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110 DIREITO DAS OBRIGAÇÕES RELAÇÕES JURÍDICAS OBRIGACIONAIS Índice: D = devedor (débito) – dever jurídico de solver C = credor (crédito) – direito de exigir Devedor/comodatário/locatário – também chamado de sujeito passivo Credor/comodantante/locador – também chamado de sujeito ativo *Tanto a pessoa física, como a pessoa jurídica, esta de direito público ou privado, ou de natureza civil ou comercial, habilitam-se a figurar como sujeitos ativos Relembrar: Prazos: art. 205 e 206 CC Atos ilícitos: art. 186 e 187 ESQUEMA: 1 - Qual é a fonte? (contrato, ilícito...) 2 - Quem é o devedor e o credor? 3 – Em que data houve a vinculação? 4 – Qual é a prestação? (objeto) *Observar se o contrato é válido, art. 104 CC Relação obrigacional é composta por três elementos fundamentais: a) subjetivo ou pessoal: -sujeito ativo (credor) = É o beneficiário da obrigação, podendo ser pessoa natural ou jurídica ou, ainda, um ente despersonalizado a quem a prestação é devida. -sujeito passivo (devedor) – É aquele que assume um dever, na ótica civil, de cumprir o conteúdo da obrigação, sob pena de responder com seu patrimônio b) objeto ou material (a prestação) – pode ser positiva (dar, fazer) ou negativa (não fazer) *Alguns doutrinadores apontam que o objeto mediato da obrigação ou o objeto imediato da prestação é o bem jurídico tutelado c) virtual, imaterial ou espiritual: vínculo jurídico – é o elo que sujeita o devedor à determinada prestação – positiva ou negativa – em favor do credor Ex: previsão segundo a qual todos os bens do devedor respondem em caso de inadimplemento da obrigação Relações jurídicas = inter-subjetivas Obrigacionais = Referem-se a patrimônio, não é uma relação de afeto. Tem-se a obrigação como uma relação pela qual alguém deve cumprir determinada prestação, sempre de apreciação econômica, em favor de outrem. Referem-se a direitos pessoais. Sujeitos ---------- vinculação (fonte) ---------- objeto Polo passivo (devedor)-------- Liame = credor = vínculo jurídico --------- Prestação Polo ativo (credor)------------- Duas grandes fontes: lícita e ilícita IMPORTANTE: Credor pode coercitivamente exigir o devedor a pagar, acionando o judiciário a fim de atingir o patrimônio do devedor, havendo, dessa forma, uma execução patrimonial. Exceção: Pensão alimentícia Obs: Observar os prazos FONTES MEDIATAS: CONTRATO: *Parte de um ato bilateral *Existem direitos e deveres para ambos Ex: Eu sou credor da prestação de serviços, UNIFRA é devedora, vinculação = contrato (fonte) Obs: UNIFRA é devedora em relação aos serviços, mas credora em relação à mensalidade Eu também sou devedor da mensalidade Ex2: Contrato de locação Locatário -------- Devedor (quem contrata) Locador ----------- Credor Ex3: Vou comprar um café no bar da UNIFRA Em relação ao preço (pagamento) – sou devedor Em relação à entrega de café – sou credor ILÍCITO: *Não existem direitos e deveres para ambos Ex: João é atropelado por Carlos, condutor de um automóvel. Carlos = Devedor João = Credor Prazo para ajuizar a ação = 3 anos (Art. 206, §3º, V) Art. 206. Prescreve: § 3º Em três anos: V - a pretensão de reparação civil; Ex2: Carlos, embriagado, perde o controle do automóvel, colidindo frontalmente na parada de ônibus, levando diversas pessoas a óbito. Neste caso, o empregador também responderá pelo ato ilícito de seu empregado (Art. 927, parágrafo único) Art. 927. Aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. Obs: Caso fortuito interno – Caso fure o pneu do ônibus gerando um acidente, a empresa não se exime de indenizar. - Caso um cabo de luz se desprenda na sacada de uma casa, eletrocutando a pessoa ali presente, a empresa é obrigada a indenizar. Caso fortuito externo – Caso caia um viaduto em cima do ônibus, a empresa se exime de indenizar. Abuso de direito – art. 187 O locador não pode botar os imóveis do locatário para fora FONTES DAS RELAÇÕES JURÍDICAS OBRIGACIONAIS *Todos os fatos jurídicos podem gerar relação jurídica obrigacional Contrato (lícito) – pode ser verbal Lícita – ato jurídico em sentido estrito ATOS UNILATERAIS: Gestão de negócios, promessa de recompensa, pagamento indevido e enriquecimento sem causa Há a declaração de vontade de uma só pessoa, originando obrigações apenas da parte dela, sendo uma outra credora ou beneficiária. - Não há propriamente um contrato - Criam-se obrigações. Tanto na gestão de negócio como na promessa unilateral de recompensa, ou de entrega de prêmio, nascem compromissos, que podem ser exigidos pela parte atingida, ou pelo que acreditou na promessa e se habilitou a receber o prêmio *Aqui temos também o testamento Gestão de negócios: não é um contrato, é um “quase-contrato”, alguém unilateralmente assume a realização de uma atividade para outrem, sem o seu consentimento expresso. Ex: consertar a porteira da vizinha Ex2: pegar o material que o colega esqueceu na sala e devolver a ele Promessa de recompensa (854 CC): pode ser fonte de obrigação Eu sou o devedor e o credor pode exigir A pessoa que cumprir a tarefa prevista na declaração, executando o serviço ou satisfazendo a condição, ainda que não esteja movida pelo interesse da promessa, poderá exigir a recompensa estipulada (art. 855 CC) Art. 854. Aquele que, por anúncios públicos, se comprometer a recompensar, ou gratificar, a quem preencha certa condição, ou desempenhe certo serviço, contrai obrigação de cumprir o prometido. Obs: o objeto deve ser lícito, determinável. Jogo do bicho, por exemplo, é ilícito, e por isso é caracterizado como sendo uma contravenção penal Outros exemplos: pagamento indevido, enriquecimento sem causa SUJEITO VINCULAÇÃO - Débito - Responsabilidade O vínculo da relação obrigacional se divide em duas partes: débito e responsabilidade. O débito é a prestação a ser realizada pelo devedor. A responsabilidade é a garantia do adimplemento, a tutela jurídica, isto é, são os meios que o credo possui para exigir o cumprimento da prestação. OBJETO (PRESTAÇÃO) LOCATÁRIO------------------------------- LOCADOR Devedor ---------- Objeto (Prestação) ---------Credor Débito Responsabilidade* *Observar o lapso temporal CASO: Locatário não tem patrimônio, mas tem um 3º, ou seja, um fiador. Nesse caso, a responsabilidade patrimonial ficará a cargo do fiador caso o devedor não tenha patrimônio. ATENÇÃO: Ao realizar o pagamento, o fiador toma o lugar do credor, podendo buscar seu direito judicialmente - Caso haja mais de um fiador, haverá a chamada solidariedade entre ambos “Abrir mão do benefício de ordem” Art. 827. O fiador demandado pelo pagamento da dívida tem direito a exigir, até a contestação da lide, que sejam primeiro executados os bens do devedor. Parágrafo único. O fiador que alegar o benefício de ordem, a que se refere este artigo, deve nomear bens do devedor, sitos no mesmo município, livres e desembargados, quantos bastem para solver o débito. Art. 838. O fiador, ainda que solidário, ficará desobrigado: I - se, sem consentimento seu, o credor conceder moratória ao devedor; II - se, por fato do credor, for impossível a sub-rogação nos seus direitos e preferências; III - se o credor, em pagamento da dívida, aceitar amigavelmente do devedor objeto diverso do que este era obrigado a lhe dar, ainda que depois venha a perdê-lo por evicção. PRESTAÇÃO OBJETO DIRETO OU IMEDIATO: *Compreende o conjunto de ações, comissivas (positivas) ou omissivas (negativas), empreendidas pelo devedor para a satisfação do crédito Ex: Quando dá ao credor a quantia devida, ou realiza a obra prometida, o devedor está cumprindo a sua prestação, ou, em outraspalavras, adimplindo a obrigação pactuada Obrigação Positiva: Dar (art. 233 em diante) Compra/ venda Troca Doação Coisa certa (individualizada). Ex: Aquela pactuada para a entrega de determinado veículo Coisa incerta. Ex: quando o sujeito se obriga a alienar determinada quantidade de café, sem especificar a sua qualidade Restituir (art. 238) - - Quando o devedor não é o dono Exação Comodato (art. 579) – a permissão para o uso gratuito impõe o encargo de cuidar do bem Depósito (ex: carro no estacionamento) Fazer *Refere-se a uma prestação de conduta comissiva. Ex: pintar um quadro ou cantar uma ária italiana em apresentação pública Prestação – pode ser imaterial de serviços Empreitada – sempre se resulta de uma obra Mandato Negativa: Não fazer *Consistem em abstenções juridicamente relevantes Cláusulas dentro do contrato Ex: é o que ocorre quando alguém se obriga a não construir acima de determinada altura Obs: Posso ter: dar + fazer + garantia; dar + fazer... PRINCÍPIOS DO CONTRATO Código Francês – Liberdade, igualdade Liberdade = autonomia negocial Igualdade Soma = obrigatoriedade dos contratos - Intangibilidade das cláusulas contratuais - Função social (art. 421) - Boa-fé objetiva (art. 422) - Equivalência entre prestação e contraprestação ILÍCITOS Responsabilidade Civil Subjetiva (art. 927, caput) Art. 927. Aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Responsabilidade Civil Objetiva – Risco da atividade - Comprovar ação/omissão – art. 927, parágrafo único Art. 927 Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. AULA 2 - 05/03 MODALIDADES DAS OBRIGAÇÕES Obrigações de DAR (art. 233) *É quando o devedor tem de dar ou entregar alguma coisa, não tendo, porém, de fazê-la previamente * Interessa que a coisa seja dada. Não há o intuito personae, ou a qualidade do obrigado, sua condição e personalidade. Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso. Vendedor ---------- Comprador Devedor do preço Credor da entrega do bem Caso 1 NT – 25/02/2016 – Comprador pagou tudo à vista (adimplente) Entrega (tradição) – 29/02/2016 (previsão) COISA CERTA: Bem a ser entregue: Carro (coisa certa) Entrega ideal: Diz respeito ao tempo, ao modo e ao lugar Regra Geral – Bem acessório acompanha o bem principal (caso eu queira tirar o acessório, devo expressar para tirar) *Quando o comprador negociou com o vendedor o carro se encontrava em uma situação, entretanto no dia da entrega estava deteriorado (batido, quebrado) DETERIORAÇÃO Com culpa do devedor (lato sensu) - Dolo, negligência, imprudência, imperícia Sem culpa do devedor - Caso fortuito ou força maior (terceiros, eventos da natureza) – art. 393 *EM REGRA, caso fortuito ou força maior exclui a responsabilidade, mas a Lei admite EXCEÇÕES, dispostas no art. 393 e 399 Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, (salvo) se expressamente não se houver por eles responsabilizado. Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir. Art. 399. O devedor em mora responde pela impossibilidade da prestação, embora essa impossibilidade resulte de caso fortuito ou de força maior, se estes ocorrerem durante o atraso; salvo se provar isenção de culpa, ou que o dano sobreviria ainda quando a obrigação fosse oportunamente desempenhada. Caso o credor desejar: RECEBER O BEM, EM SE TRATANDO DE AUSÊNCIA DE CULPA DO DEVEDOR: Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu. * Terá direito a abatimento do preço referente o valor correspondente ao perecimento parcial, ou seja, o valor da desvalorização Ex: Se o cavalo ficar cego porque foi atingido no seu olho por um inseto, o comprador poderá ficar com o cavalo, abatido no preço o valor da desvalorização RECEBER O BEM, EM SE TRATANDO DE PRESENÇA DE CULPA DO DEVEDOR: Art. 236. Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, indenização das perdas e danos. *Terá direito a abatimento do preço + perdas e danos Obs: como exemplo de perdas e danos, é possível ilustrar a seguinte situação: No tempo em que o carro ficou indisponível, caso o comprador tivesse clientes a atender em determinado dia e não conseguiu por não ter o carro, ele será ressarcido. Dano emergente e lucro cessante: art. 402 Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar REJEITAR O BEM *Será feita uma resolução contratual (fim do negócio), tendo a devolução dos valores pagos Resolução contratual: Sem perdas e ganhos – sem culpa – devolução do preço integral Com perdas e ganhos – com culpa Importante! Domina a divisibilidade em obrigações que tenham por objeto a prestação de dar coisa fungível – substituível por outra da mesma espécie, qualidade e quantidade -. Ex: compromisso de entregar uma quantidade definida Outra ilustração do mesmo caso: Caso o devedor não cumpra a obrigação de entregar o carro no dia 29/02, ocorrerá a denominada mora (art. 394) – tempo, lugar, modo devido Art. 394. Considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento e o credor que não quiser recebê-lo no tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção estabelecer. ATENÇÃO! Dia 01/03, cai algo no carro (caso fortuito ou força maior). Neste caso, não afastará a responsabilidade do comprador, uma vez que a entrega do carro já está atrasada. Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso. Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu. Art. 236. Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, indenização das perdas e danos. MORA: (art. 394, 396) Caso fortuito: Em regra, exclui responsabilidade EXCEÇÃO: Art. 393 – Se eu quiser que tenha responsabilidade devo botar no contrato, devo convencionar Art. 394. Considera-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento e o credor que não quiser recebê-lo no tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção estabelecer. Art. 396. Não havendo fato ou omissão imputável ao devedor, não incorre este em mora. Um veículo é levado para reparos, numa oficina mecânica, ficando pronto, pagos os serviços, presume-se que poderá ficar no local até a sua retirada. Se houver demora em retirar, para eximir-se dos possíveis eventos danosos, impõem-se a constituição em mora. Mas, no caso de constar na nota do serviço, ou de entrega, que o bem estará consertado num certo prazo, o entendimento é que já se opera a mora a partir da data constante no documento de entrega. PERECIMENTO É quando não se tem mais o bem RESOLUÇÃO CONTRATUAL (EXTINÇÃO DO CONTRATO) Com culpa: Devolução do preço + perdas e ganhos - Dolo, negligência, imprudência, imperícia Art 234, segunda parte: “Se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo ato equivalente e mais as perdas e danos” Ex: na perda de um instrumentário necessário à indústria, resolver-se-á a compra e venda com a restituição do valor e o ressarcimento pelo tempo em que ficou sem atividade a indústria Ex2: se o cavalo morrer por um golpe do devedor, que se encontrava em estadode embriaguez, além de devolver o preço recebido deverá indenizar o comprador por lucros cessantes e outros prejuízos suportados Sem culpa: Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes; [...] - Antes da tradição (entrega) ou pendente condição suspensiva, resolve-se a obrigação para ambas as partes, com a devolução integral do preço pago, sem perdas e danos. Ex: convenciona-se a venda de um cavalo, com pagamento antecipado do preço. No dia anterior à entrega, o cavalo morre atingido por um raio. Nesse caso, o preço pago deverá ser resolvido, sem qualquer indenização suplementar Obs: Caso nada tenha sido pago antes da entrega, resolve-se o contrato para ambas as partes, ou seja, não decorrem responsabilidades. Ficando desconstituído o ato, ou contrato, é como se nada houvesse sido estipulado Art. 492 “Até o momento da tradição, os riscos da coisa correm por conta do vendedor, e os do preço por conta do comprador” Obs: Em uma loja, se eu compro e posteriormente me arrependo do produto, não tenho direito a trocá-lo, salvo se estiver com defeito. Obrigação de RESTITUIR – art. 238 Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da perda. Locação – Lei 8245/91 Comodato (art. 579) Depósito Caso 3: locatário/ comodatário D ----------------- C locador/comodante Possuidor do bem Proprietário do bem DETERIORAÇÃO NO BEM A SER RESTITUÍDO: COM CULPA: Recebe o bem + perdas e ganhos Art. 240, segunda parte: [...] se por culpa do devedor, observar-se-á o disposto no art. 239. Em suma, se o credor quiser, poderá ficar com a coisa no estado em que se encontra ou exigir o seu equivalente, mais perdas e danos (art. 236 CC) SEM CULPA: Recebe o bem - O credor sofrerá sozinho as perdas Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o credor, tal qual se ache, sem direito a indenização; Ex: se na locação o imóvel for destruído parcialmente por uma enchente PERECIMENTO DO BEM QUE DEVERIA SER RESTITUÍDO Resolução contratual: COM CULPA: Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente, mais perdas e danos. Ex: no exemplo abaixo, caso o locatário seja responsável pelo incêndio que causou a perda total do apartamento, diga-se provado o seu dolo ou a sua culpa, o locador poderá pleitear o valor correspondente ao bem + perdas e danos. SEM CULPA: Em regra, o credor sofre prejuízo. Neste caso, garantiria a indenização caso as cláusulas tivessem sido previamente acordadas por escrito (Ex: aparelhinho da SKY) Acordo verbal: não garante nada Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da perda. Ex: Imagine-se o caso de uma locação, em que há o dever de devolver o imóvel ao final do contrato. No caso de um incêndio causado por caso fortuito ou força maior e que destrói o apartamento, o locador (credor da coisa) não poderá pleitear um novo imóvel do locatário (devedor da coisa) que estava na posse do bem, ou o seu valor correspondente; mas terá direito aos aluguéis vencidos e não pagos até o evento danoso Importante! Nas obrigações de restituir, domina a indivisibilidade Quanto às benfeitorias (melhoramentos ou acréscimos) Sem participação do devedor: Art. 241. Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou acréscimo à coisa, sem despesa ou trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado de indenização. - Como expostos, a coisa perece para o dono e, pelos mesmos fundamentos, lidos em sentido contrário, havendo melhoramentos, essas vantagens também são acrescidas ao patrimônio do proprietário da coisa, no caso o credor da obrigação Com participação do devedor: Art. 242. Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o devedor trabalho ou dispêndio, o caso se regulará pelas normas deste Código atinentes às benfeitorias realizadas pelo possuidor de boa-fé ou de má-fé. - Essa regra está sincronizada com a vedação do enriquecimento sem causa e com a eticidade Art. 242 Parágrafo único. Quanto aos frutos percebidos, observar-se-á, do mesmo modo, o disposto neste Código, acerca do possuidor de boa-fé ou de má-fé. Art. 1219 a 1.222 Se o possuidor fez de BOA – FÉ: - Será indenizado pelas benfeitorias úteis e necessárias, podendo retirar as voluptuárias Se o possuidor fez de MÁ-FÉ (ex: entregar o ap depois do prazo) - Será indenizado somente pelas benfeitorias necessárias *Obs: Benfeitorias voluptuárias NUNCA gerarão o dever de indenização IMPORTANTE! Tal regra se aplica ao comodato, não à locação urbana (Lei 8245/91) *Na locação urbana, irá receber pelos bens necessários, mas só receberá pelos úteis se expressamente autorizado Quanto aos frutos: Art. 237 Parágrafo único. Os frutos percebidos – já colhidos - são do devedor, cabendo ao credor os pendentes – ainda não colhidos -. ESQUEMA PERECIMENTO OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTA OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR Sem culpa do devedor: resolve-se a obrigação, sem perdas e danos. Artigo 234, 1ª parte do CC/02 Sem culpa do devedor: Resolve-se a obrigação, sem perdas e danos, artigo 238 do CC/02 Com culpa do devedor: Resolve-se a obrigação, com perdas e danos, artigo 234, 2ª parte do CC/02 Com culpa do devedor: Resolve-se a obrigação, com perdas e danos, artigo 239 do CC/02 DETERIORAÇÃO OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTA OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR Sem culpa do devedor: o credor pode resolver a obrigação ou aceitar a coisa com abatimento do preço, artigo 235 do CC/02 Sem culpa do devedor: o credor deve receber a coisa no estado em que se encontra, sem perdas e danos, artigo 240, 1ª parte do CC/02 Com culpa do devedor: o credor pode exigir o equivalente ou aceitar a coisa com perdas e danos em ambos os casos, artigo 236 do CC/02 Com culpa do devedor: o credor pode exigir o valor equivalente ou aceitar a coisa no estado em que se encontra, e ambos os casos com direito a perdas e ganhos, artigos 236 e 240 2ª parte do CC/02 Coisa INCERTA: Art. 243 a 246 CC *São fungíveis Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade - Resta uma indicação posterior quanto à sua qualidade que, em regra, cabe ao devedor Caso 2 Vendedor ----------- comprador 50 cabeças de gado (coisa incerta) Art. 246. Antes da escolha (concentração), não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito. - Isso porque não há individualização da coisa *Será coisa incerta até o momento da escolha do bem. Após separar e COMUNICAR (art. 245) o comprador, será coisa certa, aplicando-se a mesma regra das coisas certas) Art. 245. Cientificado da escolha o credor, vigorará o disposto na Seção antecedente. - Isto é, serão aplicadas as regras previstas para a obrigação de dar coisa certa - Já se tendo dado ciência da definição de qual o bem escolhido, deixa, evidentemente, de ser coisa incerta. Não se permitem posteriores reclamações no pertinente à sua qualidade, mas será admitida a responsabilidade pela conservação até que se efetue a entrega - Concentra-se no devedor a obrigação de manutenção, devendo indenizar os lucros cessantes e danos se a perda ocorre por culpa sua (art. 234). Inexistindo culpa, restituirá o preço, em já o tendo recebido. Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos. *Em regra, coisa incerta não perece *A partir do momento da entrega a responsabilidade é do comprador Lembrar: Caso dos grãosde arroz que molharam. Tribunal entendeu como coisa incerta, pois o devedor não havia comunicado o comprador da separação. Portanto, teve que substituir os grãos. Como se dá a separação? - Se nada estiver expresso no contrato, a escolha será feita pelo devedor/vendedor da entrega Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor. – princípio da equivalência das prestações -. - Consagra-se a vedação do enriquecimento sem causa Obrigação de FAZER (atividade): *Observar lugar, tempo e modo Cunho contratual Prestação de serviços Empreitada Mandato OBRIGAÇÃO DE FAZER: Exemplos típicos: prestação de serviço e contrato de empreitada de certa obra *O sentido de “fazer” compreende a ideia de prestação, de trabalho, de ação. Há um ato do devedor que deve ser feito. Ele está preso a um compromisso. O devedor tem de confeccionar a coisa para depois entregá-la. Existe uma atividade pessoal do devedor, que se dimensiona na execução de um trabalho físico ou intelectual *Predomina a infungibilidade *Tem preponderância o caráter e a qualidade a pessoa. Ao se empreitar a construção de uma casa, procura-se levar em conta a aptidão e honestidade do empreiteiro ATENÇÃO! *Em inúmeras situações a obrigação de fazer confunde-se com a obrigação de dar, sendo que os seus conteúdos são completamente diferentes. Exemplifica-se com uma obrigação cuja prestação é um quadro (obra de arte). Se o quadro já estiver pronto, haverá obrigação de dar. Caso o quadro seja encomendado, devendo ainda ser pintado pelo devedor, a obrigação é de fazer. Personalíssimo ou infungível: Direito intransmissível para outra pessoa, não pode ser exercido por outro exceto o titular. Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exeqüível. Personalíssimo não cumprida COM CULPA: devolver eventuais valores + perdas e ganhos + dano moral Ex: contrato uma banda para uma formatura e eles não vêm Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar. Art. 248 “ Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do devedor, resolver-se-á a obrigação; se por culpa dele, responderá por perdas e danos SEM CULPA: em regra, não tem que indenizar o credor. Resolve-se o contrato. O máximo que se pode pretender é a restituição do pagamento eventualmente adiantado Ex: um grupo de cantores não chega ao evento previsto para a apresentação por causa de um acidente no transporte Obs: caso uma doença atingiu um membro do grupo, e permitida a substituição por outro, logicamente persiste o dever de apresentação no evento programado Não personalíssimo ou fungível -Pode ser cumprida por outra pessoa, à custa do devedor originário Não personalíssimo não cumprida -Substitui-se o devedor -Caso o credor tenha efetuado o pagamento ao devedor anterior, corre o risco de perder o dinheiro Fazer justiça com as próprias mãos: Art. 249. Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor mandá-lo executar à custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização cabível. Parágrafo único. Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de autorização judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido. Ex: imagine o caso de contratação de uma empreitada. Sendo pago o preço antecipadamente e negando-se o empreiteiro a desempenhar sua tarefa, o tomador que tem urgência poderá contratar o serviço de outrem, pleiteando depois a indenização cabível do empreiteiro original Obs: o 249 só vale para obrigações impessoais Não interessando mais a obrigação de fazer, o credor poderá requerer a sua conversão em perdas e danos (art. 248 CC) Termo essencial (data futura e certa) – Quando não interessa receber atrasado (ex: tortas para a formatura) - Não comporta mora, terá resolução contratual, ou seja, terá indenização Termo não essencial: Ex: mensalidade da UNIFRA Importante! Domina a indivisibilidade. Parece, pois, admissível a divisão da prestação – qualidades excepcionais, como revestimento de um imóvel, acabamento interno, pintura - OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER Ex: contrato de confidencialidade -É quase sempre infungível É aquela que tem por objeto uma prestação negativa, um comportamento omissivo do devedor, a abstenção de uma conduta *Pode-se afirmar que acompanha cada obrigação de fazer uma de não fazer - Abstenção de determinada conduta - Realizar a atividade gera o inadimplemento/incumprimento contratual Ex: Relativamente às sociedades simples, não pode o sócio ceder a estranhos a sua quota sem o consentimento dos demais sócios Art. 640. Sob pena de responder por perdas e danos, não poderá o depositário, sem licença expressa do depositante, servir-se da coisa depositada, nem a dar em depósito a outrem. Parágrafo único. Se o depositário, devidamente autorizado, confiar a coisa em depósito a terceiro, será responsável se agiu com culpa na escolha deste. Art. 768. O segurado perderá o direito à garantia se agravar intencionalmente o risco objeto do contrato. -Importa no dever de abster-se das condutas que propiciam o risco, como frequentar locais de perigo, ou estacionar um veículo em via infestada de marginais (INADIMPLEMENTO) COM CULPA: Pode gerar perdas e danos, pode exigir que desfaça ou reponha (se for um objeto material). Caso não seja material, a pessoa pode ser despedida Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor pode exigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado perdas e danos. -Se o devedor praticar o ato, decorre ao credor o direito de exigir o desfazimento à custa daquele, e de procurar o ressarcimento pelas perdas e danos Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou mandar desfazer, independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido. - Se não for mais possível desfazer o ato, ou se não for mais oportuno, dá-se a sub-rogação da dívida, isto é, o devedor sujeita-se à reparação do prejuízo Art. 390. Nas obrigações negativas o devedor é havido por inadimplente desde o dia em que executou o ato de que se devia abster. (INADIMPLEMENTO) SEM CULPA: Como regra geral, não gera perdas e danos, o proprietário não é indenizado. Ex: calamidades Art. 250. Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar. Importante: Nas obrigações de não-fazer, predomina a indivisibilidade OBRIGAÇÃO COM PRESTAÇÃO ALTERNATIVA (NÃO CAI NA PROVA) Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou. § 1o Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra. § 2o Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser exercida em cada período. § 3o No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre eles, decidirá o juiz, findo o prazo por este assinado para a deliberação. § 4o Se o título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou não puder exercê-la, caberá ao juiz a escolha se não houver acordo entre as partes. Fonte = contrato D ------------ C Carro ou moto *Aumenta as chances de o credor receber Quem escolhe o objeto a ser entregue? Se nada estiver estipulado no contrato, como regra geral será o devedor Em se considerando a escolha por parte do devedor: Obs1: Caso o carro venha a se deteriorar, entrega-se a moto e vice-versa Obs2: Se ambos perecerem Com culpa: indenização + perdas e ganhos Sem culpa: Não indeniza Em se considerando a escolha por parte do credor: - Caso o devedor perca o carro, o credor poderá aceitar a moto ou solicitar o valor + perdas e danos do carro OBRIGAÇÃO DIVISÍVEL *Tanto a divisível quanto a indivisívelsó interessa se houver pluralidade de credores ou de devedores São aquelas que admitem o cumprimento fracionado ou parcial da prestação. Ex: obrigação em dinheiro Corresponde ao cumprimento da obrigação através da satisfação de partes ou parcelas, as quais, somadas, chegam à prestação total, não se comprometendo a qualidade Ex: Devo entregar uma saca de arroz, de milho ou de feijão Venda de imóvel. O cumprimento parcial é admissível e válido Ex1: Art. 257. Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível, esta presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores ou devedores. “concursu partes fiunt” - as partes se satisfazem pelo concurso, pela divisão D1 D2 C D3 Dívida total: 15.000 Observações: - Cada devedor só pagará/responderá pela sua parte. Não cabe o pagamento da dívida dos demais coobrigados - O credor só poderá cobrar 5 mil do D1, 5 mil do D2 e 5 mil do D3. - Naturalmente, a prescrição ocorre igual para todos os devedores, com exceção aos credores menores e incapazes, para os quais sequer inicia o prazo. Mas, promovendo o credor alguma medida de suspensão, unicamente ao devedor atingido a mesma se restringe (art. 201) - Caso um dos credores proceder a interrupção do prazo prescricional, através da notificação, não atingirá os demais devedores, em favor dos quais continua a andar a prescrição (art. 204, primeira parte) -O credor não pode recusar o recebimento de parte do crédito, sob o argumento de recebimento total. Como aqui as obrigações não se fundem pela solidariedade, cada devedor tem o direito de livrar-se da dívida, notificando o credor, constituindo-o em mora, e consignando o valor Caso haja apenas ou credor ou devedor, a execução do que se deve é executável como se indivisível a prestação (art. 314): “Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, não pode o credor ser obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou” Em se tratando de insolvência: Regra geral: Se um dos devedores for insolvente, os outros não responderão por ele Obs: Caso haja uma pluralidade de credores, procede-se do mesmo modo, isto é, o devedor comum paga a cada credor uma parte da dívida, igual para todos OBRIGAÇÃO INDIVISÍVEL Impossibilidade de fracionar a prestação sem destruí-la ou inviabilizá-la Corresponde a indivisível se a prestação, ou seu objeto, não permite a execução parcial - Só podem ser cumpridas de uma vez, por inteiro - Ligada ao objeto, não está relacionada com a posição das partes - Caso esteja no prazo de pagar e o devedor não tem todo o dinheiro, não será obrigado a receber parcelado (art. 314) - Regra geral: não pode parcelar. Obrigação que impede receber em partes Ex: Devo entregar um objeto de arte, escultura, pintura, animal vivo Conceito de obrigação indivisível Art. 258. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão determinante do negócio jurídico. Pagamento integral da dívida: Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um será obrigado pela dívida toda. Direito de regresso: Parágrafo único. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em relação aos outros coobrigados. Multiplicidade de credores: Art. 260. Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a dívida inteira; mas o devedor ou devedores se desobrigarão, pagando: I - a todos conjuntamente; II - a um, dando este caução de ratificação dos outros credores. Obrigação do credor que recebeu a dívida: Art. 261. Se um só dos credores receber a prestação por inteiro, a cada um dos outros assistirá o direito de exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba no total. FORMAS DE EXTINÇÃO DA DÍVIDA: Remissão (perdão da dívida, perda da exigibilidade do crédito) Art. 262. Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para com os outros; mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor remitente. Parágrafo único. O mesmo critério se observará no caso de transação, novação, compensação ou confusão. Art. 385. A remissão da dívida, aceita pelo devedor, extingue a obrigação, mas sem prejuízo de terceiro. Transação (negócio pelo qual os interessados terminam o litígio, mediante concessões mútuas) Art. 840. É lícito aos interessados prevenirem ou terminarem o litígio mediante concessões mútuas. Obs: na pluralidade de devedores, ou concurso passivo, cada um deles responde pela dívida toda. Assim na indenização pela prática de danos, causada em acidente de veículo, dirigida a ação contra o proprietário e o condutor. Aplica-se a regra do art. 259: “Se, havendo 2 ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um será obrigado pela dívida toda. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em relação aos outros coobrigados. Ex1 D1 D2 C D3 a) Imagine que há um credor e três devedores que devem entregar um touro reprodutor, exemplo típico de objeto indivisível, cujo valor é 30.000. Se B entrega o touro, poderá exigir, em sub-rogação, 10.000 de cada um dos demais devedores, ou seja, as suas quotas-partes correspondentes b) Os devedores tem um touro a ser entregue (coisa incerta). Caso o devedor 1, no ato da entrega, transportá-la através de um meio inadequado e o animal morra, apenas ele responderá por indenização + perdas e ganhos. Se o 1 e o 2 transportarem mal, ambos respondem. O caso acima representa o perecimento, portanto, o bem passa a ser divisível. Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos. § 1o Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores, responderão todos por partes iguais. § 2o Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pelas perdas e danos. c) Três irmãos receberam um apartamento de herança, cada um tem uma fração do bem (1/3), chamada de proporção comum ou condomínio. Nesse caso, não poderão vender a parte para um estranho, quem deverá comprar são os outros condôminos. No casso desses não terem dinheiro, será vendido. Comparação com a solidariedade: *Na indivisibilidade, o credor pode reclamar igualmente, de qualquer co-devedor, satisfação integral, não porque o demandado seja devedor do total exigido (ele só deve uma parte), mas porque a prestação, sendo indivisível, não comporta execução fracionada. Já, na solidariedade, o credor pode exigir de qualquer devedor solidário o pagamento integral da prestação, porque qualquer deles é devedor do total * A solidariedade cessa pela morte do credor e, portanto, o crédito fraciona-se entre os seus herdeiros; a indivisibilidade, porém, não perde esse caráter, porque é da natureza da prestação * O devedor solidário deve o todo e é obrigado ao todo – totum et totalier; o da indivisível é obrigado ao todo, mas só deve a sua parte * A solidária, convertendo-se em perdas e danos, conserva a sua qualidade de solidária; não assim a indivisível, que se transforma em divisível, porque a indivisibilidade está na natureza da prestação e esta não é mais indivisível Ex2 C1 C2 D C3 Art. 260. Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a dívida inteira; mas o devedor ou devedores se desobrigarão, pagando: I - a todos conjuntamente; II - a um, dando este caução (garantia) de ratificação dos outros credores. Observações: O devedor terá duas opções a) Reunir todos os credores para entregar o touro reprodutor b) Poderá entregar para o C1, dando este uma garantia de que irá repassar as quotas dos demais (caução de ratificação) *Caso o devedor não observar essas previsões, e pagar para apenas 1 credor, sem esse estar autorizado pelo demais, e o bem sumir ou se perder, terá depagar de novo aos outros credores Ex: entregar um quadro em um transporte c) A cada um dos credores reconhece-se o direito de acionar o que recebeu para haver a respectiva parte (art. 261): “Se um só dos credores receber a prestação por inteiro, a cada um dos outros assistirá o direito de exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba no total”. d) Desde que fornecida caução idônea, ficará quitado o devedor. Não se faculta aos credores o ingresso de uma ação contra o mesmo e) Art. 262. “Se um dos credores remitir (perdoar) a dívida, a obrigação não ficará extinta para com os outros; mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor remitente”. - C1, C2 e C3 não credores de D quanto à entrega do touro reprodutor, que vale 30.000. C1 perdoa (remite) a sua parte na dívida, correspondente a 10.000. C2 e C3 podem ainda exigir o touro reprodutor, desde que paguem a D os 10.000 que foram perdoados Da perda da qualidade de indivisível: Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos. § 1o Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores, responderão todos por partes iguais. § 2o Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pelas perdas e danos. Ex3 Objeto: Vaca ½ D1 C ½ D2 No caso de perdão do credor a um dos devedores: Art. 262. Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para com os outros; mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor remitente. Parágrafo único. O mesmo critério se observará no caso de transação, novação, compensação ou confusão. - O credor exigirá a prestação da entrega (vaca), e devolverá para o perdoado o valor correspondente Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um será obrigado pela dívida toda. Parágrafo único. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em relação aos outros coobrigados. D1 --- pagou --- C D2 D3 Nesse caso, D1 entrará no lugar do C DIVISÍVEL X INDIVISÍVEL Pluralidade de devedores: imaginem que um pai morre e deixa dívidas, seus filhos irão pagar estas dívidas dentro dos limites da herança recebida do pai (1792, 1997). Então o credor do pai terá mais de um filho para cobrar esta dívida. Se a prestação for divisível, cada filho responde pela parte correspondente a sua herança, e a insolvência de um deles não aumentará a quota dos demais (257). Mas se a prestação for indivisível, cada filho responde pela dívida toda, e aquele que pagar ao credor, cobrará o quinhão correspondente de cada irmão (259 e pú – veremos sub-rogação em breve). A relação obrigacional antes era do credor com os filhos do pai morto, agora é do irmão pagador contra os outros irmãos. Pluralidade de credores: Sendo divisível a prestação, cada credor só pode exigir sua parte (257). Mas sendo indivisível aplica-se o 260, pelo que o devedor deverá pagar a todos os credores juntos, para que um não engane os outros. Ou então o devedor deverá pagar àquele credor que prestar uma garantia ( = caução) de que repassará o pagamento aos outros (ex: João deve um carro a três pessoas, mas não encontra os três para pagar, assim, para se livrar logo daquela obrigação, paga ao credor que ofereceu uma fiança; se este credor não repassar o carro aos demais credores, o fiador poderá ser processado pelos prejudicados; fiança é assunto de Civil 3). Se o devedor pagar sem as cautelas do art. 260, terá que pagar de novo àquele credor que, eventualmente, venha a ser lesado pelo credor que recebeu todo o pagamento, afinal quem paga mal paga duas vezes, concordam? Diz-se por isso que o pagamento integral da dívida a um só dos vários credores pode não desobrigar o devedor com relação aos demais concredores. Mas pagando o devedor corretamente, caberá aos credores buscar sua parte com o credor que recebeu tudo (261). Tratando-se de coisa indivisível (ex: carro, barco, casa), poderão os credores usar a coisa em condomínio, ou então vendê-la e dividir o dinheiro (1320). OBRIGAÇÃO SOLIDÁRIA Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda. Princípio da inexistência da solidariedade presumida: Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes. Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos co-credores ou co-devedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro. - No mesmo contrato é possível estabelecer diferentes datas (termos) Características: - Multiplicidade de credores ou de devedores - Responsabilidade comum ou corresponsabilidade dos credores e dos dvedores - NÃO se presume. Deve aparecer expressa, ou constar formalmente estabelecida - Decorre do vínculo subjetivo (sujeito) - Decorre do contrato ou da Lei (art 149, 154, 585, 680, art 2º - Lei 8245/91, art. 18 CDC, art. 932 - Nunca teremos somente 1 devedor ou 1 credor - Qualquer um dos vários credores terá o direito de receber o crédito integralmente; ou qualquer um dos vários devedores será obrigado ao pagamento do débito integralmente SOLIDARIEDADE ATIVA (MULTICIPLIDADE DE CREDORES): ART. 267 ATÉ 274 Ex clássico: conta corrente conjunta Art. 267. Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da prestação por inteiro. Problema: D C1 C2 C3 - Qualquer credor poderá cobrar. O C1 poderá cobrar 10 mil, 20 mil ou mesmo a dívida inteira do devedor Ex1: Credores: crédito de 30.000 - Combinaram que cada um ficaria com 10.000. Um dos credores poderá demandar por ação de cobrança ou similar sozinho o pagamento do valor em sua integralidade por parte do devedor. Nesse caso, o pagamento só poderá ser feito para aquele que demandou. Antes disso, o devedor pode pagar para quem quiser e como quiser. Caso o pagamento seja efetuado a apenas um dos credores, a Lei exige que o credor que recebeu o pagamento deverá fazer a divisão e posteriormente entrega do dinheiro aos demais. MAS, pode acontecer desse credor fugir/sumir com o dinheiro. Ausência de demanda – direito de opção Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor comum, a qualquer daqueles poderá este pagar. Pagamento – princípio da prevenção Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante do que foi pago. - Ao devedor assiste a escolha de qualquer um dos credores, enquanto não solicitado por um deles. Se é procurado a cumprir a obrigação, deve satisfazê-la para aquele que a busca, não podendo alegar escusas ou ausência de atuação conjunta - No caso de pagamento parcial efetuado pelo devedor ao credor C1, no montante de 10.000m o restante da dívida – 20.000 -, poderá ser cobrada por qualquer credor, o que obviamente inclui aquele que recebeu, ou seja, C1 Em se tratando de perdão: Art. 272. O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros pela parte que lhes caiba Um dos credores pode perdoar a parte dele. Nesse caso, a solidariedade não se extingue, mas sim tão somente a parte dele Poderá perdoar tudo também. Nesse caso, a Lei prevê que ele deve pegar do próprio bolso e repassar aos demais (arriscado, ninguém garante que ele fará isso) Art. 271. Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade. - Se a prestação se tornar impossível com culpa do devedor D, acrescendo-se a título de perdas e danos o valor de 30.000 por lucros cessantes, o montante total de 60.000, o valor poderá ser cobrado por qualquer credor, mantendo-se a solidariedade Obs: Diferença em relação a indivisível. De acordo com o art. 263 a obrigação indivisível perde esse caráter quando da sua conversão em perdas e danos, o que não ocorre com a obrigação solidária ativa, que permanece com o dever do sujeito passivo obrigacional de pagar a quem quer que seja Art. 273. A um dos credores solidários não pode o devedoropor as exceções pessoais oponíveis aos outros. Ex: Se o devedor foi coagido pelo credor solidário A para celebrar determinado negócio jurídico obrigacional, a anulabilidade do negócio somente poderá ser oposta em relação a esse credor, não em relação aos demais credores, que nada têm a ver com a coação exercida Art. 274. O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais; o julgamento favorável aproveita-lhes, a menos que se funde em exceção pessoal ao credor que o obteve. - A primeira parte é o exemplo acima. A segunda há divergências na doutrina Falecimento de um dos credores solidários: Art. 270. Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível. - Os herdeiros do credor falecido não podem, assim, exigir a totalidade do crédito, mas a própria quota do credito solidário de que o falecido era titular, juntamente com os outros credores. Entretanto, se este deixou um único herdeiro, ou se todos os herdeiros agirem conjuntamente, ou se indivisível a prestação, pode ser reclamada a prestação por inteiro - A premissa não deverá ser aplicada se a obrigação for naturalmente indivisível, como no exemplo da entrega de um animal para fins de reprodução ou de um veículo. Nesse caso, se um dos credores falecer, o cumprimento dessa obrigação indivisível ocorrerá se o objeto for entregue a qualquer um dos sucessores dele. É pertinente frisar que esse efeito não mantém relação com a solidariedade, mas sim com a indivisibilidade da obrigação Ex: Crédito: 30.000 (3 credores presentes no caso) Vamos supor que o C1 morra, deixando dois herdeiros Nesse caso, a solidariedade será extinta para os herdeiros, estes não poderão cobrar o valor em sua integralidade, apenas as suas respectivas partes (5 mil para cada um). Nota-se que a solidariedade persiste em relação aos demais credores, que continuam podendo exigir os 30.000, ou seja, a totalidade da dívida. Se o C2 exigir o pagamento em sua totalidade deverá passar 10.000 aos herdeiros (5000 para cada um deles) Obs: Enquanto nenhum credor ajuizar a ação, o devedor poderá pagar para qualquer um dos credores. No caso de C2, por exemplo, ajuizar cobrando todo o valor, os outros deverão esperar o trânsito em julgado da ação. A preferência de pagamento será prioritária aquele que ajuizou a ação O credor que não participar do processo não pode ser prejudicado Se a decisão for favorável ao credor beneficiará os outros Observar: Espólio: São os bens da pessoa falecida (antes da divisão). Nesse caso, o inventariente assumirá o espólio, podendo cobrar tudo do devedor. Entretanto, caso ocorra a divisão, só será possível cobrar a minha parte, uma vez que a solidariedade se extingue. Obs: Credor poderá exigir todo o valor de só um devedor. Se um credor pegar o dinheiro e desaparecer,o devedor não poderá ser novamente demandado SOLIDARIEDADE PASSIVA: ART. 275 - Ocorre quando existem vários devedores, sendo que todos estão obrigados pelo pagamento total da dívida. Diz-se que são coobrigados D1 D2 C D3 Características: Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto. Caso ocorra o pagamento parcial da dívida, todos os devedores restantes, após se descontar a parte de quem pagou, continuam responsáveis pela dívida inteira. Assim sendo, mesmo ocorrendo o pagamento parcial pelo devedor B, mesmo ele poderá ser demandado pelo restante. Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade à propositura de ação pelo credor contra um ou alguns dos devedores. Ex: art. 585 CC, art. 639, art. 680. *O credor pode optar perante qual deles fará valer seu direito. Fica na vontade do credor a escolha de acionar todos, vários ou apenas um dos obrigados. *Qualquer devedor poderá ser demandado a pagar a dívida por inteiro. Direito de regresso: Quando um paga a dívida inteira poderá cobrar a parte dos outros Nesse caso, restam 2 opções: Ou chama os demais devedores para o processo; ou paga e depois distribui * Se um devedor estiver insolvente, os outros pagarão a parte dele *Cada um responde pela integralidade da dívida perante o credor * Caso o credor ajuíze uma ação cobrando somente do D1 e ganhe, a solidariedade continua em relação aos demais, com o desconto da parte que já foi paga Unidade da prestação: obrigação do cumprimento da prestação por inteiro (prestação única) Co-Responsabilidade dos Interessados: O devedor solidário que efetuar o pagamento, subroga-se do direito de cobrar a quota parte do devedor solidário inadimplente, através de uma ação regressiva. Em se tratando do falecimento de um dos devedores Art. 276. Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes será obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão considerados como um devedor solidário em relação aos demais devedores. Exceções - onde a solidariedade será mantida: - Quando existir um único herdeiro; - Embora existindo mais de um herdeiro, todos forem acionados conjuntamente; - Quando a prestação for indivisível. Ex: Se a dívida for de 30.000 e se D1 falecer, deixando dois herdeiros. Cada um desses pode ser cobrado em 5.000, metade de 10.000, que é a cota de D1, pois com a morte cessa a solidariedade em relação aos herdeiros. Porém, estando um dos herdeiros com o touro reprodutor, esse deverá entregar o animal, permanecendo a solidariedade. Em se tratando de perdão: Credor perdoar D1. Nesse caso, a solidariedade continuará em relação aos demais, com o desconto da cota do perdoado Em se tratando de renúncia da solidariedade ou exoneração: Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores. Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistirá a dos demais. Ex: Crédito: 3000 - Caso o credor renuncie a solidariedade em relação a um dos devedores (como se tivesse um acordo separado). D2 e D3 continuam solidários EXCEÇÃO: Caso o D2 estiver insolvente, o credor cobrará 20.000 apenas do D3. Nesse caso, na relação interna, D3 poderá cobrar a parte do exonerado (D1) Pagamento por parte de um dos devedores: regresso Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos co-devedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os co-devedores Insolvência de um dos devedores: Art. 284. No caso de rateio entre os co-devedores, contribuirão também os exonerados da solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigação incumbia ao insolvente. Rateio: é a parte do insolvente, parte dele é dividida -Ou seja, os exonerados não se liberam dos efeitos da insolvência Pagamento ou Remissão Parcial da Dívida: Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida não aproveitam aos outros devedores, senão até à concorrência da quantia paga ou relevada. Impossibilidade da Prestação: Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado. - Caso um imóvel que seja locado a dois devedores tenha um débito de aluguéis em aberto de 10.000, o locador poderá cobrá-lo de qualquer um, de acordo com a sua vontade. Mas, se um dos locatários causou um incêndio no imóvel, causando um prejuízo de 30.000, apenas este responderá perante o sujeito ativo da obrigação, além do valor da dívida, por lógico. A dívida locatícia em aberto continua podendo ser cobrada de qualquer um dos devedores solidários Juros de mora Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, aindaque a ação tenha sido proposta somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação acrescida. -Não interessa, para o credor, quem deu causa a tal situação. Assegura-lhe a lei postular contra todos os obrigados esta compensação. Entrementes, se dirigida a exigibilidade da prestação a um dos devedores solidários, e este não a atende, sujeita-se a recompor ou a ressarcir o valor exigido dos demais devedores pela mora Do devedor demandado Art. 281. O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais e as comuns a todos; não lhe aproveitando as exceções pessoais a outro co-devedor. -Ilustrando, qualquer um dos devedores poderá alegar a prescrição da dívida, ou o seu pagamento total ou parcial, direto ou indireto, pois as hipóteses são de exceções comuns. Por outra via, os vícios de consentimento (erro, dolo, coação, estado de perigo e lesão), somente podem ser suscitados pelo devedor que os sofreu Da renúncia (exoneração) à solidariedade Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores. Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistirá a dos demais. - C é o credor de uma dívida de 30.000, havendo três devedores solidários. Caso renuncie a solidariedade em relação à D1, este estará exonerado da solidariedade, mas continua sendo responsável por 10.000. Os demais devedores continuam respondendo solidariamente pela dívida. Da satisfação integral da dívida por parte de um dos devedores Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos co-devedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os co-devedores. - Possibilita a ação de regresso por parte do devedor solidário que paga a dívida dos demais. O devedor que paga a dívida poderá cobrar somente a quota dos demais, ocorrendo sub-rogação legal. Havendo declaração de insolvência de um dos devedores, a sua quota será dividida proporcionalmente entre os devedores restantes Dívida solidária que interessa a um dos devedores Art. 285. Se a dívida solidária interessar exclusivamente a um dos devedores, responderá este por toda ela para com aquele que pagar. - Costumam os autores apontar como exemplo a fiança, embora esta seja um instituto regulado por dispositivos próprios. Mesmo que apareçam vários fiadores, e um apenas pagando a obrigação do afiançado, fica este responsável regressivamente apenas para com o devedor que pagou. Não junto aos demais. Por conseguinte, nem cabe aos demais ingressarem com a ação de reembolso da quota correspondente. Vale aquilo que ocorreu na prática, e não o estipulado. Pluralidade de comodatários Art. 585. Se duas ou mais pessoas forem simultaneamente comodatárias de uma coisa, ficarão solidariamente responsáveis para com o comodante. - Se a prof entregar um livro para mim e outro para o outro colega no mesmo instante, seremos solidários. Ela poderá cobrar de mim, do outro ou de ambos. Do mandato Art. 680. Se o mandato for outorgado por duas ou mais pessoas, e para negócio comum, cada uma ficará solidariamente responsável ao mandatário por todos os compromissos e efeitos do mandato, salvo direito regressivo, pelas quantias que pagar, contra os outros mandantes - Caso seja outorgado poderes a um terceiro para um negócio comum, serão solidários Em se tratando da figura do fiador: Art. 827. O fiador demandado pelo pagamento da dívida tem direito a exigir, até a contestação da lide, que sejam primeiro executados os bens do devedor. Parágrafo único. O fiador que alegar o benefício de ordem, a que se refere este artigo, deve nomear bens do devedor, sitos no mesmo município, livres e desembargados, quantos bastem para solver o débito. - Em regra, não é solidário - A obrigação em relação ao fiador é subsidiária, isto é, a cobrança deverá ser feita primeiramente aos devedores* *EXCEÇÃO: Caso o fiador abra mão do “benefício de ordem”, poderá ser cobrado antes Obrigações Solidárias X Obrigações Subsidiarias: Nas obrigações subsidiarias, existe um beneficio de ordem, primeiro cobra-se do devedor principal, e somente após cobra-se do devedor subsidiário. Nas obrigações solidárias, ao contrário da anterior, não existe tal beneficio de ordem, podendo a divida ser cobrada de um ou de todos coobrigado. CESSÃO DE CRÉDITO (Art. 286) D (cedido) ---------- C (cedente) C (cessionário) Crédito: 100.000,00 - Pode ocorrer em situações de créditos vencido e créditos vincentos (que está por vencer) referentes ao devedor - Credor não pode pagara antecipadamente (exceções – art. 333) Ex: Vincendo = vencerá em 12/11/2016, mas o credor necessita do dinheiro agora. Caso transfira onerosamente, ou seja, venda o crédito para o cessionário, receberá um valor inferior (70.000,00, por exemplo) Acontece muito em casos de precatória Vencido: se o crédito estiver vencido, poderá o cessionário tomar as providências cabíveis em lei em face do devedor Duas questões para a possibilidade de transferência de crédito (requisitos): 1 - Não pode haver no contrato cláusula que exclua a possibilidade de cessão de crédito 2 - Determinados créditos não permitem a transferência em virtude de sua natureza (créditos de alimentos (personalíssimo), acidente de trabalho, benefício da previdência. Portanto, se a natureza permitir e o contrato não impedir, poderá ocorrer a cessão (transferência) de crédito 3 – Essa cláusula proibitiva não pode ser oposta ao cessionário de boa-fé, se não constar do instrumento da obrigação Como se dá a transferência? - É necessário um termo aditivo ou uma cláusula no verso do contrato. NÃO há a criação de um novo contrato Cessão de crédito pode ser: Total – É aquele em que o cedente transfere todo o crédito da relação obrigacional Parcial – É aquela em que o cedente retém parte do crédito consigo Onerosa – Assemelha-se ao contrato de compra e venda Gratuita – Assemelha-se ao contrato de doação Para que tenha eficácia: - Cessionário notificar o devedor para que na data do pagamento o devedor pague para o novo credor (art. 290) * Caso não notifique não poderá cobrar novamente * A notificação poderá ser por carta, AR, ou seja, extrajudicial ou judicial não havendo maiores requisitos formais previstos em lei - A natureza do objeto ser possível de cessão Insolvência do devedor: - Se o cessionário for cobrar e encontrar o devedor insolvente dependerá da espécie de cessão *Regra real: (art. 296) - Caso o cessionário não consiga cobrar do cedente, sofre prejuízo (pro soluto) *Exceção: (art. 297) - O cessionário pode estabelecer no termo aditivo que o cedente se responsabilize pela insolvência do devedor. Deve estar devidamente expresso. (pro solvendo) Nesse caso, o cessionário cobrará do cedente o que ele pagou + juros + despesas de cobrança Observações importantes: - Entre cedente e cessionário, existe um negócio jurídico. Portanto, não pode haver vícios entre ambos. Devem realizar um termo aditivo, NÃO um novo contrato. - Quando transferir o crédito, em regra geral serão transferidos todos os acessórios, como no caso dos juros, da multa e das garantias em geral (art. 287 CC) - Os prazos prescricionais não se alteram com a cessão - A cessão de crédito transfere o que há de bom e o que há de ruim, inclusive as possíveis restrições (ver restrições) - A cessão independe da anuência do devedor (cedido), isto é, não precisa consentir com a transmissão - Se no momento da notificação o devedor tiver alguma objeção contra o cedente, é este o momento para que seja apresentada (art. 295 CC). Deve ficar claro que essa responsabilidade é tão somente quanto à existência da dívida, o que não atinge a sua validade. A mesma responsabilidade lhe cabe nas cessões por título gratuito ou oneroso, se tiver procedido de má-fé. Incumbe à outra parte o ônus de provar essa má-fé, que induz culpa, gerando o dever de o cedente ressarcir eventuais perdas edanos Compensação Identidade de partes. É quando em obrigações distintas, as mesmas pessoas em uma é credora e na outra é devedora. Nesse caso, é possível a extinção total ou parcial da obrigação. Hipoteca O devedor dá uma hipoteca como garantia ao cedente. Entretanto, o devedor poderá vender a casa a um terceiro, sendo tal ato legal. Nesse caso, se o devedor vender e adimplir o crédito, o cedente ou cessionário poderão ir atrás da pessoa que comprou a casa, podendo esta perdê-la. Portanto, o comprador perderá o imóvel Penhora do Crédito (art. 298 do CC) Uma vez penhorado o crédito, este não mais poderá ser transferido pelo credor que tiver conhecimento da penhora, ou seja, torna-se indisponível, constituindo a sua transferência fraude aos credores ASSUNÇÃO DE DÍVIDA Art. 299. É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o credor o ignorava. Parágrafo único. Qualquer das partes pode assinar prazo ao credor para que consinta na assunção da dívida, interpretando-se o seu silêncio como recusa. - Consiste na substituição do devedor por outra pessoa, mediante concordância do credor - No caso de silêncio do credor após a notificação, significa que houve recusa deste mediante a substituição - Com a mudança do devedor, extinguem-se as garantias (ex. fiança) do devedor original D -------------------------------------------- C 3º assuntor Necessita a concordância do credor (pagará as prestações vincendas) * Não se muda o contrato, cria-se um termo aditivo Art. 300. Salvo assentimento expresso do devedor primitivo, consideram-se extintas, a partir da assunção da dívida, as garantias especiais por ele originariamente dadas ao credor. Art. 301. Se a substituição do devedor vier a ser anulada, restaura-se o débito, com todas as suas garantias, salvo as garantias prestadas por terceiros, exceto se este conhecia o vício que inquinava a obrigação. Art. 302. O novo devedor não pode opor ao credor as exceções pessoais que competiam ao devedor primitivo. Art. 303. O adquirente de imóvel hipotecado pode tomar a seu cargo o pagamento do crédito garantido; se o credor, notificado, não impugnar em trinta dias a transferência do débito, entender-se-á dado o assentimento. Art. 303 D (Adão) ---------------------------------- C (Pedro) Adquirente do imóvel hipotecado (ex: casa) - A casa permanece como garantia do negócio anterior - Após a notificação, se Pedro permanecer 30 dias em silêncio, presume-se que ele concordou ANULAÇÃO DA ASSUNÇÃO DE DÍVIDA: D (Adão) ----------------------------------- C (Pedro) Paulo (assuntor) Ex: incapacidade, vícios de vontade, etc - Se por vício ou outro motivo a assunção é anulada, o devedor original retorna. E o fiador? NÃO, apenas se tivesse conhecimento do vício PAGAMENTO COM SUB-ROGAÇÃO Art. 304 Sub-rogação: É conceituada como a “substituição de uma coisa por outra, com os mesmos ônus e atributos, caso em que se tem a sub-rogação real, ou a substituição de uma pessoa por outra, que terá os mesmos direitos e ações daquela, hipótese em que se configura a sub-rogação pessoal de que trata o Código Civil. Nosso Direito Privado não contempla a sub-rogação passiva. Trata-se da mera substituição do sujeito ativo, isto é, não se tem a extinção propriamente dita da obrigação D ----------- C (tempo, modo e lugar) - O cumprimento da prestação poderá ser realizado por um terceiro juridicamente interessado ou por um terceiro juridicamente não interessado. Este não será obrigado a cumprir a obrigação, pois não é garantidor Terceiro juridicamente interessado D (Locatário) ---------- C (Locador) - Em havendo o pagamento por terceiro interessado, esta pessoa sub-roga-se automaticamente nos direitos do credor, com a transferência de todas as ações, exceções e garantias que detinha o credor primitivo Garantia: Terceiro, fiador, poderá também ser alguém que não é fiador, mas que deu um bem móvel ou imóvel (bem real). Ex: Prestação: 10.000 O locador efetua a cobrança do locatário. Entretanto, este não possui o dinheiro, então o locador demanda o fiador, que paga os 10.000 reais. Neste caso, a obrigação se extingue para o credor satisfeito e o fiador se subroga (coloca-se no lugar do outro) nos direitos do credor satisfeito. Sub-rogação legal (art. 346, III): - São as hipóteses de pagamentos efetivados por terceiros interessados na dívida. Quem determina a substituição é a lei, independente da vontade das partes. - Existem atos unilaterais Ex: A deve para B 10.000,00 e para C 20.000,00. B paga para C os 20.000,00 sub-rogando-se em tal quantia. Então poderá B cobrar de A 30.000,00 É automática, deve-se apresentar apenas o recibo em nome do fiador, quitação. Pagamento integral: Em havendo o pagamento integral por terceiro interessado, esta pessoa sub-roga-se automaticamente nos direitos do credor, com a transferência de todas as ações, exceções e garantias que detinha o credor primitivo. O fiador terá direito a cobrar do devedor, com as devidas correções. Tudo o que o contrato prever: correção monetária (INPC), juros de mora de 1,4 % a.m, multa contratual (cláusula penal de 10% do valor sobre a prestação). Ex: locatário foi despejado e ficou devendo 15.000 para o locador. O contrato previa o citado acima. Credor cobrará do fiador. Será atualizado pelas correções previstas no contrato. Pagamento com desconto: Caso o fiador tenha somente 13.000, e não o valor integral (15.000) o credor poderá aceitar ou cobrá-lo judicialmente, caso aceitar se sub-roga no limite (13.000). Plena e total quitação. O cálculo da correção será sobre os 13.000 - O sub-rogado não poderá exercer os direitos e as ações do credor, senão até a soma que tiver desembolsado para desobrigar o devedor (art. 350, CC) Sub-rogação parcial Ex: devedor deve 15.000, não conseguiu pagar, credor então demanda o fiador (sub-rogado). Este faz a proposta de pagar 8.000 agora e entregar o restante depois. Caso o credor aceite, não deu quitação total. Neste caso o devedor deve 7.000 para o credor e 8.000 para o fiador No caso de insolvência do devedor, a preferência de recebimento será do credor originário (art. 351) Tudo o que o credor originário tinha a receber, o fiador também terá Carlos pega de André 100.000 emprestado, deixando em hipoteca um imóvel. Carlos (dono) do imóvel resolveu vende-lo. Pedro é o adquirente do imóvel hipotecado. Este poderá assumir a dívida (art. 303) e ir pagando; ou pagar tudo de uma vez, cancelando a hipoteca. Ao pagar, tomará o lugar do credor para cobrar o devedor (art. 346, II) Pagamento feito por terceiro não interessado Prestação: 10.000 Geralmente é alguém da família. Pode pagar de 2 maneiras: 1) Recibo em nome do devedor (interpretação do art. 304, parágrafo único do CC): liberalidade, é quase uma doação. Dificilmente o interessado conseguirá cobrá-lo judicialmente. Receberá se o devedor quiser pagar - Em casos de dúvidas, prevalece a premissa segundo a qual o terceiro pagou em seu próprio nome, eis que os atos de liberalidade não admitem interpretação extensiva (art. 114, CC) 2) Recibo em nome de terceiro não interessado: Terá direito a reembolso, pois o recibo está em seu nome. Terá direito ao valor que ele pagou + juros legais SELIC (art. 406), mas não terá direito às garantias do contrato, ou seja, não se sub-roga nos direitos do credor (art. 305, CC). Caso pague a dívida antes de vencida, somente terá direito a reembolso ocorrendo o seu vencimento (art. 305, parágrafo único, do CC) Obs importante: Caso o devedor alegar que 2.000, por exemplo, estavam prescritos, e o pai (terceiro não interessado) pagar todo o valor, mas só era exigível 8.000, terá direito a reembolso do que aproveitar ao devedor (art. 306) Em havendo meios de ilidir a cobrança dos 2.000, o devedornão é obrigado a pagar ao 3º não interessado o valor integral (10.000), mas sim será obrigado a pagar 8.000. Pai do devedor não é nada, vai lá e paga 10.000 ao credor, mas 2.000 estavam prescritos, devedor não é obrigado a reembolsar o pai no todo. - Em continuidade, preconiza o art. 306 que se ocorrer o pagamento por terceiro não interessado em seu próprio nome, sem o conhecimento ou havendo oposição do devedor, não haverá obrigação de reembolso do devedor em relação a esse terceiro, se o primeiro provar que tinha meios de ilidir a ação, ou seja, solver a obrigação. Exemplo: caso em que o devedor tinha a seu favor a alegação de prescrição da dívida. Se ele, sujeito passivo da obrigação, provar tal fato e havendo pagamento por terceiro, não haverá o mencionado direito de reembolso Sub-rogação convencional (art. 347) a) Provocada pelo devedor (art. 347, II) D --------------- C Ana Carlos Fiador: Pai da Ana Exigíveis: 7.000,00 – desde 10/10/2015 (não foi pago) Ex: Carlos começa a pressionar Ana a adimplir o valor devido. Ana não tem todo o dinheiro para pagar, tem apenas 2.000. Resolve então fazer um contrato com outra pessoa, pedindo o dinheiro emprestado que resta para pagar a dívida a esta. Esse contrato é chamado de mútuo (art. 347, II e 586) D ----------------- C Ana Paulo Mutuário Mutuante Deverá haver uma cláusula expressa “o mutuante se sub-roga nos direitos de Carlos...”. O mutuante (Paulo) paga ao credor Carlos e se sub-roga nos direitos deste. Carlos sai da obrigação. Fiador não ficou sabendo da troca e nem precisa saber, não precisa assinar Usa-se a mesma garantia, atrelando um contrato a outro. Paulo sub-roga-se nos direitos de Carlos. Importante: Paulo poderá cobrar 7.000, podendo se sub-rogar a mais do que ele emprestar. Se o devedor se manter o mesmo, não extingue a fiança Caso Paulo cobre de Ana e esta esteja insolvente, ele não poderá cobrar de Carlos. b) Provocada pelo credor (art. 348) Semelhante ao caso anterior. Aqui, o credor precisa receber e uma pessoa lhe paga. Esta pessoa que emprestou o dinheiro será sub-rogada nos direitos dele (credor) QUEM PODE RECEBER? Devedor = solvens – quem paga Credor = accipiens – quem recebe Regra: Quem recebe é o credor. Pode receber pessoalmente ou por meio de um representante, que tem poderes de receber o pagamento, sob pena de só valer depois da ratificação, de confirmação pelo credor, ou havendo provas de reversão ao seu proveito (art. 308 do CC) Representante pode ser legal ou convencional Legal: pai, tutor (não tiver a presença dos pais), curador (quando estiver interditado) Convencional: mandatário, também chamado de procurador. Outorguei poderes para receber por mim Recebimento pode ser feito pelo credor putativo ou aparente. O pagamento feito de boa-fé do devedor ao credor putativo é válido, ainda provado depois que não era credor (art. 309) Ex: Um locatário efetua o pagamento na imobiliária X, há certo tempo. Mas o locador rompe o contrato de representação com essa imobiliária e contrata a imobiliária Y. O locatário não é avisado e continua fazendo os pagamentos na imobiliária anterior, sendo notificado da troca seis meses após. Logicamente, os pagamentos desses seis meses devem ser reputados válidos, não se aplicando a regra pela qual quem paga mal, paga duas vezes. Dessa forma, cabe ao locador acionar a imobiliária X e não o locatário Credor putativo: é o sujeito que recorrentemente recebe pelo credor (empregado). É conhecido pelo devedor como sendo quem cobrava pelo credor, O putativo é demitido, mas os devedores não são informados. Estando de boa-fé, o devedor paga, entretanto o credor putativo não repassa o dinheiro ao credor originário. Esse pagamento extingue a obrigação, e o credor verdadeiro, se quiser, deverá cobrar do credor putativo. Art. 310. Não vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de dar quitação, se o devedor não provar a reversão do valor pago em seu benefício. Essa incapacidade é falta de autorização, ou absoluta ou relativa daquele que recebeu. Em casos tais, o pagamento deverá ocorrer novamente. Se ficar provado que o pagamento foi revertido a favor do credor, haverá exoneração daquele que pagou. Determina o art. 311 do CC que deve ser considerado como autorizado a receber o pagamento aquele que está munido do documento representativo de quitação (o recibo), salvo se as circunstâncias afastarem a presunção relativa desse mandato tácito. Exemplificando, se de imediato o devedor perceber que no recibo consta uma assinatura fala do credor aparentemente falsificada, poderá negar-se a fazer o pagamento - Credor recebeu, é dele, mas não poderia receber, pois está incapaz de dar a quitação. O devedor não deve pagar para ele, mas sim ao representante legal do credor, normalmente essa pessoa é o curador Ex: credor com dependência química - Caso pague e tendo conhecimento do caso, corre o risco de pagar mal, podendo novamente ser cobrado. Exige-se a ciência do devedor sobre a incapacidade do credor Art. 312 – proximidade teórica com art. 298 -. Primeira relação Segunda relação D ------------ C Ana Paulo 25.000 Exigível: 25/10/2016 D ------------- C Paulo Carlos 30.000 TEE – cheque, nota promissória Exigível: 20/01/2015 *As relações são distintas Na segunda relação, Carlos ajuíza uma ação de execução frente a Paulo. Este, terá a penhora do seus créditos na primeira relação. Ana é notificada em 30/03/2016. Nesse caso, poderá depositar em juízo na segunda relação. TEE – Não é necessário o credor ajuizar uma ação de cobrança, pois poderá ajuizar diretamente uma ação de execução. Devedor (Paulo) terá um prazo a pagar ou terá seus bens penhorados. Paulo não tem dinheiro, seu crédito é penhorado O devedor (Ana) não pode pagar ao credor (Paulo) depois de notificada da penhora do crédito (art. 312, ver também o 298). Se pagar depois de notificada, paga mal. Caso não seja notificada, paga bem - Preconiza o artigo que se o devedor pagar ao credor, apesar de intimado da penhora feita sobre o crédito ou da sua impugnação oposta por terceiro, não deverá ser tido como válido o pagamento em relação a este terceiro. O terceiro, na verdade, poderá constranger o devedor a pagar novamente, ressalvado o direito de regresso do devedor em face do credor. Ex: se o devedor for citado em interpelação judicial, em que terceiro reivindica o crédito, não poderá pagar ao suposto credor. Se assim o faz, deverá pagar ao terceiro novamente, se este for o verdadeiro legitimado a receber, cabendo ingressar com ação de repetição de indébito contra aquele que recebeu o indevido PRINCÍPIOS QUE REGEM O DIREITO DAS OBRIGAÇÕES OBJETO E PROVA DO PAGAMENTO – O QUE SE PAGA E COMO SE PAGA Art. 313. Princípio da exatidão O credor não é obrigado a receber prestação diversa da pactuada, ainda que mais valiosa Art. 314 Princípio da indivisibilidade O credor não é obrigado a receber em partes, se não pactuado no contrato. Pela lei, só aceita se quiser. Mas, não faz sentido recusar receber parcelado (princípio da boa-fé objetiva) Art. 315 – Princípio do nominalismo Nas obrigações em dinheiro, até a data do vencimento, o devedor pagará o valor expresso no boleto. Ex: mensalidade. As dívidas em dinheiro devem ser pagas em moeda nacional corrente e pelo valor nominal Art. 317 – Princípio do equilíbrio – equivalência entre prestação e contraprestação – A parte que se sente prejudicada poderá buscar a revisão do contrato a fim de equilibrá-lo Art. 318 Não é possível fixar no contrato pagamento em ouro e/ou moeda estrangeira, bem como compensar a diferença entre o valor desta e o da moeda nacional Os contratos de exportação/importação terão legislação
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