Prévia do material em texto
Tecidos Fundamentais: Parênquima, Colênquima e Esclerênquima 1 – Conhecer os tipos de tecidos fundamentais; 2- Saber as características dos parênquimas, colênquimas e esclerênquimas e sua localização no vegetal; 3- Conhecer a classificação dos tecidos meristemáticos quanto a sua função; 4- Identificar os tecidos parênquima, colênquima, esclerênquima; 5- Compreender que algumas tipos de células podem se desdiferenciar e outras não; Após esta aula você deverá ser capaz de: PARÊNQUIMA COLÊNQUIMA ESCLERÊNQUIMA TECIDOS FUNDAMENTAIS ORIGEM MERISTEMAS: PROMERISTEMA PROTODERME MERISTEMA FUNDAMENTAL PROCÂMBIO EPIDERME TECIDOS FUNDAMENTAIS: PARÊNQUIMA, COLÊNQUIMA E ESCLERÊNQUIMA TECIDOS VASCULARES: XILEMA E FLOEMA PRIMÁRIOS Tecidos Primários Meristema Apical caulinar Meristema Apical radicular Parênquima PARÊNQUIMA Do grego: para = ao lado de; enchein = vazar, derramar Caracterização geral: Células vivas Paredes finas e pectocelulósicas Formato poliédrico Meatos – espaços intercelulares fisiologia e morfologia variáveis Principais características: - Células de formato variado (poliédricas, até 14 facetas) - Presença de espaços intercelulares - meatos - Paredes delgadas (hemicelulose, celulose e substâncias pécticas) - Normalmente com presença somente da parede 1a - Presença da parede 2a (deposição de lignina) entre os feixes do xilema 2a e parênquima medular - Presença de plasmodesmos e pontuações - Fisiologicamente ativa - É o tecido mais abundante - Encontrado em todos os órgãos do vegetal PARÊNQUIMA células isodiamétricas RAIZ Sistema caulinar Sistema radicular ÁPICE RADICULAR ÁPICE CAULINAR OCORRÊNCIA Pode ser considerado precursor de todos os outros tecidos Funções Fotossíntese Respiração Preenchimento Reserva Cicatrização de lesões Armazenamento Excreção Conteúdo: Varia conforme a atividade metabólica exercida, podendo ser encontrados materiais sólidos ou dissolvidos em seu protoplasma. Formas não-dissolvidas: Cristais, taninos, óleos, amido. Formas dissolvidas: Carboidratos, proteínas, sais solúveis. PARÊNQUIMA Desenvolvimento: relativamente indiferenciadas morfologia e fisiologia pouco especializada podem alterar ou combinar funções CAPACIDADE DE DESDIFERENCIAR TIPOS DE PARÊNQUIMA O conteúdo e a forma das células parenquimáticas reflete a função desempenhada pelo tecido Classificação: Parênquima fundamental ou preenchimento Parênquima clorofiliano Parênquima aquífero Parênquima aerífero (aerênquima) Parênquima de reserva Parênquima Fundamental (preenchimento): - Encontrado no córtex de caule e raízes, na medula dos caules, pericarpo de frutos, etc. - Espaços intercelulares pequenos. Parênquima Clorofiliano (Clorênquima): - Responsável pelo processo fotossintético (contêm cloroplastos) - Predominante em folhas e regiões periféricas de caules novos - Em folhas pode ser dividido em Parênquima paliçádico e lacunoso. PARÊNQUIMA CLOROFILIANO o vacúolo é grande e empurra os numerosos cloroplastos que formam uma camada uniforme junto à parede, facilitando a absorção de gás carbônico. PARÊNQUIMA CLOROFILIANO Parênquima paliçádico: Localizado abaixo da epiderme adaxial, formado por células longas, sem espaços intercelulares é geralmente uniestratificado. PARÊNQUIMA CLOROFILIANO PP PL Parênquima lacunoso: Localizado abaixo do P. paliçádico, principal responsável pela fotossíntese e difusão de gases no interior da folha, formado por células de formato irregular, com grandes espaços intercelulares. PARÊNQUIMA CLOROFILIANO Parênquima Paliçádico Parênquima Lacunoso PODE OCOPAR ATÉ 90% VOLUME CELULAR PARÊNQUIMA CLOROFILIANO NO CAULE Parênquima fundamental ou de preenchimento Folha de Nymphaea sp. Parênquima de reserva: - Principal função é o armazenamento de substâncias de reserva (açúcares, lipídios, proteínas, sais minerais e etc.). - Encontrado em todos os órgãos vegetais (sementes, frutos, raízes e caules) - Locais de armazenamento vacúolos, amiloplastos, elaioplastos, proteoplastos. -Pode receber diferentes denominações: Parênquima amilífero: Armazenamento de amido Parênquima aerífero (aerênquima): Armazenamento de ar, espaços intercelulares volumosos – lacunas, dando origem a uma fase gasosa na planta (plantas aquáticas ou lugares alagados) Parênquima aquífero: Armazenamento de água (plantas xerófitas e halófitas) – plantas suculentas (cactáceas, crassuláceas) - Células relativamente grandes, com enormes vacúolos. AERÊNQUIMA Comum em plantas aquáticas ou de ambientes alagados (hipoxia) Parênquima aerífero A especialidade deste parênquima é armazenar ar entre sua células. Este tecido tem como principal característica a presença de grandes espaços intercelulares ou lacunas onde o ar é acumulado. O aerênquima é comum principalmente em plantas aquáticas, mas pode estar presente em outra plantas, em geral naquelas que habitam solos sujeitos ao alagamento. AERÊNQUIMA - Diafragma Diafragma = septos de células braciformes que interrompem as lacunas. função = evitar o colapso do órgão em caso de entrada de água. PARÊNQUIMA AQÜÍFERO Blutaparon portulacoides Comum em plantas suculentas. Suas células normalmente grandes, incolo- res, com parede delgada e acumulam água. PARÊNQUIMA AQÜÍFERO Syngonanthus rufipes (Eriocaulaceae) Remiria maritima PARÊNQUIMA DE RESERVA Parênquima amilífero PARÊNQUIMA DE RESERVA Parênquima amilífero As células do parênquima retêm, mesmo quando maduras a capacidade de se dividir, retornando a atividade meristemática e desempenhando importante papel nos processos de regeneração e cicatrização. Colênquima Do grego: colla = cola, substância glutinosa COLÊNQUIMA ORIGEM: Meristema fundamental FUNÇÃO: Sustentação - Tecido vivo e fisiologicamente ativo; - Geralmente subepidermico; - Células alongadas; - Grande plasticidade na parede celular; - Parede primária espessada irregularmente; - Responsável pela sustentação e flexibilidade de órgãos como caule e ramos do vegetal; - Aparência brilhante em cortes frescos; 45% de substâncias pécticas, 35% hemicelulose, 20% celulose, 60% do peso total é água PARÊNQUIMA x COLÊNQUIMA Espessamento da parede primária Principais características: Células de formato alongadas formando fibras Dependendo do espessamento da parede celular pode apresentar espaços intercelulares Paredes delgadas (hemicelulose, celulose e substâncias pécticas) Normalmente com presença somente da parede 1ª Crescimento ativo com a presença de campos de pontoações Tecido com alta capacidade de absorção de água (60%) Encontrado em todos os órgãos do vegetal, principalmente aqueles em crescimento (notável plasticidade) – pecíolos e caules herbáceos Podem conter cloroplastos e são capazes, de retornar a atividade meristemática. COLÊNQUIMA Localização: Caules: Formando cordões ou anéis o redor de toda sua circunferência ou arestas, encontrado apenas no crescimento primário. Folhas: Acompanhando os feixes vasculares (+ comum naregião inferior). Raiz: Raramente encontrado. COLÊNQUIMA Ocorre principalmente em órgãos jovens, sendo usualmente periférico no caule. Nas folhas, ocorre no pecíolo, na nervura central ou na borda do limbo. Nas raízes raramente são encontrados. Pecíolo da abóbora é muito rico em colênquima Secção transversal do pecíolo COLÊNQUIMA Secção transversal Secção longitudinal Localização periférica Camadas contínuas ou cordões individuais Notável plasticidade => possibilita o crescimento longitudinal COLÊNQUIMA TIPOS DE COLÊNQUIMA • COLÊNQUIMA LAMELAR (A) • COLÊNQUIMA ANGULAR (B) • COLÊNQUIMA ANULAR • COLÊNQUIMA LACUNAR (C) Tipos de Colênquima: a) Colênquima angular: Deposição de celulose nas paredes longitudinais e angulares das células, não apresenta espaços intercelulares, mais comum. b) Colênquima lamelar: Espessamento das paredes tangenciais externas e internas das células, sem espaços intercelulares, menos comum que o C. angular. c) Colênquima lacunar: Espessamento nas paredes que delimitam os espaços intercelulares, é uma variação do colênquima angular. d) Colênquima anelar ou anular: Paredes celulares com espessamento uniforme, células apresentando lume celular circular (visto transversalmente). Encontrado em nervuras de folhas de dicotiledôneas COLÊNQUIMA ANGULAR Tipos de Colênquima: a) Colênquima angular: Deposição de celulose nas paredes longitudinais e angulares das células, não apresenta espaços intercelulares, mais comum. b) Colênquima lamelar: Espessamento das paredes tangenciais externas e internas das células, sem espaços intercelulares, menos comum que o C. angular. c) Colênquima lacunar: Espessamento nas paredes que delimitam os espaços intercelulares, é uma variação do colênquima angular. d) Colênquima anelar ou anular: Paredes celulares com espessamento uniforme, células apresentando lume celular circular (visto transversalmente). Encontrado em nervuras de folhas de dicotiledôneas COLÊNQUIMA LAMELAR Tipos de Colênquima: a) Colênquima angular: Deposição de celulose nas paredes longitudinais e angulares das células, não apresenta espaços intercelulares, mais comum. b) Colênquima lamelar: Espessamento das paredes tangenciais externas e internas das células, sem espaços intercelulares, menos comum que o C. angular. c) Colênquima lacunar: Espessamento nas paredes que delimitam os espaços intercelulares, é uma variação do colênquima angular. d) Colênquima anelar ou anular: Paredes celulares com espessamento uniforme, células apresentando lume celular circular (visto transversalmente). Encontrado em nervuras de folhas de dicotiledôneas COLÊNQUIMA LACUNAR Meatos bem desenvolvidos Variações… Angular lacunar Tipos de Colênquima: a) Colênquima angular: Deposição de celulose nas paredes longitudinais e angulares das células, não apresenta espaços intercelulares, mais comum. b) Colênquima lamelar: Espessamento das paredes tangenciais externas e internas das células, sem espaços intercelulares, menos comum que o C. angular. c) Colênquima lacunar: Espessamento nas paredes que delimitam os espaços intercelulares, é uma variação do colênquima angular. d) Colênquima anelar ou anular: Paredes celulares com espessamento uniforme, células apresentando lume celular circular (visto transversalmente). Encontrado em nervuras de folhas de dicotiledôneas COLÊNQUIMA ANULAR Espessamento uniforme Lume circular O grau de espessamento das paredes do colênquima depende de fatores ambientais, e em regiões mais velhas da planta pode se transformar em esclerênquima, pela deposição da parede secundária lignificada. Esclerênquima ESCLERÊNQUIMA Do grego: skleros = duro ORIGEM: meristema fundamental FUNÇÃO: sustentação e resistência mecânica - Tecido morto na maturidade; - Parede celular espessa (secundária); - É comum a liginificação (ca. 35%); - Dois tipos básicos de célula: • Fibras • Esclereídes ESCLERÊNQUIMA - Fibras Secção transversal Secção longitudinal ESCLERÊNQUIMA - Fibras - Células longas com as extremidades afiladas; - Paredes secundárias espessas, lignificadas, pontoações simples; - Sustentação de partes vegetais que não se alongam mais; - Encontradas como cordões ou feixes, em diferentes partes do corpo do vegetal; - Valor econômico: linho e sisal. ESCLERÊNQUIMA - Fibras Fibras esclerenquimáticas: - Células alongadas, pontiagudas isoladas ou reunidas em feixes - Parede 2a espessada pela deposição de lignina e celulose - Tecido pouco hidratado - Células rígidas, menos flexíveis que o colênquima, muito resistentes a tração – sustentação de partes vegetais que não se alongam mais - Encontradas como cordões ou feixes, em diferentes partes do corpo do vegetal; - Grande importância comercial (indústria têxtil) Fibras duras: Encontradas em monocotiledôneas (sisal) Fibras macias: Encontradas em eudicotiledôneas (Linho, cânhamo, juta, rami) ESCLEREÍDES Esclereídeos: - Amplamente distribuído no corpo do vegetal (+ comum em eudicotiledôneas) - Paredes 2a espessadas pela deposição de lignina - Células menos alongadas e mais irregulares que as fibras - Podem ser vivas na maturidade (pontuações simples) - Apresentam diversas formas ESCLEREÍDES Distribuição no vegetal: Caules: Formando um cilindro na periferia da região vascular, em grupos ou isolados pelo córtex ou medula. Folhas: Dispersos no tecido foliar e próximo das terminações das nervuras. Frutos: Ocupando várias posições, geralmente dispersos na polpa. Constitui a parte dura da casca de drupas (azeitona, pêssego, pêra, abacate). ESCLEREÍDES • BRAQUIEESCLEREÍDE • MACROESCLEREÍDE • OSTEOESCLEREÍDE • ASTROESCLEREÍDE • TRICOESCLEREÍDE Formas: BRAQUIESCLEREÍDES OU CÉLULAS PÉTREAS Lume Pontoação Parede celular e lamela média Tendem a isodiamétricos; frequentemente agrupadas; Parede com numerosas pontoações que podem se ramificar; Medula, córtex, casca do caule, em partes macias de alguns frutos. Pyrus sp. (Pêra). TRICOESCLEREÍDES Alongados e finos; Aspecto de um tricoma (pêlo). ASTROESCLEREÍDES Ramificados, semelhante a uma estrela. Podem ocorrer no envoltório de muitas sementes; Macro: têm forma colunar e constituem uma camada em paliçada; Osteo: forma de osso. MACROESCLEREÍDES E OSTEOESCLEREÍDES PAREDE - flexível, plástica (o que possibilita o crescimento do órgão ou tecido até atingir a maturidade) - primária, espessamento típico, não lignificada PAREDE - dura, rígida, elástica - secundária, espessada, lignificada PROTOPLASTO - vivo - pode sofrer desdiferenciação PROTOPLASTO - maioria morto - não sofre desdiferenciação LOCALIZAÇÃO - periférica LOCALIZAÇÃO - variado FUNÇÃO - sustentação: planta em crescimento 1º ou partes em constante movimentação FUNÇÃO - sustentação: planta em crescimento 1º ou 2º COLÊNQUIMA X ESCLERÊNQUIMA