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FÍSICA EXPERIMENTAL II ENGENHARIA CIVIL ANA CLARA PEDRAS BUENO DETERMINAÇÃO DA CAPACIDADE TÉRMICA DE UM CALORÍMETRO CURVELO 2018 OBJETIVO: A prática teve por objetivo visualizar e verificar experimentalmente o efeito Joule, além de determinar, de modo experimental, a capacidade térmica de um calorímetro. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Para realização do procedimento experimental, e obtenção dos dados necessários para se determinar a capacidade térmica de um calorímetro, foi feito, inicialmente, uma montagem como a apresentada no circuito a seguir: (Figura 1: Montagem experimental: circuito.) Onde, 𝐴 é o amperímetro, 𝑉 é o voltímetro e 𝜀 é a fonte de tensão. (Figura 2: Montagem experimental.) Finalizada a montagem, com uma proveta mediu-se um volume de (150,0 ± 0,5) 𝑚𝑙 de água, que foi, posteriormente, colocado no calorímetro. Com o auxílio de um termômetro, fixado na tampa do calorímetro, realizou-se a leitura da temperatura inicial do sistema, que foi de: 𝑇0 = (24,0 ± 0,5)°𝐶 A fonte então foi ligada e ajustada para um valor máximo de corrente elétrica, e à uma tensão de 3,5 𝑉. Os valores de tensão (𝑉) e corrente elétrica (𝑖) informados pelo voltímetro e amperímetro, respectivamente, foram de: 𝑉 = (3,26 ± 0,01)𝑉 𝑖 = (1,28 ± 0,01)𝐴 No mesmo instante, com o auxílio de um agitador magnético, iniciou-se a agitação da água contida no calorímetro, de modo a garantir que a temperatura fosse homogênea. Com um cronômetro, determinou-se o tempo, em segundos, necessário para que a temperatura do sistema calorímetro+água se elevasse em 1°𝐶 a partir da temperatura inicial (𝑇0). Os dados experimentais obtidos são apresentados na tabela a seguir: 𝑇 (°𝐶) ∆𝑇 (°𝐶) 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 (𝑠) 25,0 ± 0,5 1,0 ± 0,7 182 26,0 ± 0,5 2,0 ± 0,7 366 27,0 ± 0,5 3,0 ± 0,7 548 28,0 ± 0,5 4,0 ± 0,7 722 29,0 ± 0,5 5,0 ± 0,7 896 30,0 ± 0,5 6,0 ± 0,7 1075 31,0 ± 0,5 7,0 ± 0,7 1253 32,0 ± 0,5 8,0 ± 0,7 1431 33,0 ± 0,5 9,0 ± 0,7 1609 34,0 ± 0,5 10,0 ± 0,7 1810 (Tabela 1: Resultados experimentais.) Os dados apresentados na Tabela 1, foram inseridos em um software de análises gráficas, e obteve-se o seguinte gráfico do tempo(𝑡) em função da variação da temperatura (∆𝑇): (Figura 3: Gráfico experimental do tempo em função da variação de temperatura.) Como um aquecedor elétrico libera uma energia elétrica 𝐸 ,em um intervalo de tempo 𝑡 , dada por: 𝐸 = 𝑉𝑖𝑡 (1) Onde, 𝑉 é a tensão entre os terminais do aquecedor, 𝑖 a corrente elétrica e 𝑡 o tempo. E já que, a quantidade de calor 𝑄 absorvida ou liberada por um corpo de capacidade térmica 𝐶, quando sua temperatura varia em ∆𝑇, é definida por: 𝑄 = 𝐶∆𝑇 (2) Supondo que, todo o calor liberado pelo aquecedor elétrico é absorvido pelo sistema calorímetro+água, pode-se igualar as equações (1) e (2). Sendo assim: 𝑉𝑖𝑡 = 𝐶∆𝑇 Que pode ser reescrita como: 𝑡 = 𝐶 𝑉𝑖 ∆𝑇 (3) Logo, tem-se que o gráfico apresentado na Figura 3, é uma função linear que expressa a relação entre 𝑡 e ∆𝑇 dada pela equação (3): 𝑡 = ( 𝐶 𝑉𝑖 ) ∆𝑇 Dessa forma, conclui-se que a razão (𝐶 𝑉𝑖⁄ ) é obtida graficamente pela inclinação da função linear. Sendo assim, a partir dos dados expressos na Figura 3, tem-se que: 𝐶 𝑉𝑖 = (179,03 ± 0,79394) ( 𝐽 °𝐶 𝑉𝐴 ) Que pode ser reescrito mais corretamente na forma: 𝐶 𝑉𝑖 = (179,0 ± 0,8) ( 𝐽 °𝐶 𝑉𝐴 ) (4) Como o objetivo do experimento consiste em determinar a capacidade térmica do calorímetro, tomaremos inicialmente a equação (4) escrita como: 𝐶 = (179,0 ± 0,8) 𝑉𝑖 ( 𝐽 °𝐶 ) Substituindo os valores da tensão (𝑉 = (3,26 ± 0,01)𝑉) e da corrente elétrica (𝑖 = (1,28 ± 0,01)𝐴), obtidos previamente durante a execução do procedimento experimental, tem-se: 𝐶 = (179,0 ± 0,8)(3,26 ± 0,01)(1,28 ± 0,01) ( 𝐽 °𝐶 ) 𝐶 = (747 ± 7 ) 𝐽 °𝐶 (5) O valor da capacidade térmica obtido e apresentado anteriormente, corresponde a capacidade térmica do sistema calorímetro+água, ou seja: 𝐶 = (𝐶á𝑔𝑢𝑎 + 𝐶𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜) (6) Onde, 𝐶á𝑔𝑢𝑎 é a capacidade térmica da água e 𝐶𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 é a capacidade térmica do calorímetro. 𝐶á𝑔𝑢𝑎 pode ser estimado pela relação: 𝐶á𝑔𝑢𝑎 = 𝑚á𝑔𝑢𝑎𝑐 (7) Onde, 𝑚á𝑔𝑢𝑎 corresponde a massa de água contida no calorímetro e 𝑐 ao calor especifico da água (dado por: (4,18 ± 0,02) 𝐽 𝑔°𝐶))⁄ Dado que a densidade da água é igual a (1,00 ± 0,01) 𝑔 𝑐𝑚3⁄ , e que o volume de água dentro do calorímetro foi de (150,0 ± 0,5)𝑚𝑙, então a massa de água no calorímetro foi igual a 𝑚á𝑔𝑢𝑎 = (150 ± 2)𝑔. Substituindo 𝑚á𝑔𝑢𝑎 e 𝑐 em (7): 𝐶á𝑔𝑢𝑎 = (150 ± 2)(4,18 ± 0,02) 𝐽 °𝐶⁄ 𝐶á𝑔𝑢𝑎 = (627 ± 9) 𝐽 °𝐶 (8)⁄ Por fim, substituindo (8) em (6) e isolando 𝐶𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜, obtém-se: 𝐶𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 = (𝐶 − (627 ± 9)) 𝐽 °𝐶⁄ 𝐶𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 = ((747 ± 7) − (627 ± 9)) 𝐽 °𝐶⁄ 𝐶𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 = (120 ± 11) 𝐽 °𝐶⁄ (9) Obs.: Para possível verificação dos valores de incerteza apresentados anteriormente, um rascunho dos cálculos foi anexado ao final deste relatório. De acordo com o que foi discutido em laboratório, ao final do procedimento experimental, o resultado da capacidade térmica do calorímetro (𝐶𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜) pareceu estar coerente. No entanto, observa-se que este resultado apresentou um significativo valor de incerteza, o que afeta a precisão do resultado experimental obtido, logo a qualificação do procedimento experimental feito. A justificativa da elevada incerteza se dá, primordialmente, ao efeito de propagação do erro, já que o parâmetro experimental desejado (𝐶𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜) depende de tantos outros parâmetros medidos ou estimados. A repetição das medições de certas etapas do experimento, como a cronometragem do tempo necessário para variação de 1°𝐶 da temperatura, poderia minimizar estes efeitos, contudo pode não ser uma alternativa viável, devido ao tempo necessário para realização desta etapa e o tempo disponível para realização do experimento. CONCLUSÃO: Finalizado a prática, foi possível observar e estudar experimentalmente o efeito Joule. E ainda determinar, a partir de dados experimentais e do calor especifico da água, a capacidade térmica do calorímetro utilizado. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: Roteiro Física Experimental II;
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