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Furto

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F u r t o F u r t o 
F u r t o S i m p l e s
A) Tipo Objetivo.
B) Bem jurídico e Objeto Material.
C) Tipo Subjetivo. 
O crime de furto SOMENTE pode ser praticado na forma DOLOSA, devendo o 
sujeito ter a vontade livre e consciente de apoderar-se definitivamente da coisa 
alheia, para si ou para outrem. Ou seja, NÃO basta o dolo para que o tipo penal se 
configure; exige a lei que a subtração se efetue com a finalidade especial de 
assenhoramento definitivo, consubstanciado na expressão “para si ou para outrem”. 
É o chamado animus furandi ou animus rem sibi habendi. Esclarece Rogério 
Sanches que a subtração da coisa, apenas para usá-la momentaneamente, 
devolvendo-a logo em seguida, caracterizaria o chamado furto de uso, queé 
considerado um fato atípico, um indiferente penal, tendo em vista a ausência do 
elemento subjetivo caracterizador do delito (animus furandi ou animus rem sibi 
habendi). A doutrina elucida que o furto de uso possui as seguintes características:
 Intenção, desde o início, de uso momentâneo da coisa subtraída 
 Coisa não consumível – são os bens móveis cujo uso não importa 
destruição imediata de sua própria substância.
 Coisa infungível – são nos bens móveis insubstituíveis. 
 Que a restituição da coisa seja imediata (por um curto espaço de tempo)e 
com a sua integralidade preservada, devendo ser devolvida da mesma forma 
como foi subtraída, nas mesmas condições e no mesmo lugar, tendo em 
vista que há decisões no sentido de se condenar o sujeito do delito de furto 
quando houver a destruição total ou parcial da coisa, ou ainda, quando for 
deixada em lugar diferente do qual foi levada. 
Ex: Vizinho que subtrai a bicicleta do outro vizinho para comparar pão na padaria mais 
próxima. 
Para a maioria da doutrina sim, pois se trata de bem não consumível e infungível.
Entretanto para outros haveria furto em relação à gasolina e do óleo, Rogério 
Sanches que a doutrina moderna, no entanto, vem ensinando a necessidade, para 
caracterizar o crime quando, do simples uso, haja um desfalque juridicamente 
apreciável no patrimônio da vítima, o que não se dá com o mero gasto dos pneus ou
desfalque de um tanque de gasolina. 
OBS 2: Furto Famélico (para saciar a fome) - É possível de ocorrer o chamado furto 
famélico quando houver presentes os requisitos do estado de necessidade
OBS 3: Erro de tipo – Se o agente, por erro, apodera-se de objeto alheio supondo ser 
próprio, ocorre erro de tipo, excluindo-se o dolo e o fato típico. Se ele não sabia que se 
tratava de “coisa alheia”, então não tinha consciência nem vontade de subtraí-la, de modo
que não houve furto doloso. Como não é prevista a modalidade culposa, o fato é atípico.
D) Consumação e tentativa. 
Atualmente, tem se entendido que o crime de furto se consuma no momento em que a 
coisa alheia móvel é retirada da esfera da posse e disponibilidade da vítima, ingressando, 
consequentemente na do agente, ainda que não tenha ele a posse tranquila da coisa. Ou 
seja, basta haver a inversão da posse , momento em que o bem passa da esfera de 
disponibilidade da vítima para a do autor. A subtração se opera no exato instante em que 
o proprietário ou possuidor perde o poder e controle sobre a coisa, tendo de retomá-la 
porque já não está mais consigo
 Nos casos em que a vítima persegue o autor do fato imediatamente, mesmo 
assim teríamos furto consumado ? Ou haveria furto tentado ? 
Súmula 582 do STJ ((19.09.16) - Consuma-se o crime de roubo com a inversão da 
posse do bem mediante emprego de violência ou grave ameaça, ainda que por 
breve tempo e em seguida à perseguição imediata ao agente e recuperação da 
coisa roubada, sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada.
Súmula 582 do STJ ((19.09.16) - Consuma-se o crime de roubo com a inversão da 
posse do bem mediante emprego de violência ou grave ameaça, ainda que por 
breve tempo e em seguida à perseguição imediata ao agente e recuperação da 
coisa roubada, sendo prescindível a posse mansa e pacífica ou desvigiada.
2ª) Teoria da amotio ou apprehensio 
3ª) Teoria da ablatio 
4ª) Teoria da ilatio 
É possível sim a tentativa quando o crime não vier a se consumar por circunstâncias 
alheias à vontade do agente. A vigilância constante do bem móvel por sistema eletrônico 
de vigilância em estabelecimento comercia torno impossível a consumação do furto ? 
OBS 3: A vigilância constante do bem, através de sistema eletrônico de vigilância em
estabelecimento comercial, NÃO torna, por si só, o crime de furto impossível de ser 
consumado, tendo em vista que não torna o agente completamente incapaz de 
consumar o crime. Este é o entendimento mais recente do STJ, como se 
depreende do julgado abaixo: 
• Súmula 567 do STJ (29.02.16) - “Sistema de vigilância realizado por 
monitoramento eletrônico ou por existência de segurança no interior de 
estabelecimento comercial, por si só, não torna impossível a 
configuração do crime de furto.”
E) Sujeito Ativo e Passivo. O sujeito ativo do crime pode ser qualquer pessoa, 
excetuando-se o próprio dono, ou o possuidor da coisa. 
O sujeito passivo pode ser qualquer pessoa, física ou jurídica, proprietária ou 
possuidora da coisa assenhorada. 
OBS: O famulato é o nome dado ao furto realizado pelo empregado que se encontra a 
serviço de seu patrão, em sua residência ou não, como a empregada doméstica, o 
operário. Ex: Um funcionário trabalhava no ramo de construção civil, em algum armazem.
E meses apos pedir para ser desligado da empresa o empregado abre o próprio negócio, 
no mesmo ramo.
O empregado aproveitando-se de tal situação subtrai bens pertencentes ao 
empregador. 
F u r t o n o t u r n o 
(Furto com Causa de Aumento de Pena pelo Repouso Noturno)
Ele está no Art. 155, § 1º, do Código Penal e ocorre na seguinte situação: “A pena 
aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno.” Repouso 
noturno é um elemento normativo do tipo que varia no tempo e no espaço, entende-se 
que é o período do dia em que as pessoas de certo lugar habitualmente se recolhem, 
havendo um maior perigo a que é exposto o bem jurídico em virtude da diminuição da 
vigilância e dos meios de defesa daqueles que se encontram recolhidos à noite para 
repouso, facilitando a prática delituosa do crime de furto. 
Esta causa de aumento de pena é aplicada em virtude de uma maior vulnerabilidade para 
as residências, lojas ou veículos, sendo irrelevante o fato de se tratar de estabelecimento 
comercial ou de residência, habitada ou desabitada, bem como o fato de a vítima estar, ou
não, efetivamente repousando, como já decidiu o STJ 
Para que a causa de aumento incida é necessário que o fato seja praticado em local 
destinado ao repouso. Por conta disso NÃO há a incidência da causa de aumento de 
pena se o crime é cometido em restaurantes, bares ou supermercados
Por outro lado, há a incidência da causa de aumento de pena se o crime é cometido em 
hotéis e motel? 
Por fim, cumpre esclarecer que é entendimento doutrinário e jurisprudencial dominante de
que a causa de aumento de pena do repouso noturno somente se aplica ao furto simples, 
NÃO sendo permitida a causa de aumento de pena nas hipóteses de furto qualificado, isto
se dá em virtude da posição topográfica dos artigos.
F u r t o P r i v i l e g i a d o
Ele está no Art. 155, § 2º, do Código Penal e ocorre na seguinte situação: “Se o criminoso
é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão 
pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa.
Para que o réu tenha direito a aplicação do furto privilegiado devem ser obedecidos dois 
requisitos. 
O primeiro requisito é o de que o bem furtado seja de pequeno valor. O que pode ser 
considerado BEM DE PEQUENO VALOR? Que é diferente de BEM DE VALOR 
INSIGNIFICANTE.
Tem-se entendido que bem de pequeno valor é aquele que é inferior a UM salário mínimo 
vigente à época do fato, ou seja, é um critério objetivo para se constataro pequeno valor 
do bem subtraído. Note-se que o valor da coisa não deve ser avaliado em função da 
situação financeira da vítima, tendo em vista que bem de pequeno valor não é um critério 
subjetivo. Bens de valores insignificantes são aqueles em que o bem jurídico (patrimônio) 
não foi efetivamente ofendido.
Além disso, o segundo requisito é o de que deve o criminoso ser primário, ou seja, o 
réu NÃO pode ser reincidente, ainda que tenha passado por várias condenações.
• Súmula 589 do STJ (18.09.17) “É inaplicável o princípio da insignificância 
nos crimes ou contravenções penais praticados contra a mulher no âmbito 
das relações domésticas.” 
OBS 3: É possível o furto privilegiado e qualificado ao mesmo tempo ? SIM, os julgados 
mais recentes do STJ, mais precisamente da 6ª Turma, tem entendido ser possível a 
existência de furto privilegiado e qualificado ao mesmo tempo, desde que haja 
compatibilidade entre o privilégio e a qualificadora. 
F u r t o d e E n e r g i a
Ele está no Art. 155, § 3º, do Código Penal que preceitua o seguinte: “Equipara-se à 
coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico.
O referido artigo considera que a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor 
econômico pode ser objeto de furto, como a energia eólica ou energia hidráulica, por 
exemplo, podem ser objeto de furto. Para que ocorra o furto de energia a ligação deve ser
clandestina, é o famoso “macaco”, como a captação da energia antes da passagem desta
pelo aparelho medidor. Neste caso, o crime passa a ser permanente, sendo possível 
haver a prisão em flagrante enquanto houver a ligação clandestina.
OBS 1: Caso o sujeito empregue manobras para alterar o próprio medidor de energia 
teremos o crime de estelionato, previsto no Art. 171, do Código Penal, segundo 
entendimento doutrinário pacífico. Nesta hipótese o agente emprega fraude, alterando o 
medidor de energia, para acusar um resultado menor do que o consumido. Nesta hipótese
o agente é autorizado, via contrato, a gastar a energia elétrica, porém, acaba usando de 
artifício, induzindo a vítima a erro, provocando resultado fictício, lhe advindo 
indevidamente vantagem
OBS 2: A doutrina majoritária tem entendimento que a captação irregular de sinal de TV a 
cabo seria um fato atípico, pois o sinal de TV não é reduzido e as punições do sujeito 
ficariam no âmbito civil. Entretanto, existe divergência na jurisprudência dos tribunais 
superiores:
O sinal de TV a CABO pode ser equiparado a energia elétrica?
• STF 2ª Turma – a 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal no Informativo n. 
623 (RHC - 97816 HC 97261/RS, rel. Min. Joaquim Barbosa, 12.4.2011. (HC-
97261)) concedeu habeas corpus para declarar a atipicidade da conduta de 
condenado pela prática do crime descrito no art. 155, § 3º, do CP (“Art. 155 - 
Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: ... § 3º – Equipara-se à 
coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor 
econômico.”), por efetuar ligação clandestina de sinal de TV a cabo. Reputou-
se que o objeto do aludido crime não seria “energia” e ressaltou-se a 
inadmissibilidade da analogia in malam partem em Direito Penal, razão pela 
qual a conduta não poderia ser considerada penalmente típica. Vale ressaltar 
que o entendimento do STF é o entendimento mais recente sobre o assunto.
• STJ 5ª Turma - o Superior Tribunal de Justiça, mais precisamente a 5ª Turma 
deste tribunal superior, já se posicionou no sentido de que “a captação 
irregular de sinal de TV a cabo configura delito previsto no art. 155, § 3º, do 
CP”(REsp 1076287 / RN - RECURSO ESPECIAL 2008/0161986-4 - Ministro 
ARNALDO ESTEVES LIMA (1128) - T5 - QUINTA TURMA - DJe 29/06/2009).
F u r t o Q u a l i f i c a d o
Art. 155 § 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é 
cometido:
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa; A doutrina 
esclarece que o obstáculo NÃO pode ser a coisa em si, ou seja, os obstáculos deve 
ser exteriores a coisa. Ou seja, obstáculo é tudo aquilo que tenha a finalidade 
precípua de proteger a coisa e que também não seja a ela naturalmente inerente.
http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?numero=97816&classe=RHC&codigoClasse=0&ORIGEM=JUR&recurso=0&tipoJulgamento=
Ex. Quebrar vidro que protegia um quadro de ser subtraído há destruição de obstáculo. 
O furto será qualificado se houver destruição (o agente destrói o obstáculo usando de 
violência contra a coisa, eliminando ou fazendo desaparecer aquilo que impedia a levar a 
efeito a subtração, Ex. com pé de cabra o sujeito arrebenta cadeado que impedia abrir 
uma porta para subtrair bens) rompimento (partir, despedaçar, separar, rasgar, abrir o 
obstáculo, ou até mesmo conseguir afastar, eliminar o obstáculo, mesmo que o agente o 
preserve intacto, Ex. sujeito desparafusa cadeado colocado par impedir a abertura de 
uma porta e depois o recoloca no lugar após subtrair bens) de obstáculo à subtração da 
coisa. Para haver a comprovação desta qualificadora deve haver a realização de laudo 
pericial, tendo em vista que é um crime que deixa vestígios.
• STJ - 6ª Turma – em julgados recentes tem afastado a qualificadora de 
rompimento de obstáculo, permanecendo o crime com furto simples, no caso 
de o sujeito quebrar vidro de veículo automotor para subtrair objetos de seu 
interior, por ofensa aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, 
tendo em vista que caso o sujeito subtraísse o próprio veículo responderia por
furto simples. Neste sentido:
(HC 174259 / SP - HABEAS CORPUS 2010/0096611-8 - Ministro SEBASTIÃO REIS 
JÚNIOR (1148) - T6 - SEXTA TURMA - DJe 21/03/2012)
• STJ - 5ª Turma – mantém o entendimento de que caso o sujeito quebre vidro 
de veículo automotor para subtrair bens de seu interior configura o crime de 
furto com rompimento de obstáculo. 
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;
a) Abuso de confiança
1. o agente deve se valer da confiança depositada para executar o crime, 
pressupondo lealdade, credibilidade, presunção de honestidade entre as 
pessoas. Abusa o agente da confiança que nele fora depositada quando se 
aproveita dessa relação de fidelidade existente anteriormente para praticar a 
subtração. Ex. NINA.
A relação empregatícia por si só configura abuso de confiança?
OBS 1: A simples relação empregatícia ou de hospitalidade, por si só, não permite a 
qualificadora relativa a abuso de confiança, mas pode haver incidência se restar 
demonstrada a relação de confiança.
OBS 2: Furto qualificado por abuso de confiança X Apropriação indébita.
• Furto qualificado por abuso de confiança – a posse do bem é vigiada e o dolo 
de se apropriar da coisa é anterior à posse.
• Apropriação indébita – o agente exerce a posse desvigiada em nome de 
outrem, e o dolo de se apropriar é superveniente à posse. Ex. proprietário, por
confiar no agente, transfere a posse do objeto a este, o qual passa a agir 
como se dono fosse.
b) Furto qualificado pela fraude. 
O emprego de fraude visa apenas fazer diminuir a vigilâncias sobre a coisa, facilitando 
com isso a subtração. Nestes casos, a fraude é uma encenação para minar a vigilância
da vítima, induzindo a pessoa em erro e o próprio agente subtrai o bem da vítima, 
sem esta querer.
Ex: Pessoa entra em loja de joias e pede para que a atendente mostre os relógios ou 
anéis diponiíveis. OBS 1: O crime de furto qualificado pela fraude NÃO se confunde com o
crime de estelionato (Art. 171, do Código Penal), tendo em vista que neste crime a vítima 
é induzida em erro e é a própria vítima que, espontaneamente, entrega a coisa.
OBS 2: Saque via internet configuram o crime de furto qualificado pelo emprego de 
fraude. A consumação do delito se dá quando o bem subtraído sai de esfera de 
disponibilidade da vítima, mediante o débito lançado na conta em poder da instituição 
financeira depositária dos valores transferidos. 
OBS 2: Saque via internet configuram o crimede furto qualificado pelo emprego de 
fraude. A consumação do delito se dá quando o bem subtraído sai de esfera de 
disponibilidade da vítima, mediante o débito lançado na conta em poder da instituição 
financeira depositária dos valores transferidos.
c) mediante escalada
Escalada é todo e qualquer meio anormal de o agente ingressar em determinado 
local(por túnel ou pela chaminé)
 d) mediante destreza. 
a destreza caracteriza a peculiar habilidade física ou manual utilizada na pratica do 
crime, fazendo com que a vítima não perceba que está sendo despojada de seus bens 
(ex. batedores de carteira).
III - com emprego de chave falsa;
Considera-se chave falsa qualquer instrumento – tenha ou não aparência ou formato de 
chave – destinado a abrir fechaduras, a exemplo de grampos, gazuas, mixa, arames.
OBS: Cópia de chave original NÃO é considerada chave falsa, segundo 
entendimento doutrinário e jurisprudencial dominante.
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.
Para que haja a configuração desta qualificadora basta, tão somente, que um dos agentes
seja imputável, não importando se os demais participantes possuam ou não essa 
qualidade, ou seja, é reconhecido o furto mediante concurso de pessoas se o crime é 
cometido por um imputável e por um inimputável.
Além disso, basta que um dos coautores ou partícipes tenha sido descoberto para que 
haja a incidência da qualificadora. Haverá a incidência desta qualificadora ainda que não 
estejam todos os sujeitos na cena do crime.
OBS: É possível haver o concurso de crimes entre o crime de furto qualificado pelo 
concurso de 2 ou mais pessoas e o crime de associação criminosa? 
Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer 
crimes: (Redação dada pela Lei nº 12.850, de 2013) (Vigência)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.850, de 
2013) (Vigência)
OBS 1: Os tribunais superiores (STF e STJ) tem entendido que é possível haver a 
punição pelo crime de furto qualificado pelo concurso de pessoas (Art. 155, § 4º, IV, 
CP) e o crime de associação criminosa (Art. 288, CP), tendo em vista que nestes 
crimes existe afronta a bens jurídicos distintos, no crime de furto protege-se o 
patrimônio da vítima, enquanto que no crime de quadrilha ou bando protege-se a 
paz pública.
No crime de furto protege-se o patrimônio da vítima, enquanto que no crime de 
associação criminosa protege-se a paz pública.
V – Furto qualificado pelo emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause 
perigo comum. O Art. 155, § 4º-A do CP foi incluído pela Lei nº 13.654, de 2018 e 
passou a estabelecer que a pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e 
multa, se houver emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo 
comum.
O aumento de pena neste caso se dá pela maior chance de se causar um perigo comum 
à coletividade já que o agente empregou explosivo para conseguir efetuar a subtração de 
coisa alheia móvel ou qualquer outro artefato análogo que também possa causar perigo 
comum. O exemplo mais frequente desta qualificadora são as explosões de caixas 
eletrônicos para efetuar a subtração do dinheiro do caixa. A violência empregada nestes 
casos foi contra o objeto (caixa eletrônico), pois se houver violência à pessoa teremos o 
crime de roubo. Por fim, cumpre destacar que o furto qualificado pelo emprego de 
explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum é considerado CRIME 
HEDIONDO desde a vigência do pacote anticrime (Lei 13.964 de 2019 que teve 
vigência no dia 23.01.2020), sendo uma norma penal mais grave que NÃO irá retroagir 
para prejudicar o réu e que só será aplicável aos fatos praticas em sua vigência. 
VI- se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro
Estado ou para o exterior.
Essa qualificadora diz respeito, especificamente, à subtração de veículo automotor. 
Consideram-se como tal os automóveis, ônibus, caminhões, motocicletas, aeronaves, 
lanchas, jet-skies, etc., porém o transporte de partes do veículo não é abrangido por essa 
figura típica. Sanciona-se mais gravemente a conduta daquele que, após furtar o veículo 
automotor, transporta-o para outro Estado ou para o exterior, havendo a configuração da 
qualificadora no momento da transposição dos limites territoriais. 
A peculiaridade em relação a esta forma qualificada é que ela NÃO admite tentativa, 
desta forma, se o agente conseguir a subtração, mas for detido antes de chegar em outro 
Estado ou país, responderá por furto (simples ou qualificado por algumas das hipóteses 
do § 4ºdo CP), mas NÃO por tentativa de furto qualificado pelo § 5º, do CP, pois não se 
pode cogitar de tentativa em uma hipótese em que a subtração já se consumou.
VII – Furto qualificado pela subtração de semoventes domesticável de 
produção. (Incluído pela Lei nº 13.330, de 2016)
Os semoventes, segundo definição do Art. 82 do Código Civil, nada mais são do que os 
bens móveis suscetíveis de movimento próprio, é qualquer animal que se move por conta 
própria. Além disso, o Código Penal qualifica o crime apenas se o semovente for 
domesticável, ou seja, não precisa ser necessariamente animal doméstico, mas sim que 
possa ser domesticável de alguma forma e ele deve ainda ser destinado à produção, ou 
seja, o animal deve ser destinado ao consumo humano, seja em escala industrial ou 
comércio local, ainda que exercido em residência. tipo penal abrange qualquer animal 
domesticável de produção que venha a trazer algum proveito econômico ao titular, o que 
abrangeria animais de produção para a reprodução, a exemplo dos canis.
Ressalta-se que os animais de estimação NÃO estão abrangidos pelo tipo penal, já que 
não são destinados à produção e ao consumo humano, como por exemplo um cachorro 
que é subtraído em um canil, ou até mesmo uma galinha que era animal de estimação e 
foi subtraída do galinheiro. Por fim, não descaracteriza a qualificadora o fato de o 
semovente ter sido abatido ou dividido em partes no local da subtração, isto é, haverá a 
incidência da qualificadora mesmo que o animal seja morto no local da subtração e 
posteriormente dividido em partes. Como exemplo desta qualificadora, temos a subtração 
de animais destinados à pecuária em geral.
O bem jurídico protegido é o patrimônio, mas também a saúde pública, sendo então um 
crime pluri ofensivo.
Ressalta-se que esta qualificadora é perfeitamente compatível com as demais 
qualificadoras do parágrafo 4º do CP, como o concurso de pessoas, ou rompimento de 
obstáculo. Neste caso o juiz irá condenar pela qualificadora mais grave, devendo a 
qualificadora do parágrafo 6º ser utilizada nas circunstâncias judiciais desfavoráveis.
Diferentemente da outra qualificadora já estudada neste caso a subtração será da própria 
substância explosiva ou de acessório que possibilite de alguma forma a fabricação, 
montagem ou emprego de explosivo, não havendo a necessidade para se qualificar que 
haja o efetivo emprego do explosivo. Pune-se a conduta independentemente de haver o 
efetivo uso do explosivo ou artefato análogo.

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