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Estudos Dirigidos 2

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Exame de Ordem 
Damásio Educacional 
XXX EXAME DA ORDEM 
 
2ª FASE DIREITO PENAL 
 
Estudo Dirigido 02 - Gabarito 
 
1. O que é tipicidade material e quais as hipóteses de exclusão? 
 
A tipicidade material corresponde à lesão material significativa a bem jurídico, ao passo que a tipicidade formal 
consiste na adequação do fato concreto ao tipo incriminador. A concepção material de tipicidade visa evitar que 
sejam atingidos fatos irrelevantes penais. 
São as hipóteses de exclusão da tipicidade material: princípio da insignificância (orienta a irrelevância penal das 
infrações à pura letra da lei penal que não revelem significativa lesão ou risco de lesão aos bens jurídicos 
tutelados) e o princípio da adequação social (conduta adequada socialmente não merece tutela penal). 
 
2. Quais os elementos integrantes da tipicidade formal? 
 
São as elementares (dados essenciais da figura típica) objetivo-descritiva (sentido é aferido pela simples 
observação) e objetivo-normativa (sentido alcançado com a realização de um juízo de valor) e a subjetiva 
(permite a compreensão da conduta típica dirigida pela vontade humana para o alcance de um fim; abrange o 
dolo, a culpa e o elemento subjetivo especial do tipo). 
 
3. Qual o conceito de dolo? 
 
Dolo é a consciência e a vontade de concretizar os elementos do tipo. Prevalece que o Brasil adotou, em relação 
ao dolo direto, a teoria da vontade (apenas tem dolo aquele que quer o resultado, que atua para alcançar o 
resultado) e, em relação ao dolo eventual, a teoria do assentimento (tem dolo aquele que, prevendo ser 
provável a ocorrência do resultado, aceita o risco de sua ocorrência). 
 
4. O que é erro de tipo essencial? De um exemplo. 
 
O erro de tipo se verifica quando o sujeito atua com uma equivocada percepção da realidade, a qual retira dele 
a capacidade de perceber que pratica determinado fato típico. 
Um exemplo de erro de tipo essencial, em sua espécie erro sobre elementar de tipo incriminador, ocorre 
quando, em temporada de caça, na qual João, na crença de ter visualizado um urso, dispara a longa distância 
contra sujeito que carrega pele de urso, vindo a matá-lo. João tem equivocada percepção da realidade acerca 
de matar alguém (pensa que mata algo), ou seja, atua em erro sobre elementar de tipo incriminador. 
 
 
 
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5. Qual o conceito de culpa? 
 
É a quebra de um dever de cuidado, causando um resultado objetivamente previsível. Está prevista no art. 18, 
II, do CP. 
 
6. O que é o princípio da confiança? 
 
O princípio da confiança está relacionado à ideia de previsibilidade objetiva e possibilita a diminuição da 
subjetividade deste conceito. Por este princípio limitador e orientador de sentido da previsibilidade objetiva, 
jamais poderá ser considerado previsível o resultado que dependa da quebra do dever de cuidado de terceiros, 
ou seja, o agente não é obrigado a prever que terceiro irá descumprir com seus deveres de cuidado. 
 
7. Qual é a teoria relativa ao concurso de pessoas? 
 
No Brasil, é adotada a teoria monista (todos os intervenientes devem responder pelo mesmo crime), conforme 
art. 29 c/c art. 30 do CP. 
 
8. Quais os requisitos do concurso de pessoas? 
 
Os requisitos para o concurso de pessoas são: (a) pluralidade de pessoas, (b) liame subjetivo e (c) relevância 
causal. Art. 29, CP. 
 
9. O que é cooperação dolosamente distinta e qual a sua consequência? 
 
A cooperação dolosamente distinta, ou colaboração em crime de menor gravidade, acontece quando a conduta 
executada difere daquela idealizada a que aderira o partícipe, ou seja, o conteúdo do elemento subjetivo do 
partícipe é diferente do crime praticado pelo autor. É uma consequência do princípio da culpabilidade, pois se 
o agente não assumiu o risco da conduta proibida não pode responder por crime doloso praticado, deve 
responder nos limites de seu dolo. Mas e ainda, se a aderência da vontade se deu apenas em relação a fato 
menos grave, não há realmente concurso de pessoas em relação ao fato mais gravoso (falta o requisito do liame 
subjetivo em relação a ele). Conforme o art. 29, § 2º, do CP, o agente que quer participar de crime menos grave 
responde, a princípio, pelas penas deste. 
 
 
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10. Qual a diferença entre autor e partícipe? O que é a teoria da acessoriedade limitada? 
 
É considerado autor aquele que tem conduta mais importante e o de conduta acessória, menos importante, é o 
partícipe. 
A teoria da acessoriedade limitada é uma das teorias que procuram limitar o alcance da acessoriedade da 
participação em relação à conduta delitiva principal. Para esta teoria, é preciso que o fato seja ao menos típico 
e antijurídico para que a participação seja punível. É a teoria adotada no Brasil.

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