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“O Senhor dá força ao seu 
povo e o abençoa, dando-lhe 
tudo o que é bom”. 
Salmos 29.11 
 
 
 
 
DIREITO 
CONSTITUCIONAL 
#resumoemtabelas 
 
 
 
 
Instagram: 
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@cac_lojinha 
 
e-mail: 
cartaaosconcurseiros@gmail.com 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL ............................................................................................................................................................................. 3 
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS. .................................................................................................................................................................................................................... 3 
AÇÕES CONSTITUCIONAIS: ........................................................................................................................................................................................................................ 4 
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE ................................................................................................................................................................................................... 6 
SÚMULA VINCULANTE e REPERCUSSÃO GERAL .................................................................................................................................................................................... 20 
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS............................................................................................................................................................................................... 23 
ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA .......................................................................................................................................................................................... 38 
INTERVENÇÃO FEDERAL (art. 34 ao 36, CF) ............................................................................................................................................................................................ 45 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (art. 37 e 38, CF) .......................................................................................................................................................................................... 48 
SERVIDORES PÚBLICOS. (arts. 39 A 41, CF) ............................................................................................................................................................................................. 49 
ORGANIZAÇÃO DOS PODERES .................................................................................................................................................................................................................. 51 
FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA ............................................................................................................................................................................................................ 84 
ORDEM ECONÔMICA E FINANCEIRA ....................................................................................................................................................................................................... 89 
FINANÇAS PÚBLICAS ................................................................................................................................................................................................................................ 90 
ORDEM SOCIAL (art. 193, CF) .................................................................................................................................................................................................................... 91 
 
DIREITO 
CONSTITUCIONAL 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
3 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS. 
 
FUNDAMENTOS 
(art. 1º, CF) 
SOberania 
CIdadania 
DIgnidade da pessoa humana 
VAlores sociais do trabalho e da livre iniciativa 
PLUralismo político 
SO CI DI VA PLU 
 
Forma de Estado 
Federação 
FÉ 
FOrma de GOverno 
REpública 
FOGO no REgo 
REgime de GOverno 
DEMOcracia 
REGO DEMOcrático 
SIstema de GOverno 
PRESIdencialismo 
SIGO o PRESIdente 
 
OBJETIVOS FUNDAMENTAIS 
(art. 3º, CF) 
CONstruir uma sociedade livre, justa e solidária; 
GArantir o desenvolvimento nacional; 
ERradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; 
PROmover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de 
discriminação. 
(CON GA) ERrou na PROva 
 
Na perspectiva de proibição de preconceito, o STF fixou o entendimento que o transgênero tem DIREITO 
FUNDAMENTAL SUBJETIVO à alteração de seu prenome e de sua classificação de gênero no registro civil, não 
se exigindo, para tanto, nada além da manifestação de vontade do indivíduo, o qual poderá exercer tal faculdade 
tanto pela via judicial como diretamente pela via administrativa. 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
4 
Essa alteração deve ser averbada à margem do assento de nascimento, VEDADA a inclusão do termo 
“transgênero”. Nas certidões do registro, não constará nenhuma observação sobre a origem do ato, VEDADA a 
expedição de certidão de inteiro teor, SALVO a requerimento do próprio interessado ou por determinação 
judicial. 
 
PRINCÍPIOS DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS 
(art. 4º, CF) 
INdependência nacional 
Prevalência dos direitos humanos 
Autodeterminação dos povos 
Não-intervenção 
Igualdade entre os Estados 
COoperação entre os povos 
SOlução pacífica dos conflitos 
DEfesa da paz 
COncessão de asilo político 
REpúdio ao terrorismo e ao racismo 
IN PÂNICO SO DECORE 
IN PRE AU 
NÃO IGUAL 
DE S ORE CO CO 
 
AÇÕES CONSTITUCIONAIS: 
 
HABEAS CORPUS 
(art. 5º, LXVIII, CF e art. 647 ao 667, CPP) 
Consiste em ação de natureza constitucional que tem por finalidade a proteção da LIBERDADE DE 
LOCOMOÇÃO, que esteja ameaçada ou que já tenha sofrido lesão. Nos termos do art. 5º, LXVIII, CF: 
Conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua 
liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. 
• Pode ser: preventivo ou repressivo; 
• É uma ação GRATUITA (art. 5º, LXXVII). 
 
HABEAS DATA 
(Lei 9.507/1997) 
Tutela a intimidade, a vida privada das pessoas (art. 5º, X) e informações pessoais (art. 5º, XXXIII), presentes 
em banco de dados de caráter público. Seja para conhecimento das informações, seja para a retificação de 
dados. 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
5 
Na CRFB/88, o HD nasceu com a finalidade de conhecer ou retificar dados pessoas. Entretanto, a Lei 9.507/97 
trouxe uma terceira finalidade, a de complementar tais dados. 
ATENÇÃO! Na ação de HD proposta, cabe somente uma das possibilidades de pedidos: 
conhecer OU retificar OU complementar dados pessoais. 
 
Art. 8º, Lei 9507/97 e Súmula nº 2, do STJ 
NÃO cabe HD se NÃO houver recusa da informação por parte da autoridade administrativa. 
E o decurso do tempo faz prova da recusa do dado. 
• O HD é um remédio PERSONALÍSSIMO, somente pode ser autor o titular do dado, pessoa natural ou 
pessoa jurídica nacional ou estrangeira. Além disso, NÃO cabe HD para acessar dados sobre terceiros, SALVO 
o herdeiro, que pode acessar dados do falecido, retificá-los ou complementá-los. 
• É uma ação GRATUITA (art. 5º, LXXVII). 
 
MANDADO DE SEGURANÇA 
(Lei 12.016/2009) 
Visa resguardar DIREITO LÍQUIDO E CERTO contra abuso de poder ou ilegalidade, desde que tal direito não 
seja protegido por habeas corpusou habeas data. é o que prevê o art. 5º, LXIX. 
• Possui uma natureza RESIDUAL, pois somente será cabível se não couber nenhuma outra ação mais 
específica. 
• Exige PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA (documental). 
 
MANDADO DE INJUNÇÃO 
(Lei 13.300/2016) 
Tem como objetivo combater a omissão legislativa que inviabilize o exercício dos direitos e liberdades 
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. 
É cabível, portanto, em face da ausência de normas regulamentadoras de tais direitos e prerrogativas. 
MI ≠ ADO 
É um REMÉDIO CONSTITUCIONAL. É uma AÇÃO DO CONTROLE CONCENTRADO. 
Processo SUBJETIVO – com partes, com lide, com 
pretensão resistida de interesses. 
Processo OBJETIVO – sem partes, sem lide, sem 
pretensão resistida de interesses. 
Combate a OMISSÃO NORMATIVA que está 
prejudicando a vida de alguém ou coletividades 
determinadas no CASO CONCRETO 
Nasceu para combater em ABSTRATO a 
inefetividade das NORMAS CONSTITUCIONAIS. 
• MI Individual – por qualquer pessoa; 
• MI Coletivo – legitimados no art. 12, Lei 
13.300/2016. 
Legitimados – art. 103, I a IX, da CRFB/88. 
Visa defender DIREITO FUNDAMENTAL previsto na 
Constituição dependente de regulação. 
Visa defender NORMAS CONSTITUCIONAIS 
dependentes de regulamentação. 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
6 
AÇÃO POPULAR 
(Lei 4.717/1965) 
Visa resguardar DIREITO LÍQUIDO E CERTO contra abuso de poder ou ilegalidade, desde que tal direito não 
seja protegido por habeas corpus ou habeas data. é o que prevê o art. 5º, LXIX. 
• Legitimidade EXCLUSIVA de qualquer CIDADÃO (em gozo de seus direito políticos) 
• será ISENTO de custas e ônus de sucumbência, SALVO comprovada má-fé. 
A AÇÃO POPULAR visa 
ANULAR ato lesivo: 
• Ao PAtrimônio público ou de entidade de que o Estado participe; 
• Ao PAtrimônio histórico e cultural 
• Ao MEIO ambiente 
• À MORALidade administrativa 
PA PA MEIO MORAL 
 
AÇÃO CIVIL PÚBLICA 
(Lei 7.347/1985) 
A AÇÃO CIVIL PÚBLICA busca a responsabilização civil daqueles que causarem danos morais e patrimoniais ao 
meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, 
a qualquer outro interesse difuso ou coletivo, por infração de ordem econômica e urbanística, à honra e à 
dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos e ao patrimônio público e social. 
Pode ser 
proposta por: 
• MP; 
• Defensoria Pública; 
• União, Estados, Municípios 
• Autarquias 
• Empresas públicas 
• Fundações 
• Sociedades de economia mista 
• Associações interessadas, desde que constituídas há pelo menos 1 ANO. 
 
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
Consiste no mecanismo de verificação de compatibilidade de uma lei ou ato normativo em face da Constituição. 
Encontra fundamento no princípio da supremacia constitucional, de modo que as normas infraconstitucionais 
devem ser compatíveis com a Constituição. 
SUPREMACIA DA 
CONSTITUIÇÃO 
A Constituição está no topo da hierarquia das leis, norma de hierarquia máxima 
no país. 
É uma norma superior no ponto de vista MATERIAL (conteúdo), porque trata 
dos assuntos mais importantes do país, das normas relacionadas à estrutura do 
Brasil, a sua forma de estado, forma de governo, como se dá a separação de 
poderes, a repartição de competências, os direitos e garantias individuais etc. 
Além disso, é superior também com relação à FORMA, é dela que as demais leis 
elaboradas no país retiram fundamento jurídico de validade. 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
7 
ESCALONAMENTO HIERÁRQUICO NORMATIVO 
A Constituição Federal ocupa ápice da pirâmide do ordenamento normativo 
(consubstancia-se em seu fundamento de validade), assim as normas que NÃO 
estiverem de acordo com a Constituição serão INCONSTITUCIONAIS (ausência 
de fundamento de validade na Lei Fundamental). 
UNIDADE DO 
ORDENAMENTO 
JURÍDICO 
É preciso manter um equilíbrio no ordenamento jurídico brasileiro, assim as leis 
produzidas no país NÃO podem estar em desconformidade com a Lei Maior. 
A Constituição é um todo orgânico (NÃO há norma inferiores e superiores). 
PRESUNÇÃO DE 
CONSTITUCIONALIDADE 
DAS LEIS – ADI 815 
PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA 
As leis e os atos normativos editados pelo Poder Público são protegidos pelo o 
PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE CONSTITUCIONALIDADE DAS LEIS. 
As leis e os atos normativos são válidos até que sejam declarados 
inconstitucionais pelo órgão competente (PRESUNÇÃO RELATIVA). 
A INCONSTITUCIONALIDADE das leis é medida EXCEPCIONAL. 
Deve-se primeiro compatibilizá-la com o texto constitucional (interpretação ou 
mutação constitucional). 
Presunção RELATIVA de Constitucionalidade: 
• Normas infraconstitucionais; 
• Normas Constitucionais DERIVADAS (ECs). 
Presunção ABSOLUTA de Constitucionalidade (ADI 815): 
• Normas Constitucionais ORIGINÁRIAS (tanto do corpo da constituição 
quanto do ADCT). 
NÃO se declara a inconstitucionalidade de normas constitucionais originárias 
(promulgadas em 05/10/1988). 
DIGNIDADE DA PESSOA 
HUMANA 
Art. 1º, III, CRFB/88 – é um dos fundamentos da RFB, assim, ao se preservar a 
Constituição, está-se preservando também todos os direitos e garantias 
fundamentais. 
 
BLOCO DE CONSTITUCIONALIDADE 
(STF adotou a Teoria Francesa) 
é o parâmetro de constitucionalidade – norma constitucional ofendida (norma de referência) 
COMPOSIÇÃO 
• TEXTO-BASE: ARTS. 1º A 250, CRFB/88 – o texto constitucional é parâmetro básico; 
• ADCT, NÃO exaurido – compreende a parte normativa da Constituição (normas exauridas – NÃO possuem 
mais normatividade); 
o ATENÇÃO! Assim, na visão doutrinária, as normas do ADCT somente podem ser parâmetro 
de constitucionalidade quando não tiverem exaurido os seus efeitos. 
• TRATADOS E CONVENÇÕES INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS (emendas) – aprovados com 
quórum qualificado, por possuírem status constitucional; 
• PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS IMPLÍCITOS – têm força normativa. Ex.: razoabilidade. 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
8 
OBS.: O PREÂMBULO (ADI 2076): 
• NÃO tem força normativa (NÃO possui imperatividade e NEM normatividade), é apenas FONTE DE 
INTERPRETAÇÃO, podendo ser citado nas decisões do STF. Domínio da política; 
• NÃO é parâmetro no controle de constitucionalidade; 
• NÃO é de observância obrigatória nas Constituições Estaduais. 
 
TIPOS DE INCONSTITUCIONALIDADE 
FORMAL 
(nomodinâmica) 
Para parte da doutrina (MAJORITÁRIA), é dividida em: 
• SUBJETIVA – é aquela em que o vício da norma recai sobre o ato da iniciativa do 
processo legislativo ou sobre alguma regra de competência. 
o Ex.: Violação: ao art. 61, §1º – matéria cuja iniciativa é reservada ao Presidente da 
República; ao art. 60, I a III – rol de legitimados ativos que podem, com exclusividade, 
apresentar PEC; aos arts. 21 a 24, 30 – competências dos Entes Federativos. 
• OBJETIVA – aquela que recai sobre o rito, procedimento, sobre os demais atos do 
processo legislativo (votação, discussões, emendas etc.), posteriores à iniciativa. 
Ex.: violação: ao art. 64 – projetos de leis começam a tramitar na Câmara dos Deputados; 
ao art. 69 – LC é aprovada por maioria absoluta. 
Para outra parte da doutrina, é dividida em: 
• ORGÂNICA – decorre da inobservância da competência legislativa; 
• PROPRIAMENTE DITA – recai sobre o próprio processo legislativo de criação da 
norma. 
Quando o descumprimento da Constituição está no seu PROCESSO DE ELABORAÇÃO 
e não no seu conteúdo, sendo compatível em relação a este. 
MATERIAL 
(nomoestática) 
A norma viola outras normas da Constituição, viola um dos princípios, uma das regras. 
É a inconstitucionalidade que recai sobre o CONTEÚDOda norma, embora tenha sido 
elaborada de forma correta. 
NOMOESTÁTICA – ideia de substância, estático. 
TOTAL Quando TODA a lei contraria a Constituição. 
PARCIAL 
Quando somente PARTE da lei contraria a Constituição. 
PRINCÍPIO DA PARCELARIDADE – uma norma só pode ser declarada inconstitucional 
naquilo que ela for realmente inconstitucional, podendo a irregularidade recair sobre 
apenas uma palavra ou trecho da norma. 
≠ de VETO, que NÃO pode recair sobre apenas uma palavra ou expressão (art. 66). 
POR AÇÃO 
Quando o desrespeito à Constituição resulta de uma CONDUTA COMISSIVA, positiva, 
praticada por algum órgão estatal. 
Pode ser TOTAL ou PARCIAL. 
Ex.: lei em desacordo com a Constituição. 
POR OMISSÃO 
Decorre da INÉRCIA LEGISLATIVA (conduta OMISSIVA) na regulamentação das normas 
constitucionais de eficácia limitada. IMPEDE o exercício de direito. 
Pode ser TOTAL ou PARCIAL. 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
9 
Ex.: regulamentação do direito de greve. 
ORIGINÁRIA 
É a inconstitucionalidade que acompanha a norma desde a sua criação, ou seja, a norma 
já foi promulgada incompatível com a Constituição. 
SUPERVENIENTE 
(NÃO adotada no 
Brasil) 
Aqui, a inconstitucionalidade se manifesta posterior à criação da norma, seja pela 
alteração da CRFB/88, por meio de uma EC, seja pela substituição da CRFB/88, através do 
Poder Constituinte Originário. 
ATENÇÃO! Para o STF, NÃO EXISTE Inconstitucionalidade Superveniente. 
Aquele entende que se a lei for incompatível com a nova constituição ou com a alteração 
da então vigente, a norma será NÃO RECEPCIONADA (que gera a REVOGAÇÃO), e não 
considerada inconstitucional. 
 
MODALIDADES DE CONTROLE 
QUANTO AO MOMENTO 
PREVENTIVO 
(a priori) 
Quando a fiscalização da validade da norma incidir sobre o PROJETO DE LEIS e 
PROPOSTA DE EMENDAS. 
REGRA: O controle preventivo de constitucionalidade normalmente é POLÍTICO (feito 
pelo Legislativo e pelo Executivo), no processo de elaboração das normas. 
Ex.: Parecer da CCJ (cujo papel principal é o de verificar se o projeto foi elaborado de 
acordo com a Constituição) e o Veto jurídico ou formal do Presidente da República. 
EXCEÇÃO: CONTROLE PREVENTIVO JUDICIAL 
Ex.: MS impetrado por Parlamentar (Deputado Federal ou Senador – únicos 
legitimados), no STF, para proteger o “devido processo legislativo” (única exceção) – o 
parlamentar, portanto, tem direito líquido e certo de somente participar de um 
processo legislativo compatível com a Constituição. 
ATENÇÃO! Esse MS somente vai tramitar enquanto o parlamentar for parlamentar e 
enquanto o processo legislativo estiver em andamento, ou seja, se o parlamentar 
perder o cargo ou falecer durante o mandato, o MS será EXTINTO sem resolução de 
mérito. 
É fruto de uma construção jurisprudencial – exemplo de CONTROLE PREVENTIVO 
JUDICIAL DIFUSO CONCRETO INCIDENTAL: 
o DIFUSO – o STF não é provocado como órgão de jurisdição 
constitucional, aquele atua porque é quem julga MS contra ato de 
Mesa de Casa Legislativa. Então, o STF é provocado como órgão 
competente para julgamento do MS; 
o CONCRETO – porque é julgado no bojo de uma situação concreta, 
o Parlamentar quer resolver aquele conflito; 
o INCIDENTAL – pois a análise acerca do projeto é feita no bojo da 
fundamentação da peça e da decisão do STF. 
MS 32033 (INFO 711) 
• PROJETOS DE LEIS (ordinárias, complementares) podem ser analisados nesse 
mandado de segurança por vício de forma (violação ao devido processo legislativo); 
• mas a PEC pode ser analisada tanto sob o ângulo formal quanto material (art. 60, 
§4º). 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
10 
REPRESSIVO 
(a posteriori, 
sucessivo) 
A fiscalização de validade incide sobre a NORMA PRONTA (leis) e EMENDAS. 
A norma já foi inserida no ordenamento jurídico. 
REGRA: O controle repressivo é geralmente JUDICIAL, através dos sistemas difuso e 
concentrado. 
Ex.: ADI, que somente pode ter por objeto lei vigente. 
EXCEÇÃO: CONTROLE REPRESSIVO POLÍTICO 
Ex.: 
• Art. 62, §5º, §9º - Quando o Congresso rejeita uma Medida Provisória já vigente por 
julgá-la inconstitucional; 
• Art. 49, V - Sustação pelo Congresso Nacional de leis delegadas ou de decretos 
regulamentares (quanto a estes últimos, trata-se, em verdade, de um controle de 
legalidade, uma vez que o controle é feito em relação à lei que regulamenta a edição 
do decreto e não em relação à Constituição. Entretanto, não deixa de ser um controle 
político repressivo). 
• Súmula 473, STF – autotutela – a Administração Pública pode revogar os próprios 
atos válidos por conveniência e oportunidade OU anulá-los quando eivados de 
ilegalidade. 
• Súmula 347, STF – permite que o Tribunal de Contas, no julgamento das contas, 
possa afastar leis inconstitucionais (controle feito no caso concreto). 
QUANTO AO ÓRGÃO 
JUDICIAL OU 
JURISDICIONAL 
O controle é realizado pelo PODER 
JUDICIÁRIO. 
• Controle DIFUSO 
• Controle CONCENTRADO 
POLÍTICO 
O controle é realizado por um órgão que NÃO integra o Poder Judiciário (Legislativo e 
Executivo). 
Ex.: Controle realizado pelas Comissões de Constituição e Justiça e o veto do chefe do 
Poder Executivo a projeto de lei. 
MISTO O controle é realizado em parte pelo Poder Judiciário, em parte por outro órgão. 
 
 
SISTEMA DIFUSO 
(aberto, concreto) 
SISTEMA CONCENTRADO 
(fechado ou reservado, abstrato) 
ORIGEM 
• Direito Norte Americano ou 
Estadunidense (1803 – Marbury vs. Madson) 
• A primeira Constituição brasileira a 
apresentar o sistema difuso foi a de 1891. 
• Direito Europeu ou Austríaco (1920 – 
Hans Kelsen) 
• A primeira Constituição brasileira a 
apresentar o sistema concentrado foi a de 
1934 (Representação de 
Inconstitucionalidade Interventiva). 
ÓRGÃO 
COMPETENTE 
Qualquer Juiz ou Tribunal 
STF 
Em âmbito federal, quando o parâmetro é a CRFB/88 
TJ respectivo 
Em âmbito estadual, quando o parâmetro é a 
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
11 
LEGITIMIDADE 
ATIVA 
Autor, réu, terceiro interessado, Ministério 
Público, Juiz/Tribunal de ofício 
(partes interessadas) 
Os legitimados do art. 103, I a IX, da 
CRFB/88 (ROL TAXATIVO) 
FORMA 
Via INCIDENTAL, de defesa, de exceção. 
(CONTROLE CONCRETO) Via direta, principal, DE AÇÃO: 
ADI, ADC, ADO e ADPF 
(CONTROLE ABSTRATO) 
A análise sobre a constitucionalidade de 
uma norma é feita na via incidental, na 
fundamentação jurídica. 
OBJETO 
NÃO há objeto delimitado: qualquer norma 
primária (extraída da CRFB/88), secundária 
(extraída da lei), federal, estadual, distrital, 
municipal, pré ou pós-constitucional. 
Cada ação possui seu objeto próprio. 
EFEITOS 
SUBJETIVOS 
Em regra: INTER PARTES Em regra: ERGA OMNES 
EXCEÇÃO: Papel do Senado Federal* 
E, também, VINCULANTES – que atingem 
os órgãos do Poder Judiciário e da 
Administração Pública Direta e Indireta, nos 
âmbitos: federal, estadual, distrital e 
municipal. 
NÃO atingem o Poder Legiferante do Estado 
e nem o plenário do STF. 
 
PRINCÍPIO DA RESERVA DE PLENÁRIO 
Surgiu na Constituição de 1934. 
Art. 97, CRFB/88. Somente pelo voto da MAIORIA ABSOLUTA de seus membros ou dos membros do respectivo ÓRGÃO 
ESPECIAL poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público. 
Súmula Vinculante nº 10 do STF: VIOLA a cláusula de reserva de plenário (CRFB/88, art. 97) a decisão de órgão fracionário de 
tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta sua 
incidência, no todo ou em parte. 
Ou seja, o Órgão Fracionário NÃO pode nem declarar a inconstitucionalidade da lei NEMdeixar de aplicá-la 
por entender que é inconstitucional sem que esteja devidamente apoiado em uma decisão anterior do próprio 
Tribunal ou do STF. 
Fundamentos principiológicos (visa defender): 
o O PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE CONSTITUCIONALIDADE DAS LEIS; 
o O PRINCÍPIO DA COLEGIALIDADE. 
TRIBUNAL = PLENO 
PLENÁRIO Decisões principais 
ÓRGÃO 
ESPECIAL 
Quando o Tribunal tem MAIS DE 25 JULGADORES, pode ser criado o órgão especial, 
que pode ter no MÍNIMO 11 e no MÁXIMO 25 MEMBROS (art. 93, XI, CRFB/88) 
Nasceu para facilitar os julgamentos nos tribunais mais numerosos. 
ÓRGÃOS Câmaras, Sessões, Turmas etc. 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
12 
FRACIONÁRIOS ÓRGÃOS FRACIONÁRIOS NÃO podem declarar inconstitucionalidade de uma lei ou ato 
normativo, somente a formação plenária do Tribunal OU pelo órgão especial criado. 
EXCEÇÕES À CLÁUSULA DE RESERVA DO PLENÁRIO 
Art. 948, do CPC. Arguida, em controle difuso, a inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo do poder público, o relator, após 
ouvir o Ministério Público e as partes, submeterá a questão à turma ou à câmara à qual competir o conhecimento do processo. 
Art. 949, do CPC. Se a arguição for: 
I - Rejeitada, prosseguirá o julgamento; 
II - Acolhida, a questão será submetida ao plenário do tribunal ou ao seu órgão especial, onde houver (cumpre o art. 97, da CRFB/88). 
Parágrafo único. Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário ou ao órgão especial a arguição de 
inconstitucionalidade quando já houver pronunciamento destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão. 
a) Se a arguição de inconstitucionalidade for REJEITADA, consequentemente, a norma será aplicada 
normalmente, e, nesse caso, NÃO há reserva de plenário para aplicação da norma OU para declarar a sua 
constitucionalidade (art. 949, I, CPC); 
b) Quando o Plenário ou o Órgão Especial do Tribunal já tiver se manifestado sobre a constitucionalidade 
ou inconstitucionalidade da lei (art. 949, parágrafo único, CPC); 
c) Quando o Plenário do STF já tiver se manifestado sobre a constitucionalidade ou inconstitucionalidade 
da lei (art. 949, parágrafo único, CPC). 
Assim: 
ÓRGÃO 
FRACIONÁRIO 
Se entender que a Lei é CONSTITUCIONAL – aplicará a Lei e decidirá o mérito, uma vez 
que NÃO há reserva de plenário para declarar a constitucionalidade da norma. 
Se entender que a Lei é INCONSTITUCIONAL – precisará, em regra, promover uma CISÃO 
CONSTITUCIONAL DE COMPETÊNCIA e remeterá ao Tribunal, seja pelo seu Pleno ou 
Órgão Especial, apenas a questão da inconstitucionalidade. 
Nesse caso, o processo ficará SUSPENSO, o Órgão Especial ou o Pleno se reunirá para 
decidir pela constitucionalidade ou não da Lei, lavrará um acórdão, que voltará para o Órgão 
Fracionário. Este, então, passa a decidir o mérito com base no que foi decidido. 
EXCEÇÃO: Se entender que a Lei é INCONSTITUCIONAL, mas há precedente, NÃO há 
cisão funcional de competência, NÃO há necessidade de remessa ao Órgão Especial do 
Tribunal, porque a análise já foi feita em outro processo (art. 949, parágrafo único, CPC). 
NÃO HÁ RESERVA DE PLENÁRIO: 
Em caso de JUIZ 
SINGULAR; 
O Juiz de 1º Grau julga (exercer sua atividade jurisdicional) sozinho, ele NÃO precisa 
consultar os demais membros do Tribunal. 
Portanto, no bojo da fundamentação jurídica, ele pode, sozinho, entender que a Lei é 
inconstitucional. 
Em caso de TURMAS 
RECURSAIS de 
Juizados Especiais; 
A Turma Recursal, embora seja um órgão colegiado, NÃO tem status de Tribunal, pois 
é formada por Juízes de 1º Grau. 
E a regra da reserva de plenário somente se aplica a Tribunais. 
Quando o juízo for 
pela ILEGALIDADE 
da norma; 
A Reserva de Plenário é necessária quando há uma efetiva declaração de 
INCONSTITUCIONALIDADE e NÃO para declarar a ilegalidade das normas 
secundárias. 
Quando for pela NÃO 
RECEPÇÃO da lei. 
Em nosso país, uma norma pré-constitucional (de 1920, por exemplo) declarada 
incompatível materialmente com a Constituição NÃO será declarada inconstitucional, 
será, no entanto, REVOGADA. 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
13 
 
PAPEL DO SENADO FEDERAL 
Art. 52, X, CF. Compete PRIVATIVAMENTE ao SENADO FEDERAL: 
X – SUSPENDER a execução, no todo ou em parte, de LEI declarada INCONSTITUCIONAL por decisão DEFINITIVA do STF. 
PROCEDIMENTO 
Só tem aplicação no CONTROLE DIFUSO. 
• O STF (seja em sede de HC, MS, RE etc. – analisando um caso concreto) – decide, INCIDENTALMENTE, que 
a LEI é INCONSTITUCIONAL. 
• Essa decisão vale para as partes, mas o STF, por força do art. 178, de seu Regimento, é OBRIGADO a 
comunicar o Senado Federal dessa decisão. 
• O SENADO FEDERAL, por sua vez, PODERÁ emitir uma RESOLUÇÃO, com base no art. 52, X, CRFB/88, 
dando efeito ERGA OMNES à decisão do Supremo. 
• O SENADO NÃO está obrigado (PODER DISCRICIONÁRIO – conveniência e oportunidade), tampouco tem 
prazo para editar a RESOLUÇÃO suspendendo a execução da lei para toda a sociedade. 
o Tal RESOLUÇÃO se sujeita ao controle de constitucionalidade (formal e material). 
• É ATO POLÍTICO; 
• Uma vez criada a RESOLUÇÃO para fins de SUSPENSÃO da norma, NÃO é possível voltar atrás, pois 
violaria o Princípio da Segurança Jurídica. 
o Nesse caso, restam prejudicados os demais julgamentos que tenham como objeto o ato 
normativo em questão. 
• NÃO se pode ampliar, restringir ou modificar a decisão do STF – tem que ser nos exatos limites – no “todo” 
ou “em parte”. 
NÃO SE 
APLICA O 
ART. 52, X 
Nos casos de: 
• ILEGALIDADE; ou 
• NÃO-RECEPÇÃO. 
Nesses casos, o STF NÃO é obrigado a comunicar sua decisão ao Senado Federal. Se não há 
declaração de inconstitucionalidade, NÃO há atuação do Senado Federal. 
EFEITO 
TEMPORAL 
(tema 
controvertido 
na doutrina) 
Tem sido prestigiado em prova que a SUSPENSÃO da execução da Lei pelo Senado Federal 
gera seus efeitos dali para frente, ou seja, EX NUNC. 
DIVERGÊNCIA entre autores ex nunc (Bandeira de Melo) e ex tunc (Gilmar Mendes e Barroso). 
Administração Pública Direta e Indireta – os efeitos são EX TUNC (Dec. 2.346/97, art. 1º). 
É preciso destacar que o tema é controvertido, mas se tem adotado, em regra, que os efeitos 
são ex nunc, muito embora alguns doutrinadores sustentem ser ex tunc, por sustentarem que 
o Brasil adota, em regra, a teoria da nulidade (lei inconstitucional é nula de pleno direito), 
retroagido os efeitos de sua suspensão até o momento da criação da norma. 
CRÍTICAS AO PAPEL DO SENADO FEDERAL 
Tal dispositivo surgiu em 1934 e, à época, o controle do Senado surgiu para dar efeito mais amplos às decisões 
do STF, que não produziam efeitos maiores, porque se tinha a predominância do controle difuso. 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
14 
Com a Constituição de 1988, nitidamente, houve o prestígio do controle concentrado, ampliando o número de 
ações, de legitimados ativos. E muitas decisões importantes com efeitos erga omnes são dadas pelo Supremo 
no próprio controle concentrado. 
Então, para alguns doutrinadores e alguns Ministros do STF, o art. 52, X, teria se tornado obsoleto, uma figura 
anacrônica, desnecessária, já que o STF tem tanto poder no controle concentrado que se torna desnecessária 
essa atuação do Senado Federal no controle difuso. 
TEORIA DA ABSTRATIVIZAÇÃO DO CONTROLE DIFUSO 
Defende uma expansão dos efeitos do controle difuso de constitucionalidade quando realizado pelo STF, de 
modo a dar estabilidade e coerência ao sistema. 
Para essa teoria, se o Plenário do STF decidir a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei ou ato 
normativo, ainda que em controle difuso, essa decisão terá os mesmos efeitos do controle concentrado, ou 
seja, eficácia erga omnes e vinculante. Issomesmo que o Sena não promova a suspensão da lei impugnada. 
O Min. Celso de Mello afirma que o STF operou uma verdadeira mutação constitucional com o objetivo de 
expandir os poderes do Tribunal com relação à jurisdição constitucional. Atualmente, é a teoria adotada pelo 
STF em tema de controle difuso. 
 
ASPECTOS COMUNS NAS AÇÕES DE CONTROLE CONCENTRADO 
ADI 
Surgiu com a EC 16/65 – era denominada 
Representação de Inconstitucionalidade. 
Em 1988, passou a ser denominada ADI. ADI, ADC e ADO – são regidas, no plano 
infraconstitucional, pela Lei 9.868/99. 
ADC Nasceu pela EC 3/93 – já sob a hedge da CRFB/88. 
ADO 
Surgiram em 1988. 
ADPF ADPF – base infraconstitucional na Lei 9.882/99 
Todas formam um processo OBJETIVO, sem partes, sem lide, sem pretensão resistida de interesses, é um 
processo voltado à defesa da supremacia da Constituição. 
 
ADI, ADC, ADO e ADPF 
São instrumentos de exercício do controle CONCENTRADO (exercido apenas por um órgão) e ABSTRATO de 
constitucionalidade (aquele cuja finalidade precípua é assegurar a supremacia da Constituição – e não direito 
subjetivos). Todas buscam a verificação de compatibilidade entre um texto infraconstitucional e a 
Constituição. 
LEGITIMIDADE 
ATIVA 
Legitimados – art. 103, I a IX, da CRFB/88. 
• Legitimados ESPECIAIS – IV, V, IX – precisam comprovar pertinência temática1; 
o Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do DF; 
o Governador de Estado ou do DF; 
o Confederação Sindical ou Entidade de Classe de âmbito nacional. 
• Legitimados UNIVERSAIS – I a III, VI a VIII – NÃO precisam comprovar pertinência. 
o Presidente da República; 
o Mesa do Senado Federal; 
 
1 É a relação de harmonia que deve existir entre o objeto da ação e o interesse da classe, do grupo, da categoria, daquela população. 
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15 
o Mesa da Câmara dos Deputados; 
o PGR; 
o Conselho Federal da OAB; 
o Partido Político com representação no Congresso Nacional. 
JURISPRUDÊNCIA 
• PARTIDOS POLÍTICOS (VIII) – é legitimado UNIVERSAL principalmente pelo que diz o art. 17, da CRFB. 
o NÃO precisa comprovar pertinência temática. 
o Precisa de ADVOGADO para propositura dessas ações. 
o Precisa ter representação no Congresso Nacional – basta, em uma das Casas, ter um 
Deputado ou Senador. 
o Segundo entendimento do Supremo, o momento de averiguação sobre a existência ou não 
da representação política no CN é NA PROPOSITURA DA AÇÃO, portanto, a perda 
superveniente da representação política do Partido, no curso do feito, NÃO gera a extinção 
da ação sem decisão de mérito. 
o Os Partidos Políticos só podem ajuizar as ações concentrado federal através do seu 
DIRETÓRIO NACIONAL, os diretórios regionais ou locais NÃO podem ajuizar as ações do 
controle concentrado. 
• CONFEDERAÇÃO SINDICAL (IX – 1ª parte) – é formada por três federações, na forma do art. 535, da CLT. 
o Precisa comprovar PERTINÊNCIA TEMÁTICA – legitimado ESPECIAL. 
o Precisa de ADVOGADO para propositura dessas ações. 
o Segundo o entendimento do STF, nem os sindicatos nem as federações sindicais podem 
ajuizar as ações do controle concentrado de constitucionalidade. No plano sindical, a 
legitimidade é unicamente da Confederação. 
• ENTIDADE DE CLASSE DE ÂMBITO NACIONAL (IX – 2ª parte) – é aquela que representa interesses de 
uma determinada categoria econômica ou profissional. 
o Precisa comprovar PERTINÊNCIA TEMÁTICA – legitimado ESPECIAL. 
o Precisa de ADVOGADO para propositura dessas ações. 
o Segundo o STF, o que comprova o ÂMBITO NACIONAL da Entidade é a satisfação do 
requisito do art. 8º, da Lei 9096/95 – representação em PELO MENOS 9 ESTADOS da 
Federação. 
CABIMENTO DE MEDIDA 
DE URGÊNCIA 
A tutela de urgência pode ser deferida em todas as ações do controle 
concentrado de constitucionalidade e tem NATUREZA LIMINAR. 
NÃO HÁ 
DESISTÊNCIA 
Não há desistência porque todas as ações do controle concentrado de 
constitucionalidade visam defender a supremacia da Constituição. Assim, uma vez 
ajuizadas, o STF já está autorizado a seguir em frente em defesa da Constituição 
Federal. 
AMICUS CURIAE 
Amigo da corte (amigo da boa decisão). 
Até o advento do CPC atual, a jurisprudência do Supremo entendia que o Amicus Curiae 
NÃO podia ser uma pessoa natural, deveria, portanto, ser uma pessoa jurídica, 
associação, ONG, partido político etc. 
Ou seja, um órgão de representação coletiva que levaria ao Tribunal as suas percepções 
sobre o tema através de memorias, perícias, estatísticas, e, se o Ministro Relator 
permitisse, de sustentação oral no julgamento da ação. 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
16 
É uma figura extremamente importante para legitimar socialmente as decisões do STF. 
A Corte sempre entendeu que o Amicus Curiae NÃO era um terceiro interessado 
propriamente dito, mas sim um TERCEIRO ESPECIAL, aquele que teria vindo colaborar. 
E o objetivo sempre foi o de dar uma maior pluralidade ao debate sobre matérias 
importantes. 
O CPC/2015 incluiu o Amicus Curiae no título sob a rubrica “intervenção de terceiros” 
(art. 138, CPC). Permite que seja PESSOA NATURAL ou JURÍDICA, pode, inclusive, opor 
embargos de declaração. 
Assim, de acordo com a jurisprudência do STF, o Amicus Curiae somente pode ser uma 
pessoa jurídica e trata-se de um terceiro especial, e não um terceiro interessado em 
sentido formal, além disso, NÃO pode opor embargos de declaração. 
Para o CPC, entretanto, em seu art. 138, o Amicus Curiae pode ser tanto pessoa natural 
quanto jurídica, enquadra-se no título intervenção de terceiros e pode interpor 
embargos de declaração. 
MODULAÇÃO 
TEMPORAL DOS 
EFEITOS DA 
DECISÃO 
Art. 27, Lei 9.868/99 e art. 11, Lei 9882/99 
Quando o STF declara a inconstitucionalidade de uma lei, por exemplo, a regra geral é 
que essa decisão gere a NULIDADE (nula de pleno direito), retroagindo à data da sua 
edição (EFEITO EX TUNC). Porém, muitas vezes, as leis demoram muito tempo até que 
sejam declaradas inconstitucionais, enquanto isso vão produzindo seus efeitos. 
Assim, se o Supremo usar a nulidade em todos os casos poderá produzir efeitos 
catastróficos para o país, destruindo relações jurídicas que o tempo já consolidou. 
A Modulação temporal dos efeitos da decisão vem justamente para evitar essa 
insegurança jurídica, possibilitando a declaração de inconstitucionalidade sem pronúncia 
de nulidade por 2/3 DOS MEMBROS DO STF, podendo adotar: 
o Os EFEITOS EX NUNC (irretroativo), ou seja, entender que a lei, 
apesar de ser inconstitucional, somente deixará de produzir efeitos da 
decisão para frente; 
o Os efeitos prospectivos ou pro futuro, ou seja, determinando uma 
data na qual a lei deixará de produzir efeitos. 
EFEITOS ERGA 
OMNES e 
VINCULANTES 
• Erga Omnes – para todos; 
• Vinculantes – para todos os órgãos do Poder Judiciário e da Administração Pública 
Direta e Indireta das esferas federal, estadual, distrital e municipal. 
ATENÇÃO! Os EFEITOS VINCULANTES: 
NÃO atingem a Função Legiferante do Estado NEM o Plenário do STF. 
 
TEORIA DA TRANSCENDÊNCIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES – para esta teoria, 
não apenas o dispositivo da decisão possui efeito vinculante, mas também seus motivos 
determinantes (ratio decidenti). Vale dizer: os demais órgãos do Poder Judiciário e a 
Administração ficariam vinculados (obrigados) também às razões de decidir invocadas 
na fundamentação da decisão, além, obviamente, do dispositivo. NÃO se confunde com 
a abstrativização do controle difuso. 
 
ADI 
• Combate lei ou ato normativo FEDERAL ou ESTADUAL que viole a Constituição (art. 102, I, a) posteriores 
à edição da CF 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
17 
ADC 
• Confirma a constitucionalidadede lei ou ato normativo FEDERAL (art. 102, I, a) posteriores à edição da CF. 
• O autor deve comprovar a existência de CONTROVÉRSIAS JUDICIAIS RELEVANTES a respeito da lei 
objeto da ação (art. 14, III, da Lei 9.868/99). 
o O Supremo NÃO fixou o número de decisões, nem a Lei 9.868 traz essa informação 
claramente, mas aquele entendeu que o autor precisa convencer que há um volume 
expressivo de decisões controvertidas que realmente legitimem a necessidade da ação 
declaratória. 
Diz-se que a ADC e ADI são ações de caráter dúplice: possuem a mesma natureza, mas com “sinais trocados”, 
de modo que uma ADI julgada improcedente é a mesma coisa que uma ADC procedente, e vice-versa, e são 
ações passíveis de cumulação. 
ADO 
• Combate a OMISSÃO NORMATIVA, a inefetividade das normas constitucionais (art. 103, §2º) 
ADPF 
• É uma ação RESIDUAL do controle concentrado (art. 102, §1º), pois somente pode ser proposta quando 
NÃO houver nenhum outro meio eficaz para sanar a lesividade, tem como objeto leis, atos normativos e 
qualquer ato do poder público FEDERAIS, ESTADUAIS ou MUNICIPAIS, ainda que editados antes da CF, 
quando violarem preceitos fundamentais. 
DUPLA VIOLAÇÃO 
No julgamento da ADPF nº 100, o STF entendeu o seguinte: 
Se uma LEI MUNICIPAL violar, ao mesmo tempo, a Constituição do Estado – em uma norma de observância 
obrigatória ao modelo federal – e, consequentemente, a Constituição Federal, a ação cabível para impugnar 
essa lei é a Representação de Inconstitucionalidade (art. 125, §2º, CRFB/88), RI-Estadual, também chamada 
de ADI-Estadual, perante o TJ, e NÃO a ADPF. 
O Supremo somente analisará a questão se o acórdão do TJ violar a Constituição, 
através de RECURSO EXTRAORDINÁRIO. 
 
SÃO PRECEITOS FUNDAMENTAIS - ROL EXEMPLIFICATIVO 
• arts. 1º a 4º - Princípios Fundamentais; 
• arts. 5º a 17 – Direitos e Garantias Fundamentais; 
• art. 34, VII – Princípios Sensíveis; 
• art. 37, caput – Princípios da Administração Pública; 
• art. 60, §4º - Cláusulas Pétreas. 
HIPÓTESES DE CABIMENTO 
O objeto da ADPF é o mais amplo possível: 
• Lei MUNICIPAL (Lei Orgânica de Município entra aqui); 
• Lei DISTRITAL (de natureza municipal); 
• Normas PRÉ-CONSTITUCIONAIS; 
• ATOS NORMATIVOS SECUNDÁRIOS (normas infralegais), ex.: portarias, decretos regulamentares, 
circulares, autos de infração etc.; 
• Decisões judiciais SEM trânsito em julgado. 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
18 
NÃO PODE SER OBJETO DE ADPF: 
• Decisões judiciais COM trânsito em julgado; 
• Veto do Presidente da República no processo legislativo; 
• Projetos de Lei e Propostas de EC (cabe apenas Controle Repressivo Político de Constitucionalidade); 
• Súmulas Vinculantes. 
PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE 
ADPF de forma errônea – requisitos da ADI presentes. 
Ex.: ADPFs 132 e 178, que tratavam da união homoafetiva foram conhecidas como ADI 4.277. 
ADPF e Conhecimento como ADI. Tendo em conta o caráter subsidiário da arguição de descumprimento de preceito fundamental - 
ADPF, consubstanciado no § 1º do art. 4º da Lei 9.882/99, o Tribunal resolveu questão de ordem no sentido de conhecer, como ação 
direta de inconstitucionalidade - ADI, a ADPF ajuizada pelo Governador do Estado do Maranhão, em que se impugna a Portaria 
156/2005, editada pela Secretária Executiva de Estado da Fazenda do Pará, que estabeleceu, para fins de arrecadação do ICMS, novo 
boletim de preços mínimos de mercado para os produtos que elenca em seu anexo único. 
Entendeu-se demonstrada a impossibilidade de se conhecer da ação como ADPF, em razão da existência de outro meio eficaz para 
impugnação da norma, qual seja, a ADI, porquanto o objeto do pedido principal é a declaração de inconstitucionalidade de preceito 
autônomo por ofensa a dispositivos constitucionais, restando observados os demais requisitos necessários à propositura da ação 
direta. Precedente citado: ADI 349 MC/DF (DJU de 24.9.90). ADPF 72 QO/PA, rel. Min. Ellen Gracie, 1º.6.2005. (ADPF-72) 
 
TEORIA DA INCONSTITUCIONALIDADE POR ARRASTAMENTO 
(Por Atração, sequencial ou por Reverberação Normativa). 
O PRINCÍPIO DA CORRELAÇÃO (congruência ou adstrição) determina que o Juiz está limitado ao que a parte 
pediu, não podendo julgar nem além nem aquém daquilo que foi solicitado. 
Tal princípio aplica-se ao processo objetivo, mas não de forma absoluta, pois é perfeitamente possível que o 
STF, em nome da economia processual, da segurança jurídica e da supremacia da Constituição (bases da 
aplicação deste instituto), declare a inconstitucionalidade do dispositivo que foi impugnado na peça inicial bem 
como de outros que com aquele se relacionem. 
Assim, a Teoria da Inconstitucionalidade por Arrastamento FLEXIBILIZA o princípio da correlação, 
permitindo que o STF declare a inconstitucionalidade de dispositivos não impugnados na petição inicial, mas 
com eles relacionados, em nome dos princípios: 
o da supremacia da Constituição, 
o da economia processual e 
o da segurança jurídica. 
O STF está VINCULADO ao pedido, mas quando entre o dispositivo a ser declarado e outros houver relação 
íntima, ele pode declarar a inconstitucionalidade destes conjuntamente 
TEORIA DA INCONSTITUCIONALIDADE PROGRESSIVA 
Art. 68, CPP – norma “ainda constitucional” – Info. 272 (RE 341.717) – está em processo de 
inconstitucionalidade progressiva. 
• No dia que todas as Defensorias Públicas do país forem criadas e estiverem em pleno funcionamento, este 
dispositivo deixará de produzir os seus efeitos; 
• Mas, enquanto isso, esse papel compete ao Ministério Público. 
• Na prática, quanto ao exemplo citado, onde existir Defensoria Pública, esta ajuíza a ação; onde não existir, 
o próprio MP o faz. 
O STF mostra que o direito é movimento, ou seja, uma norma pode ser considerada constitucional hoje e está 
passando por um processo de inconstitucionalidade progressiva. 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
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Nessa decisão, portanto, o STF fixou a possibilidade de um estágio transitório entre a plena constitucionalidade 
de uma lei e a sua absoluta inconstitucionalidade. 
INTERPRETAÇÃO CONFORME A CONSTITUIÇÃO 
É, ao mesmo tempo, uma técnica de decisão do controle de constitucionalidade e um princípio da 
hermenêutica constitucional. 
Essa técnica recai sobre uma NORMA PLURISSIGNIFICATIVA, ou seja, uma norma repleta de interpretações. 
Para sua adoção, é preciso que pelo menos uma das interpretações da norma esteja em conformidade com a 
Constituição. 
o Se não houver interpretação compatível com Constituição, a lei será declarada 
inconstitucional. 
o Entretanto, se pelo menos uma das interpretações da norma estiver em conformidade com 
a Constituição, o Supremo a fixará como forma de interpretar aquela lei e determinará que 
todas as demais interpretações são equivocadas. 
DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE PARCIAL SEM REDUÇÃO DE TEXTO 
Esta é uma técnica que recai sobre uma norma que na forma em que está escrita é considerada 
inconstitucional, mas basta o STF afastar essa interpretação da lei para que ela seja mantida no ordenamento 
jurídico brasileiro. 
 
• Na INTERPRETAÇÃO CONFORME, o Supremo fixa exatamente a única forma como aquela norma deve 
ser interpretada. 
• Na DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE PARCIAL SEM REDUÇÃO DE TEXTO, o Supremo fixa 
exatamente a forma como a norma NÃO deve ser interpretada, mantendo aquela em vigor sem esta 
interpretação. 
 
CONTROLE CONCENTRADO ESTADUAL 
 
Da mesma forma que a CRFB/88, a Constituição Estadual representa a autonomia do Estado-membro, sua 
força política (art. 11, ADCT). 
As Constituições Estaduais precisam ser protegidas também, pois é uma defesa à autonomia do próprio estado. 
• CONTROLE CONCENTRADO ESTADUAL – art. 125, §2º, da CRFB/88 – é norma de OBSERVÂNCIA 
OBRIGATÓRIAno plano dos Estados, ou seja, todos os estados brasileiros possuem a sua representação de 
inconstitucionalidade, também chamada de ADI Estadual. 
PARÂMETRO DO CONTROLE ESTADUAL 
É a Constituição do Estado. 
ATENÇÃO! Muitas normas das Constituições Estaduais simplesmente reproduzem o modelo federal. Essas 
normas de observância obrigatória também servem como parâmetro de controle de constitucionalidade? 
SIM! Toda a Constituição do Estado serve como parâmetro! 
ÓRGÃO JUDICIAL 
É o TJ do respectivo estado que irá realizar o controle. 
O TJ protege a Constituição Estadual, NÃO realiza o controle concentrado abstrato/subjetivo com base na 
Constituição Federal, pois isso configuraria usurpação da competência do Supremo. 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
20 
OBJETO DA ADI ESTADUAL 
Lei ESTADUAL ou MUNICIPAL que violar a Constituição Estadual. 
ATENÇÃO! A Constituição Federal somente se refere a uma única ação, à REPRESENTAÇÃO DE 
INCONSTITUCIONALIDADE (ADI Estadual). Nesse sentido, a ADC, ADO e ADF também podem ser instituídas 
no âmbito dos Estados? SIM, pelo PRINCÍPIO DA SIMETRIA! 
Entretanto, conforme jurisprudência do STF, todas essas ações precisam ter como parâmetro a Constituição 
Estadual e como órgão competência para a realização do controle, o TJ. 
Assim, a ADI ESTADUAL é OBRIGATÓRIA e as demais são FACULTATIVAS. 
É a própria Constituição Estadual que irá instituir essas ações ou uma emenda à Constituição do estado. 
ATENÇÃO! Se uma mesma lei estadual violar ao mesmo tempo uma Constituição Estadual e a Constituição 
Federal, o que fazer? 
• No plano estadual, tem-se a RI (art. 125, §2º, da CRFB/88); 
• No plano federal, tem-se a ADI (art. 102, I, a, da CRFB/88). 
As duas ações podem ser propostas, porém o recebimento da ação federal SUSPENDE o julgamento da ação 
estadual. 
Se a ação federal for julgada procedente, a ação estadual será julgada extinta sem decisão de mérito, vez que 
perdeu o objeto. 
Contudo, se o Supremo negar provimento à ADI, confirmando que a lei estadual é, em consequência, 
constitucional, nada impede, eventualmente, que o TJ venha futuramente declarar a sua inconstitucionalidade. 
ATENÇÃO! LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL tem status de Constituição Estadual e pode, portanto, 
ser parâmetro de controle concentrado no DF. 
LEGITIMIDADE ATIVA 
A CRFB/88 diz que é VEDADA a atribuição da legitimidade à apenas UM órgão ou autoridade. Nesse sentido, 
os Estados são livres para estabelecer exatamente os legitimados ativos, uma vez que NÃO precisam seguir o 
modelo federal (art. 103, da CRFB/88), que NÃO é norma de observância obrigatória neste ponto, NÃO sendo 
necessário tampouco correspondência ao modelo citado. 
RECURSOS 
ATENÇÃO! Muitos Tribunais aplicam, por analogia, a Lei 9868/99, uma vez que não há lei específica 
disciplinando a ADI Estadual. 
Todavia, o art. 26, do diploma legal supracitado, NÃO tem aplicabilidade no âmbito estadual, porque, 
diferentemente das ações federais que geram decisões irrecorríveis, o acórdão do TJ no Controle Concentrado 
Estadual, caso viole a CRFB/88, poderá ser objeto de um RECURSO EXTRAORDINÁRIO. 
AMICUS CURIAE 
Da mesma forma que no plano federal existe a figura do AMICUS CURIAE, no plano estadual, o Supremo já 
estabeleceu que deve existir também, para democratizar o debate constitucional. 
 
SÚMULA VINCULANTE e REPERCUSSÃO GERAL 
 
Consistem em mecanismos criados pela Emenda Constitucional 45/2004, que visam: 
o dar celeridade à tramitação processual, 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
21 
o bem como filtrar os recursos que chegam à Suprema Corte. 
REPERCUSSÃO GERAL 
O instituto da REPERCUSSÃO GERAL surgiu para delimitar a competência do STF, no julgamento de 
RECURSOS EXTRAORDINÁRIO, às questões constitucionais com relevância social, política, econômica ou 
jurídica, que transcendam os interesses subjetivos da causa. Busca uniformizar a interpretação sem exigir que 
o STF decida casos idênticos sobre a mesma questão constitucional. 
SÚMULA VINCULANTE 
A SÚMULA VINCULANTE visa impedir que juízes decidam de forma diferente da jurisprudência firmada no 
STF. Tem poder normativo, razão pela qual VINCULA ainda a Administração Pública em todas suas esferas a 
adotar entendimento pacificado da Suprema Corte sobre o enunciado. 
O STF poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de 2/3 DOS SEUS MEMBROS e após reiteradas 
decisões sobre matéria constitucional, aprovas súmula vinculante. Ficam vinculados os demais órgãos do 
Poder Judiciário e a Administração Pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. 
A súmula tem por OBJETIVO a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais 
haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete grave 
insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica. 
Os LEGITIMADOS a proporem a ADI também o são para propor a aprovação, revisão e cancelamento de 
súmula vinculante. 
• Legitimados do art. 103, I a IX; 
• Legitimados do art. 3º, Lei 11.417/06: 
o Defensor Público Geral da União; 
o Todos os Tribunais brasileiros 
PGR (art. 2º, §2º, da Lei 11.417/06) 
Nas propostas que NÃO houver formulado, manifestar-se-á PREVIAMENTE, atuando com custos legis (fiscal 
da lei). 
AMICUS CURIAE (art. 3º, §2º, da Lei 11.417/2006) 
O relator poderá admitir, por decisão IRRECORRÍVEL, a manifestação de terceiros na questão, nos termos do 
Regimento Interno do STF. 
NÃO há legitimação popular, então o amicus curiae veio suprir o esse déficit democrático, ou seja, é o 
instrumento indispensável para democratizar o debate constitucional a respeito da Súmula Vinculante. 
Ex.: associação, organização coletiva, ONG etc. que tenha representatividade acerca do tema, que tenha algo 
a contribuir. 
MUNICÍPIOS 
NÃO estão representados pelo seu Executivo ou Legislativo com a finalidade de provocar diretamente o 
Supremo para editar, revisar ou cancelar uma Súmula Vinculante. 
Porém, a Lei 11.417/2006, em seu art. 3º, §1º, traz a previsão de uma incidental de Súmula Vinculante em 
processo no qual seja parte. 
O STF decidiu que, para ser convencido da necessidade de REVISÃO ou CANCELAMENTO da Súmula 
Vinculante, é preciso que um desses TRÊS REQUISITOS ocorram: 
o O requerente demonstrar que a própria jurisprudência do Supremo já superou a Súmula 
vinculante; 
o A Súmula foi superada pela Lei; 
o A Súmula tornou-se incongruente com os fatos. 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
22 
MODULAÇÃO DOS 
EFEITOS 
Em regra, a Súmula irá produzir efeitos a partir de sua edição, mas é possível que 
haja uma modulação dos efeitos por 2/3 DO MINISTROS (art. 4º, da Lei 
11.417/2006), tendo em vista: 
o Razões de segurança jurídica; ou 
o Excepcional interesse público. 
RECLAMAÇÃO 
(art. 7º, Lei 11.417/2006) 
A Súmula Vinculante é de observância OBRIGATÓRIA por todos os órgãos do 
Poder Judiciário e da Administração Pública direta e indireta (em todas as 
esferas). Então: 
o da DECISÃO JUDICIAL que contrariar, negar vigência ou aplicar 
indevidamente a Súmula Vinculante caberá RECLAMAÇÃO AO STF; 
o da DECISÃO ADMINISTRATIVA que contrariar, negar vigência ou 
aplicar indevidamente a Súmula Vinculante caberá, após o esgotamento 
das vias administrativas, RECLAMAÇÃO AO STF. 
CONTROLE DE 
CONSTITUCIONALIDADE 
O STF já decidiu que as Súmulas Vinculantes NÃO podem ser objeto de nenhuma 
das ações de controle concentrado de constitucionalidade, porque, se houver a 
necessidade de revisão ou cancelamento de súmula, é possível que os legitimados 
ativos façam um requerimento administrativo ao próprio STF. 
 
SÚMULAS VINCULANTES COM MAIOR INCIDÊNCIA 
Súmula vinculante5. A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar NÃO 
ofende a Constituição. 
Súmula vinculante 10. VIOLA a CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO (CF, art. 97) a decisão de órgão 
fracionário de Tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo 
do poder público, afasta sua incidência, no todo ou em parte. 
Súmula vinculante 11. Só é lícito o USO DE ALGEMAS em casos de resistência e de fundado receito de fuga ou 
de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a 
excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade 
e de nulidade da prisão ou do ato processual que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado. 
Súmula vinculante 12. A cobrança de TAXA DE MATRÍCULA nas universalidades pública VIOLA o disposto no 
art. 206, IV, da CF. 
Súmula vinculante 13. A NOMEAÇÃO de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por 
afinidade, até o TERCEIRO GRAU, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica 
investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de 
confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes 
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajustes mediante designações 
recíprocas, VIOLA a Constituição Federal 
Súmula vinculante 14. É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de 
prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia 
judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa. 
Súmula vinculante 19. A TAXA cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos DE COLETA, remoção 
e tratamento ou destinação DE LIXO ou resíduos provenientes de imóveis, NÃO viola o art. 145, II, da CF. 
Súmula vinculante 21. É INCONSTITUCIONAL a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou 
bens para admissibilidade de recurso administrativo. 
Súmula vinculante 25. É ILÍCITA a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito. 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
23 
Súmula vinculante 44. Só por LEI se pode sujeitar a EXAME PSICOTÉCNICO a habilitação de candidato a 
cargo público. 
 
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS 
 
DIMENSÕES DOS DIREITOS 
1ª DIMENSÃO (Constituições de 1824 e 1891) 
Inauguram o movimento constitucionalista, fruto dos ideais iluministas do século XVIII. Os direitos 
defendidos nessa geração cuidam da proteção das liberdades públicas, civis e direitos políticos. 
Nessa fase, o Estado teria um dever de prestação negativa (abstenção), isto é, um dever de nada fazer, a não 
ser de respeitar as liberdades do homem. 
Seriam exemplos os direitos: à vida, à liberdade de locomoção, à liberdade de opinião, à liberdade de 
expressão, à propriedade, à manifestação, ao voto, ao devido processo legal. 
2ª DIMENSÃO (Constituição de 1934) 
Sob a inspiração principal do Tratado de Versalhes, de 1919, pelo qual se definiram as condições de paz entre 
os Aliados e a Alemanha e a criação da Organização Internacional do Trabalho (OIT), nasce a denominada 
segunda dimensão de direitos fundamentais, que traz proteção aos direitos sociais, econômicos e culturais, 
onde do Estado não mais se exige uma abstenção, mas, ao contrário, impõe-se a sua intervenção (prestação 
positiva). 
Seriam exemplos os direitos: à saúde, ao trabalho, assistência social, à educação e dos trabalhadores (olha 
para os hipossuficientes). 
3ª DIMENSÃO (Constituições de 1946 a 1988) 
Marcada pelo espírito de fraternidade ou solidariedade entre os povos, com o fim da 2ª Guerra Mundial, a 
terceira dimensão representa a evolução dos direitos fundamentais para avançar e proteger aqueles direitos 
decorrentes de uma sociedade já modernamente organizada, que se encontra envolvida em relações de 
diversas naturezas, especialmente aquelas relativas à industrialização e densa urbanização. 
Seriam exemplos os direitos: ao desenvolvimento, à paz, à comunicação, à autodeterminação entre os povos 
e ao meio ambiente ecologicamente equilibrado (direitos difusos e transindividuais). 
OS NOVOS DIREITOS (globalização, pós-modernidade): 
4ª DIMENSÃO 
Avanços tecnológicos, ciência, medicina, Biodireito. 
5ª DIMENSÃO 
Paz mundial. 
6ª DIMENSÃO 
Água potável. 
 
EFICÁCIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
EFICÁCIA HORIZONTAL EFICÁCIA VERTICAL 
Entre particulares 
↔ 
Entre Estado e Indivíduo 
↕ 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
24 
Liberdade e autonomia da vontade (art. 5º, II) 
Há supremacia do Interesse Público, mas o indivíduo 
pode acionar o Estado quando se sentir lesionado 
para obter a efetiva reparação. 
NÃO existe autonomia da vontade absoluta, a 
liberdade enfrenta limites previstos no ordenamento 
jurídico. Assim, os direitos fundamentais também se 
aplicam às relações intersubjetivas, porém a premissa 
é a liberdade. Então, os particulares, de início, são 
livres para estabelecerem os negócios jurídicos, os 
seus relacionamentos. Entretanto, quando houver 
ofensa direta à Constituição, é possível que os direitos 
fundamentais sejam aplicados para resolver os 
conflitos, reequilibrando as relações. 
Ex.: relações de trabalho, consumeristas. 
 
Os Direitos Fundamentais são GÊNERO, do qual são ESPÉCIES os direitos individuais, os direitos sociais e os 
direitos políticos. Consistem em vantagens conferidas às pessoas e que restringem o poder estatal, tudo de 
modo a salvaguardar a dignidade da pessoa humana. 
 
CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
• Historicidade – formam-se ao logo da história; 
• Inalienabilidade – não podem ser vendidos; 
• Imprescritibilidade – não prescreve, não caduca; 
• Indivisibilidade; 
• Irrenunciabilidade – o que pode ocorrer é o seu não exercício em determinadas situações, mas nunca a sua 
renúncia; 
• Relatividade – em que pese fundamentais, não são absolutos; 
• Personalidade; 
• Concorrência e cumulatividade – possibilidade de concorrência de direitos fundamentais; 
• Universalidade – destinados a todas as pessoas indistintamente; 
• Proibição de retrocesso; 
• Constitucionalização. 
 
DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS (art. 5º, CF) 
 
Os direitos e deveres individuais e coletivos estão sistematicamente previstos no art. 5º, CF, embora não apenas 
ali. Podem ser encontrados em várias partes do texto constitucional e consistem em CLÁUSULAS PÉTREAS (art. 
60, IV, CF). 
São exemplos: direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança, à propriedade, à privacidade, à herança, à 
informação etc. 
 
DIREITO À VIDA 
(art. 5º, caput) 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
25 
No que se relaciona ao direito à vida, vale lembrar que o STF, ao julgar a ADI 34510, declarou a 
constitucionalidade da Lei de Biossegurança, permitindo, assim, pesquisas com células tronco. 
Outra decisão relevante é a relacionada ao feto anencefálico. Na ADPF 54, fixou-se o entendimento quanto à 
ATIPICIDADE da conduta de aborto de feto anencefálico. 
Ainda quanto a aborto, recentemente o Min. Roberto Barroso, no HC 124.306, entendeu pela 
INCONSTITUCIONALIDADE da incidência do tipo penal do aborto no caso de interrupção voluntária da gestação 
no primeiro trimestre. A decisão, entretanto, NÃO é vinculante. 
 
PRINCÍPIO DA IGUALDADE OU ISONOMIA 
(art. 5º, caput e I) 
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza. A Constituição consagra a igualdade formal 
e a material. 
IGUALDADE FORMAL ou JURÍDICA IGUALDADE MATERIAL ou REAL 
Consiste na exigênciade tratamento isonômico a 
todos aqueles que estiverem na mesma categoria 
essencial. De modo que, para aqueles que estiverem 
em posição diversa, deve-se ser dado tratamento 
desigual, na proporção da desigualdade. 
É a ideia de Aristóteles: tratar os iguais de forma igual 
e os desiguais de forma desigual, na medida de sua 
desigualdade. 
Impõe ao Estado uma atuação positiva para 
efetivamente igualar os desiguais e reduzir as 
desigualdades. É a igualdade no mundo fático, real, e 
não apenas jurídico. 
Aqui se inserem as AÇÕES AFIRMATIVAS, que 
consistem em programas públicos ou privados, 
geralmente de caráter privado, que buscam reduzir 
desigualdades por meio da concessão de alguma 
vantagem. Ex.: sistema de cotas, prouni e Lei Maria da 
Penha. 
 
PRIVACIDADE 
(art. 5º, X) 
INTIMIDADE 
VIDA PRIVADA 
HONRA 
Objetiva – reputação 
Subjetiva – autoestima 
IMAGEM 
Voz 
Retrato/fisionomia 
Atributo (normalmente de PJ) 
 
INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO 
(art. 5º, XI) 
A cada é asilo INVIOLÁVEL do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador. 
COM consentimento – pode entrar a qualquer hora. 
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26 
EXCEÇÕES: 
FLAGRANTE DELITO 
A QUALQUER HORA (dia/noite) DESASTRE 
PRESTAR SOCORRO 
DETERMINAÇÃO JUDICIAL 
DURANTE O DIA (enquanto houver luz solar) 
STF – DURANTE A NOITE para instalar equipamento de 
escuta ambiental em escritório de advocacia. 
Prova LÍCITA somente neste caso. 
 
Os Direitos Fundamentais NÃO se restringem ao rol descrito no Título II, da CF. Ao contrário, encontram-se 
espalhados ao longo do texto constitucional, bem como em outras normativas, como tratados internacionais. É 
o que prevê o art. 5º, §2º, CF. 
 
EC 45/2004 – CONSTITUCIONALIZAÇÃO DOS TIDH – acrescentou o §3º ao art. 5º da CRFB/88. 
Ex.: Em 2007, a Convenção Internacional das Pessoas com deficiência e o Protocolo Facultativo. Em 2008, o CN 
aprovou de acordo com o art. 5º, §3º, ou seja, com STATUS DE EMENDA (STATUS CONSTITUCIONAL). Em 
2009, o Presidente promulgou o Decreto 6949/09. 
• Aprovado em 2 TURNOS 
• Em CADA CASA do Congresso Nacional (Câmara de Deputados e Senado Federal) 
• Com 3/5 DOS VOTOS dos respectivos membros. 
Podem ser submetidos ao controle de constitucionalidade e, 
também, servem como parâmetro de controle, pois têm status de Constituição. 
ATENÇÃO! 
Os TIDH aprovados ANTES da EC 45/2004 e os NÃO incorporados de acordo com o art. 5º, §3º, 
têm STATUS SUPRALEGAL (NÃO são parâmetro no controle de constitucionalidade!). 
Ex.: Pacto San José da Costa Rica2 – HC 87585/TO, RE 466343/SP (Info 531) 
Súmula Vinculante nº 25. É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito. 
Os tratados que versam sobre outros temas, bem como os TIDH incorporados até 1988 (arts. 49, I, e 84, VIII): 
• Presidente da República – assina; 
• Congresso Nacional – Decreto Legislativo; 
• Presidente da República: 
• Ratifica; 
• Decreto com STATUS DE LEI ORDINÁRIA FEDERAL (STATUS LEGAL). 
 
MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL 
É o processo INFORMAL de mudança da Constituição, que permite a reanálise do texto à luz dos novos fatos, 
da nova realidade, permitindo que aquela esteja sempre em conformidade com a realidade do País. É uma 
 
2 NÃO revogou o art. 5º, LXVII, houve uma MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL. 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
27 
interpretação evolutiva da Constituição. 
SINÔNIMOS 
o Mudança informal da Constituição; 
o Transição Constitucional; 
o Poder Constituinte Difuso. 
NÃO é um processo exclusivo do Poder Judiciário, 
pode ser feito também pelo Poder Executivo e pelo Legislativo. 
Entretanto, no Brasil, os exemplos de Mutação Constitucional foram decididos pelo STF (guardião da 
Constituição), por meio das chamadas “viradas jurisprudenciais”. Ocorre a mutação quando a Corte muda 
radicalmente o entendimento sobre um assunto constitucional. 
“Há TRÊS SITUAÇÕES que legitimam a MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL e a superação de jurisprudência 
consolidada: 
a) mudança na percepção do direito; 
b) modificações na realidade fática; 
c) consequência prática negativa de determinada linha de entendimento (...)” (STF, ADI 4764). 
LIMITES 
• Cláusulas pétreas; 
• Princípios fundamentais (princípio federativa, republicano, da separação dos poderes, aqueles que 
caracterizam o Estado brasileiro) etc. 
 
APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS 
COM 
aplicabilidade 
IMEDIATA 
(autoexplicativas) 
EFICÁCIA PLENA – imediata e integral. 
EFICÁCIA CONTIDA (norma de eficácia restringível) – imediata, mas pode ser restringida. 
SEM 
aplicabilidade 
IMEDIATA 
(incompletas) 
EFICÁCIA LIMITADA – 
depende de uma norma 
reguladora (mediata) 
NORMA INSTITUTIVA – ex.: art. 33 (territórios) 
NORMA PROGRAMÁTICA – ex.: art. 196 (saúde) 
 
DIREITOS SOCIAIS (art. 6º ao 11, CF) 
 
• Direitos de 2º DIMENSÃO; 
• Primeira Constituição Social no Brasil – 1934; 
• Trazem a ideia de IGUALDADE MATERIAL (real); 
• As normas sociais têm um CONTEÚDO PROGRAMÁTICO - Os direitos sociais são consagrados em normas 
de TEXTURA ABERTA (geralmente princípios) e, em sua maioria, são normas de EFICÁCIA LIMITADA. 
• Envolvem necessidades que são ILIMITADAS e, de outro lado, recursos orçamentários LIMITADOS. Por 
isso, os olhares estão voltados àqueles que mais precisam do Estado, os hipossuficientes. 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
28 
Exigem do Estado PRESTAÇÕES POSITIVAS - Exigem, regra geral, uma postura ATIVA do Estado para a sua 
concretização. E aqui se encontra umas das maiores problemáticas envolvendo a concretização dos direitos 
fundamentais. Isso porque a implementação desses direitos, em especial os sociais, como o direito à saúde, 
exigem a alocação de recursos públicos (dinheiro). Ocorre que as necessidades sociais, não raro, superam o 
orçamento público. É dizer: o orçamento do Estado é limitado, ao passo que as necessidades da sociedade não. 
Nessa linha argumentativa, o Poder Público costuma se valer da chamada “CLÁUSULA DA RESERVA DO 
POSSÍVEL” para justificar a não implementação de políticas públicas suficientes para efetivas direitos 
fundamentais, sobretudo aqueles que exigem prestações materiais, como o é o direito à saúde. 
No entanto, quando do julgamento da ADPF 45, o STF assentou o entendimento que a RESERVA DO 
POSSÍVEL NÃO deve servir de óbice à efetivação daqueles direitos tidos como os mais essenciais, necessários 
a assegurar condições mínimas de existência humana digna. É o chamado MÍNIMO EXISTENCIAL, pressuposto 
necessário ao exercício da DIGNIDADE. 
Assim, frente a esses direitos mais essenciais (e aqui cite-se como exemplo o direito à saúde, do qual decorre 
a obrigação de fornecimento de medicamentos), há o dever constitucional de concretização. 
Ministro Celson de Melo diz que a RESERVA DO POSSÍVEL somente configura obstáculo à concretização dos 
direitos sociais se realmente o Estado comprovar de forma OBJETIVA que NÃO pode reorganizar os recursos 
para cumprir aquela demanda. 
o Art. 23, II, da CRFB/88 – o direito à SAÚDE é de responsabilidade solidária dos entes, 
qualquer um deles pode ser demandado – competência comum/cumulativa/paralela. 
o O conteúdo programático nas normas que tratam de direitos sociais NÃO impede a sua 
concretização, pois TODOS os direitos fundamentais geram direito público subjetivo e 
podem e devem ser reivindicados em juízo (art. 5º, XXXV, da CRFB/88). 
Assim, o Poder Judiciário pode atuar nas políticas públicas omissas ou prestadas de forma indevida, desde 
que se respeite os princípios do mínimo existencial e da reserva do possível e a decisão seja razoável, 
proporcional. 
MÍNIMO EXISTENCIALEstá associado ao PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA, ou seja, se não há recursos que atendam 
a todos, que tais recurso estejam à disposição daqueles que mais precisam do Estado. 
• Dignidade da pessoa humana: 
o Princípio implícito – art. 5º, III; 
o Fundamento da República – art. 1º, III; 
o Núcleo essencial dos direitos fundamentais; 
o Cláusula pétrea – art. 60, §4º, IV. 
RESERVA DO POSSÍVEL 
Composto pelo binômio: 
o razoabilidade da pretensão deduzida em juízo (individual ou coletiva); e 
o disponibilidade financeira do Estado. 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
29 
DIREITOS SOCIAIS 
(art. 6º, caput) 
Assistência aos D esamparados 
Proteção à I nfância 
 L azer 
 M oradia 
 A limentação 
 S aúde 
 E ducação 
Proteção à M aternidade 
 P revidência Social 
 T rabalho 
 T ransporte 
 com SEGURANÇA 
 
SALÁRIO MÍNIMO 
(art. 6º, IV) 
Fixado por lei, nacionalmente unificado, 
capaz de atender a suas necessidades 
vitais básicas e às de sua família com: 
V estuário 
E ducação 
L azer 
H igiene 
A limentação 
S aúde 
T ransporte 
P revidência Social 
M oradia 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
30 
DIREITOS DE NACIONALIDADE (art. 12 ao 13, CF) 
 
NACIONALIDADE CIDADANIA 
Gera um vínculo CIVIL. 
Está relacionada ao vínculo POLÍTICO, cujo 
credenciamento se dá por meio do título de eleitor. 
 
APÁTRIDA 
SEM nacionalidade. 
POLIPÁTRIDA 
Aquele que possui mais de uma nacionalidade. 
Dupla nacionalidade ≠ Dupla cidadania – nem todos que possuem mais de uma nacionalidade possuem, 
necessariamente, mais de uma cidadania (exercem direitos políticos em mais de um país). 
Assim, nem todo nacional é cidadão, mas TODO CIDADÃO É NACIONAL. 
Exceção: O português EQUIPARADO a brasileiro naturalizado (art. 12, §1º, da CRFB/88) poderá, satisfeitos os 
requisitos do Decreto 3.927/01, equiparar-se ainda a cidadão. 
Ou seja, será um cidadão, detentor de direitos políticos no Brasil, estrangeiro, uma vez que NÃO se 
naturalizou. 
 
ESPÉCIES DE NACIONALIDADE 
ORIGINÁRIA 
(primária) 
Decorre do nascimento, chamada também de INVOLUNTÁRIA, 
será estabelecida de acordo com critérios sanguíneos, territoriais ou 
mistos estabelecidos pelo próprio Estado. 
DERIVADA 
(secundária ou adquirida) 
Em regra, é obtida pelo processo de naturalização, é uma 
nacionalidade VOLUNTÁRIA, devendo o indivíduo manifestar-se 
nesse sentido (manifestação de vontade). 
 
CRITÉRIOS DE ATRIBUIÇÃO DE NACIONALIDADE ORIGINÁRIA 
IUS 
SANGUINIS 
Filho de nacional, INDEPENDENTEMENTE de seu local de nascimento. 
IUS SOLIS 
Será nacional todo nascido no território do Estado, INDEPENDENTEMENTE da nacionalidade 
de seus pais. 
CRITÉRIO 
MISTO 
IUS SOLIS RELATIVO ou NÃO ABSOLUTO 
REGRA GERAL NO BRASIL – nascido no Brasil, brasileiro nato será, mas é possível que o 
indivíduo tenha nascido no exterior e seja considerado nacional originário. 
ATENÇÃO! NÃO se revela possível, no sistema jurídico-constitucional brasileiro, a aquisição da nacionalidade 
brasileiro jure matrimoni, vale dizer, como efeito direto e imediato resultante do casamento civil. 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
31 
BRASILEIROS NATOS 
Hipóteses TAXATIVAS 
Critério do IUS SOLI 
• Os NASCIDOS NA RFB, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes 
NÃO estejam a serviço de seu país; 
OBS.: Filho(a) de brasileiro(a) nascido(a) em território nacional será 
SEMPRE brasileiro(a) nato(a). 
Critério do IUS SANGUINIS 
+ 
Critério FUNCIONAL 
• Os NASCIDOS NO ESTRANGEIRO, de pai brasileiro ou mãe brasileira, 
desde que qualquer deles esteja A SERVIÇO DA RFB; 
“Esteja a serviço da RFB” = a serviço da Administração Pública Direta ou 
Indireta de qualquer das esferas (federal, estadual, distrital ou municipal). 
Critério do IUS SANGUINIS 
+ 
Registro em repartição 
brasileira 
OU 
+ 
Residência no Brasil + 
Manifestação de vontade 
• Os NASCIDOS NO ESTRANGEIRO de pai brasileiro ou de mãe 
brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira 
competente OU venham a residir na RFB e optem, EM QUALQUER 
TEMPO, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira. 
 
NACIONALIDADE POTESTATIVA – Ação de Confirmação de 
Nacionalidade perante a JUSTIÇA FEDERAL (art. 109, X) – Processo de 
Jurisdição Voluntária – proposta pelo próprio filho, pois a nacionalidade é 
um direito personalíssimo. 
Art. 95, ADCT. Vindo o nascido no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, a 
residir no Brasil, ainda menor, passa a ser considerado brasileiro nato (Nacionalidade 
brasileira provisória), sujeita essa nacionalidade à manifestação da vontade do 
interessado, mediante a opção, depois de atingida a maioridade. Atingida a maioridade, 
enquanto não manifestada a opção, esta passa a constituir-se em CONDIÇÃO 
SUSPENSIVA da nacionalidade brasileira. 
 
BRASILEIROS NATURALIZADOS 
NÃO há naturalização tácita ou por decurso de prazo, 
aquela depende SEMPRE de manifestação de vontade. 
Naturalização 
ORDINÁRIA 
• Os que, na forma da lei (art. 65, Lei 13.445/2017), adquiram a nacionalidade 
brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas: 
o a residência por 1 ANO ININTERRUPTO e 
o idoneidade moral. 
É um ato DISCRICIONÁRIO do Poder Público, ou seja, ainda que preenchidos os 
requisitos, é possível que se negue a aquisição da nacionalidade. 
O processo de naturalização tramita perante o Ministério da Justiça, é um PROCESSO 
ADMINISTRATIVO. 
Naturalização 
EXTRAORDINÁRIA 
ou QUINZENÁRIA 
• Os estrangeiros de qualquer nacionalidade: 
o residentes na RFB HÁ MAIS DE 15 ANOS ININTERRUPTOS e 
o SEM condenação penal; 
o desde que REQUEIRAM a nacionalidade brasileira. 
É um ato VINCULADO, ou seja, preenchidos os requisitos, a naturalização deve ser 
deferida – art. 67, Lei 13.445/2017. 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
32 
Naturalização 
ESPECIAL 
Arts. 64, III, e 68, da Lei 13.445/2017. 
Naturalização 
PROVISÓRIA 
Arts. 64, IV, e 70, da Lei 13.445/2017. 
 
TRATAMENTO DIFERENCIADO PARA BRASILEIROS NATOS 
A LEI NÃO pode estabelecer diferença entre brasileiro nato e naturalizado. 
Apenas a CONSTITUIÇÃO poderá fazê-lo. 
CARGOS (art. 12, §3º) 
Ministro do STF; 
Presidente e Vice-Presidente da República; 
Presidente da Câmara dos Deputados; 
Presidente do Senado Federal; 
Carreira diplomática; 
Oficial das Forças Armadas; 
Ministro de Estado da Defesa. 
MP3.COM 
FUNÇÃO (art. 89, VII) 
Os 6 cidadãos brasileiros NATOS que fazem parte do Conselho da República (não remunerados). 
EXTRADIÇÃO (passiva – Brasil recebe o pedido de extradição) - art. 5º, LI e LII 
• brasileiro NATO JAMAIS pode ser extraditado! 
• nenhum brasileiro será extraditado, SALVO o naturalizado 
o em caso de CRIME COMUM, praticado ANTES da naturalização, 
o ou de comprovado envolvimento em TRÁFICO ilícito de entorpecentes e drogas afins, na 
forma da lei – A QUALQUER TEMPO; 
• NÃO será concedida extradição de ESTRANGEIRO por CRIME POLÍTICO ou DE OPINIÃO. 
 
“O BRASILEIRO NATO, quaisquer que sejam as circunstâncias e a natureza do delito, NÃO pode ser 
extraditado, pelo Brasil, a pedido de Governo estrangeiro, pois a CRFB/88, em cláusula que não comporta 
exceção, impede, em CARÁTER ABSOLUTO, a efetivação da entrega extradicional daquele que é titular, seja 
pelo critério do jus soli, seja pelo critério do jus sanguinis, de nacionalidade brasileira primária ou originária. 
Esse privilégio constitucional, que beneficia, sem exceção, o brasileiro NATO (CRFB/88, art. 5º, LI), NÃO se 
descaracteriza pelo fato de o Estadoestrangeiro, por lei própria, haver-lhe reconhecido a condição de titular 
de nacionalidade originária pertinente a esse mesmo Estado (CRFB/88, art. 12, §4º, II, a)”. 
PROPRIEDADE 
Art. 222, da CRFB/88. A propriedade de EMPRESA JORNALÍSTICA e de RADIODIFUSÃO sonora e de sons e 
imagens é PRIVATIVA de BRASILEIROS NATOS OU NATURALIZADOS HÁ MAIS DE DEZ ANOS, ou de 
pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no País. 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
33 
§1º. Em qualquer caso, pelo menos SETENTA POR CENTO do capital total e do capital votante das empresas 
jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens deverá pertencer, direta ou indiretamente, a 
BRASILEIROS NATOS OU NATURALIZADOS HÁ MAIS DE DEZ ANOS, que exercerão OBRIGATORIAMENTE 
a gestão das atividades e estabelecerão o conteúdo da programação. 
 
PERDA DA NACIONALIDADE 
Hipóteses TAXATIVAS 
BRASILEIRO 
NATURALIZADO 
Tiver CANCELADA sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de 
atividade nociva ao interesse nacional (PERDA-SANÇÃO ou PUNIÇÃO); 
Somente se pode readquirir a nacionalidade, neste caso, por meio de uma 
AÇÃO RESCISÓRIA, uma vez que foi cancelada por meio de uma Ação de 
Cancelamento de Naturalização proposta pelo MPF na Justiça Federal de 1º 
Grau (art. 109, X). 
BRASILEIRO NATO ou 
NATURALIZADO 
ADQUIRIR OUTRA NACIONALIDADE (PERDA-MUDANÇA ou 
ADMINISTRATIVA), SALVO: 
• reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; 
• imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro 
residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu 
território ou para o exercício de direitos civis. 
Neste caso, ante a perda, para readquirir a nacionalidade brasileira, basta 
um REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO. 
 
DIREITOS POLÍTICOS (art. 14 ao 17, CF) 
 
Regime Político → 
DEMOCRACIA 
(Participativa ou Semidireta) 
↓ 
Art. 1º, parágrafo único, 
da CRFB/88 
Tem como base a → 
SOBERANIA POPULAR 
↓ 
A qual se manifesta por meio dos → DIREITOS POLÍTICOS 
 
MANIFESTAÇÕES DO SUFRÁGIO 
Sufrágio é a essência dos direitos políticos, é o direito público subjetivo político que permite que o indivíduo 
participe da formação da vontade nacional. 
CENSITÁRIO 
Somente outorga o direito de voto àqueles que preencherem certas qualificações 
econômicas. 
CAPACITÁRIO 
Aquele que só outorga o direito de voto àqueles que cumprirem com certas 
características especiais, notadamente de natureza intelectual. 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
34 
Ex.: as mulheres não votavam na época das Constituições de 1824 e 1891, a primeira 
Constituição brasileira a garantir o voto feminino foi a de 1934; enquanto que 
somente com a Constituição de 1988 que os analfabetos adquiriram tal direito. 
UNIVERSAL 
Vigente na CONSTITUIÇÃO DE 1988 (art. 14), NÃO exige para os exercícios do direito 
de voto a satisfação de nenhuma condição econômica, profissional ou intelectual, 
com as necessárias ponderações. 
 
DIREITOS POLÍTICOS POSITIVOS 
(ativos e passivos) 
ALISTAMENTO ELEITORAL 
Processo indispensável para ser considerado cidadão no Brasil. 
(art. 14) 
FACULTATIVO 
• MAIORES de 16 e MENORES de 18 ANOS; 
• Analfabetos; 
• MAIORES de 70 ANOS. 
OBRIGATÓRIO • MAIORES de 18 e MENORES de 70 ANOS. 
INALISTÁVEIS 
• Estrangeiros; 
ATENÇÃO! Português equiparado a brasileiro naturalizado que tenha preenchido os 
requisitos do Decreto 3927/2001 – equiparado a cidadão. 
• Conscritos (aquele que está cumprindo o serviço militar obrigatório). 
MANIFESTAÇÕES POLÍTICAS ATIVAS 
INICIATIVA POPULAR 
Art. 61, §2º (Lei 9709/98), 
27, §4º, e 29, XIII, todos da 
CRFB/88 
• Projetos de leis podem ser apresentados pelo povo (1% DOS ELEITORES 
do país divididos em pelo menos 5 ESTADOS brasileiros e o número de 
eleitores não pode ser inferior a 0,3% DO ELEITORADO LOCAL). 
• NÃO há iniciativa popular para a apresentação de PEC. 
• Nos Estados, LEI disporá sobre. 
• Nos Municípios, tem que ter manifestação de 5% DO ELEITORADO. 
PLEBISCITO e REFERENDO 
Art. 49, XV, da CRFB/88 (e 
art. 2º, da Lei 9709/98) 
• PLEBISCITO - manifestação PRÉVIA; 
• REFERENDO - manifestação POSTERIOR. 
São, no plano federal, convocados pelo Congresso Nacional por meio de 
Decreto Legislativo. 
AÇÃO POPULAR 
Art. 5º, LXXIII, da CRFB/88 e 
art. 1º, §3º, da Lei 4717/65 
Somente pode ser proposta pelo CIDADÃO. 
VOTO 
Art. 60, §4º, II, da CRFB/88 
É uma CLÁUSULA PÉTREA – voto direito, secreto, universal e periódico. 
NÃO há impedimento jurídico a que o VOTO FACULTATIVO seja 
estabelecido no país, pois a obrigatoriedade formal de comparecimento às 
urnas NÃO é cláusula pétrea. 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
35 
ACUSAÇÃO POR CRIME DE 
RESPONSABILIDADE 
CONTRA O PRESIDENTE 
DA REPÚBLICA 
Art. 14, Lei 1079/50 
• Atividade privativa do CIDADÃO; 
• Apresentada perante a Câmara dos Deputados. 
MANIFESTAÇÕES POLÍTICAS PASSIVAS 
ELEGIBILIDADE 
Art. 14, §3º, CRFB/88 
REQUISITOS CUMULATIVOS: 
• Nacionalidade brasileira – natos ou naturalizados; ATENÇÃO! Art. 12, §3º. 
• Pleno exercício dos direitos políticos; 
• Alistamento eleitoral; 
• Domicílio eleitoral na circunscrição; 
• Filiação partidária – segundo a CRFB, NÃO se permite candidatura avulsa (sem 
filiação); 
• Idade mínima (VI): 
O 35 ANOS: 
▪ Presidente e vice-presidente da república e 
▪ Senador 
O 30 ANOS: 
▪ Governador e Vice-Governador de Estado e DF 
O 21 ANOS: 
▪ Deputado federa, estadual ou Distrital 
▪ Prefeito ou Vice-Prefeito 
▪ Juiz de Paz 
Comprovada no 
ato da POSSE 
O 18 ANOS: 
▪ Vereador 
EXCETO o VEREADOR, que deve 
comprovar 18 anos no ato de 
REGISTRO da candidatura. 
 
MILITAR ALISTÁVEL 
(que não está em serviço 
militar obrigatório) É 
ELEGÍVEL, atendidas as 
seguintes condições: 
(art. 14, §8º) 
Se contar com MENOS 
DE 10 ANOS de serviço 
• Deverá AFASTAR-SE da atividade 
Se contar com MAIS DE 
10 ANOS de serviço 
• Será AGREGADO pela autoridade superior; 
• E, SE ELEITO, passará automaticamente, NO ATO 
DA DIPLOMAÇÃO, para a INATIVIDADE. 
 
DIREITOS POLÍTICOS NEGATIVOS 
INELEGIBILIDADES 
Afetam os direitos políticos passivos, ou seja, inelegível é aquele que não pode ser eleito 
ABSOLUTAS 
(Art. 14, §4º) 
ROL TAXATIVO 
• Inalistáveis: Estrangeiros e Conscritos. 
• Analfabetos. 
Este rol NÃO pode ser ampliado por legislação infraconstitucional. 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
36 
RELATIVAS 
(Art. 14, §§ 5º, 6º, 
7º e 9º) 
ROL 
EXEMPLIFICATIVO 
• Titulares de cargos do EXECUTIVO somente podem se REELEGEREM UMA ÚNICA 
VEZ CONSECUTIVAMENTE. 
o Tal regra NÃO atinge os Vice-prefeitos. 
o Além disso, o Titular NÃO pode nem mesmo se candidatar a Vice na 
3ª vez consecutiva. 
ATENÇÃO! O STF decidiu que o PREFEITO REELEITO NÃO pode se candidatar ao 
cargo de prefeito pelo mesmo município OU qualquer município próximo (chamado 
PREFEITO ITINERANTE), o tribunal entende que isso comprometeria a democracia. 
• DESINCOMPATIBILIZAÇÃO – os titulares de cargos do EXECUTIVO que 
pretenderem CONCORRER a OUTRO CARGO eletivo têm que RENUNCIAR 6 MESES 
ANTES do pleito. 
o NÃO há, no entanto, desincompatibilização em caso de REELEIÇÃO! 
• INELEGIBILIDADE REFLEXA – atinge familiares dos titulares de cargos do executivo 
OU de quem os tenha substituído nos últimos 6 MESES ANTERIORES ao pleito (no 
âmbito do cargo). 
• Este rol PODE ser ampliado por legislação infraconstitucional (LC 64/90). 
INELEGIBILIDADE REFLEXA (§7º) 
Visa evitar o paternalismo familiar no poder, comprometendo o princípio democrático.• FAMÍLIA (art. 226, §3º, da CRFB/88) – cônjuge, companheiro, pais, avós, filhos, netos, irmãos, sogros, 
genros, noras, cunhados. 
• SALVO se já titular de mandato eletivo E candidato à REELEIÇÃO. 
Súmula Vinculante nº 18. A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, NÃO afasta a 
inelegibilidade prevista no §7º do art. 14 da CRFB/88. 
ATENÇÃO! Entretanto, NÃO atrai a aplicação do entendimento constante da referida súmula a EXTINÇÃO 
do vínculo conjugal PELA MORTE de um dos cônjuges. 
• RENÚNCIA – é uma forma de AFASTAR a inelegibilidade reflexa 
o Se apresentada NO 1º MANDATO – AFASTA POR COMPLETO a inelegibilidade, pois a 
família pode concorrer a qualquer cargo naquele território, inclusive ao cargo antes ocupado 
pelo renunciante, nesse último caso, no entanto, o familiar eleito NÃO poderá se candidatar 
à reeleição. 
o Se apresentada NO 2º MANDATO – afasta a inelegibilidade somente em relação aos demais 
cargos, NÃO podendo nenhum familiar se candidatar ao cargo antes ocupado pelo 
renunciante, pois se teria três mandatos consecutivos com a mesma família no poder. 
ATENÇÃO! O STF entendeu ser INELEGÍVEL para o cargo de prefeito de município resultante de 
desmembramento territorial o IRMÃO (a família) do atual chefe do poder executivo do município-mãe. O 
regime jurídico das inelegibilidades comporta interpretação construtiva dos preceitos que lhe compõem a 
estrutura normativa. O mesmo ocorre em relação ao governador de novo Estado. 
Em todo caso, os FAMILIARES DOS VICES somente são atingidos pela inelegibilidade se estes 
SUBSTITUÍREM os titulares NOS ÚLTIMOS 6 MESES do mandato. 
 
PERDA E SUSPENSÃO 
Afastam os DIREITOS POLÍTICOS POSITIVOS ATIVOS e PASSIVOS (não podem votar e nem se eleger). 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
37 
É VEDADA a CASSAÇÃO de direitos políticos (retirada sem fundamentação). 
PERDA 
Gera o CANCELAMENTO do título de eleitor. 
SUSPENSÃO 
PARALIZAÇÃO TEMPORÁRIA. 
• Cancelamento da naturalização por sentença 
transitada em julgado (art. 12, §4º, I); 
• Recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou 
prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII 
(escusa/imperativo de consciência).3 
• Incapacidade civil absoluta (art. 3º, do CC); 
• Condenação criminal transitada em julgado, 
enquanto durarem seus efeitos (independentemente 
da pena – pois “não é o recolhimento do condenado à 
prisão que justifica a suspensão de seus direitos 
políticos, mas o juízo de reprovabilidade expresso na 
condenação”); 
• Improbidade administrativa nos termos do art. 37, 
§4º. 
 
AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE MANDATO ELETIVO 
(art. 14, §10) 
Ação constitucional usada para invalidar a diplomação obtida de forma fraudulenta, com abuso de poder 
econômico, com corrupção. Tramitará em SEGREDO DE JUSTIÇA, respondendo o autor, na forma da lei, se 
temerária ou de manifesta má-fé. 
É necessário PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA. 
ATENÇÃO! A diplomação é a confirmação de que a eleição ocorreu de forma válida, é o credenciamento 
para a posse (no ano seguinte). Assim, a AIME pode ser proposta em ATÉ 15 DIAS DA DIPLOMAÇÃO. 
 
PARTIDOS POLÍTICOS 
São pessoas jurídicas de direito privado 
(art. 17, da CF e Lei 9.096/95) 
§1º - Os partidos políticos têm AUTONOMIA para adotar os critérios de escolha e o regime de suas 
coligações (grupos de partidos) somente nas eleições MAJORITÁRIAS4, VEDADA sua celebração nas 
eleições PROPORCIONAIS5. Ou seja, NÃO há coligação partidária para o sistema proporcional. 
EC 97/2017 – art. 2º. A vedação à celebração de coligações nas eleições proporcionais, prevista no §1º do art. 17 da 
CRFB/88, aplicar-se-á a partir das eleições de 2020. (Regra de transição) 
ATENÇÃO! Os PARTIDOS POLÍTICOS são LEGITIMADOS UNIVERSAIS, NÃO precisam comprovar 
pertinência temática nas ações (interpretação dada ao art. 103, VIII, da CRFB/88). 
§3º - CLÁUSULA DE BARREIRA (Cláusula de Desempenho) – limita o acesso ao fundo partidário (arts. 38 e 
44, da Lei 9096) e à rádio e à televisão – propaganda Eleitoral Gratuita (art. 45, Lei 9096). 
EC 97/2017 – art. 3º. Aplicar-se-á a partir das eleições de 2030. (Regra de transição) 
 
3 Para parte da doutrina, a hipótese do inciso IV do art. 15, da CRFB/88 é de PERDA, pois o tema foi tratado dessa forma nas 
Constituições anteriores, porém o assunto é polêmico e alguns doutrinadores também sustentam ser hipóteses de suspensão, porque, 
uma vez cumprida e regularizada a situação, o indivíduo vai readquirir a possibilidade de exercer os seus direitos políticos e a legislação 
também caminha neste sentido. 
4 Demais eleições. 
5 Eleições proporcionais: 
- Deputados Federais, Estaduais, Distritais e 
- Vereadores. 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
38 
O STF decidiu que os parlamentares eleitos pelo sistema proporcional precisam ser fiéis a seus partidos. A 
FIDELIDADE PARTIDÁRIA é, portanto, indispensável à manutenção do mandato daqueles. Visto que, no 
sistema proporcional, os votos seguem para o partido, ao contrário do que ocorre no majoritário, no qual os 
votos seguem para o parlamentar. Assim, a troca de partido político, no primeiro caso, gera a perda do 
mandato se sem justificativa, e seu PARTIDO DE ORIGEM elegerá um sucessor. 
 
ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA 
 
PRINCÍPIO DA 
PREDOMINÂNCIA DE 
INTERESSES 
• Se a matéria for de interesse nacional, caberá a competência à UNIÃO; 
• Se de interesse regional, ao ESTADOS; 
• Se de interesse local, aos MUNICÍPIOS. 
CLASSIFICAÇÃO DE 
COMPETÊNCIAS 
• Legislativas; 
• Materiais (políticas ou administrativas); 
• Tributárias. 
COMPETÊNCIAS MATERIAIS (administrativas): 
• Art. 21 – competências EXCLUSIVAS da UNIÃO; 
o ATENÇÃO! Indelegáveis. 
• Art. 23 – competências COMUNS (cumulativas ou paralelas) dos entes: 
o UNIÃO, ESTADOS, DF e MUNICÍPIOS. 
o Manifestação do Federalismo Cooperativo; 
o Deve observar a predominância de interesses, mesmo que 
qualquer um dos entes possa ser demandado. 
COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS: 
• Art. 22 – competências PRIVATIVAS da UNIÃO; 
o ATENÇÃO! Podem ser delegadas aos ESTADOS e ao DF por 
meio de LC. 
• Art. 24 – competências CONCORRENTES da UNIÃO, dos ESTADOS e do DF; 
o Decorrem do Federalismo Cooperativo; 
o UNIÃO – normas GERAIS; 
o ESTADOS e DF: 
▪ normas ESPECÍFICAS; 
▪ competência suplementar dos Estados. 
Requisitos para DELEGAÇÃO: 
• FORMAL – Lei Complementar Federal; 
• MATERIAL – matérias específicas; 
• IMPLÍCITO – isonomia federativa (art. 19, III), deve ser para todos os Estados e 
o DF. 
PODER RESIDUAL DOS 
ESTADOS 
Art. 25 – PRINCÍPIO DA SIMETRIA 
• §1º - tem natureza MATERIAL e LEGISLATIVA; 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
39 
• §2º - se a MP for adotada pelo Estado como norma, ela NÃO pode tratar de gás 
canalizado; 
• §3º - os ESTADOS, mediante LC, poderão instituir regiões metropolitanas, 
aglomerações urbanas, microrregiões. 
COMPETÊNCIAS 
MUNICIPAIS 
• Legislar sobre assunto de interesse local; 
• Suplementar a legislação federal e estadual no que couber – art. 24. 
Enunciados importantes 
• Súmula Vinculante nº 2 – base legal: art. 22, XX; 
• Súmula Vinculante nº 38 – base legal: art. 30, I; 
o EXCEÇÃO: o horário de funcionamento dos bancos – competência da UNIÃO (STF RE 
118363/PR). 
• Súmula Vinculante nº 39 – a autonomia do DF é parcialmente mitigada pela União – art. 21, XIV; 
• Súmula Vinculante nº 46 – base legal: art. 22, I; 
• Súmula Vinculante nº 49- violaria o princípio da livre iniciativa privada, livre concorrência. O STF entendeu 
ser contrário ao interesse local (art. 30, II) e fere os arts. 1º, IV (livre iniciativa), e 170 (livre concorrência), além 
de violar os princípios da razoabilidadee proporcionalidade. 
ATENÇÃO! “Definição do tempo máximo de espera de clientes em filas de instituições bancárias (em cartório). 
COMPETÊNCIA DO MUNICÍPIO para legislar. Assunto de interesse local. Ratificação da jurisprudência da 
Corte” (art. 30, I, da CRFB/88) – Competência também do DF. 
INEXISTÊNCIA DO 
DIREITO DE SECESSÃO 
PRINCÍPIO DA INDISSOLUBILIDADE DO VÍNCULOS FEDERATIVO - União 
INDISSOLÚVEL entre os entes da Federação (arts. 1º e 18, §§ 3º e 4º. Em que pese 
a secessão seja proibida, é perfeitamente possível a criação de novos Estados e 
Municípios. 
§3º - CRIAÇÃO DE NOVO ESTADO 
• Aprovação da POPULAÇÃO DIRETAMENTE INTERESSADA – toda a 
população do Estado ou Estados envolvidos – por meio de PLEBISCITO (art. 49, 
XV) – convocado pelo Congresso Nacional por meio de decreto legislativo (art. 3º, 
Lei 9709/98); 
• Art. 48, VI – precedida da oitiva das respectivas assembleias legislativas (mera 
formalidade); 
• E do CONGRESSO NACIONAL por LEI COMPLEMENTAR FEDERAL – 
formaliza a criação do novo Estado (não há, entretanto, obrigação jurídica na sua 
criação). 
§4º - CRIAÇÃO DE NOVO MUNICÍPIO 
• LEI ESTADUAL dentro do período determinado na LC FEDERAL. 
• A LEI COMPLEMENTAR FEDERAL tem por missão estabelecer o PERÍODO em 
que podem ser criados os municípios; 
o ADI 3682 – o STF deu 18 MESES para o Congresso Nacional 
elaborar a LC (em 2007 – e ainda não foi criada); 
o Em 2008, a EC 57 acrescentou o art. 96 no ADCT convalidados 
os municípios criados ATÉ 31/12/2006. 
o ATENÇÃO! Qualquer município criado a partir de 01 DE 
JANEIRO DE 2007 é INCONSTITUCIONAL. 
• Consulta prévia, mediante PLEBISCITO, às populações dos municípios 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
40 
envolvidos; 
• Após DIVULGAÇÃO DOS ESTUDOS DE VIABILIDADE MUNICIPAL, 
apresentados e publicados na forma da lei. 
 
COMPETÊNCIAS 
EXCLUSIVAS 
• União 
(ADMINISTRATIVA – 
não tem R) 
I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais; 
II - declarar a guerra e celebrar a paz; 
III - assegurar a defesa nacional; 
IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem 
pelo território nacional ou nele permaneçam TEMPORARIAMENTE; 
V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal; 
VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico; 
VII - emitir moeda; 
VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de natureza 
financeira, especialmente as de crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e 
de previdência privada; 
IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de 
desenvolvimento econômico e social; 
X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional; 
XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços 
de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a 
criação de um órgão regulador e outros aspectos institucionais; 
XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão: 
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens; 
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos 
cursos de água, em articulação com os Estados onde se situam os potenciais 
hidroenergéticos; 
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aeroportuária; 
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras 
nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou Território; 
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros; 
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres; 
XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do Distrito Federal e dos 
Territórios e a Defensoria Pública dos Territórios; 
XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do 
Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a 
execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio; (Súmula Vinculante 39) 
XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e cartografia 
de âmbito nacional; 
XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e de programas 
de rádio e televisão; 
XVII - conceder anistia; 
XVIII - planejar e promover a defesa PERMANENTE contra as calamidades públicas, 
especialmente as secas e as inundações; 
XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de 
outorga de direitos de seu uso; 
XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento 
básico e transportes urbanos; 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
41 
XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de viação; 
XXII - executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; 
XXIII - explorar os serviços e instalações NUCLEARES de qualquer natureza e exercer 
MONOPÓLIO ESTATAL sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, 
a industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os 
seguintes princípios e condições: 
a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins 
pacíficos e mediante aprovação do Congresso Nacional; 
b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utilização de 
radioisótopos para a pesquisa e usos médicos, agrícolas e industriais; 
c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, comercialização e utilização 
de radioisótopos de meia-vida igual ou inferior a duas horas; 
d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa; 
XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho; 
XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de garimpagem, em 
forma associativa. 
 
COMPETÊNCIAS 
PRIVATIVAS DA 
• União 
(LEGISLAR) 
C Comércio exterior e interestadual 
O 
• Organização judiciária, do MP do DF e dos Territórios e da DP dos 
Territórios, bem como organização administrativa destes; 
• Organização do sistema nacional de emprego e condições para o 
exercício de profissões. 
M 
• Minas, jazidas, outros recursos minerais 
• Metalurgia 
C Civil 
A Agrário 
P Penal 
A Aeronáutico 
C Comercial 
E Eleitoral 
T Do Trabalho 
E Espacial 
S 
Seguridade Social 
o Previdência Social é CONCORRENTE. 
D 
• Desapropriação 
• Defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e 
mobilização nacional. 
E Energia 
P • Processual 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
42 
• Propaganda 
M Marítimo 
S 
• Sistemas de consórcios e sorteios; 
• Sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular; 
• Sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais; 
• Sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais. 
e 
COM 
COMpetência da polícia federal e das polícias rodoviária e ferroviária 
federais. 
MATERIAL BÉLICO 
Normas gerais de organização, efetivos, MATERIAL 
BÉLICO, garantias, convocação e mobilização das polícias 
militares e corpos de bombeiros militares. 
eu 
vou 
 
A Atividades nucleares de qualquer natureza 
T Telecomunicações 
I Informática 
R 
• Radiodifusão 
• Registros públicos 
A 
R 
• Requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de 
guerra; 
• Regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e 
aeroespacial. 
TRA TRÂnsito 
TRA TRAnsporte 
L 
Normas gerais de LICITAÇÃO e contratação, em todasas modalidades, para 
as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, 
Estados, DF e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as 
empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, 
§1º, III. 
Á Águas 
NA 
• NAcionalidade, cidadania e 
• NAturalização 
POPULAÇÃO INDÍGENA 
D 
• Diretrizes e bases da educação nacional; 
o Educação e Ensino é CONCORRENTE 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
43 
• Diretrizes da política nacional de transportes. 
E 
• Emigração e imigração 
• Entrada, Extradição e Expulsão de estrangeiros. 
S Serviço postal 
P Política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores 
Parágrafo único. LEI COMPLEMENTAR poderá autorizar (TODOS) os ESTADOS a 
legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo. 
COM CAPACETES DE PMS e COM MATERIAL BÉLICO eu vou 
ATIRAR TRA TRA LÁ NA POPULAÇÃO INDÍGENA DE SP 
 
COMPETÊNCIAS 
COMUNS DA 
• União 
• Estados 
• DF 
• Municípios 
(ADMINISTRATIVA – 
não tem R) 
ATENÇÃO: INCLUI os 
Municípios (tem M) 
I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o 
patrimônio público; 
II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras 
de deficiência; 
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, 
os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; 
IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens 
de valor histórico, artístico ou cultural; 
V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à ciência, à tecnologia, à 
pesquisa e à inovação; 
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; 
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora; 
VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar; 
IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições 
habitacionais e de saneamento básico; 
X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a 
integração social dos setores desfavorecidos; 
XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração 
de recursos hídricos e minerais em seus territórios; 
XII - estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito. 
 
Parágrafo único. LEIS COMPLEMENTARES fixarão normas para a cooperação entre a 
União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do 
desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 53, de 2006) 
 
COMPETÊNCIAS 
CONCORRENTES 
• União 
• Estados 
• DF 
(LEGISLAR) 
ATENÇÃO: NÃO inclui 
os Municípios 
P enitenciário 
U rbanístico 
F inanceiro 
E conômico 
T ributário 
II - orçamento; 
III - juntas comerciais; 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
44 
(não tem M) IV - custas dos serviços forenses; 
V - produção e consumo; 
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos 
naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição; 
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico; 
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de 
valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico; 
IX - EDUCAÇÃO, cultura, ENSINO, desporto, ciência, tecnologia, pesquisa, 
desenvolvimento e inovação; 
o Diretrizes e bases da educação nacional é PRIVATIVA da 
UNIÃO. 
X - criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas; 
XI - procedimentos em matéria processual; 
XII - PREVIDÊNCIA SOCIAL, proteção e defesa da saúde; 
o Seguridade Social é PRIVATIVA da UNIÃO 
XIII - assistência jurídica e Defensoria pública; 
XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência; 
XV - proteção à infância e à juventude; 
XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis. 
 
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a 
estabelecer normas gerais. 
 
§ 2º A competência da UNIÃO para legislar sobre normas gerais não exclui a competência 
suplementar dos Estados. 
 
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os ESTADOS exercerão a competência 
legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. 
 
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais SUSPENDE a eficácia da lei 
estadual, no que lhe for contrário. 
 
BENS DA UNIÃO 
I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos; 
II - as TERRAS DEVOLUTAS indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e 
construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, 
definidas em lei; 
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que 
banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a 
território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias 
fluviais; 
IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; 
as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, 
exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as 
referidas no art. 26, II; 
V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva; 
VI - o mar territorial; 
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45 
VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos; 
VIII - os potenciais de energia hidráulica; 
IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo; 
X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos; 
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios. 
 
§ 1º É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, 
bem como a órgãos da administração direta da União, participação no resultado da 
EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO ou GÁS NATURAL, de RECURSOS HÍDRICOS para 
fins de geração de energia elétrica e de outros RECURSOS MINERAIS no respectivo 
território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, OU 
compensação financeira por essa exploração. 
 
§ 2º A faixa de até 150 QUILÔMETROS de largura, ao longo das fronteiras terrestres, 
designada como FAIXA DE FRONTEIRA, é considerada fundamental para defesa do 
território nacional, e sua ocupação e utilização serão reguladas em lei. 
BENS DOS ESTADOS 
I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, 
RESSALVADAS, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União; 
II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, EXCLUÍDAS 
aquelas sob domínio da União, Municípios ou terceiros; 
III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União; 
IV - as TERRAS DEVOLUTAS não compreendidas entre as da União. 
 
INTERVENÇÃO FEDERAL (art. 34 ao 36, CF) 
 
PRINCÍPIOS 
DA NÃO INTERVENÇÃO A autonomia é a regra. 
DA NECESSIDADE 
Pautada necessariamente em uma das hipóteses (TAXATIVAS) dos arts. 34 ou 
35, da CRFB/88. 
Hipóteses que NÃO podem ser ampliadas por legislação infraconstitucional. 
DA TEMPORARIEDADE 
A CRFB NÃO estabelece um prazo específico para a duração da intervenção, mas 
esta NÃO pode ser permanente, dessa forma, o Decreto interventivo precisa 
estabelecer de plano um prazo de duração máxima da intervenção. 
DA 
PROPORCIONALIDADE 
(da razoabilidade) 
A intervenção NÃO legitima a violação de direitos fundamentais. 
E,tendo em vista que o Poder Judiciário NÃO ficar suspenso, todo excesso pode 
ser levado àquele. 
 
LIMITES DO DECRETO INTERVENTIVO (art. 36, §1º, da CRFB/88) 
AMPLITUDE 
Não é sobre o Estado como instituição, abala uma ou mais de suas manifestações de 
autonomia. Ex.: Intervenção no RJ – na área da segurança pública. 
PRAZO TEMPORÁRIO, não existe decreto de intervenção sem prazo. 
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46 
CONDIÇÕES DE 
EXECUÇÃO 
 
NOMEAÇÃO DO 
INTERVENTOR 
Se couber, o Chefe do Executivo decide. É uma pessoa de confiança do Presidente e 
pode ser uma autoridade civil ou, até mesmo, militar. 
APRECIAÇÃO 
Pelo CONGRESSO NACIONAL ou pela ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO, no prazo de 24 HORAS – 
atuação a posteriori, não há necessidade de autorização para o Decreto Interventivo. 
Se não estiver funcionando o CN ou a AL, far-se-á convocação extraordinária, no mesmo prazo de 24 HORAS. 
Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a estes voltarão, SALVO 
impedimento legal. 
ATENÇÃO! Antes de decretar a intervenção, o Presidente precisa ouvir os dois Conselhos Superiores (o 
Conselho da República e o da Defesa Nacional – arts. 90, I, e 91, §1º, II, respectivamente). 
A oitiva é OBRIGATÓRIA, mas o Presidente NÃO é obrigado a seguir a opinião dos Conselhos. 
 
Art. 34 – Intervenção FEDERAL nos: 
• Estados; e 
• DF. 
Art. 35 – Intervenção ESTADUAL nos: 
• Municípios (pelos Estados) 
• Municípios de Territórios (pela União) 
ATENÇÃO! NÃO há Intervenção FEDERAL em Municípios de Estado! 
Estes sofrem Intervenção Estadual (art. 35), pois não existe intervenção per saltum no Brasil. 
 
INTERVENÇÃO FEDERAL 
ESPONTÂNEA 
O Presidente observa as circunstâncias, ouve os dois Conselhos e decreta a Intervenção de 
ofício, que estará sujeita à análise e à confirmação do Congresso Nacional. 
HIPÓTESES: (art. 34, I a III e V, da CF) 
• Manter a integridade nacional; 
• Repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra; 
• Pôr termo a grave comprometimento da ordem pública; 
• Reorganizar as finanças da unidade da Federação que: 
o Suspender o pagamento da dívida fundada por MAIS DE 2 ANOS 
CONSECUTIVOS, SALVO motivo de força maior; 
o Deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nestas 
Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei. 
PROVOCADA 
Além dos pressupostos materiais do art. 34, é necessário que um procedimento ocorra 
(pressupostos formais). 
HIPÓTESES: (art. 34, IV, VI e VII) A decretação de intervenção DEPENDERÁ: 
• Garantir o livre exercício de qualquer 
dos PODERES nas unidades da Federação 
• SOLICITAÇÃO (pede) do Poder Legislativo 
ou do Poder Executivo coacto ou impedido; OU 
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47 
• REQUISIÇÃO (ordena) do STF se a coação 
for exercida contra o Poder Judiciário. 
• Prover a execução de ORDEM ou 
DECISÃO judicial; 
• REQUISIÇÃO do: 
o STF 
o STJ ou 
o TSE 
• Prover a execução de LEI federal; 
• Provimento, pelo STF, de 
REPRESENTAÇÃO DO PGR. 
• Assegurar a observância dos seguintes princípios 
constitucionais (PRINCÍPIOS SENSÍVEIS): 
o Forma republicana, sistema representativo e 
regime democrático; 
o Direitos da pessoa humana; 
o Autonomia municipal; 
o Prestação de contas da administração pública, 
direta e indireta; 
o Aplicação do mínimo exigido da receita resultante 
de impostos estaduais, compreendida a proveniente 
de transferências, na manutenção e 
desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços 
públicos de saúde. 
Em qualquer caso (espontânea ou provocada), a Intervenção somente pode ser determinada pelo CHEFE 
DO PODER EXECUTIVO. 
 
INTERVENÇÃO ESTADUAL 
ESPONTÂNEA 
HIPÓTESES: (art. 35, I a III, da CF) 
• Deixar de ser paga a dívida fundada por DOIS ANOS CONSECUTIVOS sem motivo de 
força maior; 
• Não forem prestadas contas devidas, na forma da lei; 
• Não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e 
desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. 
PROVOCADA 
HIPÓTESES: (art. 35, IV, da CF) 
• O TJ der provimento a 
REPRESENTAÇÃO: 
o para assegurar a observância de 
princípios indicados na Constituição 
Estadual, ou 
o para prover a execução de lei, de 
ordem ou de decisão judicial. 
Nesses casos, dispensada a apreciação pelo 
Congresso Nacional ou pela Assembleia 
Legislativa, o DECRETO limitar-se-á a 
suspender a execução do ato impugnado, se 
essa medida bastar ao restabelecimento da 
normalidade. 
 
REPRESENTAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE 
(ADI - Interventiva Federal) 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
48 
É apreciada pelo STF; 
- Art. 36, III, da CRFB/88 e Lei 12.562/11 
É uma AÇÃO DO CONTROLE CONCENTRADO DE CONSTITUCIONALIDADE, que, diferente das demais 
ações, tem a finalidade de resolver um conflito real, federativo, e serve como procedimento necessário para 
uma eventual intervenção federal nas hipóteses citadas abaixo. 
Então, pode-se dizer, segundo boa parte da doutrina, que a ADI-Interventiva Federal é uma ação do controle 
concentrado CONCRETO de constitucionalidade, a análise eventual feita sobre uma lei é uma análise 
incidental, e não principal. 
HIPÓTESES: 
• Descumprimento de Lei Federal; 
• Violação aos princípios sensíveis. 
Ainda, diferentemente das demais ações de controle, as quais podem ser propostas pelos legitimados 
enumerados no art. 103, I a IX, a RI-Interventiva Federal somente pode ser proposta pelo PGR. 
A Lei diz que a petição inicial deve conter a indicação do princípio constitucional violado OU, no caso de recusa 
à execução de Lei Federal, as disposições federais que foram violadas, a indicação do ato que serviu como base 
para uma das duas violações. 
• Comporta o cabimento de medida de urgência – art. 5º, Lei 12.562/11 – o STF por decisão da MAIORIA 
ABSOLUTA de seus membros poderá deferir. 
 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (art. 37 e 38, CF) 
 
A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA pode ser definida como atividade que o Estado desenvolve para a consecução dos 
interesses coletivos (sentido OBJETIVO), bem como o conjunto de órgãos e pessoas incumbidos de exercerem 
a função administrativa do Estado (sentido SUBJETIVO). 
 
Pode ser dividida em Administração DIRETA, que compreende a estrutura das pessoas jurídicas políticas (União, 
Estados, Municípios e DF), e Administração INDIRETA ou descentralizada, formada pelas autarquias, empresas 
públicas, sociedades de econômica mista e fundações públicas. Ambas (direta e indireta) devem obedecer aos 
princípios da administração. 
PRINCÍPIOS DA 
ADMINISTRAÇÃO 
Legalidade 
toda e qualquer atividade administrativa deve ser autorizada por lei. 
Não o sendo, a atividade é ilícita. 
Impessoalidade 
igualdade de tratamento que a administração deve dispensar aos 
administradores que se encontrem em idêntica situação jurídica. 
Faceta dos princípios da isonomia e da finalidade. 
Moralidade 
impõe que o administrador público não dispense os preceitos éticos 
que devem estar presentes em sua conduta. 
Publicidade 
indica que os atos da administração devem merecer a mais ampla 
divulgação possível entre os administrados. 
Eficiência 
busca pela produtividade e pela economicidade; exigência da redução 
dos desperdícios de dinheiro público, da prestação de serviços com 
perfeição e rendimento funcional. 
LIMPE 
 
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49 
É VEDADA a acumulação remunerada de cargos públicos, EXCETO: 
(art. 37, XVI) 
• Quando houver compatibilidade de horários e 
• Se tratar de: 
o 2 cargos de professor; 
o 1 cargo de professor e 1 cargo técnico ou científico; 
o2 cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas. 
A proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas 
públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, 
pelo poder público. 
 
SANÇÕES – 
IMPROBIDADE 
ADMINISTRATIVA 
(art. 37, §4º) 
Perda da função pública 
Ação penal 
Ressarcimento ao erário 
Indisponibilidade de bens 
Suspensão dos direitos políticos 
PARIS 
• O STJ possui posicionamento consolidado quanto à IMPRESCRITIBILIDADE das AÇÕES DE 
RESSARCIMENTO ao erário fundadas na prática de ATO DOLOSO tipificado na lei de improbidade 
administrativa. 
• Também é posicionamento pacificado no STJ que a decretação de perda do cargo público não está 
relacionada ao posto ocupado pelo agente no momento do trânsito em julgado da sentença condenatória, mas 
sim ao cargo que serviu de instrumento para a prática da conduta ilícita. 
• Destaque-se, ainda, que é INVIÁVEL a propositura de ação civil de improbidade administrativa 
exclusivamente contra o particular, sem a concomitante presença de agente pública no polo passivo da 
demanda. 
 
CONTRATO DE 
GESTÃO 
DIRETRIZES CONSTITUCIONAIS (art. 37, §8º) 
A lei disporá sobre: 
• PRAzo de duração do contrato 
• COntroles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e 
responsabilidade dos dirigentes; 
• REmuneração do pessoal. 
PRA CORE 
 
SERVIDORES PÚBLICOS. (arts. 39 A 41, CF) 
 
• Servidores Públicos é espécie do gênero servidores estatais e são agentes estatais investidos em cargo 
público. 
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50 
• São geridos por regime jurídico único, de acordo com o âmbito de competência federal, estadual, distrital e 
municipal. 
• Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros e aos estrangeiros que preencham os 
requisitos estabelecidos em lei. 
 
CONCURSO PÚBLICO 
A investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou 
de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em 
lei, ressalvadas as nomeações para o cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração. 
PRAZO DE VALIDADE 
Será de ATÉ 2 ANOS, prorrogável uma vez, por igual 
período. 
 
REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA 
Aos servidores públicos é assegurado RPPS de caráter contributivo e solidário. 
APOSENTADORIA 
POR 
INVALIDEZ 
PERMANENTE 
• Proventos PROPORCIONAIS ao tempo de contribuição, EXCETO 
decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença 
grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei. 
COMPULSÓRIA 
• Proventos PROPORCIONAIS ao tempo de contribuição: 
o Aos 70 ANOS de idade; ou 
o Aos 75 ANOS de idade, na forma de LC (“PEC da Bengala”). 
VOLUNTÁRIA 
Desde que cumprido tempo mínimo de 10 ANOS de efetivo exercício 
no serviço público e 5 ANOS no cargo efetivo em que se dará a 
aposentadoria, observadas as seguintes condições: 
• Proventos INTEGRAIS: 
o 60 ANOS de idade e 35 de contribuição – se HOMEM; 
o 55 ANOS de idade e 30 de contribuição – se MULHER. 
• Proventos PROPORCIONAIS ao tempo de contribuição: 
o 65 ANOS de idade – se HOMEM 
o 60 ANOS de idade – se MULHER 
 
ESTABILIDADE 
PRAZO 
APÓS 3 ANOS de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de 
provimento efetivo em virtude de concurso público tornam-se estáveis. 
AVALIAÇÃO ESPECIAL DE 
DESEMPENHO 
• É condição para a aquisição da EStabilidade 
• Feita por comissão instituída para essa finalidade. 
Servidor público estável só 
PERDERÁ o cargo: 
• Mediante Processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; 
• Excesso de gastos (art. 169, §4º, e 198, §6º); 
• Em virtude de Sentença judicial transitada em julgado; 
• Mediante procedimento de AVALIAÇÃO PERIÓDICA de desempenho, na 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
51 
forma de LC, assegurada ampla defesa. 
Quando o servidor PERDE o cargo, a consciência PESA 
 
ORGANIZAÇÃO DOS PODERES 
 
PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DOS PODERES 
• Freios e Contrapesos”. 
• É CLÁUSULA PÉTREA (art. 60, §4º, III) 
Art. 2º, CRFB 
• INDEPENDENTES – atividades típicas (próprias); 
• HARMÔNICOS – atividades atípicas (impróprias). 
PODER 
LEGISLATIVO 
• Exerce a atividade legiferante e 
• a Fiscalização contábil, orçamentária e financeira das contas Públicas (art. 70, da 
CRFB/88); 
PODER 
JUDICIÁRIO 
• Exerce as atividades jurisdicionais; 
PODER 
EXECUTIVO 
• Exerce as atividades administrativas. 
 
PODER EXECUTIVO 
 
NÃO existe rol de sucessores do Presidente da 
República, a única autoridade apta a sucedê-lo é o 
VICE (a vacância gera a sucessão). 
Existe, no entanto, um ROL DE SUBSTITUTOS: 
(art. 80) 
• Vice-Presidente; 
• Presidente da Câmara; 
• Presidente do Senado; 
• Presidente do Supremo. 
 
VACÂNCIA DE PRESIDENTE E VICE 
(art. 81) 
NO 1º BIÊNIO • terão eleições DIRETAS 90 DIAS DEPOIS de aberta a última vaga; 
NO 2º BIÊNIO 
• eleições INDIRETAS 30 DIAS DEPOIS de aberta a última vaga – eleitos pelos 
membros do Congresso Nacional. 
ATENÇÃO! Em qualquer caso, os eleitos vão apenas cumprir o mandato de seus antecessores (§2º). 
 
MANDATO De 4 ANOS (uma legislatura) permitida uma reeleição. 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
52 
ATRIBUIÇÕES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA 
(art. 84, CF) 
I - NOMEAR e EXONERAR os Ministros de Estado; 
II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da administração federal; 
III - INICIAR o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição; 
IV - SANCIONAR, PROMULGAR e FAZER PUBLICAR as leis, bem como expedir DECRETOS 
(REGULAMENTARES – não podem inovar no ordenamento jurídico) e regulamentos para sua fiel execução; 
V - VETAR projetos de lei, total ou parcialmente; 
VI – dispor, mediante DECRETO (AUTÔNOMO), sobre: 
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou 
extinção de órgãos públicos; 
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando VAGOS; 
VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos; 
VIII - CELEBRAR tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional; 
IX - DECRETAR o estado de defesa e o estado de sítio; 
X - DECRETAR e EXECUTAR a intervenção federal; 
XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasião da abertura da sessão legislativa, expondo 
a situação do País e solicitando as providências que julgar necessárias; 
XII - CONCEDER INDULTO e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei; 
XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Comandantes da Marinha, do Exército e da 
Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos; 
XIV - NOMEAR, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais 
Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o presidente e os diretores do banco central 
e outros servidores, quando determinado em lei; 
XV - NOMEAR, observado o disposto no art. 73, os Ministros do Tribunal de Contas da União; 
XVI - NOMEAR os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o Advogado-Geral da União; 
XVII - NOMEAR membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII; 
XVIII - CONVOCAR e PRESIDIR o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional; 
XIX - DECLARAR guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizadopelo Congresso Nacional ou referendado por ele, 
quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a 
mobilização nacional; 
XX - CELEBRAR a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional; 
XXI - CONFERIR condecorações e distinções honoríficas; 
XXII - PERMITIR, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou 
nele permaneçam TEMPORARIAMENTE; 
XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de 
orçamento previstos nesta Constituição; 
XXIV - PRESTAR, ANUALMENTE, ao Congresso Nacional, dentro de SESSENTA DIAS após a abertura da sessão 
legislativa, AS CONTAS referentes ao exercício anterior; 
XXV - PROVER e EXTINGUIR os cargos públicos federais, na forma da lei; 
XXVI - EDITAR medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62; 
XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta Constituição. 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
53 
 
Parágrafo único. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA poderá DELEGAR as 
atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros 
de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União, 
que observarão os limites traçados nas respectivas delegações. 
DE creto Autônomo 
I ndulto 
PRO ver cargos públicos federais 
P rocurador-Geral da República 
A dvogado-Geral da União 
M inistros de Estado 
 
CONTAS DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA 
PRESIDENTE DA 
REPÚBLICA 
PRESTA, ANUALMENTE, ao Congresso Nacional, dentro de 60 DIAS após a abertura da 
sessão legislativa, as CONTAS referentes ao EXERCÍCIO ANTERIOR (art. 84, XXIV) 
CÂMARA DOS 
DEPUTADOS 
PROCEDE a TOMADA DE CONTAS do Presidente da República, quando não 
apresentadas ao Congresso Nacional, dentro de 60 dias após a abertura da sessão 
legislativa (art. 51, II) 
TRIBUNAL DE 
CONTAS 
APRECIA as CONTAS prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante 
PARECER PRÉVIO que deverá ser elaborado em 60 DIAS a contar de seu recebimento 
(art. 71, I) 
CONGRESSO 
NACIONAL 
JULGA ANUALMENTE as CONTAS prestadas pelo Presidente da República (art. 49, IX) 
 
RESPONSABILIDADES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA 
(art. 85, CF) 
O Chefe do Poder Executivo está sujeito à responsabilidade pela prática de crimes comuns e por crimes de 
responsabilidade. 
CRIMES COMUNS CRIMES DE RESPONSABILIDADE 
Infrações penais 
(crimes do: CP, Leis extravagantes, crimes eleitorais) 
São infração político -administrativas praticadas por 
pessoas que ocupam determinados cargos públicos e 
que recebem sanções diversas daquelas da legislação 
penal (prisão e multa). 
Aqui, as sanções são político-administrativas: 
o Perda do cargo e 
o Inabilitação para o exercício de 
função pública. 
Praticado um crime pelo Presidente da República (comum ou de responsabilidade), qualquer CIDADÃO poderá 
apresentar “DENÚNCIA” perante a CÂMARA DOS DEPUTADOS, que realizará JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE, 
admitindo o processamento apenas por decisão de 2/3 DOS SEUS MEMBROS. 
O STF NÃO é obrigado a instaurar o processo criminal 
após a autorização da Câmara dos Deputados, aquele 
avaliará de acordo com seu regimento, fará uma 
O SENADO FEDERAL, submeterá a denúncia a mais um 
juízo de admissibilidade, antes de se tornar um 
TRIBUNAL de julgamento do Presidente. 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
54 
análise técnica e jurídica para verificar se instaurará o 
processo ou não. 
Dessa forma, ao SENADO FEDERAL compete decidir 
(por MAIORIA SIMPLES) se recebe ou não a denúncia 
cujo prosseguimento foi autorizado pela CD. 
• Se REJEITAR, haverá o arquivamento do pedido. 
• Se RECEBER, será iniciado o IMPEACHMENT 
propriamente dito (fase processual), com a produção 
de provas e, ao final, o Senado Federal votará pela 
absolvição ou condenação do Presidente. 
Admitida a acuação, o Presidente ficará SUSPENSO de suas funções: 
Nas infrações penais comuns, 
do RECEBIMENTO DA DENÚNCIA 
pelo SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. 
Nos crimes de responsabilidade, 
após a INSTAURAÇÃO DO PROCESSO 
pelo SENADO FEDERAL. 
Em qualquer caso, o PRAZO DE SUSPENSÃO é de 180 DIAS no máximo. 
COMPETÊNCIA PARA JULGAMENTO 
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL 
SENADO FEDERAL (Tribunal Político de 
Julgamento), que será presidido pelo presidente do 
STF. 
Nesse caso, conhecido como PROCESSO DE 
IMPEACHMENT, a condenação depende do voto de 
2/3 DOS MEMBROS DA CASA. 
 
CONDENAÇÃO NOS CRIMES DE RESPONSABILIDADE 
A condenação se limitará à perda do cargo, 
COM inabilitação, por 8 ANOS, para o exercício de função pública. 
Em que pese a dicção da Constituição – que usa a expressão “com”, o que tem a ideia de sanções cumulativas 
-, o Senado Federal, no julgamento do impeachment da ex-presidente Dilma, aceitou o fatiamento das penas, 
entendendo-as como autônomas. A ex-presidente foi condenada, assim, apenas à perda do cargo. 
Art. 68, Lei 1079/50 – estabelece que é possível fracionar as votações a respeito das sanções. 
Resolução nº 35/2016, art. 2º – o Senado Federal decidiu “Art. 2º Em consequência do disposto no artigo anterior, é 
imposta à Senhora Dilma Vana Rousseff, nos termos do art. 52, parágrafo único, da Constituição Federal, a sanção de 
perda do cargo de Presidente da República, sem prejuízo das demais sanções judicias cabíveis, nos termos da sentença 
lavrada nos autos da Denúncia nº 1, de 2016, que passa a fazer parte desta Resolução”. 
 
IMUNIDADES DO CHEFE DO PODER EXECUTIVO 
IMUNIDADE FORMAIS 
Quanto à PRISÃO 
(art. 86, §3º) 
Prisão somente com sentença condenatória; 
Quanto ao PROCESSO 
(art. 86, caput) 
Juízo de Admissibilidade: 2/3 DA CD (art. 51, 
I). 
PRERROGATIVA DE 
FORO FUNCIONAL 
Crime COMUM STF 
Crime de RESPONSABILIDADE SENADO FEDERAL 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
55 
• Condenação é o Impeachment 
• São infrações político-administrativas; 
• Art. 85, da CRFB/88; 
• Lei 1.079/50; 
CLÁUSULA DE 
IRRESPONSABILIDADE 
PENAL RELATIVA 
DURANTE O MANDATO, o chefe do Poder Executivo NÃO poder ser processado 
(responsabilizado) por atos estranhos ao exercício da função, tampouco estará 
sujeito à prisão enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas INFRAÇÕES 
COMUNS. 
Assim, se um cidadão comete um crime comum, é processado na Justiça Comum e 
passa a ser Presidente, o processo NÃO será remetido ao STF, uma vez que aquele 
crime NÃO tem relação com as atribuições do cargo ocupado. O que causará a 
paralização do processo, que retornará findo o mandato. 
Súmula Vinculante nº 46 – quem elabora leis sobre crimes de responsabilidade é a 
UNIÃO. 
 
PODER LEGISLATIVO 
 
CONGRESSO NACIONAL 
É presidido pelo Presidente do Senado Federal (art. 57, §5º). 
Bicameral 
CÂMARA DOS DEPUTADOS SENADO FEDERAL 
Representantes do POVO Representantes dos ESTADOS e do DF 
Art. 14, §3º - brasileiro 
Presidente – brasileiro NATO 
Idade mínima 
21 ANOS 
Idade mínima 
35 ANOS 
8 A 70 DEPUTADOS por Estado 
(proporcional ao número de habitantes) 
 
513 DEPUTADOS atualmente 
 
Art. 45, §2º - TERRITÓRIOS: 
4 DEPUTADOS 
3 SENADORES por Estado 
 
81 SENADORES 
4 ANOS de mandato 
(1 legislatura) 
8 ANOS de mandato 
(2 legislaturas) 
≠ SESSÃO LEGISLATIVA – art. 57. 
• 1º período legislativo: 
o 02/02 A 17/07 (sessão ordinária); 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
56 
o 18/07 A 31/07 – recesso (sessão extraordinária, se houver – art. 57, §6). 
• 2º período legislativo: 
o 01/08 A 22/12 (sessão ordinária); 
o 23/12 A 01/02 (art. 57, §4º) recesso (sessãoextraordinária, se houver – art. 57, §6). 
Sistema PROPORCIONAL 
(voto dirigido ao partido) 
Sistema MAJORITÁRIO 
(simples ou comum – votos dirigidos ao candidato). 
 
O FEDERALISMO 
BRASILEIRO É 
ASSIMÉTRICO DE FATO – pois há muitas diferenças entre as regiões, entre os Estados, 
a saúde pública, a educação, as oportunidades de emprego etc. 
SIMÉTRICO DE DIREITO – pois se apresenta de forma equilibrada com 3 senadores 
para cada Estado e para o DF. 
 
COMPETÊNCIAS DO CONGRESSO NACIONAL 
(art. 48, CF) – COM a sanção do Presidente da República 
I - sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas; 
II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações de crédito, dívida pública e emissões de curso 
forçado; 
III - fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas; 
IV - planos e programas nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento; 
V - limites do território nacional, espaço aéreo e marítimo e bens do domínio da União; 
VI - incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de Territórios ou Estados, ouvidas as respectivas Assembleias 
Legislativas; 
VII - transferência TEMPORÁRIA da sede do Governo Federal; 
VIII - concessão de anistia; 
IX - organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública da União e dos Territórios e 
organização judiciária e do Ministério Público do Distrito Federal; 
X – criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas, observado o que estabelece o art. 84, VI, 
b; 
XI – criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública; 
XII - telecomunicações e radiodifusão; 
XIII - matéria financeira, cambial e monetária, instituições financeiras e suas operações; 
XIV - moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida mobiliária federal. 
XV - fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º; 150, II; 
153, III; e 153, § 2º, I. 
 
COMPETÊNCIAS EXCLUSIVAS DO CONGRESSO NACIONAL 
(art. 49, CF) – SEM a sanção do Presidente da República e através de DECRETO LEGISLATIVO 
I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos 
gravosos ao patrimônio nacional; 
II - autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a paz, a permitir que forças estrangeiras transitem 
pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente, RESSALVADOS os casos previstos em lei 
complementar; 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
57 
III - AUTORIZAR o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausentarem do País, quando a ausência EXCEDER 
a 15 DIAS; 
IV - APROVAR o estado de defesa e a intervenção federal, AUTORIZAR o estado de síTio, ou SUSPENDER qualquer 
uma dessas medidas; 
V - SUSTAR os atos normativos do Poder Executivo que EXORBITEM do PODER REGULAMENTAR ou dos limites 
de DELEGAÇÃO legislativa – CONTROLE REPRESSIVO POLÍTICO 
VI - mudar TEMPORARIAMENTE sua sede; 
VII - fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os Senadores, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 
150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; 
VIII - fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da República e dos Ministros de Estado, observado o que 
dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; 
IX - JULGAR ANUALMENTE as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os relatórios sobre a execução 
dos planos de governo; 
X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da 
administração indireta – CONTROLE PARLAMENTAR DIRETO 
XI - zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da atribuição normativa dos outros Poderes; 
XII - apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de emissoras de rádio e televisão; 
XIII - escolher 2/3 dos membros do TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO; 
XIV - aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades nucleares; 
XV - AUTORIZAR referendo e CONVOCAR plebiscito; (AR/CP) 
XVI - autorizar, em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas 
minerais; 
XVII - aprovar, PREVIAMENTE, a alienação ou concessão de terras públicas com área superior a 2.500 HECTARES. 
 
COMPETÊNCIAS PRIVATIVAS DA CÂMARA DOS DEPUTADOS 
(art. 51, CF) 
I - AUTORIZAR, por 2/3 DE SEUS MEMBROS, a instauração de processo contra: 
o o Presidente e 
o o Vice-Presidente da República e 
o os Ministros de Estado; 
II - proceder à TOMADA DE CONTAS do Presidente da República, quando não apresentadas ao Congresso Nacional 
dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa; 
III - elaborar seu regimento interno; 
IV – dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e 
funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros 
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; 
V - ELEGER membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII. 
 
COMPETÊNCIAS PRIVATIVAS DO SENADO FEDERAL 
(art. 52, CF) 
I - processar e JULGAR o Presidente e o Vice-Presidente da República nos CRIMES DE RESPONSABILIDADE, bem 
como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza 
conexos com aqueles; 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
58 
II processar e JULGAR os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do 
Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos CRIMES 
DE RESPONSABILIDADE; 
III - APROVAR previamente, por VOTO SECRETO, após ARGUIÇÃO PÚBLICA, a escolha de: 
a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição; 
b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da República; 
c) Governador de Território; 
d) Presidente e diretores do banco central; 
e) Procurador-Geral da República; 
f) titulares de outros cargos que a lei determinar; 
IV - APROVAR previamente, por VOTO SECRETO, após ARGUIÇÃO em sessão SECRETA, a escolha dos chefes de 
missão diplomática de caráter permanente; 
V - AUTORIZAR operações EXTERNAS6 de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito 
Federal, dos Territórios e dos Municípios; 
VI - fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o montante da dívida consolidada da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; 
VII - dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades controladas pelo Poder Público federal; 
VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em operações de crédito externo e interno; 
IX - estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios; 
X - SUSPENDER a EXECUÇÃO, no todo ou em parte, de LEI declarada INCONSTITUCIONAL por decisão definitiva 
do Supremo Tribunal Federal;7 
XI - APROVAR, por MAIORIA ABSOLUTA e por VOTO SECRETO, a EXONERAÇÃO, de ofício, do Procurador-Geral 
da República antes do término de seu mandato; 
XII - elaborar seu regimento interno; 
XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e 
funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros 
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; 
XIV - ELEGER membros do Conselho da República, nostermos do art. 89, VII. 
XV - AVALIAR periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em sua estrutura e seus componentes, 
e o desempenho das administrações tributárias da União, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios. 
 
Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente o do Supremo Tribunal Federal, 
limitando-se a condenação, que somente será proferida por 2/3 DOS VOTOS do Senado Federal, à perda do cargo, com 
inabilitação, por OITO ANOS, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis. 
 
 
6 Se INTERNA, a autorização é desnecessária. 
7 ATENÇÃO! Entende-se que houve MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL, e o papel do Senado Federal é apenas de dar publicidade 
à decisão do STF. 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
59 
ESTATUTO DOS CONGRESSISTAS 
• É o conjunto de imunidades, inviolabilidades e prerrogativas que garantem a liberdade e independência 
funcional. 
• NÃO podem ser objeto de RENÚNCIA, pois pertencem ao cargo e NÃO ao parlamentar que está 
temporariamente ocupando aquela função. 
ATENÇÃO! Os SUPLENTES de parlamentares NÃO gozam de imunidades e prerrogativas, somente aqueles 
que estiverem exercendo a titularidade do cargo. 
IM
U
N
ID
A
D
E
 
Consistem em garantias para assegurar a independência e liberdade do Poder Legislativo. 
MATERIAL 
Também chamadas de Inviolabilidade Parlamentar. 
• Os DEPUTADOS e SENADORES são INVIOLÁVEIS, civil e penalmente, por quaisquer 
de suas OPINIÕES, PALAVRAS e VOTOS (de CONTEÚDO POLÍTICO, mesmo fora do 
plenário). 
• No que se relaciona aos VEREADORES, a imunidade material é limitada à 
circunscrição do Município. 
FORMAL 
• QUANTO À PRISÃO – desde a expedição do diploma (antes da posse), os membros 
do Congresso Nacional NÃO poderão ser presos, SALVO em flagrante de crime 
INAFIANÇÁVEL. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de 24 HORAS à Casa 
respectiva, para que, pelo voto da MAIORIA de seus membros, resolva sobre a prisão. 
o O entendimento do STF é de que, além da prisão em flagrante por crime 
inafiançável, o parlamentar também pode ser preso em razão de 
sentença condenatória criminal transitada em julgado. 
• QUANTO AO PROCESSO – recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por 
crime ocorrido APÓS a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa 
respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da 
MAIORIA de seus membros (tal pedido será apreciado no prazo IMPRORROGÁVEL de 
45 DIAS do seu recebimento pela Mesa Diretora), poderá, até a decisão, final, SUSTAR 
o andamento da ação. 
o A sustação do processo SUSPENDE também a PRESCRIÇÃO, 
enquanto durar o mandato. 
P
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Desde a diplomação até o término do mandato, os parlamentares federais serão julgados pelo STF pela 
prática de crimes comuns. 
Recentemente, o STF fixou o entendimento que esta prerrogativa apenas se aplica aos crimes 
cometidos no exercício do cargo e em razão das funções a ele relacionadas. 
Além disso, após o final da instrução processual, com a publicação do despacho de intimação para 
apresentação de alegações finais, a competência para processar e julgar ações penas NÃO será mais 
afetada em razão de o agente pública vir a ocupar outro cargo ou deixar o cargo que ocupava, qualquer 
que seja o motivo. Ou seja, a RENÚNCIA ao mandato oferecida após a conclusão da instrução processual 
penal, por exemplo, NÃO afasta a competência do STF. 
ATENÇÃO! 
• Desde 2001, o STF NÃO precisa de autorização da Casa Legislativa a qual pertence o parlamentar 
para iniciar o processo contra este. 
• CRIMES DOLOSOS CONTRA A VIDA – prerrogativa de foro funcional prevista na CRFB/88 AFASTA a 
competência do Júri – julgados, portanto, pelo STF. 
• Súmula nº 704, STF – conexão ao foro por prerrogativa. 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
60 
 
PROCESSO LEGISLATIVO 
(art. 59 ao 69, CF) 
Consiste no conjunto de normas que regulam a produção dos atos normativos primários, ou seja, normas que 
retiram fundamento de validade diretamente da Constituição Federal, quais sejam: 
o Emendas à Constituição; 
o Leis Complementares; 
o Leis Ordinárias; 
o Leis Delegadas; 
o Medidas Provisórias; 
o Decretos Legislativos; 
o Resoluções. 
 
EMENDA À CONSTITUIÇÃO 
(art. 60, CF) 
Trata-se do processo de alteração da Constituição. 
LIMITES FORMAIS 
LEGITIMIDADE ATIVA: 
I - de 1/3, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; 
II - do Presidente da República; 
III - de MAIS DA METADE das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, 
manifestando-se, cada uma delas, pela MAIORIA RELATIVA de seus membros. 
 
A proposta será DISCUTIDA e VOTADA em cada Casa do Congresso nacional, em 2 
TURNOS, considerando-se APROVADA se obtiver, em ambos, 3/5 DOS VOTOS dos 
respectivos membros. (2C 2T 3/5) 
 
A emenda à Constituição será PROMULGADA pelas MESAS da Câmara dos Deputados 
e dos Senado Federa, com o respectivo número de ordem. 
 
A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada NÃO 
pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa (vide art. 57) 
LIMITAÇÕES 
CIRCUNSTANCIAIS 
A Constituição NÃO poderá ser emendada na vigência de: 
o Intervenção federal; 
o Estado de defesa ou 
o Estado de sítio. 
LIMITAÇÕES 
MATERIAIS 
CLÁUSULAS PÉTREAS 
NÃO pode ser objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: 
o A forma federativa de Estado; 
o O voto direito, secreto, universal e periódico; 
o A separação dos Poderes; 
o Os direitos e garantias individuais. 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
61 
 
LEI COMPLEMENTAR LEI ORDINÁRIA 
A CRFB/88 indica EXPRESSAMENTE quando 
determinado tema deverá ser legislado por LC. 
Ex.: Art. 14, §9º, da CRFB/88 resultou na LC 135/10 
(Lei da Ficha Limpa); art. 22, parágrafo único; art. 93, 
caput. 
Quando a CRFB/88 NADA falar, será LO (natureza 
residual). 
Ex.: art. 5º, XII, XXXII 
A LC tem quórum de aprovação de MAIORIA 
ABSOLUTA (leva em consideração o número total de 
membros, pouco importando a quantidade de 
presentes) – art. 69, CRFB/88. 
A LO tem quórum de aprovação de MAIORIA 
RELATIVA ou simples (leva em consideração o 
número de presentes, pouco importando o total de 
membros) – art. 47, CRFB/88. 
OBS.: 02 tipos de quóruns: 
• Quórum de INSTALAÇÃO – é a quantidade mínima de presentes para que seja possível o início de votação. 
SEMPRE será de MAIORIA ABSOLUTA (tanto para LC quanto para LO). 
• Quórum de APROVAÇÃO – é a quantidade de votos para a aprovação de uma proposta. 
o LC – maioria ABSOLUTA; 
o LO – maioria RELATIVA. 
OBS.: NÃO existe hierarquia entre LC e LO, segundo entendimento majoritário, porque elas retiram 
fundamento de validade do mesmo diploma normativa, que é a Constituição Federal. 
 
PROCEDIMENTO 
1º - INICIATIVA – consiste na própria apresentação do projeto. 
Pode ser: 
• PRIVATIVA ou RESERVADA – projetos que somente podem ser apresentados por autoridades 
determinadas, órgãos específicos, e, se apresentados por outros, serão considerados inconstitucionais por 
vício de iniciativa. Ex.: art. 61, §1º; art. 93, caput. 
• CONCORRENTE ou POPULAR – residual. Ex.: art. 61, caput. 
o Com relação à iniciativa popular, o art. 61, §2º, e a Lei 9.709/98 trazem os requisitos 
CASA 
INICIADORA 
REGRA – O projeto de lei é encaminhado para o Congresso Nacional e sua apreciação 
terá início na CÂMARA DOS DEPUTADOS. 
EXCEÇÃO – O SENADO FEDERAL será a casa iniciadora quando o projeto de lei nascer 
nointerior do próprio Senado, ou seja, quando a iniciativa for de um Senador ou de uma 
Comissão de Senadores. 
Sendo a iniciativa de uma Comissão Mista (de Senadores e Deputados), haverá uma 
alternância, uma vez a casa iniciadora será a CÂMARA e outra o SENADO FEDERAL. 
2º - DISCUSSÃO e EMENDAS 
• Na Casa iniciadora, terá, primeiramente, uma ampla etapa de DISCUSSÃO. 
• O projeto passará: 
o pelas comissões relacionadas à matéria, 
o pela CCJ para a constitucionalidade ser analisada. 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
62 
A CCJ realiza um verdadeiro CONTROLE PREVENTIVO POLÍTICO DE 
CONSTITUCIONALIDADE, dando um parecer sobre a compatibilidade ou não daquele 
projeto para com a Constituição. 
Art. 58, §2º, I, da CRFB/88 – o PARECER da Comissão é muito importante, mas pode ser 
DERRUBADO por recurso de UM DÉCIMO DOS MEMBROS DA CASA. Sendo, portanto, 
possível a aprovação de uma lei que tenha recebido parecer negativo de uma Comissão, uma vez 
que este parecer pode ser afastado pelo Plenário da Casa. 
EMENDAS – art. 63, I e II. 
Os projetos de iniciativa privativa do Presidente podem sofrer alterações, porém, 
segundo a doutrina, essas alterações NÃO podem ser significativas, no sentido de mudar 
radicalmente o projeto. 
Então, as alterações nos projetos de iniciativa privativa do Presidente NÃO podem 
mudar o sentido do projeto e, também, NÃO podem acarretar o aumento de despesas 
(EXCEÇÃO: art. 166, §3º e 4º). 
3º - VOTAÇÃO 
Na fase de VOTAÇÃO, os deputados votarão com o quórum de MAIORIA SIMPLES (LO 
– art. 47) ou de MAIORIA ABSOLUTA (LC – art. 69), em apenas um turno de votação. 
Se o projeto não for aprovado, será arquivado. 
Caso REJEITADO, o projeto NÃO poderá ser reapresentado na mesma Sessão 
Legislativa, SALVO mediante proposta da MAIORIA ABSOLUTA dos membros de 
qualquer das Casas do Congresso Nacional – PRINCÍPIO DA IRREPETIBILIDADE 
(art. 67 – NÃO se aplica às MPs e nem às PEC). 
CASA REVISORA 
Sendo o Projeto aprovado pela Câmara, será então encaminhado para o Senado Federal, 
que funcionará, neste caso, como casa revisora, ou seja, irá REVISAR todo o 
procedimento feito por aquela. Assim, serão repetidas todas as etapas de: discussão e 
votação. 
EXCEÇÃO: A Câmara dos Deputados será a casa revisora nas hipóteses em que o Senado 
Federal for a casa iniciadora. 
Se o projeto não for aprovado, será arquivado. 
Caso REJEITADO, o projeto NÃO poderá ser reapresentado na mesma Sessão 
Legislativa, SALVO mediante proposta da MAIORIA ABSOLUTA dos membros de 
qualquer das Casas do Congresso Nacional – PRINCÍPIO DA IRREPETIBILIDADE 
(art. 67 – NÃO se aplica às MPs e nem às PEC). 
Se APROVADO SEM nenhuma mudança, o projeto será aprovado e seguirá para o 
Chefe do Poder Executivo. 
Porém, se o Senado Federal aprovar a projeto COM alterações: 
• Se as alterações forem REDACIONAIS (de forma): 
o segue para o Chefe do Poder Executivo; 
• Se as alterações forem SUBSTANCIAIS (de conteúdo): 
o volta para deliberação na Casa Iniciadora, que pode: 
▪ aprovar essas alterações (somente as alterações) ou 
▪ rejeitá-las (NÃO pode fazer novas alterações), 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
63 
o e depois o projeto seguirá para o Chefe do Poder Executivo. 
4º - SANÇÃO ou VETO – EXCLUSIVOS do CHEFE DO PODER EXECUTIVO 
PRESIDENTE DA 
REPÚBLICA 
O Presidente tem 15 DIAS ÚTEIS, a partir do momento que receber o projeto aprovado 
pela Câmara e pelo Senado, para SANCIONAR (tácita ou expressamente) ou VETAR 
(somente de forma expressa) o Projeto de Lei – art. 66, da CRFB/88. 
Se permanecer em SILÊNCIO durante o prazo, a consequência será a SANÇÃO 
(tácita/implícita), pois NÃO é possível vetar tacitamente, devendo ser fundamentado. 
MOTIVOS PARA O VETO¸ Presidente entende que o projeto de lei é: 
• VETO JURÍDICO ou FORMAL – Inconstitucional (Fundamentação Jurídica – 
CONTROLE PREVENTIVO POLÍTICO); ou 
• VETO POLÍTICO ou MATERIAL – Contrário ao interesse público (Fundamentação 
Política). 
Podendo haver simultaneamente os dois tipos de vetos. 
O VETO PODE ser PARCIAL, recaindo, entretanto, sobre o conteúdo completo de um 
artigo, parágrafo, inciso ou alínea, jamais de uma palavra ou pedaço da frase. Ou seja, 
somente é possível vetar partes com sentido completo, NÃO possibilitando alteração da 
norma. 
No VETO, o Presidente da República encaminhará as RAZÕES do veto (art. 66), no prazo 
de 48 HORAS, para o Presidente do Senado Federal, o qual irá designar uma SESSÃO 
CONJUNTA, no prazo máximo de 30 DIAS, na qual será decidido sobre a manutenção 
(arquiva o projeto) ou rejeição do veto (vai para a próxima etapa: PROMULGAÇÃO). 
Na SESSÃO CONJUNTA, o VOTO é ABERTO e de MAIORIA ABSOLUTA para 
REJEIÇÃO do veto (em sessão conjunta, os votos são contados individualmente, sendo 
a maioria em cada uma das Casas). 
Se o Congresso NÃO cumprir o prazo de 30 dias, terá sua PAUTA (não inclui as pautas 
individuais das duas casas do Congresso) TRANCADA até que seja decidido sobre, 
parando a tramitação de TODOS os atos daquele, sem exceções, ou seja, até mesmo os 
atos com prazo ficam parados. 
ATENÇÃO! A sanção pelo Presidente da República NÃO convalida vício algum no 
processo legislativo, nem mesmo o vício de iniciativa. 
O VETO é: 
• IRRETRATÁVEL; 
• SEMPRE EXPRESSO; 
• SUPERÁVEL pela derrubada do CN (art. 66); 
• pode ser TOTAL ou PARCIAL; 
• pode ser POLÍTICO ou JURÍDICO. 
5º - PROMULGAÇÃO 
PRESIDENTE DA 
REPÚBLICA 
PROMULGAÇÃO – É um ato formal, uma solenidade, que tem dois propósitos: 
• Reconhecer oficialmente a existência da lei; 
• Notificar os destinatários (cidadão) acerca da elaboração da lei. 
Há dois caminhos para se chegar à promulgação da lei: 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
64 
• Sanção do projeto de lei pelo Presidente da República; 
• Rejeição do veto, se for o caso, na Sessão Conjunta. 
Mesmo neste último caso, é o PRESIDENTE DA REPÚBLICA que promulga a lei, no 
prazo de 48 HORAS (do momento que ele sancionou ou do momento que ele recebeu o 
veto rejeitado), NÃO podendo se negar a fazê-lo. 
Caso NÃO promulgue a lei dentro do prazo estabelecido, o PRESIDENTE DO SENADO 
deverá fazê-lo dentro do prazo de 48 HORAS. Igualmente, NÃO o fazendo, passa para o 
VICE-PRESIDENTE DO SENADO, o quanto antes (não tem prazo na CRFB/88). 
6º - PUBLICAÇÃO 
PUBLICAÇÃO 
NO DIÁRIO 
OFICIAL 
Com a sua PUBLICAÇÃO, a Lei entra em vigor de IMEDIATO, se não houver vacatio 
legis. É o ato que dá notoriedade à norma. 
ATENÇÃO! NÃO há prazo na tramitação de lei. 
EXCEÇÃO: PROCESSO LEGISLATIVO SUMÁRIO (art. 64, §§ 1º a 4º) – Regime de urgência 
Quando a iniciativa do projeto de lei partir do Presidente da República, este poderá solicitar tal regime. 
Se aceito, o prazo será de: 
• 45 DIAS – na Casa INICIADORA; 
• 45 DIAS – na Casa REVISORA; 
• 10 DIAS – na Casa INICIADORA, quando houver alterações a serem analisadas. 
• Se os prazos do Regime de Urgência NÃO forem cumpridos, haverá o trancamento da pauta da casa 
respectiva (pauta individual). Durante o trancamento, somente os atos que possuem prazo são votados e o 
restante fica parado. 
 
ATENÇÃO! Esse processo NÃO se aplica aos Projetos de Códigos (§4º). 
 
LEI DELEGADA 
(art. 68, CF) 
É editada pelo PRESIDENTE DA REPÚBLICA, que deverá SOLICITAR a delegação do Congresso Nacional. 
 
LIMITAÇÕES 
MATERIAIS 
NÃO será objeto de delegação: 
o Os atos de competência exclusiva do CN; 
o Os de competência privativa da CD ou do SF; 
o A matéria reservada à LC 
o Nem legislação sobre: 
▪ Organização do Poder Judiciário e do MP, a carreira e a 
garantia de seus membros; 
▪ Nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos eeleitorais; 
▪ Planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e 
orçamentos. 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
65 
MODALIDADES DE 
DELEGAÇÃO 
DELEGAÇÃO TÍPICA 
(própria) 
Delegação SEM retorno – quando o CN autoriza o 
Presidente a criar a lei delegada, respeitando os limites, 
sem apreciar o projeto da lei. 
DELEGAÇÃO ATÍPICA 
(imprópria) 
Delegação COM retorno – se a resolução determinar a 
apreciação do projeto pelo Congresso Nacional, este a 
fará em votação única, VEDADA qualquer emenda. 
Em qualquer caso, a resolução do Congresso Nacional especificará o conteúdo e os 
termos de seu exercício. 
Art. 49, V – CONTROLE REPRESSIVO POLÍTICO DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
MEDIDAS PROVISÓRIAS 
(art. 62) 
A MP é uma inversão do processo legislativo: 
o o Presidente da República 
▪ cria a norma e 
▪ a submete de imediato ao CN, que a aprovará ou não 
• Tem FORÇA DE LEI (ORDINÁRIA), pois tem força legislativa, mas NÃO É LEI. 
• É PRECÁRIA – pois somente produzirá efeito por um prazo determinado. 
Assim que for publicada no Diário Oficial da União, a Medida Provisória tem força de lei e deve ser observada 
por todos. 
LIMITAÇÃO 
MATERIAL 
Art. 62, §1º. É VEDADA a edição de MEDIDAS PROVISÓRIAS sobre matéria: 
I – relativa a: 
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral; 
b) direito penal, processual penal e processual civil; 
c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus 
membros; 
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e 
suplementares, RESSALVADO o previsto no art. 167, § 3º8; 
II – que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo 
financeiro; 
III – reservada a LEI COMPLEMENTAR; 
IV – já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de 
sanção ou veto do Presidente da República. 
 
Art. 246. É VEDADA a adoção de MEDIDA PROVISÓRIA na regulamentação de artigo da 
Constituição cuja redação tenha sido alterada por meio de emenda promulgada entre 1º de 
janeiro de 1995 até a promulgação desta emenda, inclusive. 
 
Art. 73, ADCT. Na regulação do Fundo Social de Emergência não poderá ser utilizado o 
instrumento previsto no inciso V do art. 59 da Constituição. 
 
 
8 Abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes 
de guerra, comoção interna ou calamidade pública. 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
66 
PROCEDIMENTO 
Só pode ser criada se comprovados 02 requisitos CUMULATIVOS (art. 62, caput): 
• Relevância (quanto ao assunto/matéria); 
• Urgência (quanto ao momento). 
 
• É EDITADA pelo PRESIDENTE DA REPÚBLICA (função atípica) e 
• depois ANALISADA pelo CONGRESSO NACIONAL. 
Toda análise de MP OBRIGATORIAMENTE 
se INICIA na CÂMARA DOS DEPUTADOS – art. 62, §8º (casa iniciadora) – que 
deverá, antes de deliberar sobre o mérito, verificar se os pressupostos 
constitucionais (relevância e urgência) foram atendidos. O mesmo vale para o 
Senado Federal. 
ANTES de ser encaminhada para o Plenário da Câmara dos Deputados, caberá à 
COMISSÃO MISTA de Deputados e Senadores examinar a MP e sobre ela emitir 
PARECER. Aí sim será encaminhada para apreciação em sessão separada pelo 
Plenário de cada Casa. 
O processo de conversão da MP em Lei segue o rito do processo legislativo comum. 
PRAZO (art. 62, §§ 3º, 4º e 7º) – 60 DIAS para as duas casas do Congresso 
Nacional converterem ou não a MP em lei (começando pela Câmara dos 
Deputados), PRORROGÁVEL UMA ÚNICA VEZ (prorrogação automática). 
PRAZO MÁXIMO: 60 DIAS + 60 DIAS (prorrogação) = 120 DIAS. 
NÃO tem prazo mínimo. Se a MP foi criada hoje, a Câmara pode começar a votar ela 
hoje. 
 
PEGADINHA! A MP tem vigência por no máximo 120 dias? NÃO! Pois, durante os 
períodos de recesso do Congresso Nacional, este prazo é SUSPENSO, mas a MP 
continua vigente, ou seja, o prazo de vigência será superior a 120 dias se contar com 
o recesso. 
Medida Provisória REJEITADA OU que tenha PERDIDO sua eficácia por decurso de 
prazo somente poderá ser REEDITADA na Sessão Legislativa seguinte, SEM exceção 
(art. 62, §10) – do contrário, abalaria a segurança jurídica. 
Se NÃO for analisada ou se REJEITADA 
• Ela perderá a eficácia e vigência, com EFEITOS EX NUNC (não retroativos). 
• Entretanto, a Constituição diz que os efeitos dessa decisão de rejeição PODEM 
ser EX TUNC – retroativos à data de edição da MP (art. 62, §§ 3º e 11) - o Congresso 
Nacional deverá editar um DECRETO LEGISLATIVO que regulará as relações 
jurídicas que foram praticadas durante a vigência da MP, em ATÉ 60 DIAS (é como 
se a MP nunca tivesse existido). 
Se o CN NÃO fizer o Decreto Legislativo em 60 dias, as relações jurídicas decorrentes 
da MP são consideradas válidas (como se fosse uma aceitação tácita, continuarão a 
ser regidas pela MP). Não confunda isso com conversão da MP em lei! 
OBS.: NÃO há possibilidade da MP ser convertida automaticamente em lei SEM ser 
analisada pelo Congresso Nacional. 
• Se analisada e aprovada, SEM alteração: 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
67 
o NÃO haverá sanção ou veto pelo Presidente da República, 
o e a MP é convertida em LEI ORDINÁRIA de imediato. 
• Se o Congresso aprovar a MP COM ALTERAÇÕES (art. 62, §12): 
o esta deixa de ser uma MP e passa a ser um PROJETO DE LEI 
ORDINÁRIA (Projeto de Lei de Conversão), 
o seguindo para sanção ou veto presidencial. 
o Porém, o texto original da MP alterada permanecerá em vigor até 
que seja sancionado ou vetado o Projeto de Lei de Conversão. 
 
CONTROLE DE 
CONSTITUCIONALIDADE 
DA MP 
RELEVÂNCIA e URGÊNCIA 
Durante um bom tempo, o Supremo entendia que relevância e urgência eram 
conceitos jurídicos indeterminados e cabia ao Chefe do Poder Executivo defini-los. 
EXCEPCIONALMENTE, é possível o CONTROLE JUDICIAL dos requisitos de 
relevância e urgência, são requisitos mais objetivos. A RELEVÂNCIA tem a ver com 
a matéria em si e a URGÊNCIA, com a justificativa de ter se adotado uma MP por 
não ter tempo de esperar o processo legislativo comum. 
É possível que uma MP seja declarada INCONSTITUCIONAL por NÃO ter atendido 
os dois pressupostos essenciais: relevância e urgência. Estar-se-ia diante de um 
VÍCIO DE FORMA, pois são requisitos que devem ser observados para fins de edição 
de medida provisória. 
A MP pode ser objeto tanto do controle difuso quanto do concentrado. 
No DIFUSO, NÃO interessa se ela mudar de status, se ela se tornar uma lei ordinária 
ou se for rejeitada. 
Entretanto, no CONTROLE CONCENTRADO, se objeto de uma ADI, por exemplo, 
o objeto da ação é a própria declaração de inconstitucionalidade da norma, assim, 
se ela mudar de status normativo, fará diferença no andamento da ação. 
o Se no curso da ADI, a MP for convertida em LO SEM alterações ou 
COM alterações NÃO substanciais – a ação continuará a tramitar, 
não haverá prejuízo ao regular prosseguimento do feito. Nesse 
caso, o autor deverá promover um aditamento à ADI e informará 
que ajuizou a ação em face de uma medida provisória, mas que 
fora convertida em lei (informa a mudança do objeto). 
o Se no curso da ADI, a MP for REJEITADA ou convertida em LO 
COM alterações substanciais – a ação PERDE o objeto e será 
julgada EXTINTA sem decisão de mérito. 
LEI ORDINÁRIA DE 
CONVERSÃO 
A Lei Ordinária de Conversão convalida os vícios existentes na Medida 
Provisória? NÃO! 
“CONTRABANDO 
LEGISLATIVO” 
“Contrabando legislativo” é, por exemplo, quando uma MP versa sobre um assunto 
“x” e o Congresso Nacional, no seu processo de conversão em lei ordinária, INCLUInessa MP matérias que não tem nada a ver com o assunto “x” tratado. 
NÃO É PERMITIDO! 
PODER DE AGENDA 
DO CN 
Se, até o 45º DIA, NÃO tiver sido analisada, entrará em REGIME DE URGÊNCIA 
(tudo é parado até que se analise a MP), suspendendo as demais deliberações da 
pauta da Casa em que se encontrar (TRANCAMENTO DA PAUTA). 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
68 
Segundo recente entendimento do STF, o trancamento de pauta só alcança 
projetos de leis sobre temas passíveis de serem tratados por MP. 
 
DECRETOS LEGISLATIVOS 
É, por excelência, BICAMERAL, pois trata das matérias que o constituinte reservou ao CONGRESSO 
NACIONAL (art. 49). 
RESOLUÇÕES 
São, via de regra, UNICAMERAIS, pois tratam das matérias que a Constituição reservou à CÂMARA DOS 
DEPUTADOS (art. 51) e ao SENADO FEDERAL (art. 52), isoladamente. 
EXCEÇÃO: Resolução BICAMERAL (art. 68, §2º) -delegação ao Presidente por meio de resolução do CN. 
NÃO há SANÇÃO ou VETO do Presidente da República no processo de elaboração de Decretos Legislativos e 
Resoluções, tendo por fundamento o PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DE PODERES. 
 
SISTEMA INTERNO E EXTERNO DE CONTROLE 
A fiscalização consiste em atividade TÍPICA do Poder Legislativo. Pode ser exercida mediante FISCALIZAÇÃO 
ECONÔMICO-FINANCEIRA e FISCALIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA (CPI) 
 
FISCALIZAÇÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA 
A fiscalização contábil, financeira, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta 
e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, 
será exercida pelo CONGRESSO NACIONAL, mediante CONTROLE EXTERNO, e pelo sistema de CONTROLE 
INTERNO de CADA PODER. 
A fiscalização exercida pelo Congresso Nacional sobre os atos e atividades da administração pública, por meio 
do controle externo, recebe auxílio do Tribunal de Contas da União. 
Trata-se de CONTROLE POLÍTICO POR EXCELÊNCIA das atividades do Estado, exercido pelo Poder 
Legislativo, destinando-se a comprovar: 
o a probidade dos atos da administração, 
o a regularidade dos gastos públicos e do emprego de bens, valores e dinheiros públicos e 
o a fiel execução da lei orçamentária. 
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 
CARACTERÍSTICAS 
• tem sede no DF e JURISDIÇÃO ADMINISTRATIVA em todo território nacional (art. 
73) 
o NÃO é órgão do Poder Judiciário; 
o Aliás, NÃO é órgão de nenhum dos poderes, é apenas um órgão que 
presta auxílio ao Poder Legislativo na fiscalização contábil e 
financeira. 
• É, assim, um órgão AUTÔNOMO e INDEPENDENTE. 
COMPOSIÇÃO 
9 MINISTROS nomeados dentre brasileiros com: 
o MAIS DE 35 ANOS e MENOS DE 65 ANOS de idade 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
69 
o idoneidade moral e reputação ilibada 
o notórios conhecimentos jurídicos, contáveis, econômicos e 
financeiros ou de administração pública 
o MAIS DE 10 ANOS de exercício de função ou efetiva atividade 
profissional que exija os conhecimentos mencionados no inciso 
anterior. 
FUNÇÕES 
I - APRECIAR as CONTAS prestadas ANUALMENTE pelo Presidente da República, mediante 
PARECER PRÉVIO que deverá ser elaborado em SESSENTA DIAS a contar de seu recebimento; 
o O TCU JULGA as contas de todos os administradores de verbas públicas. 
o No entanto, quanto às contas do Presidente da República, o TCU apenas emite 
um PARECER e encaminha ao Congresso Nacional, que estão as julgará. 
II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da 
administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder 
Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que 
resulte prejuízo ao erário público; 
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na 
administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, 
excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de 
aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento 
legal do ato concessório; 
IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão técnica ou 
de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e 
patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais 
entidades referidas no inciso II; 
V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União participe, de 
forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo; 
VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo, ajuste 
ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município; 
VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por 
qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e 
patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas; 
VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções 
previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, MULTA proporcional ao dano causado ao 
erário (MULTA – com natureza de título executivo extrajudicial) 
IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento 
da lei, se verificada ilegalidade; 
X - SUSTAR, se não atendido, a execução do ATO impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos 
Deputados e ao Senado Federal; 
o ATO – TCU 
o CONTRATO – CONGRESSO NACIONAL 
▪ No caso de CONTRATOS, o TCU emite um PARECER ao CN, que os 
susta e deve se manifestar dentro de 90 DIAS, depois o TCU decidirá a 
respeito. 
XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados. 
 
§ 1º No caso de CONTRATO, o ato de SUSTAÇÃO será adotado diretamente pelo CONGRESSO 
NACIONAL, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis. 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
70 
§ 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de 90 DIAS, não efetivar as medidas previstas 
no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito. 
 
§ 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão EFICÁCIA DE TÍTULO 
EXECUTIVO. 
 
§ 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, TRIMESTRAL e ANUALMENTE, RELATÓRIO de 
suas atividades. 
ATENÇÃO! O TCU pode determinar a declaração de INCONSTITUCIONALIDADE de lei 
(CONTROLE DIFUSO). 
 
TRIBUNAL DE CONTAS DOS ESTADOS 
• Art. 75, da CRFB/88 – norma de OBSERVÂNCIA OBRIGATÓRIA no plano dos Estados; 
• É OBRIGATÓRIO que todo Estado tenha um TCE próprio; 
• As normas do TCU aplicam-se por simetria aos TCEs. 
o TCU – 9 conselheiros; 
o TCE – 7 conselheiros (Súmula 653 do STF). 
TRIBUNAL DE CONTAS NOS MUNICÍPIOS 
A CRFB/88 PROIBIU que os municípios criassem suas Cortes de Contas próprias (art. 31, §4º). No Brasil, só 
existem dois TCMs – RJ e SP (criados ANTES da CRFB/88). 
A fiscalização do Município é feita, portanto, pelas Câmaras Municipais com o auxílio do TCE do respectivo 
Estado OU o próprio Estado cria um Tribunal de Contas dos Municípios para auxiliar as Câmaras Municipais. 
TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS 
ÓRGÃO ESTADUAL (criado pelo Estado), pois a 
vedação atinge somente os municípios, os 
Estados podem criar! 
≠ 
TRIBUNAL DE CONTAS MUNICIPAL – TCM 
PROIBIDO 
ATENÇÃO! 
• Nos Municípios, a Corte de Contas NÃO julga as contas do Prefeito, mas o parecer emitido por aquela 
somente deixaráde prevalecer por voto de 2/3 dos membros da Câmara Municipal. 
• Prerrogativa de Foro: 
o Art. 102, I, c – compete ao STF processar e julgar os membros do TCU; 
o Art. 105, I, a – compete ao STJ processar e julgar os conselheiros dos TCEs e os membros dos 
Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios. 
 
 
FISCALIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA (COMISSÕES PARLAMENTARES DE INQUÉRITO) 
• Art. 58, §3º, da CRFB/88. 
• Lei 1.579/52 (alterada pela Lei 13.367/2016). 
CARACTERÍSTICAS • Temporária; 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
71 
• Pode ser criada no âmbito da CD ou do SF ou, ainda, ser mista (CPMI); 
• Tem a função típica de fiscalizar (do Poder Legislativo), e, em que pese a 
CRFB/88 diga que a CPI terá poderes de investigação próprios das autoridades 
judiciais, a CPI NÃO exerce atividade jurisdicional, não julga. 
REQUISITOS 
• 1/3 da Câmara ou 1/3 do Senado ou, ainda, mista (CPMI); 
• Aberta para apurar fato determinado, mas nada impede que novos fatos 
relacionados ao principal surjam; 
• Aberta por prazo certo, sendo permitidas prorrogações de forma 
fundamentada, NÃO ultrapassando, entretanto, a legislatura na qual a CPI foi 
aberta. 
CPI nos ESTADOS e MUNICÍPIOS 
Em nome do PRINCÍPIO FEDERATIVO, a CPI Estadual apura as irregularidades no Estado respectivo; a 
Municipal, no âmbito do Município; e a Federal, na própria União, NÃO é possível violação ao Pacto Federativo. 
Em prol do DIREITO DAS MINORIAS, o STF declarou a inconstitucionalidade da lei que exigia a manifestação 
da maioria absoluta do plenário da Casa Legislativa sobre as assinaturas de 1/3 dos Deputados Estaduais com 
o fim de abrir uma CPI Estadual. Bastando, assim, as assinaturas (ADI 3619). 
Aliás, em observância ao PRINCÍPIO DA SIMETRIA, a abertura de CPI no âmbito municipal e estadual deve 
observar os mesmos requisitos previstos na CRFB (plano federal). 
VEDAÇÕES 
• Em nome do Princípio da Reserva Constitucional de Jurisdição: 
o a CPI NÃO pode decretar a violação de domicílio (art. 5º, XI), sendo necessária uma ordem 
judicial para tanto; 
o NÃO pode também decretar interceptação telefônica (art. 5º, XII); 
o NÃO pode determinar a suspensão ou a dissolução das atividades de uma associação (art. 
5º, XIX); 
• NÃO pode expedir mandado de prisão com relação a fatos pretéritos, podendo ocorrer somente a PRISÃO 
EM FLAGRANTE (art. 5º, LXI), a qual NÃO é privilégio da CPI; 
• Segundo a jurisprudência do STF, a CPI também NÃO pode determinar a constrição (penhora, sequestro 
etc.) de bens dos investigados; 
o ATENÇÃO! A CPI NÃO possui poderes de cautela, mas o Presidente daquela pode solicitar 
ao Juiz. 
• NÃO pode impedir que o investigado deixe uma localidade ou seja impedido de deixar o país; 
• NÃO pode convocar magistrados para que estes respondam questões que tenha a ver com o exercício da 
atividade jurisdicional (pois seria uma interferência no Princípio da Separação de Poderes), somente sobre 
questões administrativas; 
• NÃO pode impedir a presença do advogado (art. 3º, §2º, Lei 1579/52); 
• A CPI NÃO pode determinar a condução coercitiva de testemunha – a intimação desta será solicitada ao juiz 
criminal da localidade (art. 3º, §1º, Lei 1579/52). 
Todas as decisões da CPI devem ser devidamente fundamentadas e devem partir do PRINCÍPIO DA 
COLEGIALIDADE, ou seja, as decisões precisam ser tomadas pela maioria dos membros da Comissão. 
PODERES 
• Determinar, por ato próprio (maioria de seus membros), a quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico (o 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
72 
que está documentado a respeito da conversa telefônica) dos investigados. 
o ≠ Interceptação telefônica – captação da conversa. 
• Pode pedir auxílio ao Tribunal de Contas – fiscalização contábil, orçamentária, financeira etc.; 
• Pode convocar autoridades para depor, para participar da Comissão (art. 50, CRFB/88); 
• Pode transportar-se a qualquer localidade que se faça necessária para tomar depoimento, realizar a 
investigação (tem mobilidade no plano interno do País); 
• Pode colher provas, ter acesso a documentos sigilos (mantendo, claro, o sigilo em relação a terceiros); 
• Os parlamentares, ao participarem de uma CPI, continuam tendo imunidade material. 
O STF tem reconhecido o direito ao SILÊNCIO (privilégio contra a autoincriminação) tanto para os 
investigados quanto para as testemunhas. 
E, como quem preside uma CPI, no plano federal, é um Deputado ou um Senador, os mandados de 
segurança, habeas corpus, impetrados contra atos das CPIs federais são julgados pelo STF 
(art. 102, I, d, CRFB/88). 
NÃO há número máximo de CPIs, desde que todas tenham sido criadas seguindo os requisitos. 
A CPI, se for o caso, levará o RELATÓRIO (final) ao Ministério Público OU à Advocacia Geral da União, que 
decidirá sobre o ajuizamento ou não de uma Ação (Civil, Penal) (art. 6-A). 
 
PODER JUDICIÁRIO 
 
ÓRGÃOS DO PODER JUDICIÁRIO 
I - o Supremo Tribunal 
Federal; 
• Tem sede na Capital Federal 
• Tem jurisdição em todo o território nacional; 
• LC, de iniciativa do STF, disporá sobre o Estatuto da Magistratura 
• COMPOSIÇÃO DO STF: 
o 11 MINISTROS: (Somos Todos Futebol = 11 jogadores) 
▪ escolhidos dentre cidadãos com MAIS DE 35 ANOS e MENOS DE 
65 ANOS de idade, 
▪ de notável saber jurídico e 
▪ reputação ilibada 
I-A o Conselho Nacional 
de Justiça; (EC 45/2004) 
• Tem sede na Capital Federal 
• NÃO tem jurisdição 
• COMPOSIÇÃO DO CNJ 
o 15 MEMBROS: 
▪ Indicados pelo STF: 
• Presidente do STF (presidente automaticamente); 
• 1 Desembargado do TJ 
• 1 Juiz Estadual 
▪ Indicados pelo STJ: 
• 1 Ministro do STJ 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
73 
• 1 Juiz de TRF 
• 1 Juiz Federal 
▪ Indicados pelo TST: 
• 1 Ministro do TST 
• 1 Juiz de TRT 
• 1 Juiz do Trabalho 
▪ Indicados pelo PGR: 
• 1 membro do MPU 
• 1 membro do MPE 
▪ Indicados pelo CONSELHO FEDERAL DA OAB: 
• 2 advogados 
▪ Indicados por CÂMARA DOS DEPUTADOS E SENADO FEDERAL: 
• 2 cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada (cada 
Casa indica um) 
o Mandato de 2 ANOS, admitida 1 RECONDUÇÃO 
o SALVO o presidente, que é membro automático, os demais membros são 
NOMEADOS pelo PRESIDENTE DA REPÚBLICA, depois de APROVADA a 
escolha pela MAIORIA ABSOLUTA do SENADO FEDERAL. 
II - o Superior Tribunal de 
Justiça; 
• Tem sede na Capital Federal 
• Tem jurisdição em todo o território nacional; 
• Tem 1/3 constitucional. 
• COMPOSIÇÃO DO STJ: 
o 33 MINISTROS: (Somos Todos de Jesus = 33 anos) 
▪ NOMEADOS pelo PRESIDENTE DA REPÚBLICA, 
▪ Dentre brasileiros com MAIS DE 35 ANOS e MENOS DE 65 ANOS; 
▪ Notável saber jurídico 
▪ Reputação ilibada 
o Depois de APROVADA a escolha Pela MAIORIA ABSOLUTA do SENADO 
FEDERAL. 
o Sendo: 
▪ 1/3 dentre Juízes dos TRFs e 1/3 dentre Desembargadores dos TJs, 
indicados em LISTA TRÍPLICE elabora pelo próprio Tribunal; 
▪ 1/3, em partes iguais, dentre advogados e membros do MP Federal, 
Estadual, do DF, alternadamente, indicados na forma do art. 94. 
II-A - o Tribunal Superior 
do Trabalho; (EC 
92/2016) 
• Tem sede na Capital Federal 
• Tem jurisdição em todo o território nacional; 
• Tem 1/5 constitucional. 
• COMPOSIÇÃO DO TST: 
o 27 MINISTROS: (Trinta Sem Três = 27) 
▪ Escolhidos entre brasileiros com MAIS DE 35 ANOS e MENOS DE 
65 ANOS; 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
74 
▪ De notável saber jurídico e 
▪ Reputação ilibada. 
o NOMEADOS pelo PRESIDENTE DA REPÚBLICA, depois de APROVADA 
a escolha pela MAIORIA ABSOLUTA do SENADO FEDERAL. 
o Sendo: 
▪ 1/5 dentre advogados com MAIS DE 10 ANOS de efetiva atividade 
profissional e membros do MPT com MAISDE 10 ANOS de efetivo 
exercício, observado o disposto no art. 94. 
▪ Os demais dentre juízes dos TRTs, oriundos da magistratura da 
carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior. 
III - os Tribunais Regionais 
Federais e Juízes Federais; 
• TRF – tem 1/5 constitucional; 
• COMPOSIÇÃO DO TRF: 
o No mínimo, 7 MEMBROS: 
o Recrutados, quando possível, na respectiva região 
o NOMEADOS pelo PRESIDENTE DA REPÚBLICA 
▪ Dentre brasileiros com MAIS DE 30 ANOS e MENOS DE 65 ANOS, 
Sendo: 
▪ 1/5 dentre advogados com MAIS DE 10 ANOS de efetiva atividade 
profissional e membros do MPF com MAIS DE 10 ANOS de carreira; 
▪ Os demais, mediante promoção de Juízes Federais com MAIS DE 5 
ANOS de exercício, por antiguidade e merecimento, alternadamente. 
IV - os Tribunais e Juízes 
do Trabalho; 
• TRF – tem 1/5 constitucional; 
• COMPOSIÇÃO DO TRT: 
o No mínimo, 7 MEMBROS: 
o Recrutados, quando possível, na respectiva região 
o NOMEADOS pelo PRESIDENTE DA REPÚBLICA 
▪ Dentre brasileiros com MAIS DE 30 ANOS e MENOS DE 65 ANOS, 
Sendo: 
▪ 1/5 dentre advogados com MAIS DE 10 ANOS de efetiva atividade 
profissional e membros do MPT com MAIS DE 10 ANOS de carreira; 
▪ Os demais, mediante promoção de Juízes do Trabalho com MAIS DE 
5 ANOS de exercício, por antiguidade e merecimento, alternadamente. 
V - os Tribunais e Juízes 
Eleitorais; 
TSE 
• Tem sede na Capital Federal 
• Tem jurisdição em todo o território nacional; 
• COMPOSIÇÃO DO TSE: 
o No mínimo, 7 MEMBROS, sendo: (Todos Somos Estudantes 
= 7 anos começa a estudar) 
▪ 5 deles escolhidos mediante eleição, por VOTO 
SECRETO, dentre os Ministros do STF e do STJ; 
▪ 2 deles NOMEADOS pelo PRESIDENTE DA 
REPÚBLICA, dentre 6 advogados de notável saber 
jurídico e idoneidade moral, INDICADOS pelo STF. 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
75 
VI - os Tribunais e Juízes 
Militares; 
STM 
• Tem sede na Capital Federal 
• Tem jurisdição em todo o território nacional; 
• COMPOSIÇÃO DO STM: 
o 15 MINISTROS VITALÍCIOS: (Somos Todos Meninas = 15 
anos - debutante) 
o NOMEADOS pelo PRESIDENTE DA REPÚBLICA, depois 
de APROVADA a indicação pelo SENADO FEDERAL. 
o Sendo: 
▪ 3 dentre oficiais- generais da Marinha, 4 dentre 
Oficiais-Generais do Exército, 3 dentre oficiais-Generais 
da Aeronáutica, todos da ativa e do posto mais elevado 
da carreira, e 
▪ 5 dentre civis. 
VII - os Tribunais e Juízes 
dos Estados e do Distrito 
Federal e Territórios. 
• TJ dos Estados e do DFT – tem 1/5 constitucional; 
 
1
/5
 C
O
N
S
T
IT
U
C
IO
N
A
L
 
• MEMBROS DO MP: 
o MAIS DE 10 ANOS de carreira 
• ADVOGADOS: 
o Notório saber jurídico; 
o Reputação ilibada; 
o MAIS DE 10 ANOS de efetiva atividade profissional 
• Indicados em LISTA SÊXTUPLA pelos órgãos de representação das respectivas classes. 
• Recebidas as indicações, o TRIBUNAL formará LISTA TRÍPLICE e enviando-a ao PODER 
EXECUTIVO, que, nos 20 DIAS SUBSEQUENTES, escolherá um de seus integrantes para nomeação. 
 
• Tribunais que têm QUINTO CONSTITUCIONAL: 
o TJ, TRF, TRT, TST, TJDF (todos que começam com T, SALVO eleitorais: TRE e TSE) 
• Tribunal com TERÇO CONSTITUCIONAL: STJ 
• NENHUM dos dois: STM, STF, TRE e TSE 
 
GARANTIAS 
• VITALICIEDADE: 
o que no 1º grau, só será adquirida APÓS 2 ANOS de exercício, 
▪ dependendo a PERDA DO CARGO, nesse período, de deliberação do 
tribunal a que o juiz estiver vinculado, 
▪ e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado. 
o Têm vitaliciedade: 
▪ Magistrados; 
▪ Membros do MP; 
▪ Membros do Tribunal de Contas. 
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• INAMOVIBILIDADE, SALVO por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII. 
• IRREDUTIBILIDADE DE SUBSÍDIO, RESSALVADO o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, §4º, 
150, II, 153, III, e 153, §2º, I. 
VEDAÇÕES 
• Exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, SALVO uma de magistério; 
• Receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo; 
• Dedicar-se à atividade político-partidária; 
• Receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, 
entidades públicas ou privas, RESSALVADAS as exceções previstas em lei; 
• QUARENTENA DE SAÍDA – Exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, 
antes de decorridos 3 ANOS do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração. 
 
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL 
(arts. 101 ao 103-A, CF) 
COMPETÊNCIAS 
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, 
cabendo-lhe: 
I - processar e julgar, ORIGINARIAMENTE: 
a) a AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE de lei ou ato normativo federal 
ou estadual e a AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE de lei ou ato 
normativo federal; 
b) nas INFRAÇÕES PENAIS COMUNS: 
o o Presidente da República, 
o o Vice-Presidente, 
o os membros do Congresso Nacional, 
o seus próprios Ministros e 
o o Procurador-Geral da República; 
c) nas INFRAÇÕES PENAIS COMUNS e nos CRIMES DE RESPONSABILIDADE: 
o os Ministros de Estado e 
o os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, 
RESSALVADO o disposto no art. 52, I, 
o os membros dos Tribunais Superiores, 
o os do Tribunal de Contas da União e 
o os chefes de missão diplomática de caráter permanente; 
d) o HABEAS CORPUS, sendo PACIENTE: 
o qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores; 
o MANDADO DE SEGURANÇA e o HABEAS DATA contra atos: 
o do Presidente da República, 
o das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, 
o do Tribunal de Contas da União, 
o do Procurador-Geral da República e 
o do próprio Supremo Tribunal Federal; 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
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e) o litígio entre ESTADO ESTRANGEIRO ou organismo internacional e a UNIÃO, o 
ESTADO, o DISTRITO FEDERAL ou o TERRITÓRIO9; 
f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre 
uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta; (CONFLITO 
FEDERATIVO) 
g) a EXTRADIÇÃO solicitada por Estado estrangeiro; 
i) o HABEAS CORPUS, quando o COATOR for Tribunal Superior ou quando o COATOR 
ou o PACIENTE for autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à 
jurisdição do Supremo Tribunal Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição 
em uma única instância; 
j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados; 
l) a RECLAMAÇÃO para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de 
suas decisões; 
m) a execução de sentença nas causas de sua competência originária, facultada a 
delegação de atribuições para a prática de atos processuais; 
n) a ação em que TODOS os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente 
interessados, e aquela em que MAIS DA METADE dos membros do tribunal de origem 
estejam impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados; 
o) os CONFLITOS de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer 
tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal; 
p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de inconstitucionalidade; 
q) o MANDADO DE INJUNÇÃO, quando a elaboração da norma regulamentadora for 
atribuição: 
o do Presidente da República, 
o do Congresso Nacional, 
o da Câmara dos Deputados, 
o do Senado Federal, 
o das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, 
o do Tribunal de Contas da União, 
o de um dos Tribunais Superiores, 
o ou do próprio Supremo Tribunal Federal; 
r) as ações (tipicamente constitucionais) contra o Conselho Nacional de Justiça e contra 
o Conselho Nacionaldo Ministério Público; 
II - julgar, em RECURSO ORDINÁRIO: 
a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o mandado de injunção 
decididos em ÚNICA INSTÂNCIA pelos Tribunais Superiores, se DENEGATÓRIA a 
decisão; 
b) o CRIME POLÍTICO;10 
III - julgar, mediante RECURSO EXTRAORDINÁRIO, as causas decididas em ÚNICA ou 
ÚLTIMA INSTÂNCIA, quando a decisão recorrida: 
a) contrariar dispositivo desta CONSTITUIÇÃO; (afronta direta à CF) 
 
9 Se entre Estado Estrangeiro ou organismo internacional e MUNICÍPIO ou PESSOA RESIDENTE ou domiciliada no país, a 
competência originária é do JUIZ FEDERAL e o recurso ordinário do STJ. 
10 CRIME POLÍTICO é de competência originária de JUIZ FEDERAL. 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
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b) declarar a inconstitucionalidade de TRATADO ou LEI FEDERAL; 
c) julgar válida LEI ou ATO DE GOVERNO LOCAL contestado em face desta 
CONSTITUIÇÃO. 
d) julgar válida LEI LOCAL contestada em face de LEI FEDERAL. (afronta INDIRETA 
à CF) 
 
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA 
(arts. 103-B, CF) 
COMPETÊNCIA 
Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e 
do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições 
que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura: 
I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto da Magistratura, 
podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar 
providências; 
II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade 
dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário, podendo 
desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao 
exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas da União; 
III receber e conhecer das RECLAMAÇÕES contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, 
inclusive contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais 
e de registro que atuem por delegação do poder público ou oficializados, sem prejuízo da 
competência disciplinar e correicional dos tribunais, podendo AVOCAR processos 
disciplinares em curso e determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com 
subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções 
administrativas, assegurada ampla defesa; 
IV representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a administração pública ou de 
abuso de autoridade; 
V REVER, de ofício ou mediante provocação, os PROCESSOS DISCIPLINARES de juízes 
e membros de tribunais julgados HÁ MENOS DE UM ANO; 
VI elaborar SEMESTRALMENTE RELATÓRIO ESTATÍSTICO sobre processos e 
sentenças prolatadas, por unidade da Federação, nos diferentes órgãos do Poder Judiciário; 
VII elaborar RELATÓRIO ANUAL, propondo as providências que julgar necessárias, sobre a 
situação do Poder Judiciário no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar 
mensagem do Presidente do Supremo Tribunal Federal a ser remetida ao Congresso Nacional, 
por ocasião da abertura da sessão legislativa. 
§ 5º O MINISTRO do SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA exercerá a função de MINISTRO-CORREGEDOR e 
ficará EXCLUÍDO da distribuição de processos no Tribunal, competindo-lhe, além das atribuições que lhe forem 
conferidas pelo Estatuto da Magistratura, as seguintes: 
I receber as reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas aos magistrados e aos serviços judiciários; 
II exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e de correição geral; 
III requisitar e designar magistrados, delegando-lhes atribuições, e requisitar servidores de juízos ou tribunais, inclusive 
nos Estados, Distrito Federal e Territórios. 
 
§ 6º Junto ao Conselho oficiarão o PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA e o PRESIDENTE DO CONSELHO 
FEDERAL DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. 
 
§ 7º A União, inclusive no Distrito Federal e nos Territórios, criará OUVIDORIAS DE JUSTIÇA, competentes para 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
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receber RECLAMAÇÕES e DENÚNCIAS de qualquer interessado contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, ou 
contra seus serviços auxiliares, representando diretamente ao Conselho Nacional de Justiça. 
CONTROLE DE 
CONSTITUCIONALIDADE 
Durante muitos anos, o STF entendeu que o CNJ NÃO podia realizar controle 
incidental de constitucionalidade nos processos administrativos sob a sua análise. 
Houve uma virada de jurisprudência e o entendimento, hoje, é o de que o CNJ PODE 
sim realizar esse controle incidental, afastando leis e atos violadores da Constituição 
no julgamento dos processos administrativos colocados sob sua análise. 
 
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
(arts. 104 ao 105, CF) 
COMPETÊNCIA 
I - processar e julgar, ORIGINARIAMENTE: 
a) nos CRIMES COMUNS, 
o os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, 
e, NESTES E NOS DE RESPONSABILIDADE, 
o os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito 
Federal, 
o os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, 
o os dos Tribunais Regionais Federais, 
o dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, 
o os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios 
o os do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais; 
b) os MANDADOS DE SEGURANÇA e os HABEAS DATA contra ato 
o de Ministro de Estado, 
o dos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou 
o do próprio Tribunal; 
c) os HABEAS CORPUS, quando o COATOR ou PACIENTE for qualquer das pessoas 
mencionadas na alínea "a", ou quando o COATOR for tribunal sujeito à sua jurisdição, 
Ministro de Estado ou Comandante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, 
RESSALVADA a competência da Justiça Eleitoral; 
d) os CONFLITOS de competência entre quaisquer tribunais, RESSALVADO o disposto 
no art. 102, I, "o", bem como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes 
vinculados a tribunais diversos; 
e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados; 
f) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas 
decisões; 
g) os CONFLITOS de ATRIBUIÇÕES entre autoridades administrativas e judiciárias da 
União, ou entre autoridades judiciárias de um Estado e administrativas de outro ou do 
Distrito Federal, ou entre as deste e da União; 
h) o MANDADO DE INJUNÇÃO, quando a elaboração da norma regulamentadora for 
atribuição de órgão, entidade ou autoridade federal, da administração direta ou indireta, 
EXCETUADOS os casos de competência do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da 
Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal; 
i) a HOMOLOGAÇÃO de sentenças estrangeiras e a concessão de EXEQUATUR às 
cartas rogatórias; 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
80 
II - julgar, em RECURSO ORDINÁRIO: 
a) os HABEAS CORPUS decididos em ÚNICA OU ÚLTIMA INSTÂNCIA pelos 
Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e 
Territórios, quando a decisão for DENEGATÓRIA; 
b) os MANDADOS DE SEGURANÇA decididos em ÚNICA INSTÂNCIA pelos Tribunais 
Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando 
DENEGATÓRIA a decisão; 
c) as causas em que forem partes ESTADO ESTRANGEIRO ou organismo internacional, 
de um lado, e, do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País;11 
III - julgar, em RECURSO ESPECIAL, as causas decididas, em ÚNICA ou ÚLTIMA 
INSTÂNCIA, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito 
Federal e Territórios, quando a decisão recorrida: 
a) contrariar TRATADOou LEI FEDERAL, ou negar-lhes vigência; 
b) julgar válido ATO DE GOVERNO (ato administrativo amplo) LOCAL contestado 
em face de LEI FEDERAL; 
c) der a LEI FEDERAL interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal. 
(DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL) – confronto analítico 
Parágrafo único. Funcionarão junto ao Superior Tribunal de Justiça: 
I - a ESCOLA NACIONAL DE FORMAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO DE MAGISTRADOS, cabendo-lhe, dentre 
outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira; 
II - o CONSELHO DA JUSTIÇA FEDERAL, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa e 
orçamentária da Justiça Federal de primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema e com poderes correicionais, 
cujas decisões terão caráter vinculante. 
 
TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL E JUÍZES FEDERAIS 
(arts. 106 ao 110, CF) 
ÓRGÃOS DA 
JUSTIÇA FEDERAL 
• TRF 
• Juízes Federais 
Os Tribunais Regionais Federais instalarão a JUSTIÇA ITINERANTE, com a realização de audiências e demais funções 
da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e 
comunitários. 
Os Tribunais Regionais Federais poderão funcionar descentralizadamente, constituindo CÂMARAS REGIONAIS, a fim 
de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo. 
COMPETÊNCIAS DO 
TRF 
I - processar e julgar, ORIGINARIAMENTE: 
a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e da Justiça 
do Trabalho, nos CRIMES COMUNS e DE RESPONSABILIDADE, e os membros do 
Ministério Público da União, RESSALVADA a competência da Justiça Eleitoral; 
b) as REVISÕES CRIMINAIS e as AÇÕES RESCISÓRIAS 
o de julgados seus ou 
o dos juízes federais da região; 
c) os MANDADOS DE SEGURANÇA e os HABEAS DATA 
 
11 Competência originária de JUIZ FEDERAL. 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
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o contra ato do próprio Tribunal ou 
o de juiz federal; 
d) os HABEAS CORPUS, quando a autoridade COATORA for JUIZ FEDERAL; 
e) os CONFLITOS de competência entre juízes federais vinculados ao Tribunal; 
II - julgar, em grau de RECURSO, as causas decididas pelos juízes federais e pelos juízes 
estaduais no exercício da competência federal da área de sua jurisdição. 
COMPETÊNCIAS 
DOS JUÍZES 
FEDERAIS 
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem 
interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, 
EXCETO 
o as de falência, 
o as de acidentes de trabalho e 
o as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; 
II - as causas entre ESTADO ESTRANGEIRO ou organismo internacional e MUNICÍPIO ou 
PESSOA DOMICILIADA ou residente no País; 
o o RECURSO ORDINÁRIO nesse caso vai para o STJ 
III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou 
organismo internacional; 
IV - os CRIMES POLÍTICOS (Nesse caso, o RECURSO ORDINÁRIO vai para o STF) e 
as INFRAÇÕES PENAIS praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União 
ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, EXCLUÍDAS as contravenções e 
RESSALVADA a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral; 
o ATENÇÃO! A JUSTIÇA FEDERAL NÃO julga CONTRAVENÇÕES! 
Em REGRA, a competência é da JUSTIÇA ESTADUAL. 
o EXCEÇÃO: a JUSTIÇA FEDERAL julgará contravenção quando se 
estiver diante de PRERROGATIVA DE FUNÇÃO. 
V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução 
no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente; 
V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo; 
VI - os CRIMES contra: 
o a organização do trabalho e, 
o nos casos determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem 
econômico-financeira; 
VII - os HABEAS CORPUS, em matéria criminal de sua competência OU quando o 
constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra 
jurisdição; 
VIII - os MANDADOS DE SEGURANÇA e os HABEAS DATA contra ato de autoridade 
federal, EXCETUADOS os casos de competência dos tribunais federais; 
IX - os CRIMES cometidos a bordo de navios ou aeronaves, RESSALVADA a competência 
da Justiça Militar; 
X - os CRIMES de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a EXECUÇÃO de carta 
rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas 
referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização; 
XI - a disputa sobre DIREITOS INDÍGENAS. 
 
§ 3º Serão processadas e julgadas na JUSTIÇA ESTADUAL, no foro do domicílio dos 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
82 
segurados ou beneficiários, as causas em que forem parte instituição de previdência social e 
segurado, sempre que a comarca não seja sede de vara do juízo federal, e, se verificada essa 
condição, a lei poderá permitir que outras causas sejam também processadas e julgadas pela 
justiça estadual. 
 
§ 4º Na hipótese do parágrafo anterior, o RECURSO cabível será sempre para o TRIBUNAL 
REGIONAL FEDERAL na área de jurisdição do juiz de primeiro grau. 
 
INCIDENTE DE DESCOLAMENTO DE COMPETÊNCIA ou FEDERALIZAÇÃO DOS CRIMES ENVOLVENDO 
DIREITO HUMANOS 
§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com a finalidade de 
assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil 
seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente 
de deslocamento de competência para a Justiça Federal. 
OBJETIVO 
Deslocar a competência 
• da Polícia Civil para a Polícia Federal, se o caso estiver na instância policial; 
• ou, ainda, da Justiça Comum Estadual para a Justiça Federal, caso a situação já 
esteja em grau de julgamento. 
Instituído pela EC 45/2004, para evitar que o Brasil venha ser responsabilizado, por instâncias internacionais, 
pela omissão, negligência, por não conduzir o inquérito ou fase processual de forma adequada. 
É um instrumento do FEDERALISMO COOPERATIVO, ou seja, os Estados e a União unem forças para que as 
atribuições constitucionais sejam realizadas da forma mais ágil possível. 
PRAZO 
O pedido do IDC pode ser feito A QUALQUER MOMENTO, desde o inquérito até o 
processo, desde que os requisitos sejam preenchidos. 
REQUISITOS 
(cumulativos) 
• Grave violação de direitos humanos; 
• Risco de sanção internacional; 
• Negligência ou omissão, seja na fase policial ou na judicial. 
COMPETÊNCIA PGR (chefe do MPU) → STJ 
 
TRIBUNAIS E JUÍZES DOS ESTADOS 
(arts. 125 ao 126, CF) 
Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os PRINCÍPIOS estabelecidos nesta Constituição. (PRINCÍPIO 
DA SIMETRIA) 
 
§ 1º A competência dos tribunais será definida na Constituição do Estado, sendo a lei de organização judiciária de 
iniciativa do Tribunal de Justiça. 
 
§ 2º Cabe aos Estados a instituição de REPRESENTAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE de leis ou atos 
normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, VEDADA a atribuição da legitimação para agir a 
UM ÚNICO ÓRGÃO. 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
83 
§ 3º A LEI ESTADUAL poderá criar, mediante proposta do Tribunal de Justiça, a JUSTIÇA MILITAR ESTADUAL, 
constituída: 
o em 1º GRAU, pelos juízes de direito e pelos Conselhos de Justiça e, 
o em 2º GRAU, pelo próprio Tribunal de Justiça, OU por Tribunal de Justiça Militar nos Estados 
em que o efetivo militar seja SUPERIOR A 20 MIL integrantes. 
 
§ 4º Compete à JUSTIÇA MILITAR ESTADUAL processar e julgaros militares dos Estados, nos crimes militares 
definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, RESSALVADA a competência do JÚRI quando 
a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação 
das praças. 
 
§ 5º Compete aos JUÍZES DE DIREITO DO JUÍZO MILITAR processar e julgar, singularmente, os crimes militares 
cometidos contra civis e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, cabendo ao CONSELHO DE JUSTIÇA, 
sob a presidência de juiz de direito, processar e julgar os demais crimes militares. 
 
§ 6º O TRIBUNAL DE JUSTIÇA poderá funcionar descentralizadamente, constituindo CÂMARAS REGIONAIS, a 
fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo. 
 
§ 7º O TRIBUNAL DE JUSTIÇA instalará a JUSTIÇA ITINERANTE, com a realização de audiências e demais funções 
da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e 
comunitários. 
 
Art. 126. Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de Justiça proporá a criação de VARAS ESPECIALIZADAS, com 
competência exclusiva para questões agrárias. 
 
Parágrafo único. Sempre que necessário à eficiente prestação jurisdicional, o juiz far-se-á presente no local do litígio. 
 
TRIBUNAIS E JUÍZES DO TRABALHO 
(arts. 111 a 117, CF) 
ÓRGÃOS DA 
JUSTIÇA DO 
TRABALHO 
• TST 
• TRTs 
• Juízes do Trabalho. 
COMPETE AO TST 
Processar e julgar, ORIGINARIAMENTE, a RECLAMAÇÃO para a preservação de sua 
competência e garantia da autoridade de suas decisões. 
Art. 112. A lei criará VARAS DA JUSTIÇA DO TRABALHO, podendo, nas comarcas não abrangidas por sua jurisdição: 
o atribuí-la aos JUÍZES DE DIREITO, 
o com RECURSO para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho. 
 
Art. 113. A lei disporá sobre a constituição, investidura, jurisdição, competência, garantias e condições de exercício dos 
órgãos da Justiça do Trabalho. 
COMPETÊNCIA DA 
JUSTIÇA DO 
TRABALHO 
I as ações oriundas da RELAÇÃO DE TRABALHO, abrangidos os entes de direito público 
externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal 
e dos Municípios; 
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II as ações que envolvam exercício do direito de GREVE; 
III as ações sobre REPRESENTAÇÃO SINDICAL, entre sindicatos, entre sindicatos e 
trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores; 
IV os mANDADOS DE SEGURANÇA, HABEAS CORPUS e HABEAS DATA, quando o 
ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição; 
V os CONFLITOS de COMPETÊNCIA entre órgãos com jurisdição trabalhista, 
RESSALVADO o disposto no art. 102, I, o; 
VI as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho; 
VII as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos 
de fiscalização das relações de trabalho; 
VIII a EXECUÇÃO, de ofício, das CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS previstas no art. 195, I, a , e 
II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir; 
IX outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei. 
§ 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros. 
 
§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, 
ajuizar DISSÍDIO COLETIVO DE NATUREZA ECONÔMICA, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, 
respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente. 
 
§ 3º Em caso de GREVE em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o MINISTÉRIO 
PÚBLICO DO TRABALHO poderá ajuizar DISSÍDIO COLETIVO, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito. 
Art. 115. § 1º Os Tribunais Regionais do Trabalho instalarão a JUSTIÇA ITINERANTE, com a realização de audiências 
e demais funções de atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos 
públicos e comunitários. 
 
§ 2º Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão funcionar descentralizadamente, constituindo CÂMARAS 
REGIONAIS, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo. 
 
Art. 116. Nas VARAS DO TRABALHO, a jurisdição será exercida por UM JUIZ SINGULAR. 
 
FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA 
 
MINISTÉRIO PÚBLICO 
(arts. 127 ao 130-A, CF) 
Art. 127. O Ministério Público é instituição PERMANENTE, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a 
defesa: 
o da ordem jurídica, 
o do regime democrático e 
o dos interesses sociais e individuais indisponíveis. 
 
§ 1º São PRINCÍPIOS INSTITUCIONAIS do Ministério Público: 
o a unidade, 
o a indivisibilidade e 
o a independência funcional (RESTRITA – pois deve respeito à CF e às Leis) 
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§ 2º Ao Ministério Público é assegurada AUTONOMIA FUNCIONAL e ADMINISTRATIVA, podendo, observado o 
disposto no art. 169, propor ao PODER LEGISLATIVO a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, 
provendo-os por concurso público de provas ou de provas e títulos, a política remuneratória e os planos de carreira; a lei 
disporá sobre sua organização e funcionamento. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
 
§ 3º O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes 
orçamentárias. (AUTONOMIA FINANCEIRA) 
 
§ 4º Se o Ministério Público NÃO encaminhar a respectiva proposta orçamentária dentro do prazo estabelecido na lei de 
diretrizes orçamentárias, o PODER EXECUTIVO considerará, para fins de consolidação da proposta orçamentária 
anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do § 
3º. 
 
§ 5º Se a proposta orçamentária de que trata este artigo for encaminhada em desacordo com os limites estipulados na 
forma do § 3º, o PODER EXECUTIVO procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta 
orçamentária anual. 
 
§ 6º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de despesas ou a assunção de 
obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, EXCETO se previamente 
autorizadas, mediante a abertura de CRÉDITOS SUPLEMENTARES ou ESPECIAIS. 
 
Art. 128. O MINISTÉRIO PÚBLICO abrange: 
• o MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO, que compreende: 
o o Ministério Público Federal; 
o o Ministério Público do Trabalho; 
o o Ministério Público Militar; 
o o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios; 
• os MINISTÉRIOS PÚBLICOS DOS ESTADOS. 
 
§ 1º O MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO tem por CHEFE o PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA: 
o NOMEADO (de forma livre) pelo PRESIDENTE DA REPÚBLICA (poder executivo) 
o dentre integrantes da carreira, MAIORES DE 35 ANOS, 
o após a APROVAÇÃO de seu nome pela MAIORIA ABSOLUTA (VOTAÇÃO SECRETA) dos 
membros do SENADO FEDERAL, 
o para MANDATO de 2 ANOS, permitida a (INÚMERAS) recondução. 
 
§ 2º A DESTITUIÇÃO (por crime de responsabilidade ou impeachment) do PROCURADOR-GERAL DA 
REPÚBLICA: 
o por INICIATIVA do PRESIDENTE DA REPÚBLICA, 
o deverá ser precedida de AUTORIZAÇÃO da MAIORIA ABSOLUTA (VOTAÇÃO SECRETA) do 
SENADO FEDERAL. 
 
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§ 3º Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito Federal e Territórios formarão LISTA TRÍPLICE dentre 
integrantes da carreira, na forma da lei respectiva, paraescolha de seu PROCURADOR-GERAL, que será 
o NOMEADO pelo CHEFE DO PODER EXECUTIVO, 
o para MANDATO de 2 ANOS, permitida UMA recondução. 
 
§ 4º Os PROCURADORES-GERAIS NOS ESTADOS e NO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS poderão ser 
DESTITUÍDOS 
o por deliberação da MAIORIA ABSOLUTA do PODER LEGISLATIVO (poder legislativo), na 
forma da LEI COMPLEMENTAR respectiva. 
 
§ 5º LEIS COMPLEMENTARES da União e dos Estados, cuja iniciativa12 é facultada aos respectivos Procuradores-
Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério Público, observadas, relativamente a 
seus membros: 
 
I - as seguintes GARANTIAS: 
o VITALICIEDADE, após DOIS ANOS de exercício, não podendo perder o cargo senão por sentença 
judicial transitada em julgado; 
o INAMOVIBILIDADE, SALVO por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão 
colegiado competente do Ministério Público, pelo voto da MAIORIA ABSOLUTA de seus membros, 
assegurada ampla defesa; 
o IRREDUTIBILIDADE DE SUBSÍDIO, fixado na forma do art. 39, § 4º, e RESSALVADO o disposto 
nos arts. 37, X e XI, 150, II, 153, III, 153, § 2º, I; 
 
II - as seguintes VEDAÇÕES: 
o receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas processuais; 
o exercer a advocacia; 
o participar de sociedade comercial, na forma da lei; 
o exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, SALVO uma de magistério; 
o exercer atividade político-partidária; 
o receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas 
ou privadas, RESSALVADAS as exceções previstas em lei. 
 
§ 6º Aplica-se aos membros do Ministério Público o disposto no art. 95, parágrafo único, V. (QUARENTENA DE SAÍDA) 
 
Art. 129. São FUNÇÕES INSTITUCIONAIS do Ministério Público: 
I - promover, privativamente, a AÇÃO PENAL PÚBLICA, na forma da lei; 
II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos direitos assegurados nesta 
Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia; 
III - promover o INQUÉRITO CIVIL e a AÇÃO CIVIL PÚBLICA, para a proteção do patrimônio público e social, do 
meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos; 
IV - promover a AÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE ou REPRESENTAÇÃO para fins de INTERVENÇÃO da 
União e dos Estados, nos casos previstos nesta Constituição; 
V - defender judicialmente os direitos e interesses das POPULAÇÕES INDÍGENAS; 
 
12 Iniciativa CONCORRENTE – PGR e Presidente da República 
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VI - expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua competência, requisitando informações e documentos 
para instruí-los, na forma da LEI COMPLEMENTAR respectiva; 
VII - exercer o CONTROLE EXTERNO da ATIVIDADE POLICIAL, na forma da LEI COMPLEMENTAR mencionada 
no artigo anterior; 
VIII - REQUISITAR diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, indicados os fundamentos jurídicos 
de suas manifestações processuais; 
IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua finalidade, sendo-lhe VEDADA a 
representação judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas. 
 
§ 1º A legitimação do Ministério Público para as ações civis previstas neste artigo não impede a de terceiros, nas mesmas 
hipóteses, segundo o disposto nesta Constituição e na lei. 
 
§ 2º As funções do Ministério Público só podem ser exercidas por integrantes da carreira, que deverão residir na comarca 
da respectiva lotação, SALVO autorização do chefe da instituição. 
 
§ 3º O ingresso na carreira do Ministério Público far-se-á mediante CONCURSO PÚBLICO de provas e títulos, 
assegurada a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em sua realização: 
o exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, 3 ANOS DE ATIVIDADE JURÍDICA e 
o observando-se, nas nomeações, a ordem de classificação. 
 
§ 4º Aplica-se ao Ministério Público, no que couber, o disposto no art. 93. 
 
§ 5º A DISTRIBUIÇÃO de processos no Ministério Público será IMEDIATA. 
 
Art. 130. Aos membros do MINISTÉRIO PÚBLICO JUNTO AOS TRIBUNAIS DE CONTAS13 aplicam-se as 
disposições desta seção pertinentes a direitos, vedações e forma de investidura. 
 
ADVOCACIA PÚBLICA 
(arts. 131 ao 132, CF) 
Art. 131. A ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO é a instituição que, diretamente ou através de órgão vinculado, representa 
a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da LEI COMPLEMENTAR que dispuser sobre sua 
organização e funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo. 
 
§ 1º A Advocacia-Geral da União tem por CHEFE o ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO: 
o de livre NOMEAÇÃO pelo PRESIDENTE DA REPÚBLICA 
o dentre cidadãos MAIORES DE 35 ANOS, 
o de notável saber jurídico e 
o reputação ilibada. 
 
§ 2º O ingresso nas classes iniciais das carreiras da instituição de que trata este artigo far-se-á mediante CONCURSO 
PÚBLICO de provas e títulos. 
 
 
13 O MP junto ao TC NÃO faz parte da estrutura do MP. 
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88 
§ 3º Na execução da dívida ativa de natureza tributária, a representação da União cabe à PROCURADORIA-GERAL 
DA FAZENDA NACIONAL, observado o disposto em lei. 
 
Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, organizados em carreira, na qual o ingresso dependerá de 
CONCURSO PÚBLICO de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as suas 
fases, exercerão a representação judicial e a consultoria jurídica das respectivas unidades federadas. 
 
Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste artigo é assegurada ESTABILIDADE APÓS 3 ANOS de efetivo 
exercício, mediante AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO perante os órgãos próprios, após relatório circunstanciado das 
corregedorias. 
 
ADVOCACIA 
(art. 133, CF) 
Art. 133. O ADVOGADO é INDISPENSÁVEL à administração da justiça, sendo INVIOLÁVEL por seus atos e 
manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei. 
 
DEFENSORIA PÚBLICA 
(arts. 134 ao 135, CF) 
Art. 134. A Defensoria Pública é instituição PERMANENTE, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, 
como expressão e instrumento do regime democrático, fundamentalmente: 
o a orientação jurídica, 
o a promoção dos direitos humanos e 
o a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma 
integral e gratuita, aos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º desta Constituição Federal. 
 
§ 1º LEI COMPLEMENTAR organizará a Defensoria Pública da União e do Distrito Federal e dos Territórios e 
prescreverá normas gerais para sua organização nos Estados, em cargos de carreira, providos, na classe inicial, mediante 
CONCURSO PÚBLICO de provas e títulos, assegurada a seus integrantes a garantia da INAMOVIBILIDADE e 
VEDADO o exercício da advocacia fora das atribuições institucionais. 
 
§ 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas AUTONOMIA FUNCIONAL e ADMINISTRATIVA e a 
iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias e 
subordinação ao disposto no art. 99, § 2º. 
 
§ 3º Aplica-se o disposto no § 2º às Defensorias Públicas da União e do Distrito Federal. 
 
§ 4º São PRINCÍPIOS INSTITUCIONAIS da Defensoria Pública a unidade, a indivisibilidade e a independência 
funcional, aplicando-se também, no que couber, o disposto no art. 93 e no inciso II do art. 96 desta Constituição Federal. 
 
Art. 135. Os servidores integrantes das carreiras disciplinadas nas Seções II e III deste Capítulo serão remuneradosna 
forma do art. 39, § 4º. 
 
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ORDEM ECONÔMICA E FINANCEIRA 
 
PRINCÍPIOS GERAIS DA ATIVIDADE ECONÔMICA 
(art. 170 ao 181, CF) 
Art. 170. A ORDEM ECONÔMICA, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim 
assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes PRINCÍPIOS: 
o soberania nacional; 
o propriedade privada; 
o função social da propriedade; 
o livre concorrência; 
o defesa do consumidor; 
o defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto 
ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação; 
o redução das desigualdades regionais e sociais; 
o busca do pleno emprego; 
o tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que 
tenham sua sede e administração no País. 
 
Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de 
autorização de órgãos públicos, SALVO nos casos previstos em lei. 
A atividade econômica é exercida, como regra, independentemente de autorização do Poder Público e 
prioritariamente pela iniciativa privada. 
Não obstante, o Estado também poderá atuar na atividade econômica, mas de forma SUBSIDIÁRIA e apenas: 
o quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou 
o a relevante interesse coletivo. 
Cita-se, por exemplo, a fabricação de material bélico – monopólio da união. 
Art. 177. Constituem MONOPÓLIO DA UNIÃO: 
I - a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos; 
II - a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro; 
III - a importação e exportação dos produtos e derivados básicos resultantes das atividades previstas nos incisos 
anteriores; 
IV - o transporte marítimo do petróleo bruto de origem nacional ou de derivados básicos de petróleo produzidos no País, 
bem assim o transporte, por meio de conduto, de petróleo bruto, seus derivados e gás natural de qualquer origem; 
V - a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios e minerais 
nucleares e seus derivados, com EXCEÇÃO dos radioisótopos cuja produção, comercialização e utilização poderão ser 
autorizadas sob regime de permissão, conforme as alíneas b e c do inciso XXIII do caput do art. 21 desta Constituição 
Federal. 
De outro lado, Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da 
lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para 
o setor privado. 
 
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90 
FINANÇAS PÚBLICAS 
 
 
NORMAS GERAIS 
Art. 163. LEI COMPLEMENTAR disporá sobre: 
I - finanças públicas; 
II - dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e demais entidades controladas pelo Poder 
Público; 
III - concessão de garantias pelas entidades públicas; 
IV - emissão e resgate de títulos da dívida pública; 
V - fiscalização financeira da administração pública direta e indireta; 
VI - operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; 
VII - compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da União, resguardadas as características e condições 
operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento regional. 
 
Art. 164. A competência da União para emitir MOEDA será exercida EXCLUSIVAMENTE pelo BANCO CENTRAL. 
 
§ 1º É VEDADO ao banco central conceder, direta ou indiretamente, empréstimos ao Tesouro Nacional e a qualquer 
órgão ou entidade que não seja instituição financeira. 
 
§ 2º O banco central poderá comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacional, com o objetivo de regular a oferta 
de moeda ou a taxa de juros. 
 
§ 3º As disponibilidades de caixa da União serão depositadas no banco central; as dos Estados, do Distrito Federal, dos 
Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas por ele controladas, em instituições financeiras 
oficiais, RESSALVADOS os casos previstos em lei. 
 
DOS ORÇAMENTOS 
(art. 165, CF) 
Entende-se por orçamento público o plano, derivado de lei, que contém a fixação de despesas e previsão de 
receitas, num determinado período de tempo. 
São 3 planos orçamentários previstos na Constituição: 
o o Plano Plurianual (PPA) 
o a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) 
o a Lei Orçamentária Anual (LOA). 
PPA 
A lei que institui o PPA estabelece, “de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas 
da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para 
as relativas aos programas de duração continuada” (art. 165, §1º, CF). 
O PPA é plano financeiro de LONGO PRAZO, que vige por 4 ANOS: do 2º ano do 
mandato do chefe do Poder Executivo ao 1º ano do mandato subsequente. (ART. 35, §2º, 
I, ADCT). 
LDO A LDO é a lei que compreende “as metas e prioridades da administração pública federal, 
incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração 
DIREITO CONSTITUCIONAL | POR ISIS MIGUEL 
 
 
91 
da Lei Orçamentária Anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a 
política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento” (art. 165, II, CF). 
A LDO é preparatória à elaboração da proposta orçamentária e conduz a execução da 
LOA. 
LOA 
Por sua vez, a LOA define, ANO A ANO, despesas e receitas e é a lei orçamentária por 
excelência. É composta por 3 ORÇAMENTOS: orçamento fiscal, de investimento e da 
seguridade social. 
 
ORÇAMENTOS 
DA UNIÃO 
(art. 165, §5º) 
FISCAL 
Referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e 
entidades da administração direta e indireta, inclusive 
fundações instituídas pelo Poder Público. 
DE INVESTIMENTOS 
Das empresas em que a União, direta ou indiretamente, 
detenha maioria do capital social com direito a voto. 
DA SEGURIDADE 
SOCIAL 
Abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da 
administração direta ou indireta, bem como os fundos e 
fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público. 
 
ORDEM SOCIAL (art. 193, CF) 
 
A ordem social engloba diversos assuntos, como seguridade social, educação, cultura, desporto, meio 
ambiente e proteção à família, à criança, ao adolescente e ao idoso. 
o Tem como BASE o primado do trabalho e 
o Como OBJETO o bem-estar e a justiça sociais. 
 
DA SEGURIDADE SOCIAL (art. 194 a 204) 
 
S
IS
T
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M
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ID
A
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L
 
Subsistema 
CONTRIBUTIVO 
PREVIDÊNCIA 
SOCIAL14 
(é para quem 
contribui!) 
CAPITALIZAÇÃO – exige a cotização durante certo prazo para 
fazer jus aos benefícios, em fundo individual ou coletivo, sendo os 
valores investidos pelos administradores (Previdência Privada no 
Brasil) 
REPARTIÇÃO – em regra, a ausência de contribuição durante 
determinado tempo não retira o direito ao benefício, salvo os 
casos de carência, existindo um fundo único (Previdência Pública 
do Brasil – RPPS e RGPS). 
Subsistema NÃO 
CONTRIBUTIVO 
ASSISTÊNCIA SOCIAL 
(é para quem necessita!) 
SAÚDE PÚBLICA 
(é para todos!) 
 
14 Previdência = seguro social. 
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92 
 
PRINCÍPIOS DA SEGURIDADE SOCIAL 
• universalidade da cobertura e do atendimento; 
• uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais; 
• - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços; 
• irredutibilidadedo valor dos benefícios; 
• equidade na forma de participação no custeio; 
• diversidade da base de financiamento; 
• caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação 
dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados. 
GESTÃO QUADRIPARTITE 
• Empresas 
• Trabalhadores 
• Aposentados 
• Governo 
CUSTEIO TRIPARTITE 
• Empresas 
• Trabalhadores 
• Governo

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