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Resumo-Direito Civil-Aula 06-Teoria Geral das Obrigacoes-Murilo Sechieri

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Analista Judiciário TRT/TST 
CARREIRAS JURÍDICAS 
Damásio Educacional 
 
Disciplina: Direito Civil 
 Professor: Murilo Sechieri 
Aula: 06| Data: 01/03/2018 
 
 
ANOTAÇÃO DE AULA 
SUMÁRIO 
 
1. Teoria Geral das Obrigações 
 
1. Teoria Geral das Obrigações 
 
I. Obrigações Alternativas 
a) Direito de Escolha 
Regras: 
 Não se pode obrigar o credor a receber parte da obrigação em uma forma e a outra parte de forma diversa; 
 Nas obrigações periódicas, o direito de escolha pode ser exercido a cada período. 
Exemplo: inquilino deve pagar os aluguéis mensalmente, e ficou acordado no contrato que poderá realizar o 
pagamento ou em dinheiro ou em prestação de serviços. Assim, em um mês paga o valor inteiro em prestação de 
serviços, no outro mês paga em dinheiro, no outro em serviço, e assim por diante. 
 *Quando houver pluralidade de optantes, e não forem eles unânimes, a escolha caberá ao juiz. 
 
b) Consequências da Impossibilidade 
 De uma das prestações: 
Exemplo: Duas partes firmam um acordo, e o devedor deveria entregar ou um cavalo vivo ou um carro. O carro 
foi destruído. 
 Sem Culpa do Devedor: a obrigação fica concentrada no remanescente (no que sobrou); 
 Com Culpa do Devedor: duas soluções 
o Escolha Era dele - devedor: a prestação se concentra no remanescente. 
o Escolha Era do credor: ou ele aceita o remanescente, ou exige o valor do objeto que se impossibilitou 
mais perdas e danos. 
 De ambas as prestações: 
Exemplo: Duas partes firmam um acordo, e o devedor deveria entregar ou um cavalo vivo ou um carro. O carro 
pegou fogo e cavalo morreu. 
 Sem Culpa do Devedor: resolve-se a obrigação; 
 Com Culpa do Devedor: 
o Escolha Era dele: paga o valor do que se impossibilitou por último, mais perdas e danos. 
o Escolha Era do Credor: poderá exigir o valor de um ou de outro, mais perdas e danos. 
 
II. Obrigações Indivisíveis 
Observação: as obrigações divisíveis se encontram no artigo 257, CC. 
 
Artigos 258 a 263, CC 
 
a) Conceito 
 Quando o objeto não puder ser fracionado, qualquer credor poderá exigir a prestação por inteiro ou 
qualquer devedor poderá ser obrigado pela dívida toda. 
 
Exemplos: Há o contrato entre o credor e vários devedores, que tem como objeto a entrega de um cavalo 
vivo. Ou há o contrato entre vários credores e o devedor, que tem como objeto a entrega de um cavalo vivo. 
 
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Situações: 
 
 O credor que recebe sozinho, deve pagar em dinheiro a parte que couber a cada um dos demais; 
 O devedor que paga sozinho, fica sub-rogado nos direitos do credor em relação aos coobrigados (na verdade, 
trata-se de um direito de regresso); 
 Artigo 263, CC: se a prestação for convertida em perdas e danos, desaparece a indivisibilidade; se todos forem 
culpados, a indenização será dividida em partes iguais; se só um for culpado, paga sozinho a indenização e os 
demais ficam exonerados. 
 
III. Obrigações Solidárias 
Artigos 264 a 285, CC 
 
a) Conceito 
 São aquelas em que independentemente da natureza do objeto, qualquer credor pode exigir a prestação 
por inteiro (solidariedade ativa) ou qualquer devedor poderá ser obrigado a pagar a dívida toda (solidariedade 
passiva). 
 
 Exemplo: O professor Murilo e seu Pai vão ao banco e pedem um empréstimo de 1 milhão de reais, e 
assinaram juntos o contrato. O banco realiza a cobrança do valor total apenas contra o professor Murilo. Ele será 
obrigado a pagar o valor total? Não, o banco só pode exigir 500 mil, pois a solidariedade só existe se prevista na lei 
ou no contrato. Nesse caso, cada um paga a sua parte. 
 
 Exemplo: numa questão da OAB, tinha o enunciado em que um casal de namorados compra um carro 
juntos. Eles terminam o namoro e a concessionária move ação contra a moça exigindo o valor total da dívida. Ela 
só será responsável pelo pagamento da metade, pois não havia solidariedade. 
 
 Regra: A solidariedade nunca se presume; só existe quando prevista na lei ou no contrato. 
 
 Exemplo: O inquilino paga aluguel de um imóvel, objeto de condomínio entre dois irmãos, que são 
credores solidários. O inquilino pode pagar o valor devido a apenas um deles, que poderá receber o valor sozinho 
e dar a obrigação como extinta. 
 
 O credor solidário que recebe sozinho, ou que perdoa a dívida, deverá prestar contas aos demais; 
 O devedor solidário que paga sozinho, em regra, fica com direito de regresso em relação a quota dos demais 
(salvo disposição em contrário, as quotas se presumem iguais). 
 
 Exemplo: O professor Murilo e seu sócio vão ao banco e pedem um empréstimo de 1 milhão de reais, e 
assinam juntos o contrato, com cláusula de solidariedade. O banco entra com ação cobrando o valor por inteiro do 
professor Murilo, que terá direito de regresso contra o seu sócio. 
 Exemplo: se no contrato de empréstimos com o banco as partes assinam a cláusula de solidariedade e 
incluem que a relação entre os dois credores, o professor fique responsável por 70% da dívida e o sócio por 30%, 
o professor Murilo, que pagou a dívida por inteiro poderá cobrar em regresso apenas o valor correspondente à 
quota restante (30%). 
 
 Artigo 285, CC: se a obrigação solidária interessar exclusivamente a um dos devedores (exemplo: contrato de 
aluguel assinado pelo inquilino e seu fiador solidário): 
 Se foi o interessado quem pagou, não terá direito de regresso (no exemplo, se o inquilino pagou o aluguel 
por inteiro, não há direito de regresso ao fiador); 
 
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 Se quem pagou foi o outro, terá direito de regresso sobre a integralidade (no exemplo, o fiador que pagou 
os valores poderá exigir o regresso ao inquilino por inteiro). 
 
 Pergunta: se em um contrato que tem por objeto a entrega de um cavalo vivo, e as partes assinam a 
cláusula de solidariedade, e o objeto exigido indivisível se perder, quais são as implicações?

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