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Trabalho MEDICINA LEGAL (1)

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MEDICINA LEGAL
LESÕES CORPORAIS SOB O PONTO DE VISTA JURÍDICO 
Lesões corporais de natureza penal 
O objetivo fundamental do estudo médico-pericial das lesões é a caracterização de sua extensão, de sua gravidade ou de sua perenidade, ou seja, de sua quantidade e sua qualidade.
Sob o ponto de vista médico legal, a expressão “lesão” é qual quer alteração ou desordem da normalidade, de origem externa e violenta, capaz de provocar um dano pessoal em decorrência de culpa, dolo, acidente ou autolesão.
Levando-se em conta a doutrina penal brasileira, pode-se definir lesão, sob o ângulo médico-legal, como a consequência de um ato violento capaz de produzir, direto ou indiretamente, qualquer dano à integridade física ou à saúde de alguém, ou responsável pelo agravamento ou continuidade de uma perturbação já existente.
As lesões corporais estão compreendidas num dos dispositivos dos crimes contra a pessoa. Qualquer alteração física ou psíquica decorrente da ação violenta exercida sobe o ser humano, o estado pune, e o objeto da tutela penal é esta integridade biopsíquica. Não apenas a involunidade individual, mas o interesse social representado a vida e na saúde de todos os membros de uma comunidade.
Classificações 
Lesões leves - São representadas por pequenos danos superficiais, comprometendo apenas a pele, a tela subcutânea e pequenos vasos sanguíneos, são de poucas repercussão orgânica e de recuperação rápida é também chamada de “lesão insignificante”, representado esta pequena alteração, rapidamente transcendentes, em qualquer comprometimento a normalidade orgânica do individuo, seja do ponto de vista anatômico, fisiológico, psíquicos, social ou moral. 
Lesões graves – As lesões corporais de natureza grave caracterizam aquelas que resultaram
Incapacidade para as ocupações habituais por mais de 30 dias
 A incapacidade não tem que ser total, bastando unicamente que incapacite a vitima de exercer suas atividades por mais de trinta dias.
 
Perigo de vida
 No decorrer de uma perturbação oriunda de uma agressão à integridade física ou à saúde,resulte no agravamento das condições orgânicos da vitima, a quem em seu conjunto, faça presumir um provável desenlace fatal. Afetiva ameaça de morte. 
Debilidade permanente de membro, sentido ou função
 Por debilidade, entende-se o enfraquecimento, redução ou debilitação da capacidade funcional ou de uso. Deve ser de caráter permanente.
Aceleração do parto 
 Seria quando o feto fosse expulso, com vida, antes do tempo normal, continuando a viver fora do alvo materno. 
 Fruto de definição doutrinária, as lesões corporais de natureza gravíssima decorrem do agravamento punitivo inscrito no § 2 do art.129 do Código Penal brasileiro. Estão vinculadas diretamente às lesões que causem: 
I - incapacidade permanente para o trabalho:
Abrange a incapacidade laboral da vítima, em virtude da lesão, sendo definitiva. A lei trata de qualquer atividade, não apenas o trabalho específico da vítima.
Lesões gravíssimas
 
Incapacidade permanente para o trabalho
 É a situação definitiva em que o individuo fica privado de exercer qualquer atividade lucrativa.
 
 Toda pessoa está sujeita pelo menos a três modalidades de risco. Em primeiro lugar, o risco genérico a que se expõem todas as pessoas. 
 Em seguida na sua qualidade de trabalhador, está sujeito ao risco especifico do trabalho. 
 Por fim, em determinadas circunstâncias, o risco genérico se agrava pelo fato ou pelas condições de trabalho - onde um risco genérico é agravado. Por exemplo: a possibilidade de acidentes de trânsito, na viagem de ida de casa para o trabalho, e vice-versa, constitui um risco genérico. Os acidentes com a máquina de trabalho decorrem de um risco específico. 
Alguns Exemplos:
Cirurgião perde a mão;
Jogador de futebol tem que ter a perna amputada;
Ou um pianista sofre a inutilizarão de um braço etc.
Enfermidade incurável (Obs: Não é moléstia)
Para a lei, a enfermidade deve trazer um déficit funcional e que venha acompanhado de um caráter mais ou menos permanente, que não chegando a cura total, deixa um seqüela bem evidente.
Moléstia: é uma condição patológica de uma parte, de sistemas de órgãos, ou de um organismo resultante de varias causas, tais como infecção, defeito genético ou stress ambiental.
IMPORTANTE:
É necessário não confundir debilidade ou inutilizarão permanente com enfermidade incurável, o que nem sempre é fácil. Uma não repercute sobre a saúde e a outra perturba a higidez. Enfermidade é um processo, e a debilidade, um resíduo, um reliquat.
Hemiplegia;
Transmissão do vírus da AIDS e 
Cegueira por traumatismo (Lesões por Impacto
Um impacto brusco força o olho para o interior de sua cavidade, podendo lesar as estruturas superficiais (pálpebras, conjuntiva, esclera, córnea e cristalino) e as estruturas localizadas na parte posterior do olho (retina e nervos). O impacto também pode causar fratura dos ossos localizados em torno do olho.)
Perda ou inutilização de membro sentido ou função
 Decorre da mutilação, ou inutilização, permanente de membro, sentido ou função. 
 Exemplos: 1) A perda de um olho é debilidade permanente (lesão grave, §1º). A perda dos dois olhos é perda do sentido da visão (lesão gravíssima, §2º).
2) A perda de um dedo é debilidade permanente (lesão grave). A perda da mão é perda de membro ( lesão gravíssima).
3) Se a lesão causa a interrupção das comunicações do braço com o sistema nervoso, há inutilização do membro, inobstante, fisicamente ele permaneça. Trata-se de inutilização - lesão gravíssima, §2º
A utilização de prótese não faz desaparecer a debilidade. 
Deformidade permanente
 É toda alteração estética grave capaz de reduzir, mais ou menos acentuadamente, a estética individual. Ou seja é a a perca do aspecto habitual.
 O dano estético é antes tudo um dano moral.
É um conceito baseado na Estética, onde a forma de uma pessoa ou coisa encontra-se alterada em relação àquela estabelecida como padrão (alteração), podendo-se qualificá-la em fugaz ( transitória) e permanente; estática e dinâmica (v.g. jeito de andar "mancando"). Em Medicina Legal, deformidade permanente (CPB art. 129 e §§), ou seja, dano estético visível, duradouro e que cause constrangimento à vítima, para a qualificativa agravante do crime de Lesão Corporal (ou Lesão Pessoal), não se extingue com cirurgias reparadoras, incluindo órteses e próteses
“...não perde a deformidade o caráter de permanente quando pode ser dissimulada, por meio de recursos artificiais, por exemplo um olho de vidro, ou retificável mediante operação plástica, a que a vítima não é obrigada a submeter-se.” Magalhães Noronha,Direito Penal Vol 2.
Aborto
A situação aqui descrita faz referência ao aborto preterintencional( Crimes preterintencionais são crimes em que é imputado ao seu agente uma responsabilidade para além da sua intenção. Exemplo: O agente ofender corporalmente outrém, sem intenção homicida, mas a consequencia das lesões causadas lhe ocasionar a morte.), quando o agente quer apenas lesionar a vítima, mas acaba provocando o aborto. A gravidez deve, para tanto, ser notória ou de conhecimento do agressor. 
Lesões corporais culposas
 Uma lesão corporal é de natureza culposa quando o agente deu causa por imprudência, negligência ou imperícia. 
Considerar o dano: Deve o perito, ao descrever as lesões, relatar de forma detalhada a forma, as dimensões, a localização, as características e particularidades delas.
Estabelecer a relação de causalidade: o resultado de que depende um ato delituoso só pode atribuir a quem lhe deu causa. Há necessidade de se estabelecer o nexo necessário e indiscutível que tenha existido entre a ação e o resultado. 
Caracterizar a possibilidade de dano: o elemento subjetivo existente na ocorrência de tais lesões está representado pela culpa.
Respostas aos quesitos: por tratar-se de lesões de natureza culposa, não há necessidade
de elaboração e respostas aos quesitos direcionados aos interesses do estudo das lesões de natureza dolosa, pois naquele delito não há graduação de lesão em leve, grave e gravíssima, o que interessa é a intensidade da culpa. 
Objetivos periciais:
Lesão corporal seguida de morte
O Código Penal no art.129, § 3o, aborda a lesão corporal que resulte no óbito da vítima. Mesmo não tendo sido o objetivo final do agente, a morte da vítima agrava a pena, pois se trata de uma ação dolosa com resultado culposo.
A Traumatologia Médico-Legal é, portanto, essencial no oferecimento de subsídios técnicos e científicos ao juízo, uma vez que fornece dados objetivos acerca das lesões à pessoa, estabelecendo a natureza e a gravidade.
Cabe à perícia médica, emitir o laudo que identifique a vítima, a sede das lesões, seus aspectos e dimensões, conseqüências funcionais, grau de deformidade etc.
PERÍCIA MÉDICA
O exame pericial que diagnostica as lesões corporais deve ser realizado por médicos, ou onde estes não existam, por profissionais com conhecimentos de Medicina Legal.
Através da perícia é possível determinar a forma de energia que deu causa as lesões, o instrumento ou meio utilizado, bem como a causa jurídica da lesão.
As lesões devem ser localizadas precisamente dentro do corpo humano, sendo utilizadas para tanto nomenclaturas, sendo a mais utilizada a de IENA, que possui um mapeamento do corpo, e possibilitam a determinação exata de cada ponto graficamente.
Ao final da perícia, o laudo fornecerá respostas objetivas a quesitos, que permitirão que se afirme, causas e conseqüências do delito, diante dos elementos colhidos no exame, juntamente com provas complementares.

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