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FÍSICA EXPERIMENTAL II ENGENHARIA CIVIL ANA CLARA PEDRAS BUENO DETERMINAÇÃO DO COEFICIENTE DE DILATAÇÃO LINEAR DE METAIS CURVELO 2017 INTRODUÇÃO: A dilatação térmica é o nome dado ao aumento do volume de um corpo devido à elevação de sua temperatura, que gera um consequente aumento no grau de agitação de suas moléculas, causando um aumento na distância média entre as mesmas. A dilatação ocorre de forma mais significativa nos gases, de forma intermediaria nos líquidos e de forma menos explicita nos sólidos. Ao considerar, por exemplo, uma haste homogênea de comprimento 𝐿0 a uma temperatura inicial 𝑇0, ao elevar esta temperatura à uma temperatura final 𝑇𝐹, onde 𝑇𝐹 > 𝑇0, observa-se que essa barra passa a ter um comprimento 𝐿 (> 𝐿0). (Figura 1: Exemplo de dilatação linear causado por um aumento de temperatura.) Dessa forma, é possível concluir que, a dilatação linear sofrida por uma haste é proporcional ao aumento de temperatura, de forma que quanto maior for esse aumento, maior será a dilatação. A dilatação também depende do comprimento inicial e do material que constitui a haste, uma vez que cada material apresenta um comportamento diferente ao ser submetido a variações de temperatura. Logo, a correspondente variação do comprimento da haste, ∆𝐿, é expressa pela seguinte equação: ∆𝐿 = 𝐿0𝛼∆𝑇 (1) Onde, 𝛼 é denominada coeficiente de dilatação linear do material que constitui a haste, e assume um valor especifico para cada tipo de material (embora o valor de 𝛼 varie com a temperatura, na maioria dos casos pode ser considerado constante para um dado material), sua unidade no S.I. é 𝐾−1 ,ainda que utilizemos mais comumente a unidade °𝐶 −1. A figura a seguir, apresenta uma tabela com os valores de coeficientes de dilatação linear para alguns materiais: (Figura 2: Tabela dos coeficientes de dilatação linear para alguns materiais.) OBJETIVO: A prática teve por objetivo determinar o coeficiente de dilatação linear e a composição de três barras metálicas distintas. MATERIAIS E MÉTODOS: Os materiais utilizados para execução da prática são listados abaixo: Estrutura composta por um dilatômetro com base principal, medidor de dilatação (relógio comparador), em escala milimétrica, guia com mufa e guia de saída; 3 (três) hastes de metal; 1 (um) conexão de entrada; 1 (um) batente móvel fim de curso; Termômetro; Gerador de vapor (erlenmeyer, chapa de aquecimento e mangueira); Trena; Ebulidor; Béquer. Inicialmente, a partir da estrutura composta por um dilatômetro com base principal, um medidor de dilatação de escala milimétrica e guias com mufa e de saída, juntamente com o gerador de vapor, constituído por uma chapa de aquecimento, um erlenmeyer e uma mangueira, realizou-se uma montagem como a esquematizada na figura a seguir: (Figura 3: Montagem experimental para determinação do coeficiente de dilatação linear das hastes metálicas.) Após a adição do batente móvel na extremidade de uma das hastes, e da conexão desta na montagem realizada, como mostrado na Figura 3, certificou-se se o batente estava tocando na ponteira do medidor de dilatação. Com a haste conectada e ajustada na estrutura da montagem experimental, com o auxílio de uma trena mediu-se o comprimento inicial (𝐿0) da hasta metálica, tomando como referência os parafusos das guias que conectavam a hasta na base principal. Anotou-se o resultado obtido. Em seguida, como a haste se encontrava em equilíbrio térmico com o ambiente, para se obter a temperatura inicial (𝑇0) da haste, foi realizada a leitura da temperatura em um termômetro analógico fixado em uma das paredes do laboratório. O resultado obtido, foi anotado. Com a chapa de aquecimento ligada e ajustada à uma temperatura superior a 200 °𝐶, colocou sobre ela o erlenmeyer preenchido com um volume de água de aproximadamente 200 𝑚𝑙. Vedou-se então a “boca” do erlenmeyer, de modo que todo o vapor gerado fosse conduzido até a mangueira. Após a água atingir sua temperatura de ebulição, o vapor de água começou a ser liberado na extremidade livre da mangueira, nesse instante, com muito cuidado e atenção, conectou-se a mangueira em uma das extremidades da haste. Mediu-se então, após a estabilização do medidor de dilatação, a variação de comprimento (∆𝐿) sofrido pela haste metálica. O resultado observado foi devidamente anotado. Por fim, mediu-se também a temperatura final da haste (𝑇𝐹), que neste caso, se equivale a temperatura de ebulição da água. Para determinar esta temperatura, utilizou-se um ebulidor, um béquer preenchido com água e um termômetro analógico de mercúrio. A leitura da temperatura pelo termômetro foi realizada assim que se observou a passagem de estado da água do líquido para o valor. O resultado da leitura foi anotado. Todo o procedimento anterior foi repetido para as duas outras hastes metálicas. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados das medições experimentais feitas são apresentados na tabela a seguir: - 𝑳𝟎 (𝒎𝒎) 𝑻𝟎 (°𝑪) ∆𝑳 (𝒎𝒎) 𝑻𝑭 (°𝑪) 𝑯𝒂𝒔𝒕𝒆 𝟏 500,0 ± 0,5 25,0 ± 0,5 0,840 ± 0,005 96,5 ± 0,5 𝑯𝒂𝒔𝒕𝒆 𝟐 500,0 ± 0,5 25,0 ± 0,5 0,670 ± 0,005 96,5 ± 0,5 𝑯𝒂𝒔𝒕𝒆 𝟑 500,0 ± 0,5 25,0 ± 0,5 0,420 ± 0,005 96,5 ± 0,5 (Tabela 1: Resultados das medições experimentais.) A partir dos dados apresentados na Tabela 1, e da equação (1): ∆𝐿 = 𝐿0𝛼∆𝑇 Reescrita da seguinte forma: 𝛼 = ∆𝐿 𝐿0∆𝑇 (2) Foi possível estimar o coeficiente de dilatação linear de cada uma das hastes metálicas analisadas experimentalmente. Assim, para a 𝐻𝑎𝑠𝑡𝑒 1 tem-se: 𝛼1 = ∆𝐿1 𝐿0∆𝑇 Substituindo os valores de ∆𝐿, 𝐿0 e ∆𝑇, referentes a 𝐻𝑎𝑠𝑡𝑒 1, obtém-se: 𝛼1 = (0,840 ± 0,005) (500,0 ± 0,5)((96,5 ± 0,5) − (25,0 ± 0,5)) °𝐶−1 𝛼1 = ((23,5. 10 −6) ± (0,3. 10−6)) °𝐶−1 𝛼1 = (23,5 ± 0,3). 10 −6 °𝐶−1 (3) Comparando o valor do coeficiente de dilatação linear 𝑎1 com os valores de referência apresentados na tabela da Figura 2, observa-se que o valor de referência que mais se aproximou do valor do coeficiente de dilatação obtido experimentalmente, foi o coeficiente de dilatação linear do alumínio (𝛼𝐴𝑙 = 22. 10 −6 °𝐶−1). Para a 𝐻𝑎𝑠𝑡𝑒 2, segundo a equação (2), tem-se que: 𝛼2 = ∆𝐿2 𝐿0∆𝑇 Substituindo os valores de ∆𝐿, 𝐿0 e ∆𝑇, referentes a 𝐻𝑎𝑠𝑡𝑒 2, obtém-se: 𝛼2 = (0,670 ± 0,005) (500,0 ± 0,5)((96,5 ± 0,5) − (25,0 ± 0,5)) °𝐶−1 𝛼2 = ((18,7. 10 −6) ± (0,2. 10−6)) °𝐶−1 𝛼2 = (18,7 ± 0,2). 10 −6 °𝐶−1 (4) Neste caso, ao comparar o valor do coeficiente de dilatação linear obtido experimentalmente (𝛼2) com os valores de referência apresentados na Figura 2, observa-se que o valor de referência que mais se aproximou do valor experimental, foi o coeficiente de dilatação do latão (𝛼𝐿𝑎𝑡ã𝑜 = 19. 10 −6 °𝐶−1). Finalmente, para a 𝐻𝑎𝑠𝑡𝑒 3, segundo a equação (2), tem-se: 𝛼3 = ∆𝐿3 𝐿0∆𝑇 Substituindo os valores de ∆𝐿, 𝐿0 e ∆𝑇, referentes a 𝐻𝑎𝑠𝑡𝑒 3, obtém-se 𝛼3 = (0,420 ± 0,005) (500,0 ± 0,5)((96,5 ± 0,5) − (25,0 ± 0,5)) °𝐶−1 𝛼3 = ((11,7. 10 −6) ± (0,2. 10−6)) °𝐶−1 𝛼3 = (11,7 ± 0,2). 10 −6 °𝐶−1 (5) Comparando o valor do coeficiente de dilatação linear 𝛼3 com os valores de referência da Figura 2, percebe-se que o valor de referência que mais se aproximou do valor obtido experimentalmente foi o coeficiente dedilatação do ferro (𝛼𝐹𝑒 = 11. 10−6 °𝐶−1). Observa-se, no entanto, que o coeficiente de dilatação do aço 𝑎𝐴ç𝑜 = 10,5. 10−6 °𝐶−1) também é muito próximo do valor obtido experimentalmente. Obs.: para possível verificação das incertezas apresentadas nos valores experimentais dos coeficientes de dilatação linear 𝛼1, 𝛼2 e 𝛼3, um rascunho dos cálculos foi anexado ao final deste relatório. A partir das análises feitas anteriormente, foi possível determinar a provável composição de cada uma das hastes analisadas. Constatou-se que: - 𝑪𝒐𝒎𝒑𝒐𝒔𝒊çã𝒐 𝑯𝒂𝒔𝒕𝒆 𝟏 Alumínio 𝑯𝒂𝒔𝒕𝒆 𝟐 Latão 𝑯𝒂𝒔𝒕𝒆 𝟑 Ferro/Aço (Tabela 2: Resultado experimental da possível composição de cada uma das hastes.) Os resultados experimentais obtidos e apresentados na Tabela 2, determinados a partir de valores experimentais dos coeficientes de dilatação das hastes, mostraram-se bem coerentes com as características físicas das hastes metálicas observadas. De fato, devido a cor e ao brilho das hastes, esperava-se que a haste 1 fosse composta de alumínio, a haste 2 de latão e a haste 3 de ferro ou aço. No caso especifico da haste 3, é possível que a haste tenha a composição de uma liga metálica, composta por ferro e aço. É importante observar também que há uma variação dos valores de referência dos coeficientes de dilatação linear de acordo com a bibliografia tomada. Em geral, os valores tabelados são determinados à uma dada faixa de temperatura, que pode corresponder ou não à temperatura de realização do experimento. Deste modo, não é possível estimar, por exemplo, quão próximo os valores experimentais estão dos valores reais, é possível apenas verificar a coerência entre os valores experimentais com os valores tabelados. Neste caso, uma pré-avaliação da possível composição das hastes, auxiliou na adequação da referência tomada, e em soluções de possíveis dúvidas decorrentes de um valor experimental intermediário entre dois possíveis valores de referência, como foi o caso do valor obtido em 𝛼2 = (18,7 ± 0,2). 10 −6 °𝐶−1, que pela tabela da Figura 2, está entre os coeficientes de dilatação do cobre (𝛼𝐶𝑢 = 17. 10 −6 °𝐶−1) e do latão (𝛼𝐿𝑎𝑡ã𝑜 = 19. 10 −6 °𝐶−1). CONCLUSÃO: Finalizado a prática, foi possível estimar o coeficiente de dilatação linear de três hastes distintas, e a partir destes determinar a composição de cada uma das três barras. Observou-se também que os valores experimentais dos coeficientes de dilatação linear obtidos, foram bem coerentes com os valores de referência tomado no presente trabalho. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: Roteiro Física Experimental II. TEIXEIRA, M, M. Dilatação Linear. Mundo Educação. Disponível em: <http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/fisica/dilatacao-linear.htm>. Último acesso: 04/05/2018. Dilatação Linear. Só Física. Disponível em: <www.sofisica.com.br/conteudos/Termologia/Dilatacao/linear.php>. Último acesso: 04/05/2018.
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