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Slides de Aula - Unidade I

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Unidade I 
PENSAMENTO POLÍTICO MODERNO
Profa. Neusa Meirelles 
A constituição dos estados nacionais e o poder da 
monarquia: capitalismo mercantil, religião e o 
pensamento burguês
Elementos em comum nas trajetórias de constituição de estados 
nacionais sob o absolutismo monárquico em Portugal, Espanha, 
França e Inglaterra, apesar da diferenciação histórica e cultural:
 modernização institucional subjacente à organização do poder 
real, centralizado e autoritário, sobre territórios conquistados 
por invasores ou acertados nos casamentos dinásticos; 
 ordenamento centralizado na figura do rei, que se faz 
assessorar por um conselho.
Os estados nacionais e a Igreja
 A Igreja Católica tentou deter a onda de nacionalismos 
e assegurar sua supremacia sobre os Estados nacionais, 
variando, em cada realidade nacional, com certo sucesso, 
na Espanha e em Portugal e com relativo sucesso na França. 
Profunda crise política e perda de poder na Inglaterra; 
 A Reforma Luterana, o Calvinismo, a Igreja Anglicana, 
o Puritanismo inglês e outros movimentos religiosos 
do século XVI não constituíram oposições aos estados 
nacionais absolutistas e sim divisões internas, de caráter 
religioso, nesses estados, às quais os reis tiveram de respeitar 
sob a pena de causar a instabilidade dos governos. 
Estados nacionais, monarquias, mercantilismo e 
religião: Portugal 
 Um estado nacional português independente se deu para além 
das lutas de Afonso Henriques pela retomada de territórios 
aos mouros ou pela defesa de interesses portugueses perante 
Castela. Coube a Afonso II buscar apoio político e servil nas 
camadas populares, criar comunas, estimular os conselhos 
que davam renda e suporte militar ao estado e assegurar uma 
administração impessoal. 
 João I imprimiu organização ao estado (Ordenações Afonsinas, 
1446), resgatando, do direito romano, as linhas básicas do 
pensamento jurídico na direção do absolutismo monárquico, 
compatível com a definição comercial da economia, 
aproximando o rei dos comerciantes e banqueiros.
Estados nacionais, monarquias, mercantilismo e 
religião: Espanha
 O casamento de Isabel (de Castela e Leão) com Fernando 
(de Aragão) permitiu a unificação das Espanhas, a 
incorporação de Navarra e vencer os mouros em Granada, 
em 1492. Para consolidar a unificação dos reinos, a Coroa 
Espanhola deu início à construção de uma identidade cristã 
nacional, usando a antiga instituição medieval católica: 
a Inquisição.
 O Papa Sisto IV, por insistência de Isabel, autorizou o Tribunal 
do Santo Ofício em Sevilha, sob a direção do dominicano 
Tomás de Torquemada, confessor da rainha.
 Os Autos de Fé, cerimônias públicas de aplicação das 
sentenças de morte e tortura, visavam protestantes 
e judeus denunciados por não seguirem a “verdadeira fé” 
(catolicismo romano).
Inglaterra
 Em 1066, o Duque Guilherme, da Normandia (uma região da 
França), conquistou a Inglaterra aos reis saxões que 
a ocupavam, por isso, passou à história como Guilherme, 
o Conquistador. Essa dinastia normanda foi importante do 
ponto de vista cultural, mas o perfil da monarquia inglesa 
adquiriu traços nacionais decisivos com a ascensão de 
Henrique II (Henrique d’Anjou) ao trono, dando início à 
dinastia dos Plantagenetas (1154-1399).
 Henrique II e Leonor, duquesa de Aquitânia, foram os pais 
de Ricardo Coração de Leão e de João Sem Terra, dois reis 
irmãos, grandes rivais e fundadores da monarquia inglesa.
Inglaterra: Henrique II e seu filho, João I
 Henrique II convocou jurisconsultos, introduziu mudanças na 
lei e trâmites da justiça (juízes itinerantes), integrando novas 
normas ao direito consuetudinário inglês (Common Law); 
cobrança de impostos sobre a renda e as propriedades 
(fortalecer tesouro e enfraquecer senhores feudais); Criação do 
júri de instrução (Grand Jury); Outorga das Constituições de 
Clarendon, separação entre poder eclesiástico e político 
(contra Thomas Beckett).
 João I, Rei da Inglaterra (1199 a 1216), ou João Sem Terra, 
pressionado por 26 barões, membros do alto clero e outros 
“servidores fiéis” do rei, firmou a Magna Carta em 1215.
A magna carta, o rei e os barões
 Um documento de 63 parágrafos que estabelece regras 
básicas e normas na condução das práticas governativas em 
relação ao poder feudal, afirma a liberdade da Igreja, direitos e 
liberdades dos homens, as normas reais para concessões de 
terras e cobrança de impostos, liberdade para os mercadores 
se deslocarem, entrarem e saírem da Inglaterra e instala um 
sistema de justiça. A Carta foi confirmada pelo rei Eduardo I 
em 1297, demonstrando a persistência dos confrontos entre 
rei e súditos (as duas Guerras dos Barões). O documento é 
considerado um primeiro passo na institucionalização das 
relações entre rei e súditos, estabelece princípios que foram 
reafirmados e ampliados no século XVII, após a Revolução 
Gloriosa, com a assinatura do Bill of Rights.
Guerra dos 100 anos: França e Inglaterra
As relações entre França e Inglaterra compreendiam uma rede 
de vínculos dinásticos, senhoriais de vassalagem, territoriais, 
econômicos e comerciais, dando origem a conflitos de várias 
modalidades, inclusive os que desencadearam a Guerra dos 
100 anos (que durou 116 anos e não foi contínua): 
 Eduardo III, Rei da Inglaterra, se candidatou para suceder 
Carlos IV, filho de Felipe IV, o Belo, no trono da França 
porque, como Duque de Aquitânia e um dos Pares da França, 
era vassalo do rei francês, mas um tribunal constituído por 
Pares da França deu preferência a Felipe de Valois, depois 
Felipe VI.
Este foi um motivo para o início das hostilidades, 
mas não o fundamental:
Ao término da guerra, em 1453
 A sucessão de Eduardo III, o primeiro rei falando inglês, 
deu origem à Guerra das Rosas, uma guerra civil entre duas 
famílias descendentes de Eduardo III, ambas com pretensões 
ao trono: York, Rosa Branca e Lancaster, Rosa Vermelha. 
 O final da guerra deu início à dinastia Tudor com Henrique VII, 
cujo filho mais velho, Arthur, foi prometido para Catarina de 
Aragão, filha dos reis de Espanha, então o país mais rico e 
poderoso da Europa. Todavia, Arthur faleceu, coube, dessa 
forma, a Henrique VIII (1509-1553) casar-se com a viúva do 
irmão. Desse casamento nasceu uma filha, Mary, que se 
casou, mais tarde, com Felipe II, o filho de Carlos V, 
da Espanha.
Os Tudors: Henrique VIII
 Henrique VIII rompeu com a Igreja Católica e fundou a Igreja 
Anglicana, com profundas consequências políticas e 
econômicas para a Inglaterra. 
Henrique VIII confiscou terras e propriedades da Igreja Católica 
na Inglaterra e em Gales, provocando mudanças fundamentais 
na economia e na sociedade inglesas:
 o rei destinou parte do confisco à nobreza que o apoiara, parte 
ofereceu aos burgueses ricos, mas a preços módicos, outra 
parte às Universidades de Oxford e Cambridge, que passaram 
a apoiá-lo. A terra, transformada em bem de produção, 
inclusive produção de lã, comercializada com Flandres, 
ficou submetida à alta de preços, assim como os produtos. 
Elizabeth I
 Elizabeth I foi hábil na condução da política econômica, 
estimulou a expansão dos mercados, o ataque aos navios 
espanhóis procedentes da América, carregados de ouro e 
prata, criou a Companhia das Índias Orientais, ou “Company 
of Merchants of London Trading to the East Indies”, que existiu 
durante 250 anos com frota e exército próprios e uma receita 
bruta superior à do governo, apoiou o desenvolvimento das 
manufaturas; venceu a Espanha, lutou contra a Irlanda, apoiou 
a ciência, a educação e a cultura. Quanto à religião, foi 
tolerante, mantevea posição anglicana e se opunha aos 
chamados Puritanos, menos por questões teológicas do que 
políticas e enfrentou, também por questões políticas, o 
catolicismo extremado da Irlanda. 
Interatividade
Qual das proposições abaixo não corresponde à verdade dos 
fatos?
a) O Rei Henrique VIII, da dinastia Tudor, ratificou o documento 
conhecido por Magna Carta.
b) Elizabeth I soube controlar a oposição do Parlamento e 
estimular a economia.
c) Mary I desenvolveu intensa perseguição religiosa aos 
protestantes.
d) A negociação das terras da Igreja provocou mudanças 
significativas na estrutura de classes na Inglaterra.
e) Henrique VIII enfrentou o Papa e instaurou a Igreja Anglicana.
Resposta
Qual das proposições abaixo não corresponde à verdade dos 
fatos?
a) O Rei Henrique VIII, da dinastia Tudor, ratificou o documento 
conhecido por Magna Carta.
b) Elizabeth I soube controlar a oposição do Parlamento e 
estimular a economia.
c) Mary I desenvolveu intensa perseguição religiosa aos 
protestantes.
d) A negociação das terras da Igreja provocou mudanças 
significativas na estrutura de classes na Inglaterra.
e) Henrique VIII enfrentou o Papa e instaurou a Igreja Anglicana.
Os primeiros Stuarts
 Sucederam à Elizabeth dois reis da casa de Stuart: James I e 
Charles I. O Rei James I estimulou a colonização (dos EUA) por 
companhias tipicamente capitalistas, as chamadas Joint Stock 
Company, (Virginia Company of Plymouth e Virginia Company
of London), sociedades por ações, diminuindo o risco de 
investimento entre os muitos interessados. James I fortaleceu 
a Igreja Anglicana, combateu católicos, calvinistas e puritanos 
na Inglaterra, Escócia e Irlanda, mas sua política absolutista 
desagradou e provocou atritos com o Parlamento, que se 
agravaram após sua morte, em 1625, com a ascensão de 
Carlos I ao trono e que pretendeu governar sem o Parlamento.
1645: a República na Inglaterra
 A Câmara dos Comuns, constituída por burgueses notáveis 
e a pequena burguesia rural (roundheads), majoritariamente 
puritana, assumiu a liderança da oposição com Oliver 
Cromwell, dando início a uma guerra civil que promoveu uma 
série de mudanças políticas no Estado. Cromwell assumiu 
a chefia do governo como Lorde Protetor, cargo vitalício e 
hereditário, eliminou a Casa dos Lordes, implantou uma 
República Ditatorial, expandiu os interesses coloniais da 
Inglaterra, dando forma e força ao mercantilismo inglês 
com medidas protecionistas. Nessa época, os Niveladores 
(Levellers) aparecem na cena política como grupo 
independente, eles eram defensores da tolerância religiosa 
e do liberalismo dos séculos XVIII e XIX. Foi nesse período 
que Hobbes escreveu sua mais famosa obra: “O Leviatã”.
A Revolução Gloriosa
 O Parlamento, então, declarou vago o trono e indicou Mary 
(filha de Jaime II, protestante) casada com William de Orange 
(holandês e calvinista) para ocupar o trono da Inglaterra, 
como Mary II. 
 Este movimento de 1688 foi denominado Revolução Gloriosa, 
mas, na verdade, foi um golpe de Estado. 
 Mary II permaneceu no trono até sua morte, em 1689, por varíola. 
Seu marido foi quem, na verdade, governou, embora não fosse 
bem aceito na Inglaterra. Dele partiram decisões importantes, 
como a criação do Banco da Inglaterra (1694) e saneamento das 
finanças, impulsionando o capitalismo inglês.
A Declaração de Direitos
 Os reis tiveram que firmar a Declaração de Direitos, aprovada 
depois pelo Parlamento, reconhecendo os direitos do povo 
inglês e aceitando a supremacia do Parlamento sobre as 
decisões da Coroa. 
 Da Revolução Gloriosa, de 1688, a Inglaterra saiu como um 
Estado liberal-burguês, instalando o regime monárquico-
parlamentar, representando um acordo entre burguesia, 
nobreza e realeza, do qual ficava excluído o povo, constituído 
pelos trabalhadores do campo e das cidades. 
 Em 1700, o Parlamento elaborou novo documento, Ato de 
Estabilização, para limitar poderes da Coroa e assegurar 
direitos e liberdades dos súditos, o Ato foi ratificado 
posteriormente. 
França: Felipe IV, o Belo (1285 a 1314)
 Ele submeteu o Conde de Flandres a uma série de obrigações 
políticas e econômicas de indenização de guerra; adotou 
medidas monetárias, manipulou o valor da moeda, obrigou 
os cambistas a operar nos escritórios reais; reestruturou a 
política fiscal, taxando pesadamente os súditos não nobres 
(burgueses); expulsou os banqueiros lombardos, aplicou 
impostos ao alto clero e exigiu que bispos e abades lhe 
devessem obediência (essas duas medidas provocaram 
a crise entre Igreja e Coroa); determinou a conversão 
obrigatória dos judeus (mediante pagamento) ou sua 
expulsão do reino.
Felipe IV e a estruturação da monarquia
Dois órgãos ou instâncias de governo estavam centrados 
na pessoa do rei: 
 Um organismo de consulta, o conselho, no qual os legistas 
constituíam uma parcela, não sua totalidade, utilizado na 
elaboração da política de governo e na sua execução 
administrativa; 
 Um organismo de consentimento, a assembleia, por vezes 
utilizado como força de suporte para sua política. O rei podia 
convocar a assembleia quando quisesse e a constituía ao seu 
gosto. Por princípio ou premissa era admitido o acordo tácito, 
implícito na convocação. Essas assembleias deram origem aos 
Estados Gerais. 
 Felipe IV teve como preceptor Gilles de Rome.
Tendências centrais na trajetória do absolutismo 
monárquico francês
 Ênfase na construção do Estado territorial, os reis vão 
centralizando poder na medida em que saem vitoriosos; 
 Conflitos na superação das instituições feudais, porque 
impostos e taxas passam a ser devidos ao rei; 
 Cuidado na elaboração jurídico-institucional das mudanças, 
daí a importância dos “legistas”, do judiciário e das normas 
processuais; 
 Atrasos na elaboração de política econômica, remodelação 
das atividades produtivas, adequando-as ao mercantilismo 
e às exigências do capitalismo manufatureiro; 
 Ênfase na articulação entre órgãos de governo, instaurando 
a burocracia administrativa do Estado.
Dois séculos depois de Felipe IV
 Francisco I (1515) mantém o centralismo como estratégia 
política, mas a estrutura de poder se torna cada vez mais 
pessoal, com membros do conselho e clérigos do palácio 
substituídos por senhores de fortuna. 
 Uma “nobreza de emergentes”, formada no comércio, foi 
ocupando cargos no Estado e se apropriando dos privilégios 
da antiga nobreza; as contradições de interesses vão explodir 
mais tarde, nos movimentos das Frondas; 
 A França se tornara um Estado quase moderno, centralizado, 
com fronteiras asseguradas. Nobreza e burguesia colaboram 
com o rei e mantêm as classes populares submissas. O rei se 
associa ao Papa para impedir a Reforma de romper 
esse arranjo. 
Luís XIII (1601-1643) e seu ministro, o Cardeal 
Richelieu: os tempos de “Os três mosqueteiros”
 Uma política inspirada em parte em Maquiavel e Hobbes, mas 
principalmente em autores franceses: Guez de Balzac, Cardin 
Le Bret e Philippe de Béthume. O absolutismo figura como 
“razão de Estado”, argumentação de Luís XIII e de Richelieu.
 Maquiavel escreveu “O Príncipe” (1532). Situa a prática 
política dos reis acima da lei moral, uma postura pragmática à 
qual se pode adicionar uma ética finalista, visando o Estado. 
 Cardin Le Bret, um jurista, escreveu, em 1632, sobre a 
Soberania do Rei, que, segundo ele, goza de independência 
absoluta. 
 Philippe de Béthume publica, em 1633, O Conselheiro de 
Estado, anotações sobre a política moderna do servidor, 
revelando afinidades com o curso da política francesa.
Luís XIV, o Grande Rei ouo Rei Sol e Mazarin: o 
absolutismo francês em sua expressão máxima
 O Cardeal era italiano, não aceito pelos franceses, o que 
provocou movimentos (Fronda) de revoltas de parlamentares, 
de segmentos da nobreza e do povo de Paris (barricadas), 
a família real teve de fugir. 
 Luís XIV era católico, não contestava a autoridade do Papa, 
revogou o Edito de Nantes, reiniciou a perseguição aos 
judeus, retomou a perseguição aos protestantes e jansenistas
(católicos que contestavam o poder absoluto), provocando 
revoltas e reflexos desastrosos na economia. 
 Impôs ao clero uma declaração de quatro princípios, 
proclamando a autonomia da Igreja da França perante 
o Papa e sob a direção do rei.
Luís XIII e Luís XIV: faces do absolutismo francês
 Luís XIV manteve-se afastado do povo, exercendo poder 
absoluto. Quando faleceu, a monarquia estava consolidada, 
mas os cofres vazios. Os parlamentares esperavam, sem 
muita ilusão, retomar o poder. 
 Para o Rei, o Estado e sua pessoa estavam ligados para 
sempre: a glória de um seria a de outro. 
 Enquanto Luís XIII exerceu o poder absoluto visando ao 
Estado, Luís XIV o exerceu centrado em sua pessoa, em sua 
religião e em sua glória, desse plano pessoal ele imaginava 
contaminar o Estado com glória e poder.
Os dois Cardeais e o poder absoluto na França: 
Richelieu e Mazarin
 Richelieu trata da arquitetura política do Estado francês e 
de sua condução em suas obras, assim, ele se distingue de 
Hobbes, que pretende construir uma ciência da política e 
se aproxima de Maquiavel, apesar de descrever seu legado 
de experiência de um lugar muito próximo ao do rei. 
 Para ele, o pragmatismo e considerações morais estão 
estritamente ligados, então, o Cardeal ensaia “conciliar a ética 
cristã com o interesse do Estado, para cobrir, com a razão de 
Estado, a da moral”.
 Mazarin é afeito às intrigas palacianas, apto a percebê-las, 
a se situar no nível mais concreto das articulações de poder, 
o das relações pessoais. Seu livro surpreende pela análise 
calculista e individualista dessas relações, visando o poder.
O padre teólogo professor do absolutismo: 
Jacques-Bénigne Bossuet (1627-1704) 
 Para o rei, essa posição de “paternidade” entre o rei e seu 
povo, levava à fidelidade e à obediência: cabia ao rei o 
exercício do poder e ao súdito o exercício da obediência.
 A síntese do absolutismo monárquico em Bossuet (um rei, 
uma lei, uma fé) aponta para o catolicismo da França (gálico), 
era crítico e intolerante com todas as demais tendências 
religiosas, inclusive católicas.
Bossuet era contra: as ideias políticas de Maquiavel e Hobbes, 
por terem base racional; a partilha institucional do poder com 
ministros fortes (Richelieu e Mazarin), ou com um Parlamento 
(monarquia parlamentar). Todos esses modelos, para ele, seriam 
convites à anarquia, ao sofrimento do povo e à humilhação 
do príncipe.
Interatividade
Abaixo, algumas observações sobre figuras do absolutismo 
monárquico francês. Qual delas está errada?
a) Bossuet era padre, teólogo, retirou da Bíblia exemplos do 
exercício de poder real para ensinar seu pupilo, o Delfim 
da França.
b) Mazarin, Cardeal, desenvolveu teorização do absolutismo 
real comparável à de Maquiavel e Hobbes em importância.
c) Richelieu concentrou sua análise na arquitetura política 
do Estado.
d) Felipe II, o Augusto, é considerado fundador do estado 
nacional francês.
e) Henrique IV definiu uma política para o absolutismo real 
que, a partir dele, assume contornos nítidos e institucionais.
Resposta
Abaixo, algumas observações sobre figuras do absolutismo 
monárquico francês. Qual delas está errada?
a) Bossuet era padre, teólogo, retirou da Bíblia exemplos do 
exercício de poder real para ensinar seu pupilo, o Delfim 
da França.
b) Mazarin, Cardeal, desenvolveu teorização do absolutismo 
real comparável à de Maquiavel e Hobbes em importância.
c) Richelieu concentrou sua análise na arquitetura política 
do Estado.
d) Felipe II, o Augusto, é considerado fundador do estado 
nacional francês.
e) Henrique IV definiu uma política para o absolutismo real 
que, a partir dele, assume contornos nítidos e institucionais.
O Crepúsculo do absolutismo monárquico na França: 
Luís XV (1710-1774) e Luís XVI (1754-1793) 
 Luís XV não foi um bom rei, embora contasse com o apoio 
dos franceses no início de seu governo, mas foi perdendo 
esse apoio na medida em que se distanciava dos negócios 
do governo e tomava medidas autoritárias em um ambiente 
político delicado e tenso. Viveu em Versailles, afastado 
das condições de vida da população, sob a influência 
das tendências da corte, principalmente de suas amantes.
 Luís XVI (1754-1793) Os franceses tinham esperança nesse rei 
jovem, sério, culto, que não era dado às aventuras românticas, 
mas esse Luís ocupava seu tempo mais com caçadas do 
que com a política, e não foi capaz de enfrentar a crítica ao 
absolutismo monárquico nem fazer frente à pressão do alto 
clero e da nobreza e nem assinar a Declaração de Direitos 
do Homem e do Cidadão.
A Revolução Francesa em curso
 Luís XVI convocou os Estados Gerais e tentando contornar 
a oposição dos parlamentares, ampliou o Terceiro Estado.
 Na organização dessa Assembleia, a distribuição de seus 
integrantes no espaço é, até hoje, uma referência para 
tendências políticas: o terceiro estado, constituído pela 
burguesia francesa e setores da classe média, se sentava 
à esquerda do salão, enquanto o segundo estado – o clero, 
a nobreza – se sentava à direita. 
 O rei se recusa a ratificar a Declaração dos Direitos do 
Homem e do Cidadão e dissolve a Assembleia; mas o Terceiro 
Estado jura dotar a França de uma Constituição.
Revolução Francesa : conclusão
 Luís XVI foi preso, condenado por um tribunal revolucionário, 
e guilhotinado em 21 de janeiro de 1793. O mesmo destino 
teve sua esposa, Maria Antonieta e, na sequência, mais de 
2000 nobres e agregados do “Ancien Régime”.
 Instala-se, na França, um Regime de Terror que só será 
contido com a constituição de um Consulado (Ditadura), 
com Napoleão Bonaparte.
Quais as bases legitimadoras do poder do soberano 
e quais as bases de sua limitação?
 Conceitos centrais à Ciência Política: legitimidade e legalidade, 
e entre os dois, um terceiro: reconhecimento.
 Legitimidade do poder diz respeito à adesão voluntária às 
decisões que, emanadas do poder político, afetam a todos 
em uma comunidade, porque expressam legalidade, mas 
 legitimidade deve ser ancorada em algo que transcenda o 
indivíduo, tanto aquele que exerce a decisão, quanto o outro 
sobre quem ela será exercida, portanto, é o reconhecimento 
público, da coletividade, que empresta legitimidade ao 
exercício do poder político. 
A legitimidade do poder político e a crença na 
racionalidade
 A legitimidade do poder político apoiada na crença da 
racionalidade permitiu a ordenação e a reformulação do 
Estado segundo um dado entendimento racional do mundo, 
sobretudo ancorado em discursos que instauraram estatutos 
jurídicos formais, obras da razão humana. 
 Nesse caso, o Estado pode ser visto como uma construção 
racional e jurídica, da qual decorrem princípios normativos 
(leis) que podem ser ou não eficazes, no sentido de atingirem 
aos fins propostos. 
 Consequentemente, esses princípios normativos podem ser 
alterados sem afetar a legitimidade de toda a construção 
racional (Estado) da qual decorreram tais princípios.
O Governo, a lei, o rei e os súditos: 
Jean Bodin (1530-1596)
 Jean Bodin conviveu com intolerância religiosa, misticismo, 
perseguição e morte aos huguenotes, noite de São 
Bartolomeu,casamento de Henrique IV com Margot de Valois. 
 Ele era um intelectual, jurista, membro do Parlamento de Blois
e professor de Direito, legítimo representante desses tempos: 
um dos teóricos da construção do Estado a partir do conceito 
de soberania, 
 Escreveu “Os seis livros sobre a República”. Era ferrenho 
monarquista, por isso, República tem aqui o sentido original 
de res publica e Método da História. Ele também escreveu um 
livro sobre demônios e feiticeiras, “De la démonomanie
des sorciers” em 1580. 
Aspectos do pensamento de Bodin: 
tolerância religiosa
 Fez parte de movimentos do extremismo católico, mas 
apoiou Henrique IV que, como ele, também oscilava entre 
o calvinismo e o catolicismo. Com relação às divisões e 
guerras religiosas dentro da França, Bodin adota uma posição 
que hoje seria considerada “tolerante”, porque, sem deixar de 
reconhecer a presença das várias tendências religiosas 
irreconciliáveis, ele propõe situar o Estado acima disso e 
desloca a lealdade de todos os súditos para a pessoa do rei. 
Nas condições políticas de seu tempo, essa posição 
estratégica se afinava com uma tendência denominada 
“políticos”, que também propunha a tolerância religiosa 
e a figura do rei como representação da unidade do Estado 
francês, um argumento do absolutismo monárquico para 
favorecer a formação de uma identidade nacional francesa.
Soberania
 A relação básica que define o Estado é a que se dá entre 
soberano e súdito, todas as outras relações, de caráter 
religioso, ético e social ficariam fora da teoria política. 
Essa sujeição é que torna o súdito cidadão.
 Entre os súditos pode haver os de religião distinta, os de 
língua distinta; entre os cidadãos pode haver os de costumes 
diferentes e os que se organizam em grupos de profissões 
diferentes, mas essas organizações não formam um estado, 
embora possam formar cites (nações) distintas, as “nações” 
não formam um estado, a menos que os cidadãos estejam 
submetidos a um soberano em comum.
 Importante notar que a soberania tem caráter absoluto e 
perpetuidade. 
Soberania: o poder soberano
 O poder soberano deve estar acima das leis, a soberania 
abrange todas as atribuições do soberano como chefe jurídico 
do Estado, o que implica autoridade do soberano sobre 
o direito consuetudinário, que ele sanciona ao permitir 
sua existência. 
 O poder soberano não se submete às leis e nem cria para si 
leis especiais; esse é o traço distintivo do Estado e condição 
para preservar sua ordenação. Logo, esse poder deverá ser 
indivisível e perpétuo para expressar a soberania. Assim, para 
Bodin, as distintas formas de governo variam segundo a fonte 
desse poder. Aqui há uma distinção importante entre formas 
de Estado e de Governo.
Soberania é indivisível 
 A soberania se caracteriza pelo poder de dar leis aos cidadãos 
sem que, para isso, seja necessário o consentimento de 
qualquer instância.
 Na França e na Inglaterra, os Estados Gerais teriam uma 
função de assessoria, os conselheiros do rei devem ser 
consultados, mas o rei não deve submeter-se a eles, 
ou melhor, os conselhos não devem ser imperativos. 
 Em suma, não existe poder soberano dividido, ele pode ser o 
rei, a assembleia ou o povo. Portanto, as formas de governo 
são constituídas pelo “aparato intermediário” pelo qual esse 
poder é exercido.
Fonte e limitações à soberania
 Em uma monarquia, a fonte de soberania é o rei, as demais 
instâncias de poder, como ministros, cumprem função de 
assessoria. Mas se o rei está submetido a um parlamento ou 
assembleia, então o governo que existe é uma aristocracia e, 
finalmente, se o poder final de decisão ou de revisão reside em 
um órgão popular, então o governo é democrático.
 É importante notar que: o rei pode delegar poder à assembleia, 
ou parlamento, assegurando um governo democrático ou, 
inversamente, a assembleia ou parlamento pode concentrar 
o poder em um governo despótico.
Interatividade
As proposições abaixo são fragmentos extraídos do 
pensamento de Jean Bodin. Qual delas está correta?
a) Bodin adotou postura intolerante com relação às divisões 
e guerras religiosas.
b) Para Bodin, a lei não podia modificar o costume nem o 
costume modificar a lei. 
c) O conjunto de leis relativas à propriedade privada não 
constituía limitação para o poder do soberano.
d) O poder do rei era absoluto, mas algumas leis só poderiam 
ser modificadas com aprovação do Parlamento.
e) Para Bodin, era mais fácil para os súditos serem leais aos 
princípios jurídicos do que à pessoa física de um rei.
Resposta
As proposições abaixo são fragmentos extraídos do 
pensamento de Jean Bodin. Qual delas está correta?
a) Bodin adotou postura intolerante com relação às divisões 
e guerras religiosas.
b) Para Bodin, a lei não podia modificar o costume nem o 
costume modificar a lei.
c) O conjunto de leis relativas à propriedade privada não 
constituía limitação para o poder do soberano.
d) O poder do rei era absoluto, mas algumas leis só poderiam 
ser modificadas com aprovação do Parlamento.
e) Para Bodin, era mais fácil para os súditos serem leais aos 
princípios jurídicos do que à pessoa física de um rei.
O medo e a insegurança, a ideia de pacto entre o 
soberano e os súditos: Thomaz Hobbes (1588-1679) 
e a ciência 
 Como assegurar o interesse comum em uma sociedade que, 
sob o efeito do capitalismo, diversificara classes, respectivos 
interesses, e religiões? Como assegurar base de sustentação 
para o governo, quando a sociedade já não se apresentava 
como uma comunidade? 
 A resposta encontrada por Hobbes seria resultante de uma 
busca por fundamentos racionais do interesse privado, 
orientada pela razão. A sociedade política deveria criar uma 
forma de associação racional para governar os homens. 
 Essa era uma exigência na Inglaterra de Hobbes e a 
concepção de “estado de natureza” pareceu ser uma nova 
possibilidade para pensar a política, sem recorrer à teologia, 
ou filosofia, mas à ciência.
O estado de natureza
 É uma criação artificial, racional, na qual os indivíduos são 
construídos nas suas diferenças de classes, interesses, 
posses, mas na semelhança de desejos, o que instaura 
conflito e concorrência entre eles, portanto, a insegurança 
e o medo. 
 No estado de concorrência, “o homem é o lobo do homem”; 
mesmo em tempos de paz, todos estão contra todos, dando 
origem à guerra, que impede as atividades de toda sorte, 
econômicas, intelectuais e artísticas, fazendo desaparecer 
o sentido privado de propriedade, na medida em que, o que 
pertence a um é desejado por outro. 
“O Leviatã”, o poderoso gigante protetor
 Na obra “O Leviatã” ou “Matéria, Forma e Poder de um 
Estado Eclesiástico e Civil”, Hobbes discute o estado como 
um homem artificial, mais forte e poderoso do que cada um 
dos indivíduos, necessário para protegê-los na medida em 
que todos têm em comum os mesmos desejos de riqueza, as 
mesmas noções de recompensa e de castigo. 
 Esse estado é representado como uma metáfora da 
coletividade, na imagem de um gigante (Leviatã), que 
empunha espada e cajado episcopal e pela articulação entre 
poderes distintos: militar, religioso e político. 
Um pacto entre todos dá origem ao Estado, evita a luta 
e o medo, fundamenta o poder do rei ou da assembleia
 Se o pacto é voluntário, sua preservação depende da ameaça 
e castigo. Não são apenas as palavras que o sustentam, logo, 
confere ao rei o poder de castigo e armas para imposição. 
 A sociedade política, em Hobbes, é instaurada por uma escolha 
racional, derivada do medo da guerra, mas se dirige à 
esperança de paz no Estado: todos se encontramrepresentados na instância de poder constituída, todos se 
comprometem, entre si, com a obediência ao senhor que 
escolheram, mas o senhor ou soberano não se compromete.
 Ele não fez o pacto, foi escolhido por todos para representá-
los, não houve delegação de poder, mas a radical alienação 
do poder de cada um para o Leviatã, que os representa 
coletivamente, exercendo uma vontade absoluta.
O Estado pode assumir forma diversa, desde que o 
poder soberano seja indivisível
 Aos homens que, no estado natural, gozavam de direitos 
individuais em meio aos conflitos de interesses, restou a total 
submissão ao poder soberano instalado: eles têm deveres e 
não mais direitos individuais, sendo esse o traço fundamental 
na constituição da “cidadania”. 
 Ao firmarem o pacto, os homens abriram mão da liberdade em 
nome de um governo autoritário, aceitaram a dominação em 
nome da proteção, seus interesses são então representados 
pelo poder soberano, exatamente por isso, a forma de Estado 
mais vantajosa para todos seria a Monarquia, no entender de 
Hobbes, visto que, se todos os súditos acumulam riquezas, 
o poder do Monarca será ampliado. Portanto, é do interesse 
do rei a riqueza, a glória e a segurança dos súditos.
Aspectos gerais da concepção de Hobbes
 A concepção de Hobbes é racional, fria, se aproxima 
daquela de Maquiavel e para alguns dos seus intérpretes, é 
individualista e materialista. Estão ausentes de seu 
pensamento quaisquer referências à justificativa religiosa 
do poder civil dos reis e finalidades outras que não sejam 
a proteção de cada um, de suas riquezas e interesses em face 
dos interesses da ambição dos demais.
 Consequentemente, o poder de legislar fica concentrado no 
soberano, mas a lei é um artifício decorrente da instituição do 
Estado: fora dele não há direito e nele todo direito decorre da 
lei, que, por definição, não pode ser injusta. As leis decorrem 
da vontade do soberano, logo, ele está submetido a elas 
enquanto não as revogar. Todavia, o direito de promulgar leis 
e de revogá-las é dele.
Quais seriam os deveres do soberano 
com relação aos súditos?
 O soberano deve garantir aos súditos segurança para 
realização das satisfações, cabendo ao Estado as medidas 
que permitam trabalho, educação, encaminhando os súditos 
para o sucesso. 
 Cabe aos súditos a inocente liberdade permitida pela lei 
e as leis devem ser explicadas ou justificadas para serem 
racionalmente obedecidas. 
 O indivíduo-cidadão, em Hobbes, se constrói no Estado, por 
um processo político, na relação com o poder, mas não se 
trata de um indivíduo temeroso, de um sujeito da sujeição, 
mas daquele considerado curioso e sábio. 
 Hobbes submete a Igreja ao Estado ou à soberania. 
Ela, a soberania, não é o poder de fazer não importa o quê. 
Qual o papel do Estado com relação à economia e à 
propriedade privada no século XVII?
 Nas Províncias Unidas da Holanda, que se destacavam na 
economia mercantilista, no ambiente político de tolerância 
religiosa, o consentimento ao pacto explica a sociedade e o 
Estado como autoridade pública, soberana do próprio grupo. 
Esse é o fundamento da teoria de soberania de Althusius. 
 Em contrapartida, as relações econômicas entre estados, 
questão central ao capitalismo mercantilista em expansão, 
aparece em Grocio, cuja reflexão política é marcada pela 
importância reguladora do direito positivo. 
 Em Hobbes, ao modelo de estado absolutista, corresponderia 
um governo liberal, não intervencionista, conservador, enfim, 
um governo que mantivesse as lutas políticas sob controle, 
mas ampliando as oportunidades de negócios.
Bodin (século XVI, na França) e Hobbes 
(século XVII, na Inglaterra)
 Ambos refletem sobre o Estado, sua constituição no marco do 
absolutismo monárquico na França, de influência católica na 
Inglaterra anglicana e calvinista. Ambos os pensadores 
enfrentaram a espinhosa questão dos limites ao poder 
absoluto em face das normas jurídicas, da convenção 
e dos presumíveis direitos dos cidadãos.
 Todavia, os amantes do autoritarismo sempre evocam Hobbes 
para justificar a paz de um “governo forte”. O argumento, além 
de impreciso, porque ignora as modulações do pensamento 
do autor, tem sido utilizado pelos temerosos de perder 
privilégios e riquezas, servindo a distintas ditaduras, inclusive 
na elaboração teórica de Golbery do Couto e Silva para 
a ditadura. O “direito” instituído nessas condições 
apenas expressa e aplaca aquele medo.
Interatividade
Qual dessas proposições está correta?
a) Portugal e Espanha se organizaram como estados nacionais 
após a descoberta do Novo Mundo.
b) Na Inglaterra, a luta entre nobres e Coroa se estendeu por 
largo período, envolveu a consolidação do Parlamento em 
duas casas.
c) A França não enfrentou guerras para consolidação do estado 
nacional.
d) A nobreza francesa foi a grande articuladora do estado 
nacional francês, juntamente com o clero.
e) A instalação do Tribunal do Santo Ofício, em Lisboa, tinha 
por objetivo reforçar a identidade nacional cristã portuguesa.
Resposta
Qual dessas proposições está correta?
a) Portugal e Espanha se organizaram como estados nacionais 
após a descoberta do Novo Mundo.
b) Na Inglaterra, a luta entre nobres e Coroa se estendeu por 
largo período, envolveu a consolidação do Parlamento em 
duas casas.
c) A França não enfrentou guerras para consolidação do estado 
nacional. 
d) A nobreza francesa foi a grande articuladora do estado 
nacional francês, juntamente com o clero.
e) A instalação do Tribunal do Santo Ofício, em Lisboa, tinha 
por objetivo reforçar a identidade nacional cristã portuguesa.
ATÉ A PRÓXIMA!

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