Buscar

LEGISLAÇÃO COMENTADA

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

LEGISLAÇÃO COMENTADA – FURTO – ART. 155 DO C.P.
FURTO
ART. 155 – SUBTRAIR, PARA SI OU PARA OUTREM, COISA ALHEIA MÓVEL:
PENA – RECLUSÃO, DE UM A QUATRO ANOS, E MULTA.
§ 1º A PENA AUMENTA-SE DE UM TERÇO, SE O CRIME FOR PRATICADO DURANTE O REPOUSO NOTURNO.
§ 2º - SE O CRIMINOSO É PRIMÁRIO, E É DE PEQUENO VALOR A COISA FURTADA, O JUIZ PODE SUBSTITUIR A PENA DE RECLUSÃO PELA DE DETENÇÃO, DIMINUÍ-LA DE UM A DOPIS TERÇOS, OU APLICAR SOMENTE A PENA DE MULTA.
§ 3º - EQUIPARA-SE À COISA MÓVEL A ENERGIA ELÉTRICA OU QUALQUER OUTRA QUE TENHA VALOR ECONÔMICO.
FURTO QUALIFICADO
§ 4º - A PENA É DE RECLUSÃO DE DOIS A OITO ANOS, E MULTA, SE O CRIME FOR COMETIDO:
I – COM DESTRUIÇÃO OU ROMPIMNETO DE OBSTÁCULO À SUBTRAÇÃO DA COISA;
II – COM ABUSO DE CONFIANÇA, OU MEDIANTE FRAUDE, ESCALADA OU DESTREZA;
III – COM EMPREGO DE CHAVE FALSA; 
IV – MEDIANTE CONCURSO DE DUAS OU MAIS PESSOAS; 
§ 5º - APENA É DE RECLUSÃO DE 3 (TRÊS) A 8 (OITO) ANOS, SE A SUBTRAÇÃO FOR VEÍCULO AUTOMOTOR QUE VENHA A SER TRANSPORTADO PARA OUTRO ESTADO OU PARA O EXTERIOR;
INTRODUÇÃO:
 O FURTO É TEMA OBRIGATÓRIO PARA QUEM ESTÁ SE PREPARANDO PARACONCURSOS PÚBLICOS. 
APESAR DA REDAÇÃO SIMPLES, O ART. 155 DO CP TRAZ ALGUMAS “PEGADINHAS”, PERIGOSAS, DAQUELAS QUE SE O OPÕEM A CONCLUSÕES LÓGICAS. 
COMO DISTINGUIR A COISA DE PEQUENO VALOR, QUE NÃO AFASTA A TIPÍCIDADE, DAQUELA DE VALOR IRRISÓRIO, QUE PODE OCASIONAR O RECONHECIMENTO DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA? 
QUEM SUBTRAI CORPOS HUMANOS, PRATICA FURTO?
 A SUBTRAÇÃO DE SINAL FECHADO DE EMISSORA DE TELEVISÃO CONFIGURA O CRIME?
 ESTAS E OUTRAS QUESTÕES POLÊMICAS SERÃO VISTAS AO LONGO DESTE RESUMO.
COMPREENDENDO O FURTO
O CRIME DO ART.155 DO CP CONSISTE EM SUBTRAIR COISA ALHEIA MÓVEL. O FURTO É ATO DE SUBTRAIR COISA ALHEIA MÓVEL.
 A SUBTRAÇÃO É ATO DE TOMAR PARA SI AQUILO QUE NÃO ESTÁ SOB A SUA LEGÍTIMA POSSE OU DE QUE NÃO SEJA DE SUA PROPRIEDADE. 
A CONDUTA TAMBÉM ESTÁ PREVISTA EM OUTROS TIPOS PENAIS, A EXEMPLO DO ROUBO (ART.157 DO C.P), NÃO DE CONFUNDE COM A APROPRIAÇÃO, QUE SE DÁ QUANDO O AGENTE DETÉM A POSSE OU A DETENÇÃO DA COISA DE FORMA LEGÍTIMA, E , SEM QUE LHE SEJA PERMITIDO, INVERTE A PROPRIEDADE DA COISA, PASSANDO AGIR COMO SE DONO FOSSE.
 A DISTINÇÃO É FUNDAMENTAL PARA QUE NÃO SE CONFUNDA O FURTO (C.P), ART. 155) COM A APROPRIAÇÃO INDÉBITA (C.P, ART. 168), OU “ O PECULATO-APROPRIAÇÃO” ( C.P, ART.312, “CAPUT”) COM O PECULATO-FURTO” (C.P, ART.312, § 1º).
ALÉM DISSO, A COISA DEVE SER MÓVEL. O CÓDIGO CIVIL, EM SEU ARTIGO, 81, PREVÊ: “ART.81. NÃO PERDEM O CARÁTER DE IMÓVEIS:
 I – AS EDIFICAÇÕES QUE, SEPARADAS DO SOLO, MAS CONSERVANDO A SUA UNIDADE, FOREM REMOVIDAS PARA OUTRO LOCAL;
 II – OS MATERIAS PROVISORIAMENTE SEPARADOS DE UM PRÉDIO, PARA NELE SE REEMPREGAREM. OU SEJA, O ELEVADOR MOMENTANEAMENTE RETIRADO DE UM PRÉDIO, PARA NELE SER REISNTALADO, NÃO PERDE A QUALIDADE DE IMÓVEL.
PARA O DIREITO PENAL, NO ENTANDO, O CONCEITO DE MÓVEL É O NATURAL. PODE SER OBJETO MATERIAL DO FURTO TUDO AQUILO QUE É REMOVÍVEL DE UM LOCAL PARA OUTRO, POUCO IMPORTANDO SE A COISA ESTÁ OU NÃO INCORPORADA AO SOLO. NO EXEMPLO DO LEVADOR, SE O AGENTE SUBTRAÍ-LO, PRATICARÁ O CRIME DE FURTO.
 ADEMAIS, AQUELE QUE SUBTRAI MUDAS DE PLANTAS INCORPORADAS AO SOLO TAMBÉM PRATICA O CRIME DE FURTO.ATÉ MESMO CONSTRUÇÕES RESIDENCIAIS PODEM SR SUBTRAIDAS, DESDE QUE POSSAM SER DESPRENDIDAS DO SOLO – EM NOSSO PAÍS, É INCOMUM A TRANSFERÊNCIA DE COSTRUÇÕES, MAS SABEMOS QUE NÃO É IMPOSSÍVEL, POIS PRATICADA EM OUTORA PAÍSES. VALE FRISAR QUE SOMENTE BENS CORPÓREOS PODEM SER FURTADOS. NÃO HÁ COMO FURTAR, POR EXEMPLO, OS DIREITOS PESSOAIS DE CARÁTER PATRIMONIAL.
O CONCEITO DE MÓVEL GERA MAIORES DISCUSSÕES NA S QUESTÕES REFERENTES À SUBTRAÇÃO DE ENERGIA. NO § 3°, O ART.155 AFIRMA QUE “EQUIPARA-SE À COISA MÓVEL A ENERGIA ELÉTRICA OU QUALQUER OUTRA QUE TENHA VALOR ECONÔMICO”. EM RELAÇÃO À ENERGIA ELÉTRICA, NÃO SE DISCUTE: FAZER “GATO” É, SIM, FURTO, POR EXPRESSA PREVISÃO LEGAL. AS DÚVIDAS PAÍRAM, NO ENTANTO, SOBRE AS OUTRAS ENERGIAS QUE TENHAM VALOR ECONÔMICO EXISTENTES), SEPAREI, A SEGUIR, OS EXEMPLOS COMUMENTES PEDIDOS EM PROVAS:
 SINAL DE TV A CABO: PODE SER OBJETO MATERIAL DO CRIME DE FURTO. ASSIM NÃO FOSSE, TOMANDO-SE POR BASE APENAS OS FATOS RELATADOS NA INICIAL DO MANDAMUS IMPETRADO NA ORIGEM E NO ARESTO OBJURGADO, NÃO SE COSNTATA QUALQUER ILEGALIDADE PASSÍVEL DE SER REMEDIADA POR ESTA SODALÍCIA, POIS O SINAL DE TV A CABO PODE SER EQUIPARADA À ENERGIA ELÉTRICA PARA FINS DE INCIDÊNCIA DO ARTIGO 155 § 3º, DO CÓDIGO PENAL. DOUTRINA. PRECEDENTES (STJ, RHC 30847/RJ, REL.MIN. JORGE MUSSI, JULGADO EM 20.08.2013). OBSERVAÇÃO: APESAR DA POLÊMICA, AQUESTÃO FOI EXIGIDA EM PROVA RECENTE DO CESPE, EM UM CONCURSO DO MP. NA OCASIÃO, A BANCA ADOTOU O ENTENDIMENTO TRAZIDO NO JULGADO ACIMA, QUE ENTENDE PELA TIPICIDADE DA CONDUTA.
FORNECIMENTO DE ÁGUA: A ÁGUA FORNECIDA POR EMPRESA DE ABASTECIMENTO PODE SER OBJETO MATERIAL DE FURTO, NÃO COMO ENERGIA, NOS TERMOS DO §3º, MAS COMO COISA NATURALMENTE MÓVEL:
 PARA A APLICAÇÃO DO PRINCIPIO DA INSIGNIFICÂNCIA, DEVEM SER PREENCHIDOS QUATRO REQUISITOS, A SABER: 
A) MÍNIMA OFENSIVIDADE DA CONDUTA DO AGENTE;
 B) NENHUMA PERICULOSIDADE SOCIAL DA AÇÃO;
 C) REDUZIDÍSSIMO GRAU DE REPROVABILIDADE DO COMPORTAMENTO; E
 D) INEXPRESSIVIDADE DA LESÃO JURÍDICA PROVOCADA.
 2. NO CASO, O MODO COMO O FURTO FOI PRATICADO INDICA A REPROVABILIDADE DO COMPORTAMENTO DO RÉU, QUE REALIZOU LIGAÇÃO CLANDESTINA EM SUA RESIDÊNCIA, FAZENDO COM QUE O HIDRÔMETRO NÃO REGISTRASSE A QUANTIDADE DE ÁGUA CONSUMIDA, EM PREJUÍZO DA EMPRESA ESTATAL DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA. 3. ORDEM DENEGADA. (STJ, HC 179654/SC, REL. MIN. OG FERNADES, JULGADO EM 19.06.2012).
 Sinal de Internet: o tema é complexo. Como há diversas formas de transmissão de sinal de Internet, vejamos, com base em julgados, a resposta para a questão. Na hipótese de Internet transmitida por linha telefônica, não vejo muita polêmica, pois a jurisprudência, de forma unânime, tem dito que o sinal telefônico é coisa móvel para fins penais: A energia elétrica que permite o funcionamento de sistema telefônico equipara-se a coisa móvel, incorrendo na prática do delito previsto no art.155, §3º, do C.P o agente que desvia, mediante fraude, o sinal de linha de telefone público para aparelho particular, lesando a coletividade, que fica privada de utilizá-lo, assim como a concessionária do serviço público. (TJMG, Ap. Cr. 8274983-67.2002.8.13.0024, J. Em 12.05.2010). Portanto, a subtração de sinal de Internet transmitido por linha telefônica é, sim, furto. Quanto as demais tecnologias, tendo por base o posicionamento do STJ acerca da TV a cabo, penso que a conduta pela tipicidade seja a mais adequada: O sinal de televisão propaga-se através de ondas, o que na definição técnica se enquadra como energia radiante, que é uma forma de energia associada à radiação eletromagnética. II. Ampliação do rol do item 56 da exposição de motivos do Código Penal para abranger formas de energia ali não dispostas, considerando a revolução tecno lógica a que o mundo vem sendo submetido nas últimas décadas. III. Tipicidade da conduta do furto de sinal de TV a cabo. (Resp 1123747/RS, Mini. Rel. Gilson Dipp, Quinta Turma, DJe 01/02/2011). Nos Tribunais do país encontramos posicionamentos controversos. O TJSP, na Ap. 99009218727/9, julgada em 2010, condenou um estudante de tecnologia que subtraia fraudulentamente sinal de Internet transmitido via rádio. O TJDFT, por outro lado, entendeu pela atipicidade, ao julgar a Ap. 159018720108070001, em 2011: Por analogia , o sinal de internet também não pode ser equiparado a energia, por não ser capaz de gerar força, nem prejuízo a quem o gera e por não poder ser objeto de apropriação material. Diferentemente do caso de TV a cabo (Lei nº 8.977/95), ainda não há previsão legal que disponha sobre os crimes de receptação de sinal de internet, porém não pode ser objeto do crime de furto.
Sêmen de animais: o tema já está “batido”, mas não custa relembrar: sêmen é considerado energia para fins penais
(energia genética). Portanto, pratica o crime de furto aquele que subtrai o sêmen de animais que possui valor econômico. Todavia, sei o que você está pensando. E o sêmen humano? Como é proibida a sua venda – somente pode ser doado -, o esperma humano não tem valor econômico, ainda que seja oriundo de homem de muitas riquezas. Sobre o assunto, transcrevo explicação do professor Luiz Flávio Gomes: “A exposição de Motivos da Parte Especial do Código Penal Brasileiro, por analogia, considera furto comum a subtração da energia genética dos reprodutores, levando-se em consideração que o sêmen é passível de apreensão. Mas, a energia referida pelo Código Penal em seu artigo 155§ 3°, que tenha valor econômico, não se refere ao material pro criativo do homem. O esperma não, pode ser considerado coisa alheia móvel e nem a ela equiparado. Nem mesmo res derelicta. Trata-se de bem extra commercium. Isso não significa, no entanto, que não responderá por furto aquele que invade um laboratório e subtrai amostras contendo sêmen humano. Neste caso, haverá o crime de furto por se tratar de coisa alheia móvel, nos termos do “caput” do art.155, e não em razão da subtração de energia genética.
Leite Ordenhado: “Assim, imagine-se a hipótese daquele que subtrai o sêmen de um touro reprodutor, com a finalidade de, com ele fertilizar uma de suas vacas. O crime praticado, nesse caso, seria o de furto de energia genética, conforme, orientação contida na mencionada Exposição de Motivos. Aqui, entretanto, nem haveria, necessidade de ressalvas, pois o sêmen do reprodutor se amolda, perfeitamente, ao conceito de coisa, tal como seria a subtração do leite ordenhado. (TJCE). Ap. Crim.2000.0222.2109-4/1, Rel. Juiz Convocado Wilton Machado Carneiro, julgado em 6.10.2009). 
Fique atento! Embora, para o estudioso do Direito, seja fácil a distinção entre roubo (C.P, art. 157) e furto (C.P, art.155), há uma hipótese que pode se tornar verdadeira “pegadinha” em provas: se o agente hipnotiza ou entorpece (ex. : “Boa Noite Cinderela”) a vítima para, em seguida, subtrai os seus bens, o crime será o de roubo ou o de furto? Se você respondeu furto, cuidado: o roubo pode se dar tanto pela violência própria, quando há o emprego de força física, quanto pela imprópria, quando o agente reduz a impossibilidade de resistência da vítima. Portanto, roubo, e não furto. Contudo, se a vítima tiver provocado a debilidade voluntariamente, por ato próprio, sem influência do agente, e este, aproveitando-se do momento, subtrai os seus bens, o crime será o de furto.
Por derradeiro, não basta que a ação seja a de subtrair e que a coisa seja móvel. É essencial que a coisa seja alheia, ou seja não, pode pertencer a quem pratica a subtração, tampouco estar sob a sua legítima posse. E mais: a coisa deve pertencer a alguém. Por isso, em caso de res nullius (coisa que nunca teve dono) ou res derelicta (coisa abandonada), quem se assenhora da coisa não pratica o furto. Quanto à res desperdicta (coisa perdida), quem dela se apropria pratica o crime de apropriação de coisa achada (CP Art. 169, II), exceto: a) quando a coisa se encontra em local privado: a coisa só é considerada perdida quando extraviada em local público ou de uso público. Não se pode falar em coisa perdida quando ela se encontra em local privado; b) quando o agente provoca dolosamente a perda do bem; c) quando a coisa foi esquecida, e não perdida. Nestas três hipóteses, ocorrendo o assenhoramento da coisa, o agente responderá por furto.
Agora imagine a seguinte situação: Tício presencia um acidente automobilístico, e, ao perceber que todos os ocupantes do veículo estão mortos, subtrai os objetos pessoais das vítimas. Nesta hipótese, deverá responder por furto? A resposta, é claro, é positiva. Isso porque, com a morte, os bens são imediatamente transmitidos aos herdeiros (princípio de Saisine). Portanto, aqueles bens não são considerados res nullius ou res derelicta, pois possuem proprietário. Da mesma forma, os bens de valor econômico enterrados com o falecido (ex.: um relógio) não podem ser considerados coisas abandonadas, e podem ser considerados objeto material de furto. 
Quanto aos corpos humanos, em regra, eles não podem ser objeto material de furto, e a sua subtração configura o crime do art. 211 do CP ( destruição, subtração ou ocultação de cadáver), exceto quando tiver valor econômico e estiver sob a posse legítima d e alguém, a exemplo de corpos em uma faculdade de medicina ou de múmias em um museu, hipótese em que a subtração configurará o crime de furto. Entretanto, atenção: a remoção ilegal de tecidos, órgãos ou partes de cadáver configura o crime do Art.14 da LEI 9.434/97. As coisas se uso comum não podem ser furtadas, a exemplo da água dos oceanos. Caso a água seja alheia, o seu represamento ou desvio pode configurar o crime do art.161, § 1º, I, do CP (usurpação de águas). Quanto à coisa tombada, a sua subtração configura o crime de furto, e não o de dano em coisa de valor artístico, arqueológico ou histórico (CP, art. 165).
Subtração de veículo a fim de safar-se de perseguição após prática delituosa: “Entendeu-se inexistir crime de furto (TACrimSP, ACrim 453.887, JTACrimSP, 92:262)” (Damásio).
O furto é crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa, exceto na forma qualificada pelo abuso de confiança (CP, art.155, § 4º, II), em que o agente ser pessoa em quem a vítima deposite confiança. O proprietário da coisa também não pode ser o autor do crime de furto, ainda que ela esteja sob a posse legítima de terceiros, situação que pode caracterizar o crime do art. 346 do CP: “tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa própria, que se acha em poder de terceiro por determinação judicial ou convenção”. Caso a coisa subtraída seja de propriedade comum do agente e do terceiro prejudicado, o crime será o do art. 156 do CP: “Subtrair do condômino, coerdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a quem legitimamente á detém, a coisa comum”. 
 A Lei não exige qualidade especial da vítima. Atenção: o funcionário público que subtrai dinheiro, valor ou bem, público ou particular, ou concorre para que seja subtraído, valendo-se de facilidade proporcionada pela qualidade de funcionário, pratica o crime de “peculato – furto”, previsto no art.312, § 1º do CP.
O sujeito passivo do furto é o proprietário ou o legítimo possuidor (pessoa física ou jurídica). O mero detentor da coisa não é vítima do delito. Por isso, caso uma empresa tenha um automóvel furtado, o seu empregado, que conduzia o automóvel no momento do crime, não será considerado vítima. Não é necessário que a vítima seja identificada para que o agente seja responsabilizado pelo furto praticado. 
 “Ladrão que rouba ladrão”: dois ou mais agentes praticam um furto, e algum (ou alguns) deles subtrai a coisa furtada. Neste caso, o sujeito passivo continuará sendo o proprietário ou o legítimo possuidor da coisa furtada, e não os demais envolvidos no crime.
O elemento subjetivo do furto é o dolo de subtração (“animus furandi”). Contudo, é essencial que o agente tenha a intenção de apoderar-se definitivamente da coisa (“animus rem sibi habendi”), e não somente usá-la temporariamente. Imagine o funcionário de um posto e lavagem de veículos que, aproveitando-se da distração do patrão, subtrai um dos automóveis, pertencentes a clientes, para dar uma volta pela cidade e, ao final, devolvê-lo. Para a jurisprudência e para a doutrina, nesta situação, o fato será atípico, por se tratar de “furto de uso”. Pode suar absurdo, mas, por não existir conduta típica prevista para a hipótese, não há outra opção. Para o seu reconhecimento, o furto de uso exige alguns requisitos: a) a coisa deve ser infungível (logo, não se fala em furto de uso na subtração de dinheiro); b) deve existir a prévia intenção, anterior à subtração, de devolução da coisa ( o agente deve, anteriormente à subtração ter o interesse em restituir); c) a coisa deve ser espontânea e imediatamente restituída após o uso, em sua integralidade e em local no qual seja possível
seu titular exercer de imediata seu poder de disposição (restituição “in loco et integro”), ao seu possuidor originário. O STJ, no HC 94125/SP, impõe, ainda, a necessidade de que a devolução se dê antes que a vítima perceba a subtração, sob pena de afastamento do furto de uso:
 “In caso, há fortes indícios da disposição da paciente de se apropriar dos objetos furtados, porquanto sua conduta não preenche os requisitos necessários à caracterização do furo de uso com o consequente reconhecimento da sua tipicidade. Dá análise dos documentos acostados, verifica-se que a falta das joias pela proprietária se deu em momento anterior ao da restituição – que ocorreu somente após intervenção policial -, aliada, ainda, ao fato de que a quantidade de artefatos subtraídos foi grande, isto é, cerca de sessenta peças entre correntes, brincos e anéis, não evidenciando o ânimo da subtração para simples uso a ponto de ensejar o trancamento da ação penal em comento.”
 “O furto de uso divide-se em duas modalidades: próprio e impróprio. O furto de uso próprio consiste em usar a coisa contra a proibição expressa do seu dono, que a tinha entregado a alguém, ou utilizá-la para fim distinto do assinalado; por sua vez, impróprio é o furto e uso que comete quem se apodera da coisa sem maior propósito que o de utilizá-la e devolvê-la.” (Masson).
Quanto à consumação, muito se discute se é necessário que o agente tenha a posse pacífica da res furtiva, ou seja, a posse não sujeita aos atos de legítima defesa por parte da vítima ou de terceiros. Embora já tenha sido o entendimento majoritário, hoje, é unânime o entendimento de que o furto se consuma no momento em que já a inversão da posse da coisa:
 “Os Tribunais Superiores firmaram entendimento no sentido de que, para a consumação do delito de roubo, assim como no de furto, não á necessária a posse mansa e pacífica do bem subtraído, sendo suficiente a inversão da posse, adotando-se, portanto, a teoria da apprehensio ou amotio.” (STJ, AgRG no AREsp 404293/SP, Rel.Min. Marcos Aurélio Bellizze, julgado em 27.3.2014). Por ser crime material, é essencial, para a sua consumação, que se alcance o resultado naturalístico, consistente na efetiva diminuição patrimonial da vítima. Por se tratar de crime plurissubsistente, a tentativa é perfeitamente possível quando o agente, iniciada a execução. Não se consuma por circunstâncias alheias à vontade dele. Questão interessante e frequentemente surgida em concursos é a hipótese em que o agente não consuma o crime em virtude de sistema de vigilância eletrônica. Entenda: imagine que João, enquanto subtrai bens de uma loja, é monitorado pelas câmeras do estabelecimento, e a sua conduta é acompanhada pelos seguranças, que o surpreendem assim que a coisa á subtraída. Pergunto: no exemplo, o crime é impossível, e João não responderá por qualquer delito, ou a sua conduta ficará na esfera da tentativa, e ele responderá pelo furto? Assim entende o STJ: FURTO TENTADO. SUPERMERCADO. VIGILÂNCIA. CRIME IMPOSSÍVEL. NÃO OCORRÊNCIA. A existência de sistema de monitoramento eletrônico ou a observação dos passos do praticante do furto pelos seguranças da loja não rende ensejo, por si só, ao automático reconhecimento da existência de crime impossível, porquanto, mesmo assim, há possibilidade de o delito ocorrer. Ministra Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 3.4.2014. FURTO NOTURNO: o § 1º do art.155 prevê que a pena do furto deve ser aumentada em 1/3 (um terço) se o crime é praticado durante o repouso noturno. A razão do aumento é simples: durante o repouso, à noite e de madrugada, a movimentação de pessoas nas ruas é menor e, provavelmente, a vítima não terá qualquer chance de reação. Portanto, quem furta durante o repouso noturno, o faz valendo-se dessa facilidade. Logo, é justo que a pena seja aumentada. Não há um horário específico para o repouso noturno. Em regiões rurais, é comum que as pessoas durmam cedo e acordem antes mesmos do nascer do sol. Em grandes cidades, por outro lado, os costumes são outros. Por isso, não há uma fórmula exata. Deve o julgador, caso a caso, analisar a situação. Não é necessário que o local esteja, efetivamente, sem ninguém, na hipótese de estabelecimento comercial, ou que as vítimas estejam dormindo, no furto a imóvel residencial, para que se reconheça a causa de aumento. Também é possível a incidência da causa de aumento em furto praticado contra veículo estacionado em via pública. O STJ, em julgado de 14 de abril desse ano, entendeu que o furto durante o repouso noturno, por ser de maior reprovabilidade, impede a incidência do princípio da insignificância. “A circunstância de o crime de furto ter sido perpetrado durante o repouso noturno, como ocorreu in caso, denota maior reprovabilidade, o que afasta o reconhecimento da atipicidade material da conduta pela aplicação do princípio da insignificância. Precedentes. “AgRg no AREsp 463487/MT, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior). Não se confunda causa de aumento com qualificadora. Nas causas de aumento, pega-se a pena prevista para o delito e aumenta-se de determinada fração. Um bom exemplo é o furto noturno, do § 1º do art.155: a pena do furto simples, de um a quatro anos, é aumentada de um terço. Nas qualificadoras, a lei traz penas mínimas e máximas próprias, distintas da forma simples. O § 4° do art.155 é o exemplo perfeito: a pena mínima é de dois anos e a máxima é de oito anos.
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA E O FURTO PRIVILEGIADO: apague de sua cabeça a ideia de que, sempre que a res furtiva for de pequeno valor, o princípio da insignificância será aplicado. Não é porque o agente furtou uma galinha ou um chocolate que deverá, obrigatoriamente, ser afastada atipicidade de sua conduta. Há uma série de requisitos para que se reconheça o crime de bagatela, e um deles diz respeito ao valor do objeto subtraído, tema de extrema relevância para a distinção do furto privilegiado do art.155, §2º, do CP, da conduta materialmente atípica, na hipótese de insignificância. No entanto, para a compreensão do tema, faremos um breve estudo introdutório:
. Para a Teoria Tripartida, o crime é composto por três elementos (é melhor falar em “substratos”): a) fato atípico; b) ilicitude; c) culpabilidade. Para que uma conduta seja considerada crime, devem estar presentes os três elementos, cumulativamente. O primeiro substrato, o fato atípico, é composto por: conduta, resultado, nexo causal e tipicidade. Para o nosso estudo, s[o importa a tipicidade, que é dividida em formal e material: a) tipicidade formal: é a subsunção da conduta praticada pelo agente a um tipo penal. Quem subtrai coisa alheia móvel pratica conduta formalmente típica, que perfeitamente se amolda ao que prevê o art.155 do CP. B) Tipicidade material: é a lesão ou o perigo de lesão ao bem jurídico tutelado em razão da prática da conduta formalmente típica. No entanto, é preciso que a conduta do agente seja realmente lesiva ao bem jurídico, caso contrário, se ínfima, a tipicidade material deverá ser afastada. É exatamente o que ocorre quando aplicado o princípio da insignificância. Portanto, a incidência do princípio da insignificância é causa de exclusão da tipicidade material (e do próprio crime, pois faz parte de sua composição). Como estamos estudando o furto, que tem como objeto jurídico tutelado a propriedade e a posse legítima, é necessário descobrir qual valor deve ter a coisa móvel furtada para que a subtração seja considerada materialmente típica (o valor sentimental também é relevante). Ou seja, deve-se estipular a partir de qual quantia a lesão deixa de ser ínfima e passa a ser de interesse do Direto Penal. Esqueça o salário mínimo ou valores predeterminados (R$50, R$100 etc.). O princípio da insignificância deve ser avaliado caso a caso, com base nos seguintes critérios:
Critérios objetivo: mínima ofensividade da conduta do agente; nenhuma periculosidade social da ação; reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento; inexpressividade da lesão jurídica provocada.
 Critérios Subjetivos: importância
do objeto material para a vítima (situação econômica e valor sentimental do bem); circunstâncias e resultados do crime.
Tendo-os em mente, façamos a seguinte reflexão: para uma grande cadeia de supermercados, um quilo de carne não representa nada para os eu patrimônio. Poderia se falar, então, em incidência do princípio da insignificância. Contudo, para uma família que vive com um salário – mínimo, um quilo de carne pode representar o sustento da semana, sendo inviável, nesta hipótese, a aplicação do princípio. Por isso, não se pode falar em um valor X para a imposição do princípio da insignificância. Não é porque o criminoso subtraiu uma galinha que a sua conduta deverá ser considerada automaticamente atípica. De repente, o galináceo representa fração considerável do patrimônio da vítima. Não se pode, entretanto, confundir o valor ínfimo com pequeno valor. Aquele é causa de exclusão da tipicidade, por força da insignificância, enquanto este é parâmetro para o furto privilegiado (CP, art. 155, § 2]). A jurisprudência, em reiterados julgados, tem afirmado que pequeno valor é aquele que não ultrapassa o salário-mínimo vigente na época dos fatos. Nesse sentido, STJ: In casu, o valor do prejuízo pela vítima é superior ao do salário-mínimo vigente à época dos fatos, o que impede o reconhecimento da figura privilegiado. (HC 217726/SP, Rel. Min. Sebastião Júnior, julgado em 24.04.2014). “Para a concessão do benefício do privilégio no crime de furto exige-se a primariedade do agente, bem como seja a res furtiva de pequeno valor, ou seja, a importância do bem não deve ultrapassar um salário mínimo. Preenchidos os requisitos legais, e considerando as circunstâncias do crime, de rigor, a aplicação da causa e diminuição de pena. (HC2325553/DF, Relatora Ministra Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 6.5.2014).
Portanto, enquanto, para a incidência do princípio da insignificância, nãos e fale em valores predeterminados, para o privilégio, vem sendo adotado o critério objetivo do salário mínimo. Pode parecer um contrassenso, mas, diferentemente do que ocorre na insignificância, para o privilégio, é irrelevante o prejuízo efetivamente causado à vítima. Perceba que o § 2º fala em pequeno valor da coisa, e não em pequeno prejuízo, como o faz no art. 171, § 1º. Por essa razão, é possível a adoção de fórmula genérica, objetiva, como o salário-mínimo vigente. Não é possível a aplicação do princípio da insignificância ao furto de objeto de pequeno valor. Não se deve confundir bem de pequeno valor com o de valor insignificante, o qual, necessariamente, exclui o crime ante a ausência de ofensa ao bem jurídico tutelado, qual seja, o patrimônio. O bem de pequeno valor pode caracterizar o furto privilegiado previsto no § 2º do art.155 do CP, apenado de forma mais branda, compatível com a lesividade da conduta. Além disso, o STJ já decidiu que, mesmo nas hipóteses de restituição do bem furtado à vítima, não se justifica irrestritamente a aplicação do princípio da insignificância mormente se o valor do bem objeto do crime tem expressividade econômica. Precedentes citados do STF: HC 97.772-RS, DJe 20/11/2009; HC 93.021 -PE, DJe 22.05.2009; HC 84.412-SP, DJ 19/11/2004, e do STJ: HC 106.605-SP, DJe 20/10/2008.” (STJ, REsp 1.239.797 -RS, Rel. Min. LAURITA Vaz, julgado em 16.10.2012). O privilégio também exige a primariedade do agente. Primário é aquele que não é reincidente. Ou seja, quem não praticou novo crime depois de ter sido definitivamente condenado, no Brasil ou no exterior, por crime anterior. (CP, art.63). Quanto ao “tecnicamente primário” – que, em verdade, é primário -, tendo por base o entendimento do Supremo, não vejo óbice para a concessão do benefício do privilégio: “Pedido de afastamento da agravante da reincidência. Existência de constrangimento ilegal. Paciente/impetrante, que, à época do crime apurado nos autos, era tecnicamente primário, na medida em que não tinha em seu desfavor nenhuma decisão penal condenatória transitada em julgado. Concessão parcial da ordem, de ofício, para determinar ao Juízo das Execuções que proceda a nova dosimetria da pena, afastando a agravante da reincidência. (HC 115.810/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 4.2.14). Em tempos: tecnicamente primário é o sujeito que, embora não se enquadrando no conceito de reincidente, registra condenação anterior. Não é reincidente, seja porque já se ultrapassou o período depurador da reincidência (5 anos entre a prática do novo crime e o cumprimento ou extinção da pena resultante da pena anterior), seja porque o novo crime foi praticado antes da condenação definitiva oriunda do delito anterior.” (Masson). O registro de maus antecedentes também não pode impedir a concessão do benefício. E no furto qualificado, é viável a incidência do privilégio? O STJ, no mês de junho de 2014, “sumulou” o assunto:” É possível o reconhecimento do privilégio previsto no § 2º do art.155 do CP nos casos de crime de furto qualificado, se estiverem presentes a primariedade do agente, o pequeno valor da coisa e a qualificadora for de ordem objetiva.” (Enunciado n.511). Portanto, no furto qualificado, para o STJ, não bastam a primariedade e o pequeno valor da coisa subtraída. É imprescindível que a qualificadora seja de ordem objetiva, e não subjetiva. Qualificadora de ordem subjetiva é a que pertence à esfera interna do agente, enquanto a subjetiva é a atinente ao fato praticado, e não ao aspecto pessoal do agente. O furto (CP, art.155), em seus parágrafos 4º e 5º, traz as seguintes qualificadoras: No parágrafo quarto: I- com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa: II- com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza; III- com emprego de chave falsa; IV- mediante concurso de duas ou mais pessoas.” No parágrafo quinto: “A pena é de reclusão de 3 (três) a 8 (oito) anos, se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior”. As qualificadoras objetivas dizem respeito ao meio de execução. Veja, por exemplo, o inciso II do § 4], que fala em “emprego de chave falsa”. Por outro lado, as qualificadoras subjetivas são aquelas que levam em consideração a motivação interna do agente, o “porquê”, a exemplo da torpeza, no homicídio qualificado (CP, art.121, § 2º, I). No furto, no entanto, todas as qualificadoras são, aparentemente, objetivas. Todas, sem exceção, tratam do meio pelo qual, o delito for praticado, mas duas delas levam em consideração o elemento anímico: o abuso de confiança e a fraude.
Para boa parte da doutrina, contudo, o abuso de confiança é a única qualificadora de ordem subjetiva. Em concursos, ainda, não vi questionamentos acerca do enunciado n.511 do STJ – até porque, é muito recente. Mas, caso surja, creio que a opção mais segura seja a adotada pelos grandes autores, que, provavelmente, será a mesma da jurisprudência a partir do enunciado: “Constituem qualificadoras objetivas, e se comunicam aos demais agentes, com exceção daquela de natureza subjetiva prevista no inciso II, qual seja, a do abuso de confiança.” (Capez). “Com exceção da qualificadora do abuso de confiança (CP, art.155, § 4º, inc. II, 1.ª figura), de índole subjetiva, todas as demais qualificadoras são de natureza objetiva: comunicam-se aos demais coautores e partícipes que dela tomaram conhecimento, em consonância com a regra prevista no art.30 do Código Penal” (Masson).Vale dizer que, em algumas oportunidades, o Tribunal Superior entendeu ser possível o privilégio em todas as qualificadoras do furto. Veja: 1. Se a alegação da eventual incidência do princípio da insignificância não foi submetida às instâncias antecedentes, não cabe ao Supremo Tribunal delas conhecer originariamente, sob pena de supressão de instâncias. 2. As causas especiais de diminuição (privilégio) são compatíveis com as de aumento (qualificadora) de pena previstas, respectivamente, nos parágrafos 2º e 4º do artigo 155 do Código Penal. Precedentes. 3 habeas corpus parcialmente conhecidos e, nesta parte, concedido. (STJ, HC
100.307/MG, Rel. Min. Carmen Lúcia, DJe 3.6.2011). Por fim, quanto aos efeitos do privilégio, o CP traz três possibilidades: a) substituição de pena de reclusão pela de detenção; b) diminuição da pena de reclusão de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços); c) aplicação somente de pena de multa. A multa, no entanto, por não ser compatível com as duas outras opções, deve ser aplicada isoladamente. As duas primeiras são cumuláveis. É possível a substituição da pena de reclusão pela de detenção, sem prejuízo da diminuição de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços). A multa, no entanto, por não ser compatível com as duas outras opções, deve ser aplicada isoladamente.
 
 
 
“FURTO TENTADO. SUPERMERCADO. VIGILÂNCIA, CRIEM IMPOSSÍVEL, NÃO OCORRÊNCIA. A existência de sistema de monitoramento eletrônico ou a observação dos passos do praticante do furto pelos seguranças da loja não rende ensejo, por si só, ao automático reconhecimento da existência de crime impossível, porquanto, mesmo assim, há possibilidade de o delito ocorrer. Precedentes das turmas. “ (HC 230953/SP, Relatora Ministra Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 3.4.2014).

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando