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Profa. Greice P. Fuller Direito Processual Penal I ● NUCCI, Guilherme ● PACELLI, Eugênio .Curso de Processo Penal ● RANGEL, Paulo. Direito Processual Penal. Pontos: 1. Causas extintivas de punibilidade; 2. Sistemas processuais penais; 3. Princípios processuais (cai na prova); (muito importante) 4. Investigação Criminal (inquérito policial) (muito importante) 5. Ação penal (muito importante) 6. Jurisdição e competência; 7. Teoria Geral das Provas; 8. Sentença (muito importante); Prova: 1 problema com perguntas e uma outra pergunta conceitual Causas extintivas da punibilidade extingue a possibilidade de imposição de pena - Conceito: são as causas que extinguem o direito de punir do Estado. Obs.: direito de punir vem posteriormente ao direito de ação. Obs. 2: as causas podem ocorrer desde o início da ação penal até o momento da execução da pena. - Espécies a) Morte do agente: pode ocorrer a qualquer tempo, desde a investigação, até o término da execução da pena. É uma causa personalíssima , ou seja, não se estende aos herdeiros e nem se comunica aos autores e partícipes do delito. Extingue todos os efeitos da sentença penal condenatória inclusive a pena de multa (que não poderá ser cobrada aos herdeiros). Só pode ser provada por certidão de óbito. b) Anistia ● Conceito: Lei Penal Federal , de efeito retroativo; que tem como consequência o “esquecimento jurídico” da conduta delitiva. ● Competência e natureza jurídica (espécies de indulgência ou clemência): Privativa do congresso Nacional e portanto exclusiva da União (art. 21, XVII e 48, VIII, ambos da CF. ● Revogação: não pode a anistia ser revogada, pois a Lei não pode retroagir para prejudicar o acusado (art.5º, LX, CF) c) Graça e Indulto Graça é um benefício individual provocado pela parte interessada, já o indulto é benefício coletivo concedido espontaneamente. (Saídas durante o cumprimento da pena). Obs.: ambos são concedidos via Decreto Presidencial. d) Perdão do ofendido e perdão judicial e) Perdão do ofendido ● Iniciada a ação penal privada o ofendido ou o seu representante legal desistem do seu prosseguimento, portanto ocorre posteriormente à ação penal. ● É possível até o trânsito em julgado (art. 106, po.2o., CP) ● Afasta todos os efeitos da sentença (penais e extrapenais) e depende da aceitação do réu. f) Perdão judicial ● Faculdade do juiz, nos casos previstos em Lei, deixar de aplicar a pena em face de circunstâncias justificadas. Exemplos: art. 121, po.5o., 129, po 8o., 140, po. 1o., I, II, todos do CP. - quando as consequências do crime já tem efeito de “punição” àquele que o pratica. g) Prescrição ● Conceito: Prescrição é a perda do direito de punir (executar a pena) do Estado pelo decurso do tempo fixado em Lei. ● Espécies: a) Prescrição da pretensão punitiva (PPP) Da data em que houve a consumação do fato até a sentença. Prazo relativo à denúncia começa a contar do seu recebimento. Prazos relativos à sentença será a partir da publicação da sentença. a.1) Conceito: é a perda do direito de punir em face do lapso temporal que vai desde a consumação do fato até a publicação da sentença condenatória e o trânsito em julgado da mesma ou do processo. No caso a prescrição será contada pela pena máxima abstratamente estabelecida em Lei (art. 109, CP) Obs.: Se houver recurso a PPP irá até o trânsito em julgado do processo a.2) Efeitos: 1. a PPP impede o início ou interrompe a ação penal. 2. Afasta todos os efeitos principais e secundários, penais e/ou extrapenais da sentença penal condenatória (Não interfere em eventual indenização no âmbito civil) a.3) Oportunidades para declaração: em qualquer tempo. Juiz pode declarar de ofício (matéria de ordem pública). MP e Defesa também poderão, ou seja, os sujeitos processuais. Até mesmo o Tribunal pode declarar de ofício (2a. Instância), o juiz da execução também pode. Obs.: o reconhecimento da prescrição impede o exame do mérito. Obs2.: decadência é perda do direito de ação a.4) Classificação ● Propriamente dita: é aquela que gera a perda do direito de punir pelo Estado, pelo decurso do tempo, sendo calculada com base na maior pena em abstrato estabelecida na Lei. ● Intercorrente ou superveniente à sentença condenatória: trata-se de espécie da PPP, sendo calculada, contudo, com base na pena em concreto (fixada na sentença) e aplicada após a condenação de primeira instância. (Da publicação da sentença até o trânsito em julgado para a defesa apresentar recurso). ● Retroativa: é espécie da PPP, sendo contudo calculada com base na pena em concreto e aplicada da publicação da sentença para trás. ● Virtual ou antecipada: espécie de PPP reconhecida antecipadamente com base na provável pena fixada na futura condenação. Lapsos prescricionais e causas interruptivas b) Prescrição da Pretensão Executória ● Contagem do prazo prescricional ● Causas interruptivas (art. 117 CP) ● Causas suspensivas (art. 116 CP) Lapsos prescricionais e causas interruptivas Termo inicial da Prescrição ★ Consumação: considera-se para fins de contagem da prescrição a data em que houve a consumação do delito. Portanto, o legislador adotou a teoria do resultado. ★ Tentativa: conta-se a partir da tentativa (conduta/ação). ★ Permanente: a contagem inicia-se após o término da permanência da conduta. Obs.: crime permanente - é aquele que se prolonga no tempo. ★ Concurso: a contagem incide isoladamente em cada resultado autônomo (art. 119, CP) Contagem do prazo (art. 10, CP) Conta-se segundo o art. 10, CP, incluindo-se o dia do começo. Trata-se de prazo improrrogável e fatal. É contado em dias corridos. Obs.: a prescrição, embora produza diversos efeitos no Direito Processual Penal, é matéria de Direito penal Cálculo prazo (máximo da pena abstratamente estabelecida no tipo penal) É feito em função da pena privativa de liberdade. Calcula-se pela pena máxima determinada abstratamente no tipo penal (art. 109, CP).Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1o do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se: 0). I - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze; II - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito anos e não excede a doze; III - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não excede a oito; IV - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não excede a quatro; V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não excede a dois; VI - em dois anos, se o máximo da pena é inferior a um ano. VI - em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano. * Exceções (arts. 63 e 115, CP) a) Se o agente menor de 21 anos na data dos fatos = reduzida pela metade b) Ser o agente maior de 70 anos na data da sentença = reduzida pela metade c) Ser o agente reincidente = aumentada Causas interruptivas (art. 117, CP) Causas interruptivas são as que obstam/paralisam o curso da prescrição, fazendo com que esse prazo se reinicie do zero, desprezando-se o tempo já decorrido (“zeram” o prazo prescricional). Art. 117. O curso da prescrição interrompe-se: I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa; II - pela pronúncia; III - pela decisão confirmatória da pronúncia; IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis; V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena; VI - pela reincidência. § 2º - Interrompida a prescrição, salvo a hipótese do inciso V deste artigo, todo o prazo começa a correr, novamente, do dia da interrupção. Causas suspensivas (art. 116, CP) Causas suspensivas são as que paralisam a contagem da prescrição (permitem a continuidade da contagem do ponto onde havia parado). Art. 116. Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não corre: I - enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa o reconhecimento da existência do crime; Obs.: “questão prejudicial” - enquanto não resolvida, em outro processo, questão que dependa do reconhecimento da existência do crime (ex.: bigamia que necessita de da análise sobre o estado civil do acusado). II - enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro. Parágrafo único. Depois de passada em julgado a sentença condenatória, a prescrição não corre durante o tempo em que o condenado está preso por outro motivo. Prescrição retroativa É o cômputo do prazo prescricional levando-se em consideração a pena em concreto, voltando-se para trás entre a publicação da sentença e o recebimento da inicial acusatória. Obs.: a lei 12.234/2010 alterou o §1º do art. 110, CP, acabando parcialmente com a prescrição retroativa. Atualmente não mais existe prescrição retroativa com relação ao período entre a data do fato e o recebimento da denúncia. Entretanto, pode ocorrer após o recebimento da denúncia. Prescrição intercorrente Princípios do Direito Processual Penal A violação de Princípios constitucionais gera nulidade absoluta. Nulidade: absoluta e relativa - Absoluta: só poderá ser sanada por impulso de algum dos sujeitos processuais, desconstitui todos os atos anteriores à ela. Poderá ser reconhecida pelas partes (por requerimento) ou até mesmo pelo juiz, de ofício. A qualquer momento, em qualquer grau de jurisdição. - Relativa: vício é sanado se não for alegado no momento oportuno. Somente as partes podem alegar, no momento logo após a sua realização. Para afirmá-lo a parte deve provar que houve prejuízo. Princípio da Dignidade da Pessoa Humana (art.1o, III, CF) Trata-se de um princípio constitucional que apresenta duplo aspecto: a) Objetivo: que se caracteriza por ser considerado uma garantia do mínimo existencial (arts. 1o., 5o., 6o. e 7o., todos da CF) b) Subjetivo: caracterizado como sentimento de respeito ao ser humano desde o seu nascimento. Princípio do Duplo Grau de Jurisdição (art. 102, II, CF) Princípio que consagra o direito de buscar o reexame da causa por órgão jurisdicional superior. Princípio do Estado de Inocência (Presunção de Inocência) (art. 5o., LVII, CF) ● Este princípio estabelece que ninguém será considerado culpado até o Trânsito em julgado da sentença penal condenatória. ● Finalidade: este princípio visa impedir violações aos direitos à intimidade, à honra, à imagem de acusados que ainda não foram condenados com trânsito em julgado. Também objetiva impedir medidas de privação de liberdade que não possuam o caráter de necessidade e não preencham os requisitos legais. E, por fim este princípio garante que o ônus da prova cabe à acusação e não à defesa. ● Questão: prisões provisórias/ processuais: decretada antes do trânsito em julgado, no curso da ação penal ○ Preventiva ○ Flagrante ○ Temporária As prisões provisórias foram revogadas pelo princípio da presunção de inocência? R.: NÃO FORAM REVOGADAS. A constituição Federal admite a prisão provisória quando prevê que ninguém será preso, SALVO em caso de flagrante ou por mandado expedido por autoridade judicial competente, assim como também quando prevê a liberdade provisória. Se assim não fosse o princípio estatal de tutelar a coletividade restaria esvaziado/ violado. Estado tem função de conferir segurança pública. Conclusões a respeito deste princípio: 1. só pode haver condenação se houver provas robustas e firme convicção do juiz. Portanto, em havendo dúvida (provas frágeis) o juiz deverá absolver o réu pelo princípio -”in dubio pro reo”. 2. Cabe ao ministério público comprovar a culpa do réu. 3. As prisões provisórias somente podem ser decretadas: a) Como medida cautelar b) Se houver necessidade c) Se presentes os requisitos legais Princípio do Devido Processo Legal (art. 3º, inciso LIV, CF) Ninguém será privado de seus bens e de sua liberdade sem o devido processo legal. Devido processo legal: ação penal que tenha respeito ao ritoestabelecido no CPP e às garantias (princípios) constitucionais. Princípio do Contraditório ● Conceito: este princípio é caracterizado por dois requisitos: ○ Ciência + Participação: Em relação a ciência pode-se dizer que corresponde ao direito das partes serem cientificadas de qualquer ato processual. Esta certificação pode ser através de citação, intimação ou notificação. ■ Citação: dando ciência da instauração de um processo. ■ Intimação: dando ciência de um ato pretérito. Ex.: realização de um laudo pericial. ■ Notificação: dando ciência de um ato futuro. Ex.: ocorrerá audiência. Em relação à participação afirma-se que há a necessidade de dar-se a oportunidade: a) De produzir provas b) Ser ouvido (por interrogatório ) c) Contrariar a manifestação da parte contrária. Portanto, o princípio em questão estabelece o equilíbrio entre o direito de punir e o direito à liberdade, dirigindo-se assim à defesa e à acusação ● Decorrências ○ Princípio da Liberdade Processual: faculdade do acusado nomear o advogado que quiser, bem como produzir as provas necessárias à sua tese. ○ Princípio da Igualdade Processual: trata-se de princípio que estabelece que a parte seja ouvida em igualdade de condições, tenha ciência dos atos e igualdade de possibilidades de contrariar. Portanto, trata-se da igualdade de Direitos entre as partes acusadora e acusada. Questão: Aplica-se ao inquérito policial? Não se aplica o contraditório ao inquérito policial, pois não se trata de um processo judicial, mas de um mero procedimento administrativo com a finalidade de investigar a autoria e a materialidade do delito. Assim, no inquérito policial não se fala em acusação formal (denúncia oferecida pelo mp), não há a possibilidade de imposição de sanção penal, não há litígio e não há partes (MP e Réu). Princípio da Ampla Defesa ● Direito de defesa (ampla e plena) ● Decorrências/ requisitos ○ Princípio da autodefesa: ■ Interrogatório ■ Presença nos atos processuais ■ Direito ao silêncio ■ Direito a ser “entrevistado” pelo advogado antes de qualquer ato processual. ○ Princípio da defesa técnica: ■ direito a ter um advogado. ■ O acusado tem o direito de escolher a sua defesa, podendo esta ser através de defensor constituído (particular), dativo (particulares, mas se inscrevem na OAB, que tem um convênio com o Estado, para funcionar no processo quando não há possibilidade de um defensor público funcionar) ou público (concursado na Defensoria Pública). Além disso, deve ser observada a possibilidade das partes intervirem no interrogatório judicial (art. 188, CPP), bem como do interrogatório ser feito por meio de videoconferência Princípio do Juiz Natural (art. 5o., LIII e XXXVIII, CF) ● Conceito: trata-se de um princípio que apresenta duas decorrências: a. “Ninguém será processado e nem sentenciado senão por autoridade competente (ou seja, aquela previamente estabelecida na constituição, sendo independente e imparcial)”. b. Não haverá tribunal ou juízo de exceção (ou seja, aquele cujas regras de competência foram estabelecidas após o fato a ser julgado). Umas exceção a este princípio foi o Tribunal de Nuremberg, que fez exceção também ao princípio da legalidade . Princípio da Verdade Real ● Conceito: o juiz tem o dever de investigar como os fatos ocorreram na realidade, não se conformando com a mera verdade formal (ou seja, aquela trazida pelas partes ao processo). ● Liberdade do acusado X Segurança da sociedade: valores importantíssimos ● Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício: I - ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida; II - determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de diligências (“provas, durante a ação penal”) para dirimir dúvida sobre ponto relevante. ● Decorrências: a. dever do juiz de dar seguimento à relação processual quando da inércia das partes. b. **Determinar de ofício provas necessárias à formação de sua convicção (art. 156 CPP) ● Limitações (exemplos): a. Inadmissibilidade de provas obtidas por meios ilícitos. b. Limitação para depor de pessoas que em razão de função, ofício ou profissão devam guardar sigilo (art. 207, CPP). Ex.: advogado, psicólogo, médico e etc. Princípio da Motivação das Decisões (art.5o., LXI e 93, IX, CF) Motivar = Fundamentar Finalidade: para análise e fiscalização da imparcialidade do juiz e legalidade das decisões e até mesmo para assegurar o princípio da ampla defesa. Questão (prova): quem decreta prisões e somente o juiz, o delegado e o MP podem requerer, porém somente o juiz decreta. Uma prisão não fundamentada, em que o juiz apenas remete à fundamentação do delegado ou MP será nula, o que a defesa pode requerer por meio do Habeas Corpus. Princípio da Publicidade ● Decorrência: Decorre do princípio democrático de Direito que instituiu o sistema acusatório e contraditório no processo penal. Trata-se de sistema oposto ao chamado inquisitivo, que é secreto, sigiloso, onde não há igualdade das partes e não há divisão entre órgãos diferentes das funções de julgar, acusar e defender. ● Finalidade: consiste em um freio contra ilegalidades, fraudes e corrupções. ● Aspectos: ○ Publicidade aberta/geral: os atos podem ser assistidos por qualquer pessoa. ○ Publicidade restrita ou especial: é exceção e ocorre para defesa da intimidade e do interesse social .art. 5o,X, CF. Exemplos: i. art. 217, do CPP (retirada do réu da audiência, se puder influenciar a vítima ou a testemunha); ii. . Art. 792, p. 1o, CPP (se resultar escândalo ou perturbação da ordem). Sigilo. Princípio da vedação das provas ilícitas Art. 5o, LVI, CF Art 154, p.u., CPP Art. 156, “ caput” , CPP Princípio da Vedação das Provas Ilícitas ou Princípio da Proibição de Obtenção de Provas Ilícitas i. Previsão Legal: ● Artigo 5°, LVI da Constituição Federal: ○ Se descumprido,gerará a nulidade absoluta do processo e acarretará as devidas consequências!!! ● Artigo 155, parágrafo único do CPP: ● Artigo 157, “ caput ” do CPP: ii. Provas Ilegais ( Ada Pellegrini Grinover ): ● Ilícitas : são aquelas que violam regras de direito material, ou seja, do Código Penal; ● Ilegítimas : são aquelas que violam regras de direito processual penal, ou seja, do Código de Processo Penal. iii. Conceito: são as consideradas como aquelas que VIOLAM o Direito Penal e o Direito Processual Penal; iv. Exemplos: confissão obtida mediante tortura; interceptação sem autorização legal; depoimento prestado com violação à regra do sigilo profissional ( artigo 207 do CPP), documento exibido em plenário do Júri sem antecedência mínima ( artigo rigor 479 do CPP ) e etc. ➔ Interceptação Telefônica i. Conceito: é a captação e gravação de conversa telefônica no mesmo momento em que ela se realiza POR TERCEIRA PESSOA, SEM O CONHECIMENTO DE QUALQUER DOS INTERLOCUTORES ; ii. Previsão Legal: ● Artigo 5°, XII da CF (); ● Lei 9296/96 ( requisitos ): ○ são casos de admissão a investigação criminal ( quando for importante a um inquérito policial ) e instrução ( fase de produção de provas em uma ação penal ) no Processo Penal ( fase probatória ) e ainda, que esses crimes sejam apenados com reclusão ! ○ Prazo: 15 dias, prorrogáveis por mais 15 dias ( o STF, pela Ministra Carmen Lúcia, estabeleceu que em casos complexos poderão haver prorrogações sucessivas ); ○ Determinação: quem pode determinar é o Juiz, de ofício, requerimento da Autoridade Policial ( somente no Inquérito policial ), ou ainda, a requerimento do Ministério Público ( ação penal ); ○ Pedido: há a necessidade de demonstração da sua necessidade e indicação dos meios a serem utilizados; ○ Trata-se de providência excepcional ; ○ A Interceptação será realizada em autos apartados dos autos principais e haverá SIGILO ! ! ! ! ○ O Juiz terá 24 horas para decidir e indicará a forma de execução das medidas; ○ As diligências serão efetuadas pela autoridade policial. ○ OBSERVAÇÃO IMPORTANTE : o sigilo entre advogado e cliente NÃO PODERÁ SER QUEBRADO ! Há quem defenda a quebra do sigilo diante de um interesse maior, ou seja, nesses casos, a intimidade/privacidade poderá ser relativizada ( deve ser analisado caso a caso ). iii. Distinção com gravação clandestina: iv. Quebra do Sigilo Bancário e Fiscal: v. Teoria dos Frutos da Árvore Envenenada ( da prova ilícita por derivação ): Sistemas Processuais 1. Inquisitivo ou inquisitorial É aquele no qual o juiz acusa e julga, tal sistema fere o princípio da imparcialidade. Era admitido antes da constituição federal de 88 nas contravenções penais e nos crimes de homicídio e lesão corporal culposos. Era chamado de Procedimento judicialiforme , oposto ao que prescreve o artigo 129, I da Constituição Federal. 2. Acusatório: é aquele no qual há uma separação entre os órgãos encarregados de realizarem a acusação, a defesa e o julgamento. Neste sistema garante-se a plenitude de defesa e o tratamento isonômico às partes. Tendo em vista que a iniciativa da acusação é do órgão acusador, o defensor terá sempre o direito de se manifestar por último. Sistema do Brasil e da maioria dos países ocidentais 3. Misto: neste sistema há duas fases: ● Investigatória e acusatória Sendo que ambas são presididas pelo juiz tal sistema vige no CPP do sistema francês de 1908. Inquérito Policial ● Conceito: procedimento administrativo preparatório e informativo destinado a fornecer ao órgão da acusação elementos de prova (autoria e materialidade) necessários à propositura da ação penal (através do oferecimento da denúncia pelo mp ou da queixa crime pela vítima) ● Destinatários ○ Imediato - Direto: Ministério Público ○ Mediato - Indireto: juiz ● Dispensável: ** o inquérito policial é dispensável, pois se o titular, se da ação penal (órgão de acusação) tiver em mãos elementos necessários ao oferecimento da peça acusatória (denúncia ou queixa) o ip será dispensável. Leitura obrigatória: arts. 12, 27, 46 po. 1o., todos do cpp. Obs.: as provas, neste caso, são chamadas de “peças de informação”. Podem ser fornecidas: ○ CVM: Comissão de Valores Monetários. ○ Receita Federal ○ Banco Central ○ Qualquer do povo ● Contraditório? Não. ○ Não tem acusação ○ Não tem partes ○ Não tem lide/litígio ● IP é: ○ Escrito ○ Sigiloso - só os advogados podem ver, há quem sustente que podem ver mesmo sem procuração Relatório - conclusões. Não vinculam o mp. Dipo - Departamento de inquéritos policiais - “distribuidor” -irá ao mp para que este ofereça denúncia ou não - oferecendo, vai ao juiz. MP não pode arquivar o inquérito policial de ofício, portanto o inquérito vai ao juiz mesmo que decida não denunciar. ● “Notitia Criminis” - notícia da ocorrência de um crime. Portanto queixa-crime é peça acusatória de ação penal privada Vícios Um vício no Inquérito policial vai gerar uma irregularidade, pois o IP é mero procedimento administrativo e a autoridade policial não detêm competência (apenas atribuição). Prazos para o Inquérito: ● Solto - 30 dias (Art. 10, “Caput”, CPP) ○ Prorrogação ao juiz - passa pelo MP ● Preso - 10 dias (Art.10, “ caput”, CPP ○ Para encerramento + soltura, pode ser pedida a decretação de prisão preventiva. Indiciamento Ato formal (declaração) de convencimento da autoridade policial de que determinada pessoa é autora do crime, ou seja, é a imputação a alguém no Inquérito policial da prática da infração penal que está sendo apurada . Não vincula o juiz e tampouco o Ministério Público . **consequências: lançamento do nome do investigado no sistema de informações da secretaria de segurança pública, assim como na folha/certidão de antecedentes criminais. ➔ em todo IP há indiciamento? Não ◆ Acusado pode prestar meras declarações (suspeita) ◆ Acusado pode prestar meras declarações e ser indiciado (convencimento/ certeza) ◆ Contra um indiciamento= HC Provas novas (Art. 18, CPP e súmula 514, STF) Se após o arquivamento dos autos do IP surgirem provas novas de autoria contra o investigado, o Delegado deverá reabrir o IP, pois se trata de procedimento administrativo no qual não se pode falar em coisa julgada ou trânsito em julgado. Valor probatório = o valor informativo Regra geral: valor relativo, pois não se pode fundamentar uma decisão condenatória apoiada exclusivamente no IP, pois neste procedimento não há o contraditório (que só ocorrerá na fase judicial). Entretanto, se no Inquérito policial realizarem certas provas periciais haverá uma maior dose de veracidade, pois embora praticadas sem a participação do acusado, nelas impera o fator de ordem técnica , gerando a necessidade de uma apreciação objetiva e segura. Formas de Instauração a) De ofício (Art. 5º, I, CPP) Se trata de um ato voluntário da autoridade sem pedido/ requerimento expresso qualquer pessoa. O delegado será obrigado a instaurar o Inquérito policial sempre que tomar conhecimento de crime de ação penal pública. Neste caso o delegado baixará a chamada portaria (que irá declarar instaurado o Inquérito Policial, determinando produção de provas b) Requisição judicial ou do MP (Art.5o., II, 1a. Parte, CPP) Ordem que o juiz ou MP dá ao delegado; para instaurar o Inquérito policial c) Requerimento do ofendido (Art.5o., II, 2a. Parte, CPP) Pedido. Boletim de ocorrência não é requerimento de Instauração de i.p.(que é um requerimento formal) d) Auto de prisão em flagrante Documento que formaliza a prisão em flagrante e será o documento inicial do inquérito policial e) Representação do ofendido (Art.5o., po.4o., CPP Condição para o oferecimento da denúncia e que ocorre nos crimes de ação penal pública condicionada. Ex.: até. 147 do CP, crime de ameaça. Termo circunstanciado (TC) Art. 69, lei 9099/95: Jecrim Conceito: trata-se de uma investigação sumária para apurar a autoria e a materialidade dos fatos visando conter: a) Qualificação do autor da infração b) Qualificação da vítima c) Maneira como os fatos ocorreram (versão dos envolvidos) d) Qualificação das testemunhas e resumo dos fatos e) Exames requisitados f) Assinatura dos envolvidos g) Todos os dados que sejam relevantes ao caso concreto Ex.: objetos apreendidos, croquis, etc. É como um inquérito policial resumido por tratar-se de crimes de menor potencial lesivo (pena máxima abstratamente prevista não superior a 2 anos). EXAME OAB OBS.: na Lei 11.340/2006 art. 41 Lei Maria da Penha mesmo que a pena não seja superior a 2 anos deve ser instaurado o inquérito policial e não o termo circunstanciado. Ação Penal Conceito: é o direito de pedir ao Estado-juiz a aplicação do Direito Penal ao caso concreto. Prestação Jurisdicional para se buscar uma sentença. ● Condições da Ação Penal: são os requisitos que subordinam o exercício do direito de ação. Falta de condição da ação resulta em carência da ação penal. a. Possibilidade jurídica do pedido : o pedido precisa estar admitido/ expresso em Lei. Princípio da legalidade: Lei seguindo a competência (União) e seguindo o procedimento previsto na Constituição. b. Interesse de agir: compreende a falta de justa causa: ■ Necessidade (necessidade do uso da via judicial. Exemplo de falta de necessidade, é a extinção da punibilidade como prescrição e morte do agente) + adequação da prestação jurisdicional, ou seja, o procedimento e rito adequado, exemplo de inadequação , roubo pelo JECRIM, que é sumaríssimo, quando deveria ser procedimento ordinário. ■ Justa causa = interesse de agir c. Legitimação para agir: legitimação para estar em juízo ou capacidade para estar no pólo ativo e passivo. Ex.: menor não pode figurar no polo passivo de ação penal. Ex.: atipicidade resulta em: falta de interesse de agir (necessidade) e possibilidade jurídica do pedido. ● Espécies Ação Penal Pública Incondicionada ● Conceito: é aquela promovida através do MP por meio da Denúncia ● Titularidade: o titular desta ação é o Ministério Público. Obs.: neste tipo de ação não há a exigência de requisito/ condição específica para o oferecimento da denúncia, ou seja, ajuizamento da ação . ● Princípios 1) Obrigatoriedade é diferente de oportunidade: sinônimo de legalidade. O MP identificando indícios de autoria e materialidade em uma conduta criminosa tem a obrigatoriedade de oferecer a denúncia, ou seja, iniciar a ação penal. Pena de prevaricação. ■ Oportunidade/ conveniência/ discricionariedade regrada: confere a quem cabe promover a ação penal uma certa margem de liberdade para apreciar a oportunidade e conveniência de fazê-lo. Casos: ação penal privada e artigo 76 da Lei 9.099/95 que diz respeito a transação penal. 2) Indisponibilidade: artigo 42 do CPP, que diz que o MP não pode dispor/ desistir da ação penal em curso. Pena de prevaricação. Art. 42. O Ministério Público não poderá desistir da ação penal. 3) Oficialidade: A ação penal deve ser iniciada por um órgão oficial denominado Ministério Público (art. 129, I da CF) e a investigação criminal (Inquérito Policial) Deve ser realizada pela polícia civil ou federal, segundo artigo 144 da CF. Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei; Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: I - polícia federal; II - polícia rodoviária federal; III - polícia ferroviária federal; IV - polícias civis; V - polícias militares e corpos de bombeiros militares. Obs.: persecução penal: é igual à atividade de busca de provas em fase policial (Inquérito Policial) e em fase judicial (ação penal). 4) Intranscendência: a ação penal só pode ser movida contra a pessoa a quem se imputa (acusa) a prática do delito . 5) Indivisibilidade: deve abranger todos aqueles que cometeram o delito,sendo desdobramento do princípio da obrigatoriedade, pois se o MP é obrigado a propor ação penal pública, não poderá escolher quais serão os processados, tendo em vista que isto seria admissão do princípio da oportunidade. No caso não tem como consequência a renúncia, podendo ser agregada a qualquer tempo. ● Exceto em caso de haver justificativa, ao exemplo de não haver provas suficiente de autoria para o oferecimento da denúncia sobre determinado indivíduo. Denúncia/ Queixa-crime ● Prazo: art 46, CP Art. 46. O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso, será de 5 dias, contado da data em que o órgão do Ministério Público receber os autos do inquérito policial, e de 15 dias, se o réu estiver solto ou afiançado. No último caso, se houver devolução do inquérito à autoridade policial ( art. 16 ), contar-se-á o prazo da data em que o órgão do Ministério Público receber novamente os autos. § 1 o Quando o Ministério Público dispensar o inquérito policial, o prazo para o oferecimento da denúncia contar-se-á da data em que tiver recebido as peças de informações ou a representação ○ Réu preso: 5 dias ■ Se passar dos 5 dias o réu preso vai ter que ser solto, se não ocorrer imediatamente mediante requerimento do réu, se dará por meio de Habeas Corpus; ■ Se trata de prazo impróprio , portanto o decurso de prazo não implica em consequências para o promotor (mediante justificação), a única consequência para o caso será a soltura do réu preso. ○ Réu solto: 15 dias. ● Requisitos: art 41, CPP: Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas. ● Rejeição: art. 395, CPP ○ Inépcia - quando faltam os requisitos do art. 41 ○ Falta pressupostos / condições da ação ○ Justa causa (que também é condição da ação). Ação Penal Pública Condicionada ● Conceito: é aquela cujo exercício do direito de ação depende de uma condição, ou seja, é aquela na qual a denúncia depende de uma condição específica para ser oferecida e deferida ● Titularidade: Ministério Público. ● Condição específica da ação - Representação ○ Forma: não tem forma especial (STF): basta a exteriorização da vontade da vítima mais informações que esclareçam o fato e a autoria, segundo artigo 39, §2º do CPP. Obs.: se for feita contra um acusado se estenderá aos demais em face do princípio da indivisibilidade e obrigatoriedade Art. 39. O direito de representação poderá ser exercido, pessoalmente ou por procurador com poderes especiais, mediante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do Ministério Público, ou à autoridade policial. § 1 o A representação feita oralmente ou por escrito, sem assinatura devidamente autenticada do ofendido, de seu representante legal ou procurador, será reduzida a termo, perante o juiz ou autoridade policial, presente o órgão do Ministério Público, quando a este houver sido dirigida. § 2 o A representação conterá todas as informações que possam servir à apuração do fato e da autoria. § 3 o Oferecida ou reduzida a termo a representação, a autoridade policial procederá a inquérito, ou, não sendo competente, remetê-lo-á à autoridade que o for. § 4 o A representação, quando feita ao juiz ou perante este reduzida a termo, será remetida à autoridade policial para que esta proceda a inquérito. § 5 o O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a representação forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a ação penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no prazo de quinze dias. ● Prazo: o prazo é de 6 meses contados do dia em que vier a saber quem é o autor do crime (artigos 38 do CPP e 103 do CP). Trata-se de prazo Decadencial (não se suspende nem se prorroga). Se a representação não for apresentada em 6 meses haverá extinção da punibilidade. art. 107, IV do CP. ○ Irretratável? Depende. É irretratável, desde que após o oferecimento da denúncia arts. 25, CPP e 102, CP. Art. 25, CPP - A representação será irretratável, depois de oferecida a denúncia. Art. 102, CP - A representação será irretratável depois de oferecida a denúncia. Opções do MP ● Ação Penal Pública Condicionada ● Ação Penal Pública Incondicionada 1. Pedido de arquivamento (17, CPP) a. Deferimento - arquivo - decisão é irrecorrível; b. Indeferimento - art. 28, CPP - Procurador Geral de Justiça i. Pgj pode concordar com o juiz em oferecer a denúncia ii. Pgj pode designar outro promotor para oferecer a denúncia iii. Pgj pode insistir no arquivamento Excepciona-se portanto à característica do juiz dar a decisão final. 2. Pedido de novas diligências a. Deferimento - retorno dos autos à origem ( volta à Delegacia para a continuação do IP); b. Indeferimento - Correição Parcial - doutrina fala que promotor pode entrar com correição parcial, é um ato, como um recurso e quem decide sobre este ato é a corregedoria do TJ ou instância superior à que a decisão foi prolatada. 3. Oferecimento da Denúncia a. Rejeição (art. 395, CPP) - cabe Recurso em Sentido Estrito (art. 581, I, CPP); b. Recebimento - não cabe recurso, pode ser utilizado Habeas Corpus. Ação Penal Privada 1. Conceito: é aquela em que o Estado transfere a titularidade do Direito de ação para a vítima/ ofendido ou seu representante legal (mesmo nesta ação o Estado continua tendo o Direito de punir, só não tendo o direito de ajuizar a ação penal).; 2. Titularidade: ofendido; 3. Princípios ○ Indivisibilidade: art. 48, CPP, ou se processa todos, ou nenhum. ○ Se o ofendido não processa todos o Mp não pode aditar a inicial para constar todos os agentes, pois a ação não é de titularidade do Mp, e sim do ofendido Art. 48. A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao processo de todos, e o Ministério Público velará pela suaindivisibilidade. Art. 49. A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos autores do crime, a todos se estenderá. ● No caso do ofendido deixar de incluir um dos coautores na queixa-crime haverá: ■ A renúncia tácita ao direito de queixa que se estenderá a todos gerando a extinção da punibilidade em face de todos os coautores; ■ O MP não poderá aditar a queixa pois não possui titularidade para ação penal PRIVADA; ○ Disponibilidade: ■ Pública é indisponibilidade ■ Que a vítima ou ofendido pode desistir da ação penal (arts. 49 e 50 ambos do CPP) ○ Oportunidade / conveniência ■ Pública é obrigatoriedade; ■ Que o ofendido ou a vítima pode propor ou não ação penal. ○ Intranscendência: ■ a ação só pode ser ajuizada contra aquele que praticou o crime; ○ Prazo: ■ 6 meses do conhecimento da autoria,prazo decadencial (não se suspende e não se prorroga). ○ Espécies ■ Exclusiva ou propriamente dita: aquela proposta pelo ofendido ou por quem legalmente o represente; ■ Personalíssima: é aquela promovida pelo próprio ofendido, sem que esse direito se transmita aos sucessores previstos no artigo 31 do CPP. Portanto, a morte do ofendido gera a extinção da punibilidade. Se o ofendido for incapaz o direito de ação não será transmissível aos seus representantes, devendo-se aguardar o término da incapacidade para ingressar com a queixa-crime. Neste caso haverá a suspensão do prazo decadencial. Hipótese única: previsto no artigo 236, parágrafo único do CP: Induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento matrimonial; ■ Privada subsidiária da pública: se o MP nos casos de ação de iniciativa pública (ação penal pública) não ajuizar a ação no prazo legal, o ofendido ou seu representante legal subsidiariamente poderão ajuizá-la. Art. 100, § 3º do CP. ● Prazo: 6 meses contados do término do prazo legal para o exercício da ação. Artigos 103, CP e 38 CPP; ● Peça: queixa subsidiária. ○ Hipóteses de atuação do MP após a apresentação da queixa subsidiária: ■ Aditar a queixa subsidiária; ■ Repudiar/afastar a queixa subsidiária oferecendo a denominada denúncia substitutiva ; ■ Produzir provas; ■ Intervir em todos os termos do processo, sob pena de nulidade (artigos 563 e 564, III, “d” do CPP); ■ Interpor recurso. Como identificar o tipo de ação 1. Art 147 ameaça, CP , parágrafo único - representação - ação penal pública condicionada 2. Art. 138 -140 crimes contra a honra disposições comuns - queixa - ação penal privada 3. Se não tem nada sobre. Ex.: crimes contra o patrimônio -ação penal pública incondicionada ● Diferenças entre ação penal pública e privada: ○ Titularidade: pública = MP / privada = vítima ou ofendido ○ Peça acusatória: pública=denúncia / privada=queixa-crime ○ Princípios Se o ofendido não processa todos o Mp não pode aditar a inicial para constar todos os agentes, pois a ação não é de titularidade do MP. Rito 1. Denúncia/queixa 2. Citação 3. Resposta à acusação 4. Absolvição sumária 5. Audiência de instrução e julgamento 6. Memoriais 7. Sentença Citação (artigo 396 do CPP) ● Conceito: ato processual que visa dar conhecimento ao Réu da existência de ação penal, bem como cientificá-lo do prazo para apresentação da resposta à acusação (também denominada preliminar ou escrita) ● Ausência: nulidade absoluta (pois fere um princípio constitucional) ● Formas: ○ Real ou pessoal ○ Ficta (edital) ○ Com hora certa Real ou Pessoal ● Instrumentos pelos quais se realiza desta citação: ○ Mandado: ■ Art. 351 e seguintes do CPP ■ Contrafé - denúncia e mandado de citação - 10 dias para resposta à acusação, contados da juntada do mandado ■ Pode citar aos finais de semana e feriados (amigo da pro) ■ Obs.: citação do réu preso (art 360 do cpp) a citação se dará por meio de mandado (pessoalmente) no local onde o réu estiver recolhido. O desrespeito a esta regra gera nulidade absoluta ■ Leitura dos artigos 358 e 359 (militar e funcionário público - através do superior hierárquico) ○ Carta precatória: comarcas distintas. Onde estiver sendo realizado o processo e onde está o réu (art. 353 CPP), ■ Juízo deprecante - juízo do processo ■ Juízo deprecado - juízo em que o réu se encontre ■ Obs.: O prazo para resposta conta-se da data do cumprimento do mandado e não de sua juntada aos autos (Súmula 170, do STF) ○ Carta rogatória: Países diferentes (art. 368, CPP): ocorre quando a citação deve ocorrer em outro país (neste caso, haverá suspensão do prazo da prescrição). A carta deve ser encaminhada ao Ministério da Justiça que solicitará o seu cumprimento ao Ministério das Relações Exteriores ○ Carta de ordem: de um órgão jurisdicional para outro órgão jurisdicional Por hora certa ● Verificando que o réu se oculta para não ser citado, o oficial certificará a ocorrência e procederá à citação com hora certa (na forma dos artigos 227 a 229, CPC). Acusado tem localização certa, mas se oculta, oficial vai duas vezes à sua localização e não o encontra, na terceira vez cita por meio de um familiar / vizinho , para apresentar resposta à acusação em 10 dias. ● Lei 11.719/08 ● Art. 362, CPP ● Consequências ○ Se o R não apresentar a resposta à acusação - juiz irá nomear um defensor dativo (inscrito na OAB, para fazer as “ vezes” de defensor público - Ação Penal não será suspensa (10 dias - art. 386-A) Citação Ficta ou por Edital Art 363, §1º, CPP Réu encontra-se em local incerto e não sabido a) Quando o Réu não for encontrado. Não se sabe a localização do réu - Art. 396, p.u. CPP Consequências - se não apresenta resposta escrita e não nomeia defensor - há suspensão do processo - não se nomeia defensor ● Haverá suspensão da prescrição? ● Por quanto tempo o processo ficará suspenso ○ 3 teorias ■ 1ª Teoria: o processo ficará suspenso até o réu aparecer. Enquanto o processo estiver suspenso, não corre a prescrição (STF Recurso Extraordinário 460971). Crítica: esta teoria torna o crime imprescritível,o que é vedado,tendo em vista que só a Constituição Federal pode fazê-lo ■ 2ª Teoria: o limite deve ser o prazo máximo previsto no artigo 109 do CP, ou seja, 20 anos. ■ 3ª Teoria: o processo e a prescrição ficam suspensos pelo próprio prazo da prescrição do crime respectivo (pelo máximo da pena estabelecida pela Lei). Súmula 415 do STJ. b) Quando inacessível o local onde se encontre ● Hipóteses de catástrofe, guerra Obs.: crime de lavagem de dinheiro: Lei 9.613/98: NÃO SE APLICA O ARTIGO 366 DO CPP E O PROCESSO SEGUE ATÉ O JULGAMENTO COM NOMEAÇÃO DE DEFENSOR DATIVO, MESMO NA HIPÓTESE DA CITAÇÃO TER SIDO FEITA POR EDITAL Artigo 366, CPP - produção antecipada de provas - urgentes e revelia Artigo 367, CPP - revelia - não há presunção de veracidade -ampla defesa + contraditório. A revelia no processo penal tem como efeito o fato de o réu não ser mais intimado pessoalmente dos atos processuais. Entretanto, poderá produzir suas provas e não haverá a presunção de veracidade Prova - pontos: ● Sistemas processuais ● Princípios ● Inquérito policial ● Ação penal ● Citação/sentença Em função da matéria, a Cf determina o julgamento dos crimes dolosos contra a vida, consumados ou tentados e em conexão ou em continência com aqueles. Importante lembrar que os crimes culposos contra a vida são de competência do juiz singular. Ex.: homicídio na direção de veículo automotor (culposo) Teoria da passagem inocente: na justiça brasileira adotou-se a teoria da passagem inocente/inofensiva, segundo a qual o crime cometido em aeronave em trânsito aéreo ou em navio ao alto mar não serão julgados no Brasil, por conta de não violarem sua autonomia Na justiça federal são julgados os crimes contra a União, suas autarquias e fundações Há entendimento do STJ no sentido de que os crimes contra o Banco do Brasil serão julgados pela justiça Estadual; Os crimes contra a Caixa Econômica Federal serão julgados pela justiça Federal (Súmula 42, STJ). Compete ainda à Justiça Estadual julgar os crimes previstos em Tratados internacionais. ***pegar pq saí Pela súmula 546 do STJ a competência para processar e julgar o crime de uso de documento falso é firmada em razão da qualidade do ente ou órgão ao qual foi apresentada, não importando o órgão expedidor. A competência em razão da pessoa é fixada perante o órgão judiciário ao qual a cf tenha atribuído a função de julgar Cabe ao STF julgar: o presidente e o vice da República, os ministros do supremo e o pgr Stj - governadores, desembargadores do tj, tf , tre e trt. O crime praticado contra o Presidente da República é crime contra a segurança nacional, e não crime comum previsto no código penal ou em Lei extravagante. O crime praticado contra agente público, no exercício das suas funções se considera uma lesão ao próprio ente ou órgão. Ex.: roubo contra agente dos correios. Os juízes, os promotores e os defensores públicos, ainda que seja crime contra a vida, serão julgados pelo tribunal de justiça ao qual estão vinculados, independentemente de o crime ter ocorrido em sua circunscrição. Aqueles que Não tem prerrogativa de função; em concurso de pessoas com aquele que a tem; será julgado pelo tribunal do júri, desmembrando-se o processo em função da ausência de norma constitucional prevendo o julgamento conjunto. Competência territorial Loci (locus comissi delicti) No processo penal a regra é a fixação da competência em razão do local em que o delito se consumou, adorando-se portanto a teoria do resultado. Nos crimes de menor potencial ofensivo não adotam a teoria do resultado, mas sim a da atividade. Portanto, a competência é fixada no local em que houve a ação ou a omissão. Nos crimes tentados a competência é fixada no local em que houve por último um ato executivo. Sendo incerto o local da consumação, a competência é fixada em razão da prevenção. Nos crimes à distância quando o último ato de execução tiver ocorrido fora do Brasil e nele deveria se consumar, será competente o juiz de onde tenha ou deveria o resultado se verificado. Se os atos de execução se deram no Brasil, mas o crime se consumou jonexterior, será competente o juízo em que tiver ocorrido o último ato de execução no Brasil. Conexão: Não se determina a conexão se em um deles já houve a prolação da sentença ● Intersubjetiva: aquela que determina a reunião dos processos em razão dos sujeitos ○ Simultaneidade: sendo praticadas duas ou mais infrações por várias pessoas mas sem que entre elas haja liame subjetivo. Ex.: caminhão tombado, cuja carga é furtada por pessoas que por lá passavam ○ Concurso: é aquela conexão entre vários agentes que em concurso de pessoas praticam o crime. Exemplo: roubador que entra na casa e outro que apenas dirige o carro de fuga ○ Recíproca: um pratica o crime contra o outro. É aquela em que é determinada a reunião de processos em razão de os crimes terem sido cometidos por várias pessoas. O crime de rixa não é considerado por esta regra de conexão, já que há um único crime; nos crimes de lesão corporal recíproca, por haver vários delitos, é possível que haja a conexão entre eles ● Subjetiva ● Teleológica: ocorre quando uma ou mais infrações forem cometidas para facilitar a prática de outra. ● Consequencial: ocorre quando uma ou mais infrações forem cometidas para ocultar a prática de outra ou obter impunidade ou vantagem. Ex.: homicídio e ocultação de cadáver Probatória: quando a prova de um processo puder influir em outro haverá a conexão probatória/conexão instrumental. Ex.: furto e receptação Continência: único crime. Ex.: roubo praticado por uma única vítima, por 3 pessoas em concurso ● Subjetiva: concurso de pessoas ● Objetiva: ocorre nas hipóteses em que a ação do agente causar mais de um resultado. É característico do erro na execução art 73, do cp, resultado diverso do pretendido art. 74 do cp e no concursoformal próprio art. 70, 1a. Parte do cp ● Na concorrência de conexões caberá ao juízo daquele lugar que é imputado o crime mais grave; caso tenham a mesma pena, será competente o juízo do local em que foram praticados mais crimes; e casos esses critérios não solucionem a fixação da competência será adotada a prevenção Prova: ● Princípios**** ● Sistemas processuais ● Inquérito policia ● Ação penal ● Citação Provas - Teoria geral ● Conceito: trata-se de elemento que autoriza a conclusão acerca da veracidade de um fato delituoso e que é condição para que o juiz forme a sua convicção acerca do mesmo ● Objeto ou “thema probandum”: o que se quer provar? Fatos. Jura novit curea. Não é necessária a prova do Direito. ○ Exceção: ■ Lei estrangeira ■ Direito Estadual ● Ônus: as regras sobre o ônus estabelecem a regra de que quem alega, deve provar ● Cuidado art. 156, CPP ● Sistemas de avaliação (art. 155, CPP) ○ Sistema da livre convicção (persuasão racional): confere liberdade ao juiz para formar seu convencimento, sem subordinar-se a critérios pré fixados pela lei acerca do valor de cada prova, contudo o juiz deve fundamentar a sua decisão segundo o artigo 93, IX da CF. ■ Confissão isolada de outros elementos probatórios(BR), resulta em absolvição. ○ Sistema da íntima convicção (certeza moral): não há necessidade de fundamentar. Tribunal do Júri. ○ Sistema da prova legal ou tarifada. Art 62 e 158 ● Prova emprestada: prova produzida em um processo e depois transferida a outro com o objetivo de comprovar um determinado fato. ○ Requisitos: ■ Mesmas partes ■ Mesmo fato a ser provado ■ Mesmas formalidades legais para sua produção ■ Observância/respeito ao princípio do contraditório.*** ● Obs.: é inadmissível prova emprestada de ip. ● Fatos que independem de prova: ● Axiomáticos (intuitivos): são fatos que são evidentes por si mesmos. Ex.: encontrando-se um cadáver em estado de putrefação é desnecessário comprovar que a pessoa esteja morta ● Notórios: são aqueles cujo conhecimento integra a cultura geral. Ex.: não é necessário provar que o carnaval é uma festa popular. ● Presumidos: presumir é tornar como verdadeiro um fato independentemente de prova. Pode haver presunção absoluta. Ex.: estabelecer a inimputabilidade aos menores de 18 anos. Ou relativa. Ex.: presunção de violência em determinados crimes contra a dignidade sexual. Q) Fatos incontroversos: são os alegados por uma parte e não contestados pela outra. Precisam ser provados pois o juiz busca a verdade real. Portanto a confissão por si só seria um fato incontroverso Sentença ● Emendatio Libelli: (art. 383, CPP) O acusado sempre se defende DOS FATOS, portanto defende-se da descrição do fato criminoso e não da sua classificação jurídica. Portanto, o juiz pode condenar diretamente o réu e imputar a classificação (artigo que entenda correto), sendo dispensável o aditamento da denúncia. ● Mutatio Libelli (art. 384, Cpp) Pressupõe que durante a produção de provas em juízo surja uma elementar ou circunstância não descrita na denúncia ou queixa. Neste caso, o MP deverá aditar a denúncia e deverá ser possibilitada a oportunidade para a defesa manifestar-se sobre a nova descrição