 = 7,3 tubetes
Dose máxima para adulto de 100 Kg: 100 x 4,4 = 440 mg (porém a dose 
máxima é 300 mg), então 300÷36 = 8,3 tubetes
Articaína
A articaína foi aprovada para uso nos Estados Unidos em abril de 2000, tendo 
como nome comercial Steptocaine 4% com 1:100.000 de epinefrina. 
Inicio rápido de ação (1-3 minutos). Potencia 1,5 maior que lidocaína.
Toxicidade semelhante à lidocaína. Duração média de 180 min (pulpar)
Apesar de ser do grupo amida, é metabolizada por colinesterases plasmáticas, 
gerando metabólito inativo e inerte, sendo eliminada rapidamente pelos rins. 
Por isso, é adequada para idosos e pacientes com disfunção hepática ou renal.
Tempo de meia vida menor= 1 h
Concentração ideal: 4%
Dose máxima: 7 mg/Kg, até o máximo de 500 mg
Exemplo de cálculo da dose máxima e número de tubetes de solução de 
articaína 4%, por sessão, para adultos e crianças ASA I
ARTICAÍNA 4%= 40 mg/ml
4 g do sal --------- 100 ml solução
4000 mg ----------- 100 ml
40 mg/ml 
Em 1 tubete há 1,8 ml 
Então: 40 mg x 1,8 = 72 mg de articaína em 1 tubete.
DOSE MÁXIMA:
7 MG/KG
Dose máxima para criança de 20 Kg: 20 x 7 = 140 mg
140÷72 = 1,9 tubetes
Dose máxima para adulto de 60 Kg: 60 x 7 = 420 mg
420÷72 = 5,8 tubetes
Dose máxima para adulto de 100 Kg: 100 x 7 = 700 mg (porém a dose máxima 
é 500 mg), então 500÷72 = 6,9 tubetes
Cloridrato de Bupivacaína
Apresenta 5 X mais potência e 4 X mais toxicidade absoluta do que a lidocaína, mas
tem toxicidade relativa menor, pois é usada em menores concentrações.
Encontrado na concentração de 0,5% (com ou sem vasoconstritor)
Inicia sua ação por volta de 6 a 10 minutos. É anestésico de longa duração, e a
anestesia pode persistir de 4 a 9 horas.
Metabolizado no fígado, eliminada pelos rins. Meia vida=2,7 h.
Os estudos sobre sua toxicidade mostram que ocorrem devido à superdosagem ou
por injeção acidental do anestésico nos vasos sanguíneos, não sendo essas reações
diferentes das que ocorrem com os outros anestésicos locais.
Não é recomendada para < 12 anos pelo risco de mordedura lábios e língua,
gestantes, idosos, hepatopatas, nefropatas.
É mais útil para controle da dor pós operatória apenas nas primeira horas pois parece
aumentar as concentrações de PGE2 24 h após procedimento, no local da aplicação,
aumentando a intensidade da dor.
Dose máxima = 1,3 mg/Kg até o máximo de 90 mg
Exemplo de cálculo da dose máxima e número de tubetes de solução de 
bupivacaína 0,5 %, por sessão, para adultos e crianças ASA I
BUPIVACAÍNA 0,5% = 5 mg/ml
0,5 g do sal --------- 100 ml solução
500 mg ----------- 100 ml
5 mg/ml 
Em 1 tubete há 1,8 ml 
Então: 5 mg x 1,8 = 9 mg de mepivacaína em 1 tubete.
DOSE MÁXIMA:
1,3 MG/KG
Dose máxima para criança de 20 Kg: 20 x 1,3 = 26mg
26÷9 = 2,8 tubetes - NÃO É INDICADO EM CRIANÇAS
Dose máxima para adulto de 60 Kg: 60 x 1,3 = 78 mg
78÷9 = 8,6 tubetes
Dose máxima para adulto de 100 Kg: 100 x 1,3 = 130 mg (porém a dose 
máxima é 90 mg), então 90÷9 = 10 tubetes
Benzocaína
Único anestésico do grupo éster
disponível no Brasil. Empregado apenas
como anestésico tópico.
Na concentração 20% promove anestesia
da mucosa superficial após 2 minutos.
Diminuindo a dor à punção da agulha.
Embora as reações alérgicas a
anestésicos locais sejam raras, sua maior
incidência é com o uso de ésteres. Por
isso , não é muito utilizada.
Vasoconstritores
Todos os anestésicos locais possuem ação vasodilatadora, que
promove sua rápida absorção para a corrente sanguínea, limitando o
tempo de duração da anestesia e aumentando o risco de toxicidade.
A associação de vasoconstritores a anestésicos locais possibilita
que o sal anestésico permaneça por mais tempo no local da injeção,
em contato com as fibras nervosas, prolonga a duração da anestesia,
reduz o risco de toxicidade e ainda produz hemostasia, pela redução
do calibre dos vasos, reduzindo o sangramento em procedimentos
cirúrgicos.
CLASSIFICAÇÃO DOS VASOCONSTRITORES
AMINAS SIMPATICOMIMÉTICA
• EPINEFRINA (ADRENALINA)
• NOREPINEFRINA (NORADRENALINA)
• CORBADRINA (LEVONORDEFRINA)
• FENILEFRINA
FELIPRESSINA
ATUAM COMOAGONISTAS DE 
RECEPTORES ALFA E BETA 
ADRENÉRGICOS. A AÇÃO 
VASOCONSTRITORA É EXERCIDA PELA 
INTERAÇÃO COM RECEPTORES ALFA 1
ANÁLOGO SINTÉTICO DA 
VASOPRESSINA (ADH). 
PROVOCA VASOCONSTRIÇÃO 
POR SUA AÇÃO EM 
RECEPTORES V1 DA 
VASOPRESSINA, COM MAIS 
EFEITO NA MICROCIRCULAÇÃO 
VENOSA DO QUE NA 
ARTERIOLAR. POR ISSO TEM 
MENOR EFEITO SOBRE A 
HEMOSTASIA.
EPINEFRINA: É o vasoconstritor mais utilizado no mundo. É o agente de primeira
escolha para a maioria dos procedimentos odontológicos na maioria dos
pacientes, incluindo crianças, gestantes e idosos.
A epinefrina tem afinidade por receptores alfa 1 dos vasos das redes arteriolar e
venosa, promovendo vasoconstrição. Ao ser absorvida, também interage com
receptores beta no coração (aumento da força e frequência cardíacas). Pode
provocar também dilatação das artérias coronárias e grandes vasos, aumentando
o fluxo sanguíneo para o miocárdio. Em pacientes com doenças cardiovasculares
a dosagem de epinefrina deve ser reduzida.
Concentrações disponíveis:
1:50000 (1 g:50000 ml) – Maior concentração, provoca isquemia intensa e pode 
gerar vasodilatação rebote, com perda de sangue após a cirurgia.
1:100000 (1 g:100000ml) – É a mais indicada. 
1:200000 (1 g: 200000 ml) – Possui menor concentração de epinefrina
Epinefrina 1:100000 
1g de epinefrina em 100.000 ml de solução
1000 mg -------- 100000 ml
1 mg -------------- 100 ml
0,01 mg/ml ------ 0,018 mg/tubete (1,8 ml)
Dose máxima segura
• Pacientes saudáveis: 0,2 mg por sessão (equivale a 11 tubetes de 1,8 ml à
concentração de 1:100000
• Pacientes com doença cardíaca (ASA III ou ASA IV): 0,04 mg (equivale a 2
tubetes à concentração de 1:100000)
Pode elevar a glicemia. Evitar em pacientes diabéticos descompensados.
NOREPINEFRINA: Atua em receptores alfa e beta, com predomínio
em receptores alfa (90%). Não apresenta nenhuma vantagem sobre a
epinefrina e a maioria dos relatos de reações adversas a
vasoconstritores ocorre com o uso de norepinefrina, como cefaleias
intensas, elevação de pressão arterial, necrose e descamação
tecidual.
Em função disso, seu uso em Odontologia está sendo abolido.
CORBADRINA OU LEVONORDEFRINA: Atua estimulando diretamente
receptores alfa (75%) e beta (25%). Possui menor atividade vasopressora e
não apresenta nenhuma vantagem sobre a epinefrina
Dose máxima: 1 mg por consulta para qualquer paciente (11 tubetes)
Concentrações disponíveis:
1: 20000
1 g ------------ 20000 ml
1000 mg -------20000 ml
1 mg ----------- 20 ml
0,05 mg/ml ------------0,09 mg/tubete
FENILEFRINA: Vasoconstritor sintético. É um alfa estimulador, com pequena
atividade em receptores beta. Na concentração empregada, promove
vasoconstrição prolongada. Os efeitos adversos, quando na sobredosagem,
também são mais duradouros. Não apresenta vantagem sobre epinefrina.
Dose máxima: 4 mg por consulta para pacientes saudáveis (5,5 tubetes) e de
1,6 mg para pacientes ASA III e ASA IV (2 tubetes)
Concentrações disponíveis:
1: 2500
1 g ------------ 2500ml
1000 mg -------2500 ml
1 mg ----------- 2,5 ml
0,4 mg/ml ------------0,720 mg/tubete
FELIPRESSINA (OCTAPRESSINA): Vasoconstritor sintético análogo da
vasopressina (ADH). Por sua semelhança com a ocitocina, pode induzir
contrações uterinas, sendo contra indicada para grávidas. Não possui
efeitos sobre o miocárdio e influencia pouco a pressão arterial. Presente em
soluções em que o sal anestésico é a Prilocaína.
Dose máxima: 0,27 UI por consulta para pacientes ASA III e ASA IV (5
tubetes). Em pacientes saudáveis, a dose máxima é maior.
Concentrações disponíveis:
0,03 UI/ml
0,054 UI/tubete 
Articaína Epinefrina 
• As soluções anestésicas locais de uso odontológico apresentam grande
margem de segurança clínica. Reações alérgicas graves são muito raras,
principalmente com a utilização de anestésicos do grupo amida.
• As principais causas de efeitos adversos graves são a sobredosagem
absoluta (injeção de um volume excessivo de anestésico) ou sobredosagem
relativa (injeção de doses adequadas, porém dentro do vaso sanguíneo).
• A sobredosagem de vasoconstritores é menos comum, mas pode gerar
aumento brusco da PA e hemorragias intracranianas
• É muito importante que o profissional conheça as doses máximas 
dos sais anestésicos, realize a injeção somente após aspiração 
negativa e de forma lenta (1 ml/minuto), ou seja, aproximadamente 
90 segundos para cada tubete
Doses máximas para os anestésicos locais disponíveis no Brasil
(Sem vaso)
OBS:
• Não há necessidade de utilizar mais que 3 tubetes de bupivacaína na prática
• Em pacientes com ICC, insuficiências respiratórias ou sanguíneas, reduzir a dose
de prilocaína para 2,5 mg/Kg.
• O fator limitante para a dose máxima é o sal anestésico, e não o
vasoconstritor, exceto para epinefrina 1:50000 e fenilefrina 1:2500, cujo
máximo total é de 5,5 tubetes.
CONTRAINDICAÇÕES DO USO DA EPINEFRINA
Há poucas contra indicações à administração de vasoconstritores nas concentrações de 
uso em Odontologia, sendo necessário avaliar o risco e os benefícios de seu uso. 
• Hipertensão (PA sistólica >160 mmHg ou diastólica > 100 mmHg)
• História de IAM, sem liberação para atendimento odontológico
• Período < 6 meses após AVE
• Cirurgia recente de ponte de artéria coronária ou instalação de stents
• Angina do peito instável
• Insuficiência cardíaca congestiva não controlada
• Hipertireoidismo não controlado
• Feocromocitoma
• História de alergia a sulfitos
• Pacientes em uso contínuo de anfetaminas
• Usuários de drogas ilícitas como cocaína, crack, metanfetaminas, ecstasy)
CRITÉRIOS DE ESCOLHA DA SOLUÇÃO ANESTÉSICA
Avaliar a condição sistêmica do paciente, e considerar o tempo de duração da 
anestesia e grau de hemostasia exigidos para cada procedimento. Há várias 
opções de soluções anestésicas que podem ser utilizadas: 
Procedimentos de curta e média 
duração que demandem anestesia 
pulpar > 30 minutos
• Lidocaína 2% com epinefrina 
1:100000
• Mepivacaína 2% com epinefrina 
1:100000
• Articaína 4% com epinefrina 
1:100000
• Prilocaína 3% com felipressina
0,03UI/ml
Procedimentos mais invasivos ou de 
maior tempo de duração (tratamento 
endodôntico, exodontias, implantes, 
enxertos, etc)
• Lidocaína 2% com epinefrina 1:100000
• Articaína 4% com epinefrina 1:100000 
ou 1:200000
• Bupivacaína 0,5% com epinefrina 
1:200000 
CRITÉRIOS DE ESCOLHA DA SOLUÇÃO ANESTÉSICA
Na contra indicação absoluta ao uso de epinefrina
Procedimentos de curta e média 
duração que demandem anestesia 
pulpar de até 30 minutos
• Mepivacaína 3% sem vasoconstritor
• Promove anestesia pulpar de 20 a 
40 minutos. 
Procedimentos que demandem 
anestesia pulpar com duração > 30 
minutos
• Prilocaína 3% com felipressina 0,03 
UI/ml
Situações especiais:
• Pacientes com problemas cardíacos e hipertensão controladas: Utilizar no máximo
2 tubetes de Lidocaína com epinefrina ou Mepivacaína com epinefrina (1:100000)
que é menos vasodilatador, ou Prilocaína com felipressina (influencia menos na
PA).
• Casos de hipertensão severa (PAS > 180 mmHg): não tratar no consultório,
encaminhar para atendimento hospitalar.
• Se houver contra indicação absoluta ao uso de vasoconstritores (situação rara),
usar Mepivacaína 3% sem vasoconstritor.
• Lembrar que o mais importante em pacientes saudáveis e com comprometimento
sistêmico é controlar a dor e ansiedade, que podem elevar a liberação de
catecolaminas endógenas. O uso de anestésicos sem vasoconstritor reduz a
duração da anestesia, requer suplementação, aumenta o estresse e a toxicidade.
Situações especiais:
• GESTANTES:Preferência para Lidocaína 2% com epinefrina 1:100000, no
máximo 2 tubetes. Evitar Prilocaína e Mepivacaína (risco de metahemoglobina) e
felipressina (induz contrações uterinas).
• DIABÉTICOS: Dar preferência para Prilocaína 3% + felipressina. Evitar o
vasoconstritor epinefrina pelo risco de aumento da glicemia.
• IDOSOS E PACIENTES COM DISFUNÇÃO RENAL OU HEPÁTICA: A articaína é
também metabolizada por colinesterases plasmáticas gerando metabólitos inativos
e inertes, eliminados pelos rins. É o anestésico ideal para esses pacientes.
• CRIANÇAS: Preferência por Lidocaína 2% com epinefrina 1:100000. O maior
cuidado deve ser em relação à dose, para não provocar sobre dosagem, em
função do peso corporal.
“Curar quando 
possível,
Aliviar quando 
necessário,
Consolar sempre”
Hipócrates

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