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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO BRASÍLIA Alinne Lopes de Souza Matheus Camilo Rodrigues FOTOJORNALISMO COMO INSTRUMENTO DE INTERVENÇÃO URBANA NA CIDADE DE SAMAMBAIA - DF Taguatinga, DF 2015 ALINNE LOPES DE SOUZA MATHEUS CAMILO RODRIGUES FOTOJORNALISMO COMO INSTRUMENTO DE INTERVENÇÃO URBANA NA CIDADE DE SAMAMBAIA – DF Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à banca examinadora do Centro Universitário Estácio Brasília, como exigência parcial para obtenção do grau de Bacharel em Comunicação Social Jornalismo, sob a orientação do Prof. MSc Rodrigo Lins. Taguatinga, DF 2015 ALINNE LOPES DE SOUZA MATHEUS CAMILO RODRIGUES FOTOJORNALISMO COMO INSTRUMENTO DE INTERVENÇÃO URBANA NA CIDADE DE SAMAMBAIA – DF Trabalho de Conclusão de Curso aprovado como requisito parcial para obtenção de grau de Bacharel em Comunicação Social Jornalismo pelo Centro Universitário Estácio Brasília. Banca examinadora: Taguatinga, DF, XX/XX/2015 _________________________________________________ Prof. MSc. Rodrigo Lins (Orientador) Centro Universitário Estácio Brasília _________________________________________________ Prof. (a) Nome Completo do (a) Professor (a) Centro Universitário Estácio Brasília _________________________________________________ Prof. (a) Nome Completo do (a) Professor (a) Centro Universitário Estácio Brasília AGRADECIMENTO Agradecemos a todos que ao longo dessa jornada contribuíram para a realização deste trabalho. Deus, família e amigos. Agradecemos ainda ao nosso orientador Rodrigo Lins que nos guiou durante esta caminhada. “Fotografar é conseguir captar o que existe atrás do que se vê com os olhos…é ver através de uma parede invisível” (Ernst Hass) RESUMO A fim de demonstrar a relevância informativa do fotojornalismo, este trabalho de conclusão de curso apresenta uma proposta de aplicação do fotojornalismo ao conceito de intervenção urbana, na cidade de Samambaia - DF. Alguns tópicos importantes sobre a história da fotografia, o uso da semiótica, e a definição de intervenção urbana compõem o desenvolvimento teórico do relatório. Já em uma segunda etapa, será apresentado o processo de produção e execução do produto aqui proposto, que consiste em produzir e expor, por meio da intervenção urbana, em Samambaia – DF, fotografias de cunho jornalístico que transcrevam a realidade e o cotidiano da cidade. Palavras-chave: Fotojornalismo. Semiótica. Intervenção Urbana. Imagética. ABSTRACT In order to demonstrate the relevance informative of photojournalism , this course conclusion work, presents a proposal of application of photojournalism to the concept of urban intervention in the city of Samambaia - DF. Some important topics on the history of photography , the use of semiotics , and the definition of urban intervention, make up the theoretical development of the report. Already in a second step , the production process will be presented and execution of the product proposed here , which is to produce and present , through urban intervention in Samambaia - DF, journalistic nature photographs transcribe reality and the city daily . Keywords: Photojournalism. Semiotics. Urban intervention. Imagery. SUMÁRIO 1INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 8 1.1 Tema ..................................................................................................................... 9 1.2 Objetivos Geral ..................................................................................................... 9 1.2.1 Objetivos especifícos.......................................................................................... 9 1.3 Justificativa ............................................................................................................ 9 1.4 Metodologia ......................................................................................................... 11 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................................. 13 2.1 Simbolismo de representações imagética ........................................................... 13 2.2 Fotojornalismo: A narrativa visual informativa e social ........................................ 18 2.3 Foto e Memória: Arquivos na história .................................................................. 24 2.3.1 Fotos em Foco ................................................................................................. 25 2.4 A intervenção urbana como linguagem contemporânea ..................................... 28 3. PROCESSO DE PRODUÇÃO .............................................................................. 33 3.1 A cidade palco: Samambaia ................................................................................ 33 3.2 A produção: Pautas ............................................................................................. 34 3.3 A Intervenção: Fotos ........................................................................................... 36 3.4 Retratos da intervenção ...................................................................................... 43 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 49 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 51 8 1 INTRODUÇÃO O presente trabalho de conclusão de curso tem como tema: Fotojornalismo como instrumento de intervenção urbana na cidade de Samambaia – DF. Mais concretamente, serão produzidas, a partir de pautas jornalísticas, fotografias sobre assuntos do cotidiano, que transcrevam a realidade desta comunidade. Neste processo a intervenção urbana será o canal utilizado para que o conteúdo alcance o seu público-alvo, os moradores da cidade. O objetivo geral do trabalho consiste em demonstrar a relevância informativa da fotojornalismo aplicado ao conceito de intervenção urbana, ou seja demonstrar por meio da intervenção urbana que a fotografia de cunho jornalística é um significativo meio de comunicação e transmissor de informações. Já os objetivos específicos consistem em: mapear os conceitos de fotojornalismo e intervenção urbana, apresentar levantamento teórico acerca de imagem, fotojornalismo e intervenção urbana, além da elaboração de um plano de produção e distribuição visual construído a partir de fotos jornalísticas na cidade de Samambaia – DF. No segundo capítulo iremos apresentar a fundamentação teórica do trabalho, que consiste na apresentação do conceito de Simbolismo de representações imagéticas, onde por meio das concepções de autores como Lúcia Santaella e Martine Joly iremos evidenciar a importância que as imagens, desde a pré-história até os dias correntes,carregadas de simbolismos e significações, têm como instrumento de expressão e comunicação humana. No próximo tópico, será abordada a narrativa visual informativa e social do fotojornalismo, e deste modo demonstrar como o surgimento da fotografia e de modo específico o do fotojornalismo, trouxe para a sociedade um novo modo de transmissão de informações por meio das representações visuais. Estas elucidações serão feitas com base nos discursos de autores como Boris Kossoy, Jorge Pedro Sousa, entre outros. Ainda ao que concerne a fundamentação teórica, iremos através do próximo tópico: Foto e Memória: Arquivos na história, expor fotografias que registraram momentos únicos e importantes da história da humanidade, tornando-se verdadeiros arquivos e documentos históricos. Já no tópico: A intervenção urbana como linguagem contemporânea, 9 iremos discorrer sobre este importante meio de manifestação e expressão artística, que buscar provocar nos indivíduos questionamentos e reações sobre temas que circundam o cotidiano dos grandes centros urbanos, e que encontra no espaço público o seu fundamento. No terceiro capítulo deste trabalho será apresentado o processo de produção do produto, que consiste em produzir e expor, por meio da intervenção urbana, na cidade de Samambaia - DF, fotografias com conteúdo jornalístico que transcrevam a realidade e o cotidiano daquela região. 1.1 Tema Fotojornalismo como instrumento de intervenção urbana na cidade de Samambaia - DF. 1.2 Objetivo Geral Demonstrar a relevância informativa do fotojornalismo aplicado ao conceito de intervenção urbana. 1.2.1 Objetivos específicos a) Mapear os conceitos de fotojornalismo e intervenção urbana; b) Apresentar levantamento teórico acerca da imagem, fotojornalismo e intervenção urbana; c) Elaborar pautas jornalísticas que servirão como base para a produção de fotografias, que serão utilizadas como instrumento de intervenção urbana, na cidade de Samambaia – DF. 1.3 Justificativa 10 Com o intuito de assentar um grande contingente populacional de famílias oriundas de invasões, cortiços e inquilinos de fundo quintal, vindas de diversas partes do país para o Distrito Federal, a cidade de Samambaia – DF foi criada. Oficialmente fundada no dia 25 de outubro de 1989, através da lei 49/89 e decreto 11.291, Samambaia tornou-se a 12ª Região Administrativa do Distrito Federal (DF) – RA XII, desde então a região vem passando por um intenso período de urbanização.1 De acordo com a Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (Pdad)2realizada em 2013 pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), atualmente, Samambaia possui cerca de 61.480 domicílios urbanos e uma população estimada em 220.806 pessoas. Do total de habitantes da RA XII, 22,32% têm até 14 anos de idade e 68,40 % de 15 e 59 anos. No que concerne à origem de sua população, 52,91% dos moradores da cidade são naturais do próprio DF. A outra parcela dos habitantes é composta por migrantes, em sua grande maioria oriundos do Nordeste, cerca de 63,03%. Quanto à participação dos estados, Minas Gerais, com 14,02%, seguido do Maranhão (13,88%), Goiás (13,74%) e Bahia (13,25%), são os que possuem maior representatividade. Assim como ocorre em todo DF, a pluralidade dos habitantes que compõem a região promoveu uma grande diversidade cultural. Ainda ao que se referem à cultura da região, os movimentos culturais sendo eles fixos ou itinerantes, estão presentes por toda a cidade, auxiliando na integração da comunidade. A comunidade e os artistas mobilizam-se no momento em favor do Complexo Cultural. Desde 2009 são promovidos os “Saraus Complexos” em favor da construção do espaço. O projeto é destaque no DF e chega à 33ª edição com o objetivo de formar um polo irradiador de atividades artísticas que favoreça a inclusão social, alavancando a economia criativa e o turismo cultural. Já na área dos esportes, a cidade possui o Complexo Esportivo de Samambaia localizado na quadra 301, composto de um Estádio Regional de Futebol, com capacidade para 5 mil pessoas, uma quadra coberta, quadras de areais e uma área destinada à construção do ginásio poliesportivo. 1 Sobre a RA XII. Disponível em: <http://www.samambaia.df.gov.br/sobre-a-secretaria/conheca- samambaia-ra-xii.html>. Acesso em: 12 mar. 2015. 2 Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (Pdad). Disponível em: <http://www.codeplan.df.gov.br/images/CODEPLAN/PDF/Pesquisas%20Socioecon%C3%B4micas/P DAD/2013/PDADSamambaia2013.pdf>. Acesso em: 12 mar. 2015. 11 Sobre os aspectos econômicos de Samambaia, impulsionado principalmente pela construção civil, que permitiu que a cidade deixasse de ser apenas um assentamento, o comércio e serviços locais se desenvolveram e atualmente encontram-se consolidados. A economia da cidade é independente, oferecendo os mais variados tipos de lojas, bens e serviços.3 A partir deste cenário, considerando todas estas hipóteses, em que temos uma cidade que possui vida própria, culturalmente, socialmente e economicamente, como demonstrado pelos dados, qual seria então o papel do fotojornalismo na transcrição dessa realidade e na aproximação da desta realidade com os moradores de Samambaia? Para responder este problema de pesquisa nosso objetivo geral é demonstrar a relevância informativa da fotojornalismo aplicado ao conceito de intervenção urbana na cidade de Samambaia - DF. Serão elaboradas pautas jornalísticas para a produção, e posterior exposição, através da intervenção urbana, de fotografias jornalísticas capturadas na própria cidade de Samambaia, que reflitam o cotidiano daquela região, exercendo simultaneamente o papel informativo e social do fotojornalismo. 1.4 Metodologia Buscando verificar a temática proposta neste trabalho de conclusão de curso, a metodologia inicial a ser utilizada será a pesquisa na internet, pois como afirma Diehl e Tatim (2004) é de grande valia para se realizar o levantamento do referencial teórico, com base em material já elaborado relacionado com o tema proposto. Definido o tema de estudo, é necessário aprofundar o conhecimento a acerca dele, estabelecendo, o referencial teórico que será utilizado como base para o desenvolvimento da pesquisa. Para tanto é necessário buscar os matérias já elaborados relacionado ao assunto – principalmente livros, artigos científicos, monografias, teses e documentos em meios eletrônicos. (DIEHL; TATIM, 2004, p. 73). Em uma segunda etapa de desenvolvimento, a fim de constituir a base teórica, buscando em autores e obras já publicadas o conhecimento necessário para 3 Samambaia. Disponível em: <http://www.anuariododf.com.br/regioes-administrativas/ra-xii- samambaia/>. Acesso em: 12 mar. 2015. 12 elaboração do trabalho, será utilizada a pesquisa bibliográfica, que como explicam Diehl e Tatim (2004), “é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”. (p.58). Com o intuito de realizar um levantamento de dados e traçar características e aspectos sobre a cidade de Samambaia – DF, tais como: fundação, origem dos primeiros moradores, número atual da população, fatores culturais e econômicos da região, será aplicada também a pesquisa documental. Sidney Mascarenhas (2012) destaca a semelhança entre a pesquisa documental e a bibliográfica, destacando o tipo de fonte como a única diferença. A pesquisa documental é parecida com a bibliográfica.A única diferença é o tipo de fonte. Na bibliográfica usamos textos científicos que analisam o mesmo objeto de estudo. Já na documental, lançamos mão das fontes que não tem o objetivo de analisar o assunto em questão. (MASCARENHAS, 2012, pg. 50). Já no estágio de elaboração do produto aqui proposto, com o intuito de produzir às pautas jornalísticas que servirão como base para as fotografias usadas na intervenção urbana, será utilizada como método de coleta de dados, a entrevista, definida como um “encontro entre duas pessoas cujo objetivo é que uma delas obtenha informações a respeito de determinado assunto mediante uma conversação de natureza profissional.” (DIEHL; TATIM, 2004, p. 66). Por fim, com o propósito de verificar a reação dos moradores de Samambaia – DF, frente às intervenções urbanas, produzida a partir de fotos jornalísticas, será utilizada a observação, que de acordo com Diehl e Tatim (2004) “é uma técnica de coletada de dados para conseguir informações que utiliza os sentidos na obtenção de determinado aspectos da realidade”. (p. 71). Ainda de acordo com os autores, a técnica da observação auxilia na identificação e obtenção e provas a respeito de aspectos dos quais os indivíduos não possuem consciências, porém orientam seu comportamento. 13 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Neste capítulo será apresentada a fundamentação teórica do trabalho. 2.1 Simbolismo de representações imagética De acordo com Santaella (1983) existem como canais de comunicação humana, vários tipos de linguagens, podendo ser ela verbal ou não verbal. Embora, aparentemente haja uma dominância da linguagem oral e escrita, o ser humano como indivíduo social que é se comunica por diferentes meios. Enfim, também nos comunicamos e nos orientamos através de imagens, gráficos, sinais, setas, números, luzes... Através de objetos, sons musicais, gestos, expressões, cheiro e tato, através do olhar, do sentir e do apalpar. Somos uma espécie animal tão complexa quanto são complexas e plurais as linguagens que nos constituem como seres simbólicos, isto é, seres de linguagem. (SANTAELLA, 1983, p.2). Desta forma, nota-se que o homem durante sua história, a fim de se comunicar utilizou, e utiliza até o momento presente, diversos métodos e meios de expressão, entre elas a imagem. Completando este pensamento, Rodrigues (2007) destaca que as imagens desde pré-história “fizeram parte das relações entre os homens e, mesmo após a invenção da escrita, continuaram a ser fundamentais na comunicação humana”. (p. 68). Dentro desta ótica, Santaella (1983) afirma que “as linguagens estão no mundo e nós estamos na linguagem”, toda e qualquer linguagem existente, incluindo as imagens, podem ser investigadas e analisadas, e este processo é realizado por meio da semiótica, “ciência que tem por objetivo investigar todas as linguagens existentes, ou seja, que tem por objetivo o exame dos modos de constituição de todo e qualquer fenômeno como fenômeno de produção de significação e de sentido”. (p. 2). Completando este pensamento Joly (1994) destaca que através da semiótica é possível analisar as imagens ultrapassando a abordagem sobre os aspectos funcionais da mesma. Quanto à origem desta ciência, Joly (1994) relata que apesar da semiótica possuir origens bastante antigas, que remontam à antiguidade grega, podendo ser 14 encontrada na medicina e na filosofia da linguagem, em ciências humanas, a semiótica é uma disciplina recente, que surgiu no início do século XX, tendo como seus grandes precursores o linguista suíço Ferdinand de Saussure (1857-1913), na Europa e o cientista Charles Sanders Peirce (1839-1914), nos Estados Unidos. Portanto, sabendo que o ser humano durante sua história, a fim de se comunicar utilizou e utiliza até o momento presente, diversos métodos e meios de expressão, e que existe uma ciência capaz de investigar toda e qualquer linguagem, podemos por meio da semiótica compreender a relação entre o homem, comunicação e a imagem. Oliari e Struve (2012) definem imagem como uma representação visual construída pelo homem, por diferentes aspectos, que podem estar em um campo abstrato ou concreto. Mas o que é imagem? Numa síntese de definições a imagem (do latim Imago) é uma representação visual, construída pelo homem, dos mais diversos tipos de objetos, seres e conceitos. Pode estar no campo do concreto, quando se manifesta por meio de suportes físicos palpáveis e visíveis, no campo do abstrato, por meio das imagens mentais dos indivíduos ou no campo virtual por meio de emulações matemáticas. (OLIARI; STRUVE, 2012, p. 2). Completando esta definição, Araújo e Reis (2012) conceituam imagem como “o reflexo do mundo produzido por e em nossa mente”. (p.93). Portanto, a construção de imagens palpáveis ou mentais é inerente ao homem, as representações visuais estão intimamente ligada à percepção do mundo pelo ser humano. Essa situação reflete a mesma encontrada por Costa (2005 apud RODRIGUES, 2007, p.68) ao afirmar que na cultura humana, as imagens possuem uma função muito mais complexa do que na vida de outros animais. Além da função do reconhecimento de amigos e inimigos, diferenciação de presas e predadores e de situar os seres em uma determinada área em que se pode sair ou entrar, as representações mentais, que o ser humano adquire na sua relação com o mundo, possuem a capacidade de serem armazenadas, constituindo a memória humana, de serem analisadas pela reflexão e por fim, serem transformadas em um acervo de experiência, afetividade e conhecimento. A fim de expressar a ação provocada pela complexa função exercida pelas imagens, o homem desenvolveu ainda, técnicas como a pintura, o desenho e 15 a escultura, imagens capazes de representar visualmente as emoções e os sentimentos despertados pela relação entre o ser humano e o mundo. Em síntese, esta relação entre as representações imagéticas e a complexidade emocional, sentimento e cultural do homem tornaram as imagens um dos mais importantes meios de comunicação da humanidade, assim como afirmam Ambrose e Harris (2003, p.94) “as imagens são comunicadores poderosos por causa de seus significados emocionais, culturais e factuais, lidos em seu conteúdo.” A imagem detém este poder de comunicação devido aos diferentes valores simbólicos atribuídos a ela pelo homem. Araújo e Reis (2012) explicam que esta ação do ser humano de atribuir valores simbólicos as coisas teve início com a confecção das primeiras ferramentas a base de pedra e madeira, coisas que anteriormente não possuíam significados passaram a ganhar valores subjetivos atribuídos a elas. Quando as primeiras ferramentas foram cunhadas a base de pedra e madeira, o homem passou a atribuir valor simbólico a entes antes pertencentes apenas ao meio como mero componente disperso. Esta passagem do inanimado para o subjetivo e posteriormente o conhecimento cultural é a base para a proliferação das representações simbólicas. (ARAÚJO; REIS, 2012, p. 94). Sendo assim, “a partir do momento que as coisas passam a ser tratado como signos e símbolos o mundo como um todo se torna um aglomerado de significâncias concretas e abstratas”. (ARAÚJO; REIS, 2012, p.94). Por meio dos símbolos e signos, valores subjetivos foram atribuídos as coisas, isto mudou a forma como o homem passou a perceber o mundo ao seu redor, objetos, sons, cores e imagens passaram a ter significados abstratos e concretos. Desta forma, por meio da semiótica, a ciência que investiga os signos, podemos analisar o simbolismo das representações imagéticas. Segundo Walther(2010, p. 1), a semiótica pode ser construída de três maneiras. Primeira, estabelecer os traços característicos de todos os signos, sobretudo nos signos linguísticos, para que com base neles possamos desenvolver uma teoria geral dos signos. Segundo, reunir todos os signos achados e classificá- los com ênfase no que os diferencia. Terceiro baseado na função dos signos pode investigar os próprios signos, suas relações e aplicabilidade. De acordo com Santaella (1983, p. 12) Peirce explica que um signo “é 16 uma coisa que representa uma outra coisa: seu objeto. Ele só pode funcionar como signo se carregar esse poder de representar, substituir uma outra coisa diferente dele [...]”. Ou seja, o signo não é o objeto, ele apenas o representa. Sendo assim, um signo pode representar um objeto apenas de um certo modo e com uma certa capacidade. A palavra casa, a pintura de uma casa, o desenho de uma casa, a fotografia de uma casa, o esboço de uma casa, um filme de uma casa, a planta baixa de uma casa, a maquete de uma casa, ou mesmo o seu olhar para uma casa, são todos signos do objeto casa. Não são a própria casa, nem a idéia geral que temos de casa [...] (SANTAELLA, 1983, p. 122). Completando este pensamento Joly (1994) explica que um signo se constitui de uma materialidade perceptível por um ou mais dos sentidos humanos. Um signo pode ser visto (cores, gestos), ouvido (ruído, música), sentido (frio, toque), cheirado (odor, perfume) ou saboreado (doce, amargo). A essência de um signo é ser percebido, estar presente para representar ou significar aquilo que estar ausente. Tudo pode ser signo, desde que dele se deduza uma significação, que dependerá da cultura de quem o interpreta e do contexto de sua aparição. A partir das conclusões de Peirce (1978 apud JOLY 1994, p. 36) podemos dizer que o signo possui três pólos: o significante, a parte perceptível; o que representa: objeto ou referente; e o interpretante ou significado, o que significa. Assim como na linguagem, os signos também podem ter variações de interpretação de acordo com o contexto. Um exemplo é uma foto (significante) representando um alegre grupo de pessoas (referente) pode significar, dependendo do contexto, foto de família, alegria ou convivência do grupo (significados). Mesmo sendo variados, os signos possuem essa estrutura comum de ligação entre significante ao referente e ao significado. Se os signos possuem uma estrutura comum, não é por isso que eles são idênticos: uma palavra não é a mesma coisa que uma fotografia ou que um vestido, um painel rodoviário, uma nuvem, uma postura, etc. e, no entanto todos podem significar algo diverso e si próprios e constituir-se, portanto como signos. (JOLY, 1994, p. 38). Dependendo da forma que o signo é considerado, podem existir diferentes tipos de representação do seu objeto. Para Santaella (2012, p.16), os três verbos “representar”, “indicar” e “sugerir” de forma semântica indicam que, dependendo do fundamento do signo, uma qualidade, um existente ou uma lei, a natureza do objeto será diferente, assim 17 como a relação que o signo mantém com o objeto. Classificando assim em ícones, índices e símbolos. Segundo Joly (1994, p. 38), é uma classificação para distinguir a função da relação dos signos, dividindo assim em três grandes tipos de signos: o ícone, o indício e o símbolo. O ícone é semelhança com aquilo que se representa, ou seja, uma analogia com o referente. Uma fotografia, uma imagem representando uma árvore ou uma casa são ícones quando se assemelham a uma árvore ou a uma casa. O indício é a relação de contiguidade física com o que representa, como a fumaça para o fogo, a nuvem para a chuva, a pegada deixada no caminho de um animal. Já o símbolo tem uma relação de convenção com o referente, como a pomba branca representar a paz. Ainda no que se refere à classificação das representações imagéticas, Santaella (1983) afirma que a própria imagem pode ser um hipoícone, logo que a qualidade de sua aparência é semelhante a do objeto que a imagem representa. Dentro desta ótica, Joly (1994) menciona que Pierce em sua tipologia dos signos classifica a imagem efetivamente como uma subcategoria do ícone. Considerando que o ícone pertence à classe dos signos, no qual o significante possui uma relação analógica com aquilo representado por ele, diferentes tipos de analogia podem ser considerados, logo existem diferentes tipos de ícones, que são a própria a imagem, o diagrama e a metáfora. A imagem em sua categoria reúne então os ícones que conservam uma relação de conformidade qualitativa entre significante e o referente. As representações visuais contêm qualidades que aludem ao seu referente: cores formas e dimensões que possibilitam o seu reconhecimento. Já o diagrama emprega uma analogia racional interna ao objeto, enquanto a metáfora é uma espécie de ícone que trabalha com base em uma correspondência qualitativa. O diagrama utiliza uma analogia racional, interior ao objeto: deste como o organograma de uma sociedade representa a sua organização hierárquica, os planos de um motor a interação das diferentes peças, enquanto que uma fotografia seria a sua imagem. Por fim, a metáfora seria um ícone que trabalharia a partir de um paralelismo qualitativo. (JOLY, 1994, p.40). Portanto, levando em consideração a classificação da imagem, segundo Pierce, conclui-se que ela não corresponde a todos os tipos de ícones. Assim como afirma Joly (1994) “a imagem não é todo o ícone, mas é um signo icônico, do 18 mesmo modo que o diagrama ou a metáfora”. (p. 40) A partir dos discursos aqui apresentados evidencia-se a importância que a imagem desde a pré-história, até o momento presente, tem como instrumento de expressão e comunicação humana, constituindo-se uma linguagem rica em simbolismo e significações, que intermedeia a relação entre o homem e o mundo, e a relação entre os homens. Estas especificidades das representações imagéticas também estão presente nas imagens fotográficas, adotadas pela imprensa como um meio de comunicação, fazendo desta forma surgir o fotojornalismo, como será demonstrado no próximo tópico. 2.2 Fotojornalismo: A narrativa visual informativa e social De acordo com Pupo (2011) fotografia literalmente significa “escrever com a luz”. Sua invenção em 1826, como relata Sacomano (2013), é atribuída ao francês Joseph Nicéphore Niépce, e inicialmente revoluciona as artes visuais. Busselle (1979) explica que é atribuída a Joseph Nicéphore Niépce a invenção da fotografia considerando sua definição “como uma imagem inalterável, produzida pela ação direta da luz”. (p. 30). Após dez anos de experiências, Niépce, conseguiu reproduzir, a vista descortinada da janela do sótão de sua casa. Como acrescenta Pupo (2011) Niépce foi a primeira pessoa a conseguir fixar em um suporte uma imagem resultante da incidência de raios luminosos numa câmara escura. Para realizar este feito, ele utilizou uma chapa preta como material fotossensível. Niépce usou como material fotossensível uma chapa preta onde aplicou um betume claro. Este endureceu nas zonas mais iluminadas e Niépce lavou a chapa fazendo desaparecer o betume não endurecido: dessa forma produziu uma imagem de alto contraste, em que as zonas claras eram definidas pelo betume seco e as zonas escuras pela chapa escura. (PUPO, 2011, p. 19). Ainda ao que se refere à invenção formal da fotografia, Kossoy (1988) destaca o contexto em que ela ocorreu, um período marcado pela revolução industrial, que proporcionou o desenvolvimento das ciências, fazendo surgir naquele 19processo de transformações econômicas, sociais e culturais, descobertas que viriam influenciar profundamente os rumos da história moderna. Para Peter e Silva (1999) a fotografia “é a linguagem da imagem, a mais recente versão da mais antiga forma de comunicação gráfica”. (p. 13). Ela é um modo de comunicação que desconhece barreiras linguísticas e geográficas, diferente da linguagem oral e escrita, ela detém em si uma extensa facilidade de comunicar e ser compreendida. Completando este pensamento Pupo (2011) afirma que enquanto linguagem a fotografia é um meio de transmissão de ideias, a partir da ótica de quem a produzir, “a fotografia é um meio de transmitir ideias através da imagem e dos significados que o observador lhe atribui”. (p. 15) Bastos (2014) relata que no século XIX o advento da fotografia vai avariar todos os outros modos de registros que existiam até a data, como a pintura e a escrita. A partir daquele momento começaram a ser registrados por meio de fotografias os fatos que ocorriam no mundo, os acontecimentos de dimensão nacional, acontecimento trágicos, as catástrofes naturais.O homem teve acesso a uma nova forma de retratar a realidade, embora isto ainda não fosse considerado fotojornalismo. Até ao século XIX, a informação circulava, principalmente, através da escrita. O desenho, mais ou menos fiel à realidade, é, frequentemente, fantasista. A pintura é, quase sempre, feita por encomenda pelos poderes estabelecidos e, por isso, a sua objetividade é escassa. A chegada da fotografia vai arrasar com todos os modos de registros conhecidos e utilizados até à data, uma vez que a fotografia é imediatamente considerada objetiva e autêntica. (BASTOS, 2014, p. 137). Neste sentido, o advento da atividade fotojornalística possui ligação direta com a necessidade de elucidação da realidade por meio de representações imagéticas, conforme observam Jasper, Kaliberda e Souza (2013) “o ato de fotografar acaba por construir uma representação social da realidade, que proporciona ao homem uma nova forma de apreensão do real”. (p. 6) Sousa (2002) relata que nascida em um contexto positivista, a fotografia já foi vista, quase exclusivamente como o registro imagético da verdade, e foi neste contexto que ela foi adaptada pela imprensa. Embora, atualmente já se tenha a noção de que a fotografia pode representar a indicar a realidade, mas não comportar em si a verdade absoluta dos fatos. 20 Hicks (1952, apud SOUSA, 2002, p. 23) destaca que apesar de seu potencial informativo, os editores de jornais relutaram durante muito tempo até utilizarem as imagens fotográficas, devido às mesmas não se enquadrarem nas convenções e aspectos jornalísticos da época, para os editores de jornais não havia seriedade nas imagens fotográficas. Apesar do potencial informativo da fotografia, os editores de jornais resistiram durante bastante tempo a usar imagens fotográficas. Esses editores desvalorizavam a seriedade da informação fotográfica e também consideravam que as fotografias não se enquadravam nas convenções e na cultura jornalística dominante. (HICKS, 1952, apud SOUSA, 2002, p. 23). Após este período ocorreram mudanças de atitudes e ideias sobre a imprensa da época que contribuíram para a emersão na Alemanha do que é considerado de fato o fotojornalismo. Definido como uma atividade original que utiliza a fotografia como um canal de informação, observação, opinião e de análise sobre a vida dos homens e as consequências que ela traz ao mundo. (SOUSA, 2002). Bastos (2014) explica que após a derrota na Primeira Guerra Mundial, a Alemanha atravessou um severo período de crise econômica e política, a incompreensão das pessoas frente às mudanças políticas, e que foram consideradas como fraquezas, emergiu no país um espírito liberal, permitindo assim um grande desenvolvimento das artes e das letras. Estes acontecimentos também trouxeram mudanças para a imprensa. Sousa (2002) completa que as imagens fotográficas produzidas na Alemanha eram consideradas fotojornalísticas, pois pela primeira elas se articulavam com textos que tentavam contar uma história. Desde modo, nas décadas de 1920 e 1930, a Alemanha era o país que mais possuía revistas ilustradas. A forma como se articulava o texto e a imagem nas revistas ilustradas alemãs dos anos vinte permite que se fale com propriedade em fotojornalismo. Já não é apenas a imagem isolada que interessa, mas sim o texto e todo o “mosaico” fotográfico com que se tenta contar a história. (SOUSA, 2002, p. 18). Desta forma, pela primeira vez, a começar pela Alemanha, a fotografia jornalística recebe força, e ultrapassa o fator meramente ilustrativo. Posteriormente, influenciadas pelo modo original das revistas ilustradas alemãs, surgiram nos Estados Unidos e em outros países da Europa: França, Reino 21 Unido e Portugal, revistas e publicações que utilizam a mesma formula alemã de produção fotojornalística, formula esta que seria utilizada com sucesso por todo o mundo. (SOUSA, 2002). A partir deste momento, como descrito por Bastos (2014, p.138) “completamente instalado na sociedade, o fotojornalismo é também entendido como uma ferramenta útil de análise social”. Foi nos Estados Unidos da América que mais fotógrafos se concentraram em registrar os fatos de aspectos sociais. Nas décadas de 30 e de 40, diversos fotógrafos foram contratos por uma organização (Farm Security Administration), criada em 1937, com objetivo apoiar os pequenos agricultores e reorganizar comunidades arruinadas pela crise decorrente da quebra da bolsa de Wall Street, em 1929, pare registrar os problemas sociais da população americana. A partir desta colocação destaca-se o papel social que pode ser desenvolvido por meio do fotojornalismo, tornando-o uma ferramenta de análise e de registro dos fatos de aspectos sociais. No Brasil o fotojornalismo ganhou destaque em 1928, com o lançamento da revista O Cruzeiro, e mais tarde, em 1952 com a revista Manchete. (JASPER; KALIBERDA; SOUZA, 2013). Uma das principais revoluções tidas no fotojornalismo brasileiro acontece com a revista O Cruzeiro. Lançada em 1928, ela passa a publicar imagens estouradas, além de séries de fotografias quando da cobertura de um determinado fato a partir de 1943, momento em que o fotógrafo francês Jean Mazon implanta o conceito de linguagem visual na revista. Em 1952 a revista Mancheteera inaugurada, e elege o fotojornalismo como seu ponto forte. (JASPER; KALIBERDA; SOUZA, 2013, p.5). Morais e Vicentini (2009) acrescentam que os jornais brasileiros que introduziram a fotografia em seus exemplares foram apresentados nos primeiros dez anos do século XX, entre eles: a Revista da Semana, a Fon-Fon, a Ilustração Brasileira, O Malho, o Jornal do Brasil e outros mais. Mas dentre vários jornais da época O Cruzeiro assumiu papel de pioneira do fotojornalismo após a chegada do francês Jean Manzon, o que ocorreu na década de 1940. De acordo com Persichetti (2000 apud MORAIS; VICENTINI, 2009, p.33) Jean Manzon foi responsável por uma revolução na fotografia, na visualidade e até no conceito de fotojornalismo já conhecido até então. Com ele, algumas imagens e fatos que nunca foram apresentadas passaram a se ter conhecimento, como o encontro com os índios xavantes em 1994, os problemas sociais, os tipos regionais, 22 os trabalhadores, retratos de políticos e artistas. “O trabalho de Manzon implicou não só uma mudança na temática desenvolvida até ali, mas se estendeu também ao projeto gráfico”. (MORAIS; VICENTINI, 2009, p.34). Isso levou a uma maior interação entra o visual, a fotografia, e otexto produzido. Essa interação foi o início para a dupla fotógrafo e repórter. Já a revista Manchete começou a circular em 1952 com uma proposta inovadora, privilegiar a fotografia como forma narrativa independente do texto. Seguida pelo Jornal da Tarde, 1965, o espaço para as fotografias era tendência de uma renovação. A década de 1960 marca o auge do fotojornalismo no Brasil, com o surgimento das revistas Realidade, em 1966, e Veja, em 1968. Em 1980, surgem as agências de fotografias, essas agências consideradas independentes queriam valorizar a presença do fotografo nas redações, na qual eram responsáveis pela captação e venda das imagens dos jornais e revistas. (MORAIS; VICENTINI, 2009). Em continuidade a evolução do fotojornalismo no Brasil, Morais e Vicentini (2009) acrescentam que a linguagem fotográfica do jornal O Estado de São Paulo, transformou-se a partir de Hélio Campos Mello, fazendo com que os fotógrafos participassem na produção e elaboração de pautas. A Folha de S. Paulo dá início a projetos editorias, a uma reforma gráfica, nova visualização, tudo para que possa acompanhar a fotografia, dando início à digitalização da fotografia. Deste modo nota-se que desde o seu surgimento o fotojornalismo passou por diversos processos que o fizeram ter as características e a importância informativa que ele possui nos dias atuais, não sendo utilizado apenas para cumprir propósitos estéticos, como observa Gradim (2000). Além de cumprirem propósitos estéticos, como embelezar as páginas, e cortar a monotonia dos extensos blocos de textos, afirmando-se pela sua qualidade e beleza intrínseca, as fotografias devem ser jornalisticamente relevantes, isto é estarem relacionadas com o acontecimento que ilustram, provando-o, comentando-o, ou revelando perspectivas novas acerca dele. (GRADIM, 2000, p. 89). Portanto, para que uma imagem fotográfica seja considerada de fato fotojornalismo, ela não deve apenas ilustrar um texto, mas possibilitar que por meio dela uma nova ótica da informação seja descoberta. Outro aspecto relevante quanto à evolução da fotojornalismo e que hoje é 23 aplicado a ele, são os parâmetros próprios criados pela busca da informação imagética, denominados de critérios de noticiabilidade, como destacam Jasper, Kaliberda e Souza (2013). Estes preceitos possuem certa relação com os critérios de noticiabilidade jornalísticos tradicionais, apesar de não serem os mesmos. [...] Estes, apesar de não serem os mesmos, mantém certas relações com os critérios de noticiabilidade jornalísticos convencionais, estudados nas academias como princípio básico do jornalismo tradicional. Dentre os critérios fotojornalísticos, pode-se citar a estética, a ação e a relevância informativa da imagem. . (JASPER; KALIBERDA; SOUZA, 2013, p.7). Portanto, as fotografias jornalísticas, também possuem uma abordagem feita a partir de valores notícias, a relevância informativa, a estética e a ação são fatores consideráveis na construção de uma imagem fotográfica jornalística. Completando este pensamento Sousa (2002) afirma que o valor jornalístico é um parâmetro para se definir o que de fato deve ser considerada uma fotografia jornalística. A quantidade de variedades fotográficas que se reclamam do fotojornalismo leva-me a considerar, de forma prática, as fotografias jornalísticas como sendo aquelas que possuem "valor jornalístico" e que são usadas para transmitir informação útil em conjunto com o texto que lhes está associado. (SOUSA, 2002, p.7). Ainda de acordo com o autor não é fácil expressar o que de fato possui um valor jornalístico, já que cada órgão de comunicação social adota critérios diferentes e específicos de valorização da informação, embora em um sentido geral, o valor jornalístico é aquilo que possui um valor como notícia, ou seja, o que tem valor noticioso de acordo com os critérios adotados pelos jornalistas de forma consciente ou não consciente. (SOUSA, 2002). Logo, para uma fotografia ser considerada de cunho jornalística ela precisa ser abordada por meio dos valores noticiosos. A partir dos discursos aqui apresentados nota-se que a fotografia, desde seu advento até os dias atuais, é utilizada pelo homem como um meio de expressão e transmissão de informações, e esta sua especificidade é o instrumento utilizado pelo fotojornalismo, fato que torna a fotografia de cunho jornalístico um autêntico eficiente canal de emissão de informações. No próximo tópico será demonstrado, a partir de algumas imagens 24 fotográficas, exemplos de como o fotojornalismo se tornou importante para a sociedade, ao paço que as fotografias tornam-se documentos históricos. 2.3 Foto e Memória: Arquivos na história Neste tópico iremos demonstrar a partir de imagens de princípios jornalísticos, que marcaram e foram eternizadas, como a fotografia faz parte da documentação da história. Para Morais e Vicentini (2009), a fotografia faz uma documentação da história, contando que cada momento pode ser crucial para entender o que se passou. Toda e qualquer foto é um documento importante da história. “Mesmo a mais insignificante foto feita hoje pode tornar-se um importante documento amanhã”. (MORAIS; VICENTINI, 2009, p.158). Completando este pensamento Kossoy (1988) destaca que a invenção da fotografia possibilitou ainda que fosse criado um novo modo de documentação e denúncia, devido à natureza testemunhal de uma imagem fotográfica. Kossoy (1988) observa ainda que exteriorizada por meio de seus costumes, monumentos, hábitos, religiões, fatos políticos e sociais, a expressão cultural dos povos gradativamente passou a ser registrada e documentada pela câmera fotográfica. Após o surgimento da fotografia, as ações que ocorriam no mundo passaram a ser percebidas pelo homem de um modo mais preciso e amplas realidades que só eram conhecidas e transmitidas por meio da pintura e da tradição escrita e oral, agora eram vistas em detalhes. O mundo tornou-se de certa forma “familiar” após o advento da fotografia; o homem passou a ter um conhecimento mais preciso e amplo de outras realidades que lhe eram, até aquele momento, transmitidas unicamente, pela tradição, escrita, verbal e pictórica. (KOSSOY, 1988, p. 26). Ainda de acordo com o autor, o acesso de pessoas de diferentes classes sociais à informação visual de costumes e fatos de povos distintos, iniciou um novo método de aprendizado e conhecimento da realidade. (1988). Deste modo, a fotografia se firmou como um autêntico meio de documentação e preservação histórica, por meio dela a sociedade tem os seus fatos 25 preservados em imagens. 2.3.1 Fotos em Foco Alguns acontecimentos históricos mudaram a época, e muitos destes feitos foram registrados pelas lentes de fotojornalistas do mundo todo. A começar pelos registros de guerra, a fotografia passou a documentar as particularidades dos fatos. No final da segunda guerra mundial, uma fotografia imortalizada pela revista “Life”, marcou a história (Figura 1). Durante o anúncio do fim da guerra contra o Japão, em 14 de agosto de 1945, o fotógrafo Alfred Eisenstaedt registrou um marinheiro beijando uma jovem mulher de vestido branco. A mulher foi identificada mais tarde, na década de 1970, como Edith Shain. A identidade do marinheiro permaneceu desconhecida e controversa. Mas está é apenas uma das versões. Essa fotografia manifesta o alívio de uma sociedade diante de uma guerra. Figura 1- “O beijo da Times Square" Fonte:Revista Bula Uma fotografia que revela o quão atordoante é uma guerra, foi produzida durante o bombardeioamericano ao vilarejo no Vietnã (Figura 2). Esta foto ganhou o Prêmio Pulitzer em 1973, e é considerada a fotografia mais famosa de guerra de todos os tempos. Kim Phuc (a garotinha nua) corre ao longo de uma estrada perto 26 de Trang Bang, no sul do Vietnã, após um ataque aéreo com napalm. Para sobreviver, Kim arrancou a roupa em chamas do corpo. Figura 2 - “Phan Thi Kim Phuc” Fonte: Site - Revista Bula Uma imagem pode representar ainda a inquietação da sociedade frente aos fatos. Uma fotografia tirada pelo fotojornalista David Drew Zingg, no dia 26 de junho de 1968 (Figura 3), registrou a enorme marcha que acorreu no Rio de Janeiro, contra a ditadura militar no Brasil, que ficou conhecida como “A passeata dos 100 mil”. Figura 3 - “A passeata dos 100 mil” Fonte: O esquema 27 Sharbat Gula tinha 12 anos quando foi fotografada durante uma reportagem da “National Geographic” sobre a ocupação soviética no Afeganistão (Figura 4). Esta se tornou uma das fotografias mais conhecidas do mundo. Em 2002, o fotógrafo Steve McCurry, autor da fotografia, reencontrou Gula, então, com 30 anos, numa região remota do Afeganistão. Ela não tinha a menor ideia do impacto que sua foto causou na civilização ocidental. Por meio desta imagem percebe-se como um fato pode ganhar um rosto que sintetiza toda a situação existente. Figura 4: “Menina afegã” Fonte: Revista Bula Os fatos transmitidos pelas imagens fazem parte do real dos acontecimentos, por mais incríveis que sejam. A fotografia de um homem caindo do World Trade Center (Figura 5), em Nova York, durante os atentados terroristas em 11 de setembro de 2001 chocou o mundo e tornou-se ícone do ataque. A foto foi tirada pelo fotografo Richard Drew, da agência americana Associated Press. Para o governo americano, as pessoas que “pularam” não se suicidaram, foram vítimas dos atentados. 28 Figura 5: “The fallingman” Fonte: Último Segundo A partir das fotografias aqui apresentadas pode-se notar o impacto que uma imagem tem para o homem, e como as mesmas podem constituir uma importante fonte de preservação da história. No próximo tópico será abordada a temática da intervenção urbana. 2.4 A intervenção urbana como linguagem contemporânea Segundo Souza (2012) “desde que a humanidade descobriu a expressão gráfica, há rabiscos nas paredes. Ao longo da história, porém, estes rabiscos foram sendo aprimorados e adquiriram novos significados” (p. 17). Atualmente, tornaram- se uma das principais formas de expressões artísticas da sociedade urbana pós- moderna, e entre estas formas de manifestação encontra-se a intervenção urbana. Intervenção urbana é o termo utilizado para nomear os movimentos artísticos que possuem relação com as intervenções visuais realizadas em espaços públicos, que promovem alterações de paisagens e a caracterização de lugares. É basicamente a mudança visual de um espaço urbano. (CARDOSO et al., 2013, p. 50). A palavra intervenção tem origem em interveníre, que significa estar entre, intervir. A palavra urbana tem origem do latim na palavra urbánu’, formada pelo antepositivo, urbs, is 'cidade; por oposição a campo'. A utilização da denominação urbana indica o ponto de vista de alguém inserido num espaço urbano local, visualizando especialmente o espaço de fora, de trânsito, desenhado pelas construções privadas inacessíveis internamente ao olhar coletivo (BOCZON, 2009, apud TRINDADE, 2013, p. 32). 29 Portanto, a intervenção urbana é uma ação realizada por pessoas que estão inseridas no espaço urbano em que ela ocorre, por meio da intervenção é exposta a perspectiva interna e pessoal de quem a produz. A intervenção urbana surgiu na segunda metade do século XX, quando os artistas passaram a tomar posse da possibilidade de interferir no mundo real e na cultura, irreversivelmente urbanos. Desta forma, diferentes iniciativas artísticas que eram realizadas fora das galerias de artes, dos museus e dos palcos, procuraram novas relações socioespaciais, consolidando assim o conceito de intervenção urbana, em duas diferentes diretrizes: como método de transformação física dos espaços tradicionais, e como plano de uso da cidade e da cultural, desmontando por fim a concepção clássica da arte, possibilitando o surgimento complexo e indestrutível da percepção de público. (BOCZON, 2009, apud TRINDADE, 2013, p. 31). Sendo assim, a intervenção urbana surge do desejo dos artistas de promoverem por meio de interferências no espaço urbano, transformações na realidade que estavam inseridos, sendo estas modificações de caráter, físico, social ou cultural. Completando este pensamento, Trindade (2013) destaca que a intervenção urbana busca interferir sobre certa situação a fim de promover transformações ou reações no plano físico, intelectual ou sensorial Como prática artística no espaço urbano, a intervenção pode ser considerada uma vertente da arte urbana, ambiental ou pública, direcionada a interferir sobre uma dada situação para promover alguma transformação ou reação, no plano físico, intelectual ou sensorial. Trabalhos de intervenção podem ocorrer em áreas externas ou no interior de edifícios. (TRINDADE, 2013, p. 33). Ainda segundo Trindade (2013) os projetos de intervenção são um dos caminhos explorados por artistas de diferentes vertentes, estes possuem o interesse de ficarem próximo da vida cotidiana, de diferentes aspectos sociais, tornando desta maneira seus trabalhos mais acessíveis ao público. “Tal tendência, marcante da arte contemporânea é geradora de uma multiplicidade de experimentações artísticas, pesquisas e propostas conceituais, baseadas em questões ligadas às linguagens artísticas, ao circuito da arte ou ao contexto sociopolítico”. (p. 34). 30 Dentro desta ótica, Cardoso et al. (2013, p. 50) destaca que “a interação, a interferência no cotidiano das cidades, o protesto, a possibilidade de repensar o próprio espaço e a disseminação da arte são algumas de muitas motivações que levam grupos e artistas a realizarem intervenções urbanas”. Logo, o protesto e a possibilidade de repensar o próprio espaço também são tidos como interesses por aqueles que promovem a intervenção urbana. De acordo com Cardoso et al. (2013, p. 50) as intervenções urbanas podem ser realizadas de diversas formas, deste de pintura de paredes, simples trabalhos, com adesivos e colagem até projetos complexos, com grandes estruturas e instalações de artes. A dimensão temporal das intervenções também pode variar, elas podem levar alguns segundos, minutos, ou até mesmo anos. O tempo que a intervenção durará irá depender do material utilizado pelos interventores e do objetivo que querem alcançar. A propósito, Duarte (2006 apud TRINDADE, 2013, p. 35) reforça que diversas formas de trabalhos artístico podem ser considerados intervenção não existindo, assim, uma única categorização ou barreiras que a separe de outros modos de manifestação, como a arte portal, instalação ou performance. Levando em consideração a definição de intervenção “como ação sobre algo, que acarreta reações diretas ou indiretas, ato de se envolver em uma situação, para evitar ou incentivar que algo aconteça, alteração do estabelecido, interação, intermediação, interferência, incisão, contribuição” (DUARTE 2006 apud TRINDADE, 2013, p. 35), é possível destacar mais algumas características dessa forma de manifestação, como a relação estabelecida entre o meio ambiente e a obra (espaço e público), o efeito imediato sobre um lugar e tempo específico, além de provocar questionamentosdas normais sociais, engajamento de cunho político ou de problemas sociais, a paralisação do fluxo normal das coisas por meio do humor, ironia, crítica, estranhamento ou surpresa. Souza (2012) acrescenta que a intervenção urbana sucede de uma maneira, espontânea, inesperada e aleatória na paisagem urbana, e desta forma, torna-se parte da textura da cidade e a modifica de modo constante. Logo, é parte do cenário urbano e se interliga com as ruas, os prédios, as moradias, as praças, os muros e os monumentos. Integra o cotidiano da cidade, ao mesmo tempo em que conta a história de seus habitantes, por meio do poder simbólico da representação individual ou coletiva. (SOUZA, 2012, p. 18). 31 Completando este pensamento Cardoso et a.l (2013, p. 50) afirma que a por meio da intervenção urbana feita no espaço público, uma parte do cotidiano da população, passa a ser notado e ressurge. A intervenção passar a ser canal um de comunicação para a sociedade, uma forma de expressar informações a partir de diversificados trabalhos artísticos, em que esta mensagem pode ser caráter pessoal ou social. “Pode conter crítica, poesia, protesto, entre outros, com uso de técnicas, dependendo da formação ou não do interventor. Desde técnicas de designers, arquitetos, comunicadores sociais, grafiteiros, etc”. “A intervenção é normalmente inusitada, realizada a céu aberto e por ter um caráter crítico, seja do ponto de vista ideológico, político ou social, referindo-se a aspectos da vida nos grandes centros urbanos”. (LIMA, 2006 apud TRINDADE, 2013, p. 38). Portanto, uma intervenção urbana costumeiramente tentará chamar a atenção dos indivíduos para as os fatos que acontecem nas cidades, sejam eles de dimensão, política ou ideológica. Almeida (2011) afirma que por intermédio da intervenção urbana é possível devolver as cidades as suas especificidades de caráter social e urbano que muitas vezes são perdidos com o crescimento das cidades. A autora explica que esta situação ocorre em decorrência da privatização dos espaços públicos, e da reorganização desses locais, alicerçados em uma lógica de consumo, tornando pobre a experiência urbana, obstruindo, a produção, interação e a vivência dos indivíduos. Neste cenário, a arte e o urbanismo articulados, tornam-se um instrumento no processo de criação e de restituição dos vínculos, construindo novas formas de percepção e interação entre o indivíduo e o meio. (ALMEIDA, 2011). Como afirma Souza (2012) na sociedade pós-moderna a intervenção urbana torna-se uma espécie de comunicação alternativa que possui no espaço público o suporte para sua produção. Na sociedade pós-moderna, organizada pelo consumo, a intervenção pode ser uma reação à publicidade. É uma forma de comunicação alternativa que utiliza o espaço público como suporte de produção, sem mediação. Ou seja, liga o produtor ao leitor de forma direta, mostrando que a comunicação informacional ou publicitária não são únicas no espaço da cidade. (SOUZA, 2012, p. 24). Desta forma, a intervenção urbana que surgiu da aspiração dos artistas 32 em realizarem transformações na realidade na qual estavam inseridos, tornou-se ao longo dos anos um meio de expressão e manifestação artística que busca provocar e despertar nos indivíduos reações a respeitos dos vários aspectos que circundam a sociedade contemporânea, sendo esses de caráter, político, cultural ou social. As intervenções constituíram-se ainda, nos centros urbanos, um novo canal de comunicação que encontra no espaço público a base da sua realização. Desta modo, com base no discurso teórico aqui apresentado, nota-se que a fotografia é um expressivo meio de comunicação, e através da intervenção urbana há a possibilidade de levar até o público fotografias que transmitam informações jornalísticas. Esta perspectiva entre fotojornalismo e intervenção urbana sintetiza a proposta deste trabalho de conclusão de curso, e essa possibilidade informativa será aplicada na cidade de Samambaia – DF, como será demonstrado no próximo capítulo. 33 3 PROCESSO DE PRODUÇÃO Neste capítulo será apresentado o processo de produção do produto proposto neste trabalho. 3.1 A cidade palco: Samambaia Samambaia foi fundada no dia 25 de outubro de 1989 se tornando a 12º Região administrativa do Distrito Federal (DF). Atualmente Samambaia é dividida em setores, Sul e Norte, área isolada Guariroba e Núcleo Rural Tabatinga. A urbanização da região cresce a cada dia, notável pelo número de construção e obras iniciadas na cidade. Com cerca de 61.480 domicílios e uma população estimada em 22.806 pessoas, a cidade vem aguçando o interesse de muitos e estimulando o desenvolvimento nas quadras e pontos comerciais locais. Com grande crescimento urbanístico a população de Samambaia conta com vários migrantes do Brasil. A maioria dos habitantes são naturais do DF, seguida de uma grande parcela de nordestinos. Toda região do Distrito Federal contém essa diversidade de cultural, não sendo diferente em Samambaia. Um dos fatores que mais proporcionou o desenvolvimento local foi a construção civil. A economia de Samambaia foi impulsionada pelas obras e construção de moradias, em especial de prédios residências. O comércio e serviço local evoluíram e se consolidaram. A cidade vem se transformando em um grande centro urbano, valorizando seu espaço e cultura, onde a diversidade de ações sociais e culturais movimenta a comunidade, porém são atitudes que devem ser ampliadas. Como toda cidade Samambaia também enfrenta os problemas costumeiros dos grandes centros urbanos, como os problemas na área da saúde, dos transportes, educação, falta de local adequada para o lazer da população, violência, entre outros. Na região há poucas ações e projetos informativos voltados para a população, gerando pouco conhecimento dos próprios moradores do espaço que tem. Apresentar aos moradores da cidade o seu cotidiano e realidade, a partir de 34 uma perspectiva informativa diferente, com o fotojornalismo e a intervenção urbana, é uma das propostas deste trabalho, como será demonstrado no próximo tópico. 3.2 A produção: Pautas Neste tópico serão apresentadas as pautas jornalísticas que serão usadas para a produção das fotografias que serão utilizadas na intervenção urbana que ocorrerá em Samambaia – DF. Pauta 1 Editoria: Saúde Tema: Prática de atividade física em academia pública ao ar livre. Justificativa: A academia pública ao ar livre é um local disponibilizado e construído pelo governo para a prática de atividade. Proposta de imagem: Registrar os moradores praticando atividades físicas que proporciona lazer e bem estar para a população. Focar a captura das imagens nos aparelhos de fácil manuseio. Pauta 2 Editoria: Lazer Tema: Skate Park de Samambaia. Justificativa: Skate Park é um local destinado ao lazer e a prática de atividade com skate e patins, sendo os adolescentes e jovens os que mais fazem uso do local. O skate park de Samambaia é um dos poucos que existem na cidade para esta finalidade. Proposta de imagem: Capturar o estado do skate park, os grafites em meio a 35 pichações, entulho jogados no skate park. Pauta 3 Editoria: Cidade Tema: A reforma do Santuário Santa Luzia. Justificativa: Em forma de um grande navio, o Santuário Santa Luzia é um dos cartões postais de Samambaia, recentemente com a ajuda e doaçõesda comunidade o local passou por uma grande reforma. Proposta de imagem: Fotografar o Santuário Santa Luzia dentro e fora. Capturar imagem simbólica do centro da igreja. Produzir fotos que demonstrem o imenso espaço do santuário. Pauta 4 Editoria: Educação Tema: A creche da quadra 510 Justificativa: A creche da quadra 510 é um dos locais de Samambaia que os pais podem deixar os seus filhos para irem trabalhar, o local possui uma boa estrutura, mas não há vaga para todos os que precisam. Proposta de imagem: Fotografar a entrada da creche, o parquinho e o pátio, a fim de demonstrar a estrutura do local. Pauta 5 Editoria: Cidade 36 Tema: A crescente construção de prédios residências em Samambaia. Justificativa: Samambaia é hoje umas das cidades do DF que mais possui construção de prédios residências, fato que está transformado a aparência do local e movimentando o setor imobiliário. Proposta de imagem: Retratar em imagens a quantidade de prédios que estão sendo construídos, produzir imagens panorâmicas, e imagens que mostrem o contraste entre as casas e os edifícios. Pauta 6 Editoria: Saúde Tema: Posto de saúde da quadra 512 Justificativa: O posto de saúde da quadra 512 de Samambaia é um dos poucos locais da região que presta serviço para a população, ficando muitas vezes sobrecarregado já que moradores de outros locais se deslocam para lá em busca de atendimento médico. Proposta de imagem: Fotografar os moradores na fila de atendimento, capturar a frente do posto de saúde. 3.3 A Intervenção: Fotos Neste capítulo iremos apresentar as fotografias produzidas a partir das pautas jornalísticas que foram descritas. Essas fotografias serão utilizadas na intervenção urbana, como forma de apresentar por meio do fotojornalismo situações que correm na cidade de Samambaia. 37 Pauta 1 Editoria: Saúde Tema: Prática de atividade física em academia pública ao ar livre. Figura 6 Figura 7 Fonte: Elaborada pelos autores Fonte: Elaborada pelos autores Figura 8 Figura 9 Fonte: Elaborada pelos autores Fonte: Elaborada pelos autores 38 Pauta 2 Editoria: Lazer Tema: Skate Park de Samambaia. Figura 10 Figura 11 Fonte: Elaborada pelos autores Fonte: Elaborada pelos autores Figura 12 Figura 13 Fonte: Elaborada pelos autores Fonte: Elaborada pelos autores 39 Pauta 3 Editoria: Cidade Tema: A reforma do Santuário Santa Luzia. Figura 14 Figura 15 Fonte: Elaborada pelos autores Fonte: Elaborada pelos autores Figura 16 Figura 17 Fonte: Elaborada pelos autores Fonte: Elaborada pelos autores 40 Pauta 4 Editoria: Educação Tema: A creche da quadra 510 Figura 18 Figura 19 Fonte: Elaborada pelos autores Fonte: Elaborada pelos autores Figura 20 Figura 21 Fonte: Elaborada pelos autores Fonte: Elaborada pelos autores 41 Pauta 5 Editoria: Cidade Tema: A crescente construção de prédios residências em Samambaia. Figura 22 Figura 23 : Elaborada pelos autores Fonte: Elaborada pelos autores Figura 24 Figura 25 Fonte: Elaborada pelos autores Fonte: Elaborada pelos autores 42 Pauta 6 Editoria: Saúde Tema: Posto de saúde da quadra 512 Figura 26 Figura 27 Fonte: Elaborada pelos autor Fonte: Elaborada pelos autores Figura 28 Figura 29 Fonte: Elaborada pelos autores Fonte: Elaborada pelos autores 43 3.4 Retratos da intervenção Neste tópico serão apresentadas as fotografias resultantes da intervenção urbana que foi realizada em Samambaia. As intervenções foram executadas em diversos pontos da cidade. Figura 30 Fonte: Elaborada pelos autores Figura 31 Fonte: Elaborada pelos autores 44 Figura 32 Fonte: Elaborada pelos autores Figura 33 Fonte: Elaborada pelos autores 45 Figura 34 Fonte: Elaborada pelos autores Figura 35 Fonte: Elaborada pelos autores 46 Figura 36 Fonte: Elaborada pelos autores Figura 37 Fonte: Elaborada pelos autores 47 Figura 38 Fonte: Elaborada pelos autores Figura 39 Fonte: Elaborada pelos autores 48 Figura 40 Fonte: Elaborada pelos autores Figura 41 Fonte: Elaborada pelos autores 49 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Este trabalho de conclusão de curso propôs como tema o Fotojornalismo como instrumento de intervenção urbana na cidade de Samambaia – DF, onde por meio da intervenção urbana, foram expostas ao moradores da cidade, fotografias jornalísticas, que abordaram e transcreveram a realidade da cidade. As fotografias foram produzidas com bases em pautas produzidas a partir de assuntos relevantes que circundam a comunidade. Com o objetivo geral de demonstrar a relevância informativa do fotojornalismo aplicado ao conceito de intervenção urbana, foram escolhidos lugares estratégicos de Samambaia para que as fotografias fossem expostas ao público, locais como: escola, estação de metrô, parada de ônibus, academia pública e vias de grande movimentação da cidade, foram os espaços públicos utilizados para a apresentação do produto aqui proposto. Através da construção e do desenvolvimento da fundamentação teórica do trabalho foram alcançados os objetivos específicos de mapear os conceitos de fotojornalismo e intervenção urbana e da apresentação de levantamento teórico acerca de imagem, fotojornalismo e intervenção urbana. Já o objetivo específico de elaboração de um plano de produção e exposição construído apartir de fotos jornalísticas na cidade de Samambaia, foi alcançado durante a produção e execução do produto sugerido no trabalho. Durante a exposição das fotografias jornalísticas, por meio da intervenção urbana, pode-se demonstrar e constatar a relevância informativa do fotojornalismo. Em geral, nos locais em que a intervenção urbana foi realizada, os moradores de Samambaia mostraram interesse e se aproximaram para observar as fotografias, em muitos casos comentavam e confirmavam que aquela situação apresentada era a realidade do que ocorria na cidade. Desta forma, conclui-se que o trabalho aqui proposto foi de grande relevância social para a cidade de Samambaia, ao passo que a comunidade pôde por meio do fotojornalismo enxergar muitas situações de sua realidade, sendo elas boas ou não, e deste modo, a partir de uma reflexão, eventualmente, os moradores poderão se empenhar em buscar alternativas para melhorar fatos e situações que ocorrem na cidade e que são desfavoráveis para os mesmos. Já a reflexão sobre os 50 bons eventos que ocorrem na cidade poderá servir para que isso seja valorizado e incentivado pela comunidade de Samambaia. Já em uma experiência pessoal o trabalho desenvolvido foi de grande importância para a prática e obtenção de conhecimentos sofre o fotojornalismo. A execução desta proposta também agregará um profundo conhecimento sobre o tema em nossas vidas profissional. 51 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA. L. Arte e Cidade. São Paulo, 2011. Disponível em: < http://portalarquitetonico.com.br/arte-e-cidade/>. Acesso em: 20 abr 2015. AMBROSE; HARRIS. Fundamentos de designe criativo. Porto Alegre: Bookman, 2003. ARAÚJO; REIS. A pulsão imagética e sígnica na produção dos sentidos no espaço. Brasília, 2012. Disponível em: <http://www.observatorium.ig.ufu.br/pdfs/3edicao/n9/07.pdf>. Acesso em: 26 mar. BASTOS. A.R. A fotografia como retrato da sociedade. Porto, 2014. Disponível em: <http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/12738.pdf>. 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